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SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE 5 AÇÕES PRÁTICAS QUE CONTRIBUEM PARA A SUSTENTABILIDADE

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SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE 5

AÇÕES PRÁTICAS QUE CONTRIBUEM

PARA A SUSTENTABILIDADE

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N e s t a e t a p a v a m o s e s t u d a r a l g u m a s a ç õ e s q u e p ro m o v e m a sustentabilidade, e assim, contribuem para o desenvolvimento sustentável e para uma vida digna, justa e feliz. Tais ações vão desde pequenas ações no dia a dia das pessoas, até verdadeiros projetos de cidades sustentáveis, assim como projetos de sustentabilidade empresariais e de organizações não governamentais.

As ações que serão apresentadas a seguir nos remetem a repensar as nossas ações e nos estimulam a participar desta “evolução sustentável”. Os exemplos apresentados nos dão esperança e gosto para continuar a jornada para o desenvolvimento sustentável. Precisamos nos engajar, mudar nossos hábitos, participar e influenciar a todos para construirmos uma sociedade que busca a sustentabilidade e a pratica.

APRESEN TAÇÃO

Organização Edson Torres

Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano

Torres

Edição Gráfica

e Revisão

UNIASSELVI

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AÇÕES PRÁTICAS

QUE CONTRIBUEM PARA A SUSTENTABILIDADE

.05

1 INTRODUÇÃO

N e s t a e t a p a v a m o s e s t u d a r a l g u m a s a ç õ e s q u e p ro m o v e m a sustentabilidade, e assim, contribuem para o desenvolvimento sustentável e para uma vida digna, justa e feliz. Tais ações vão desde pequenas ações no dia a dia das pessoas, até verdadeiros projetos de cidades sustentáveis, assim como projetos de sustentabilidade empresariais e de organizações não governamentais.

As ações que serão apresentadas a seguir nos remetem a repensar as nossas ações e nos estimulam a participar desta “evolução sustentável”. Os exemplos apresentados nos dão esperança e gosto para continuar a jornada para o desenvolvimento sustentável. Precisamos nos engajar, mudar nossos hábitos, participar e influenciar a todos para construirmos uma sociedade que busca a sustentabilidade e a pratica.

2 AÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA A SUSTENTABILIDADE

Neste item, estudaremos as ações que contribuem para a sustentabilidade.

Acompanhe!

2.1 MUDANÇA NA CULTURA

Quando as pessoas, as organizações e os governos passarem a ser

verdadeiros seguidores da sustentabilidade, uma mudança mundial será

desencadeada. Por exemplo, a energia virá das mesmas fontes renováveis

que sustentam toda a vida, e não de estoques finitos e poluentes como os

combustíveis fósseis ou como as termoelétricas movidas a carvão. A produção

imitará um ciclo natural de nascimento, morte e renascimento, sem geração

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de resíduos nocivos ao meio ambiente ou que não possam ser reaproveitados.

Os recursos naturais serão reconhecidos pelas suas contribuições aos sistemas de vida do planeta, e não apenas por seu valor como bens econômicos.

Um mundo sustentável na verdade, será movido pelo sol, construído de materiais que tenham um ciclo de reciclagem; os carros e motos serão diminutos, sendo maximizado o uso de trens, ônibus e bicicletas; com habitações sustentáveis; e com comunidades justas, equitativas e unidas.

Esta visão do mundo parece muito distante, porém as necessidades nos impulsionarão a quebrar paradigmas e dogmas institucionalizados, favorecendo a evolução da sustentabilidade (GARDNER, 2001).

FIGURA 1 – FLOR DA CULTURA DA SUSTENTABILIDADE QUE SE FUNDAMENTA NOS PRINCÍPIOS DO CUIDADO COM AS PESSOAS, COM A TERRA E NA REPARTIÇÃO DE EXCEDENTES

FONTE: LEGAN, Lucia. A Escola sustentável: ecoalfabetizando pelo ambiente. São Paulo:

IPEC, 2009.

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As sete ameaças à sustentabilidade: riqueza sem trabalho, prazer sem responsabilidade, conhecimento sem valores, negócios sem ética, ciência sem compromisso humanitário, religião sem altruísmo, política sem princípios.

Mahatma Gandhi.

