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A Distorção Não Linear como Causa de Interferências Radioeléctricas

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Novembro 2007 José Pedro Borrego

A Distorção Não Linear como Causa de Interferências Radioeléctricas

1.º Seminário do Comité Português da URSI

Reitoria da Universidade Nova de Lisboa

(2)

ÍNDICE

Estudo de Caso:

Interferência Prejudicial reportada pelo Aeroporto de Lisboa

Descrição

Análise e Diagnóstico

Fontes de origem

Resolução

Comentários finais

(3)

Interferência Prejudicial 118.1 MHz

Aeroporto de Lisboa reporta:

• Frequência da Torre de Controlo: 118.1 MHz fortemente interferida!

• É audível uma emissão de radiodifusão sonora.

• É impossível usar a frequência!

• Por razões de segurança, as comunicações estão a ser asseguradas na frequência

alternativa.

118.1

Dezembro 2004

(4)

Interferência Prejudicial

(5)

E Agora?

(6)

Análise do Problema

Possíveis Fontes de Interferência

Complexidade

– Muitos serviços de radiocomunicações (licenciados)

– Muitos serviços isentos de licença (Wi-Fi, Bluetooth, RFID’s, ...) – Utilizações de espectro ilegais

– Outras fontes (fornos microondas, amplificadores TV a oscilar, ...)

É importante:

– Caracterizar o melhor possível o sinal interferente (padrões com que se manifesta, LB, intensidade, ...)

– Recolher todos os “sintomas” do sistema afectado (e.g., reports e alarmes do OMC: drop calls, falhas no acesso à rede, período do dia, local, BTS afectadas, sectores mais vulneráveis, ...)

(7)

Análise do Problema

Monitorização do Espectro

Caracterização do Sinal Interferente

Largura de BandaLargura de Banda ocupada

DuraçDuraçãoão da interferência (permanente, intermitente, aleatória, ...) PeríPeríodo de ocorrênciaodo de ocorrência (tentar obter informações sobre as

condições climáticas nessas alturas: temperatura, humidade, precipitação, ...)

Intensidade do sinal (indicação sobre proximidade da fonte)Intensidade do sinal DesmodulaDesmodulaççãoão do sinal

– Verificação de picos simultâneospicos simultâneos com a interferência

(8)

Análise do Problema

Mas já sabemos “muito” sobre a interferência...

É permanente (maior flexibilidade na sua localização)

• Da desmodulação, conclui-se que se trata, pelo menos, de uma emissão de radiodifusão sonora, identificando-se auditivamente a ““Rádio Adio A””, que emite na zona, na frequência 104.3 MHz104.3 MHz.

• Estamos portanto perante um fenómeno de DistorDistorçção ão Não Linear

Não Linear, com origem num sistema não linear.

(Uma vez que, não se trata de nenhuma emissão licenciada, nem de uma emissão ilegal (intencional), na frequência 118.1 MHz).

(9)

Sistema Não Linear

( ) ∑

+∞

( ) ( ) ( ) ( )

=

+ +

+ +

=

=

0

3 3 2

2 1

0 n

n

NL t c x t a a x t a x t a x t

y ...

( )

t A

( )

t A

( )

t

x = 1cos ω1 + 2 cos ω2

(10)

Sistema Não Linear

Resposta Linear

( )t a x( )t a (A ( )t A ( )t )

yL = 1 = 1. 1cos ω1 + 2 cos ω2

Resposta Não Linear de 2.ª Ordem

( )

2 2

( )

2

(

1

( )

1 2

( )

2

)

2

2 t a x t a A t A t

y = = cos ω + cos ω

( )= ( + )+ ( )+ ( )+

4 4 4 3 4

4 4 2 1

4 4 4 3 4

4 4 2 1

4 4 3 4

4 2 1

2

1 2

2 2

2 2 2

1 2

1 2 2

2 2 1 2

2 2

2 2 1

2 1 2

1

f de Harmónica f

de Harmónica DC

t A

a t A

a A

A a t y

cos

cos ω ω

( )

( ) (( ))

4 4 4 4 3 4

4 4 4 2 1

4 4 4 4 3 4

4 4 4 2

1 freqsoma freqdiferença

t A

A a t A

A a

. .

cos

cos 1 2 2 1 2 1 2

2 1

2 ω +ω + ω ω

+

(11)

Sistema Não Linear

Resposta Não Linear de 2.ª Ordem

(12)

Sistema Não Linear

Resposta Não Linear de 3.ª Ordem

( )

3 3

( )

3

(

1

( )

1 2

( )

2

)

