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ANEXO II. Fundamentação Económico-Financeira. do Valor das Taxas Administrativas. do Município de Condeixa-a-Nova. (Republicada)

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ANEXO II

Fundamentação Económico-Financeira do Valor das Taxas Administrativas

do Município de Condeixa-a-Nova

(Republicada)

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Fundamentação Económico-Financeira do Valor das Taxas Administrativas

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1. INTRODUÇÃO

O Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais, aprovado pela Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro (adiante designado RGTAL), no seu artigo 4.º, denominado Princípio da Equivalência Jurídica, estabelece que “o valor das taxas das autarquias locais é fixado de acordo com o princípio da proporcionalidade e não deve ultrapassar o custo da atividade pública local ou o benefício auferido pelo particular”, podendo, no respeito pelo referido princípio da proporcionalidade, fixar-se valores de taxas com base em critérios de desincentivo à prática de certos atos ou operações.

As taxas são tributos que têm um caráter

bilateral, sendo a contrapartida: Valor da taxa calculado em função do:

Da prestação de uma atividade pública Da utilização de bens do domínio público; ou De remoção dos limites jurídicos à atividade dos particulares.

Custo da atividade pública local; e ou Benefício auferido pelo particular.

Dispõe ainda o mesmo regime, no seu artigo 8.º, que as taxas das autarquias locais são criadas por regulamento aprovado pelo órgão deliberativo respetivo (isto é, a Assembleia Municipal), que deverá conter obrigatoriamente, sob pena de nulidade, a fundamentação económico-financeira relativa ao valor das taxas (designadamente os custos diretos e indiretos, os encargos financeiros, amortizações e investimentos realizados ou a realizar pela autarquia local). O valor das taxas pode ser atualizado anualmente pelo orçamento anual da autarquia de acordo com a taxa de inflação. Qualquer outra alteração ao valor ou regras das taxas obriga à alteração do respetivo regulamento, bem como à sua fundamentação económico-financeira (artigo 9.º).

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(nomeadamente, concessão de licenças, prática de atos administrativos e satisfação administrativa de outras pretensões de caráter particular).

2. OBJETIVO

É objetivo do presente relatório a fundamentação económico-financeira, exigida por lei, do valor das taxas previstas na Tabela de Taxas do Município de Condeixa (proposta) inerente aos regulamentos existentes no Município (exceto o Regulamento Municipal de Urbanização, Edificação e Taxas de Operações Urbanísticas do Município de Condeixa-a-Nova que foi objeto de estudo autónomo). Mais concretamente, pretende-se caracterizar e delimitar a matriz de custos da atividade pública local, designadamente os custos diretos e indiretos, das taxas:

a) devidas pela remoção de obstáculos administrativos à realização de pretensões diversas de caráter particular (taxas administrativas);

b) das taxas que decorrem da gestão de bens de utilização coletiva, entendendo-se os equipamentos municipais e áreas de estacionamento;

3. PRESSUPOSTOS DO ESTUDO E CONDICIONANTES

Na determinação do valor da taxa a fixar teve-se em consideração três componentes: Económica, Envolvente/Ambiental e Social. Assim, o valor das taxas cuja base/indexante é o custo da atividade pública, deve ser calculada tendo como referencial a seguinte função:

ECONÓMICA ENVOLVENTE/AMBIENTAL SOCIAL

Custos diretos e indiretos Incentivo/Desincentivo/Custos

ambientais e de escassez

Taxas acessíveis

PERSPETIVA OBJETIVA PERSPETIVA SUBJETIVA/POLÍTICA

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Dado que o sistema contabilístico atualmente existente no Município ainda não se encontra suficientemente desenvolvido em matéria de contabilidade de custos de modo a permitir recolher diretamente custos para sustentar o custo da atividade pública local de cada uma das taxas, procedeu-se à estimativa do custo total padrão com base num processo tipo (com prazos e dimensões médias). Assim, foram definidos tempos padrões em minutos dos vários intervenientes (serviços administrativos, serviços técnicos, dirigentes e órgão decisor) em cada uma das taxas. O custo/minuto de cada um desses intervenientes foi estimado a partir das suas remunerações em 2008.