Existem estudiosos como o biólogo Stephen Jay Gould, de Harvard, que afirmam que o mundo natural evolui, com longos períodos de inércia sendo rapidamente rompidos por saltos à frente. Este padrão também pode descrever a evolução cultural. As mudanças rápidas são realmente possíveis, uma vez que enfrentamos situações de extrema dificuldade e que nos obriga a tomar atitudes e realizar mudanças drásticas e de maneira muito veloz.

Uma rápida mudança no padrão de cultura é mais provável quando todos os setores da sociedade estão articulados, e isto é indiscutível. É verdade que grandes mudanças culturais frequentemente evoluíram das bases, porém, tais mudanças são mais prováveis e podem ser aceleradas se todos os setores estiverem engajados, principalmente a população geral e o governo (GARDNER, 2001).

Podemos citar como exemplo de mudança drástica, os Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial, quando se converteram em uma economia de guerra em questão de meses, por meio da força dos cidadãos, empresas e governo. As pessoas reciclaram metal, borracha e outros materiais, as montadoras transferiram a produção de carros para tanques e aviões, todos os homens possíveis se alistaram, e as mulheres substituíram os homens nas fábricas. Um esforço parecido para construir uma sociedade sustentável exigirá que indivíduos, empresas e governos se transformem em agentes conscientes da mudança, agindo estrategicamente e se ajudando mutuamente (GARDNER, 2001).

Uma grande mudança será facilitada se todos os setores trabalharem a

partir de uma base comum de informação. Neste caso, a comunidade científica

possui um importante papel. Podemos citar o trabalho desempenhado pelo

Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática, que tem sido uma fonte

confiável de informação sobre as mudanças climáticas, tanto para negociadores

internacionais do clima, quanto para a população geral (GARDNER, 2001). O

IPCC já está preparando o seu quinto relatório e será anunciado em 2013 e

2014. No seu último relatório, já se tem grande porcentagem de certeza de

que as atividades humanas estão alterando o clima, e várias populações já

estão sentindo os seus efeitos, como o desaparecimento de algumas ilhas

polinésias, devido ao aumento do nível dos oceanos.

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FIGURA 2 – O NÍVEL DOS OCEANOS NOS ÚLTIMOS 100 ANOS, EM GERAL, SUBIU CERCA DE 4 A 14 CM. O DIAGRAMA MOSTRA A ALTERAÇÃO DO NÍVEL DO MAR, MEDIDA NOS LITORAIS DA HOLANDA, ALEMANHA E DA POLÔNIA.

FONTE: Disponível em: <http://www.ipcc.ch/publications_and_data/ar4/wg1/en/contents.

html>. Acesso em: 20 maio 2012.

Em outra ponta, a mídia possui significativa importância para a divulgação das informações, por ter grande influência e grande abrangência a nível de sociedade civil, organizações e governos. Contudo, para causar um impacto positivo, a mídia terá que compreender as questões e desenvolver uma visão de longo prazo. Para isso, o desenvolvimento de uma visão mundial de amplo espectro exigirá uma atenção contínua da mídia para os temas referentes à sustentabilidade (GARDNER, 2001).

FIGURA 3 – A RELAÇÃO ENTRE COMUNICAÇÃO E SUSTENTABILIDADE DEVE INTEGRAR OS VALORES ÉTICOS, AS AÇÕES ÉTICAS E A IMAGEM ÉTICA

FONTE: Disponível em: <http://thehubbh.com.br/escola/oficina-de-comunicacao-e-

sustentabilidade>. Acesso em: 20 maio 2012.

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No contínuo esforço de direcionar nossas culturas para a sustentabilidade, a sociedade civil, as empresas e os governos têm diversas situações críticas onde podem ser início de transformação. Cada um, porém, também enfrenta restrições específicas: a falta de organização limita a influência da sociedade civil, a busca massiva pelo lucro reduz as opções para as empresas e interesses concorrentes bloqueiam as ações dos governos, porém coletivamente, os três setores são capazes de mudanças culturais abrangentes. Ao explorar nosso potencial como agentes conscientes da evolução cultural, poderemos criar uma civilização sustentável, com plena dignidade humana (GARDNER, 2001).

3 SUSTENTABILIDADE NO DIA A DIA

A sustentabilidade pode ser adquirida por meio de pequenas atitudes ao longo de nossa vida. Para isso é preciso que o indivíduo aceite uma nova forma de ver a vida e que isso reflita em uma mudança de cultura. Com isso o indivíduo transforma-se em multidão, e juntos podem transformar o mundo e a forma como a humanidade afeta negativamente a vida.

