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Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação

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Academic year: 2021

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Autor: Prof. William Antonio Zacariotto Colaboradores: Prof. Nonato de Assis Miranda

Profa. Silmara Maria Machado Prof. Fábio Vieira do Amaral

Tecnologia da Informação e

Comunicação em Educação

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© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Z13t Zacariotto, William Antonio

Tecnologia da informação e comunicação em educação / Willian Antonio Zacariotto; Joaquim Ribeiro. – São Paulo, 2012.

176 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-047/12, ISSN 1517-9230.

1. Tecnologia da informação. 2. Comunicação em educação.

3. Pedagogia I. Título

CDU 37:65.011.56

pela FECAP, em Matemática pela Faculdade Hermínio Ometto, em qualidade de educação básica e formação em tutoria virtual pela OEA – Organização dos Estados Americanos; graduado em administração de empresas pelas Faculdades Associadas de Educação (1991). Atualmente é coordenador e professor adjunto mestre do curso de Administração de Empresas do Instituto de Ensino Superior de Itapira. Tem experiência na área de administração desde 1983, e foi gerente de informática na Prefeitura Municipal de Mogi Guaçu, de 1991 a 2008. Criador do Projeto Amigos do Trânsito, Linuxday. Escritor do livro Internet: Meu primeiro emprego (2008), palestrante em educação, administração e tecnologias.

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Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre

Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida

Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez

Vice-Reitora de Graduação

Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Profa. Melissa Larrabure

Material Didático – EaD Comissão editorial:

Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Cid Gesteira (UFBA)

Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio:

Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD

Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto Gráfico:

Prof. Alexandre Ponzetto Revisão:

Alessandro de Paula e Silva

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Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação

APRESENTAÇÃO ...7

INTRODUÇÃO ...8

Unidade I 1 INTRODUÇÃO AO USO DA TECNOLOGIA NAS ESCOLAS ...11

1.1 A sociedade da tecnologia ... 12

1.2 O que é tecnologia? ... 13

1.3 O profissional da educação e a tecnologia no Brasil ... 14

1.4 Os professores e a tecnologia ... 15

1.5 Educação tradicional e educação com tecnologia ... 16

1.6 UM POUCO DA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA ... 19

2 OS PILARES NECESSÁRIOS PARA O USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL ... 21

2.1 As mudanças necessárias para utilização da tecnologia no ensino ... 22

2.2 A estrutura física das escolas ... 25

2.3 A participação da administração escolar no contexto tecnológico ... 27

2.4 A participação dos educadores ... 28

3 METODOLOGIAS DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ... 30

3.1 As escolas e os recursos tecnológicos ... 32

3.2 A televisão e os vídeos ... 32

3.2.1 Os microcomputadores e os laboratórios de informática ...36

4 COMO UTILIZAR A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA ... 37

4.1 Abordagens pedagógicas na tecnologia ... 37

4.2 Tipos de aprendizagem ... 40

4.2.1 Softwares ...43

4.2.2 Atividades utilizando o editor de texto simples ...44

4.2.3 Atividades com o editor de textos utilizando tabelas e desenhos ...45

4.2.4 Atividades com o editor de textos utilizando imagens e textos ...46

Unidade II 5 SISTEMA OPERACIONAL ... 66

5.1 Sistemas operacionais Microsoft ... 67

5.1.1 Windows 7 ...67

5.1.2 Windows 2008 ...69

5.2 Linux e suas versões ... 70

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6.2 Os navegadores da internet ... 76

6.3 Como funciona cada navegador ... 77

6.3.1 Como baixar os navegadores ...77

6.3.2 Firefox ...77

6.3.3 Internet Explorer ...78

6.3.4 Opera ...79

Unidade III 7 GOOGLE: UM MUNDO DE OPORTUNIDADES ... 83

7.1 O Google como ferramenta de apoio ... 83

7.1.1 Pesquisa de páginas ...84

7.1.2 Pesquisa simples textual ...84

7.1.3 Copiando o conteúdo do site ...88

7.1.4 Pesquisa de imagens ...89

7.1.5 Como salvar imagens da internet ...92

7.2 Wikipédia (Biblioteca virtual) ... 93

7.3 Criando um e-mail para comunicação ... 95

7.3.1 Criando um e-mail no Gmail ...96

7.3.2 Enviando e-mails ...98

7.3.3 Visualizando e-mails enviados ...99

7.3.4 Gerenciando contatos ...100

7.4 Google Agenda ...101

7.4.1 Montando uma agenda pessoal ...103

7.4.2 Modificando as cores da agenda ...104

7.4.3 Inserindo eventos na agenda ...104

7.4.4 Formas de visualizar a agenda ...106

7.4.5 Visualização por dia ...107

7.4.6 Visualização por semana ...107

7.4.7 Visualização por mês ...107

7.4.8 Visualização por 4 dias ...108

7.4.9 Visualização por compromissos ...108

7.4.10 Pesquisando eventos ...108

7.4.11 Imprimir a agenda ...109

8 O PACOTE MICROSOFT OFFICE ...109

8.1 O pacote Office 2007 ...109

8.2 Microsoft Word 2007 – Básico ... 110

8.2.1 Iniciando o Microsoft Word 2007 ...111

8.3 Microsoft Excel 2007 – Básico ...127

8.3.1 Iniciando o Microsoft Excel 2007 ... 128

8.4 Microsoft PowerPoint 2007 – Básico ...151

8.4.1 Iniciando o PowerPoint 2007 ...151

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Tenho me dedicado à tecnologia há, aproximadamente, trinta anos e por meio de diversas pesquisas pude observar que ela é uma ferramenta poderosa de comunicação e construção de conhecimentos entre professores e alunos. Logo na primeira página da apostila, em minha apresentação, você saberá como me localizar, e deve perguntar: será que o professor é louco? Disponibilizar seus e-mails, MSN e outros? Estamos no mundo da tecnologia, não há mais do que se esconder, basta uma simples procura e certamente me achará, para que complicar? Espero ser seu parceiro neste novo caminho de colocar um pouco da tecnologia educacional nas escolas. Juntos podemos mobilizar diversas ações para melhoria do processo educacional.

Este material didático foi organizado em duas unidades: a primeira, inserindo o contexto da tecnologia no ambiente pedagógico; a segunda, mais técnica, com indicações de como utilizar a tecnologia como ferramenta de trabalho diário, comunicando-se, gerando novos materiais didáticos ou até mesmo analisando o perfil de uma escola.

Outro destaque a ser ressaltado é que muitas das citações indicadas neste material devem ser adequadas à faixa etária das crianças; portanto, é necessário avaliar o recurso que está trabalhando e a faixa etária adequada.

Cerca de 70 milhões de pessoas se dedicam ao ensino no mundo, e seis em cada 10 pessoas vivem em países em vias de desenvolvimento, segundo Marles (2004). A falta do desenvolvimento traz consigo a deterioração da qualidade do profissional e a perda de prestígio dos professores, embasados na falta de programas de qualificação e titulações adequadas. Paralelamente, frente à importância e à necessidade de incluir os avanços tecnológicos nos processos de formação, emergem do continente americano problemas críticos nas instituições de ensino, que são afetados pelas diferenças econômicas e sociais, diante da aquisição, compra, adequação, compreensão, transformação e uso pedagógico das tecnologias.

