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Caracterização física, química e biológica da água na subbacia B1, do Rio Cocó, FortalezaCE, com ênfase nos aspectos da poluição ao longo de um ciclo climático

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Academic year: 2018

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ISABELLY SILVA LIMA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA DA ÁGUA NA SUB-BACIA B1, DO RIO COCÓ, FORTALEZA-CE, COM ÊNFASE NOS ASPECTOS DA POLUIÇÃO

AO LONGO DE UM CICLO CLIMÁTICO.

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ISABELLY SILVA LIMA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA DA ÁGUA NA SUB-BACIA B1, DO RIO COCÓ, FORTALEZA-CE, COM ÊNFASE NOS ASPECTOS DA POLUIÇÃO

AO LONGO DE UM CICLO CLIMÁTICO.

Dissertação de mestrado apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Civil. Área de Concentração: Saneamento Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Suetônio Bastos Mota

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ISABELLY SILVA LIMA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA DA ÁGUA NA SUB-BACIA B1, DO RIO COCÓ, FORTALEZA-CE, COM ÊNFASE NOS ASPECTOS DA POLUIÇÃO

AO LONGO DE UM CICLO CLIMÁTICO.

Dissertação de mestrado apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Civil. Área de Concentração: Saneamento Ambiental.

Aprovada em: ____/____/_______.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Francisco Suetônio Bastos Mota (UFC) Universidade Federal do Ceará (UFC)

Profa. Dra. Helena Becker (UFC) Universidade Federal do Ceará (UFC)

(4)

À Deus por iluminar sempre meus caminhos. Aos meus pais, Manoel e Grijalva, pelo amor e dedicação infindável, por estarem presentes em todos os momentos de minha vida, e por todo o empenho em me dar uma educação de excelência.

(5)

AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Francisco Suetônio Bastos Mota pela confiança a mim depositada e pela orientação.

Ao um grande amigo Prof. Bemvindo Gomes, orientador extra-oficial, por toda a dedicação, generosidade, ensinamentos e por ser parte integrante para realização e execução desse projeto. Sou-lhe eternamente grata por tudo, especialmente pela sua amizade.

A toda minha família que sempre foi meu alicerce, em especial a minha sogra, Fabíola, pelo amor e zelo dispensados a mim como uma filha.

À Laiz, mais que uma amiga, uma irmã. Pela amizade, companheirismo, paciência, estímulos, e principalmente, por toda ajuda e sugestões desde o início do trabalho.

Ao Laboratório de Águas e Mananciais e Residuárias – LIAMAR/IFCE, por ter realizado todas as análises físicas, químicas e biológicas necessárias para execução desse trabalho. À Laiz, Taís, Ellen, Rodrigo, Victor, Elizaylton, Letícia, Bruno, Clauber, Milena, Tayná, Dielifa e Germana, pelo apoio na realização das coletas, em especial ao Diego e André, pela ajuda constante sempre que foi necessária.

Ao setor de microbiologia, pela execução das análises, em especial a Fabiene e o Victor, por serem responsáveis pela execução das análises e liderança da equipe.

A todo setor de microscopia, em especial a Erivanda, pela contagem e identificação do fitoplâncton.

A todos os analistas integrantes do LIAMAR que estiveram envolvidos com esse projeto. Ao Laboratório de Química Analítica – LQA/IFCE, pelos ensinamentos e ajuda na execução da análise estatística, em especial ao querido Prof. Hugo Leonardo e ao Márcio.

A todos meus amigos do curso, pelos conhecimentos compartilhados, pela ajuda, motivação, e principalmente, por inúmeros momentos de alegria.

(6)

Ao Movimento Pró-Parque, por todas as conversas e documentos que foram disponibilizados a fim do conhecimento do histórico e da área do Parque Rio Branco, em especial ao casal Luíza e Ademir.

À COURB – Coordenadoria de Desenvolvimento Urbano, na pessoa do Claumer, por toda a ajuda e material dispensado, mostrando ser além de um grande profissional, uma grande pessoa.

À PGM – Procuradoria Geral do Município, na pessoa da Eliana e suas estagiárias pela busca e disponibilidade de todos os decretos municipais que foram solicitados.

À SEINF – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura, em especial o Assis, pela disponibilidade dos mapas de drenagem e informações que somente ele domina. À SEMAM – Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano, na pessoa da Edilene, por toda ajuda, indicações e material concedido.

À FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, na pessoa do Mário Rodrigues, por conceder dados pluviométricos de Fortaleza.

À SER II – Secretaria Executiva Regional II, na pessoa do Humberto e Eugênia, por disponibilizar informações sobre o Parque Rio Branco.

Ao IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na pessoa de Tereza Cristina, por ceder os dados dos Censo 2000.

À FUNCAP – Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela concessão da bolsa de mestrado.

(7)

"Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não

pode comer dinheiro."

(8)

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar as variáveis físicas, químicas, biológicas e a ocorrência tanto da toxicidade aguda como da diversidade e quantidade da biomassa fitoplanctônica, ao longo de um ciclo climático, na sub-bacia B1, integrante da bacia hidrográfica do rio Cocó, Fortaleza – CE. A amostragem ocorreu em frequência mensal para os quatorzes pontos de coleta, no período de setembro de 2010 a abril de 2011, com a exceção de fevereiro de 2011, quando não foi possível executá-la. Os parâmetros analisados, temperatura, transparência, pH, turbidez, cor verdadeira, condutividade elétrica, sólidos e frações, óleos e graxas, alcalinidade e frações, dureza e frações, cálcio, magnésio, oxigênio dissolvido, cloretos, DBO5, DQO, fósforo e frações, sulfato, sulfeto, ferro total, clorofila “a”,

amônia total, nitrito, nitrato, nitrogênio orgânico, nitrogênio total kjeldahl, Coliformes Termotolerantes, Escherichia coli, toxicidade aguda, identificação e contagem do

fitoplâncton, indicaram variação no espaço devido aos diferentes impactos antrópicos sofridos. Toda a sub-bacia B1 encontra-se eutrofizada, principalmente devido ao lançamento de matéria orgânica e nutrientes, especialmente o fósforo. Apesar do período monitorado apresentar quadra invernosa atípica, índices pluviométricos acima da média, isso não foi suficiente para ocasionar a diluição e possível enquadramento legal, principalmente, com relação aos teores de DBO5, óleos e graxas, fósforo total e Coliformes Termotolerantes. Na

maior parte do monitoramento, a sub-bacia B1 apresentou indícios de toxicidade; somente no mês de abril foi evidenciada toxicidade aguda, o que pode ser devido à ocorrência de chuvas no dia anterior à coleta. Com relação à diversidade fitoplanctônica, no período seco houve a ocorrência de 58 táxons e 7 classes; na quadra invernosa, houve o aumento da diversidade, 65 táxons e 10 classes. As classes que lideram os dois períodos são: Chlorophyceae e Cyanobacteria. No entanto, Aphanocapsa spp é a classe dominante para os dois períodos, em

todos os pontos monitorados, apresentando valores superiores ao limite estabelecido pela legislação vigente, o que se torna preocupante, pois se trata de uma espécie potencialmente tóxica.

(9)

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the physical, chemical, biological, and the occurrence of both the acute toxicity and the diversity and quantity of phytoplankton biomass, along a climatic cycle, on sub-basin B1, a member of the Cocó River basin, Fortaleza - CE. The sampling occurred monthly on fourteen collecting points in the period of September 2010 to April 2011, in the exception of February 2011 that could not run it. With the parameters analyzed, temperature, transparency, pH, turbidity, true color, conductivity electrical, solids and fractions, calcium, magnesium, dissolved oxygen, chlorides, BOD5, QOD, phosphorus and fractions, sulfate,

sulfide, total iron, Chlorophyll "a", total ammonia, nitrite, nitrate, organic nitrogen, total kjeldahl nitrogen, thermotolerant coliforms, Escherichia coli, acute toxicity, identification and

enumeration of phytoplankton, have indicated variation in space due to different human impacts suffered. All the sub-basin B1 is found eutrophic, mainly due to the release of organic matter and nutrients, especially phosphorus. Although the monitored period to present court wintry atypical, with above the average rainfall, it was not enough to cause the dilution and possible legal framework, mainly at the oil and grease, total phosphorus and thermotolerant coliforms. In most of the monitoring, the sub-basin B1 showed signs of toxicity; only in the month of April was observed acute toxicity, which may be due to the rainfall some days before collection. With respect to phytoplanktonic diversity during the dry season to occurred the presence of 58 taxon and 7 classes and at court wintry, diversity increases to taxon 65 and 10 classes. The classes who lead both periods are: Chlorophyceae e Cyanobacteria. However, Aphanocapsa spp is the dominant class in both periods, at all points monitored, with values

above the limit set by law, which is very worrying, because it is a potentially toxic species.