Ações simples como economizar e reciclar papel; reciclar latas e embalagens; não queimar o lixo; economizar água e energia elétrica por meio de uso racional desses recursos; comprar produtos de empresas que fornecem bens e serviços tendo responsabilidade socioambiental; recusando- se a consumir produtos de origem ilícita ou que tenha sido obtido por meios prejudiciais à natureza.

Muitas são as ações no dia a dia que podem ser modificadas e inseridas como prática para uma vida sustentável, levando a um desenvolvimento sustentável. Vejamos alguns exemplos de práticas sustentáveis:

• utilizar frequentemente a bicicleta como meio de transporte;

• preferir o uso de transporte coletivo;

• utilizar combustíveis renováveis como o etanol;

• separar os resíduos sólidos e encaminhar para a reciclagem os resíduos recicláveis;

• fazer um sistema de compostagem;

• utilizar os resíduos orgânicos para compostagem;

• utilizar o adubo gerado na composteira e aplicar em uma horta própria;

• fazer horta orgânica em casa;

• não utilizar defensivos agrícolas e adubos químicos na horta;

• fazer sistema de captação de água de chuva para uso em banheiros e lavação de calçadas e veículos;

• gerenciar o uso da energia elétrica;

• optar por equipamentos elétricos mais eficientes;

• utilizar lâmpadas fluorescentes ou LED;

• aproveitar iluminação solar;

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• utilizar o mínimo de produtos de higiene (contaminam a água);

• preferir por alimentos orgânicos e que não sejam transgênicos;

• não utilizar alimentos enlatados;

• utilizar produtos e serviços regionais;

• utilizar produtos de empresas comprometidas com a sustentabilidade;

• não comprar produtos supérfluos;

• preferir por produtos de baixa pegada ecológica;

• utilizar sacolas retornáveis;

• optar por produtos com pouca embalagem, ou menos impactante;

• plantar árvores, cultivar jardins;

• integrar-se em ações de promoção à educação ambiental.

A Pegada Ecológica é um marco da contabilidade que acompanha as demandas concorrentes da humanidade sobre a biosfera por meio da comparação da demanda humana com a capacidade regenerativa do planeta.

Esse procedimento se dá pela soma das áreas necessárias ao fornecimento dos recursos renováveis utilizados pelas pessoas, as áreas ocupadas por infraestrutura e as áreas necessárias para a absorção de resíduos.

FONTE: Planeta Vivo (2010)

FIGURA 4 – TODA ATIVIDADE HUMANA USA TERRAS E/OU RECURSOS PESQUEIROS BIOLOGICAMENTE PRODUTIVOS. A PEGADA ECOLÓGICA É A SOMA DESSA ÁREA, SEJA QUAL FOR SUA LOCALIZAÇÃO NO PLANETA

FONTE: Planeta Vivo (2010)

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Agindo desta forma, você vai criar uma rede de sustentabilidade que se propagará ao seu redor e provocará novas mudanças em outras pessoas que, por sua vez, aumentarão esta rede, tendo maior amplitude até tomar conta de toda a sociedade.

FIGURA 5 – A IMAGEM NOS REMETE A PENSAR SOBRE QUAL É O EQUILÍBRIO PERFEITO PARA A PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E COMO ESTÁ SUSTENTADO ESTE EQUILÍBRIO NOS DIAS ATUAIS

FONTE: Disponível em: <http://static.hsw.com.br/gif/desenvolvimento- sustentavel-01.gif>. Acesso em: 20 maio 2012.

Porém, é muito difícil ser sustentável em um mundo onde o sistema nos remete ao consumismo desenfreado e onde as pessoas valem pelo que consomem e pelo que têm e não pelos seus valores éticos e morais e pelos exemplos que produzem. Contudo, com o passar do tempo e com a evolução do senso crítico, da cultura e da educação ambiental, essa forma de viver terá que ser aceita por toda a sociedade como a única forma realmente possível de prolongarmos a nossa existência.

Segundo o relatório do Planeta Vivo (2010), no cenário tendencial, a

perspectiva é preocupante: mesmo com as modestas projeções da ONU

para o crescimento da população, consumo e mudança do clima, até 2030

a humanidade precisará da capacidade de dois planetas Terra para absorver

os resíduos de CO2 e manter o consumo de recursos naturais.

