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Simuladinho de Português 2ª FASE DA FUVEST. (Sugestão: Tempo máximo de prova: 4 horas)

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Academic year: 2021

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Texto

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1. (Fuvest 2017) Leia o trecho do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Sagarana, de João Guimarães Rosa, para responder ao que se pede.

E aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia mais balas, e seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento tinham rodado cá para fora da casa, só em sangue e em molambos de roupas pendentes. E eles negaceavam e pulavam, numa dança ligeira, de sorriso na boca e de faca na mão.

– Se entregue, mano velho, que eu não quero lhe matar...

– Joga a faca fora, dá viva a Deus, e corre, seu Joãozinho Bem-Bem...

– Mano velho! Agora é que tu vai dizer: quantos palmos é que tem, do calcanhar ao cotovelo!...

– Se arrepende dos pecados, que senão vai sem contrição, e vai direitinho p’ra o inferno, meu parente seu Joãozinho Bem-Bem!...

– Úi, estou morto...

a) Nesse trecho, em que se narra a luta entre Nhô Augusto e seu Joãozinho Bem-Bem, os combatentes, ao mesmo tempo em que se agridem, dispensam, um ao outro, um tratamento que demonstra estima e consideração. No âmbito dos valores que são postos em jogo no conto, como se explica esse tratamento?

b) No trecho, Nhô Augusto é designado como “o Homem do Jumento”. Considerando-se essa designação no intertexto religioso, muito presente no conto, como se pode interpretá-la? Justifique sua resposta.

2. (Fuvest 2017) Examine a seguinte citação:

É menor pecado elogiar um mau livro, sem lê-lo, do que depois de o haver lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume.

Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha.

a) Explique por que o autor agradece “imediatamente depois de receber o volume”.

b) Levando em conta o contexto, reescreva duas vezes o trecho “sem lê-lo”, substituindo “sem” por “sem que”, na primeira vez, e por “mesmo não”, na segunda.

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3. (Fuvest 2017) Leia este texto, publicado em 1905.

Por toda parte, a 1verbiagem, oca, inútil e vã, a retórica [...] pomposa, a erudição

míope, o aparato de sabedoria resumem toda a elaboração intelectual. [...] Aceitam-se e proclamam-se os mais altos representantes da intelectualidade: os retóricos inveterados, cuja palavra abundante e preciosa impõe-se como sinal de gênio, embora não se encontrem nos seus longos discursos e muitos volumes nem uma ideia original, nem uma só observação própria. E disto ninguém se escandaliza; o escândalo viria se houvera originalidade.

Manoel Bomfim, A América Latina: males de origem. Adaptado. 1verbiagem: falatório longo mas com pouco sentido ou utilidade; verborragia.

a) O sentido que se atribui, no texto, à palavra “retórica” é o de “arte da eloquência, arte de bem argumentar; arte da palavra” (Houaiss)? Justifique.

b) Mantendo-se o sentido que eles têm no contexto, que outra forma os verbos “se encontrem” e “houvera” poderiam assumir?

4. (Fuvest 2017) Considere a imagem abaixo, extraída da apresentação do filme A Amazônia, que faz parte da campanha “A natureza está falando”.

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Eu sou a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Eu mando chuva quando vocês precisam. Eu mantenho seu clima estável. Em minhas florestas, existem plantas que curam suas doenças. Muitas delas vocês ainda nem descobriram. Mas vocês estão tirando tudo de mim. A cada segundo, vocês cortam uma das minhas árvores, enchem de sujeira os meus rios, colocam fogo, e eu não posso mais proteger as pessoas que vivem aqui. Quanto mais vocês tiram, menos eu tenho para oferecer. Menos água, menos curas, menos oxigênio. Se eu morrer, vocês também morrem, mas eu crescerei de novo...

a) Por estar em primeira pessoa, o texto constitui exemplo de uma determinada figura de linguagem. Identifique essa figura e explique seu uso, tendo em vista o efeito que o filme visa alcançar.

b) No referido áudio, é possível perceber, no final da locução da atriz, uma entonação especial, representada na transcrição por meio de reticências. Tendo em vista que uma das funções desse sinal de pontuação é sugerir uma ideia não expressa que cabe ao leitor inferir, identifique a ideia sugerida, neste caso.

5. (Fuvest 2016) Leia este texto.