(10)

LISTADEFIGURAS

FIGURA 1-INTERFERÊNCIA NA QUALIDADE DE ÁGUA A PARTIR DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DE UMA DETERMINADA BACIA HIDROGRÁFICA. ______________________________ 33

FIGURA 2-DELIMITAÇÃO DA SUB-BACIA B1 E SUAS MICROBACIAS ____________________ 38

FIGURA 3-PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES DOS ECOSSISTEMAS URBANOS:(A)PESCA COM VARA E (B)

PESCA COM REDE. __________________________________________________ 40

FIGURA 4-FONTE DE POLUIÇÃO DIFUSA A PARTIR DE LANÇAMENTO DE ESGOTOS (A) ORIGEM COMERCIAL E (B) ORIGEM RESIDENCIAL. _________________________________ 41

FIGURA 5-DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA ÁREA DA SUB-BACIA B1:(A)

DISPOSIÇÃO REALIZADA PELOS PRÓPRIOS MORADORES E (B)PRESENÇA DE RESÍDUOS SÓLIDOS AO LONGO DO CANAL DO TAUAPE. ______________________________ 42

FIGURA 6-VISTA DA LAGOA DO PORANGABUSSU. _________________________________ 43

FIGURA 7-SITUAÇÃO DA LAGOA DO PORANGABUSSU (A) ANTES DA LIMPEZA E (B) APÓS A LIMPEZA. _________________________________________________________ 43

FIGURA 8-LOCALIZAÇÃO DA LAGOA DO OPAIA. __________________________________ 45

FIGURA 9-ÁREA CIRCUNVIZINHA À LAGOA DO OPAIA ATENDIDA PELA REDE DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO. _______________________________________________________ 46

FIGURA 10-FOTO DO PARQUE RIO BRANCO COM INDICAÇÃO DOS CÓRREGOS E NASCENTES. _ 50

FIGURA 11-VISTA AÉREA DO PARQUE LAGOA DO OPAIA. ___________________________ 51

FIGURA 12-DISPOSIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM AO LONGO DA SUB-BACIA B1 DO RIO

COCÓ,FORTALEZA -CE. ____________________________________________ 53

FIGURA 13-COLETA REALIZADA A PARTIR DA MARGEM (A)LAGOA DO PORANGABUSSU E (B)

LAGOA DO OPAIA. __________________________________________________ 54

FIGURA 14-COLETAS REALIZADAS NOS RIACHOS DURANTE O PERÍODO SECO (A)CANAL DO

JARDIM AMÉRICA (PONTO 6) E (B) RIACHO SANGRADOURO DA LAGOA DO

PORANGABUSSU (PONTO 5). __________________________________________ 54

FIGURA 15-MICROÔNIBUS EM QUE FORAM REALIZADAS AS COLETAS -LIAMAR

MÓVEL/IFCE. ____________________________________________________ 57 FIGURA 16-VARIÁVEIS MENSURADAS EM CAMPO (A)TEMPERATURA E (B)TRANSPARÊNCIA. 58

FIGURA 17-FIXAÇÃO DOS PARÂMETROS EM CAMPO (A)OXIGÊNIO DISSOLVIDO,(B)SULFETO E

(C)FITOPLÂNCTON. _________________________________________________ 59

FIGURA 18-CICLO DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DA ESTAÇÃO AGROMETEOROLÓGICA DO

(11)

FIGURA 19-PERCENTUAL SEMESTRAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DA ESTAÇÃO AGROMETEOROLÓGICA DO PICI,FORTALEZA -CE,(A) NOS PERÍODOS SECO (JUL

-DEZ) E PERÍODO CHUVOSO (JAN-JUN) E (B) NO PERÍODO SECO (SET-DEZ/10) E

CHUVOSO (JAN -ABR/11). ____________________________________________ 72

FIGURA 20-UTILIZAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS URBANOS DA SUB-BACIA B1(A)LOCAL DE

PASTAGEM NA CRIAÇÃO DE ANIMAIS E (B)PESCA COM FINS DE SUBSISTÊNCIA.____ 73

FIGURA 21-LOCALIZAÇÃO DO SISTEMA PORANGABUSSU. ___________________________ 78

FIGURA 22-VARIAÇÃO MÉDIA DOS PARÂMETROS FÍSICOS AO LONGO DO SISTEMA DO

PORANGABUSSU (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2010) E

(B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JANEIRO A ABRIL DE 2011). ______________ 80

FIGURA 23-VARIAÇÃO MÉDIA DOS SAIS DISSOLVIDOS AO LONGO DO SISTEMA DO

PORANGABUSSU (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET - DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/11). _____________________________________________ 81

FIGURA 24-VARIAÇÃO MÉDIA DA MATÉRIA ORGÂNICA AO LONGO DO SISTEMA DO

PORANGABUSSU (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/11). _____________________________________ 82

FIGURA 25-VARIAÇÃO MÉDIA DOS NUTRIENTES AO LONGO DO SISTEMA DO PORANGABUSSU (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN -ABR/11). _________________________________________________________ 84

FIGURA 26-VARIAÇÃO MÉDIA DOS PARÂMETROS LIMNOLÓGICOS E ORTOFOSFATO AO LONGO DO SISTEMA DO PORANGABUSSU (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/11). ____________________________ 85

FIGURA 27-VARIAÇÃO MÉDIA DA COLIMETRIA AO LONGO DO SISTEMA DO PORANGABUSSU (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN -ABR/11). _________________________________________________________ 86

FIGURA 28-DELIMITAÇÃO DO SISTEMA DAMAS ___________________________________ 87

FIGURA 29-VARIAÇÃO MÉDIA DOS SAIS DISSOLVIDOS AO LONGO DO SISTEMA DAMAS (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011).

________________________________________________________________ 88 FIGURA 30-VARIAÇÃO MÉDIA DA MATÉRIA ORGÂNICA E OXIGÊNIO DISSOLVIDO AO LONGO DO

(12)

FIGURA 31-VARIAÇÃO MÉDIA DOS NUTRIENTES AO LONGO DO SISTEMA DAMAS (A)PT,OPS E

N-NH3T(SET A DEZ/2010) E (B)PT,N-NORG E CL’A’ DURANTE O PERÍODO SECO

(SET-DEZ/2010). ___________________________________________________ 91

FIGURA 32-VARIAÇÃO MÉDIA DOS NUTRIENTES E CLOROFILA “A” DURANTE O PERÍODO

CHUVOSO (JANEIRO A ABRIL DE 2011) AO LONGO DO SISTEMA DAMAS. _________ 91

FIGURA 33-VARIAÇÃO MÉDIA DA COLIMETRIA AO LONGO DO SISTEMA DAMAS (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/11). 92

FIGURA 34-DELIMITAÇÃO DO SISTEMA OPAIA. ___________________________________ 93

FIGURA 35-VARIAÇÃO MÉDIA DA TEMPERATURA E COR VERDADEIRA AO LONGO DO SISTEMA

OPAIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________________________________________ 94

FIGURA 36-VARIAÇÃO MÉDIA DOS SAIS DISSOLVIDOS AO LONGO DO SISTEMA OPAIA (A)

DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN -ABR/2011). _______________________________________________________ 95

FIGURA 37-VARIAÇÃO MÉDIA DA MATÉRIA ORGÂNICA AO LONGO DO SISTEMA OPAIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO

(JAN-ABR/2011). ___________________________________________________ 96

FIGURA 38-VARIAÇÃO MÉDIA DO SULFETO AO LONGO DO SISTEMA OPAIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). _______ 97

FIGURA 39-VARIAÇÃO MÉDIA DA AMÔNIA TOTAL E NITRATO AO LONGO DO SISTEMA OPAIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN -ABR/2011). _______________________________________________________ 98

FIGURA 40-VARIAÇÃO MÉDIA DE FÓSFORO TOTAL, ORTOFOSFATO SOLÚVEL, OXIGÊNIO

DISSOLVIDO E CLOROFILA “A” AO LONGO DO SISTEMA OPAIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). _____ 99

FIGURA 41-VARIAÇÃO MÉDIA DE COLIFORMES TERMOTOLERANTES E ESCHERICHIA COLI AO LONGO DO SISTEMA OPAIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E

DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). _________________________ 100

FIGURA 42-DELIMITAÇÃO DO SISTEMA PARREÃO ________________________________ 101

(13)

FIGURA 44-VARIAÇÃO MÉDIA DOS PARÂMETROS QUÍMICOS NO SISTEMA PARREÃO (A) VALORES DE ÓLEOS E GRAXAS,DBO5,DQO E OD E (B) DAS FRAÇÕES NITROGENADAS,

DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E CHUVOSO (JAN- ABR/2011). ______ 104

FIGURA 45-VARIAÇÃO MÉDIA DOS PARÂMETROS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS NO SISTEMA

PARREÃO (A) VARIAÇÃO DAS FRAÇÕES FOSFATADAS E (B) DO RESULTADO BACTERIOLÓGICO, DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E CHUVOSO (JAN -ABR/2011). ______________________________________________________ 105