3

3 t a x t a A t A t

y = = cos ω + cos ω

( )= ( )1 ⎢⎣ 3 13 + 3 1 22+ 3 1 22⎥⎦

3 2

1 4

3a A a AA a A A t

t

y cosω . + ( )2 ⎢⎣ 3 23 + 3 12 2 + 3 12 2⎥⎦ 2

1 4

3a A a A A a A A t .

cosω ( ) ⎥⎦+ ( )⎢⎣ ⎥⎦

⎢⎣

+ 1 3 13 2 3 23

4 3 1

4

3 t. 1a A cos t. a A

cos ω ω

( )

( + )⎢⎣ ⎥⎦

+ 1 2 3 12 2

4

2ω ω t 3a A A

cos + (( ))⎢⎣ 2⎥⎦

2 1 3 2

1 4

2ω ω t 3a A A

cos + (( 2 + 1))⎢⎣ 3 1 22⎥⎦

4 2ω ω t 3a A A

cos + (( 2 1))⎢⎣ 3 1 22⎥⎦

4 2ω ω t 3a AA cos

(13)

Sistema Não Linear

Componentes de Intermodulação de 3.ª Ordem

( )t a A A (( )t) a A A (( )t)

y3 intermod 3 12 2 1 2 3 1 22 2 2 1

4 2 3

4

3 ω ±ω + ω ±ω

= cos cos

,

( )t a A A (( )t)

y in bandI 2 1 2

2 1 3

3 2

4

3 ⎥⎦ ω ω

⎢⎣

= cos

,

( )t a A A (( )t)

y in bandS 2 1

2 2 1 3

3 2

4

3 ⎥⎦ ω ω

⎢⎣

= cos

,

2

1 ω

ω ω = m ± n

n m ordem +

(14)

Distorção de Intermodulação

Intermodulação:

• Processo de conversão de frequência

• Ocorre quando dois ou mais sinais, com diferentes frequências, se combinam através de um sistema não linear, ou de qualquer componente/dispositivo não linear constituinte de um sistema, resultando desse processo, uma transformação da energia contida nas componentes dos sinais de entrada, num sinal de saída composto por um conjunto de componentes espectrais que derivam das frequências originais e de componentes adicionais centradas noutras frequências que não existiam inicialmente na entrada.

(15)

Intermodulação

Componentes ‘in band’:

• Componentes de intermodulação que caem dentro, ou muito perto, da banda de operação de um dado sistema de RF, afectando-o.

• Potencialmente problemáticas

• Não são fáceis de filtrar

(16)

Intermodulação

Emissões presentes no produto interferente:

Rádio A – 104.3 MHz (identificada por análise auditiva)

Rádio B - ? (menos perceptível auditivamente)

Solução: Colocar a Rádio A apenas “em portadora”, sem qualquer modulação.

• Assim já é audível a Rádio B, que emite na frequência 90.4 MHz.

(Encontra-se instalada na mesma torre, em sistemas radiantes adjacentes).

Admitindo um produto de intermodulação ‘in-band’ de 3.ª ordem:

2 x 104.3

2 x 104.3 90.4 = 118.2 !! 90.4 = 118.2 !!

(17)

Intermodulação

(18)

Intermodulação

Fontes de Origem:

• Receptores (‘front-end’)

• Transmissores (andares finais)

•• Componentes PassivosComponentes Passivos (Intermodulação Passiva)

Fontes mais comuns: Cabos coaxiais, Conectores de RF, Adaptadores, Uniões usadas para juntar troços de linhas de transmissão (Flanges), Filtros, Acopladores direccionais, Antenas, Alimentadores de antenas, Protecções contra descargas atmosféricas.

Fontes menos óbvias: Partes metálicas para fixação das antenas à estrutura de suporte; Fixadores oxidados ou frouxos, tais como parafusos, porcas e rebites, na torre; Junções entre diferentes secções de uma torre; Espias de suporte das torres; Vedações, portões e sinalização metálica na periferia do ‘site’.

(19)

Intermodulação

Localização das Fontes de Origem:

Pode ser morosa e complexa

A gravidade e o grau de risco da interferência aqui em análise não se compadece A gravidade e o grau de risco da interferência não se compadece com o lapso de tempo

com o lapso de tempo que poderá ser, eventualmente, longo para detectar a fonte para detectar a fonte de intermodulade intermodulaçãoção.

Medidas Urgentes para Mitigação da Interferência:

• Dado tratar-se de um produto de intermodulação em que, pelo menos, um dos intervenientes é conhecido, sabe-se que desligando essa emissão a interferência desaparece. (Em último caso é a opção a seguir!)

