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VESTIBULAR: RESUMOS PROFESSOR: WALTER TADEU MATEMÁTICA I NÚMEROS COMPLEXOS

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Academic year: 2022

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VESTIBULAR: RESUMOS PROFESSOR: WALTER TADEU

MATEMÁTICA I

NÚMEROS COMPLEXOS

Nota Histórica: O que motivou o surgimento da necessidade da existência de novos números foi a competição em busca da fórmula resolutiva da equação de terceiro grau. A solução da equação de segundo grau (quadrática) já era conhecida desde a Antiguidade, graças ao algebrista hindu Bhaskara. A idéia era encontrar uma fórmula com os coeficientes da equação a ser resolvida: No caso, a solução da equação do 2º grau ax

2

+ bx + c = 0, com coeficientes a, b, c é resolvida na fórmula:

a 2

ac 4 b x b

2

  .

Bhaskara nasceu em 1114, na Índia, e escreveu uma obra magistral chamada Siddhanta Siromani, em 1150, com apenas 36 anos. O seu manuscrito está dividido em quatro partes – Lilavati (A Bela) sobre aritmética; Bijaganitas, sobre Álgebra, Goladhyaya sobre a esfera, ou seja, sobre o globo celeste, e Grahaganita sobre o movimento planetário (astronomia). Por aí vejam a extraordinária capacidade e versatilidade do matemático hindu.

Consta em alguns livros que, na época, estabeleceu-se uma espécie de competição entre os algebristas à busca da ambicionada fórmula resolutiva, inclusive com prêmios em dinheiro, além da fama disso resultante.

Note que o formato de uma equação cúbica completa seria: ax

3

+ bx

2

+ cx + d = 0. No entanto, a equação considerada na época era a seguinte: x

3

= ax + b, que evidentemente é uma simplificação do problema completo. Essa simplificação, porém, é totalmente válida na medida em que, mediante uma simples substituição de variáveis, a equação completa se reduz facilmente à equação x

3

= ax + b, e assim a resolução dessa forma simplificada conduz de imediato à solução da equação completa.

Enfim, por uma série de manipulações e mudanças de variáveis surpreendentemente simples, pode-se chegar para a equação cúbica acima à seguinte fórmula resolutiva publicada originalmente em 1545, por Cardano, no meio de sua obra “Ars Magna”, em que aparecem completamente resolvidas as equações cúbicas e as quárticas:

3

3 2 3

3 2

3 a 2 b 2 b 3

a 2 b 2

x b 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Num primeiro olhar, nada aí parece levar a incongruências ou à necessidade de novos números. Entretanto, o matemático italiano Rafael Bombelli, ao tentar resolver a equação x

3

= 15x + 4, para a qual ele já conhecia a solução (que é x = 4), chegou ao seguinte resultado: x

3

2 121

3

2 121 . Para resolver o problema Bombelli intuiu uma solução buscando o cancelamento das raízes negativas:

1 m 2 121

3

2      e

3

2 121 2 m 1

Este método mostrou-se limitado em outras situações, mas estava iniciado o estudo de um novo tipo de número. A sistematização da teoria dos números imaginários só começou a ocorrer a partir do final do século XVIII, portanto cerca de 250 anos a partir da época em que surgiram os problemas que obrigaram os matemáticos a considerar a existência de uma nova categoria de números. Essa sistematização teve seu principal impulso com a representação gráfica dos números imaginários, introduzida inicialmente por Caspar Wessel (1745-1818), que a publicou na Academia Dinamarquesa de Ciências e Letras. Entretanto, sua obra permaneceu quase que totalmente desconhecida, e só cem anos depois é que veio a surgir para o mundo científico. Em 1806, Jean Robert Argand (1768-1822) também publicou um ensaio sobre a representação geométrica dos imaginários. Finalmente, o grande matemático alemão Carl F. Gauss (1777-1855), em 1831, formulou com precisão a “equivalência matemática da Geometria plana ao domínio do número complexo”, ou seja, introduziu também a representação gráfica dos números complexos, essencialmente a mesma de Wessel e Argand.

Constatando a impossibilidade de encontrar na reta dos números reais a solução para a raiz quadrada de – 1 (da qual decorreriam todas as outras raízes quadradas de números negativos), Gauss admitiu a hipótese de que ela se encontrasse no plano, a saber: sobre o eixo vertical, no ponto de coordenadas 0 e 1. Ele chamou esse particular ponto do plano de unidade imaginária, representando-a pela letra i.