No que concerne aos bens imóveis, grande parte dos mesmos não possuem custo histórico, pelo que foram inventariados pelo valor patrimonial, quando existente, ou com valor zero, o que implica que os custos de depreciação (isto é, as amortizações) destes equipamentos se encontram subavaliados.

4. ABORDAGEM METODOLÓGICA

A abordagem metodológica assentou na justificação do custo real da atividade municipal agrupando para efeitos do estudo os seguintes grupos de taxas:

a) Tipo A – As taxas que decorrem de um ato administrativo.

b) Tipo B – taxas que decorrem da gestão de bens de utilização coletiva (equipamentos municipais e áreas de estacionamento).

Em todas as abordagens metodológicas de cálculo do custo real da atividade municipal foram atendidos princípios de eficiência organizacional.

Uma vez estimado o custo da atividade pública local de cada uma das taxas, o seu valor foi fixado de acordo com a seguinte fórmula de cálculo:

Taxa = CT x BENEF x (1+DESINC) x (1 – CSOCAIL)

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Em que,

CT = Tempo médio de execução x (custo MOD por minuto + custo de materiais por minuto + custo de máquinas e viaturas por minuto + custo das amortizações dos bens móveis por minuto + custos indiretos por minuto).

4. 1. TAXAS ADMINISTRATIVAS (Tipo A)

No que diz respeito aos custos com a mão-de-obra Direta foram calculados os custos por minuto médios de cada categoria profissional tendo em conta todos os índices de remuneração existentes à data no Município de Condeixa-a-Nova.

Para o número de minutos por ano, considerou-se 25 dias de férias e 12 dias de feriados. Assim,

Número de horas anuais = 52 x (5 x 7) - (25 + 12) x 7 = 1560 horas/ano Ou seja, 93660 minutos/ano.

Nos custos em Materiais considerou-se os consumíveis administrativos diversos (custos de impressão e elaboração de documentos, papel, tintas, toner) e a amortização dos equipamentos administrativos dos funcionários diretamente associados à prestação de serviço. No caso dos custos com máquinas e viaturas, depois de apurados os custos anuais de cada equipamento (amortização, consumo de combustível, manutenção, pneus e seguro), dividiram-se pelo número de minutos anuais de trabalho, para dividiram-se chegar ao custo de utilização por minuto. (NOTA: nas tabelas de custos de cada taxa, os custos com materiais consumíveis e máquinas e viaturas aparecem agregados, MAT)

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Na imputação a cada taxa dos custos indiretos apurados de cada centro de responsabilidade, na falta de critério mais consistente, assumiu-se uma relação direta e proporcional dos custos indiretos com os tempos médios apurados (ou seja, dividiram-se os custos pelo número de funcionários existentes em cada um dos centros de responsabilidade e depois pelo número de minutos médios que cada funcionário trabalha por ano). Portanto, os custos indiretos foram rateados proporcionalmente pelos minutos utilizados em determinado processo ou pelos minutos totais dos recursos humanos afetos aos equipamentos municipais de utilização coletiva.

4. 2. TAXAS DEVIDAS PELA GESTÃO DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE

UTILIZAÇÃO COLETIVA (Tipo B)

Na fixação do valor taxas devidas pela gestão de equipamentos públicos de utilização coletiva, considerando o estabelecido no supra citado artigo 4.º do RGTAL, foi usado como principal referencial o custo da atividade pública local, embora em alguns casos se identificasse também como referencial o benefício auferido pelo promotor. Na fixação das taxas foram levados em conta os diversos custos inerentes às atividades subjacentes a cada taxa, procurando também a necessária uniformização de critérios para os valores cobrados.

Nos casos particulares em que o valor da taxa está mais associado ao benefício específico do promotor foi na mesma efetuado um esforço de estimar o tempo adicional que leva aos técnicos a apreciação, quer simplesmente pelo acréscimo no volume de trabalho, quer pela maior complexidade e exigência do mesmo.

O Município de Condeixa possui atualmente vários equipamentos de gestão coletiva para os quais se apuram os custos anuais aplicando a fórmula indicada:

CAEMUC = CAFUNC + CAAMORT + CAIND

Onde:

CAFUNC - Custos Anuais diretos de funcionamento e/ou manutenção de equipamento – incluem

despesas com recursos humanos e outros custos associados ao funcionamento apurados conforme descrito no ponto 4.1;

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CAIND - Repartição de custos indiretos anuais em função das unidades orgânicas a que os

equipamentos estão afetos, conforme descrito no ponto 4.1.