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Juntamente com estes fatores, nosso conceito de prosperidade e sucesso também precisa de mudança. Atualmente, a renda e o consumo se transformaram em importantes facetas do desenvolvimento e, nos últimos 80 anos, o PIB foi usado como o principal indicador de progresso. Porém, isso não é suficiente, porque deveríamos buscar o bem estar pessoal e o da sociedade. Acima de determinado nível de renda, a elevação do consumo não aumenta os benefícios sociais drasticamente e novos aumentos na renda per capita não ampliam o bem estar humano de maneira significativa (PLANETA VIVO, 2010).

Há um crescente reconhecimento de que, além da renda, o bem estar também inclui elementos sociais e pessoais que, juntos, permitem que as pessoas levem o tipo de vida que valorizam. E isso também é sustentabilidade.

Assim, o PIB deve ser utilizado como um indicador juntamente com outros como o Índice de Desenvolvimento Humano, o coeficiente de Gini, o Índice Planeta Vivo, os índices de serviços ecossistêmicos e a Pegada Ecológica. Fazer com que o uso de recursos naturais ocorra dentro de limites ecológicos é um fator essencial na busca por caminhos para um desenvolvimento que nos permita viver em harmonia com a natureza, um desenvolvimento sustentável.

O Índice Planeta Vivo (IPV) é um índice que monitora a biodiversidade, acompanhando a evolução de quase 8.000 populações de espécies de vertebrados com a finalidade de registrar alterações na saúde dos ecossistemas do planeta.

A busca pela sustentabilidade e a cultura de ações sustentáveis está cada vez mais perto de ser alcançada. Infelizmente, não por vontade própria, mas por extrema necessidade às adaptações frente aos novos desafios impostos pelas variabilidades climáticas. Neste ritmo consumista e degradante, o sistema ambiental não se manterá para sempre do jeito que conhecemos, mas buscará um novo equilíbrio, e este equilíbrio nos trará sérios problemas. A degradação ambiental e a exploração dos recursos naturais mantêm o ser humano em constante perigo, e, caso esse processo não mude, o colapso será eminente.

O ser humano precisa mudar seus conceitos e rever a forma de encarar sua

presença e sua interferência na natureza. A variabilidade climática e as suas

já presentes consequências deixarão bem claro que a mudança de atitude, e

de cultura será uma questão de vida ou de morte (BOFF, 2012).

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FIGURA 6 - DETALHE DO AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO NA ATMOSFERA AO LONGO DE 200 ANOS. QUANTO MAIS CO

2

NA ATMOSFERA, MAIOR É O AQUECIMENTO GLOBAL E MAIORES SERÃO AS VARIABILIDADES CLIMÁTICAS

FONTE: IPCC (2007)

4 EXEMPLOS QUE DERAM CERTO

A seguir apresentamos alguns exemplos dessa área que deram certo.

4.1 AS CIDADES SUSTENTÁVEIS

Como imaginar uma cidade que usa 100% de energia renovável? Com a maior parte do transporte realizado por trens ou bondes movidos a energia elétrica, bicicletas, ou a pé? Onde os blocos de edifícios movidos a energia solar têm seus escritórios ocupados por gente que trabalha com negócios ecológicos? Onde a feira oferece produtos agrícolas regionais orgânicos e frescos vendidos diretamente pelos produtores? Onde os pais se encontram nos parques e jardins enquanto seus filhos brincam nas ruas sem carros?

Este modo de vida parece utópico, porém é uma realidade em Vauban, uma cidade ecológica, com 5.000 casas, em Frieburg, na Alemanha. Sua cidade vizinha, Hanover, que possui uma população de 500.000 habitantes, reduziu sua emissão de gases de efeito estufa em 50%.

Você pode verificar diversos cases relacionados à sustentabilidade no programa de televisão Cidades e Soluções. Acesse: <http://globotv.globo.

com/globo-news/cidades-e-solucoes>.

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A pergunta que não quer se calar é: como essas comunidades transformaram suas culturas para chegar a essa mudança de comportamento?

Na verdade estas cidades tiraram o máximo de proveito das oportunidades a cada passo do caminho, do planejamento à implantação do projeto, assegurando que a meta de sustentabilidade fosse a principal decisão (NEWMAN, 2010).

