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MÉTODO PROBABILÍSTICO EM COMBINATÓRIA E GRAFOS ALEATÓRIOS

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Academic year: 2021

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MÉTODO PROBABILÍSTICO EM COMBINATÓRIA E GRAFOS

ALEATÓRIOS

Aluno: Danilo Almeida Brandão Orientador: Simon Griffiths

Introdução

O método probabilístico é uma ferramenta importante no estudo de combinatória. Pode ser resumido da seguinte forma: De forma a provar a existência de uma estrutura combinatória com certa propriedade, construímos um espaço amostral e mostramos que no mesmo há elementos escolhidos aleatoriamente com essa propriedade e probabilidade positiva. Em muitos casos de [1], é feito uso de grafos aleatórios para aplicações do problema. Esses são grafos cujas arestas são geradas de forma aleatória e independente entre si e com uma probabilidade p de ocorrer. Através do método probabilístico podem ser usados para demonstrar a existência de certos grafos, sem necessidade de construí-lo.

Objetivo

O objetivo do trabalho é o estudo das propriedades dos grafos aleatórios. Suas propriedades de conectividade, o tamanho e distribuição de grafos completos e vazios como subgrafos de graus aleatórios. Além de resultados sobre a distribuição de cópias de H como um subgrafo, para um grafo H qualquer. Outro tópico a ser investigado é o tamanho máximo de emparelhamento (matching) em um grafo. Primeiramente no grafo aleatório Erdös-Rényi, e depois em subgrafos aleatórios de um outro grafo (por exemplo, grafos aleatórios bipartidos, ou subgrafos aleatórios de grafos de grau limitado)

Desenvolvimento

Introdução aos grafos, conceitos básicos e alguns teoremas

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noção de tamanho de um grafo, dependente de uma combinação dois a dois de seus vértices se mostrou presente nos estudos e futuramente muito utilizado nos problemas de método probabilístico. Outros conceitos também usados mais à frente no projeto foi o de grau de um vértice, também denominado de vizinhança é o conjunto de vértices que possuem adjacência com um determinado vértice x, utilizado no problema de “perfect matching” em um grafo aleatório e os de

“cycles”, “paths”e ”walks”.

Após passarmos pelo básico dos conceitos de grafos, iniciou-se o estudo de alguns teoremas. Os primeiros de [2] foi “the edge set of a graph can be partitioned into

cycles iff every vertex has even degree”. Para sua prova supomos ter um grafo

com todos os vértices de grau par e e(G)>0. Depois buscamos um ciclo no mesmo, de forma a depois buscar por novos. Denonimanos G1=G de forma que C1(primeiro ciclo encontrado) pertença a G1 e G2=G1-E(C1), de forma que todo vértice em G2 tambem tenha grau par. Assim ou E(G2) é um conjunto vazio ou então contém um ciclo C2. O processo continuo nos da ciclos disjuntos C1, C2 ... Ci, de tal forma que E(G) é a união desses i conjuntos. E “every graph of order

n and size greater than floorfunction (n2/4) contrains a triangle” Prova-se o

teorema supondo incialmente que temos um grafo sem triângulos, de forma que a interseção entre as vizinhanças de x e y, dois vértices pertencentes a uma aresas xy, seja vazia, para todo xy pertencente a E(G) . Dessa forma a soma dos graus dee x e y é menor ou igual que o número de vértices do grafo. Somando verticalmente todas essas inequações temos:

E por inequação de Cauchy achamos:

Podendo dessa forma concluir que,

Implicando que e(G)≤n2/4.

Abordamos logo após outros conceitos básicos de grafos, citados a seguir. Grafos conectados, que para todo par {x,y}de vértices distintos, há um caminho (path).

Cutvertex, um vértice cuja exclusão aumenta o número de components(maximal connected subgraph). Bridges, por sua vez, são arestas que ao serem deletadas

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Outro conceito que se mostrou presente no estudo da existência de emparelhamento perfeito em grafos aleatórios e estudado foi o conceito de grafos bipartidos. Esses possuem V(G) composto pela união de duas classes de vértice V1 e V2 que possuem interseção vazia e nenhuma aresta liga dois vértices de mesma classe. Há também grafos r-partidos, que possuem ao invés de duas classes um número arbitrário r de classes. O símbolo K(n1,..,nr) denota um grafo r-partido completo, com ni vértices na i-ésima classe e novamente todas as arestas ligam vértices em classes distintas. Com relação a esse tópico, foi considerado o teorema 4 “ A graph is bipartite iff it does not contain na odd cycle”, o qual não comentarei sua prova, embora ela tenha sido estudada.

