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«O Tesouro» «A Aia» sua atualidade? Agrupamento de Escolas Gaia Nascente. Escola Básica Adriano Correia de Oliveira

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Academic year: 2021

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Agrupamento de Escolas Gaia Nascente Escola Básica Adriano Correia de Oliveira

Oficina de Formação de Leitores – 8º Ano – Lendo Eça de Queirós

Professora Amélia Macedo

«O Tesouro»

«A Aia»

José Maria

Eça de Queirós

1845 ---1900 Século XX

2014/2015 ….

Século XXI 1894

1893 Como? Qual a

sua atualidade?

(2)

Aos leitores e às leitoras em formação, nesta Oficina

Sejam bem-vindos e bem-vindas ao mundo queirosiano.

Este documento sustenta as práticas a realizar no CRBE, em complemento das aprendizagens curriculares disciplinares de português – 8º Ano - conducentes à otimização do vosso desenvolvimento literácito: literacia da leitura, literacia dos média e literacia da informação, no contexto de utilização do CRBE (Centro de recursos/biblioteca Escolar).

Parte da ideia de que Ler é Saber Mais e da noção de que todos aprendemos com todos pelo que nos envolve enquanto leitores e leitoras que partilham ideias, conhecimentos e valores e os e as recebem das comunidades em que nos

inserimos. Por isso, mais uma vez, as famílias são chamadas a colaborar.

Para validação das vossas aprendizagens, os leitores e as leitoras terão ao vosso dispor, o mapa de descritores de cada literacia, nas vertentes de conhecimentos/capacidades e atitudes/valores, para se poderem posicionar e autoavaliar.

Também eu vos avaliarei, utilizando as mesmas tabelas disponibilizadas pelo MEC/RBE e incorporarei os vossos

desenvolvimentos na vossa avaliação disciplinar. Estas práticas visam contribuir para a obtenção ou otimização do vosso sucesso escolar.

Boas leituras.

A professora bibliotecária e professora de português Amélia Macedo

(3)

Agendamento desta fase de desenvolvimento literácito no 8º ano

(4)

Guião orientador do trabalho

(5)

Práticas propostas e executadas

(6)

Desafios lançados:

1º Desafio – Sabendo que José Maria Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, filho de um brasileiro, natural do Rio de Janeiro, José Maria Teixeira de Queirós, e de Carolina Augusta Pereira d’ Eça, nascida em Monção, tracem-lhe um hipotético horóscopo, em trabalho par, com um mínimo de 180

palavras e um máximo de 240 palavras.

2º Desafio – Apresentem ao grupo o horóscopo traçado, através de uma leitura expressiva,

complementada com um esquema do mesmo sob a forma de «mind map».

(7)

Desafios em concretização…

Evidencia-se um percurso de desenvolvimento litrácito, realizado por todos os leitor@s em formação, nesta Oficina.

Evidenciam-se os hábitos de trabalho existentes.

(8)

Desafios concretizados

José Maria Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de 1845. É filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queirós e da portuguesa Carolina Augusta Pereira d´Eça.

Certo dia os pais pediram a leitura do horóscopo do filho perto de uma praia.

Nesse local disseram-lhes:

«Durante os seus estudos académicos terá grande sucesso na disciplina de Português o que o levará a uma carreira literária.

Quando começar a trabalhar, este correr-lhe-á bem. Terá uma criatividade extraordinária o que o fará um grande escritor.

Os seus livros terão sucesso no mercado e farão com que possa vir a receber um prémio de reconhecimento pelo seu desempenho literário.

Quanto á saúde terá de ter uma grande preocupação ao que come pois poderá vir a ter graves problemas, que podem levar a uma morte precoce.

Terá fases bastante complicadas no amor. Quem parecer-lhe-á ser o grande amor da sua vida mostrar-lhe-á que afinal não é quem ele pensava ser. Terá um desgosto amoroso!

No que toca à sorte não será bem interpretado, irá causar falsas espectativas em relação a si próprio.»

Por um lado os pais gostaram do horóscopo pois o filho seria bem sucedido na sua carreira, mas por outro lado os pais não gostaram da previsão de que o filho iria ter uma morte precoce.