No Brasil, a prática pedagógica proposta para este novo século está incluindo os recursos tecnológicos e mobiliários para que atendam às exigências da modernidade. Um bom exemplo é o programa Banda Larga nas Escolas, do governo federal, que está fornecendo internet a 91,6% das escolas públicas urbanas do Brasil.

A modernidade é necessária, pois a tecnologia é parte integrante da vida das crianças que hoje estão na escola; elas nasceram em um mundo tecnológico, convivendo com cartões que substituem o dinheiro, TV com controle remoto, telefone celular com jogos, microcomputadores e a internet. Algumas delas sabem utilizar melhor o computador e o aparelho celular que seus próprios pais.

A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia tem incentivado os professores a utilizar o computador como ferramenta de apoio pedagógico. Nessa linha, a disciplina Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação tem como objetivo alertar sobre a capacidade de articular o ensino e a pesquisa de conhecimento na pratica pedagógica.

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A tecnologia pode ser uma ferramenta maravilhosa de incentivo aos alunos no ensino aprendizagem e na construção do aprendizado, permitindo uma maior interação entre professores, alunos e a comunidade escolar desde que usada corretamente (William Zacariotto).

O objetivo desta apostila é fornecer aos alunos o material de apoio para o acompanhamento da disciplina de Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação.

Com este mundo globalizado e com a facilidade de acesso à informação, grande parcela dos municípios e estados que gerenciam a educação já contam com laboratórios de informática, salas de tecnologia e até mesmo distribuição de laptops aos alunos.

Deve-se ressaltar a necessidade do envolvimento tecnológico na vida dos alunos, que é ponto fundamental nos dias de hoje. O viver está baseado na tecnologia, seja na televisão, nos videogames, nos computadores, nos bancos e até mesmos nos meios de transporte.

A facilidade de acesso à tecnologia não pode ser considerada como ferramenta pronta ou uma solução final, como simplesmente passar na lousa a matéria, exibir um conjunto de slides, utilizar um livro didático, assistir a um filme, ler uma revista ou até mesmo um jogo. Ela tem como base ser o mecanismo de interação entre professor e aluno, facilitando a colaboração, a comunicação e a execução de inúmeras tarefas que possam atingir o objetivo desejado, que é ensinar e aprender.

Esta disciplina caracteriza-se por ser bastante prática e envolvente e tem como foco auxiliar o professor no processo de utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica em sala de aula.

O uso do computador na educação tem como papel ultrapassar as fronteiras do educar convencional, dando oportunidade às escolas de renovar a forma de se trabalhar os conteúdos programáticos. A informática na educação possibilita ao educando a construção do seu conhecimento, transformando a sala de aula num espaço real de interação, de troca de resultados, e adaptando os dados à realidade do educando (VALENTE, 1993).

INTRODUÇÃO

A tecnologia está sendo utilizada para renovação do conhecimento, tanto para professores quanto para alunos. Os recursos tecnológicos são inúmeros, entre eles apresentamos a escola frente a esses recursos, a televisão, o vídeo, os microcomputadores e sua disposição na escola e nos laboratórios. Neste livro-texto, abordamos como a tecnologia pode ser usada para renovar o conhecimento, as escolas e os recursos tecnológicos (informática, televisão, vídeo e os laboratórios de informática).

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Na unidade II, abordaremos conceitos um pouco mais técnicos, às vezes, de maior dificuldade de compreensão. Serão mostrados os recursos necessários para que um professor possa utilizar o computador como uma ferramenta de planejamento, de pesquisa e também de administração. Trabalharemos em um conceito misto de necessidades administrativas e ferramentas educacionais a fim de trazer para você uma realidade no seu convívio educacional. Serão trabalhados, ainda, os sistemas operacionais que permitem o funcionamento do computador, propostas para utilizar a internet na educação, as ferramentas do Google como apoio às escolas e aos professores, o aplicativo de editor de textos Word, a planilha eletrônica Excel e o software de apresentação PowerPoint.

Na unidade III, propomos utilizar o Google como ferramenta de pesquisa, fonte de imagens e busca de informações. Também trabalharemos com o Wikipédia, uma biblioteca virtual, e o Google Agenda, que pode ser muito útil para você se organizar ou para criar agendas de equipamentos para a escola.

Para o bom funcionamento da agenda, implementamos o e-mail gratuito Gmail, da própria Google, que permite enviar e receber mensagens e ainda receber os avisos de sua própria agenda diariamente.

Esperamos que este livro-texto ajude-o a perceber que é papel do professor decidir quando e como deverá utilizar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico. Cabe a ele decidir se é ou não necessário o emprego do recurso, a escolha dos programas e potencializar quais são as dificuldades dos alunos. Vale lembrar que, para isso, é preciso estar capacitado para identificar esses fatores.

Bom estudo!

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

1 INTRODUÇÃO AO USO DA TECNOLOGIA NAS ESCOLAS

Que fique claro que não quero dizer que o uso de tecnologias mais avançadas melhore o conteúdo de um texto.

Carlos Drummond de Andrade

Neste capítulo, vamos tratar sobre a força que a tecnologia tem exercido em nossas vidas.

Indiretamente, ela tem chegado e se integrado em nosso dia a dia, e nem percebemos que isso está acontecendo. Como na charge abaixo, nos tornamos tão dependentes dela que, às vezes, não conseguimos nem mesmo realizar tarefas rotineiras, como armazenar ou anotar um simples telefone em um papel.

Isso é automático, e já deve ter ocorrido com você, não é mesmo? Faça o teste: você sabe de cor todos os telefones que estão na sua agenda? Certamente não, um bom exemplo disso é que, quando preciso falar com minha sogra, que coisa, nunca me lembro do número do telefone dela; mas basta localizar o nome no celular e pronto, estarei falando com ela!

O mundo é da tecnologia...

Celulares, e-mail, cartão eletrônico,

carros... Tudo é tecnológico...

É verdade...

então anota aí meu número e

meu e-mail!

Xiii!

Acabou a bateria!

Figura 1 – Tecnologia é do mundo

Na verdade, isso ocorre naturalmente com você, e também com os alunos, que tem mais facilidade no uso desses recursos. Assim, nasce naturalmente que a tecnologia já está presente na vida dos alunos, facilitando o ensino e o aprendizado com a utilização dos seus recursos.

Também estaremos apresentando um percurso histórico da tecnologia no Brasil, seu envolvimento com a educação e os principais marcos relatados ao longo do envolvimento.

O Dicionário Houaiss (2001) explica o que é a tecnologia:

Unidade I

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

Tecnologia: teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana. A origem da palavra tecnologia, na sua etimologia, está na palavra grega tekhnología, que significa: “tratado ou dissertação sobre uma arte, exposição das regras de uma arte”, pois é formada a partir do radical grego tekhno, que vem de tékhné, que significa: “arte, artesania, indústria, ciência”, e do radical grego – logía, que vem de logos, que significa: “linguagem, proposição”.

Lembrete A Tecnologia

O papel do professor diante da tecnologia é estar devidamente capacitado e promover o uso da ferramenta como apoio pedagógico; dessa forma, uma série de fatores pode contribuir para seu uso e a melhoria da educação no País.

1.1 A sociedade da tecnologia

A sociedade se inova a cada dia, desde as formas de organizar-se, de produzir bens, de comercializá-los, de se divertir, de ensinar e de aprender.

