Departamento de Engenharia de Teleinformátia
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Teleinformátia
Novos Algoritmos para Controle de
Admissão de Chamadas para o Serviço de
Voz sobre IP em Redes Loais Sem Fio
Infra-Estruturadas
Autor
Júlio Fernandes Pimentel
Orientador
Prof. Dr. FranisoRodrigoPorto Cavalanti
Dissertação apresentadaàCoordenação
do Programa de Pós-graduação em
Engenharia de Teleinformátia da
Universidade Federal do Ceará omo
parte dos requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Engenharia de
Teleinformátia.
Fortaleza Ceará
N
os últimos anos, observou-se o surgimento e a rápida disseminação da tenologia WLAN IEEE 802.11 que integrou-se ao merado atual e tornou-sepopular omo rede de banda larga sem o de aesso à Internet. Paralelamente, o
serviçodeVoIPapresentaumadasmaiorestaxasderesimentodentreasapliações
deInternetdaatualidade. Graçasàonvergênia destasduastendênias,aredita-se
que o serviço de VoIP em redes WLAN venha a ser uma importante apliação de
Internet.
Entretanto,oefeitoavalanhe foiidentiadoomoumgraveproblemapassível
de oorrer emuma rede WLAN funionando próximo ao seu limite de apaidade,
naqual aadmissão de um novo usuáriopode vir a provoar a degradaçãode todas
assessõesVoIPpré-existentes. Neste ontexto,oontrole deadmissãode hamadas
foiidentiado omoum nihoa ser explorado.
A avaliação de desempenho de quatro algoritmos de CAC foi realizada neste
trabalho. Dois deles foramenontrados na literaturapesquisada,um deles baseado
numa equação teória (EQA) e o outro na taxa de utilização do anal (CBA). Os
outros dois algoritmos representam as propostas inovadoras desta dissertação, um
delessebaseianaFERmédia dosistemanoenlaedireto(FEA) eoutronataxade
utilizaçãodobuer de transmissão doponto de aesso (BSA).
OFEAdemonstrou um melhoraproveitamentodos reursos darede emrelação
aosalgoritmosde CACseleionadosdaliteratura. Noentanto,estealgoritmosupõe
adisponibilidade da medidapreisa da FER no ponto de aesso. Já om oBSA, o
efeitoavalanhe foipratiamenteeliminado,possibilitandoaobtençãodosmelhores
ganhosdentre todos osalgoritmosavaliados. Alémdisso, suaimplementaçãoémais
simples e a obtenção damétria de deisão se dá diretamente no próprioponto de
I
n the last years, the IEEE 802.11 WLAN has beome very popular and widely deployed for Internet aess. On the other hand, voie over IP is one of the fastgrowingInternetappliationstoday. Thankstotheonvergeneofthesetwotrends,
it is believed that VoIP over WLAN is expeted to beome an important Internet
appliation.
However, the so alled avalanhe eet has been identied as a real problem
in a WLAN, when operating near its apaity limit, in whih the admission of an
additionalallmayresultinunaeptableQoSforalltheongoingVoIPonnetions.
In this ontext, the all admission ontrol has been pointed out as an interesting
researhissue.
We have proeed the performane evaluation of four CAC algorithms. Two of
themwerefoundinspeializedliterature,onebasedonatheoretialequation(EQA)
and the other based on the hannel busyness ratio (CBA). The other algorithms
representtheinnovativeproposalsofthiswork,onebasedonthemeasureddownlink
FER(FEA) andthe other basedonthe transmissionbuer utilizationratio (BSA).
The resoure alloation provided by the FEA is more eient than the
one provided by EQA or CBA. However, this algorithm onsiders the aurate
availability of the downlink FER metri at the aess point. The BSA has almost
eliminated the avalanhe eet ahieving the best gains interms of apaity and
resourealloationwhenomparingwithallthealgorithmsevaluated. Additionally,
the pratial implementation of the BSA is very simple and the deision metri is
Ao Prof. Dr. Franiso Rodrigo Porto Cavalanti por ter sido meu orientador
desdeo períododa graduação.
Aos olegas do GTEL pelo ompanheirismo, proporionando um ambiente de
trabalho bastante salutar. Não poderia deixar de agradeer de maneira espeial
ao olega Viente Ângelo de Sousa Jr. pelo entusiasmo om o qual ele assumiu o
papel de meu o-orientador, mesmoque extra-oialmente, e aos olegas Leonardo
SampaioCardoso, André Ribeiro Braga,Alex PereiradaSilva,Elvis MiguelGaleas
StananellieCarlosHéralesMoraisde Limapelasdisussõesténias, omentários
esugestões.
Aos meus familiares e à Caroline Beserra de Castro, pelo inentivo e apoio
inondiional.
Lista de Figuras x
Lista de Tabelas xi
Lista de Arnimos xii
1 Introdução 1
1.1 Motivação e Objetivo . . . 1
1.2 Metodologia . . . 3
1.3 Contexto de Desenvolvimento daDissertação . . . 4
1.4 Produção Cientía eContribuições . . . 4
1.5 Estrutura da Dissertação . . . 5
2 Voz sobre IP em Redes Loais sem Fio 7 2.1 Vozsobre IP . . . 7
2.1.1 Componentes Serviço de Vozsobre IP. . . 9
2.1.2 Medidas de Qualidadedo Serviço de Vozsobre IP . . . 9
2.2 Redes Loais sem Fio . . . 10
2.2.1 Camada Físiado Padrão IEEE 802.11a . . . 12
2.2.2 Camada de Aesso aoMeio doPadrão IEEE 802.11 . . . 13
2.3 Problemas de Desempenho do Serviço de Voz sobre IP em Redes Loais sem Fio eRevisão de Literatura . . . 15
2.4 Sumário . . . 17
3 Modelagem do Sistema e Ferramenta de Simulação 19 3.1 Caraterístias Gerais da Ferramentade Simulação . . . 20
3.1.1 Estrutura doSimulador . . . 21
3.1.2 Gereniamentode Eventos . . . 21
3.2 Considerações Sobre o Canalde Rádio . . . 22
3.2.1 Interferênia . . . 23
3.2.2 Curvas de Enlae de Rádio . . . 24
3.3.1 Modelo de Tráfego para oServiço de VoIP . . . 28
3.4 Resultados de Validação . . . 29
3.4.1 Resultados de ValidaçãodaCamada MAC . . . 29
3.4.2 Avaliaçãoda Cobertura e SNR. . . 31
3.5 Sumário . . . 32
4 Desempenho do Serviço de Voz sobre IP em Redes WLAN 35 4.1 Denição doCenário eMétrias de Simulação . . . 35
4.1.1 Cenário de Simulação . . . 35
4.1.2 Métrias de Avaliação doSistema . . . 37
4.2 Caraterização do Serviço de VoIP emRedes WLAN . . . 39
4.3 Sumário . . . 46
5 Controle de Admissão de Chamadas para o Serviço de VoIP em Redes WLAN 47 5.1 Desrição dos Algoritmos de CAC para o Serviço de VoIP . . . 48
5.1.1 Algoritmo de CAC Baseado na Estimação Teória da Capaidade daRede (EQA) [1℄ . . . 48
5.1.2 Algoritmo de CAC Baseado na Taxa de Utilização do Canal (CBA) [2℄ . . . 50
5.1.3 Novo Algoritmo de CAC Baseado naFER (FEA) . . . 51
5.1.4 NovoAlgoritmode CACBaseadonoPerentualde Utilização do Buer doTransmissor (BSA) . . . 52
5.2 Avaliaçãode Desempenho dos Algoritmosde CAC . . . 53
5.2.1 Avaliação de Desempenho dos Algoritmos de CAC Seleionados daLiteratura . . . 53
5.2.2 Avaliaçãode Desempenho dos Algoritmosde CACPropostos . 56 5.3 Sumário . . . 69
6 Conlusões e Perspetivas 73
2.1 Arquitetura de um sistemaWLAN . . . 12
2.2 Meanismode Aesso Básio. . . 15
3.1 Estrutura FunionaldaFerramentade Simulaçãode redes WLAN. . . 22
3.2 Gereniador de Eventos. . . 23
3.3 Taxa de Erro de Paote. . . 24
3.4 Curvasde Adaptação de Enlae para aCamada PHY.. . . 25
3.5 Curvasde validação: teório (pontilhado)versus simulado (símbolos). 31 3.6 Distribuição dos modos OFDM em torno do AP. Efeito do sombreamentodesonsiderando. . . 32
3.7 Distribuição dos modos OFDM em torno do AP. Efeito do sombreamentoadiionado ao daperda de perurso. . . 33
4.1 Ilustraçãodas onexõesde umaredeWLANnomodoinfra-estruturado. 36 4.2 Exemplo de urva de apaidade. . . 38
4.3 Comportamento temporal do sistema em termos do número de usuários onetados eda FER médiado enlae direto.. . . 40
4.4 Detalhe do omportamento temporal do sistema em termos do número de usuários onetados simultaneamente e da FER média do enlaedireto.. . . 41
4.5 Atraso de aesso do enlaereverso. . . 41