Ana Catarina Vieira e Ana Sofia Fonseca

(9)

José Maria Eça de Queirós nascerá no Brasil, filho de um brasileiro natural de Rio de Janeiro e de uma mãe portuguesa oriunda de Monção, que acabará por ir para o Brasil pois o seu pai possuíra uma firma de tráfico de escravos.

Após algum tempo no Brasil, acabará por se apaixonar por um escravo; esse amor resultará em casamento.

Eça de Queirós e seus pais migrarão para Portugal onde viverão para o resto da vida.

Eça de Queirós, já adulto, dedicar-se-á à escrita, área onde terá sucesso.

Irá escrever sobre o que pensa sobre o mundo, relatando o que via. Algumas das suas obras irão originar filmes.

Possuirá um icónico bigode, que irá carregar até ao fim dos seus dias.

Irá ter três filhos de duas mulheres diferentes.

A primeira mulher irá morrer de parto mas, devido a algumas peripécias, só às 12:36 H de um certo mês em 1967 é que Maria Josefina de Fundão Queirós irá ser declarada morta.

O seu filho João José de Fundão Queirós com quinze anos irá morrer afogado por um pescador que tinha ódio a Eça de Queirós.

Eça de Queirós apanhará a segunda mulher com o pescador que matou o filho João e decapitará ambos.

Para não ser acusado de homicídio fugirá para África onde apanhará ébola e acabará por morrer numa luta contra um curandeiro, que não o quis ajudar.

David Rodrigues e Ricardo Santos

(10)

José Maria Eça de Queirós, mais conhecido por Eça de Queirós, filho de José Maria Teixeira de Queirós e de Carolina Augusta Pereira d’Eça nasceu num pantanal no meio do Brasil, quando sua mãe fizera uma viagem até à ex-colónia Portuguesa. Aí encontrou o futuro marido, e a partir desse tempo, passou a viver no Brasil.

O Brasil viu assim nascer um dos melhores escritores portugueses.

Mais tarde, quando Eça de Queirós atingir os 19 anos, virá para Portugal onde ficará até à sua morte.

Eça de Queirós escreverá vários livros. Atribuir-lhes-ão prémios nacionais e internacionais mas terá primeiro que, em Portugal, trabalhar num café como empregado de mesa. Apenas nos tempos livres poderá a escrever; assim descobrirá o seu talento.

Um amigo dele irá ao quarto de Eça de Queirós e verá extratos do que ele escrevera. Gostará muito das redações e mostrá-las-á a uma editora.

As pessoas esperarão que Eça de Queirós continue a ganhar

prémios, continue a encantar os seus leitores e que escreva muitos mais livros.

Eça de Queirós conquistará um grande sucesso na literatura mundial.

Tiago França e Diogo Santos

(11)

O horóscopo e a profecia são exemplos de textos preditivos.

Os textos preditivos são textos em que o autor ou a autora prevê acontecimentos futuros a partir do momento em que os produz.

Oxalá a minha profecia se concretize mas, informo-vos de que nos vossos textos a predição, as predições não

ocorreram, em nenhum deles, por mais incríveis que tenham sido.

Da leitura dos «horóscopos inventados» ressaltam ainda muitas fragilidades porém, maioritariamente, cumpriram os desafios com traços de criatividade.

Profecia:

prometem «ter pernas para andar e asas para voar».

Parabéns!

Há algumas semelhanças entre um texto preditivo e um texto instrucional ou texto diretivo. Num texto instrucional ou diretivo

existe um objetivo prático: instruções

detalhadas para a ação.

3º Desafio

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3º Desafio - Ler, analisar e clarificar a tarefa constante no quadro seguinte que deverá ser realizada hoje.

Notas contributivas das vossas decisões:

Façam a gestão do trabalho, em grupos (manutenção ou alteração);

Controlem o tempo e a gestão de pesquisa, dentro de cada grupo;

Usem fontes de informação em suporte digital e em suporte papel;

Da vossa pesquisa deverá resultar uma relação clara entre as questões orientadoras do trabalho, os tópicos do domínio concetual e a forma de organização/gestão estratégica do trabalho identificada em domínio metodológico.