FORMA ALGÉBRICA

(2)

1. Definições: Vimos na resolução de uma equação do 2º grau que se o discriminante é negativo, ela não admite raízes reais. Por exemplo, a equação: x

2

+ 9 = 0 não admite raízes reais. Se usarmos os métodos que conhecemos para resolvê-la, obtemos: x

2

= -9, implicando em x =   9 . Mas é inaceitável tal resultado para x; os números negativos não têm raiz quadrada. Para superar tal impossibilidade e poder, então, resolver todas as equações do 2º grau, os matemáticos ampliaram o sistema de números, inventando os números complexos. Primeiro, eles definiram um novo número: i   1 , chamada unidade imaginária.

Isso conduz a i

2

= -1. Um número complexo é então um número da forma a + bi onde a e b são números reais.

Para a equação acima fazemos:

 

 

 x i3

i3 i3 x

)1 (.

9 )1 .(9 9

x .

1.1- Um número complexo é uma expressão da forma z = a + bi, onde a e b são números reais e i

2

= -1. No número complexo a + bi, a é a parte real e b é a parte imaginária.

Exemplos:

a) 2 + 3i: parte real = 2; parte imaginária = 3 b) -3i: parte real = 0; parte imaginária = -3 c) 5

4 i 7 

: parte real = 5

 4 ; parte imaginária = 5

7 d) 8: parte real = 8; parte imaginária = 0

1.2- Igualdade nos números complexos: Os números complexos (z

1

= a + bi) e (z

2

= c + di) são iguais se suas

partes reais são iguais e suas partes imaginárias são iguais, isto é:

 

 

b d

c di a c bi

a .

Exemplo: Se x e y são números reais e x + yi = 7 - 4i, então x = 7 e y = - 4.

1.3 - Aritmética dos números complexos:

i) Para adicionarmos ou subtrairmos dois números complexos, adicionamos ou subtraímos as partes reais e as partes imaginárias: (a + bi) + (c + di) = (a + c) + (b + d)i (a + bi) - (c + di) = (a - c) + (b - d)i.

Exemplo: z

1

= 3 + 4i e z

2

= - 7 + 8i.Temos: z

1

+ z

2

= - 4 + 12i e z

1

- z

2

= 10 - 4i.

iii) Multiplicamos números complexos como multiplicamos binômios (distributividade), usando i

2

= - 1:

(a + bi). (c + di) = (ac – bd) + (ad + bc)i

Exemplo: z

1

= 2 + 3i e z

2

= 3 - 4i. Logo, z

1

.z

2

= (2 + 3i).(3 - 4i) = 6 – 8i + 9i – 12i

2

= 6 + i – 12(-1) = 18 + i.

1.4 – Complexos conjugados: O conjugado de um número complexo (a + bi) é (a – bi) e de forma análoga o conjugado de (a – bi) é (a + bi). A representação do conjugado de z é z . Se z  2  3 i , então z  2  3 i .

OBS: Não confundir conjugado com simétrico. O simétrico de z = a + bi é (-z) = – a – bi.

Propriedades:

) z Re(

. 2 z z ) f 0 w w ,

z w ) z e w . z w . z ) d

; w z w z ) c

; w z w z ) b

; z z )

a     

 

 

 .

Exemplos: a) Qual a parte imaginária de

i 4

i 3 z 2

  ? De forma semelhante à racionalização de radicais, multiplicamos o denominador pelo conjugado:

17 i 14 5 ) 1 ( 16

i 14 5 )

i ( ) 4 (

i 3 i 12 i 2 8 i 4

i . 4 i 4

i 3

z 2

2 2

2

 

 

 

  . Logo,

17 ) 5 z

Re(  e

17 ) 14 z

Im(   .

(3)

b) Se z   2  i e w  3  i , calcule z w .

i i i

i i i i i

i i

i i

i z

w      

 

 

 

  1

5 5 5 1 4

5 5 )

( ) 2 (

2 3 6 2

. 2 2 3 2

3

2 2

2

.

1.5 - Potências de i: Observe a sequência de potências da unidade imaginária e suas regularidades.

As quatro potências de i na coluna da esquerda repetem-se nos quatro casos seguintes na coluna da direita.

Este ciclo 1, i, -1, -i repete-se indefinidamente. Então, para simplificar i

x

para x > 4, buscamos o maior múltiplo de 4 contido em x.

E

xemplo : i

26

= i

24

. i

2

= (i

4

)

6

. i

2

= 1

6

. (-1) = -1. Uma forma prática também, é substituir a potência de i pelo resto da divisão por 4. Veja: i

245

= i

1

= i. Repare que 1 é o resto da divisão de 245 por 4. Sabendo os critérios de divisibilidade as contas tornam-se mais simples.