As cidades sempre foram locais de oportunidades econômicas e sociais, e sempre vão ser. Seu surgimento aconteceu quando as sociedades formadas por caçadores se transformaram em cidades estabelecidas com base na produção agrícola. Contudo, durante a época da revolução industrial, as cidades cresceram e adquiriram maior porte, e assim maior impacto ambiental e ainda hoje oferecem oportunidades econômicas e sociais para a população.

Porém, na atualidade, as cidades têm um impacto intensificado no meio ambiente, porque se respaldam no consumo progressivo de combustível fóssil e de outros materiais que não possuem um ciclo de reciclagem. Estas cidades precisam continuar oferecendo oportunidades, mas devem proporcionar maior padrão sustentável (NEWMAN, 2010).

O que se discute atualmente é se as cidades não só poderiam reduzir seu impacto sobre a Terra, mas também contribuir para sua regeneração.

Mundialmente, as cidades estão se tornando mais sustentáveis com edifícios adaptados, sistemas de transporte alternativos, sistemas de energia renováveis, planos que levam em conta o consumo de água e sistemas com desperdício zero de lixo, e tudo isso amparado pela inteligência de uma nova revolução industrial verde.

Como exemplo, a BedZED é um empreendimento de casas populares no centro de Londres constituído por um planejamento sem emissão de gases de efeito estufa. Esse projeto tem muitas inovações ecológicas como:

• utilização de materiais locais e reciclados;

• utilização de modo combinado de placas foto voltaicas e combustível de biomassa para aquecimento e geração de energia;

• reciclagem da água suja;

• armazenagem da água da chuva;

• estrutura local para reduzir a necessidade de locomoção e fica perto de uma estação de trem;

• jardins de permacultura na área externa.

A permacultura é um método holístico de planejar, atualizar e manter

sistemas de escala humana como jardins, vilas, aldeias, comunidades e

cidades ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente

viáveis.

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Um ponto importante de ser ressaltado é que quando foi realizado um levantamento das pegadas ecológicas dos moradores, foi constatada uma enorme variedade no modo de cada um utilizar os recursos ecológicos. A pegada ecológica média de alguns moradores era de 4,4 hectares por pessoa, sendo menores do que a média de Londres (6,6 hectares), ao passo que alguns moradores conseguiram reduzir sua pegada para 1,9 hectares por pessoa. As experiências de projetos europeus antigos contemplando sustentabilidade urbana podem ter a explicação para este fato (NEWMAN, 2010).

Alguns prédios e bair ros que não foram desenvolvidos com o envolvimento da comunidade podem se mostrar incapazes de alcançar os objetivos de projetos com perfil sustentável. Se tais inovações são impostas para as pessoas que não sabem como usar os novos edifícios conforme planejado, ou desconhecem o motivo para usar menos energia ou água ou combustível, os moradores podem simplesmente transferir seus velhos hábitos de vida consumista para as novas situações de sustentabilidade.

Porém, o aumento de cidades sustentáveis somente se popularizará quando a transformação verde envolver todos os elementos do processo político. Com isso, várias políticas governamentais podem ajudar as cidades no caminho da sustentabilidade, como:

• infraestrutura que permita que energia, água, transporte e lixo sejam administrados com impacto ecológico mínimo;

• plano para assegurar que a infraestrutura esteja eficientemente disponível a todos;

• inovação por meio de pesquisa e desenvolvimento, e também com comprovações práticas, de modo a assegurar continuamente que a eco- tecnologia mais recente seja predominante;

• incentivos fiscais para direcionar os investimentos para essas novas tecnologias e fornecer às pessoas a motivação para que mudem seu comportamento;

• regulamentos para estabelecer padrões suficientemente altos para que as tecnologias de sustentabilidade atendam a suas formalidades;

• educação para assegurar que as famílias e as comunidades queiram fazer

as mudanças necessárias.

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FIGURA 7 – SISTEMA ADOTADO PELA PERMACULTURA, QUE POSSUI COMO PRINCÍPIOS BÁSICOS O CUIDADO DA TERRA, DO HOMEM, E A GESTÃO RACIONAL DOS RECURSOS EXISTENTES

FONTE: Disponível em: <http://lugoverde.wordpress.com/2009/02/27/permacultura-ambientes-humanos- sustentaveis/>. Acesso em: 23 maio 2012.