O objetivo do vosso estudo hoje é mesmo conhecer a vida e a obra de Eça de Queirós ocorrida na realidade. Divirtam-se e observem o desvio entre a vossa imaginação criativa e a realidade vivida.

Sejam rigorosos na pesquisa efetuada (todos os grupos pesquisam no computador e em livros).

(13)

Domínio Concetual Domínio Metodológico Questões orientadoras da

pesquisa sobre Eça de Queirós

Caracterização do tempo histórico em que Eça viveu:

a nível mundial;

Trabalho gerido em grupo:

local: Portugal,

Quando e onde nasceu?

Personalidades ilustres

contemporâneas de Eça;

O que fez na vida? Que obras escreveu e publicou em vida?

Há obras póstumas?

Utilizem recursos diversificados do CRBE de modo a obterem anotações, processadas informaticamente, que irão sendo aprofundadas à medida do estudo em curso. Anotem as «fontes»

Realização: 60 minutos

Dados sobre a ciência, a arte, a educação, o desporto, a música, a literatura, a dança

Como era o mundo no seu tempo?

Com quem se poderia ter cruzado nas ruas, nas estradas, nas… nos …?

Objeto de Estudo

Conhecer a vida e a obra de Eça de Queirós

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Atividades correspondentes ao 3º desafio:

1. Na 1ª sessão – Pesquisa orientada online e em livros existentes no CRBE. Construção de uma série de informações que respondam ao esquema explicitado. – 100 minutos.

Evidenciam-se os hábitos de trabalho e a descontração destes jovens.

Mais um desafio vencido, para a obtenção de um nível diferente de literacia!

Parabéns.

(15)

2. Na 2ª sessão – Consulta da revista Na Crista da Onda sobre Eça de Queirós, da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada , com o seguinte objetivo: aprofundar as informações recolhidas, na sessão anterior, para criar um texto coeso, com

introdução de citações. – 50+50 minutos.

Notas de ajuda às vossas realizações:

Continuam a trabalhar com «apoio autónomo orientado» em autogestão: primeiros 50’ destinados a investigação, sabendo que há mais do que um exemplar da revista indicada; nos segundos 50’, deverão proceder à produção de textos de acordo com as instruções fornecidas; enviá-lo-ão por email para crbeavintes@gmail.com, com indicação correta das Fontes de Pesquisa

(consultar norma, nos tapetes dos ratos ou online NP-405).

Lembrem-se de que há

Regras Portuguesas de Catalogação, nomeadamente a norma sobre referências bibliográficas e citações NP 405-1 de 1994 e NP 405-4 de 2002 e Normas ISO International Standart Organization), nomeadamente as normas ISO 690-2:1997 e ISO 690:1978.

Revisitem o objeto do vosso trabalho.

Bom trabalho.

(16)

Desafios concretizados em 27 de outubro:

Não concretizados; pendentes até 15 de dezembro e debatidos mas não efetuados com profundidade.

Nota: o trabalho foi prejudicado pelo facto de alguns alunos não terem comparecido e os presentes

terem de refazer o trabalho.

(17)

4º Desafio - ler e interpretar uma informação retirada da WEB e realizar um questionário a partir da leitura orientada do conto A Aia – 3 de novembro

«Ao escrever, Eça de Queirós abordava vários temas, contudo, em alguns dos seus romances, é possível encontrar algumas características que aparecem com mais frequência. Um

exemplo disso é a abordagem de temas do dia a dia, comportamentos de personagens, ironia, pessimismo, humor e a descrição dos locais.»

disponível em

http://www.estudopratico.com.br/biografia-e-obras-de-eca-de-queiros/; acesso em julho 2014

Atividade - Ler, interpretar e analisar um conto de Eça de Queirós – A Aia - para encontrar as

características literárias da escrita queirosiana.

(18)

A Aia, de Eça de Queirós

Era uma vez um rei, moço e valente, senhor de um reino abundante em cidades e searas, que partira a batalhar por terras distantes, deixando solitária e triste a sua rainha e um filhinho, que ainda vivia no seu berço, dentro das suas faixas.

SITUAÇÃO INICIAL

A lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama, começava a minguar, quando um dos seus cavaleiros apareceu, com as armas rotas, negro do sangue seco e do pó dos caminhos, trazendo a amarga nova de uma batalha perdida e da morte do rei, trespassado por sete lanças entre a flor da sua nobreza, à beira de um grande rio.