FIGURA 46-DELIMITAÇÃO DO SISTEMA PARQUE RIO BRANCO. ______________________ 106

FIGURA 47-VARIAÇÃO MÉDIA DA TEMPERATURA E COR VERDADEIRA AO LONGO DO SISTEMA

PARQUE RIO BRANCO (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). _________________________________ 107

FIGURA 48-VARIAÇÃO MÉDIA DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO E PH AO LONGO DO SISTEMA PARQUE

RIO BRANCO (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O

PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________________________________ 108

FIGURA 49-VARIAÇÃO MÉDIA DA MATÉRIA ORGÂNICA NO SISTEMA PARQUE RIO BRANCO (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN -ABR/2011). ______________________________________________________ 109

FIGURA 50-VARIAÇÃO MÉDIA DAS FRAÇÕES NITROGENADAS AO LONGO DO SISTEMA PARQUE

RIO BRANCO (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O

PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________________________________ 110

FIGURA 51-VARIAÇÃO MÉDIA DAS FRAÇÕES FOSFATADAS AO LONGO DO SISTEMA DO PARQUE

RIO BRANCO (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O

PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________________________________ 111

FIGURA 52-VARIAÇÃO MÉDIA DO RESULTADO BACTERIOLÓGICO AO LONGO DO SISTEMA

PARQUE RIO BRANCO (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). _________________________________ 112

FIGURA 53-DELIMITAÇÃO DO SISTEMA ROTATÓRIA. ______________________________ 113

FIGURA 54-VARIAÇÃO MÉDIA DA TEMPERATURA E PH AO LONGO DO SISTEMA ROTATÓRIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011).

_______________________________________________________________ 114 FIGURA 55-VARIAÇÃO MÉDIA DOS SAIS DISSOLVIDOS AO LONGO DO SISTEMA DA ROTATÓRIA

(A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN

(14)

FIGURA 56-VARIAÇÃO MÉDIA DE TURBIDEZ E SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS AO LONGO DO SISTEMA DA ROTATÓRIA,(A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B)

PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________________________________ 116

FIGURA 57-VARIAÇÃO MÉDIA DA MATÉRIA ORGÂNICA E OXIGÊNIO DISSOLVIDO AO LONGO DO SISTEMA DA ROTATÓRIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B)

PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________________________________ 117

FIGURA 58-VARIAÇÃO MÉDIA DAS FRAÇÕES NITROGENADAS AO LONGO DO SISTEMA DA

ROTATÓRIA,(A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO

(JAN-ABR/2011). __________________________________________________ 118

FIGURA 59-VARIAÇÃO MÉDIA DAS FRAÇÕES FOSFATADAS AO LONGO DO SISTEMA DA

ROTATÓRIA,(A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO

(JAN-ABR/2011). __________________________________________________ 119

FIGURA 60-VARIAÇÃO MÉDIA DE CLOROFILA “A” AO LONGO DO SISTEMA DA ROTATÓRIA (A) DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011).

_______________________________________________________________ 120 FIGURA 61-VARIAÇÃO MÉDIA DA COLIMETRIA AO LONGO DO SISTEMA DA ROTATÓRIA (A)

DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) E (B) PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011).

_______________________________________________________________ 121 FIGURA 62-CLASSIFICAÇÃO DAS LAGOAS DO OPAIA E PORANGABUSSU ATRAVÉS DA

APLICAÇÃO DO ÍNDICE DO ESTADO TRÓFICO (A) DE CARLSON MODIFICADO POR

TOLEDO JÚNIOR E (B) DE LAMPARELLI. ________________________________ 126

FIGURA 63-INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA NO POSTO PICI CORRESPONDENTE AO MÊS DE ABRIL DE 2011. ________________________________________________________ 130

FIGURA 64-CLASSE REPRESENTATIVA DO PERÍODO SECO E RESPECTIVA FREQUÊNCIA DE

APARECIMENTO. __________________________________________________ 137

FIGURA 65-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS DE CYANOBACTERIA NA SUB-BACIA

B1 DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO SECO (DEZ-JAN/10). _________________ 138

FIGURA 66-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS DE CHLOROPHYCEAE NA SUB-BACIA

B1 DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010). _______________ 139

FIGURA 67-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS DOS GÊNEROS BACILLARIPHYCEAE,

ZYGNEMAPHYCEAE,EUGLENOPHYCEAE,CHLAMYDOPHYCEAE E XANTHOPHYCEAE DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010) _____________________________ 140

(15)

FIGURA 69-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS DOS GÊNEROS CYANOBACTERIA NA

SUB-BACIA B1 DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). __ 152

FIGURA 70-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS DE CLOROPHYCEAE NA SUB-BACIA

B1 DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). ___________ 153

FIGURA 71-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS DOS GÊNEROS DE

BACILLARIOPHYCEAE,ZYGNEMAPHYCEAE,EUGLENOPHYCEAE,

CHLAMYDOPHYCEAE,RAPHIDOPHYCEAE,CHRYSOPHYCEAE,XANTOPHYCEAE E

DINOPHYCEAE NA SUB-BACIA B1 DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN -ABR/2011). ______________________________________________________ 154

(16)

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1-DISTRIBUIÇÃO DE DATAS E HORÁRIOS DOS PONTOS COLETADOS NA SUB-BACIA B1, REFERENTE AOS MESES DE SETEMBRO, OUTUBRO, NOVEMBRO, DEZEMBRO DE 2010 E JANEIRO, MARÇO, E ABRIL DE 2011. ____________________________________ 55

QUADRO 2-TIPOS DE FRASCOS PARA ARMAZENAR AS AMOSTRAS. _____________________ 58

QUADRO 3-VARIÁVEIS ANALISADAS,METODOLOGIAS ANALÍTICAS,REFERÊNCIAS E

(17)

LISTADETABELAS

TABELA 1-FLUXOS DE ÁGUA POR REGIÕES CLIMÁTICAS (KM3/ANO) NO MUNDO __________ 24

TABELA 2-DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS, SUPERFÍCIE E POPULAÇÃO DO BRASIL, POR REGIÃO, EM PORCENTAGEM EM RELAÇÃO AO TOTAL DO PAÍS. _______________ 25

TABELA 3-FASES DO DESENVOLVIMENTO DAS ÁGUAS URBANAS. _____________________ 34

TABELA 4-ESPAÇO DE GESTÃO DAS ÁGUAS URBANAS ______________________________ 35

TABELA 5-DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS VERDES DE FORTALEZA DE ACORDO COM AS REGIONAIS

_______________________________________________________________ 47 TABELA 6-PARQUE DA CIDADE DE FORTALEZA INSERIDOS NA ÁREA DA SUB-BACIA B1 ____ 48

TABELA 7-COORDENADAS GEOGRÁFICAS DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM NA ÁREA DA SUB -BACIA B1. _______________________________________________________ 52

TABELA 8-INTERVALO DO TESTE KAISER -MEYER -OLKIN PARA SE AVALIAR A APLICAÇÃO DO MODELO. ________________________________________________________ 64

TABELA 9-VALORES LIMITES PARA PARÂMETROS LIMNOLÓGICOS E CLASSIFICAÇÃO DE LAGOS TROPICAIS SEGUNDO O ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DE CARLSON MODIFICADO POR

TOLEDO JR.(IETM). _______________________________________________ 67

TABELA 10-VALORES LIMITES PARA PARÂMETROS LIMNOLÓGICOS E CLASSIFICAÇÃO DE LAGOS TROPICAIS SEGUNDO O ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DE LAMPARELLI PARA

AMBIENTES LÊNTICOS (IET LÊNTICO). _________________________________ 69

TABELA 11-VALORES LIMITES PARA PARÂMETROS LIMNOLÓGICOS E CLASSIFICAÇÃO DE LAGOS TROPICAIS SEGUNDO O ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DE LAMPARELLI PARA

AMBIENTES LÓTICOS (IET LÓTICOS). __________________________________ 70

TABELA 12-PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA MENSAL (SETEMBRO DE 2010 A ABRIL DE 2011) E MÉDIA HISTÓRICA (1990-2009), NO POSTO PLUVIOMÉTRICO PICI. ___________ 72

TABELA 13-AVALIAÇÃO DOS DIVERSOS USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO DAS MICROBACIAS

PERTENCENTES À SUB-BACIA B1,FORTALEZA -CE. _______________________ 74

TABELA 14-AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS OCASIONADO PELO MAU USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DAS MICROBACIAS PERTENCENTES À SUB-BACIA B1,FORTALEZA -CE. _ 76

TABELA 15-CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO TRÓFICO DA LAGOA DO OPAIA E PORANGABUSSU ATRAVÉS DO IET DE CARLSON MODIFICADO POR TOLEDO JÚNIOR E IET DE

(18)

TABELA 16-ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS IET ESTABELECIDO POR CARLSON MODIFICADO POR

TOLEDO JÚNIOR ANALISADOS MENSALMENTE NAS LAGOAS DO OPAIA E

PORANGABUSSU NO PERÍODO DE SET/2010 A ABR/2011. __________________ 123

TABELA 17-ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS IET ESTABELECIDO LAMPARELLI ANALISADOS MENSALMENTE NAS LAGOAS DO OPAIA E PORANGABUSSU NO PERÍODO DE SET/2010 A ABR/2011. ____________________________________________________ 124