• Reduzir o nível de potência da fundamental conhecida, de forma a levar o nível da interferência para valores aceitáveis. (inicialmente: P = 9kW =>

PAR = 44 kW, ficou com P = 1 kW => PAR = ~ 5 kW)

(20)

Intermodulação

Localização das Fontes de Origem:

Vistoria Rx (entidade afectada)

• Verificar se houve alterações recentes (novos equipamentos, modificação de frequências ou outros parâmetros técnicos)

• Sensibilidade, ‘squelch’, saturação do ‘front-end’, filtragens, ...

Vistoria Tx (emissões envolvidas no produto de intermodulação)

• Verificar se houve alterações recentes (novos equipamentos, modificação de frequências ou outros parâmetros técnicos)

• Medição dos níveis de Espúrias (Txdummy load / TxAntena / Antena

Tx), filtros, isoladores, ...

IntermodulaIntermodulaççãoão PassivaPassiva (PIM)

(21)

Intermodulação Passiva

Dispositivo Passivo Não Linear Tx 1

Tx 2

f1

f2

Rx

Filtro

f PIM

• Enquanto que a interferência devido a intermodulação gerada por transmissores e receptores pode ser minimizada através de sistemas de isolamento e filtragem adequados, a interferência de intermodulação devido a não linearidades presentes em contactos ou materiais metálicos já não pode ser suprimida ou mitigada pelas mesmas técnicas.

(22)

Intermodulação Passiva

De uma forma geral, a PIM resulta essencialmente de não linearidades associadas :

Contactos

Materiais

(23)

Intermodulação Passiva

Contactos:

A-Spot

resistência de constrição não linear, devido ao aquecimento provocado pela corrente que atravessa o contacto, causando variações da resistividade (não linear com a temperatura)

Junção Alumínio-óxido

Alumínio-Alumínio (películas 10 a 100 Å)

Efeito de Túnel (condução não linear)

Característica i-v típica de uma junção metal-isolador-metal

(24)

Intermodulação Passiva

Contactos:

‘Rusty-Bolt’

A camada de óxido num metal é suficientemente porosa

O processo de oxidação não pára quando é atingida uma determinada espessura.

O metal continua a corroer se a humidade for suficientemente elevada.

Têm sido identificadas como fontes significativas de geração de PIM em estruturas metálicas nas imediações de antenas transmissoras

Possíveis causas para a não linearidade

-o óxido semicondutor presente nos contactos metálicos, manifestando por isso a junção um efeito rectificador.

-diminuição da área de contacto e/ou perda de contacto.

(25)

Intermodulação Passiva

Estrutura dos Materiais:

Ferromagnéticos e Ferrites

Saturam, exibem histerese (não linear) B vs. H

Alguns Dieléctricos (constante dieléctrica não linear)

Materiais Ferroeléctricos (dieléctricos que se tornam

espontaneamente polarizados -> saturação e histerese P vs. E)

Disrupção dieléctrica (não linear), a que pode estar associada disrupção térmica (decorrente do efeito de Joule) e disrupção por avalanche.

O Níquel, o Aço e as Fibras de Carbono (não linearidade intrínseca da Grafite) são materiais muito susceptíveis de gerar PIM.

(26)

Intermodulação Passiva

Outros Efeitos:

Imperfeições, rugosidades e abrasão das superfícies dos materiais.

Soldaduras (Os resíduos deixados pelas substâncias usadas no processo de soldadura são também susceptíveis de causar PIM).

Revestimentos (o revestimento de materiais não lineares com materiais lineares – e.g. Ouro ou Prata melhora as características em termos de PIM).

Fenómenos de variação temporal:

Distribuição e variação da densidade de corrente de RF;

Acabamentos (imperfeições) e deterioração das superfícies: fendas, fracturas, estrias, rebarbas, etc.;

Pressão de contacto e fadiga interna em várias superfícies;

Deformação plástica dos materiais: fadiga e consequente relaxação (deformação);

Variações e gradientes de temperatura;

Humidade e condensação;

Abalos e cargas mecânicas, e vibrações;

Corrosão e oxidação, bem como a contaminação de componentes com partículas electricamente condutoras.

Fretting: Quando a superfícies de contacto roçam umas nas outras, o movimento mecânico desgasta as superfícies em contacto e extrai partículas que corroem ou oxidam facilmente. Este fenómeno é designado por corrosão devido a ‘fretting’, e dá origem tipicamente a um aumento da resistência de contacto e, no limite, poderá conduzir à avaria ou deterioração de conectores eléctricos.

(27)

Intermodulação Passiva

Origem do Problema de Interferência nos 118.2 MHz:

Sistema Radiante inferior

ResoluçResolução:ão:

Substituição

(28)

Fim

Obrigado pela Obrigado pela

aten aten ç ç ão ão

JosJoséé Pedro BorregoPedro Borrego

jose.borrego@anacom.pt

ANACOM

Centro de Monitorização e Controlo do Espectro do Sul

Referências

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