Ao final da compreensão destes conceitos básicos no que tange a teoria de grafos, demos continuação no assunto, seguimos ao capitulo “ Flows, connectivity and

matching”, mais especificamente a terceira parte sobre matchings

(emparelhamento). Esse é definido da seguinte forma, dado um grafo G, um emparelhamento qualquer A é um conjunto de arestas não-adjacentes, não compartilham de um vértice em comum, par-a-par. Um emparelhamento maximal (maximal matching) é um caso especifico em que se possui a propriedade de que se adicionarmos a ele uma aresta que não o pertença, ele deixa de ser um emparelhamento. Ou seja, não é um subconjunto próprio de qualquer outro emparelhamento no grafo G. Abaixo seguem alguns exemplos, onde o emparelhamento explicito como as arestas coloridas em vermelho.

Esse conceito, por sua vez, difere do de emparelhamento máximo (maximum

matching), definido como o emparelhamento que contém o maior número de

arestas possível. Em um grafo pode ocorrer mais de um emparelhamento máximo. O número de emparelhamento (matching number), v(G), é o tamanho do emparelhamento máximo. As figuras abaixo são alguns exemplos de emparelhamentos máximos.

Outro caso particular abordado no que tange a esse assunto da teoria de grafos foi o conceito de emparelhamento perfeito (perfect matching). Ele consiste em um matching que todo vértice do grafo é adjacente a exatamente uma aresta no matching. Usa-se também a nomenclatura de emparelhamento completo. Na figura acima, o grafo (b) é um exemplo do mesmo.

Em [1] encontramos a condição que permite um grafo bipartido ter um perfect

matching, denominada Hall’s Theorem(Teorema de Hall). Basta que para todo

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denota o teorema “ A bipartite graph G with vertex sets V1 and V2 contains a

complete matching from V1 to V2 iff |N(S)| ≥ |S| for every S of V1.”

O teorema é comumente pensado em questão de arranjo de casamentos, ou seja, uma classe de vértices é para mulheres e outra para homens. Assim, tratamos cada pessoa como um vértice e tentamos fazer pares com homens e mulheres que já se conheçam, de forma a obter um emparelhamento perfeito, pensando na teoria dos grafos seria escolher arestas que ligam os dois vértices. Se tivermos k garotas que conhecem no máximo k-1 garotos, não conseguimos formar casamentos, por exemplo. Dessa forma, para que se tenha a condição desejada, emparelhamento completo de V1 para V2 então para todo grupo S contido em V1 teríamos pelo menos o número de elementos desse grupo em V2 adjacente a um vértice em S. Sabendo que a condição de Hall é necessária, a sua prova tem como função mostrar sua suficiência. Em [1] há três provas diferentes, me atentarei a comentar apenas uma, a segunda. Ela se dá por indução através do tamanho do conjunto V1. Voltando ao raciocínio de arranjar casamentos, temos m=|V1|, como o número de garotas. Para m=1 a condição se mostra suficiente, logo temos que trabalhar com m ≥ 2 então a condição valerá para valores menores que m. Supomos primeiro que qualquer k garotas (1 ≤ k < m) conheçam no mínimo k + 1 garotos. Conseguimos arranjar um casamento arbitrariamente. O restante de garotas e garotos continuam satisfazendo a condição de forma que eles continuam podendo ser casados por indução, repetindo-se o passo anterior até que se casem todas as garotas. Agora supomos que haja um número k (1 ≤ k < m) de garotas que conheçam k garotos. Essas podem ser arranjadas com seus respectivos pares por indução. Porém devemos agora nos preocupar com as que restaram. Se elas também satisfazerem a condição, podemos arranjar os pares por indução. Entretanto, a condição é satisfeita, uma vez que se algumas l garotas restantes conhecem menos do que l garotos que sobraram , então essas junto as k inicias conheceriam menos do que k + l garotos.