Desde a década de 1990, com a utilização em grande escala dos microcomputadores, passamos por uma verdadeira revolução tecnológica. Os desafios impostos pela rápida evolução dessas novas tecnologias e sua inserção em todos os ramos da atividade humana somam-se às contradições sociais.

Muitas escolas acreditam que modernização é simplesmente adotar equipamentos de informática, programas e professores para ministrar cursos de treinamento de uso de ferramentas aos seus alunos, esquecendo o lado pedagógico. É preciso entender que a nova prática pedagógica deve preparar as pessoas para aprender a usar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico e não material final.

Você já deve ter escutado que a sociedade está se construindo através da tecnologia. Perguntamos: será?

Sabe-se que, historicamente, a tecnologia esteve presente na mídia em geral, passando por fotos, telégrafos, telegrafia sem fio, telefones, telecomunicações, gravação de sons, filmes, rádio, televisão, até os microcomputadores e softwares.

Não podemos nos esquecer também dos monitores de TV, das videoconferências, dos vídeos interativos, dos treinamentos por meio de softwares e da distância, que, com softwares específicos, tentava auxiliar e criar métodos de ensino via internet ou teleconferência.

Outra coisa interessante foram as unidades de armazenamento, antes os discos, CDs e DVDs, e hoje estão migrando para os pen drivers. A resposta é: realmente a tecnologia tem-nos influenciado.

E o que a tecnologia tem a ver com o conceito pedagógico? As formas de se comunicar estão mudando, e com elas as de ensinar, pois os recursos são melhores, assim o aspecto

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

tecnológico tem-nos auxiliado a adotar novas formas de ensinar mais práticas e mais próximas da sociedade.

Por isso, a grande maioria das ações dos governos é direcionada à utilização de tecnologias como fonte de apoio ao ensino-aprendizagem e como foco de inclusão digital, daí vem a necessidade de envolver-se neste mundo novo.

1.2 O que é tecnologia?

Como citamos anteriormente, a tecnologia está presente em nosso dia a dia, em tudo que fazemos, seja para se comunicar, alimentar, locomover, comprar e outras atividades rotineiras. Você consegue identificá-la com maior facilidade nos computadores, nos equipamentos eletrônicos e de comunicação, que têm invadido nossos lares e tomado parte de nossa vida.

O termo “tecnologia” refere-se a tudo que se inventou, tanto artefatos como métodos e técnicas, para estender a capacidade física, sensorial, motora ou mental do homem, facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer.

Definindo tecnologia, sentimos a necessidade de entender o significado de “arte”: habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional, ou definida como “conjunto de meios e procedimentos através dos quais é possível a obtenção de finalidades práticas ou a produção de objetos; técnica”.

As técnicas são formas, jeitos ou habilidades especiais em lidar com cada tipo de tecnologia, que encontramos ao executar nossas atividades cotidianas, lidando com vários equipamentos, produtos e serviços originados da tecnologia.

Algumas dessas técnicas são simples e de fácil aprendizado, transmitidas de geração para geração, e se incorporam aos costumes e hábitos sociais de um determinado grupo de pessoas.

Dessa linha, refletimos, a tecnologia está presente em nossas vidas, qual é o papel da mesma em nível educacional? O computador pode ser a ferramenta que substitua o professor? Veja a charge abaixo e reflita sobre a dificuldade do aluno.

Figura 2 – Tecnologia – lição de casa

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

A tecnologia educacional é um pouco diferente da tecnologia, pois ela pode ou não ser utilizada, fica a cargo dos professores e da coordenação pedagógica essa decisão. Diferente da sociedade, que tem de se adequar às novas formas de viver, ela simplesmente colabora e permite novos caminhos e soluções para sanar as deficiências de ensino.

A tecnologia não irá, em nenhum momento, substituir a figura do professor, como na charge, o aluno pode ser o melhor em nível tecnológico, mas não condiz com seu português, seu inglês ou suas formas de calcular. Em nível educacional, a tecnologia são ferramentas, programas e técnicas que permitem que o aluno reflita e aprenda o que está sendo ensinado.

1.3 O profissional da educação e a tecnologia no Brasil

O governo federal instalou até 2010 cerca de 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras, atingindo 98% dos municípios brasileiros, e em 2011 estará capacitando todos os monitores e professores por meio de parceria entre o Ministério das Comunicações e da Educação. A previsão do governo federal é que, até 2014, seja implantada uma rede com 100 mil telecentros. Esses telecentros serão compostos por dez computadores, um servidor central, central de monitoramento com câmera de vídeo, impressora a laser, projetor multimídia e todo mobiliário (cadeiras e mesas).

Com a ampliação do volume de serviços, da velocidade e da necessidade de se chegar à frente, os recursos tecnológicos têm invadido nossas vidas em todos os ambientes. Governos e municípios estão dando os primeiros passos informatizando as escolas, promovendo a primeira necessidade básica para se trabalhar na educação, que são os conhecimentos mínimos necessários para a operação de micros.

Certamente a tecnologia invadirá todas as secretarias das escolas, tornando-se um pré-requisito para contratações de futuros profissionais para a área.

No contexto pedagógico, ela vem se fundamentando através da inserção dos laboratórios, os quais vêm sendo adquiridos em longa escala, inicialmente promovendo as preocupações das adequações necessárias para o seu uso. Primeiro, eles são adquiridos, instalados, inaugurados e depois se analisa como deverão ser utilizados, é o que vemos na grande maioria das escolas, que possuem laboratórios maravilhosos, com recursos de mídia infinitos. Mas, infelizmente, não são utilizados porque são proibidos, ou falta profissional capacitado para trabalhar.

Ao se pensar no laboratório, primeiro devemos levar em conta o professor, o profissional que deve estar capacitado para utilizá-lo como recurso de apoio pedagógico.

Não podemos esquecer dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, que são as referências para a educação infantil, ensinos fundamental e médio do país. O objetivo é propiciar subsídios para elaboração do currículo, tendo em vista os projetos pedagógicos que tenham relação com os locais de convivência dos alunos e da escola.

Em 2008, cerca de 38,7% das crianças entre 4 e 6 anos que eram portadoras de deficiência não frequentavam a escola, aponta o IBGE. Nessa visão, o Ministério da Educação tem colocado ações

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

do Programa de Educação Inclusiva para estados e municípios brasileiros, incluindo essas crianças na escola.

As ações de tecnologia disponibilizam sistemas de ensino, equipamentos mobiliários e material pedagógico para implantação de sala de recursos para dar apoio à prática pedagógica. Em paralelo, trabalha-se a formação contínua de professores em deficiência mental, auditiva, visual, superdotação, altas habilidades e outras.

1.4 Os professores e a tecnologia

Recentemente foi divulgado que cerca de 1,7 milhão de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos está fora da sala de aula, devido à falta de estímulo para o estudo. A evasão está direcionada ainda à falta de estímulos na visão dos alunos, que consideram as aulas monótonas e cansativas.

A tecnologia pode servir de apoio ao professor com as mídias, som, imagem, filmes, pesquisas, promovendo a criatividade e o estímulo aos alunos.

Diante do avanço tecnológico, o professor não poderá ser apenas um técnico, mas um profissional que desenvolve, implementa inovações, participando ativamente e criticamente do processo, transformando-se em um agente dinâmico cultural, social e curricular que possa tomar decisões educativas e elaborar projetos com os colegas controlado pelo coletivo.