Mas o meu novíssimo amigo, debruçado da janela, batia as palmas – como Catão para chamar os servos, na Roma simples. E gritava:

– Ana Vaqueira! Um copo de água, bem lavado, da fonte velha! Pulei, imensamente divertido:

– Oh Jacinto! E as águas carbonatadas? E as fosfatadas? E as esterilizadas? E as sódicas?... O meu Príncipe atirou os ombros com um desdém soberbo. E aclamou a aparição de um grande copo, todo embaciado pela frescura nevada da água refulgente, que uma bela moça trazia num prato. Eu admirei sobretudo a moça... Que olhos, de um negro tão líquido e sério! No andar, no quebrar da cinta, que harmonia e que graça de ninfa latina!

E apenas pela porta desaparecera a esplêndida aparição:

– Oh Jacinto, eu daqui a um instante também quero água! E se compete a esta rapariga trazer as coisas, eu, de cinco em cinco minutos, quero uma coisa!... Que olhos, que corpo...

Caramba, menino! Eis a poesia, toda viva, da serra... O meu Príncipe sorria, com sinceridade:

– Não! Não nos iludamos, Zé Fernandes, nem façamos Arcádia. É uma bela moça, mas uma bruta... Não há ali mais poesia, nem mais sensibilidade, nem mesmo mais beleza do que numa linda vaca turina. Merece o seu nome de Ana Vaqueira. Trabalha bem, digere bem, concebe bem. Para isso a fez a Natureza, assim sã e rija

(...).

Eça de Queirós, A cidade e as serras.

a) No período em que Jacinto passa a viver na serra, tornam-se relativamente frequentes, no romance, as referências à cultura da Antiguidade Clássica. Consideradas no contexto da obra, o que conotam as referências que o narrador, no excerto, faz a aspectos dessa cultura?

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b) Considerando-a no contexto em que aparece, explique a expressão “nem façamos Arcádia”, empregada por Jacinto.

6. (Fuvest 2016) Leia o texto.

(...) Muita gente o tinha odiado. E ele odiara a todos. Apanhara na polícia, um homem ria quando o surravam. Para ele é este homem que corre em sua perseguição na figura dos guardas. Se o levarem, o homem rirá de novo. Não o levarão. Vêm em seus calcanhares, mas não o levarão. Pensam que ele vai parar junto ao grande elevador. Mas Sem-Pernas não para. Sobe para o pequeno muro, volve o rosto para os guardas que ainda correm, ri com toda a força do seu ódio, cospe na cara de um que se aproxima estendendo os braços, se atira de costas no espaço como se fosse um trapezista de circo.

A praça toda fica em suspenso por um momento. “Se jogou”, diz uma mulher, e desmaia. Sem-Pernas se rebenta na montanha como um trapezista de circo que não tivesse alcançado o outro trapézio. O cachorro late entre as grades do muro.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

Para responder ao que se pede, atente para as informações referentes à localização espacial dessa cena, na qual se narram a perseguição e a morte de Sem-Pernas.

a) A cena se passa diante do conhecido Elevador Lacerda (foto acima), que vem a ser um dos mais famosos “cartões-postais” de Salvador, Bahia. Qual é o efeito de sentido introduzido na cena por essa característica da localização espacial?

b) Observe que o Elevador Lacerda, de uso público, situa-se no desnível brusco e pronunciado que, em Salvador, separa a “Cidade Alta” (parte mais moderna da cidade, considerada seu centro econômico) da “Cidade Baixa” (sobretudo portuária e popular). Que sentido essa característica do espaço confere à cena?

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7. (Fuvest 2016) Leia este texto.

O tempo personalizou minha forma de falar com Deus, mas sempre termino a conversa com um pai-nosso e uma ave-maria.

(...)

Metade da ave-maria é uma saudação floreada para, só no final, pedir que ela rogue por nós. No pai-nosso, sempre será um mistério para mim o “mas” do “não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Me parece que, a princípio, se o Pai não nos deixa cair em tentação, já estará nos livrando do mal.

Denise Fraga, www1.folha.uol.com.br, 07/07/2015. Adaptado.

a) Mantendo-se a relação de sentido existente entre os segmentos “não nos deixeis cair em tentação” / “mas livrai-nos do mal”, a conjunção “mas” poderia ser substituída pela conjunção e, de modo a dissipar o “mistério” a que se refere a autora? Justifique.

b) Sem alterar seu sentido, reescreva o trecho da oração citado pela autora, colocando os verbos “deixeis” e “livrai” na terceira pessoa do singular.