4.6 Atraso de aesso do enlaedireto. . . 42
4.7 Taxa de perda de paotes doenlae reverso. . . 42
4.8 Taxa de perda de paotes doenlae direto. . . 43
4.9 Taxa de paotes desartados pela amada MAC, atingido o número máximo permitidode retransmissões. . . 43
4.10 Taxa de paotesdesartados pelobuer doterminaltransmissor. . . 44
4.11 Taxa de paotes desartados pelo buer de playout do reeptor em ada enlae separadamente. . . 45
4.12 Perentual de usuáriossatisfeitos emada enlae separadamente. . . . 45
4.13 Curvade satisfação para oserviço de VoIP. . . 46
5.4 Taxa de usuáriosbloqueados. . . 55
5.5 Perentual de usuáriossatisfeitos. . . 55
5.6 Atraso de aesso médio doenlae direto. . . 56
5.7 FER médiadoenlae direto. . . 57
5.8 Taxa de usuáriosbloqueados. . . 57
5.9 Curvasde satisfaçãopara o algoritmoFEA. . . 58
5.10 Evolução temporalda FER médiado sistema. . . 59
5.11 Evolução temporaldo númerode usuáriosonetados ao sistema. . . 60
5.12 Comportamentotemporal dosistema sem meanismo de CAC. . . 61
5.13 Detalhe omportamentotemporaldosistema sem meanismo de CAC. 62 5.14 FER médiadoenlae direto, buer om apaidade para 300 paotes. 63 5.15 FER médiadoenlae direto, buer om apaidade para 500 paotes. 63 5.16 FER médiadoenlae direto,buer om apaidadepara 1000 paotes. 64 5.17 Taxa de usuáriosbloqueados, buer om apaidade para 300 paotes. 64 5.18 Taxa de usuáriosbloqueados, buer om apaidade para 500 paotes. 65 5.19 Taxade usuáriosbloqueados,buer omapaidadepara1000paotes. 65 5.20 Curvas de satisfação para o algoritmo BSA, buer om apaidade para 300 paotes. . . 66
5.21 Curvas de satisfação para o algoritmo BSA, buer om apaidade para 500 paotes. . . 67
5.22 Curvas de satisfação para o algoritmo BSA, buer om apaidade para 1000 paotes. . . 68
5.23 Evolução temporaldo buer de transmissãodo AP. . . 68
5.24 Evolução temporalda FER médiado sistema. . . 69
5.25 Evolução temporaldo númerode usuáriosonetados ao sistema. . . 70
2.1 Atributosde CODECs omumente utilizados[3℄. . . 9
2.2 Parâmetros daamada PHY dopadrãoIEEE 802.11a. . . 12
2.3 Parâmetros doDCF espeíos para o IEEE 802.11a. . . 14
3.1 Tabela de Dimensionamentode Cobertura para oIEEE 802.11a. . . . 28
4.1 Prinipaisparâmetros de onguraçãodoenário de referênia. . . 37
5.1 Overhead por paote enviado levando em onta a taxa média de
ACK Aknowledgement
AP Aess Point
CAC Controle de Admissão de Chamadas
CODEC Codiador-Deodiador
CSMA/CA Carrier Sense Multiple Aess / Collision Avoidane
CTS Clear-to-Send
DCF Distributed Coordination Funtion
DIFS Distributed InterframeSpae
FER Frame Error Rate
GTEL Grupo de Pesquisas emTeleomuniaçõessem Fio
IEEE Institute of Eletrial and EletronisEngineers
IP Internet Protool
ISI Inter-SymbolInterferene
ISO International Organization for Standardization
ITU-T International Teleommuniations Union-Teleommuniation
LAN Loal Area Network
MAC Medium Aess Control
OFDM Orthogonal Frequeny Division Multiplexing
OSI Open System Interonnet
PCF Point Coordination Funtion
PER Paket Error Rate
PHY PhysialLayer
QoS Quality of Servie
RTP RealTime Protool
STA Station
TCP Transport ControlProtool
UDP User Datagram Protool
UFC Universidade Federaldo Ceará
VoIP Voie over IP
WLAN Wireless LoalArea Network
Wi-Fi Wireless Fidelity
Capítulo
1
Introdução
1.1 Motivação e Objetivo
Nosúltimosanos,observou-seosurgimentoearápidadisseminaçãodatenologia
de redes loais sem o (WLAN, Wireless Loal Area Network) que integrou-se ao
meradoatualetornou-sepopularomoredede bandalargadeaessoàInternet. A
tenologiaWLAN maispopularfoi apadronizadapeloIEEE (Instituteof Eletrial
and Eletronis Engineers), denominada IEEE 802.11, também onheida omo
Wi-Fi (Wireless Fidelity). Anteriormente vistas apenas dentro de empresas, as
redes WLAN são de fato uma realidade resente nos meios residenial, omerial,
industrialeemáreapúblias. Estas redes ganharampopularidadepelaaltataxade
transmissão,robustez,baixoustoepelafailidadedeinstalaçãoeusoemambientes
doméstios,empresariais, omeriais, et.
Paralelamente,oserviçodevozsobreIP(VoIP,VoieoverIP)apresentaumadas
maiores taxas de resimento dentre as apliações de Internet da atualidade. Este
serviço tem duas vantagens prinipais em relação ao serviço de voz prestado pelas
operadoras de telefonia onvenional. A primeira delas é que, utilizando ténias
avançadas de ompressãode vozeompartilhamentode banda emredes omutadas
porpaote,oVoIP apresentaumaeiênia dousodalargurade bandalargamente
superioraodaredetelefniaonvenionalaumustoreduzido. Alémdisso,oVoIP
failitaa riação de novos serviços que ombinam omuniação de voz om outras
mídias e apliações de dados omo vídeo, white boarding e ompartilhamento de
arquivos.
isso se torne realidade, no entanto, dois problemas ténios neessitam ainda ser
soluionados:
◮
Baixa apaidade do sistema WLAN - Estudos realizados em [1,37℄indiam que a apaidade de prover serviços de voz é bastante limitada nas
redesWLAN atuais. Isto sedá basiamente por dois fatores:
•
elevado overhead adiionado aos paotes de VoIP, de tamanhorelativamente reduzido, pelos abeçalhos das amadas da pilha de
protoolosatravessadas pelomesmo;
•
ineiênia inerentedo protoolo de aessoao meio utilizadopelas redesWLAN.
◮
Coexistênia om outros tipos de serviço - O desempenho do VoIPé signiativamente afetado pela oexistênia om outros tipos de tráfego
geradospor apliaçõestradiionais omo WWW ee-mail, entre outros [79℄.
Não obstante a reduzida apaidade ofereida pelo sistema, outro aspeto deve
aindaserobservado. Estudosrealizadosem[7,10℄mostramque,noasodeumarede
funionando próximo ao seu limite de apaidade, a admissão de um novo usuário
pode provoar adegradação de todas as sessões pré-existentes, levando o sistema à
instabilidade.
Portanto, torna-se evidente que em uma rede dinâmia, onde onstantemente
novas sessões são iniiadas e outras nalizadas, um meanismo de ontrole de
admissãosefazneessário. Destaforma,esseontrolede admissãode hamadastem
omo objetivo prinipal funionar omo um habilitador da tenologia, permitindo
que a rede permaneça funionando satisfatoriamente, dada uma mudança pontual
naarga ofereida.
Na literaturapesquisada foramenontrados modos de prover o serviço de VoIP
por meio de funionalidades do novo padrão WLAN IEEE 802.11e [1114℄. Este
padrão foi nalizado reentemente, emnovembro de 2005, e provê suporte de QoS
(QualityofServie)paraestasredes. Noentanto,algumtempoaindaseráneessário
atéqueequipamentosompatíveisom essepadrãoestejamdisponíveisnomerado.
Alémdisso,mesmodepoisde disponíveisemlarga esala,asubstituição dos pontos
Portanto, os estudos realizados nesta dissertação têm omo prinipal objetivo
propor alternativas eientes de ontrole de admissão neessárias à implantação
imediata do serviço de VoIP nas redes WLAN em funionamento na atualidade.
Estas são baseadas nas tenologias IEEE 802.11 a/b/g, uja adoção e implantação
éampla. Alémdisso, estas propostas visampromover modiações exlusivamente
nosoftware degerêniadopontodeaesso,nãoenvolvendo,assim,ustosadiionais
om asubstituição dos equipamentos existentes narede.
A seqüênia de ações neessárias para alançar este objetivo é enumerada a
seguir:
◮
CaraterizardinamiamenteodesempenhodoserviçodevozsobreIPemredesWLAN;
◮
Avaliar o desempenho de ténias existentes de ontrole de admissão dehamadasde VoIP emredes WLAN;
◮
Propor um algoritmobaseado na minimizaçãoda taxade paotes perdidos;◮
Proporum algoritmobaseado nautilizaçãodobuer de transmissãodopontode aesso;
◮
Comparar o desempenho dos algoritmos propostos om o das téniasexistentes avaliadas anteriormente.