TABELA 18-RESULTADOS DE IMOBILIDADE DOS ORGANISMOS-TESTE DOS ENSAIOS

ECOTOXICOLÓGICOS DA SUB-BACIA B1(FORTALEZA-CE) NO PERÍODO DE OUT/2010 A ABR/2011. ____________________________________________________ 127

TABELA 19-RESULTADOS FÍSICOS E QUÍMICOS DO SISTEMA PORANGABUSSU DURANTE O

PERÍODO DE MONITORAMENTO DO FITOPLÂNCTON. ______________________ 128

TABELA 20-RESULTADOS FÍSICOS E QUÍMICOS DO SISTEMA DAMAS DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO DO FITOPLÂNCTON. ________________________________ 132

TABELA 21-RESULTADOS FÍSICOS E QUÍMICOS DO SISTEMA OPAIA DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO DO FITOPLÂNCTON. ________________________________ 134

TABELA 22-RESULTADOS FÍSICOS E QUÍMICOS DO SISTEMA PARQUE RIO BRANCO DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO DO FITOPLÂNCTON. ______________________ 135

TABELA 23-RESULTADO FÍSICO DO SISTEMA ROTATÓRIA DURANTE O PERÍODO DE

MONITORAMENTO DO FITOPLÂNCTON. ________________________________ 136

TABELA 24-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS E CLASSES DURANTE O PERÍODO SECO NA SUB-BACIA B1. ___________________________________________ 142

TABELA 25-DENSIDADE DAS DIVERSAS CLASSES NOS PRINCIPAIS TRECHOS DA SUB-BACIA B1 DA BACIA DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO SECO (SET-DEZ/2010). ________ 144

TABELA 26-FREQUÊNCIA DE APARECIMENTO DOS TÁXONS E CLASSES DURANTE O PERÍODO CHUVOSO NA SUB-BACIA B1. _______________________________________ 147

TABELA 27-DENSIDADE DAS DIVERSAS CLASSES NOS PRINCIPAIS TRECHOS DA SUB-BACIA B1 DA BACIA DO RIO COCÓ DURANTE O PERÍODO CHUVOSO (JAN-ABR/2011). _____ 151

TABELA 28-MATRIZ DE CORRELAÇÃO DAS VARIÁVEIS INDICADORAS DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA SUB-BACIA B1 DO RIO COCÓ –FORTALEZA –CE. _______________ 155

TABELA 29-MEDIDAS DESCRITIVAS DO MODELO EMPREGADO NA EXTRAÇÃO DAS

COMPONENTES PRINCIPAIS. _________________________________________ 156

(19)
(20)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 21

2 OBJETIVOS ... 23

2.1 Gerais ... 23

2.2 Específicos ... 23

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 24

3.1 Disponibilidade de água doce no Brasil e no mundo ... 24

3.2 Evolução e urbanização da cidade de Fortaleza ... 26

3.2.1 Impactos da urbanização ... 28

3.3 Eutrofização ... 30

3.4 Área de Estudo ... 32

3.4.1 Bacias Hidrográficas Urbanas ... 32

3.4.2 Bacia hidrográfica do rio Cocó ... 36

3.4.3 Sub-bacia B1 Rio Cocó ... 37

3.4.4 Lagoas ... 39

3.4.5 Parques ... 46

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 52

4.1 Pontos de Amostragem ... 52

4.2 Coleta ... 54

4.3 Procedimentos de Coleta e de Preservação das Amostras ... 57

4.4 Variáveis Analisadas, Metodologia Analítica e Frequência de Amostragem ... 60

4.5 Análise Estatística ... 63

4.6 Estado Trófico ... 65

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 71

5.1 Avaliação Pluviométrica ... 71

5.2 Avaliação do uso, ocupação e impactos antrópicos por microbacia ... 73

5.3 Análise Espaço Temporal das Variáveis Físicas, Químicas e Biológicas... 78

5.3.1 Sistema Porangabussú ... 78

5.3.2 Sistema Damas ... 87

5.3.3 Sistema Opaia ... 93

5.3.4 Sistema Parreão ... 101

5.3.5 Sistema Parque Rio Branco ... 106

(21)

5.4 Avaliação do Índice de Estado Trófico dos Dois Principais Ecossistemas Lênticos

Integrantes da Sub-bacia B1 (Lagoa do Opaia e Lagoa do Porangabussu) ... 122

5.5 Avaliação Espaço Temporal do Parâmetro Ecotoxicológico ... 127

5.5.1 Sistema do Porangabussu ... 127

5.5.2 Sistema Damas ... 130

5.5.3 Sistema Opaia ... 133

5.5.4 Sistema Parque Rio Branco ... 134

5.5.5 Sistema Rotatória ... 135

5.6 Avaliação Qualitativa e Quantitativa do Fitoplâncton durante dois períodos Climáticos ao Longo da Sub-bacia B1 ... 137

5.7 Análise Estatística ... 155

5.7.1 Análise de Componentes Principais ... 155

5.7.2 Análise de Agrupamento ... 159

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 161

REFERÊNCIAS ... 163

APÊNDICE ... 174

(22)

21

1 INTRODUÇÃO

A água possui grande importância para a preservação da vida, pois mais de 70% do corpo humano é constituído por ela. Os cientistas acreditam que na sua ausência é impossível existir vida, visto que os primeiros seres vivos a habitarem a Terra surgiram na água. Ela é considerada o solvente universal, fundamental para a sobrevivência do homem e de outros seres vivos.

Na Declaração Universal dos Direitos da Água, da Organização das Nações Unidas (ONU), no 2º artigo, é dito que: “A água é a seiva do nosso planeta. Ela é vital para todo animal, vegetal e ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a vegetação e a agricultura”.

De acordo com Von Sperling (2005), o planeta terra é constituído de 75% de água, sendo que 97% dela está presente nos mares e oceanos, 2,2% nas geleiras e, apenas 0,8% compreende a água doces, dos quais 97% corresponde à água subterrânea e, apenas, 3% encontra-se nas águas superficiais, sendo a forma mais fácil de ser extraída.

O Brasil é considerado um país privilegiado, pois detém 12% da água doce do mundo, no entanto, somente a região norte possui 70%, onde vive apenas 7% da população; para o sudeste, que é considerada a região mais populosa, dispõe de 6% e para o nordeste resta apenas 3,3% desta água (MACHADO, 2003).

A qualidade entrou em crise devido à falta de gerenciamento dos resíduos sólidos e líquidos, ao aumento das áreas desmatadas e à ocupação desordenada das bacias hidrográficas.

As águas superficiais urbanas são encontradas na rede de rios da bacia hidrográfica onde a população se desenvolve. Uma seção de um rio define a sua “bacia hidrográfica”. Essa bacia é a área definida pela topografia superficial em que a chuva ali precipitada, potencialmente contribui com o escoamento para a seção que a define (REBOUÇAS, 2006).

(23)

22 margeia o lado direito do rio Coaçu, em Aquiraz. No município de Fortaleza, a bacia hidrográfica do Cocó corresponde a uma área de 517,2 km2, compreendendo 2/3 do município, e se divide em seis sub-bacias.

De acordo com Censo 2010, é visto que a população total do Ceará é de 8.448.005 hab, sendo que essa concentração não se distribui de forma homogênea entre os municípios; somente na região metropolitana está inserida 28,97% da população, sendo Fortaleza, o município com maior contigente populacional, 2.447.409 hab (BRASIL, 2010).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de urbanização do Ceará apresenta-se crescente desde o Censo de 1970; é visto que a população passou a ser predominantemente urbana a partir do Censo de 1991 (65,37%), e em 2010 atingiu o valor de 75,09%. Dos municípios cearenses, Fortaleza apresenta com a maior taxa de urbanização (100%) e a mais densamente povoada, com densidade demográfica de 7.815,70 hab/Km2 (CEARÁ, 2010).

Segundo Eyre (1971) apud Pétalas (2000), no meio urbano, a vegetação tem sido

eliminada e o solo desaparecido debaixo de uma camada de asfalto, concreto, tijolo e telha. Assim, a presente paisagem é fruto da interação de duas forças: de um lado, os processos físicos e bióticos naturais, e do outro, as atividades urbanas.

Com o crescimento da zona urbana de Fortaleza, as áreas de preservação ao redor de lagos e lagoas têm sofrido fortes impactos ambientais. Além da poluição das águas desses ecossistemas através de emissões clandestinas oriundas de residências, estabelecimentos comerciais e industriais, também sofrem agressão devido à disposição inadequada dos resíduos sólidos ocupando o entorno e o espelho d’água (FORTALEZA, 2008a).