Narração

Tempo cronológico

A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda desoladamente o esposo, que era

formoso e alegre. Mas, sobretudo, chorou ansiosamente o pai, que assim deixava o filhinho desamparado, no meio de tantos inimigos da sua frágil vida e do reino que seria seu, sem um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo amor.

DESCRIÇÃO

Caracterização direta

Desses inimigos o mais temeroso era seu tio, irmão bastardo do rei, homem depravado e bravio; consumido de cobiças grosseiras, desejando só a realeza por causa dos seus

tesoiros, e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, de atalaia no seu fojo, espera a presa. Ai! a presa agora era aquela criancinha, rei de mama, senhor de tantas províncias, e que dormia no seu berço com seu guizo de oiro fechado na mão!

Caracterização psicológica

Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço. Mas era um escravozinho, filho da bela e robusta escrava que amamentava o príncipe. Ambos tinham nascido na mesma noite de Verão. O mesmo seio os criara. Quando a rainha, antes de adormecer, vinha beijar o principezinho, que tinha o cabelo louro e fino, beijava também, por amor dele, o

escravozinho, que tinha o cabelo negro e crespo. Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas. Somente, o berço de um era magnífico de marfim entre brocados, e o berço de outro, pobre e de verga. A leal escrava, porém, a ambos cercava de carinho igual, porque, se um era o seu filho, o outro seria o seu rei.

Caracterização física

(19)

Nascida naquela casa real, ela tinha a paixão, a religião dos seus senhores. Nenhum pranto correra mais sentidamente do que o seu pelo rei morto à beira do grande rio. Pertencia, porém, a uma raça que acredita que a vida da terra se continua no céu. O rei seu amo, decerto, já estaria agora

reinando em outro reino, para além das nuvens, abundante também em searas e cidades. O seu cavalo de batalha, as suas armas, os seus pajens tinham subido com ele às alturas. Os seus

vassalos, que fossem morrendo, prontamente iriam, nesse reino celeste, retomar em torno dele a sua vassalagem. E ela, um dia, por seu turno, remontaria num raio de lua a habitar o palácio do seu senhor, e a fiar de novo o linho das suas túnicas, e a acender de novo a caçoleta dos seus

perfumes; seria no céu como fora na terra, e feliz na sua servidão.

Caracterização psicológica e social

Tempo e espaço psicológicos Todavia, também ela tremia pelo seu principezinho! Quantas vezes, com ele pendurado do peito,

pensava na sua fragilidade, na sua longa infância, nos anos lentos que correriam, antes que ele fosse ao menos do tamanho de uma espada, e naquele tio cruel, de face mais escura que a noite e coração mais escuro que a face, faminto do trono, e espreitando de cima do seu rochedo entre os alfanges da sua borda! Pobre principezinho da sua alma! Com uma ternura maior o apertava nos braços. Mas o seu filho chalrava ao lado, era para ele que os seus braços corriam com um ardor mais feliz. Esse, na sua indigência, nada tinha a recear a vida. Desgraças, assaltos da sorte má nunca o poderiam deixar mais despido das glórias e bens do mundo do que já estava ali no seu berço, sob o pedaço de linho branco que resguardava a sua nudez. A existência, na verdade, era para ele mais preciosa e digna de ser conservada que a do seu príncipe, porque nenhum dos duros cuidados com que ela enegrece a alma dos senhores roçaria sequer a sua alma livre e simples de escravo. E, como se o amasse mais por aquela humildade ditosa, cobria o seu corpinho gordo de beijos pesados e devoradores, dos beijos que ela fazia ligeiros sobre as mãos do seu príncipe.

No entanto, um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. O bastardo, o homem de rapina, que errava no cimo das serras, descera à planície com a sua horda, e já através de casais e aldeias felizes ia deixando um sulco de matança e ruínas. As portas da cidade tinham sido seguras com cadeias mais fortes. Nas atalaias ardiam lumes mais altos. Mas à defesa faltava disciplina viril. Uma roca não governa como uma espada. Toda a nobreza fiel perecera na grande batalha. E a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada instante ao berço do seu filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva. Só a ama leal parecia segura, como se os braços em que estreitava o seu príncipe fossem muralhas de uma cidadela que nenhuma audácia pode transpor.