1.2 Metodologia
Uma rede WLAN apresenta omponentes e proessos uja natureza aleatória
deve ser apropriadamente apturada nos modelos. Uma abordagem puramente
analítia deste ambiente demandaria tantas simpliações que a desrição dos
proessos envolvidos aria omprometida. Por outro lado, a ondução de
experimentos om o sistema real, na maioria dos asos, é um proedimento
dispendioso e,porvezes, inviável. Istoé válido para os problemas emquestão.
Neste aso, a simulação omputaional do sistema surge omo a ferramenta
mais indiada para realização da análise de apaidade e qualidade de serviço. A
simulação da adeia ompleta de omuniação, desde o nível de bits e símbolos da
amadafísiaaté osníveisderede oudeapliação, noentanto,demandariaesforços
de métodos espeíos paraadequar osresultados de nívelde enlaeaos de sistema
utilizandoosresultados obtidos noprimeiroomo entradas para o segundo.
Estetipodemetodologiafoiamplamentedisutidaemdiversostrabalhos[1520℄
e será adotada aqui, utilizando, portanto,resultados obtidos através de simulações
de enlae omoentradas para a avaliação dodesempenho em nível sistêmio.
O núleo deste trabalhorefere-se à avaliação de desempenho em nível sistêmio
deténias de ontrolede admissãoparaoserviçode vozsobreIPemredesWLAN.
A metodologia adotadapara abordaras questões relaionadasa este tema onsiste
de duas etapas. Primeiramente, é realizado um estudo das ténias de ontrole
de admissão de hamadas, tendo em vista a resolução dos problemas enumerados
na seção anterior. Em seguida o seu desempenho é avaliado através de simulações
sistêmiasdinâmias. Estas simulações têm omo objetivo a modelagem ompleta
darede WLAN, emulando sua infraestrutura om opontode aesso,os serviços de
rádio, as estações e suas interações (nasimento e morte de usuários, esquema de
aessoao meio, funçõesde gerênia de reursos de rádio, et).
1.3 Contexto de Desenvolvimento da Dissertação
Esta dissertação foi desenvolvida junto ao GTEL do Departamento de
Engenharia de Teleinformátia da UFC. Este grupo vem trabalhando na
onsolidação de pesquisa apliada e desenvolvimento na área de teleomuniações
naUFC através de projetos om pareiros aadêmios e dosetor industrial.
O trabalho aqui apresentado está em onsonânia om o projeto atualmente
desenvolvidopeloGTEL:UFC.10-ADVANCEDCOMMOMRADIORESOURCE
MANAGEMENT FOR MULTI-ACCESS MULTI-SERVICES WIRELESS
NETWORKS. Este projeto foi iniiado em junho de 2004 om duração até
junho de 2006 e está enquadrado no ontexto da ooperação ténio-ientía om
aErisson doBrasil.
1.4 Produção Cientía e Contribuições
Durante o período de atividades que resultaram na produção deste trabalho
foi desenvolvida uma riteriosa ferramenta de simulação de redes WLAN IEEE
802.11a. O autor desta dissertação foi o prinipal desenvolvedor desta ferramenta,
partiipandodiretamentede todooproesso de modelagem,implementação,teste e
projetoUFC.10 daooperação ténio-ientía om aErisson do Brasil.
Inlui-setambémomoontribuiçãodestetrabalhoaaraterizaçãodinâmiado
desempenho doserviço de voz sobre IP emredes WLAN IEEE 802.11a.
No entanto, a prinipal ontribuição desta dissertação foi a proposição de dois
novos algoritmosde ontrole de admissão para o serviço de voz sobre IP em redes
WLAN IEEE 802.11. Estes algoritmosse baseiam na taxa de paotes perdidos no
enlae direto e na utilização do buer de transmissão do ponto de aesso omo
métriasde deisão.
Alguns trabalhos na área de pesquisa em foo, om publiação em ongresso
naionaleinternaional,foramproduzidos esão listadosabaixo:
◮
Avaliação de Desempenho do Padrão IEEE 802.11a em AmbienteOutdoor, J.F. Pimentel, R. L. de Laerda Neto, W. C. Freitas Jr., F. R. P.
Cavalanti e J. C. M. Mota, XXI Simpósio Brasileiro de Teleomuniações,
Belém,Brasil,Setembro 2004.
◮
Performane of Aess Seletion Strategies in Cooperative WirelessNetworks using Geneti Algorithms, Viente A. de Sousa Jr., R. A. de
O.Neto, F. de S.Chaves, L.S.Cardoso, J.F. PimenteleF. R.P.Cavalanti,
WirelessWorld Researh Forum, Paris, França, Dezembro 2005.
1.5 Estrutura da Dissertação
Esta dissertação está estruturada damaneira desritaa seguir:
◮
Capítulo 2 - traz uma desrição geral sobre as duas prinipais tenologiasemergentes abortadas nesta dissertação, o VoIP e as redes WLAN.
Iniialmente, é apresentado o serviço de voz sobre IP, desde os seus oneitos
maisgeraisaté osrequisitosde qualidadeaeitáveisparaoseufunionamento.
Segue-se, ainda, uma desrição detalhada dopadrão para redes loais sem o
IEEE802.11edoseu suplementoparaaamadafísiaIEEE802.11a. Aonal
desteapítulosãoenumeradososproblemasrelaionadosaofunionamentodo
VoIP emredes WLAN e algumas propostas de soluçãosão apresentadas.
◮
Capítulo 3 - apresenta a ferramenta de simulação de redes WLANimplementada. Suamodelagemédesritaomriquezadedetalhes,assimomo
◮
Capítulo 4 - fornee uma araterização dinâmia do desempenho da redeWLAN na qual nenhum meanismo de ontrole de admissão é utilizadopara
o serviço de VoIP. Este resultado servirá de enário de referênia para as
avaliações dos meanismos de ontrole de admissão realizadas no apítulo
seguinte.
◮
Capítulo5 - apresenta dois meanismos de ontrole de admissãoseleionadosda literatura e dois algoritmos propostos neste trabalho. Em seguida, estes
meanismossão avaliados eomparados entre si.
◮
Capítulo 6 - fornee um resumo das onlusões e ontribuições obtidas dosestudose análises realizadas nesta dissertação. Além disso, perspetivas para
Capítulo
2
Voz sobre IP em Redes Loais sem
Fio
Reentemente, o serviço de VoIP em redes WLAN surgiu omo uma opção
simplese eonmia de proverserviços de voz através de redes sem o. Aredita-se
que a onvergênia destas duas tenologias experimente altas taxasde resimento
em um futuro próximo[21℄.
No entanto, o suporte a voz provido pela rede WLAN impõe desaos
signiativos, uma vez que as araterístias de desempenho das amadas MAC
(Medium Aess Control) e PHY (Physial Layer) são bastante inferiores às das
redesxasabeadas. Destaforma,asapliaçõesde VoIPemredesWLAN trazemà
tona questões relaionadas à arquitetura do sistema, apaidade darede e ontrole
de admissão,provisãode QoS, et.
O apítulo está dividido da seguinte maneira. Uma desrição do serviço de
VoIP é feita na seção 2.1, na qual são apresentados os prinipais omponentes e
medidasdequalidadedoserviço. Emseguida,naseção2.2,sãodesritasasamadas
MAC e PHY denidas pelo padrãode redes WLAN IEEE 802.11a. Finalmente, os
problemas relaionadosà onvergênia destasduas tenologiassão apresentados na
seção 2.3.
2.1 Voz sobre IP
Grande parte do volume de informações transportadas pelas redes públias de
omuniação é voz. Para prover este serviço, normalmente são utilizadas redes
dalargurade banda [22℄.
Por outro lado, ainda sob a ótia do uso da largura de banda, as redes que
fazem uso da tenologia de omutação de paotes baseadas na Internet são muito
mais eientes. No entanto, estas últimas neessitam de uma implementação mais
elaborada para poder transportar voz.
Neste ontexto, surge o VoIP, uma tenologia que permite estabeleer
onversações telefnias em uma rede IP, tornando a transmissão de voz mais um
dos serviços suportados pela rede de dados. Desta forma, o VoIP busa prover a
qualidadede voz observada na rede omutada por iruitoatravés daeienterede
omutada por paote.
Algumas das prinipais vantagens do serviço de VoIP em relação ao serviço de
voz prestado pelas operadoras de telefonia onvenional inluem:
◮
Eiênia douso da largurade bandalargamentesuperior;◮
Softwares de baixo usto (ou mesmo gratuitos) para PCs e PDAs;◮
Disponibilidade resente de onexões de banda larga, inlusive através dehotspots WLAN;
◮
Failidade de riação de novos serviços que ombinam omuniação de vozom outras mídias e apliações de dados omo vídeo, white boarding e
ompartilhamentode arquivos;
◮
Custoreduzido da hamada.No entanto, algumasbarreirasà implantaçãodo serviço de VoIP inluem:
◮
Altaqualidade eonabilidadede funionamento darede onvenional;◮
Aqualidadedoserviçode VoIPévariável. Este problema éaindamaisrítioemredessem o, devidoàelevada freqüêniade perdade paotes, aos atrasos
mais longose aojitter maior;
2.1.1 Componentes Serviço de Voz sobre IP
Ao ser iniiadauma omuniação, osinal analógioproduzido pelavozhumana
preisa ser odiado no formato digital, para, emseguida, ser transmitido através
da rede IP. Esta, por sua vez, deve assegurar que a onversação seja transportada
emtemporealatravésdomeiodisponívelmantendoumaqualidadede vozaeitável.