(24)

23

2 OBJETIVOS

2.1 Gerais

O objetivo geral do trabalho é analisar as variáveis físicas, químicas e biológicas das águas da sub-bacia B-1 integrante da bacia do rio Cocó, fazendo um comparativo do comportamento desses ecossistemas durante dois ciclos climáticos (seco e chuvoso),

analisando sua qualidade de acordo com as atividades desenvolvidas no seu entorno e avaliar os impactos antrópicos gerados nesses ecossistemas urbanos, com a finalidade de nortear programas de recuperação e proteção.

2.2 Específicos

1. Avaliar de forma integrada a qualidade da água das lagoas e córregos, nos aspectos físicos, químicos e biológicos, que integram a sub-bacia B1 da bacia do rio Cocó. 2. Avaliar o comportamento das variáveis físicas, químicas e biológicas ao longo de um

ciclo climático.

3. Correlacionar os resultados obtidos de cada microbacia de acordo com o uso e ocupação do solo.

4. Classificar o estado trófico dos dois ecossistemas lênticos em estudo (lagoa do Opaia e Porangabussu), usando o comparativo entre dois índices (Carlson modificado por Toledo Júnior e Lamparelli).

5. Avaliar e quantificar a diversidade fitoplanctônica presente nesses escossistemas, verificando quais espécies conseguem adaptar-se, ao longo de toda a sub-bacia, devido aos impactos causados pelas diferentes atividades antrópicas exercidas.

6. Avaliar a toxicidade aguda desses ecossistemas urbanos inseridos em cada microbacia durante dois períodos climáticos, utilizando o microcrustáceo Daphnia magna como

organismo-teste.

(25)

24

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Disponibilidade de água doce no Brasil e no mundo

Segundo Shiklomanov (1998) apud Tundisi (2005), a forma de água mais

abundante no planeta é na forma salgada (97,5%), necessitando de tecnologias para transformá-la em água potável, sendo que atualmente a aplicação desta tecnologia requer elevado custo; e apenas, 2,5% do total encontra-se na forma doce, sendo que 68,9% está retida nas calotas polares e geleiras, 29,9% estão nos aqüíferos subterrâneos, e somente, 0,3%

encontra-se em rios e lagos.

Toda a água do planeta passa pelo contínuo movimento correspondente ao ciclo hidrológico, sendo a fase de maior interesse a líquida, pois corresponde à fase ideal para satisfazer as necessidades do homem, animais e vegetais (TUNDISI, 2005).

A distribuição dos fluxos de água por zonas climáticas é mostrada na Tabela 1. É visto que a distribuição no mundo é extremamente desigual, sendo que as zonas temperadas e intertropicais possuem elevados valores de precipitação e são responsáveis por cerca de 98% do escoamento total dos rios, restando para as zonas áridas e semi-áridas apenas 2%.

Fonte: Margat (1998) apud Rebouças (1999).

A distribuição desses recursos no país e durante o ano não é uniforme. A

produção total de águas doces no Brasil representa 53% do continente sul-americano (334.000 m3/s) e 12% do total mundial (1.488.000 m3/s) (REBOUÇAS, 1999 apud TUNDISI, 2005).

Na Tabela 2 indica-se a distribuição dos recursos hídricos. O Brasil possui grande disponibilidade hídrica, distribuída de forma desigual em relação à densidade populacional, destacando-se a região Norte, que possui apenas 6,98% da população e tem a maior

Zonas climáticas Precipitação Evapotranspiração Escoamento

total dos rios Escoamento de base

Zonas temperadas (N e S) 49.000 27.800 21.200 (48%) 6.500

Zonas áridas e semi-áridas 7.000 6.200 800 (2%) 200

Zonas intertropicais 60.000 38.000 22.000 (50%) 6.300

Total (mundo) 116.000 72.000 44.000 (100%) 13.000

(26)

25 porcentagem dos recursos hídricos dentre as regiões brasileiras (68,5%), enquanto o Nordeste convive com a escassez durante maior parte do ano, possuindo, apenas, 3,3% dos recursos hídricos (TUCCI, 2001; UNIÁGUA, 2002).

Fonte: UNIÁGUA (2002) apud Philippi Jr. (2005).

De acordo com Tucci, Hespanhol, Netto (2003), o nordeste brasileiro apresenta condições hídricas desfavoráveis. A combinação de elevada taxa de evapotranspiração

durante todo ano e baixa precipitação corroboram para grandes variabilidades sazonais, o que é evidenciado com a sensível mudança da paisagem entre os períodos seco e chuvoso. Além disso, o subsolo é desfavorável em muitas regiões (que produz água salobra ou formação cristalino) e parte da população possui baixo desenvolvimento econômico social. Assim, a falta de água em grande parte do ano compromete seriamente as condições de vida da população em áreas extensas do semi-árido.

Além das características do clima, latitude e altitude que afetam a distribuição das águas doces, fazendo com que não estejam divididas uniformemente na Terra, as atividades humanas alteram o padrão espacial de vazão natural, em alguns casos em mais de 70%.

Dentre as regiões brasileiras, a única que apresenta déficit com relação à

disponibilidade e demanda de água é o nordeste, visto que além das características climáticas e hidrológicas serem desfavoráveis, o consumo de água continua crescente devido ao aumento da população urbana. Para isso se faz necessário tratar água de municípios vizinhos para haver o abastecimento da cidade.

Região Recursos Hídricos

(%)

Superfície (%)

População (%)

Norte 68,50 45,30 6,98

Centro-Oeste 15,70 18,80 6,41

Sul 6,50 6,80 15,05

Sudeste 6,00 10,80 42,65

Nordeste 3,30 18,30 28,91

Total 100,00 100,00 100,00

(27)

26

3.2 Evolução e urbanização da cidade de Fortaleza

O Ceará esteve durante todo o século XVI fora da rota das especiarias, ficando desconhecido por um longo período. Somente no século XVII passou a ser ocupado, pois situava-se entre o caminho do litoral leste e o Maranhão. Segundo Muniz (2006), o processo de ocupação de Fortaleza ocorreu no período da expansão holandesa, devido à necessidade de estabelecimento do pólo defensivo. Em 1649, o holandês Mathias Beck ergue o Forte de Shoonenborch, nas margens do rio Maraijaik, o qual atualmente é denominado de riacho Pajeú (FORTALEZA, 2003).

Em 20 de maio de 1654, os holandeses foram expulsos e entregaram o forte aos portugueses. O Capitão Mor Álvaro de Azevedo Barreto mudou o nome para Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção. Para essa vila não havia destaque quando comparada às outras, Aquiraz, Aracati, Sobral. Aquiraz, nessa época, ainda era a capital do Estado. Somente em 1799 a capitania do Ceará ficou independente de Pernambuco, o que possibilitou a fazer comércio diretamente com a Europa, contribuindo para o crescimento de Fortaleza (MUNIZ, 2006).

A economia de Fortaleza expandiu. Toda a produção de algodão era escoada através do Poço da Draga, porto de Fortaleza. A distribuição da cidade ampliou-se e a população passou a exigir algumas de suas necessidades: fornecimento de energia, iluminação pública, abastecimento de água e transporte (FORTALEZA, 2003).

A vila de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção cresceu desalinhada, pois as casas eram construídas em qualquer lugar propício à moradia. Tendo em vista essa problemática, em 1812 o Tenente Coronel Engenheiro Silva Paulet projetou e executou o primeiro plano urbanístico de Fortaleza, tendo sido composta uma proposta quadrangular a fim de facilitar a circulação de pessoas e mercadorias (FORTALEZA, 2003; MUNIZ, 2006).

(28)

27 xadrez”, o qual também elaborou o Código de Obras e Posturas de 1865, e iniciou um plano de drenagem; mas, dentre todas as atividades executadas, a mais importante foi a elaboração de quatro plantas, nos anos de 1859, 1863, 1875 e 1888 (FORTALEZA 2003, 2004; MUNIZ, 2006) .

Na década de 30, o próprio desenvolvimento da malha urbana revelava despreocupação com relação à organização física, mas, principalmente, ao estabelecimento de áreas verdes de uso comum. Nesta mesma época, houve um grande crescimento urbano ocasionado pelo êxodo rural devido à seca.

Conforme Fortaleza (2003, 2004), em 1948 é realizado o Plano Diretor Urbanístico Sabóia Ribeiro, com a finalidade de remodelação e extensão de Fortaleza. Apesar de nunca ter sido implementado, definiu ações de planejamento pertinentes até hoje. Em 1962, o Plano Diretor de Fortaleza, de autoria do arquiteto carioca Hélio Modesto, abrangia aspectos de natureza não apenas física, mas social e econômica.

A cidade cresceu para o mar ainda na década de 60, quando houve a construção do trecho inicial da avenida Beira Mar, que, atualmente, é uma área de grande interesse turístico e alta densidade populacional (PÉTALAS, 2000).