A- CEMITÉRIO MUNICIPAL:

1- Para estimar o valor da concessão de terrenos para sepulturas e jazigos previu-se o valor de mercado do m2 de terreno do cemitério, com base no preço de mercado dos terrenos limítrofes, ou seja, €50,00 por m2. A área total do Cemitério é de 9750m2.

2- Determinou-se a capacidade do Cemitério em sepulturas assumindo que, em termos de área ocupada, 1 jazigo particular equivale a 4 sepulturas e que 1 jazigo Municipal equivale a 20 sepulturas. Assim o cemitério tem capacidade para 1706 sepulturas.

3- Foi necessário determinar os custos totais de funcionamento do cemitério, tendo em conta os vários tipos de custos envolvidos, designadamente as amortizações anuais das infra – estruturas. Quanto às amortizações, foram considerados valores não refletidos na contabilidade do Município, nomeadamente uma estimativa facultada pelos serviços do custo de construção do parque de estacionamento exterior e da zona envolvente com arruamentos, passeios, infraestruturas elétricas, de água e saneamento, iluminação pública, sinalização e zonas verdes. Considerou-se que a vida útil do cemitério é de 50 anos.

4- Finalmente determinou-se o custo de sepultura/Ano, tendo em consideração que a vida útil de uma sepultura são 3 anos.

B- MERCADO MUNICIPAL

O Dec. Lei nº 42/2008 de 10/03 veio revogar o Dec. Lei nº 252/86 de 25/08, impondo novas regras no que diz respeito à atividade de comércio a retalho não sedentário exercida por feirantes. O citado diploma cria, entre outras medidas, um cartão de feirante, válido para todo o território de Portugal continental por um período de 3 anos. Este Decreto-Lei não se aplica aos mercados municipais que são regulados pelo Dec. Lei nº 340/82, de 25 de agosto.

Os custos anuais desta infraestrutura relevam todos dos mapas financeiros do Município, nomeadamente, o seu custo de construção e manutenção.

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C- PISCINAS

No que concerne às Piscinas Municipais:

- Para a repartição dos custos comuns das duas infraestruturas (piscinas interior e exterior) adotou-se como critério de repartição o tempo de funcionamento (a interior está aberta 12 meses e a exterior apenas 3,5 meses), cabendo 85% à piscina interior e 15% à piscina exterior. O custo com aquecimento da água foi integralmente imputado à piscina interior.

- Na determinação dos custos unitários, não se teve em consideração as horas de funcionamento da piscina. Na piscina descoberta, uma entrada corresponde a um período (podendo este ser de manhã ou de tarde). Na piscina coberta uma entrada corresponde a uma hora de utilização.

Considerou-se mais viável como critério o número de entradas na piscina – ou seja, determinou-se o custo médio por entrada.

D- POLIDESPORTIVO

No que respeita ao equipamento do Polidesportivo, dividiu-se os custos anuais pelo número de horas de funcionamento efetivas ano, ou seja, 3600 horas efetivas. Não foi considerado as 5.400h/ano de funcionamento, porque na realidade estas horas estão sobreavaliadas, dado que a estrutura de gestão do polidesportivo elaborou um horário alargado em função das necessidades dos utentes, resultando daí muitos tempos mortos.

E- PARQUE ESTACIONAMENTO

No que diz respeito ao parque de estacionamento, dividiu-se os custos anuais pela taxa de ocupação. Foi assumido que esta taxa é de 65%.

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F- BIBLIOTECA

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6. CONCLUSÃO

A presente fundamentação económico-financeira do valor das taxas administrativas previstas no Regulamento Municipal do Município de Condeixa-a-Nova teve como base a análise dos custos suportados pelo Município na realização da atividade pública local. Na grande maioria dos casos o valor da taxa é inferior ao seu custo associado, num claro respeito do princípio da proporcionalidade, suportando o Município um custo social face ao valor que arrecada com a taxa.

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