Fazer parte da “sociedade moderna” implica lançar-se à razão instrumental e tecnológica, que valoriza, antes de mais nada, apenas a razão como elemento explicador e transformador do mundo.

Se escolhermos apenas a razão, podemos cometer um grave erro, pois na maioria das vezes pensamos em um único e exclusivo movimento de transmissão, que termina quando a coisa que se transmite é recebida. Ensinar vai além disso, é necessário um processo permanente de atualização e continuidade, o qual vai além do transmitir.

Ao ensinar, o professor proporciona aos alunos a mediação, o encontro com a realidade, e articula novos saberes, transmitindo e ensinando simultaneamente a cada nova aula.

A arte de ensinar é complexa, mas pode se transformar em oportunidade para ampliar o conhecimento de estudantes e educadores. Os alunos podem ser mais ou menos ativos durante o processo de aprendizagem; alguns se interessam mais, outros ficam quietos e não participam da proposta. Daí a necessidade de uma boa proposta construída pedagogicamente que desperte oportunidades e possibilidades de união de trabalho coletivo. Os dois devem desempenhar papéis de protagonistas dos próprios processos de aprendizagem.

Uma das formas de colaboração para ampliar o conhecimento poderia vir da realização de processos de aprendizagem com tecnologia, gerando uma melhoria nas condições de acesso à informação, minimizando as restrições de tempo e de espaço e permitindo agilizar a comunicação entre professores, alunos e instituições.

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

A teoria e a prática de ensino apareceriam como elementos fundamentais para o trabalho do docente, devendo ser entendidas como prática de contribuição ao desenvolvimento do trabalho no ensino. Paralelamente, há muito se fala em desenvolver nos alunos a habilidade de “aprender a aprender”, e que não se trata de um novo meio de ensinar, mas de propor que alunos e professores passem a ter produção própria, desenvolvendo a criatividade e a inovação.

O “aprender a aprender” fundamenta-se na busca da autonomia de professores e alunos impulsionados pelo ato de refletir e criticar as suas próprias experiências e delas extrair conhecimentos. Nesse processo, o professor não existe para explicar a matéria, e sim para mostrar quais são os caminhos e como dominar os temas propostos; mas para que isso ocorra o aluno deve passar a ver o professor como um pesquisador, um motivador, o qual se tornaria um parceiro na construção dos conhecimentos, acabando com o ponto de terminalidade na escola.

Devido à velocidade de renovação do saber e do fazer, baseados em tecnologia, a maior parte dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início de sua formação profissional será obsoleta ao iniciar a carreira. A nova sociedade baseada na informação insere na educação o desafio de formar continuamente indivíduos capazes de interagir com as tecnologias e apropriar-se delas.

Transformar a formação inicial em formação ao longo da vida seria o único caminho para alcançar ou manter-se em condições de competitividade em nível individual ou nacional, numa economia globalizada altamente tecnológica; assim, o ensino a distância é o parceiro ideal para desenvolver essa tarefa.

1.5 Educação tradicional e educação com tecnologia

A tecnologia poderia auxiliar na melhoria da transmissão de informações, permitindo ao aluno a interação, o desenvolvimento de atividades, a criação e o acompanhamento, diferente do ritmo monótono e repetitivo das salas de aulas dos professores tradicionalistas.

Ao definir tradicionalista, deve-se ater à situação de uma classe de professores que seguem os padrões em sala de aula que se identificam com ritmos monótonos e repetitivos, associados ao perfil dos alunos que permanecem apenas acompanhando, ouvindo, copiando e não interagindo com as solicitações do professor.

Um estudo desenvolvido em uma escola superior do estado de São Paulo analisou a diferença entre a sala de aula tradicional e aquela com tecnologia, em especial quanto ao uso da internet, visando descrever quais foram as mudanças que ocorreram nas formas de aulas, antes e após a utilização dos recursos tecnológicos aplicados na escola.

O estudo concluiu, em um quadro comparativo, a situação do ensino tradicional e com o uso das novas tecnologias:

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

Quadro 1 – As mudanças da tecnologia na educação tradicional

Na educação tradicional Com a nova tecnologia

O professor Um especialista Um facilitador

O aluno Um receptor passivo Um colaborador ativo

A ênfase educacional Memorização de fatos Pensamento crítico

O método de ensino Repetição Interação

O acesso ao conhecimento Limitado ao conteúdo Sem limites

Fonte: o Autor.

O quadro demonstra as mudanças ocorridas quando deixamos de utilizar o ensino do modo tradicional e passamos ao ensino com tecnologia. Porém, deve-se levar em consideração que tais mudanças não ocorrem imediatamente, sendo necessários inúmeros fatores para utilizar corretamente a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico.

Para que ocorram essas mudanças, deveria ser levado em consideração o que realmente a escola pretende com a utilização desses recursos, definindo-se qual é o percurso didático a ser implementado e a metodologia a ser adotada.

Não há como falar de professores facilitadores quando os mesmos não detêm o domínio da ferramenta que irão aplicar aos seus alunos; para tanto, eles precisam estar devidamente capacitados e dotados de domínio sobre o recurso.

A essas mudanças adicionam-se outros elementos: o contexto da estrutura física, da facilitação e colaboração do acesso aos laboratórios pela direção e coordenação e de um projeto de utilização de informática coerente, que trataremos adiante.

Mesmo após essas mudanças, a possibilidade e a facilidade de estabelecer relações em questão de segundos por intermédio das redes eletrônicas gera riscos de massificação e de homogeneidade, abrigando “equívocos culturais”. Nesse sentido, cabe observar que algumas empresas de cunho tecnológico fornecem programas ditos de “formações virtuais” que, ao serem aplicados nos microcomputadores, sem qualquer acompanhamento pelos professores, visam à redução de custos, à certificação desleal e ao lucro, transmitindo unicamente as informações sem preocupação com o conhecimento.

Vale ressaltar que é necessário criar possibilidades para que o aluno encaminhe sua própria produção, construção e desenvolvimento. A esses atos, aplica-se constantemente a vivência das salas de aula, através do professor e do aluno, numa situação de abertura às curiosidades, às perguntas e às inibições, construindo o conhecimento.

Mas, para desenvolver a construção de conhecimentos, Moran (2000) adverte que precisamos nos envolver nos processos de aprendizagem, que podem estar em cada coisa que fazemos, cada pessoa, ou ideia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experimentamos, lemos, compartilhamos e sonhamos.

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Revisão: Andréia - Diagramação: Jefferson - 10/05/11

Para tanto, é necessário colaborar para que professores e alunos, nas escolas e organizações, transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem.

Deve-se levar em conta que apenas deter a tecnologia não é suficiente para garantir a aquisição de conhecimentos. Não basta ter um laboratório de informática, datashow, softwares ou internet de alta velocidade, é necessário construir esse conhecimento. Essa construção necessita do envolvimento dos professores, que analisam como utilizar a tecnologia no projeto pedagógico, determinando quais serão as ferramentas e como utilizá-las em conjunto com seus alunos.

A construção de conhecimentos pode ser obtida por situações já vivenciadas, por diversas experiências, pela simples leitura, pela escrita, por pesquisas individuais ou coletivas, não importa; o importante é utilizar o recurso da melhor forma que facilite a comunicação entre professor e aluno na construção dos conhecimentos.