A voz é odiada e omprimida, através do uso do CODEC
(Codiador-Deodiador). Este omponente é o responsável por transformar a
voz humana(analógia) emuma seqüênia de bits (digital)para transmissão numa
rede de dados, fazendo amostragens periódias no sinal de voz. A tabela 2.1 lista
osprinipaisatributos de alguns CODECs omumenteutilizados.
Tabela 2.1: Atributos deCODECs omumenteutilizados [3℄.
Code Taxa(kbps) Intervalo (ms) Payload (Bytes) Paotes/Segundo
G.711
64
20
160
50
G.723.1
5
.
3
30
20
33
G.723.1
26
.
3
30
24
33
G.729
8
10
10
50
O serviço de VoIP usa o protoolo IP para transmitir voz omo paotes de
dadossobreumaredeIP.Destaforma,umsistemaVoIPpode serimplementadoem
quaisquer redes que usem o protoolo IP: Internet, intranets e redes loais. Nesses
sistemasosinalde vozédigitalizado,omprimido,eonvertidoempaotesIP antes
de efetivamenteser transmitido pela rede.
OprotooloRTP (RealTime Protool) provê serviços de entregam-a-mpara
dados om araterístias de tempo real, tais omo áudio interativo e vídeo. As
apliações VoIP tipiamente rodam o RTP sobre UDP (User Datagram Protool)
nativodo protoolo IP.
2.1.2 Medidas de Qualidade do Serviço de Voz sobre IP
A qualidade de serviço do VoIP é inueniada basiamente por três fatores:
atraso,jitter eperda de paotes.
O atraso m-a-m é o tempo que a voz leva desde que foi emitida por quem
estáfalando até ser ouvidapeloseuinterloutor. Oatrasoesuas onseqüênias são
VoIP que apresentam um atraso superior ao máximo admissível são simplesmente
desartadosno buer de play-out doreeptor.
Ojitteréadiferençaentreotempoesperadodehegadadopaoteeseutempode
hegadareal. Dadoque ospaotessão geradosa uma taxaonstante, porexemplo,
aada20ms, éesperado queospaotesheguemaodestinoemintervalosde20ms.
No entanto, os equipamentos da rede podem provoar atrasos imprevisíveis entre
esses paotes.
Para ompensar estas variações noatraso, o terminalreeptor utilizaum buer
de play-out. Este buer é destinado à pré-aomodar os paotes reebidos de
forma que a reonstrução da voz não seja afetada pelo jitter [3℄. Nesta pesquisa,
é onsiderado que o buer de play-out é ongurado de tal forma que o jitter
é virtualmente eliminado dos paotes VoIP. Portanto, este trabalho não avalia o
omportamentodo jitter.
O desempenho do serviço de VoIP é medido em termos da taxa de perda de
paotes (FER, Frame Error Rate)), isto é, a porentagem de paotes que não
são entregues ao reeptor em tempo hábil. Na modelagem assumida, existem três
maneirasde se perder um paote:
◮
quandoéatingidoonúmeromáximoderetransmissõespermitidaspelaamadaMAC;
◮
quandoobuer doterminaltransmissor atingesua apaidademáxima enãoé mais apaz de aomodar em sua la de transmissão o paote reentemente
gerado;
◮
quandoexpira otempode desarte dopaote noreeptor.Apesar da perda de paotes ser algo indesejável, erto grau perda pode ser
toleradasem omprometimentodainteligibilidade dafala [24℄.
2.2 Redes Loais sem Fio
Emomparaçãoàstradiionais LANs(LoalArea Network),asWLANsoperam
em um meio de omuniação difíil: elevada variação temporal e espaial de suas
propriedades devido ao desvaneimento, severa limitação de largura de banda
e regulamentações de freqüênia. Além disso, ainda deve prover mobilidade e
segurança.
System Interonnet)) omum para todos os produtos atualmente omerializados
(802.11a, 802.11be 802.11g)enenhuma garantiade QoS.
Toda a família IEEE 802.11 é omposta por duas amadas fundamentais: a
amada MAC e a amada PHY. Em 1997, a primeira versão do padrão IEEE
802.11 [25℄ foi lançada e espeiava um padrão na faixa de operação de 2,4 GHz
alançando taxas de até 2 Mbps. Em 1999, o padrão reebeu uma atualização,
passando a ontar om duas novas amadas PHY, IEEE 802.11a [26℄ e IEEE
802.11b[27℄. O padrãoIEEE 802.11a,queopera nafaixa de 5 GHz,espeiauma
amada PHY baseada em OFDM (Orthogonal Frequeny Division Multiplexing),
alançandotaxas de até 54 Mbps.
Do ponto de vista da arquitetura, a rede WLAN pode se apresentar de
duas formas distintas: infra-estruturada e ad-ho. Na onguração de rede
infra-estruturada, os terminais sem o estão onetados ao bakbone através do
ponto de aesso enquanto que na onguração ad-ho a omuniação é realizada
ponto-a-ponto.
A maioria das WLANs de hoje em dia são redes infra-estruturas. Nelas, a
transferênia de dados aontee sempre entre uma estação e um ponto de aesso.
Desta forma, o ponto de aesso é um nó espeial responsável pela aptura e
retransmissão das mensagens enviadas pelas estações. A transferênia de dados
nunaoorrediretamenteentreduasestações. Alémdisso,opontodeaessotambém
age omo uma ponte, onetando asestaçõesà rede IP xa.
A arquitetura básia de um sistemaWLAN infra-estruturadopode ser vista na
gura2.1. Os papéisdas entidades mostradas são:
◮
STA -ASTA(Station),éaestaçãoutilizadapelousuárioparaaessararedeWLAN.
◮
AP - O AP (Aess Point) é o ponto de aesso utilizado pelas STAs paraaessar outras estações ou a rede xa. Se omporta tal qual um STA porém
ofereeserviços de distribuição de dados.
◮
BSS - O BSS (Basi Servie Set), é o onjunto de estações que é ontroladoporuma função de oordenação (geralmente papel de um AP).
◮
DS - O DS (Distribution System), dene a interonexão entre as BSSs deformaariar um ESS.
PSfragreplaements
AP1
AP2
STA1
STA2
STA3
STA4 BSS1
BSS2
ESS
DS
Figura 2.1: Arquitetura deumsistemaWLAN
2.2.1 Camada Físia do Padrão IEEE 802.11a
A amada PHY do padrão IEEE 802.11a [26℄ utiliza modulação OFDM, que,
devidoa sua robustez em anais seletivosemfreqüênia, éum forte andidatopara
as futuras redes de omuniação sem o. A PHY é onstituída por 8 modos de
operação, omo desrito na tabela 2.2, podendo alançar taxas de transmissão de
6Mbps a54 Mbps.
Tabela 2.2: Parâmetros da amadaPHY do padrãoIEEE802.11a.
Vazão Taxa de BitsCodi- BitsCodi- Bytespor
(Mbps) Modulação Código ados por ados por Símbolo
Subportadora SímboloOFDM OFDM
6 BPSK 1/2 1 48 3
9 BPSK 3/4 1 48 4,5
12 QPSK 1/2 2 96 6
18 QPSK 3/4 2 96 9
24 16QAM 1/2 4 192 12
36 16QAM 3/4 4 192 18
48 64QAM 2/3 6 288 24
54 64QAM 3/4 6 288 27
de informação útil. As portadoras piloto são utilizadas para transmitir sinais
de referênia om o objetivo de pereber e minimizar os efeitos gerados por
variações que oorram na freqüênia e/ou na fase do sinal. Para eliminar a ISI
(Inter-SymbolInterferene),éinseridoumtempodeguardaentreossímbolosOFDM
adjaentes. Utilizando uma propriedade da transformada de Fourier para garantir
a ortogonalidade entre as subportadoras, o modulador OFDM transmite parte do
próximo símboloOFDM durante otempode guarda(prexo ílio).
2.2.2 Camada de Aesso ao Meio do Padrão IEEE 802.11
Para aessar o meio de omuniação, a família IEEE 802.11 provê dois
meanismos de aesso: PCF (Point Coordination Funtion) e DCF (Distributed
Coordination Funtion). O PCF é baseado em um protoolo MAC entralizado
promovendo o aesso ao meio sem ontenção. O DCF é o meanismo de aesso
ao meio fundamental do IEEE 802.11. Este último onsiste de um esquema de
aesso aleatório baseado no protoolo CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Aess
/ Collision Avoidane). O DCF permite duas ténias para a transmissão de
paotes: ométodode aessobásioeoRTS/CTS (Request-to-Send/Clear-to-Send).