4.2 REDE ECOVIDA

A Rede Ecovida de Agroecologia é um espaço de articulação entre agricultores familiares organizados em grupos, entidades de assessoria, organizações de consumidores envolvidas com a produção, processamento, comercialização e consumo de alimentos ecológicos. A Rede trabalha com princípios e objetivos bem definidos e tem como meta fortalecer a agroecologia nos seus mais amplos aspectos, buscando a sustentabilidade do produtor rural e da população geral (BRANDES, 2012).

A formação da Rede Ecovida de Agroecologia se deu, na fase da

organização e ampliação do debate da agroecologia, no final da década de

1990 e início dos anos 2000. A partir dessa fase aprofundou-se o debate acerca

da agroecologia e a sua incorporação nas discussões sobre o desenvolvimento

sustentável (BRANDES, 2012).

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A missão da Rede Ecovida de Agroecologia é ser um espaço de articulação, interação e ação para potencializar o desenvolvimento da agroecologia, como parte da construção de um projeto de sociedade que contemple e respeite a realidade de cada povo, tornando-se sustentáveis.

A Rede Ecovida tem como objetivos (BRANDES, 2012):

• garantir a identidade popular transformadora na continuidade da construção histórica da agroecologia, contemplando aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais;

• responder de forma coletiva e propositiva a desafios concretos, às questões políticas, técnicas e outras, no cenário local, regional, nacional e internacional;

• desenvolver e multiplicar as iniciativas agroecológicas;

• propiciar espaços de formação e elaborar material na área de agroecologia e educação do campo;

• fomentar o intercâmbio e o resgate e a valorização do saber popular;

• reconhecer e respaldar mutuamente as famílias, grupos, associações, organizações e entidades articuladas;

• organizar em rede seus membros, sem hierarquias e sob orientação de princípios e objetivos definidos e assumidos coletivamente;

• assumir uma marca/selo que simbolize a identidade proposta da Rede;

• continuar a construção da geração de credibilidade compartilhada e avaliação da conformidade participativa e sob controle social (certificação participativa);

• adotar selo de avaliação da conformidade próprio;

• aproximar de forma solidária famílias de trabalhadores do campo e da cidade;

• fortalecer o espírito da cooperação e incentivar o associativismo na produção, distribuição e consumo de produtos agroecológicos;

• construir e articular políticas públicas afins;

• lutar pela segurança e soberania alimentar, contra os transgênicos e contra a apropriação privada da vida, das sementes e outros bens comuns;

• ser parte nas lutas amplas de transformação social com os demais movimentos sociais, para uma sociedade justa e igualitária, ambientalmente sustentável e economicamente viável para todos.

E os princípios da Rede Ecovida são (BRANDES, 2012):

• articulação na recuperação e conservação da vida no planeta Terra;

• contribuição na construção da sustentabilidade com o desenvolvimento, priorizando a qualidade de vida com alimento de qualidade, educação, saúde, lazer e cultura;

• ter a agroecologia como base para o desenvolvimento sustentável;

• articulação organizada em rede, sem hierarquias nas condições, papéis e

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• preservação das particularidades locais e/ou regionais no seu processo organizacional;

• ser parte ou atuar na agricultura familiar, camponesa e famílias de trabalhadores urbanos;

• fortalecimento das relações de economia popular solidária na Rede e a articulação em outros espaços e formas de mercado justo e solidário;

• priorização da relação direta com os consumidores (as), o abastecimento local e regional, com perspectivas à segurança e soberania alimentar;

• oposição a qualquer forma de exploração ou opressão seja econômica, política, social, de gênero ou geração.

Dentre os princípios e objetivos da Rede Ecovida, pode-se constatar o desejo de fortalecer a cultura política da participação, respeitando as particularidades locais nos seus processos organizacionais e, por isso, a afirmação da forma de organização em rede, sem hierarquias ou verticalização da coordenação.

Podemos observar o tripé da sustentabilidade inerente ao trabalho da Rede Ecovida. Porém, os seus princípios estão ligados diretamente com o alimento saudável e com reduzido impacto ambiental, e com a garantia de trabalho para pequenos agricultores. É muito importante que nós tenhamos consciência de que todas as pessoas têm direito de viver em um sistema sustentável, e que muitas das vezes nós sequer conhecemos a luta pela busca destes princípios pelas pessoas que produzem os alimentos que colocamos em nossa mesa.