Com esse teorema encerrou-se a primeira parte dos estudos teóricos de grafos. Antes de passar para o estudo do método probabilístico foi pensado em um exercício, retirado de [1], provar que em um grafo com n vértices (n>0) não é possível ter todos os vértices com grau diferente. A prova encontrada foi por indução, supomos ter um grafo com n vértices. O maior grau que um vértice pode ter é n-1 e o menor zero. Iremos então fazer a ligação entre eles de forma a botar cada aresta obedecendo o grau dos vértices, entretanto, como teremos um grau zero e um n-1, não é possível que todos sejam diferentes e logo pelo menos dois dos vértices terão o mesmo grau.

Introdução aos estudos de método probabilístico

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discreta para provar a existência de uma estrutura com certa propriedade. Consiste em definir um espaço amostral de estruturas e então mostrar que a estrutura que queremos mostrar existir ocorre no mesmo com probabilidade positiva. Para ilustrar o método, o livro utiliza de exemplos, o primeiro deles utilizando o número de Ramsey (Ramsey number), R(k,l). Ele é o menor n inteiro, tal que qualquer coloração por duas cores das arestas de um grafo completo de n vértices contém um Kk da primeira da primeira cor ou um Kl da segunda cor. Temos em [1] então a primeira preposição e primeiro exemplo do uso do método probabilístico. Segue a mesma:

A princípio a preposição parece não ter muito sentido a preposição, mas vamos a sua prova, que dará sentido à mesma. Primeiro consideramos uma coloração aleatória de duas cores das arestas de Kn (grafo completo com n vértices), em que cada cor acontece com mesma probabilidade. Temos para um conjunto R qualquer de tamanho k dos vértices o evento AR em que o subgrafo induzido é monocromático. Dessa forma temos então que a probabilidade desse evento ocorrer é 21/2^(𝑘2). E como há (𝑛𝑘) formas possíveis para escolher R a probabilidade de pelo menos um dos eventos AR ocorrer é o número de formas de escolher R vezes a probabilidade do evento AR. Como o mesmo ocorre com probabilidade menor do que 1, o evento contrário de pelo menos um dos eventos AR ocorrerem também ocorre com probabilidade positiva e então tem uma coloração sem um Kk monocromático. Ou seja, R(k,k)>n. O exemplo mostra então claramente a existência da condição que queríamos testar, sem a necessidade de construir um exemplo para provar, mas ainda assim mostrando de uma forma não construtiva que o grafo desejado existe.

Antes de passar ao próximo exemplo foi necessário a compreensão de torneio (tournament) em grafos. Os estudados até então eram grafos não-direcionados, ou seja, as arestas não vão de um vértice a outro, sendo assim bidirecionais. Os direcionados, por sua vez, são aqueles cujas arestas possuem orientação, ou seja para todos dois vértices distintos x e y, as arestas (x,y) ou (y,x) podem pertencer ao conjunto de arestas( E(G) ), mas não ambos simultaneamente. O torneio então é uma orientação das arestas do grafo completo. Podemos pensar que o conjunto V(G) são os participantes de um torneio e que as arestas são as partidas, de forma que a aresta (x,y) pertence ao torneio se e somente se o jogador x ganha do jogador

y. Uma propriedade relevante sobre torneios que deve ser mencionada é a

propriedade Sk . Um torneio a possui, se para todo conjunto de k jogadores, existir

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Após ter compreendido o conceito de torneio e da propriedade Sk, passamos ao

teorema 1.2.1 de [2] e sua prova. O mesmo tem como intuito a aplicação do método probabilístico para provar a existência da probabilidade Sk em um torneio com n vértices.

Primeiro supomos ter um torneio qualquer com um conjunto de vértices V={1,...,n}. Consideramos então subconjuntos fixos K de tamanho k em V. Sendo Ak o evento em que nenhum vértice vence todos os demais em K, que possui probabilidade (1- 2-k)n-k. A razão para tal é que cada vértice que não pertence a K, a probabilidade dele não vencer todos em K é 1 menos a probabilidade dele o fazer(2-k) e como todos os n-k vértices que não pertencem a K, tem seus eventos independentes, elevamos essa probabilidade pelo número de elementos não pertencentes a K. Como a união dos eventos é o que nos interessa, devemos controlar-la para vermos se ela é menor do que 1.Tentando provar assim que o evento contrário a Ak ocorre com probabilidade positiva. Como já obtemos acima a probabilidade da soma desses eventos. Podemos fazer uma relação dessa soma de eventos com a união dos eventos. Temos então que a probabilidade da soma é maior ou igual a união dos eventos e a mesma é menor do que 1. Dessa forma, o evento contrário ocorre com probabilidade positiva e existe um torneio com n vértices que possui a propriedade Sk. Podemos testar então se um torneio com 3 vértices possui a propriedade S2. Utilizando os valores de n e k sugeridos vemos que a inequação citada acima é falsa, não havendo assim um torneio com 3 vértices com probabilidade S2.