Os recursos tecnológicos constituem um meio importante para a obtenção de informações, sendo estas entendidas como matéria-prima para a elaboração do conhecimento.

Piaget já afirmava que todo conhecimento é uma construção, uma interação, que apresenta um aspecto de elaboração do novo. Não existe conhecimento resultante do simples registro de observações e informações, ou seja, não basta visualizar, é necessário construir, pensar e desenvolver conceitos permanentemente. O conhecimento procede de ações que se generalizam por aplicação a novos objetos, gerando um esquema, uma espécie de conceito prático.

Além disso, há uma percepção clara das diferenças e das especificidades dos saberes e das práticas;

não no sentido de afastá-los uns dos outros ou de isolá-los, e sim de realizar um trabalho coletivo e interdisciplinar que vai além de juntar simplesmente as matérias. Falar em um corpo docente, como um coletivo organizado, atuante, buscando um ensino de boa qualidade, sinônimo de atuação competente dos docentes.

Observação

Principais mudanças no ensino com tecnologia

Utilizar a tecnologia na educação, unir professor e alunos, facilitando e colaborando na construção coletiva do pensamento crítico, interagindo sem limites e aprendendo coletivamente.

Há muito se fala das dificuldades socioeconômicas, conhecidas principalmente pela crise que abrange o mundo globalizado neste momento, que vão desde os significados da vida humana, das relações entre as pessoas, instituições, até as comunidades. Se efetivamente se vive e vivemos em uma crise, é necessário lembrar que devemos considerar que a ideia de crise aponta para duas perspectivas:

a de perigo e a de oportunidade. Nesse sentido, não podemos esperar os acontecimentos para buscar o novo.

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As novas tecnologias podem enriquecer a mediação pedagógica e gerar oportunidades para a mudança do paradigma educacional relacionado à aprendizagem. Mas é preciso lembrar que somente informações acabam envelhecendo facilmente e que todo o conhecimento é provisório, pois, em se tratando de educação, nada é permanente ou totalmente acabado. Não há como ignorar a tecnologia, seu papel na sociedade ou o que se passa no mundo.

Descrição de tecnologia:

• As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;

• As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos;

• Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial);

• A aplicação de recursos para a resolução de problemas;

• O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura;

• Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso conhecimento do que pode ser produzido) (WIKIPÉDIA, 2011).

1.6 UM POUCO DA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA

A entrada da informática na educação, no Brasil, está ligada diretamente ao ingresso dos microcomputadores, que ocorreu nos últimos trinta anos, principalmente no campo da microeletrônica, acarretando inúmeras transformações. Essas transformações ocorreram em vários setores econômicos, como indústrias, bancos e telecomunicações, que passaram a ter como base de seu desenvolvimento a informática.

Os avanços tecnológicos educacionais começaram na década de 1970, com a caracterização de dois pontos de vista: um restrito e outro amplo. O restrito estava limitado ao ensino dirigido apenas à utilização dos recursos dos microcomputadores no aspecto físico, ou seja, dominar os equipamentos; já o amplo se enquadrava em uma linha diferente, baseada no desenvolvimento e na administração dos elementos sistêmicos, ou seja, na educação concebida como o sistema ou a totalidade de subsistemas inter-relacionados, em que o papel da tecnologia é apenas colaborar, fornecendo ferramentas para o auxílio do desenvolvimento de atividades na educação.

A seguir, seguem os principais investimentos em educação com tecnologia no país:

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• 1981 – Política de Informática Educativa (PEI), do governo federal, das secretarias estaduais e municipais de educação e das universidades, a fim de inserir o computador no processo ensino-aprendizagem.

• 1982 – Centro de Informática Educativa do MEC – CENIFOR, subordinado à Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa, seu papel era assegurar a pesquisa, o desenvolvimento, a aplicação e a generalização do uso da informática no processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis e modalidades.

• 1983 – Comissão Especial de Informática na Educação (CE/IE), que elaborou e aprovou o projeto Educom – Educação com computadores, ficando a cargo da FUNTEVÊ, apoiado financeiramente pela Secretaria Especial de Informática (Seinf-MEC), pelo CNPq e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

• 1985 – I Plano Setorial: Educação e Informática, prevendo ações nos segmentos de ensino e pesquisa relacionadas ao uso e aplicação da informática na educação.

• 1986 – Comitê Assessor de Informática na Educação de Primeiro e Segundo Graus – CAIE/SEPS, aprovou-se o programa de ação imediata em informática na educação.

• 1988 – Realizou-se o III Concurso Nacional de Software Educacional Brasileiro, e a Organização dos Estados Americanos (OEA) convidou o MEC-Brasil para avaliar o programa de informática aplicada à educação básica do México. O resultado foi um projeto multinacional de cooperação técnica e financeira integrado por sete países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Venezuela), com o objetivo de utilizar as redes telemáticas para a formação de professores, investigadores, administradores escolares e membros da comunidade, para auxiliar a implantação da informática na educação e a promoção de mudanças na escola pública.

• 1989 – Jornada de Trabalho Latino-Americano de Informática na Educação e Reunião Técnica de Coordenação de Projetos em Informática na Educação; a Unicamp avançou implantando o II Curso de Especialização em Informática na Educação – Projeto Formar II. Outro fator importante foi que o Conselho Nacional de Informática e Automação (CONIN) alterou a redação do II Plano Nacional de Informática e Automação, introduzindo ações de informática na educação, implantando núcleos de informática em educação nas instituições de ensino superior, secretarias de educação e escolas técnicas, no sentido de criar ambientes informatizados para atendimento à clientela de primeiro, segundo e terceiro graus, educação especial e ensino técnico, para o desenvolvimento de pesquisa e formação de recursos humanos; instituiu-se o Proninfe (Programa Nacional de Informática na Educação).

• 1991 – Aprovado o 1º Plano de Ação Integrada (Planinfe), para desenvolver nos anos de 1991 a 1993 um plano de ação integrada com objetivos, metas e atividades para o setor da informática educativa; criou-se o Comitê Assessor de Informática Educativa.

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• 1996 – Foi criada a Secretaria de Educação a Distância – SEED, e também foi apresentado o documento básico “Programa Informática na Educação”, tendo como função básica promover o uso da informática como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público médio.

• 2000 – Projeto Rede Telemática para Formação de Educadores a Distância. O projeto formava professores, administradores, pesquisadores e membros das comunidades escolares em informática na educação, analisando, estudando e programando as mudanças pedagógicas e de gestão da escola, integrando a comunidade e a escola, envolvendo e formando continuamente os seus integrantes.

• 2010 – O governo federal instalou 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras. Os telecentros são dotados de dez computadores, servidor central, central de monitoramento, impressora, mobiliário e conexão internet. Parcialmente, o Estado de São Paulo promoveu a inclusão digital implementando 519 postos do Acessa São Paulo, atendendo a 464 municípios paulistas. Também foi criado o programa Acessa Escola em 3.752 escolas da rede pública estadual. Esse programa tem um diferencial ao utilizar estagiários, cerca de 13.086, que são os responsáveis pelo atendimento aos alunos nas salas de informática, que ficam abertas o dia todo.