1.6 - Representações dos números complexos: Um número complexo é constituído por duas componentes: a parte real e a parte imaginária. Isso sugere a utilização de dois eixos

para representá-lo: um para a parte real e o outro para a parte

imaginária. Esses dois eixos chamam-se eixo real e eixo imaginário, respectivamente. O plano determinado por esses dois eixos chama-se plano complexo. Para desenharmos o gráfico do número complexo a + bi, marcamos o ponto (a; b) no plano.

Exemplo. Escreva os complexos representados na forma a + bi.

a) z

1

= 3 + 2i b) z

2

= 5 – i c) z

3

= 2 – 3i

d) z

1

– z

2

= (3 + 2i) – (5 – i) = – 2 + 3i

OBSERVAÇÃO: Não há relações de ordem em C.

Um fato muito interessante no plano complexo é o seguinte: não se trabalha com relações de ordem em C.

Dados os números complexos z e w, não há entre eles nenhuma relação do tipo z > w, ou z <w.

Em particular, um número complexo não é positivo ou negativo! E por quê?

Consideremos, por exemplo, a unidade imaginária i. Se acaso tivermos i > 0, isto é, se i for positivo, então

deveríamos poder multiplicar os dois lados da desigualdade pelo próprio i, sem inverter o sentido dessa

desigualdade. Pelo menos é assim que se comportam os números reais. Se x for um número real positivo,

então x

2

também será positivo . Mas veja o que aconteceria:

(4)

a) i > 0, então i*i > i * 0 o que levaria a (-1 > 0) (absurdo).

b) i < 0, então i*(-i) < 0 o que levaria a (-i*i = -(-1) = 1) < 0 (absurdo).

Portanto, de nada vale definir relações de ordem em C, pois ficariam incompatíveis com as relações de ordem comuns no campo dos números reais.

OBS: Podemos representar a equação geral do 3

º

grau na forma x

3

 a

1

x

2

 a

2

x  a

3

 0 e por uma mudança de variável

3 y a

x  

1

a equação fica mais simples na forma y

3

 py  q  0 . Calculando o cubo de um binômio ( u  v )

3

 u

3

 3 u

2

v  3 uv

2

 v

3

, e pondo em evidência 3uv, temos:

(*) ( u  v )

3

 3 uv ( u  v )  ( u

3

 v

3

) Ou melhor,

0 ) v u ( ) v u ( uv 3 ) v u

( 

3

  

3

3

.

Isto é, y = u + v é uma raiz para valores de p = 3uv e q = u

3

+ v

3

, onde podemos elevar ao cubo a primeira e ter

3 3

3

v 27 u

p  e q  u

3

 v

3

e cair num problema onde u

3

e v

3

são as raízes de uma equação do 2

º

grau conhecendo a soma e o produto das raízes, cuja solução é conhecida:

27 p 4 q 2

u

3

 q 

2

3

e

27 p 4 q 2

v

3

 q 

2

3

.

Obtemos a fórmula de Cardano:

3 2 3 3 2 3

27 4 2 27 4 2

p q q p q v q

u

y        

FORMA TRIGONOMÉTRICA

A forma polar (ou trigonométrica) dos números complexos: Inicialmente, vejamos o que se entende por módulo de um número complexo z = a + bi.

Por definição, chama-se módulo de z é o seguinte número positivo ou nulo: z  a

2

 b

2

Observe a figura:

a) cos a z a z . cos

b) sen b z b z . sen

Logo, z  z .  cos   isen   . O ângulo α é chamado de argumento e (a, b) é denominado afixo de z.

Exemplo 1. Expresse a forma trigonométrica do complexo z = -1 + i.

Solução. O complexo deve ser representado na forma

z z(cos

isen

)

. i) z  (  1 )

2

 1

2

 2 ii)

2

cos    1 iii)

2

 1 senO argumento será:   135 º ou

4 3 

  . Resposta:

 

   

 4

isen 3 4

cos 3 2

z .

Exemplo 2. Escreva o número complexo

 

   

6 isen 11 6

cos 11

2 escrito na forma a + bi.

Solução. Calculando os valores do cosseno e seno, temos:

i) 2

) 3 º 30 cos(

º 330 6 cos

) º 180 .(

cos 11 6

cos 11       ii)

2 1 6

11    sen

Resposta: O complexo é escrito na forma: i 3 i 2

1 2 2 3

z    

 

 

.

(5)

Exemplo 3. Na figura, o ponto P é a imagem do número complexo Z, no plano de Argand-Gauss. Encontre Z.