O método de aesso básio é araterizado pela transmissão de um ACK
(Aknowledgement) logodepoisda reepção bem suedida de um paote de dados.
De maneiraadiional, a ténia onheida omo RTS/CTS permite que o terminal
quepretende transmitirreserve o meio para si,enviando um paotede requisição
RTS. O terminalde destino onrma o reebimento doRTS, enviando de voltaum
CTS. Em seguida, oorre a transmissão do paote de dados e o terminal reeptor
onrma aboareepção deste enviando um ACK.
Osestudosapresentadosnestetrabalhofoamapenasnométododeaessobásio
suportado pelo DCF do IEEE 802.11a. Desta forma, um terminal om um paote
prontopara sertransmitido monitoraaatividadedoanale seesteestiver livrepor
umintervalodetempoigualousuperior aumDIFS(DistributedInterframeSpae),
o terminal transmite. Caso o anal esteja oupado, o monitoramentoontinua até
que este esteja livre por um DIFS. Neste momento, o terminal gera um tempo de
espera aleatório,onheidoomo bako,paraminimizaraprobabilidadede olisão
om paotestransmitidos por outrosterminais.
ApósoDIFS,otempodeesperaédisretizadoeumterminalsópodetransmitir
meio e reativado quando o meio é detetado livre novamente por pelo menos um
DIFS.O terminaltransmite quando o ontador de bako atinge zero.
O DCF adota um esquema de bako exponenial. A ada tentativa de
transmissão, o intervalo de bako é esolhido aleatoriamente numa distribuição
uniforme no intervalo
(0
, w
−
1)
, ondew
é hamada de janela de ontenção e seuvalor depende do número de tentativas de transmissão do paote. Iniialmente,
w
assume o valor da janela de ontenção mínima,
CW min
. Após ada transmissãomal suedida, o valor de
w
é dobrado até que seja atingida a janela de ontençãomáxima
CW max
= 2
m
CW min
.
Atabela2.3apresentaosprinipaisparâmetrosdoDCF espeíosparaoIEEE
802.11a.
Tabela 2.3: Parâmetros do DCFespeíosparao IEEE802.11a.
Parâmetro Valor Denição
SlotTime
9
µs
Duração do Slot detempoSIFS
16
µs
Duração doSIFSDIFS
34
µs
DIFS =SIFS+2.SlotTimeCWmin
15
Janela de Contenção MínimaCWmax
1023
Janela deContençãoMáximaRetryLimit
7
Limite Máximode RetransmissõesUm exemplo de operação do método de aesso básio é apresentado na gura
2.2. Ao nal da transmissão dopaote, oterminal B espera o período de um DIFS
e esolhe um valor aleatório para o bako antes de transmitir o próximo paote
(bako
= 7
,noexemplo). Noinstantedetempoindiadopelasetaoprimeiropaoteé gerado no terminal A. Este espera por um DIFS e transmite. Neste instante o
ontador de bako doterminal B ongela em4, só voltando a ser derementado
2.3. ProblemasdeDesempenhodoServiçodeVozsobreIPemRedesLoaissemFioeRevisãodeLiteratura 15 ?? EstaçãoA EstaçãoB DIFS DIFS DIFS DIFS Paote SIFS ACK ACK Meiooupado 0 1 2 3 4 5 6 7
slotdetempo
Slot 4: janeladebako ongelada
Figura 2.2: Meanismode Aesso Básio.
2.3 Problemas de Desempenho do Serviço de Voz sobre IP em
Redes Loais sem Fio e Revisão de Literatura
Como desrito anteriormente, o padrão IEEE 802.11a suporta taxas de
transmissão de até 54 Mbps. Por outro lado, uma sessão de VoIP requer era
de 64 kbps por uxo de dados (CODEC G.711). Baseado nestas informações, o
leitor desavisado é levado a rer que o número total de uxos VoIP simultâneos
suportados por uma rede 802.11a poderia hegar a 54 M/64 k = 844 uxos, o que
orreponde a422 sessões de VoIP (ada sessão VoIPé omposta pordois uxos).
No entanto, os tabalhos [3,5,7,28,29℄ mostram que a apaidade máxima de
onexões VoIP que uma rede IEEE 802.11a pode omportar se limita a algumas
dezenas. Isto se deve prinipalmente aos overheads introduzidos pelos abeçalhos
IP/UDP/RTP,abeçalhosdasamadasPHYeMAC,temposdebako,transmissão
depaotesde onrmação(ACK)e intervalosentre transmissõesde paotes(DIFS,
SIFS, entre outros).
Além da baixa apaidade, estudos realizados em [3,10℄ mostram que, no aso
de uma rede funionando próximo ao seu limite de apaidade, a admissão de um
novo usuário pode provoar adegradação de todas assessões pré-existentes.
Esta espéiede efeitoavalanhe oorredevido aodesbalaneamentode tráfego
entre os enlaes direto e reverso. Em uma rede WLAN infraestruturada, o AP
tráfego gerado individualmente por ada uma das estações. Com a adição do novo
usuário além da apaidade do sistema, o liente om maior arga é o primeiro a
ser prejudiado pelo meanismo de aesso ao meio DCF. Ou seja,o AP não é mais
apaz de entregar os paotes em tempo hábil fazendo om que a perda de paotes
alaneníveisinaeitáveispara todososuxosVoIPdoenlaedireto,resultandoem
uma qualidadede voz insatisfatóriapara todas as onexões.
OproblemadaapaidadelimitadadasredesWLANdeproverserviçosdetempo
realomooVoIPfoiabordadoextensivamenteemdiversostrabalhosenontradosna
literatura. Um apanhado dos estudos mais interessantes neste tema é apresentado
aseguir.
O PCF foi utilizado em [30,31℄ para prover serviços de tempo real em redes
WLAN. No entanto, o PCF não é suportado na maioria dos produtos enontrados
nomerado. Alémdisso, sua popularidadeé inexpressiva frente aoDCF.
ODCF foiabordadonos trabalhos [9,32,33℄nosquaisforaminvestigadas várias
estratégiasdemelhoriasdaapaidadedoVoIPatravésdemodiaçõesnoprotoolo
MAC utilizadopelas STAs.
Nesta dissertação, no entanto, deidiu-se abordar um tema ainda pouo
explorado na literatura. Ao invés de propor meios de aumentar a apaidade das
redesWLANparaoserviçodeVoIP,este trabalhoobjetivaavaliarmeanismospara
assegurar,de maneiraeiente,ofunionamentodosistemadentrodestafronteira
limitantee evitar o efeitoavalanhe desritoanteriormente.
Neste ontexto, a evideniada a neessidade da implementação de um
meanismo de ontrole de admissão. O prinipal objetivo deste meanismo é de
serviromo umhabilitador aofunionamentodatenologia,impedindoassim quea
entrada de um novo usuárioprovoque adegradação darede omo um todo.
Naliteraturapesquisada foramenontrados algunstrabalhos abordando otema
de ontrole de admissão para redes WLAN. No entanto, a maioria deles tratava
apenas o padrão IEEE 802.11e. Algumas propostas para este padrão podem ser
enontradas em[11,3441℄.
Apenas quatro esquemas de ontrole de admissão voltados ao padrão original
foramidentiados naliteraturapesquisada[1,2,10,42℄. Oprimeirodeles sebaseia
naequação desenvolvida em[1℄para determinaronúmeromáximode lientes VoIP
que um AP pode suportar. Em [2℄, faz-se uso da taxa de utilizaçãodo anal omo
propostos em [10,42℄, demandavammodiaçõesnaamada MAC dopadrão epor
esse motivonão foramonsideradospara avaliação.
Dado oreduzido número de trabalhos sobre o tema, identiou-se o ontrole de
admissão para o serviço de VoIP em redes WLAN IEEE 802.11 omo um niho a
ser explorado. Os esquemas avaliados, tanto os seleionados da literaturaomo os
propostos neste trabalho, são desritos emdetalhes noapítulo5.
2.4 Sumário
Neste apítulo foram desritas as duas tenologias que ompõem o erne deste
trabalho: oserviço de VoIP e o padrãode redes WLAN IEEE 802.11a.
Iniialmente, foram apresentados os prinipais omponentes e medidas de
qualidadedoserviço de vozsobre IP.Emseguida,foifeitauma explanaçãosobre as
amadasMACe PHY denidas pelo padrãode redes WLAN IEEE 802.11a.
Ao nal do apítulo, foram apresentados os problemas relaionados à
onvergênia destas duas tenologias. Dentre estes problemas, o meanismo de
ontrole de admissão para o serviço de VoIP em redes IEEE 802.11 foi identiado
omo um niho a ser explorado, dado o reduzido volume de publiações sobre o
tema.