Atualmente, o MEC tem procurado, através de seus projetos, fundamentar nas escolas um enorme potencial didático-pedagógico, ampliando oportunidades onde os recursos são escassos, familiarizando o cidadão com a tecnologia que está em seu cotidiano, dando respostas flexíveis e personalizadas para pessoas que exigem diversidade maior de tipos de educação (ZACARIOTTO, 2009).

Outro fator é a criação de espaços educacionais que promovam a formação e o conhecimento em informática educativa, motivando os profissionais e alunos para aprender continuamente, em qualquer estágio de suas vidas (MEC, 2004).

Saiba mais

Dica de filme que pode propiciar uma inter-relação com os conteúdos da unidade:

TV Escola – a tecnologia a serviço da educação. Disponível em: <http://

penta3.ufrgs.br/PEAD/Semana14/videos/tecnologia/index2.html>.

2 OS PILARES NECESSÁRIOS PARA O USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL Fazer da escola não apenas o lugar da qualificação, do treinamento, mas o lugar da formação. Creio que isto significa fazer a escola retornar a seu futuro.

Neidson Rodrigues

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No capítulo anterior, abordamos o que é a tecnologia e como os professores estão sendo influenciados a utilizá-la na sala de aula. Agora, temos como objetivo identificar e potencializar quais são os pontos-chaves para o sucesso com o uso da tecnologia educacional.

Utilizar a tecnologia em sala de aula não é tão simples assim, temos uma série de fatores que acabam promovendo sucesso ou fracasso na utilização do recurso. Como já abordamos anteriormente, não basta colocar uma televisão, um vídeo ou um computador para que a tecnologia seja empregada, é necessária a participação de todos, desenvolvendo um projeto de apoio pedagógico que utilize os recursos como uma ferramenta de apoio, e não uma solução pronta.

2.1 As mudanças necessárias para utilização da tecnologia no ensino

A tecnologia educacional é apenas uma ferramenta, como caderno e lápis;

se não houver um professor para ensinar a escrever, ninguém aprende e o caderno se perde no tempo (William Zacariotto).

A tecnologia sempre afetou o homem, desde as primeiras ferramentas, por vezes consideradas a extensão do corpo, passando pela máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, até chegar ao microcomputador, que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais.

Diante desse fator, grande parcela da sociedade confunde a evolução social do homem com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Historicamente, passamos pelos avanços tecnológicos fundamentados na Idade da Pedra, do Ferro, do Ouro e do tratamento da informação, gerando avanços científicos e ampliando o conhecimento sobre esses recursos cada vez mais sofisticados. Paralelamente, ao assumir o uso de tecnologias nas escolas, precisamos requerer que estas estejam preparadas para realizar investimentos em equipamentos, qualificação pessoal e, sobretudo, na viabilização das condições de acesso e de uso dessas máquinas.

Não podemos afirmar que a revolução da informática se trata de uma novidade, aliás basta olhar para seus filhos ou para os alunos, para eles a tecnologia é natural. O que não podemos é ignorar sua existência.

A escola, face à revolução tecnológica, sofre as mesmas influências que qualquer outra organização, ou seja, não há como ignorar ou deixar de aproveitar os benefícios tecnológicos proporcionados. Mas é necessário tomar cuidado, pois a escola não deve agir como as empresas, que procuram sucesso em pequeno prazo. Com a tecnologia educacional, o sucesso pode vir de duas ou três intervenções realizadas com alunos. O foco é identificar a dificuldade de ensino e buscar formas de melhoria do aprendizado.

São vastos os recursos tecnológicos oferecidos no mercado atualmente, desde equipamentos audiovisuais, microcomputadores, programas de computador, lousas eletrônicas, até equipamentos de robótica e outros simuladores.

Em uma de minhas pesquisas, contatei escolas ditas totalmente informatizadas, em que os alunos enviavam semanalmente aos professores os exercícios extraclasse via e-mail. Numa dessas ações,

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o computador da escola foi contaminado com um vírus, e todos os trabalhos perdidos, criando um problema maior ainda. Cobrou o aluno ou não?

Figura 3 – Vírus de computador

A charge acima ilustra bem o caso citado, diante da tecnologia podem surgir imprevistos, por isso é necessário estar organizado e planejado.

]

Caminhando pela rua, recebi um panfleto que continha a propaganda de uma escola particular.

Observei que havia um destaque central, no qual estava escrito “Escola totalmente informatizada”.

Pergunto a você, o que é uma escola totalmente informatizada? Há diversas formas de analisar se uma escola é ou não informatizada.

Uma escola que possui um controle de notas e pagamentos informatizado, biblioteca toda catalogada em um micro, site disponibilizando notas dos alunos etc. é informatizada. Portanto, uma escola informatizada nem sempre utiliza os recursos tecnológicos como ferramenta de apoio pedagógico, o conceito administrativo não pode ser levado em conta.

No anseio de destacar-se das demais, algumas escolas acabam adquirindo esses equipamentos para seus laboratórios de informática sem mesmo verificar se há profissionais capacitados para operá-los, meios de mantê-los, ou se atendem ao planejamento escolar. Em alguns casos, escolas investem nos recursos e os deixam guardados por medo de danificá-los.

Também há escolas que adquirem os equipamentos e somente os professores da área de tecnologia podem utilizá-los. Alguns diretores costumam trancar esses laboratórios, e os equipamentos acabam se tornando obsoletos, pois a evolução é rápida.

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Uma escola não pode ser chamada de informatizada pelo simples conteúdo dos equipamentos, pelo boletim eletrônico, ou por dispor de laboratórios maravilhosos, deve-se levar em conta como está planejada sua utilização.

É preciso enfatizar que o essencial não é a tecnologia, mas pode-se contar com um novo estilo de suporte, que auxilie ambas as partes (aluno e Professor).

A construção coletiva dos conhecimentos não é uma tarefa fácil, principalmente no que diz respeito ao confronto das expectativas dos sujeitos envolvidos. Trata-se de dificuldades que precisam de condições especiais para serem superadas. O exercício de confrontar as expectativas de cada um dos organizadores do projeto coletivo da escola implica tornar público o desejo de um princípio, de uma convicção, exigindo um desprendimento com relação ao próprio desejo, desenvolvendo a ideia de que algo que era de uma pessoa agora é também de muitos e poderá ser transformado.

A internet, por exemplo, pode ser uma ferramenta de integração para a multidisciplinaridade, pois permite compartilhar projetos de diversas matérias. As pesquisas podem ser múltiplas e ainda servir como facilitadoras no ato de compartilhar conhecimentos produzidos pela própria escola, disponibilizando os trabalhos dos alunos em blogs, sites e ferramentas de redes sociais. Também é uma ferramenta importante para agendamento e gerenciamento da comunicação entre direção, coordenação pedagógica e professores.

Ao disponibilizar os trabalhos escolares, projetos e ações da escola na internet, ela abre as portas à comunidade, demonstrando o quanto são criativos os projetos, permitindo que toda a sociedade passe a conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos alunos e professores. Nessa construção, pode-se gerar novos parceiros que venham da comunidade privada ou de órgãos governamentais.

Não estamos falando em dispor fotos de alunos, nem rede social de cada um, mas dos seus trabalhos e atividades por eles criados.

A articulação entre as escolas e outras instituições (como bibliotecas, museus, arquivos etc.) poderia ser realizada através do uso das telecomunicações e da informática, proporcionando contatos entre pessoas, grupos e associações regionais, por serem espaços de intervenção, realização de atividades integradas e coletivas.

