Efeito direto de formulações de fosfitos contra Hemileia vastatrix e Cercospora coffeicola
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE FITOPATOLOGIA
Mestrando Manoel Batista da Silva Júnior Orientador PhD. Mário Lúcio Vilela de Resende
Introdução
O manejo da ferrugem e da cercosporiose consiste na aplicação de fungicidas cúpricos e sistêmicos
Problemas: seleção de populações resistentes e impactos ambientais (Carré-Missio, 2012)
Sustentabilidade: crescente busca por formas alternativas para o manejo de doenças
Produtos pouco tóxicos com mais de um modo de ação
Ferramenta viável no manejo fitossanitário
Introdução
Os fosfitos estão sendo cada vez mais utilizados na agricultura
Possuem 3 modos de ação:
• Nutrição
• Ativação do sistema de defesa da planta
• Possuem toxidez a patógenos
Importante avaliação in vitro do efeito tóxico dos mesmos a variados patógenos para determinação de doses a serem utilizadas
Avaliar o efeito direto de 5 doses de 4 formulações de fosfitos contra C. coffeicola e H. vastatrix
Material e métodos
Foram utilizadas 4 formulações de fosfitos:
1. Reforce® (fosfito de potássio, FK)
2. Reforce Mn® (fosfito de manganês, FMn) 3. Reforce Zn® (fosfito de zinco, FZn)
4. Fulland® (fosfito de cobre, FCu)
Todos estes fosfitos foram comparados com um fungicida (epoxyconazol+piraclostrobina)
Fosfitos: 0, 1, 2, 5 e 10 mL.L-1; Fungicida: 1,25 mL.L-1
Material e métodos
Teste de Germinação de conídios de H. vastatrix
Urediniósporos foram coletados de folhas naturalmente infectadas no campo e misturados a água
Foi preparada uma suspensão de inóculo (1x105 urediniósporos.mL-1)
Os produtos foram misturados ao meio ágar-água fundente em placas de Petri de 9 cm de diâmetro
Foram pipetados e homogeneizados 100 µL da suspensão por placa
Material e métodos
Teste de Germinação de conídios de H. vastatrix
A porcentagem de germinação foi avaliada em 4 quadrantes por placa contando-se 200 urediniósporos por placa
Condições: BOD, 25ºC, 16h escuro, DIC e 4 repetições
Com base na germinação foi calculada a DL50 (dose letal que inibe 50% da germinação)
Material e métodos
Teste de crescimento micelial de C. coffeicola
Foi utilizado um isolado obtido de folhas naturalmente infectadas no campo
Os produtos foram misturados ao meio BDA fundente em placas de Petri de 9 cm de diâmetro
Após a solidificação do meio foi colocado no centro de cada placa um disco de micélio de 0,5 cm de diâmetro
Foram realizadas avaliações semanais de 2 diâmetros ortogonais por placa
Material e métodos
Teste de crescimento micelial de C. coffeicola
Condições: BOD, 25ºC, 12h luz/escuro, DIC com 4 repetições
Com base nas avaliações de diâmetros foi calculado o IVCM (índice de velocidade de crescimento micelial) e com base neste calculou-se a DL50
Resultados e discussão
Todos os fosfitos foram fungitóxicos ou fungistáticos a ambos os patógenos
Com aumento das suas doses houve redução tanto no crescimento micelial quanto na germinação de urediniósporos
Todos os fosfitos testados inibiram a germinação de urediniósporos de H. vastatrix, porém com toxidez inferior ao fungicida
Todos os fosfitos inibiram o crescimento micelial de C. coffeicola e FMn e FZn nas doses de 5 e 10 mL.L-1 apresentaram toxidez superior ao fungicida
Resultados e discussão
FCu, FMn e FZn foram mais tóxicos a ambos os patógenos quando comparados com FK
Fosfito Potássio Cobre Manganês Zinco
Germinação 11,33 1,05 0,92 1,39
Crescimento
micelial 40,56 4,83 1,63 1,73
Tabela 1 DL50 (mL.L-1) de cada fosfito em relação a germinação de urediniósporos e ao crescimento micelial
Resultados e discussão
Figura 2 Crescimento micelial de C. coffeicola em função das doses de cada fosfito
y = 0,0099x2- 0,1347x + 1,4578 R² = 0,7715
0,00 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00
0 2 4 6 8 10
IVCM
Doses (mL L-1)
A Potássio
y = 0,0281x2- 0,3963x + 1,3557 R² = 0,899
0,00 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00
0 2 4 6 8 10
IVCM
Doses (mL L-1)
D Manganês
y = 0,0261x2- 0,3751x + 1,3537 R² = 0,8869
0,00 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00
0 2 4 6 8 10
IVCM
Doses (mL L-1)
C Zinco
y = 0,0071x2- 0,1928x + 1,549 R² = 0,999
0,00 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00
0 2 4 6 8 10
IVCM
Doses (mL L-1)
B Cobre
Resultados e discussão
Figura 3 Germinação de urediniósporos de H.
vastatrix em função das doses de cada fosfito
y = 0,0288x2 - 0,6974x + 9,8202 R² = 0,997
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
0 2 4 6 8 10
Germinação (%)
Doses (mL L-1)
y = 0,1888x2 - 2,3659x + 6,9508 R² = 0,53
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
0 2 4 6 8 10
Germinação (%)
Doses (mL L-1) y = 0,2092x2 - 2,7898x + 8,4229
R² = 0,871
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
0 2 4 6 8 10
Germinação (%)
Doses (mL L-1)
y = 0,1799x2 - 2,3835x + 7,2404 R² = 0,62
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
0 2 4 6 8 10
Germinação (%)
Doses (mL L-1)
B Cobre
A
C Zinco D Manganês
Potássio
Conclusão
FCu, FMn e FZn apresentam maior toxidez direta a H. vastatrix e C. coffeicola quando comparados ao FK e tem potencial para o manejo destas doenças no campo
Considerações finais
Para confirmação desta conclusão estão sendo realizados experimentos em mudas e no campo