Segundo Soares (2005), na década de 1970 é elaborado o Plano Diretor Integrado da Região Metropolitana de Fortaleza/PLANDIRF, o primeiro que considerou a região metropolitana composta apenas por Caucaia, Maranguape, Pacatuba e Aquiraz. Apesar de já identificar a relação de Fortaleza com estas cidades, este plano não considerou a metropolização na construção de estratégias que iniciassem o planejamento do sistema de transporte metropolitano. Também não elaborou diretrizes ambientais específicas de prevenção da poluição e degradação de rios metropolitanos como o Cocó e o Maranguapinho, cujas nascentes localizam-se em Pacatuba e Maranguape, respectivamente.

(29)

28 acentuam ainda mais e a expansão urbana cresceu em direção aos municípios vizinhos (FORTALEZA, 2004).

Em 1992, houve a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Fortaleza, PDDU-FOR, lei Nº7061/92, o qual definiu o território em três macrozonas (urbanizada, adensável e de transição) e criou áreas especiais. O PDDU-FOR foi complementado com a lei de uso e ocupação do solo, Nº7987/96.

Nos anos 90 ainda houve a implantação de grandes empreendimentos, tais como: o Programa Sanear, a criação do Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar, a construção do Mercado Central, a construção do novo Aeroporto Internacional Pinto Martins, redesenho da avenida Leste-Oeste, construção da ponte sobre o Rio Ceará e reforma do Mercado São Sebastião.

3.2.1 Impactos da urbanização

Segundo Braga (2003), a urbanização transforma todos os elementos da paisagem: o solo, a geomorfologia, a vegetação, a fauna, a hidrografia, o ar e, até mesmo, o clima. Assim, a existência do meio urbano, além de gerar novas paisagens, cria também novos ecossistemas.

Os impactos ambientais apresentam-se mais fortemente em áreas urbanas do que nas rurais, porque, quanto maior o grau de urbanização, maiores serão os impactos associados (FORTALEZA, 2009).

Impacto ambiental foi definido na Resolução N° 01/86 do CONAMA, em seu artigo primeiro.

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

(30)

29

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Murguel Branco (1957) apud Moreira (1997) conceitua impacto ambiental como

“[...] uma poderosa influência exercida sobre o meio ambiente, provocando o desequilíbrio do ecossistema natural.” Desse modo, o que determina o impacto ambiental não é qualquer mudança nas propriedades do ambiente, mas as alterações que causam o desequilíbrio do ambiente, excedendo sua capacidade de absorção.

Segundo Tucci (2000), normalmente, os maiores impactos são gerados quando ocorre o processo de urbanização, sendo os principais:

• Degradação ambiental dos mananciais;

• Aumento da produção de sedimentos, devido à falta de proteção das

superfícies e à produção de resíduos sólidos (lixo);

• Deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, transporte

de materiais sólidos e às ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial.

• As enchentes aumentam de freqüência, não só pelo aumento da vazão, mas

também pela redução de capacidade do escoamento provocada pelo assoreamento dos condutos e canais.

Com a criação do meio urbano, fortemente intensificado nas últimas décadas, os recursos naturais têm sofrido fortes pressões devido às atividades desenvolvidas pelos seus habitantes. Em todo o planeta, praticamente não existe um ecossistema que não tenha sofrido influência direta e/ou indireta do homem (GOULART, 2003).

Segundo Braga (2003), a impermeabilização do solo pelo asfalto, a diminuição de áreas verdes para fins imobiliário e a poluição atmosférica ocasionada pelo aumento da frota, juntas, contribuem para ocasionar impactos no clima. Nas cidades é comum o fenômeno das ilhas de calor, o qual está associado ao aumento da pluviosidade urbana no verão.

(31)

30 saneamento. Um exemplo recorrente são as epidemias de cólera – doença infecciosa causada por uma bactéria com forma de bastonete, denominada Vibrio cholerae, podendo ser

adquirida pela ingestão de água contaminada por dejetos fecais de doentes. Outras doenças infecciosas associadas à água na cidade são a leptospirose e a dengue (BRAGA, 2003).

Os impactos ambientais são acentuados pelo crescimento acelerado e desorganizado das cidades, associado às atividades exercidas pelo homem e à falta de mecanismos eficientes de controle. Tal situação se reflete de maneira direta na qualidade de vida da população (PÉTALAS, 2001).

Segundo Pétalas (2001), “o processo acelerado de desenvolvimento, muitas vezes, leva em consideração somente os interesses particulares e não permite que se considere a capacidade de recuperação do sistema”.

3.3 Eutrofização

Esteves (1998) define a eutrofização como o aumento dos teores dos nutrientes, fósforo e nitrogênio, nos recursos hídricos, corroborando para o aumento das produtividades. O ecossistema aquático pode ser classificado de acordo com o grau de trofia, passando da condição de oligitrófico e mesotrófico para eutrófico ou mesmo hipereutrófico.

Segundo Prado; Novo (2007), são diversos os fatores que levam à deterioração da água, podendo ser suas fontes classificadas em pontuais e difusas. As fontes pontuais correspondem, essencialmente, aos efluentes domésticos e industriais, já as difusas incluem os resíduos provindos principalmente da agricultura (fertilizantes, herbicidas, inseticidas, fungicidas, entre outros).

(32)

31 atividades agrícolas. Esse tipo de eutrofização pode ainda ser denominada de artificial ou antrópica (ESTEVES, 1998).

Conforme Braga (2006), a eutrofização artificial, além de ocasionar enormes impactos na qualidade da água, causa o envelhecimento precoce do lago. Com elevadas disponibilidade dos nutrientes, ocorre o crescimento excessivo da biomassa algal e, com isso, o processo de decomposição utiliza mais oxigênio, provocando sua brusca diminuição no lago. Dessa maneira, o material orgânico será metabolizado por bactérias anaeróbias localizadas próximas ao sedimento, produzindo gás carbônico, metano e gás sulfídrico, que irão prejudicar o desenvolvimento da flora e fauna aquáticas, além de comprometer o uso da água para fins específico.

De acordo com Amorim (2001) apud Braga (2006), no geral, três fatores limitam

a produção primária: temperatura da água, iluminação necessária para a fotossíntese e alimentação de algas (nutrientes). As duas primeiras variáveis são alteradas quanto à sazonalidade e não podem ser controladas pelo homem. No entanto, todos estes fatores podem ser influenciados pelas características de uso e ocupação da bacia de drenagem de um reservatório ou lago, pois no período chuvoso ocorre o carreamento do material suspenso para os cursos d’água, aumentando a turbidez, diminuindo a penetração da luz no ambiente aquático. Grande parte dos nutrientes deixa de ser metabolizada, acumulando-se no sedimento devido o fitoplâncton não conseguir desenvolver-se sob essas condições.

Segundo Tundisi (2005), as plantas aquáticas são composta por 0,7% de nitrogênio e 0,09% de fósforo. Assim esses nutrientes serão rapidamente assimilados. De acordo com a proporção vista na composição das plantas, é necessário cerca de oito vezes mais nitrogênio do que fósforo. Em ambientes equilibrados, normalmente, o fósforo funciona como nutriente limitante da eutrofização. O nitrogênio só funcionará como limitante quando a concentração de fósforo for oito vezes maior do que a de nitrogênio na água.

(33)

32 Os recursos hídricos poluídos por descarga de resíduos humanos transportam grandes variedades de patógenos, entre eles bactérias, vírus, protozoários ou organismos multicelulares, que podem causar doenças gastrointestinais. Outro modo de infectar os seres humanos é por intermédio do contato com a pele ou pela inalação por dispersão no ar, a partir de aerossóis contaminados (TUNDISI, 2005).

Segundo Margalef (1974) apud Esteves (1998), “as alterações existentes são

contrárias ao conceito de sucessão, assim sendo, o mais apropriado é estudar a eutrofização como um caso de regressão do ecossistema”.

3.4 Área de Estudo

3.4.1 Bacias Hidrográficas Urbanas

Segundo Botelhos (1999), considerar a bacia hidrográfica como elemento natural de análise da superfície terrestre permite analisar de forma indissociada o complexo sistema de relações existentes entre os diversos componentes da paisagem e seus processos de esculturação.

De acordo com Mota (2006):

Uma bacia hidrográfica pode ser entendida como a área geográfica que drena suas águas para um determinado recurso hídrico principal. Geralmente, é constituída por um recurso hídrico principal, que recebe água de seus afluentes, os quais podem integrar sub-bacias. É uma área com limites definidos, composta pelos recursos hídricos, solo, vegetação, meio construído pelo homem (antrópico) e por outros componentes ambientais.

(34)

33 Bacias e microbacias hidrográficas são unidades obrigatórias para a abordagem do planejamento urbano, na medida em que os resíduos gerados pelas aglomerações urbanas interferem na vida de todos os usuários da mesma bacia (MARICATO, 2001; Von SPERLING, 2005) como é ilustrado pela Figura 1.

FONTE: von Sperling, 2005.