Espaço físico e social

(20)

Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois

houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas... Num relance tudo compreendeu: o palácio surpreendido, o bastardo cruel vindo roubar, matar o seu príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga, e, tirando o seu filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real que cobriu com um brocado.

NARRAÇÃO

Tempo cronológico Espaço físico Ação

Bruscamente um homem enorme, de face flamejante, com um manto negro sobre a cota de malha, surgiu à porta da câmara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou, correu o berço de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança como se arranca uma bolsa de oiro, e, abafando os seus gritos no manto, abalou furiosamente.

O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficara imóvel no silêncio e na treva.

Mas brados de alarme atroaram, de repente, o palácio. Pelas janelas perpassou o longo flamejar das tochas. Os pátios ressoavam com o bater das armas. E desgrenhada, quase nua, a rainha invadiu a câmara, entre as aias, gritando pelo seu filho! Ao avistar o berço de marfim, com as roupas desmanchadas, vazio, caiu sobre as lajes num choro, despedaçada. Então, calada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de verga... O príncipe lá estava quieto,

adormecido, num sonho que o fazia sorrir, lhe iluminava toda a face entre os seus cabelos de oiro.

A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto.

DESCRIÇÃO Espaço físico

Caracterização direta das personagens

E nesse instante um novo clamor abalou a galeria de mármore. Era o capitão das guardas, a sua gente fiel. Nos seus clamores havia, porém, mais tristeza que triunfo. O bastardo morrera! Colhido, ao fugir, entre o palácio e a cidadela, esmagado pela forte legião de archeiros, sucumbira, e!e e vinte da sua horda. O seu corpo lá ficara, com flechas no flanco, numa poça de sangue. Mas, ai! dor sem nome! O corpozinho tenro do príncipe lá ficara também envolto num manto, já frio, roxo ainda das mãos ferozes que o tinham esganado! Assim tumultuosamente lançavam a nova cruel os

homens de armas, quando a rainha, deslumbrada, com lágrimas entre risos, ergueu nos braços,

para lho mostrar, o príncipe que despertara. Personagem coletiva

(21)

Foi um espanto, uma aclamação. Quem o salvara? Quem?... Lá estava junto do berço de marfim vazio, muda e hirta, aquela que o salvara! Serva sublimemente leal! Fora ela que, para conservar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho... Então, só então, a mãe ditosa, emergindo da sua alegria extática, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã do seu coração... E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma nova, ardente aclamação, com súplicas de que fosse recompensada magnificamente a serva admirável que salvara o rei e o reino.

Personagem coletiva

Mas como? Que bolas de oiro podem pagar um filho? Então um velho de casta nobre lembrou que ela fosse levada ao Tesoiro real, e escolhesse de entre essas riquezas, que eram como as maiores dos maiores tesoiros da Índia, todas as que o seu desejo apetecesse...

A rainha tomou a mão da serva. E sem que a sua face de mármore perdesse a rigidez, com um andar de morta, como um sonho, ela foi assim conduzida para a Câmara dos Tesoiros. Senhores, aias, homens de armas, seguiam, num respeito tão comovido, que apenas se ouvia o roçar das sandálias nas lajes. As espessas portas do Tesoiro rodaram lentamente. E, Quando um servo

destrancou as janelas, a luz da madrugada, já clara e rósea, entrando pelos gradeamentos de ferro, acendeu um maravilhoso e faiscante incêndio de oiro e pedrarias! Do chão de rocha (1) até às

sombrias abóbadas, por toda a câmara, reluziam, cintilavam, refulgiam os escudos de oiro, as armas marchetadas, os montões de diamantes, as pilhas de moedas, os longos fios de pérolas, todas as riquezas daquele reino, acumuladas por cem réis durante vinte séculos. Um longo – ah! – lento e maravilhado, passou por sobre a turba que emudecera. Depois houve um silêncio ansioso. E no meio da câmara, envolta na refulgência preciosa. a ama não se movia... Apenas os seus olhos, brilhantes e secos, se tinham erguido para aquele céu que, além das grades, se tingia de rosa e de oiro. Era lá, nesse céu fresco de madrugada, que estava agora o seu menino. Estava lá, e já o Sol se erguia, e era tarde, e o seu menino chorava decerto, e procurava o seu peito!... E então a ama

sorriu e estendeu a mão. Todos seguiam, sem respirar aquele lento mover da sua mão aberta. Que jóia maravilhosa, que fio de diamantes, que punhado de rubis ia ela escolher?