Exercicios do método Probabilistico

Após o segundo exemplo de aplicação do método partimos para tentar solucionar alguns exercicios afim de familiarizarmos com o mesmo para futura aplicação na pesquisa. O primeiro realizado, retirado de [2], retoma a questão do número de Ramsey. Ele pede para povarmos que R(k,t) > n, se tivermos um número real p tal que p esteja entre 0 e 1, de tal forma que:

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nenhum dos dois ocorre também com probabilidade positiva. Dessa forma o número de Ramsey é maior do que n.

Outro exercicío realizado foi o de provar a existência de uma coloração dos vértices de H, por quatro cores, de tal forma que em toda aresta esteja presentes as 4 cores utilizadas. H, por sua vez, sendo um hipergrafo n-uniforme, n ≥4, com no máximo 4n-1/3n arestas. Cada aresta tem probabilidade menor que 4*3n/4n de ser colorida com no máximo 3 cores. Porém queremos trabalhar com a união dos eventos, os mesmos sendo não disjuntos nos fazem usar do mesmo artificio usado para provar o teorema 2. Assim a probabilidade da união dos eventos é menor do que a soma das probabilidades dos eventos e como os mesmos são independentes, a soma das probabilidades é o número de arestas vezes a probabilidade de uma aresta ser colorida com no máximo 3 cores. Essa probabilidade é menor do que 1, provando assim que o evento ter mais do que 3 cores ocorre com probabilidade positiva e determinada coloração ocorre.

Início da pesquisa com grafos aleatórios

Antes de entrar na pesquisa foi visto rapidamente o conceito de grafos aleatórios. Grafos nos quais os vértices são fixos, mas as arestas ocorrem de forma aleatória com uma probabilidade p cada.

O primeiro tópico a ser pesquisado foi a existência de um emparelhamento perfeito em grafos aleatórios. A forma pensada como mais fácil de se abordar o problema foi o uso do método probabilístico para tal, buscando provar que o evento que o grafo não tenha emparelhamento perfeito ocorre com probabilidade positiva menor do que 1 e dessa forma o evento dele possuir ocorre com probabilidade positiva. Primeiramente foi difícil achar uma forma boa de abordar o problema. Após algum tempo foi pensado em partir o grafo em dois, tornado ele em um grafo bipartido com classes de vértice X e Y cada uma com n/2 vértices.

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(interseção dos eventos de cada S satisfazer a condição de Hall). Todavia queremos trabalhar com o evento contrário (Ec) a E para provar que E ocorre com probabilidade positiva. O evento contrário por sua vez é a união dos eventos contrários de Es. E usando novamente o artifício usado nos exercícios a probabilidade da união é menor do que a soma das probabilidades. Assim, é necessário mostrar apenas que essa soma é menor que 1. Após chegar a essas conclusões, foi necessário estudar sobre Chernoff bounds, ferramenta útil para controle de probabilidades. Entretanto cálculo da probabilidade não foi concluído até o momento da entrega desse relatório.

Conclusão

O método probabilístico se mostrou eficaz para a demonstração da existência de certas propriedades em estruturas estudadas. Devido a entrada tardia no projeto, e um tempo considerável após o inicio usual das pesquisas, pouco foi o avanço além da bibliografia básica até o momento. Entretanto, conseguiu-se adquirir o conhecimento necessário ao começo da pesquisa no que tange a grafos, desde então novo ao estudante. Além disso, a compreensão do método probabilístico e sua implementação em alguns exercícios, por mais que não sendo o alvo da pesquisa, importantes para a familiarização do método e futura aplicação na pesquisa.

FONTES/REFERÊNCIAS

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