Com isso, podemos observar como as ações para a sustentabilidade podem ser diferentes, nos diversos espaços da sociedade.

4.3 CASOS DE EMPRESAS E SUSTENTABILIDADE

Veremos a seguir dois casos de empresas brasileiras que estão buscando alternativas para o desenvolvimento sustentável. É importante percebermos que estas empresas estão promovendo ações específicas conforme a sua realidade e necessidade. Assim, nós devemos tomá-las como exemplo de transformações para o desenvolvimento sustentável, porém não podemos perder a nossa criticidade.

4.3.1 O caso da empresa Natura

Poucas empresas brasileiras têm a preocupação com a sustentabilidade fundação. A fabricante de cosméticos Natura, fundada em 1969, é um dos poucos exemplos. Naquela época, os conceitos como a responsabilidade social e a sustentabilidade nem sequer haviam sido definidos formalmente.

Desde sua fundação, a empresa vem construindo sua marca como uma

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companhia empenhada em questões socioambientais. No ano de 2007, a Natura anunciou duas medidas que reforçam essa estratégia. Uma delas foi a total eliminação de testes em cobaias, uma prática que era motivo de fortes críticas de entidades que atuam em defesa dos animais. A outra foi o lançamento do projeto de redução das emissões de gases de efeito estufa em sua cadeia produtiva (CUNHA, 2007).

A primeira iniciativa é uma mudança mais radical que a Natura vem promovendo em sua linha de produtos. Além de acabar com os testes em animais, ela está, aos poucos, mudando as fórmulas de seus cosméticos. Estão substituindo os ingredientes animais e minerais (provenientes do petróleo) e entram matérias-primas vegetais. Os sabonetes foram a primeira linha de produtos a passar por essa mudança, em 2005, num processo que a companhia chama de "vegetalização". O sebo de boi foi substituído por óleos vegetais.

Mesmo a empresa fazendo investimentos em pesquisa para que a troca de materiais não interfira na aparência, na cor e no cheiro dos produtos, algumas mudanças serão inevitáveis. Apesar do risco, especialistas acreditam que a marca se fortalecerá com essa iniciativa (CUNHA, 2007).

Para reforçar a imagem como sustentável, a empresa aposta também no projeto Carbono Neutro. A ideia é reduzir ao mínimo as emissões de gases de efeito estufa em toda a cadeia produtiva. Para alcançar o objetivo, a Natura trabalha em várias frentes: trocou os micro-ônibus a diesel que transportavam funcionários dentro da fábrica, em Cajamar, na Grande São Paulo, por carrinhos movidos a gás natural; substituiu o álcool utilizado nas fórmulas de perfumes por álcool orgânico (produzido sem agrotóxicos ou queimadas) e está intensificando o uso de material reciclado nos frascos (CUNHA, 2007).

Para a Natura, é vital que essas iniciativas tragam resultados positivos,

não só para sua imagem, mas também para suas finanças.

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FIGURA 8 – CICLO DO CARBONO DA NATURA. PORCENTAGEM DE EMISSÕES EM CADA ESCOPO

FONTE: Disponível em: <http://www.agendasustentavel.com.br/images/pdf/001259.pdf>. Acesso em: 20 maio 2012.

4.3.2 O caso da empresa Braskem

Nos cinco anos da Braskem, que é líder do setor petroquímico na América Latina, fez da autonomia tecnológica um dos pilares de seu negócio.

O Centro de Tecnologia e Inovação da companhia possui ativos superiores a 330 milhões de reais e realiza investimentos anuais de 50 milhões de reais.

Uma das principais metas da empresa é desenvolver polímeros verdes de matérias-primas 100% renováveis. Este será o primeiro polietileno feito com etanol de cana-de-açúcar. O início da produção do plástico verde em escala industrial está previsto para o final de 2009 e deve atender à demanda de setores como a indústria automobilística, de embalagens alimentícias e de cosméticos e artigos de higiene pessoal (MOURA, 2007).

Essa não é a única conquista da área de pesquisa e desenvolvimento

da Braskem. Em 2006, a empresa lançou a primeira resina brasileira com

nanopartículas, que são elementos que têm a espessura de um fio de cabelo

e garantem aos produtos propriedades físicas superiores, como maiores

rigidez e resistência. Graças a novidades como essa, hoje cerca de 20% da

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receita líquida da Braskem já vem da venda de resinas desenvolvidas nos últimos três anos. A sustentabilidade está diretamente ligada à rentabilidade e competitividade da companhia (MOURA, 2007).