Não há como deixar de lado o uso da tecnologia, ela nos envolve e sempre se adaptará para atender às nossas necessidades. O importante, ao utilizá-la, é saber que se trata de um instrumento de apoio pedagógico, tal como um livro ou um jogo. Apenas um instrumento a ser desenvolvido, inacabado, pronto para ser integrado, o qual proporcione frutos para ambos os lados.

Em 2009, foi realizado um estudo com escolas do interior paulista dotadas de laboratórios de informática; nele os professores responderam aos questionários sobre como eram utilizados os laboratórios e quais eram os seus objetivos.

No estudo em questão, pôde-se observar que os professores tinham uma apostila chamada Tecnologia, monitor nos laboratórios e que sempre, quando chegavam, os laboratórios já estavam prontos para uso.

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A grande maioria dos professores respondeu que os alunos eram levados aos laboratórios para seguir o material da apostila, onde eram executados os jogos dispostos nos micros e que estes eram repetitivos e monótonos.

Pôde-se perceber, pelas respostas dos professores, a grande insatisfação quanto à forma de trabalho, principalmente que as apostilas não abordavam o que era trabalhado em sala de aula. É importante que o trabalho desenvolvido com o recurso tecnológico seja o mesmo que se trabalha em sala de aula, tenha a construção e permita a interação do mundo real com o da informática.

Ao procurar identificar as necessidades para a utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica nas escolas, criamos quatro pilares que são primordiais para o uso da tecnologia na escola. São eles: a estrutura física, a participação da administração escolar, a participação dos professores e o contexto pedagógico.

Educação com tecnologia

Contexto pedagógico Professor

Estrutura física Administração e coordenação

Figura 4 – Os pilares da tecnologia educacional

Os pilares da tecnologia não são leis, não são obrigatórios, e sim pontos importantes, norteadores para uma boa aplicação da ferramenta como apoio pedagógico.

Também se sabe que grande parcela são resultados pessoais, de um diretor, de um colaborador, de um coordenador pedagógico ou de um professor, que se aventura a utilizá-lo e percebe que a ferramenta pode auxiliá-lo na elaboração de uma boa aula.

Lembrete

Os pilares são fundamentais

Os quatro pilares da tecnologia são Estrutura física, Participação da administração e Coordenação pedagógica, o Professor e o Contexto pedagógico. O funcionamento coletivo deles pode melhorar significativamente o uso da tecnologia nas escolas.

2.2 A estrutura física das escolas

O primeiro ponto a ser levantado é: será que as escolas estão preparadas fisicamente para receber a tecnologia? Diante de um mercado complicado e de inúmeras ocorrências de furto e roubo, as escolas

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têm se fechado, e o acesso aos laboratórios acaba sendo dificultado. Em um dos meus estudos, pude constatar essa dificuldade, eram 20 minutos para abrir a sala e ligar os computadores. Grande parte da aula era perdida, alguns alunos até brincavam: “Professor, estamos fazendo um curso intensivo de abrir e fechar laboratórios”.

A reorganização física dos prédios das escolas deveria ser tratada como ponto importante para que se inicie o envolvimento tecnológico, pois sem a infraestrutura física aparentemente encontraríamos dificuldade no acesso a esses recursos. Na maioria dos projetos de implementação da tecnologia, são criados laboratórios de informática, rede de acesso aos dados e acesso à rede de pesquisas (internet).

É necessária atenção quanto às estruturas físicas das escolas, à facilidade de acesso aos laboratórios, a torná-los mais acessíveis e organizados, à criação de salas de aula mais funcionais, e até mesmo à disponibilização de conexões a redes locais em cada sala, ou em diversos pontos da escola, permitindo assim que professores e alunos desenvolvam pesquisas em diversos pontos da escola, utilizando os micros disponíveis ou seus próprios notebooks.

Paralelamente, caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis e integradas;

para isso, seria necessário ter estruturas mais enxutas, trabalhando mais sinergicamente, concentrando maior participação dos professores, alunos, pais e comunidades, gerenciando atividades e proporcionando os rumos de cada instituição escolar, com a finalidade de obter uma maior integração, um acesso facilitado e garantia da qualidade da educação.

A melhoria do espaço físico das escolas poderia ser facilitada se fossem bem planejadas. Escolas eficazes não são necessariamente grandes, mas sim aquelas que utilizam de forma criativa seu espaço, transformando-o em um ambiente especial para a leitura, para as representações, ou até mesmo para o convívio da comunidade.

Grande parte dessas melhorias do espaço físico já ocorreu em escolas onde houve a participação da comunidade. Mas não basta às escolas simplesmente ter microcomputadores e programas para uso em atividades de ensino, é preciso também que esses microcomputadores estejam interligados e em condições de acessar a internet e todos os demais sistemas e serviços disponíveis nas redes, multiplicando assim as possibilidades educativas. É necessário adequar a tecnologia ao alcance das expectativas de seu uso: telecomunicações, por exemplo, facilitam a coleta de dados e o acesso às informações da escola; o audiovisual favorece a apresentação explicativa e ilustrativa do real; e a informática pode colaborar para classificação, seleção e simulação de situações.

Ao adequar o uso das tecnologias, segue uma sugestão iniciando um trabalho coletivo: alunos, professores, especialistas, diretores e comunidades de pais, juntos, em um processo de construção, criem uma equipe própria na escola, a qual, ao analisar a base tecnológica disponível (equipamentos e mídias), tome as decisões quanto à escolha de ser ou não conveniente o uso de informática aplicada à educação, e ainda sugira possíveis adequações no projeto pedagógico, contando com o apoio de universidades ou de especialistas externos para assessoramento e suporte técnico voltado à tecnologia. Em conjunto, poderiam também analisar os problemas relativos às cargas horárias, hoje constituídas de “aulas” de 50 ou 100 minutos, e aqueles ocasionados por turmas grandes de alunos. Notadamente nessas condições, o

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uso do microcomputador e da internet no curto tempo da “aula” e para um número excessivo de alunos é totalmente inviável.

Cada instituição de ensino deveria orientar, no seu próprio projeto pedagógico, a relevância a ser dada quanto ao uso da tecnologia aplicada na educação, envolvendo professores, coordenadores pedagógicos e diretores, os quais, através de reuniões permanentes, provocassem atualizações nesses projetos, buscando acompanhar e melhorar todas as dificuldades encontradas no processo.

O projeto pedagógico aparentemente é o modo de ser e de fazer da escola. O clima escolar positivo na escola como um todo envolveria alunos, professores, direção e equipe técnico-pedagógica, e estes, orientados para a superação dos desafios, certamente desenvolveriam comportamentos importantíssimos aos alunos.

A existência ou não de locais de concentração e de circulação de alunos e professores, as cores das paredes, a distribuição dos ambientes dentro do espaço escolar projetam-se diretamente na produção e no estímulo dos que ali convivem. Esses fatores refletem-se na disposição para trabalhar e estudar e na própria qualidade do ensino e podem vir a definir a ação pedagógica. O ambiente pode influenciar no processo de aprendizagem do aluno, e as instalações condicionariam a integração da comunidade acadêmica com sua produção e pesquisa. O conjunto escola, alunos e comunidade é a aura da escola.