O apítuloa seguir desreve a modelagemda ferramenta de simulação de redes
Capítulo
3
Modelagem do Sistema e Ferramenta
de Simulação
As redes de omuniações modernas apresentam um grau de omplexidade
elevado. Esta omplexidade é reetida, por exemplo, na aleatoriedade intrínsea
dos diversos eventos relaionados ao funionamento destas redes, tornando sua
análiseteória uma tarefa demasiadamenteomplexa. Neste ontexto, a simulação
omputaionalsurge omo umaalternativaà soluçãodeste problema. Destaforma,
através de simulações que emulam o funionamento das redes, é possível se obter
umamelhoraraterizaçãodoseudesempenhoeavaliaroresultadode propostasde
melhorianamesma.
Atualmente existem diversas ferramentas de simulação de redes WLAN
largamente utilizadas e disponíveis no merado tais omo o QualNet [43℄,
OPNET [44℄, ou mesmo as de ódigo aberto omo o ns-2 [45℄. No entanto,
devido à neessidade de integração deste módulo om a ferramenta multi-sistêmia
desenvolvida no ontexto do projeto UFC.10, a utilização destas ferramentas foi
desartada.
Portanto,omoobjetivodeprovermeiosparaarealizaçãodosestudospropostos
nesta dissertação, e, ao mesmo tempo, atender às neessidades estratégias do
projeto UFC.10, o autor deste trabalho partiipou ativamente do desenvolvimento
de uma ferramenta de simulação de redes WLAN. Esta ferramenta tem omo o
objetivo avaliar de maneira quantitativa e qualitativa o desempenho das referidas
redesem um enárioo mais próximopossívelda realidade.
Uma primeira versão da ferramenta de simulação de redes WLAN foi
baseada num modelo de simulação estátio, desrito em [46℄, no qual o número de
usuáriosonetadosaosistemaeraxo,ouseja,nãohaviaoproessodenasimento
e morte dos mesmos. Foi utilizado ainda um modelo simples de geração de
tráfegoom paotesdetamanhoxo. Assumiu-sequeada terminalgeravapaotes
aleatoriamente e independentemente. O número de paotes gerados num dado
intervalodetemposeguiaumadistribuiçãodePoissone,onseqüentemente, otempo
entre hegadas onseutivas exponenialmente distribuído. Estudos e resultados
preliminaressão relatados em[47℄.
No entanto, esta versão estátia se mostrou inadequada para a realização dos
estudosque estariamporvir. Por exemplo,elanão permitiaarealização doestudo
dinâmiosobreoontroledeadmissãodosusuáriosnosistema. Alémdisso,omodelo
de geraçãode tráfego era bastante limitadoe não modelavade maneirasatisfatória
oomportamentode um usuárioreal.
Desta forma, a ferramenta de simulação sofreu um proesso de remodelagem e
seguiu novamente todo o ilo de desenvolvimento passando pela implementação,
teste e validação da mesma. Desta vez a ferramenta foi desenvolvida em
linguagemC++ dado o seu melhor desempenho omputaionalquandoomparada
ao Matlab
. Além disso, ela foi modelada utilizando-se oneitos de programação
orientada a objetos. Isto possibilitou um desenvolvimento onsistente, geral,
extensível e reutilizável do ódigo tornando-a uma poderosa ferramenta de
simulação.
Este apítuloestá estruturado daseguintemaneira. As araterístiasgerais da
ferramenta de simulação são apresentadas na seção 3.1. Emseguida, na seção 3.2,
são abordadas as questões relaionadas à modelagem doanal de rádio, tais omo,
modelode propagação,interferênia,dimensionamentode obertura,dentre outros.
A modelagem da fonte de tráfego, inluindo os detalhes de modelagem do serviço
de voz sobreIP, édesritanaseção 3.3. Finalmente,na seção3.4, são apresentados
algunsresultados de validaçãoda ferramentade simulação.
3.1 Caraterístias Gerais da Ferramenta de Simulação
Aferramentade simulaçãode redesWLAN,ousimplesmenteWLANSim,éuma
ferramenta dinâmia orientada a eventos disretos [48℄ baseada no padrão IEEE
802.11 [25℄. Nesta ferramenta de simulação foi implementado o meanismo básio
uso de um meanismode deferimentoexponenialdesritona seção 2.2.
O WLANSim tem omo objetivo araterizar melhor, permitir a avaliação
mais aprofundada do sistema WLAN e prover graus de liberdade neessários à
implementaçãodefunionalidadesdegerêniadereursosderádioavançadas. Desta
forma,oWLANSimestámaisfoadonapartesistêmiadarede,inluindooesquema
deaessoaomeioegerêniadosusuáriosedotráfego,emenosdireionadoàquestões
relaionadasà propagaçãoe efeitos provoados pelo anal rádio-móvel.
Uma ferramenta de simulação da amadaPHY foi desenvolvida separadamente
omoobjetivodeavaliarasaraterístiasrelativasaoenlaederádiodenidaspelo
IEEE 802.11a [26℄ e prover urvas de desempenho que são utilizadas omo dados
de entrada no WLANSim. Maiores detalhes sobre a ferramenta de simulação de
amadaPHY podem ser enontrados naseção 3.2.3.
3.1.1 Estrutura do Simulador
AestruturafunionaldaferramentadesimulaçãoderedesWLANéapresentada
nagura 3.1. A entrada de dados orresponde aos parâmetrosde onguração que
são iniializados de formaa ongurar e ontrolar a exeução das simulações, e.g.,
taxa de nasimento de usuários, mobilidade, modelos de tráfego, parâmetros da
amadas MAC e PHY, et. O bloo Sistema WLAN ontrola o gereniador de
eventos, ospontos de aessoe suas estações. Ogereniador de eventos éaprinipal
entidade funional da ferramenta de simulação. Ele é responsável por ontrolar o
uxo dalistade eventos e disparara exeuçãode ada um deles, nodevido tempo,
durantetodoo períodode simulação.
3.1.2 Gereniamento de Eventos
A ferramenta de simulação de redes WLAN segue um modelo de simulação
orientada aeventos disretos [48℄. Umadas propriedadesfundamentaisdos eventos
é o seu tempo de exeução que india o instante de tempo de simulação no qual
esteeventodeveser proessado. Umavezquetodasasmudançasde estadooorrem
apenasnostemposde exeuçãogravadosnoseventos, osperíodosde inatividadesão
omitidos.
O gereniador de eventos é ilustrado na gura 3.2. Os eventos são ordenados
em função dos seus tempos de exeução. Ogereniador aptura o primeiroevento,
i.e., aquele que possui o menor tempo de exeução, e transfere o ontrole para a
. . .
. . .
. . .
PSfragreplaements
Parâmetros
Configuração
SistemaWLAN
AP
STA
STA
AP Gereniador
deEventos Eventos
Interfae
Enlae
Sistema
Funionalidades
deRRM
Figura 3.1: Estrutura Funional da Ferramenta de Simulação de redes WLAN.
de introduzi-lo orretamentena sua listaordenada de eventos.
Posto que ada evento é auto-exeutável, o gereniador de eventosé indiferente
aotipo de evento que está sendo proessado. Esta araterístiaprovê uma grande
exibilidade ao gereniador, uma vez nenhuma mudança no seu funionamento é
neessária noaso de inlusão de um novo tipode evento emuma versão futura da
ferramenta.
3.2 Considerações Sobre o Canal de Rádio
Para efeito de simpliação, o retardo de propagação foi onsiderado onstante
para todos os terminais e é alulado tomando por base seu valor limite, i.e., o
retardo visto pelo terminal que se enontra na borda da élula. Esta abordagem
pessimista fornee um retardo de propagação de 0.2
µ
s para um raio de oberturade 60m,omodesrito naseção3.2.5. Tambémnão foi onsideradaa existêniade
terminaisesondidos nem ainuênia do efeitoaptura.
Pelo mesmo motivo, onsiderou-se que todos os paotes de ACK são reebidos
orretamente. Estasuposiçãoébastanterazoávelquandoseonsideraqueospaotes
deACKsãotransmitidosutilizandoomodoOFDMmaisrobustoaerros,i.e.,aquele
...
PSfragreplaements
Evento
Evento Evento
Evento Evento Evento Evento
Evento
Novo
Evento Gera
NovoEvento CapturaEvento
InsereNovoEvento
Exeuta
Evento
ListadeEventos
Figura 3.2: Gereniadorde Eventos.
3.2.1 Interferênia
A interferênia gerada por fornos de miroondas, equipamentos de Bluetooth e
telefones sem o é um problema omum em redes WLAN operando na freqüênia
de 2,4 GHz. Este é o aso dos padrões 802.11b [27℄ e802.11g [49℄. Por exemplo, a
interferênia ausada por um telefone sem o próximo ao dispositivo WLAN pode
reduzir seu desempenho em até 60
%
[50℄. Além disso, nesta faixa de freqüênia sóháespaço para nomáximo três APs operandosem interferirementre si.