A Braskem foi fundada em agosto de 2002, quando os grupos Odebrecht e Mariani integraram seus ativos petroquímicos aos da Copene, antiga central de matérias-primas petroquímicas localizada no polo de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Em 2006, gerou 3400 empregos diretos. Seus produtos são usados na fabricação de grande variedade de itens de consumo, desde escovas de dente, mamadeiras e mochilas até esquadrias de janelas e componentes automotivos. Foi a tarefa de administrar, com processos de alta complexidade e matérias-primas não renováveis, que a Braskem adotou em seu código de conduta um compromisso com o desenvolvimento sustentável (MOURA, 2007).

Todos os projetos na área de segurança, de saúde e de meio ambiente foram reunidos dentro de um mesmo programa, o Sempre, que recebeu aporte de 153 milhões de reais em 2006, correspondente a 20% do total de investimentos realizados pela empresa. A Braskem apresentou em seu relatório de sustentabilidade alguns resultados concretos do programa, como a redução de 3% no consumo de energia elétrica e na geração de resíduos sólidos e redução de 2% no consumo de água. Outra iniciativa recente da Braskem foi a criação de uma diretoria de segurança, saúde e meio ambiente (MOURA, 2007).

Um dos maiores desafios da Braskem é fazer com que seus fornecedores

de serviços também adotem uma política mais responsável. Para isso, a

empresa colocou em prática há um ano o programa Braskem + Parceiros, que

tem o objetivo de capacitar seus fornecedores e difundir os valores e processos

da petroquímica. No entanto, hoje apenas 52% das empresas parceiras são

avaliadas pela Braskem em relação a seus processos de responsabilidade

social (MOURA, 2007).

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AUTOATIVIDADE

1 Os recursos naturais devem ser reconhecidos pelas suas contribuições aos sistemas de vida do planeta, e não apenas por seu valor como bens econômicos. Na verdade, como deve ser um mundo sustentável?

2 Cite alguns exemplos de ações sustentáveis que podem estar presentes nas cidades sustentáveis.

3 O que você entende por permacultura?

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REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo. Sustentabilidade : o que é – o que não é. 1. ed. Petrópolis:

Vozes, 2012.

BRANDES, M. E. Cadeia Produtiva Agroecológica do Núcleo Alto Vale:

perspectivas da Rede Ecovida na construção de mercados solidários.

Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional) - Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2012.

CUNHA, L. Um teste de resistência, Revista Guia Exame: Sustentabilidade, São Paulo, p. 56-57, 2007.

GARDNER, G. Acelerando a Mudança para a Sustentabilidade. 2001.

Disponível em: <www.worldwatch.org.br/em2004_eiglesias.htm>. Acesso em: 25 abr. 2012.

IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. Contribution of

Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. 2007. Disponível em: <http://www.ipcc.ch/

publications_and_data/ar4/wg1/en/contents.html>. Acesso em: 25 abr.

2012.

MOURA, B. Questão de sobrevivência. Revista Guia Exame:

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Relatório 2010. Disponível em: <wwf.org.br>. Acesso em: 26 abr. 2012.

(22)

GABARITO

1 Os recursos naturais devem ser reconhecidos pelas suas contribuições aos sistemas de vida do planeta, e não apenas por seu valor como bens econômicos. Na verdade, como deve ser um mundo sustentável?

R.: Um mundo sustentável será movido pelo sol, construído de materiais que tenham um ciclo de reciclagem; os carros e motos serão diminutos, sendo maximizado o uso de trens, ônibus e bicicletas; com habitações sustentáveis;

e com comunidades justas, equitativas e unidas.

2 Cite alguns exemplos de ações sustentáveis que podem estar presentes nas cidades sustentáveis.

R.: Utilização de materiais locais e reciclados; utilização de placas foto voltaicas;

utilização de combustível de biomassa para aquecimento e geração de energia;

reciclagem da água suja; armazenagem da água da chuva; estrutura local para reduzir a necessidade de locomoção; jardins de permacultura, entre outras.

3 O que você entende por permacultura?

R.: A permacultura é um método holístico de planejar, atualizar e manter

sistemas de escala humana como jardins, vilas, aldeias, comunidades e cidades

ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis.

Referências

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