DESCRIÇÃO Espaço social

Personagens figurantes Tempo cronológico DESCRIÇÃO

Espaço Físico

Espaço Tempo

A ama estendia a mão, e sobre um escabelo ao lado, entre um molho de armas, agarrou um punhal.

Era um punhal de um velho rei, todo cravejado de esmeraldas, e que valia uma província.

Agarrara o punhal, e com ele apertado fortemente na mão, apontando par; o céu, onde subiam os primeiros raios do Sol, encarou a rainha, a multidão, e gritou:

ÚLTIMA SEQUÊNCIA NARRATIVA

DESENLACE

(22)

Texto disponível em http://portuguesonline.no.sapo.pt/aaia.htm - contem neste sítio uma proposta de leitura orientada com atividades associadas à análise do texto e proposta de leituras .

As anotações amarelas marcadas no texto e as inseridas na coluna da direita foram transcritas do livro do 9º Ano de Graça Magalhães e Madalena Dine PREPARAR a Prova Final 2014 editado pela Raiz Editora.

Adapta-se o questionário das autoras citadas, para criação de proposta de atividade prática indutora de outra atividade criada pelos alunos – Salvei o meu príncipe, e agora... vou dar de mamar ao meu filho

E cravou o punhal no coração.

DIÁLOGO AÇÃO FECHADA

(23)

5º Desafio - atividade prática para desenvolvimento da literacia da leitura – 10 novembro

o

Resolução de um questionário de leitura orientada

1. Sabendo que a primeira e a última sequência narrativa estão identificadas, esquematiza o texto, dividindo-o em sequências narrativas. Deverás identificar as respetivas linhas e proceder à sua identificação com um título.

2. Indica o modo de organização das sequências narrativas, (encadeamento, alternância, encaixe) justificando a tua opção.

3. Distingue o tipo de personagens existentes no texto, criando um quadro explicativo.

4. Clarifica se a personagem «rei» é uma personagem «mencionada» ou aludida.

5. Explicita a oposição existente entre os seguintes pares de personagens: rei/irmão bastardo do rei; aia/rainha;

principezinho/escravozinho

6. A partir da leitura do conto está bem visível a existência de uma oposição entre dois valores: o Bem e o Mal. Cria um esquema que explicite esta tensão existente entre o bem e o mal evidenciando dados justificativos da

tua/vossa opção de esquematização.

7. Traduz o sentido da frase: «Uma roca não governa como uma espada».

8. Seleciona cinco comparações existentes no texto e opta pela mais expressiva.

9. Relê o 16º parágrafo. Distingue sensações auditivas e sensações visuais, indicando os efeitos de sentido obtidos.

10. Justifica o tempo histórico da ação deste conto.

11. Classifica o narrador quanto à sua presença (participante/não participante) e ao seu ponto de vista (objetivo/subjetivo) e justifica as tuas afirmações.

12.Atribui outro título ao conto e explica a tua opção.

(24)

o Neste contexto e após a correção do questionário… (17 novembro)

Sabendo que

«A literacia da leitura inclui o uso, reflexão e compreensão de textos multimodais. Integra também o domínio de diferentes formas de expressão: oral, escrita e multimédia.

O aluno lê e comunica, explorando conteúdos e situações para responder aos seus gostos, interesses e necessidades, Trabalhar a leitura e as literacias a ela associadas, num contexto de mudança em que equipamentos, tecnologias e ambientes de acesso e de trabalho são hoje uma realidade fluida, requer capacidades cada vez mais complexas.

A biblioteca escolar proporciona ambientes formativos e de acolhimento promotores de leitura, de uma cidadania ativa e da aprendizagem ao longo da vida.»