Por outro lado, o padrão IEEE 802.11a [26℄ opera na freqüênia de 5 GHz que
é relativamente livre de interferênia de outros equipamentos [50,51℄. Além disso,
esteo padrãopermitequeum número maiorde APspossam oexistirnuma mesma
áreasemausarinterferêniaentreeles. Estudosrealizadosem[52℄mostraramquea
apaidadede uma rede WLAN omposta por múltiplas élulasno padrão 802.11a
pode ser até oito vezes maior que uma no 802.11b orrespondente, graças à sua
reduzida interferênia o-anal.
Com base nos argumentos aima, as simulações realizadas no WLANSim
desonsideram a existênia de fontes externas de interferênia e a interferênia
3.2.2 Curvas de Enlae de Rádio
Comointuitode determinarseuma transmissãofoibemsuedida, oWLANSim
faz uso de urvas de enlae. A gura 3.3 apresenta as urvas utilizadas no
mapeamento entre a PER (Paket Error Rate) e o valor de SNR (Signal-to-Noise
Ratio) perebido, para todos os oito modos OFDM denidos pelo padrão IEEE
802.11a. Cadaum destes modos orresponde a umataxa de transmissão espeía,
omomostrado natabela2.2.
0
5
10
15
20
25
30
10
−3
10
−2
10
−1
10
0
Modo 8
Modo 7
Modo 6
Modo 5
Modo 4
Modo 3
Modo 2
Modo 1
PSfragreplaements
SNR [dB℄
PER
Figura 3.3: Taxade Errode Paote.
A gura 3.4 mostra as urvas de vazão de dados da transmissão orrente
em função da SNR perebida. Estas urvas são utilizadas no proedimento de
adaptaçãode enlae,desrito naseção 3.2.3. É importanteobservar que omodo3,
orrespondenteàtaxadetransmissãode12Mbps,nãoofereeumaopçãoeientede
vazão, tornando-senesse enário um modonão esolhido pelaadaptação de enlae.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0
10
20
30
40
50
60
Modo 8
Modo 7
Modo 6
Modo 5
Modo 4
Modo 3
Modo 2
Modo 1
PSfragreplaements
SNR [dB℄
V
azão
[Mbps℄
Figura 3.4: CurvasdeAdaptação deEnlae para a CamadaPHY.
paraassimulaçõessistêmias. Esta ferramentabaseia-senanormadopadrãoIEEE
802.11a [26℄ para a transmissão de dados em um anal sujeito a ruído aditivo
gaussiano brano. Maiores detalhes sobre esta ferramenta, desenvolvida no âmbito
doGTEL, podem ser obtidos em[47℄.
3.2.3 Interfaeamento entre o Nível Sistêmio e o Nível de Enlae
As urvas de enlae apresentadas na seção 3.2.2 são utilizadas a ada nova
tentativa de transmissão de paote. Com base no valor de SNR perebido, estas
urvas determinama taxae a PERda transmissão orrente.
O padrão IEEE 802.11a dene oito modos OFDM que orrespondem às taxas
de transmissão de 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48 e 54 Mbps. A ada nova tentativa
de transmissão o meanismo de adaptação de enlae deve determinar a taxa da
transmissãoorrente. AesolhadomodoOFDM,eonseqüentementesuarespetiva
forneeráa vazão máxima apartir das urvas mostradas nagura 3.4.
Uma vez determinado o modo OFDM, e a respetiva taxa de transmissão, é
neessário determinar a probabilidadeda transmissão ser bem suedida, ou seja, a
PER. Analogamente, a PER também é determinada om base na SNR perebida.
A gura3.3 ilustraos valores de PER para todos os modos de operaçãoOFDM.
3.2.4 Modelo de Propagação
Tradiionalmente, os modelos de propagação são utilizados para predizer a
potêniamédia dosinal reebido a uma dadadistânia dotransmissor, assimomo
sua variabilidade em torno de uma região próxima a um ponto em partiular.
Os modelos que predizem a potênia média do sinal para uma dada distânia
de separação entre o transmissor e o reeptor são onheidos omo modelos de
desvaneimento de larga esala [53℄. Por outro lado, os modelos que araterizam
utuações rápidas na potênia do sinal reebido ao longo de pequenas distânia
dedesloamento(pouos omprimentos deonda) oude urtaduração (na ordemde
miro-segundos)sãohamadosdemodelosdedesvaneimentodepequenaesala[53℄.
Uma vez que não é foo desta dissertação avaliar questões relaionadas à
propagação, preferiu-se utilizar um modelo de perda de perurso simples para o
desvaneimento de larga esala, omo desrito em [54℄ e [53℄. Contudo, os efeitos
do desvaneimento de pequena esala foram onsiderados apenas na urva que
relaiona a taxa de erro de paote om a SNR, apresentada na gura 3.3, obtida
onsiderando-se um anal om multiperursos. O modelo utilizado neste trabalho
onsidera perda de perurso no espaço livre
L
f ree
, medida em dB, para distâniasinferioresà distâniade referênia
d
0
:L
f ree
(
d
) = 32
,
4 + 20
·
log(
f
) + 20
·
log(
d
) [dB]
,
(3.1)sendo
f
a freqüêniadada em GHzed
adistânia emmetros.Apartirdesteponto,aperdade perurso
L
(
d
)
éexpressaemfunçãodadistâniaatravés de um expoentede perda de perurso
n
,e pode ser esritaomo:L
(
d
) =
L
f ree
(
d
0
) + 10
·
n
·
log(
d/d
0
) [dB]
.
(3.2)Oefeitodosombreamentoreeteasvariaçõesloaisdapotêniareebidadevido
edesvio padrão
σ
= 4 dB [53,55℄.3.2.5 Dimensionamento de Cobertura
Odimensionamentode oberturasefazneessárioparaadeterminaçãodoponto
real de operação do sistema. O prinipal resultado desta análise é a estimação
do raio de obertura que depende tanto do modelo de anal quanto do padrão de
amadaPHY doIEEE802.11utilizado. Este resultadoébaseado naperdamáxima
de propagação permitida [56℄. Os prinipais parâmetros levados em onta para
araterizar, de uma maneira simpliada, o alane, tanto do enlae direto omo
doreverso, numa rede IEEE 802.11aestão ilustradosna tabela 3.1.
O primeiropasso neessário para o dimensionamentode obertura é espeiar
um limiarmínimo de SNR requerida. Considerou-se que ovalormínimoadmissível
deSNRseriaaquelequeorrespondesseaumaprobabilidadede erronatransmissão
de 10
%
. Com base nagura 3.3, hegou-se ao valorde 9.785 dB. Maiores detalhessobre asurvasde PERpodem ser obtidas naseção 3.2.3.
Adiionalmente foi introduzida uma margem ontra sombreamento. Esta
margemvisaassegurarqueumaproporçãode99
%
dosusuáriosnaáreadeoberturadaélula experimentem uma SNR aima dolimiardeterminadoanteriormente.
Atabela3.1trazumapanhadogeraldodimensionamentodeobertura,inluindo
nãosomenteosparâmetrosmastambémasequaçõesutilizadasnoseuálulo. Como
resultado nal hegou-se a uma raiode obertura de aproximadamente60 m.
3.3 Fonte de Tráfego
O omportamentodinâmioda ferramenta de simulação de redes WLAN supõe
aentrada esaída de usuários. Esse proesso de nasimento de usuáriosé modelado
naformadeumproessodePoissonqueapresentatempoentrehegadas deusuários
na rede segundo uma distribuição exponenial negativa, esteja o novo usuário
demandandoumasessãodetransferêniadedadosoudevozsobreIP.Namodelagem
realizada,ageraçãodeadatipode tráfegoéindependente, istoé,paraadatipode
tráfego
i
há um proesso de Poissonom taxamédia de hegadasλ
i
. Aonaserem,osusuáriossão distribuídosdemaneirauniformedentrodoraiode oberturadoAP
denido em3.2.5.
A amadade apliaçãoé a mais altado modelo de referênia daOSI. De modo
Tabela 3.1: Tabelade Dimensionamento de Cobertura parao IEEE802.11a.
Parâmetro Valor Unidade NotaçãoeCálulo
Transmissor
PotêniaMáximadeTransmissão 20 dBm
a
Ganho daAntena 0 dBi
b
PerdasnoCabo 0 dB
c
PotêniaIsotrópiaRadiadaEquivalente 20 dBm
d
=
a
+
b
−
c
Reeptor
DensidadedeRuídoTérmio -174 dBm/Hz
e
FiguradeRuído 13 dB
f
LarguradeBandado Canal 30 MHz
g
DensidadedeRuídonoReeptor -161 dBm/Hz
h
=
e
+
f
PotêniadoRuído -86.23 dBm
i
=
h
+ 10
·
log(
g
·
10
6
)
SNR MínimaRequerida 9.785 dB
j
Sensibilidade doReeptor -76.44 dBm
k
=
i
+
j
Expoente dePerdadePerurso 3.0 -
l
MargemContraSombreamento 3.5 dBm
m
PerdadePropagaçãoPermitida 96.44 dB
n
=
d
−
k
−
m
PlanejamentoeDimensionamento
Freqüênia deOperação 5.0 GHz
o
DistâniadeReferênia 10.0 m
p
PerdadePerursoatéoBreakpoint 66.38 dB
q
= 32
.