Solução. Observando o gráfico encontramos os elementos para representar o complexo na forma

z z(cos

isen

)

.

i)

z 2

ii)

2 º 3 30

cos  iii)

2 º 1 30  sen

Resposta: 3 i

2 i 1 2 2 3

z    

 

 

.

A forma

z z(cos

isen

)

permite resolver completamente a potenciação e radiciação no campo dos números complexos, operações essas que são definidas de maneira análoga às correspondentes operações do campo real.

Multiplicação entre Complexos.

Observe as multiplicações entre os complexos

z z(cos

isen

)

e

w w(cos

isen

)

:

 

   

 

   

     

isen w

z w z

sen sen

i sen sen w

z w z

sen sen i isen

isen w

z w z

cos . . .

cos . .

cos .

cos . cos . . .

. cos

. .

cos cos

. cos . .

.

2

.

O resultado foi um complexo cujo argumento foi a soma dos argumentos dos complexos iniciais.

Generalizando:

1 2 n 1 2 n

 

1 2 n

 

1 2 n

 

n n

n n 2

2 2

2 1 1

1 1

...

isen ...

cos z ....

z . z z .(...).

z . z

) isen (cos

z z ...;

);

isen (cos

z z );

isen (cos

z z

.

Potência nos Complexos.

A potência z

n

, com todos os módulos e argumentos iguais seria:

    

   

                        

n isen n

cos z ...

isen ...

cos z z

) isen (cos

z ...

. ) isen (cos

z . ) isen (cos

z z

n n n

n

.

Divisão entre Complexos.

   

 

   

  

1 2

1 2

2 1 2

2 1 2

1 1

2 1

2 2 2

2 2

2 1 2

1 1

2 2 2 2 2 2

2 1 2 2 1 2

1 2

1 1 2 1

2 2

2 2

2 2

2

1 1

1 2 2

2

1 1

1 2 1

isen cos

z . z )

1 ( z

isen cos

z z z

) sen (cos

z

isen cos

z )

sen i (cos z

) sen sen i cos isen isen

. cos cos

(cos z z z

) isen (cos

) isen . (cos

) isen (cos

z

) isen (cos

z ) isen (cos

z

) isen (cos

z z z

 

 

 

 

 

 

.

Exemplo. Sejam os complexos z

1

= 4.(cos 60º + i sen 60º) e z

2

= (cos 90º + i sen 90º).

Qual a forma algébrica do complexo z = z

1

.z

2

?

Solução. O produto é: z

1

z

2

 4 . 1 [cos( 60 º  90 º )  isen ( 60 º  90 º )]  4 (cos 150 º  isen 150 º ) .

Substituindo, vem: 2 3 2 i

2 i 1 2 4 3 z

z

1 2

    

 

  

.

(6)

Radiciação em C: Consideremos agora o problema da extração de raízes de qualquer índice, no campo complexo. Seja z um número complexo, cuja forma trigonométrica é z = |z|.(cosα + i.senα), e queremos obter um outro número complexo, w = |w|.(cosβ + i.senβ), que seja uma raiz enésima de z.

Isto é, w deve ser tal que satisfaça a seguinte igualdade: w

n

= z

Solução: Pela fórmula da potenciação, podemos escrever que: w

n

= |w|

n

.(cos nβ + i . sen nβ).

Logo:  

 

 

 

 

 





 

 





 k, 2,1 ...,3, 1n

n k2 k2

sen n n sen

cos ncos

z w z w z w

n n

n .

EXEMPLO. Determine as raízes cúbicas de 8.

Solução. O afixo está sobre o eixo real (w = 8). Logo, o argumento é 0 graus.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

   

 

 

  

 

 

 

 

 

   

 

 

   

3 2 1

3 2 2 1 3 4 3

cos 4 3 2

) 2 ( 2 º 0 3

) 2 ( 2 º cos 0 8 2

3 2 1

3 2 2 1 3 2 3

cos 2 3 2

) 1 ( 2 º 0 3

) 1 ( 2 º cos 0 8 1

2 ) 0 1 ( 2 º 0 º 0 cos 3 2

) 0 ( 2 º 0 3

) 0 ( 2 º cos 0 8 0

3 3 2 3

3 1

i i

isen isen

z k

i i

isen isen

z k

isen isen

z k

.

OBS: Repare que as imagens das raízes n-ésimas de

z z(cos

isen

)

pertencem a uma circunferência de centro na origem e raio r

n

z , e dividem essa circunferência em n partes de medidas iguais, pois os argumentos principais das raízes constituem uma P.A. de razão

n

2 .

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