8. (Fuvest 2016) Leia este texto.

Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente eficiente do ponto de vista energético. Somos capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhuma técnica especial de balançar os braços, ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o número de quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas, agora, depois de anos investigando o funcionamento de nossas pernas, um grupo de cientistas construiu uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada, que é capaz de diminuir o consumo de energia de uma caminhada em até 10%.

Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e fica preso logo abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aquiles e dos músculos ligados ao tendão. Uma haste na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás, segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho, segura uma espécie de embreagem (...).

Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado.

a) Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com fins expressivos, o emprego de termos contraditórios, sublinhando-os.

b) Esse excerto provém de um artigo de divulgação científica. Aponte duas características da linguagem nele empregada que o diferenciam de um artigo científico especializado.

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9. (Fuvest 2016) Um restaurante, cujo nome foi substituído por Y, divulgou, no ano de 2015, os seguintes anúncios:

a) Na redação do anúncio II, evitou-se um erro gramatical que aparece no anúncio I. De que erro se trata? Explique.

b) Tendo em vista o caráter publicitário dos textos, com que finalidade foi usada, em ambos os anúncios, a forma “pra”, em lugar de “para”?

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Examine este anúncio de uma instituição financeira, cujo nome foi substituído por X, para responder às questões a seguir.

10. (Fuvest 2016) Compare os diversos elementos que compõem o anúncio e atenda ao que se pede.

a) Considerando o contexto do anúncio, existe alguma relação de sentido entre a imagem e o slogan “É DIFERENTE QUANDO VOCÊ CONHECE”? Explique.

b) A inclusão, no anúncio, dos ícones e algarismos que precedem o texto escrito tem alguma finalidade comunicativa? Explique.

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REDAÇÃO

Examine o 1texto abaixo, para fazer sua redação.

Resposta à pergunta: O que é Esclarecimento?

Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de servir-se de seu próprio entendimento sem direção alheia. O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando ela não é causada por falta de entendimento mas, sim, por falta de determinação e de coragem para servir-se de seu próprio entendimento sem a tutela de um outro. 2Sapere aude! Ousa fazer uso de teu próprio

entendimento! Eis o lema do Esclarecimento.

A preguiça e a covardia são as causas de que a imensa maioria dos homens, mesmo depois de a natureza já os ter libertado da tutela alheia, permaneça de bom grado a vida inteira na menoridade. É por essas mesmas causas que, com tanta facilidade, outros homens se colocam como seus tutores. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, se tenho um diretor espiritual que assume o lugar de minha consciência, um médico que por mim escolhe minha dieta, então não preciso me esforçar. Não tenho necessidade de pensar, se é suficiente pagar. Outros se encarregarão, em meu lugar, dessas ocupações aborrecidas.

A imensa maioria da humanidade considera a passagem para a maioridade, além de difícil, perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram-na sob sua supervisão. Depois de terem, primeiramente, emburrecido seus animais domésticos e impedido cuidadosamente essas dóceis criaturas de darem um passo sequer fora do andador de crianças em que os colocaram, seus tutores mostram-lhes, em seguida, o perigo que é tentarem andar sozinhos. Ora, esse perigo não é assim tão grande, pois aprenderiam muito bem a andar, finalmente, depois de algumas quedas. Basta uma lição desse tipo para intimidar o indivíduo e deixá-lo temeroso de fazer novas tentativas.

Immanuel Kant 1Para o excerto aqui apresentado, foram utilizadas as traduções de Floriano de Sousa

Fernandes, Luiz Paulo Rouanet e Vinicius de Figueiredo. 2Sapere aude: cit. lat. de Horácio, que significa “Ousa saber”.

Estes são os parágrafos iniciais de um célebre texto de Kant, nos quais o pensador define o Esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade, o que este alcançaria ao tornar-se capaz de pensar de modo livre e autônomo, sem a tutela de um outro. Publicado em um periódico, no ano de 1784, o texto dirigia-se aos leitores em geral, não apenas a

especialistas.