A cidade origina uma das maiores alterações da paisagem produzidas pelo homem, através da dinâmica da própria natureza, através do jogo de relações de forças naturais, sócio-econômicas e culturais. As águas urbanas tornaram-se um dos recursos naturais mais deteriorados ambientalmente. A Tabela 3 expõe os principais impactos nas águas urbanas durante diversas fases do processo de urbanização (BRAGA, 2003; COGERH, 2010; TUCCI, 2008).

(35)

34

FONTE: Tucci, 2008

De acordo com Tucci (2008), Tundisi (2005); Rebouças (2003), infelizmente, no Brasil os quadros sanitários são os mais vexatórios do mundo, a água é ainda de má qualidade, ocasionada pela falta de tratamento de esgoto e ausência no controle dos resíduos sólidos. Determinadas regiões do país e muitas populações locais sofrem com o empobrecimento devido à degradação da qualidade da água. Desse modo, o Brasil ainda se caracteriza na fase higienista, enfrentando impactos em níveis nunca imaginados.

Antigamente, as bacias hidrográficas eram detentoras de um rico ecossistema circunvizinho e os componentes naturais encontravam-se em constante equilíbrio. Com o aumento da população, uso intenso dos recursos naturais e má ingerência da ocupação sobre a região atualmente habitada, o meio ambiente encontra-se em evidente risco de desequilíbrio ecológico. Por isso, a importância das bacias e de sua preservação (FORTALEZA, 2009a).

É necessário a gestão adequada da bacia hidrográfica urbana integrada com a ordenação do processo do uso e ocupação do solo, visto que esses instrumentos de gerenciamento se revelam imprescindíveis, dada a própria e evidente escassez de tais ecossistemas hídricos urbanos (BRAGA, 2003; FORTALEZA, 2009a).

Tucci (2008) afirma que na gestão do ambiente os condicionantes externos buscam evitar os impactos e/ou minimizar e melhorar a qualidade da água no conjunto da bacia, além das condicionantes internos que tratam de evitar os impactos à população da

FASE CARACTERÍSTICAS CONSEQUÊNCIAS

Pré-higienista

até inicio do século XX

Esgotos em fossas ou na drenagem, sem coleta ou tratamento e água da fonte mais próxima, poço ou rio.

Doenças e epidemias, grande mortalidade e inundações

Higienista: antes de 1970

Transporte de esgoto distante das pessoas e canalização do escoamento

Redução das doenças, mais rios contaminados, impactos nas fontes de águas e inundações

Corretiva:

Entre 1970 e 1990

Tratamento de esgoto doméstico e industrial, amortecimento do escoamento

Recuperação dos rios, restando poluição difusa, obras hidráulicas e impacto ambiental

Desenvolvimento sustentável: Depois de 1990

Tratamento terciário do escoamento pluvial, novos desenvolvimentos que preservam o sistema natural.

(36)

35 própria cidade. Para esses dois espaços existem gestores, os instrumentos utilizados e as metas da gestão, como estão descritos na Tabela 4.

Fonte: Tucci, 2008

O Plano Diretor do município de Fortaleza dividiu a área natural em quatro bacias hidrográficas, Bacia A – Vertente Marítima; Bacia B – Rio Cocó; Bacia C – Rios Maranguapinho e Ceará e Bacia D – Rio Pacoti, as quais, juntas, somam uma extensão de 336 km2 (FORTALEZA, 2008).

O Plano Diretor Participativo do município de Fortaleza (Lei Nº 62, 02/02/09), sobre o monitoramento dos recursos hídricos, propõe:

Artigo 22 - São ações estratégicas do monitoramento dos recursos hídricos:

I — conservar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos visando ao aumento da sua disponibilidade, desenvolvendo ações capazes de prevenir a escassez e a diminuição da qualidade da água nos mananciais;

II — recuperar, revitalizar, preservar e conservar, de forma integrada, as bacias hidrográficas que drenam o território municipal[...];

A qualidade e a quantidade da água dos recursos hídricos dependem dos usos e atividades que se desenvolvem em sua bacia hidrográfica, sendo necessário um plano de gestão que englobe os recursos hídricos, ambientais e o meio antrópico. Só assim, é possível melhorar a qualidade e a quantidade das águas que integram a bacia (MOTA, 2008).

ESPAÇO DOMÍNIO GESTORES INTRUMENTOS CARACTERÍSTICAS

Bacia Hidrográfica Estado ou Governo Federal

Comitês ou

Agências Plano de Bacia

Gestão da quantidade e da qualidade da água nos rios da bacia hidrográfica, sem transferir impactos

Município Município ou região metropolitana Município

Plano Diretor Urbano e Plano Integrado de Esgotamento, Drenagem Urbana e Resíduos Sólidos

(37)

36

3.4.2 Bacia hidrográfica do rio Cocó

Os recursos hídricos da cidade de Fortaleza são compostos por rios, lagos, lagoas e riachos, e têm como principal função amortecer cheias - coletar águas pluviais sem causar as inundações. Os rios de maior importância são: o Cocó e o Maranguapinho, afluente do Rio Ceará (PÉTALAS, 2000).

Segundo Soares (2005) e Fortaleza (2003), o rio Cocó constitui um dos principais recursos hídricos da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Sua nascente fica situada na vertente oriental da serra de Aratanha, no município de Pacatuba. A grande bacia do Cocó pode ser subdividida em três bacias menores: a área que corresponde à área superior, cuja vazão vem sendo controlada pelo açude Gavião – um dos principais açudes responsáveis pelo abastecimento de água na cidade de Fortaleza; a área jusante ao açude é drenada pelo rio Cocó; e a área que margeia o lado direito do rio Coaçu, em Aquiraz. A bacia do rio Cocó compreende às áreas dos municípios de Aquiraz, Maranguape, Pacatuba e Fortaleza.

O rio Cocó constitui a maior bacia do município de Fortaleza com extensão aproximada de 45 km, dos quais 25 km estão inseridos em Fortaleza. Todos os cursos d’água da bacia têm caráter intermitente, exceto perto do litoral. Já próximo à sua foz, o leito do rio perfaz uma curva na direção Leste-Sudoeste, desaguando no oceano Atlântico entre as praias do Caça e Pesca e da Sabiaguaba (SOARES, 2005; FORTALEZA, 2003).

O rio Cocó sofre o efeito do movimento de subida e descida das marés que penetram até 13 km de sua foz, formando um estuário alongado e estreito, composto por manguezais. Possui várias ramificações, tendo em média 30 afluentes, 16 açudes e 36 lagoas, muitas delas totalmente desaparecidas. Hoje, existe o Parque do Cocó, com sua área preservada, o que torna possível um controle mais efetivo do uso do solo nas margens do rio (COGERH, 2010; FORTALEZA, 2003).

(38)

37 Quando adentra a zona urbana, o rio segue seu curso na direção sudoeste– nordeste, onde fica sujeito aos mais diversos tipos de agressões, tais como fonte de descarga de efluentes doméstico e industrial, deposição de lixo, desmatamento e aterro do manguezal (PROGRAMA PARQUE VIVO, 2007?). A bacia do rio Cocó, na cidade de Fortaleza, sofre bastante degradação devido à ação do antropismo resultante do desenvolvimento (VIANA, 2000).

Devido ao constante processo de urbanização, a qualidade da água da bacia do Rio Cocó está seriamente comprometida, reduzindo a quantidade e a biodiversidade da fauna aquática, principalmente dos peixes, provocando problemas sociais e econômicos. Tendo isso em vista, é necessário que as águas mantenham condições de higiene e saúde, para não causar riscos para aqueles que necessitam do rio para viver (PROGRAMA PARQUE VIVO, 2007?). Viana (2000) afirma que, apesar das leis de proteção vigentes, a bacia continua tendo seus recursos explorados de forma inadequada.

No ANEXO A mostra-se a divisão do território de Fortaleza de acordo com a área que cada bacia hidrográfica abrange.

3.4.3 Sub-bacia B1 Rio Cocó

De acordo com Fortaleza (2003; 2004) a grande bacia do Rio Cocó é dividida em seis sub-bacias, sendo seus principais mananciais: Lagoa de Messejana, Lagoa de Parangaba, Riacho do Tauape, Lagoa de Parangabussu, Lagoa do Opaia e Rio Cocó. Possui como principais recursos macrodrenantes os rios Cocó e Coaçu; e os canais do Tauape, Jardim América e Aguanambi (ANEXO B).

(39)

38 A sub – bacia B1 localiza-se à margem esquerda do Rio Cocó, abrangendo os bairros Dionísio Torres, São João do Tauape, Parque Araxá, Bela Vista, Parquelândia, Aeroporto, Couto Fernandes, Demócrito Rocha, Parreão, Bom Futuro, Benfica, Rodolfo Teófilo, Damas, Jardim América, Montese, José Bonifácio, Fátima, Vila União, Joaquim Távora, Amadeu Furtado, Alto da Balança e Farias Brito, e possui uma área de 18,69 km2. Essa área é coberta por quatro Secretarias Executivas Regionais (SER): I, II, III, IV e VI, sendo que a maior área de estudo corresponde à SER IV.