4 + 20
·
log
(
o
) + 20
·
log
(
p
)
RaiodeCobertura 60 m
r
=
p
·
10
(
n
−
q
)
/
(10
·
l
)
onsideradamaisrelevantenaanálisededesempenhode sistemassemo, éemulada
porum modelode tráfego adequado.
Desta forma, ada novo usuário que nase nosistema gera tráfego na forma de
uma sessão om araterístias adequadas às suas peuliaridades. Ao término da
sua respetiva sessão, oorre a morte do usuário liberando assim os reursos do
sistema
3.3.1 Modelo de Tráfego para o Serviço de VoIP
O modelo de tráfego para o serviço de VoIP é baseado no modelo de atividade
de voz de dois estados om fator de atividade de voz médio de aproximadamente
50
%
.Foi esolhido o CODEC G.711 pela sua simpliidade e utilização amplamente
difundida. O G.711 suporta voz odiada a 64 kbps durante os períodos de fala.
Otempoentre doispaotesontínuos éde20ms, orrespondendo aumataxade 50
paotesporsegundo. O tamanho dopayload para o CODEC G.711 é
64000
/
(50
×
RTP[57℄,UDP[58℄eIP[59℄. Narealidade,estasamadasnãoforamimplementadas
na ferramenta de simulação, mas sua inuênia é apturada através da adição dos
seusrespetivosabeçalhos(40bytesparaoasodoIPv4)nopaoteVoIP.Nenhum
esquemade ompressão de abeçalhofoi utilizado neste trabalho.
A denição do ITU-T G.114 [24℄ e a referênia [60℄ reomendam que o atraso
m-a-m na transmissão de um paote VoIP seja inferior a 150 milissegundos.
Este atraso orresponde à soma dos atrasos de odiação e empaotamento, de
propagação na rede abeada, de enleiramento na interfae da rede sem o, de
aesso aoanal e de propagação nomeio sem o. À soma destes três últimosdá-se
onome de atraso de aesso.
No AP, o atraso de aesso de um paote VoIP orresponde ao tempo entre a
suahegadanoAPaté asua transmissãobemsuedida atravésdarede WLAN.Na
STA,este atrasoorresponde aotempoomputadodesde ageraçãodopaote até a
sua transmissão bemsuedida.
Oatraso de aesso pode ser failmentemedidodentrodarede WLAN. Porisso,
preferiu-seonsiderar que os demais atrasos inorremnuma ontribuição onstante
de 50 ms, andoos 100 msomo o limiarmáximo para oatraso de aesso. Desta
forma,um paote quehegar ao seu destino apóseste tempoé desartado.
Vale ressaltar que tanto os paotes que atingem o número máximo de
retransmissõespermitidopelaamadaMACquandoosquesãodesartadosnobuer
dotransmissor são perdidos e,neste aso, oseus atrasos de aesso orrespondentes
não são onsiderados omométria dasimulação.
Além disso, a porentagem máxima tolerável de paotes perdidos deve ar em
torno de 1
%
a 3%
para assegurar a qualidade davoz reebida [2℄. Neste trabalhofoi onsiderado omo aeitável uma porentagem de perda de paote de 2
%
. Esteparâmetrodene a satisfaçãodo usuário.
3.4 Resultados de Validação
3.4.1 Resultados de Validação da Camada MAC
Em[61℄édesritoum modelosimples,eaomesmotempobastantevalioso,para
avaliar a vazão (razão entre a quantidade de bits de informação útil e o tempo
neessário à sua transmissão) de uma rede WLAN, sob ondições de saturação,
nala de transmissão. Desta forma, sob a hipótese de anal de transmissão ideal,
i.e.,sem perdade paotesedesonsiderando-se aexistêniade terminaisesondidos
ea oorrênia do efeitoaptura, a vazão de saturação
S
é dada por:S
=
P
s
P
tr
E
(1
−
P
tr
)
σ
+
P
tr
P
s
T
s
+
P
tr
(1
−
P
s
)
T
c
.
(3.3)Naequação(3.3),
E
éotamanhoútildopaotede dados,onsideradoonstanteparatodososterminais;
P
tr
éaprobabilidadedeexistirpelomenosumatransmissãoem um determinado slot de tempo;
P
s
é a probabilidade de uma transmissão serbemsuedida, dado que existe apenas uma estação transmitindo no anal; e
σ
é aduração de um slot de tempo vazio.
T
s
é o tempo médio que o anal permaneeoupadodevidoaumatransmissão bemsuedida, e
T
c
éotempomédioqueoanalpermanee oupado devido auma olisão.
Asexpressõesparaoálulode
P
tr
,P
s
,T
s
eT
c
sãodadasem[61℄. Noentanto,asexpressões apresentadas no referido artigo para o álulo de
T
s
eT
c
dizem respeitoexlusivamenteaopadrão IEEE 802.11b. Segundo [62℄, as expressões adaptadas ao
IEEE802.11a, ambas em mirossegundos, são mostradas aseguir:
T
s
=
T
DAT A
+
SIF S
+
δ
+
ACK
+
DIF S
+
δ
(3.4)T
c
=
T
DAT A
+
DIF S
+
δ
(3.5)sendo,
T
DAT A
= 20 + 4
·
36
.
75 +
E
BpS
(3.6)
ACK
= 20 + 4
·
16
.
75
BpS
(3.7)
δ
omputa o atraso de propagação do sinal de rádio eBpS
orreponde ao númerode bytesporsímboloOFDM, de aordo oma tabela2.2. OstemposdoDIFSe do
SIFS denidos pelo padrãoé 34
µ
se 16µ
s, respetivamente.Para efeitode validação daferramenta de simulaçãosistêmia, osresultados da
equação (3.3) foram omparados àqueles obtidos pelo WLANSim, em regime de
saturação e sob hipótese de anal ideal. Também onsiderou-se todos os terminais
operandonomesmomodoOFDM,ouseja,transmitindoàmesmataxa. Foiutilizado
um paotede tamanho xo
E
= 1024
bytes.A gura 3.5mostra avazão dosistema emfunção donúmero de estações. Para
os quatro modos de operação veriados, os resultados de simulação (símbolos)
0
5
10
15
20
25
30
5
10
15
20
25
30
35
Modo 8
Modo 5
Modo 3
Modo 1
Teórico
PSfragreplaements
Número de Terminais
V
azão
de
Saturação
[Mbps℄
Figura 3.5: Curvasde validação: teório(pontilhado)versus simulado (símbolos).
3.4.2 Avaliação da Cobertura e SNR
AindanoontextodevalidaçãodoWLANSimfoiavaliadaadistribuiçãoespaial
daqualidadedosinalreebido. Baseadonofatodequeainterferênianãoestásendo
onsideradanestetrabalho,aqualidadedosinal reebidopodeser araterizadaem
termosuniamenteda SNRperebida.
As guras3.6e 3.7apresentam umadistribuição espaialdaSNR perebida em
torno do AP. As regiões diferentes (ores) indiam o modo de transmissão OFDM
queum terminalexperimentaria seloalizadonaquele determinadoponto. Ou seja,
um terminal loalizadona região orrespondente aomodo8 transmitiria à taxa de
54Mbps.
Na gura 3.6, o efeito do sombreamento foi desonsiderado. Neste aso, a
transmissão em ada um dos modos OFDM se daria em regiões bem delimitadas.
−150
−100
−50
0
50
100
150
−150
−100
−50
0
50
100
150
PSfragreplaements
X [m℄
Y
[m℄
modo 1
modo 2
modo 4
modo 5
modo 6
modo 7
modo 8
Figura 3.6: Distribuição dos modos OFDM em torno do AP. Efeito do sombreamento
desonsiderando.
Oefeitodo sombreamento foi adiionadoao daperda de perursonagura 3.7.
Observa-se que a SNR perebida por uma STA partiular é drastiamente afetada
pelas variaçõesno sinal reebido deorrentes do sombreamento.
3.5 Sumário
Neste apítulofoidesritaamodelagemutilizadanaferramentade simulaçãode
redes WLAN, uma ferramenta dinâmia orientada a eventos disretos baseada no
padrãoIEEE 802.11. Suas araterístias prinipais foram apresentadas, inluindo
aindaa modelagemdo analde rádio eda fonte de tráfego.
Além disso, foram realizados estudos de validação desta ferramenta de
simulação. Osresultadosobtidosdemonstraramaoerêniaepreisãodaferramenta
implementada.
De posse da ferramenta de simulação testada e validada, será realizada no
apítulo seguinte uma araterização do desempenho do serviço de voz sobre IP
−150
−100
−50
0
50
100
150
−150
−100
−50
0
50
100
150
PSfragreplaements
X [m℄
Y
[m℄
modo 1
modo 2
modo 4
modo 5
modo 6
modo 7
modo 8
Figura 3.7: Distribuição dos modos OFDM em torno do AP. Efeito do sombreamento