Em perspectiva histórica, o Esclarecimento, também chamado de Iluminismo ou de Ilustração, consiste em um amplo movimento de ideias, de alcance internacional, que, firmando-se a partir do século XVIII, procurou estender o uso da razão, como guia e como crítica, a todos os campos da atividade humana. Passados mais de dois séculos desde o início desse movimento, são muitas as interrogações quanto ao sentido e à atualidade do

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Com base nas ideias presentes no texto de Kant, acima apresentado, e valendo-se tanto de outras informações que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema:

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Gabarito:

Resposta da questão 1:

a) Quando seu Joãozinho Bem-Bem e seus jagunços passam pelos arredores do Tombador, Nhô Augusto oferece-lhes alimentação e estadia, e logo se torna amigo do cangaceiro. No entanto, Augusto estava determinado a ser um homem de bem e, por isso, não poderia permitir as malfeitorias de seu Joãozinho Bem-Bem. Assim, luta contra o amigo e encontra, nessa morte heroica, sua redenção.

b) Quando Nhô Augusto é resgatado pela mãe Quitéria e o pai Serapião, após ser quase morto pelos capangas do Major Consilva, passa por um processo cristão de arrependimento e regeneração. Logo, o povo da região o considera um homem “santo”, pois passa a trabalhar para si e para os outros e a praticar o bem.

Em determinado momento da narrativa, quando busca a sua oportunidade de redenção, deixa-se guiar por um jumento, que o leva ao encontro do deixa-seu destino. Pelo simbolismo religioso presente no conto, é possível estabelecer um paralelo com a imagem de Jesus Cristo entrando em Jerusalém.

Resposta da questão 2:

a) O autor agradece “imediatamente depois de receber o volume” para se libertar do pecado de não apreciá-lo.

b) “É menor pecado elogiar um mau livro, sem que o tenha lido...” e “É menor pecado elogiar um mau livro, mesmo não o tendo lido...”.

Resposta da questão 3:

a) Não. O sentido é de “adornos empolados ou pomposos de um discurso” (acepção extraída do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

b) Considerando que a oração “embora não se encontrem nos seus longos discursos e muitos volumes nem uma ideia original, nem uma só observação própria” está na voz passiva sintética; a outra forma que o verbo “encontrar” poderia assumir, mantendo-se o sentido, seria a voz passiva analítica: “embora não sejam encontradas nos seus longos discursos e muitos volumes nem uma ideia original, nem uma só observação própria”.

Na oração “o escândalo viria se houvera [pretérito mais-que-perfeito do indicativo] originalidade”, o verbo “haver” poderia sem substituído, sem alteração de sentido, por “houvesse” [pretérito imperfeito do subjuntivo].

Resposta da questão 4:

a) O texto constitui exemplo da figura de linguagem personificação ou prosopopeia. Seu uso visa dar voz à Floresta Amazônica, com o objetivo de aproximar o expectador de sua

realidade, levando-o a comover-se com a situação imposta à floresta, a de destruição; movendo-o a tornar-se um dos defensores de seu ecossistema.

b) O uso das reticências nesse caso deixa implícita a ideia de que a Floresta renascerá, mas os seres humanos, não.

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Resposta da questão 5:

a) O fragmento reproduz uma cena passada na Quinta de Tormes, local em que Jacinto passa a morar depois de se ter mudado de Paris. O estranhamento de Zé Fernandes face ao pedido de Jacinto para que lhe tragam água da fonte, ao invés das águas sofisticadas que sempre preferira, a beleza natural de Ana Vaqueira, assim como a simplicidade do cenário remetem personagens e leitor às paisagens bucólicas descritas pelos autores clássicos que tematizavam o “locus amoenus” e o “inutila truncat”, como base essencial para se atingir o equilíbrio e a felicidade.

b) A expressão “nem façamos Arcádia” alude ironicamente à visão idealizada de Zé Fernandes relativamente aos dotes físicos de Ana Vaqueira, dona de beleza invulgar, mas, como

trabalhadora braçal e rude, seria insensível a apelos sentimentais. Resposta da questão 6:

a) Sem-Pernas, perseguido pela polícia, salta da Cidade Alta que sempre o maltratara para cair na Cidade Baixa a que sempre pertencera. Desta forma, fica evidente que o suicídio do personagem é um ato desesperado no sentido da libertação de um sistema que sempre o oprimiu.

b) Situado no desnível brusco e pronunciado que, em Salvador, separa a Cidade Alta da Cidade Baixa, o espaço representado pelo Elevador Lacerda simboliza o antagonismo das classes sociais daquela cidade e, por extensão, de todo o Brasil.