In MEC/RBE (2013). Aprender com a biblioteca escolar. Referencial de aprendizagens associadas ao trabalho das bibliotecas escolares na Educação Pré-escolar e no Ensino Básico. (p:18)

Atividade A – Educação Literária: aprofundamento. Organizem-se em 2 grupos de trabalho. Dirijam-se para a estante 8 e levem para cada mesa de trabalho o manual da Porto Editora «Contos de Eça de Queirós» de Ana Vilela e Dalila Sousa. Abram o livro nas páginas 29-32 e resolvam os exercícios respeitantes à Linguagem e estilo em Eça de Queirós. Tempo: 30 minutos, seguido de debate.

Terminar trabalho nos primeiros 5o’(24.11.14)

(25)

Atividades de pós leitura:

24 de novembro

Atividade B – Organizem-se em 2 grupos de trabalho. - Após a leitura de A Aia e de fruição da Oficina no CRBE , sugiram, debatam e produzam uma atividade que evidencie as vossas

capacidades/conhecimentos mas também os vossos valores/atitudes relativos à temática do conto.

Tempo: 30 minutos, seguido de debate TPC/envolve as famílias

Atividade C -

Trabalho individual com implicação na comunidade educativa - Relatem às vossas famílias o conto que leram A Aia. Leiam com elas através da WEB e de Eça de Queirós um outro conto O Tesouro. Comparem os enredos.

Leiam jornais diários, online, sobre a ou as temáticas. Debatam a atualidade dos contos de Eça de Queirós. Numa folha A4 lisa registem comentários e afixem-nos no CRBE. Tenham em atenção o aspeto estético da folha. Apresentação pública – 5 minutos cada interveniente, na base de um «mind map».

(26)

6º Desafio – 15 de dezembro - atividade prática para desenvolvimento da literacia dos media, após a leitura efetuada

Sabendo que, quando se fala da Literacia dos media…

«As práticas de literacia dos media visam dotar os alunos de conhecimento necessários para o seu uso criativo e informado.

O aluno usa os media e espaços sociais de interação e comunicação de forma ética e responsável para produzir, comunicar e participar civicamente.

A biblioteca escolar cria condições de acesso e oportunidades de aprendizagem, capacitando os jovens para a compreensão crítica da mensagem mediática, de forma a contribuir para a sua inclusão numa sociedade dominada pelas tecnologias e pelos média.»

In MEC/RBE (2013). Aprender com a biblioteca escolar. Referencial de aprendizagens associadas ao trabalho das bibliotecas escolares na Educação Pré-escolar e no Ensino Básico.

(p:23)

Nestes contextos – leitura de A Aia e de fruição da Oficina no CRBE -, sugiram, debatam e produzam uma atividade que evidencie as vossas capacidades/conhecimentos mas também os vossos valores/atitudes:

Ajuda às vossas decisões: acessar, debater informação existente em http://www.feq.pt/ e depoi

(27)

7º Desafio

- atividade prática desenvolvimento da literacia da informação – 5 de janeiro

Sabendo que …

«As práticas de literacia da informação visam dotar os alunos de conhecimentos que os capacitem para o acesso, produção e uso crítico da informação e para uma nova comunicação eficaz, ética e socialmente responsável.

O aluno procura, avalia criticamente e trata os dados, atendendo à credibilidade das fontes e respeitando os princípios éticos e normativos.

A biblioteca escolar assume-se como o lugar privilegiado de acesso a recursos diversificados e de desenvolvimento desta literacia, em ambientes cada vez mais tecnológicos e complexos.»

In MEC/RBE (2013). Aprender com a biblioteca escolar. Referencial de aprendizagens associadas ao trabalho das bibliotecas escolares na Educação Pré- escolar e no Ensino Básico. (p:27)

Nestes contextos – leitura de A Aia e de fruição da Oficina no CRBE -, sugiram, debatam e produzam uma atividade que evidencie as vossas capacidades/conhecimentos mas também os vossos valores/atitudes.

Ajuda às vossas decisões: criem uma atividade privilegiando um ambiente natural (friso/manta) que

remeta para um ambiente digital (blogue) para divulgação/avaliação do trabalho realizado por vós em

função do conto estudado

Referências

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