Localizada na região central do município, apresenta bons índices relacionados à infra-estrutura básica. Está inserida numa região com equipamentos de porte, como o Aeroporto Internacional Pinto Martins, a Faculdade de Medicina, Reitoria da Universidade Federal e o Estádio Presidente Vargas (FORTALEZA, 2003).

Fonte: Fortaleza, 2010 (modificado).

De acordo com o Censo 2000, a área da sub-bacia B1 apresenta um elevado índice de urbanização. Em 2000, a população dessa sub-bacia era de 188.110 hab, correspondendo à quase 9% da população de Fortaleza. O bairro mais populoso é o Montese, e o menos é o

Figura 2 - Delimitação da sub-bacia B1 e suas microbacias

LEGENDA:

Divisão microbacias

Divisão sub-bacias

B 1.1

B 1.2

B 1.3 B 1.4

B 1.5 B 1.6

B 1.7

(40)

39 Bom Futuro. Em todos os bairros o tipo de moradia mais comum são casas, com exceção do bairro de Fátima, com apartamentos (BRASIL, 2000).

Em todos os bairros, a população que predomina está na faixa etária de 15 a 19 anos, caracterizando uma população bastante jovem. O bairro que possui o maior percentual de analfabetos é o Alto da Balança, 14% de seus moradores não são alfabetizados; o Benfica possui, apenas, 4% de analfabetos, representando o menor índice (BRASIL, 2000).

O abastecimento de água nesses bairros é predominantemente pela rede geral. Dentre todos os bairros, cerca de 11% da população do Vila União utiliza como fonte de abastecimento água de poço ou nascente (BRASIL, 2000).

Com relação ao esgotamento sanitário, em geral a comunidade encontra-se interligada à rede de esgoto ou pluvial. No entanto, entre outras tecnologias que são usadas destacam-se entre todos os bairros: Damas é quem mais utiliza o sistema de fossas sépticas (16%), cerca de 20% do Bom Futuro utiliza fossa rudimentar; no Alto da Balança, 3% da população lança seu esgoto em rios, lagos ou mar (BRASIL, 2000).

Cerca de quase toda a totalidade de lixo gerado é coletado pelo serviço de limpeza. O bairro de Fátima é quem mais joga o lixo em terrenos baldios ou em logradouros e o Alto da Balança é quem mais descarta em rio, lago ou mar (BRASIL,2000).

O bairro onde predomina o maior número de pessoas sem rendimento é o Joaquim Távora, 6% da população do bairro; cerca de 62% da população do bairro de Fátima recebe de 3 a 30 salários mínimos, caracterizando o bairro mais rico, dentre os que estão na área de estudo (BRASIL, 2000).

3.4.4 Lagoas

(41)

40 As lagoas desempenham importantes funções ecológicas no meio ambiente, além das funções sócio-econômicas. Ecologicamente, funcionam como importantes áreas de drenagem. Por estarem localizadas em níveis de base, elas reduzem os impactos provocados pela inundação, minimizam o superaquecimento do ar atmosférico, compõem a paisagem natural, além de serem "habitat" de inúmeras espécies da fauna e da flora (COGERH, 2010).

Segundo COGERH (2010), socialmente as lagoas geram diversas atividades, sendo algumas de cunho estritamente social e outras econômicas, como a pesca, a irrigação, a lavagem de roupas, a navegação esportiva, o lazer e a recreação. A Figura 3 ilustra algumas das principais utilizações desses ecossitemas urbanos.

A principal fonte de poluição desses ecossistemas urbanos se dá através de lançamentos de esgotos domésticos, comerciais e industriais, sem qualquer tratamento, ricos em matéria orgânica, materiais suspensos e compostos tóxicos. Adentram essas lagoas e canais através das galerias pluviais ou de forma difusa, por ligações clandestinas (Figura 4).

Fonte: Do Autor

(42)

41 Além destes impactos, também é observada a disposição inadequada de resíduos sólidos nas margens das lagoas e canais, como lixo doméstico, resíduos de construção civil e outros materiais dispostos inadequadamente pela população. Além de assorear a lagoa, reduzindo o tamanho de seu espelho de água, também são fonte de alimento para insetos e outros animais vetores de doenças que se encontram entre as principais endemias urbanas nacionais, como a dengue (FORTALEZA, 2008a).

Conforme Fortaleza (2008a), as principais causas relacionadas aos problemas com os resíduos sólidos no entorno das lagoas são: a rede insuficiente de coleta de lixo na cidade de Fortaleza, afetada principalmente pela falta de acesso ao interior de áreas de ocupação irregular; ineficiência na fiscalização de obras irregulares no meio urbano; falta de locais adequados para a disposição do lixo, como lixeiras nas calçadas; e a falta de educação da população em geral, que ainda tem o hábito de jogar lixo nas ruas e praças da cidade (Figura 5).

A mata lacustre ou mata ciliar praticamente não existe. As áreas de preservação do meio urbano encontram-se ocupadas. No entanto, o que cresce é uma pequena faixa de vegetação arbórea que, devido às ótimas condições hídricas e solos, desenvolve-se às margens dos rios, riachos e lagoas de Fortaleza (FORTALEZA, 2003).

Fonte: Do Autor

Figura 4 - Fonte de poluição difusa a partir de lançamento de esgotos (a) origem comercial e (b) origem residencial.

(43)

42 Além da poluição e urbanização inadequada do entorno das lagoas, a falta de segurança limita a utilização das lagoas como espaço público destinado a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer (FORTALEZA, 2008a).

3.4.4.1 Lagoa do Porangabussu

A lagoa do Porangabussu está situada na porção centro-oeste de Fortaleza (Figura 6). A partir desta, origina-se o riacho Tauape, sendo considerado um dos principais cursos macrodrenantes da sub-bacia B-1, com um percurso aproximado de 5,46km, desaguando na margem esquerda do rio Cocó, a cerca de 3,5km da sua foz e atualmente encontra-se com maior parte canalizado a céu aberto.

Segundo Fortaleza (2007a), a lagoa está localizada no bairro Rodolfo Teófilo, pertencente à regional III, possuindo espelho d’água de 985m2, perímetro de 1.465m, profundidade mínima de 0,37m e máxima de 4,21m e armazena um volume de 155,17m3.

O sistema de alimentação da lagoa é predominantemente pluvial. Sangra através de um canal impermeabilizado denominado Canal do Tauape, desaguando posteriormente no rio Cocó. (COGERH, 2010)

Fonte: Do Autor

Figura 5 - Disposição inadequada de resíduos sólidos na área da sub-bacia B1: (a) Disposição realizada pelos próprios moradores e (b) Presença de resíduos sólidos ao longo do Canal do Tauape.

(44)

43

Fonte: Google Earth, 2009

Por um longo período, a lagoa do Porangabussu esteve em completo estado de abandono. A população não conseguia enxergar o espelho d’água por estar coberto por macrófitas aquáticas e lixo. Em 2005, foi realizada uma grande limpeza, a qual resultou no recolhimento de toneladas de resíduos sólidos e aguapés (Figura 7) (PMF, 2009).

Figura 6 - Vista da lagoa do Porangabussu.

Fonte: Fortaleza, 2007

Figura 7 - Situação da lagoa do Porangabussu (a) antes da limpeza e (b) após a limpeza.

(45)

44 Em 2007, houve uma parceria entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (SEMAM) e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE), as quais, conjuntamente, realizaram a limpeza das galerias de águas pluviais e a vistoria de toda a rede de drenagem localizada no entorno da lagoa, havendo a desobstrução de 2,3km de galerias de drenagem, com a construção de 107m de novas galerias. Além disso, foram fechadas 1.812 ligações clandestinas de esgoto que desaguavam no manancial (PMF, 2009).

Devido a esses lançamentos diários, advindos de residências, comércios e hospitais, foi registrado, pelo estudo batimétrico realizado pelo LABOMAR/UFC, em 2007, que a lagoa possuía inúmeros bancos de areia, sendo mais evidente próximo às galerias (ANEXO C).

Em 05 de junho de 2009, foi inaugurada a urbanização da lagoa do Porangabussu, possuindo a seguinte estrutura: anfiteatro, dois quiosques para educação ambiental, três quadras de esporte, pista de skate, um playground, área de ginástica e o calçadão para a

prática de cooper, além de uma cabine da guarda para garantir a segurança dos freqüentadores; e ainda houve a reconstituição da flora com espécies locais; construção de limites físicos (calçadas e gradis), respeitando o fluxo e refluxo da lagoa, sem obstruir a visão da paisagem (PMF,2009).

3.4.4.2 Lagoa do Opaia

A lagoa do Opaia localiza-se na sub-bacia B-1, próxima ao antigo Aeroporto Internacional Pinto Martins (Figura 8), sendo alimentada por pequenos córregos que formam sua bacia de drenagem. Suas margens acham-se parcialmente preservadas pela implantação do Parque Opaia (VIANA, 2000; FORTALEZA, 2003).

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