Resposta da questão 7:

a) Se a conjunção “mas” fosse substituída pela conjunção “e”, o estranhamento da autora desapareceria, pois a segunda oração deixaria de constituir oposição à primeira e seria entendida como um outro pedido a Deus: “não nos deixeis cair em tentação” / “e livrai-nos do mal”.

b) Se a segunda pessoa do plural dos termos verbais “deixeis” e “livrai” fosse substituída pela terceira pessoa do singular, a frase correta seria: não nos deixe cair em tentação, mas livre-nos do mal.

Resposta da questão 8:

a) Os termos “simples” e “sofisticada” na expressão “uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada” configuram uma contradição.

b) O uso da primeira pessoa do plural (“nosso andar”, “somos capazes”, “nossas pernas”), a linguagem coloquial presente no uso do termo “traquitana”, assim como a imprecisão semântica da expressão “espécie de embreagem” diferenciam o texto de Fernando Reinach dos textos científicos em que predomina a função referencial da linguagem, denotativa e objetiva.

Resposta da questão 9:

a) A expressão “A 10 anos” do primeiro anúncio é incorreta, pois, na indicação de tempo decorrido, deve usar-se o verbo “haver”. Para atender aos requisitos da norma culta da

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língua, deveria ser substituída por “Há dez anos”.

b) “Pra” aparece em dicionários, inclusivamente no vocabulário ortográfico da Academia Brasileira de Letras, como sendo a forma reduzida da preposição “para”. Pode ser utilizada na linguagem falada e em alguns tipos de textos informais, como recurso de frases publicitárias em que se pretende enfatizar a aproximação do emissor com o receptor da mensagem. Resposta da questão 10:

a) Sim, pois a pegada de um sapato, usado normalmente por funcionários de empresas

comerciais e financeiras, sobre uma área que remete a uma plantação de soja permite inferir que o anúncio destaca a importância da aproximação dessas empresas com a realidade do meio em que o cliente desenvolve as suas atividades.

b) Os ícones e os algarismos informam a posição geográfica exata do campo de soja a que se refere o texto. Assim, através dessa inclusão, associa-se facilmente a precisão do local com a eficiência da empresa baseada no conhecimento rigoroso da realidade do negócio.

REDAÇÃO

O desafio dessa proposta de redação é relacionar as ideias de Kant ao contexto da vida atual, de modo a responder à pergunta: “O homem saiu de sua menoridade?”.

De acordo com o texto, “A menoridade é a incapacidade de servir-se de seu próprio entendimento sem direção alheia”. A solução seria o esclarecimento.

Considerando que a humanidade já passou por muitos avanços desde a época do filósofo, no século XVIII, seria de se supor que sim.

O candidato pode se valer de uma perspectiva histórica em sua dissertação, compreendendo o período mencionado pela proposta, “o Esclarecimento, também chamado de Iluminismo ou de Ilustração”, perpassando grandes mudanças ocorridas nos séculos XIX, XX e XXI.

É possível posicionar-se tanto de maneira positiva, quanto negativa (ou ainda relativista), desde que a argumentação seja consistente.

Alguns encaminhamentos possíveis para responder “sim” a essa questão seriam: a maior liberdade que o homem desfruta hoje, em relação ao daquela época; o mais fácil acesso às informações, quando podemos obtê-las através da internet; a valorização do “esclarecimento”, principalmente a partir do século XIX, período em que a Ciência ganhou status e passou a ser uma das formas mais prestigiadas para a explicação dos fenômenos no mundo, e não apenas a religião; a maior liberdade política nas sociedades democráticas.

Por outro lado, é também possível responder “não” a essa pergunta. Pode-se questionar se o homem de hoje, com todos esses avanços mencionados, é, de fato, mais esclarecido do que o daquela época, uma vez que a religião ainda é motivadora de guerras entre nações; em que a intolerância religiosa ainda é comum; em que o preconceito racial acomete inúmeros cidadãos; em que ainda existem ditaduras. Outro ponto interessante a ser levantado é a respeito da internet, que, ao mesmo tempo que poderia levar ao esclarecimento, é fonte, muitas vezes, de informações equivocadas e de baixa qualidade. Além disso, há quem aponte um retrocesso na apropriação de conhecimentos, uma vez que o consumo excessivo de informações levaria a uma apropriação muito superficial por parte do internauta

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