Uma das soluções viáveis é a utilização de monitores, contratados, terceirizados, colaboradores que venham de projetos sociais ou até mesmo os próprios alunos. Estes terão a função de abrir e fechar as salas, ligar e desligar os equipamentos, checar os defeitos e comunicar a necessidade de reparos à administração. Assim, o professor não perderá tempo com ações rotineiras e diárias.

2.3 A participação da administração escolar no contexto tecnológico

Os principais problemas encontrados nas escolas quanto à utilização das tecnologias são falta de acesso, apoio técnico inadequado, tempo insuficiente para aprendizagem e planejamento. O envolvimento da direção e da coordenação nos cursos de capacitação auxiliam na disseminação da ideia de utilização da tecnologia como ferramenta de apoio no ensino-aprendizagem. Além de frequentarem os cursos de capacitação em informática na educação, é de vital importância que os professores estejam dispostos a colaborar nos aspectos de diminuição dos problemas de acesso à tecnologia, providenciando apoio técnico necessário, mostrando interesse pelo assunto e pelos projetos que venham a surgir com o uso da informática, e finalmente proporcionando tempo de aprendizagem aos professores.

As mudanças na educação dependem também de termos administrativos, esperando que os dirigentes da instituição entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo educacional, dando apoio aos professores, equilibrando o gerenciamento empresarial, tecnológico e humano, e finalmente contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação na escola.

Possivelmente com essas mudanças, diretores e coordenadores passariam a procurar formas de tornar viável o acesso frequente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, sendo imprescindível que haja laboratórios bem equipados; salas conectadas à internet e adequadas para

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pesquisa; que seja facilitado a aquisição de microcomputadores por meio de financiamentos públicos, privados, com juros baixos e com o apoio de organizações não governamentais.

Observação Papel do diretor

É papel do diretor auxiliar no ingresso da tecnologia tanto na parte administrativa como na inserção pedagógica. Com seu apoio, as coisas se tornam mais fáceis.

2.4 A participação dos educadores

O novo educador é um profissional em constante mudança, passando a ser o intermediário entre o conhecimento acumulado, o interesse e a necessidade do aluno. Nessa perspectiva, Phillipe Perrenoud, sociólogo suíço e referência essencial aos educadores, devido às ideias pioneiras sobre a profissionalização de professores, acredita ser necessário que o uso da tecnologia seja uma competência do professor, de modo que ele atinja uma atitude desafiadora e assuma uma postura de aprendiz ativo, crítico e criativo.

A escola não pode ignorar as novas tecnologias de informação e da comunicação que afetam o mundo, pois estas transformam as maneiras de comunicar, de trabalhar, de decidir e de pensar. Para ele, o professor necessita utilizar os aplicativos para explorar todas as potencialidades didáticas dos programas de computador em relação aos objetivos do ensino, adicionando-se as formas de comunicação a distância por meio da telemática e as ferramentas multimídia no ensino.

Os avanços das ciências e das tecnologias fazem com que a educação assuma um caráter de recomeço da renovação sempre, pois possui papel de transformar criticamente a realidade por meio da construção e disseminação do conhecimento. A colocação do microcomputador na sala de aula não garante um ensino inovador crítico e transformador: a sociedade do conhecimento exige dos professores e dos alunos autonomia e produção própria, baseada na modernidade, analisando a proposição metodológica do “aprender a ensinar”.

O desafio de “aprender a ensinar” é acoplado à habilidade ou ao atributo indispensável ao professor que, aqui, muito mais do que um portador de conhecimento, deverá ter um papel de gerenciador da circulação e da construção desse conhecimento, assim como o de um orientador da aprendizagem.

Para um professor não é possível separar as dimensões pessoais e profissionais; e essas dimensões são a forma pela qual cada um vive a profissão de professor, tão ou mais importante do que as técnicas que aplicam ou os conhecimentos que transmitem; os professores constroem sua identidade por referência aos saberes (práticos e teóricos), mas também por um conjunto de valores.

A tecnologia pode auxiliar, mas para que seu uso seja efetivo é necessário que os professores estejam preparados ou capacitados. Atualmente o educador cria, organiza e promove o ambiente tecnológico

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através de atividades que facilitam o processo de ensino-aprendizagem, fornecendo recursos para que o aluno desenvolva ao máximo o processo de aprender. Há professores que resistem ao trabalho realizado no laboratório de informática, não querem se envolver, e, mesmo quando aceitam o trabalho, acreditam que este é independente das atividades curriculares, delimitam o uso como reforço, enquanto outros procuram os laboratórios para realizar um trabalho integrado, inserindo-se em projetos, de modo que a sua função passa de apenas “lecionar a incentivar os demais professores”.

Outro ponto a ser incluído nesta reflexão diz respeito à formação do professor. Simplesmente ter um curso superior na área de educação e participar das matérias de informática na faculdade, quando estas existem no currículo, não garante em nenhum momento que esses professores estão prontos para realizar as tarefas de ensino de informática na educação. Daí a necessidade de um processo permanente de capacitação, monitoramento e estruturas de apoio docente, em que possam ser desenvolvidas as dimensões técnico-didáticas (campo científico específico), pedagógicas (campo das teorias e práticas educacionais) e tecnológicas (campo das novas tecnologias).

Ao professor cabe o papel de facilitar, supervisionar, ser consultor do aluno no processo de resolver o seu problema, e não somente transmitir informação ao aluno; o professor deverá se concentrar em propiciar ao aluno a chance de construir o próprio conhecimento, convertendo a enorme quantidade de informação adquirida em conhecimento aplicável na resolução de problemas de seu interesse. Ao trabalhar nessa construção de conhecimentos, é necessário conhecer o aluno, incentivando a reflexão e a crítica e permitindo que ele passe a identificar os próprios problemas em sua formação.

A questão da qualificação e da carreira docente sempre precisou ser repensada e tratada com base em uma perspectiva mais aberta, flexível. São necessários docentes qualificados, recursos tecnológicos, clima intelectual sério e responsável, caracterizando o cotidiano do trabalho acadêmico. É fundamental a valorização da atuação desse professor, ou seja, é preciso que os governos e os sistemas de ensino invistam tanto na sua formação continuada (incluindo a sua capacitação) quanto na promoção de condições adequadas de trabalho. José Manuel Moran, um dos maiores especialistas no uso da internet em sala de aula, discorre em seus livros que esse investimento transforma o professor no gerenciador do processo de aprendizagem, coordenando todo o andamento no ritmo adequado, sendo o gestor das diferenças e das convergências do contexto de sua prática.

O professor precisa ter consciência de que sua ação profissional competente não será substituída pelas máquinas, mas ampliada no seu campo de atuação para além da sala de aula. Nessa perspectiva, ele passa a ser um incansável pesquisador, um profissional que se constrói a cada dia, que aceita os desafios e a imprevisibilidade da época para se aprimorar cada vez mais, gerando melhorias de desempenho tanto para si próprio quanto para os alunos.

Ao buscar a ampliação nos campos de atuação, as tecnologias apontam para a busca do trabalho coletivo, passando da sala de aula e caminhando para a escola como um todo, tomando cuidado de desenvolver atividades que estejam definidas no projeto pedagógico, evitando fugir do estudo proposto em questão. Se olharmos para o ambiente da internet, poderíamos perder facilmente o contato com o objetivo do estudo, devido à grande diversidade proposta.

Referências

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