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APOSTILA DE TEATRO CRISTÃO

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Academic year: 2022

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APOSTILA DE TEATRO CRISTÃO

“Introdução a arte cénica Teatro”

Reflexão:

“Com a arte, levamos o Evangelho a todas as nações e criaturas.

Evangelizando as nações, esta é a nossa grande missão, instruída por Cristo Jesus.”

Marcos 16:15

 Copyright by Dramaturgo Sandro Artes

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PRÓLOGO

Assim como um dia sentei para aprender ou sento para aprender, hoje eu levanto para ensinar. O fruto da minha aprendizagem é a dedicação, amor, esforço, perseverança e humildade acima de tudo (Mateus 23:12). O segredo para o sucesso é a dedicação e a humildade, o caminho pode ser difícil mas quando realmente temos a vontade acharemos fácil.

Manual de Teatro, intitulado “Introdução a arte cénica, Teatro”, elaborado pelo Dramaturgo Sandro Artes (Sandro Armando Sebastião), no mês de Setembro do ano 2018.

O objectivo desta apostila, é ajudar o actor a conhecer devidamente a arte cénica que chama-se TEATRO.

Falar sobre a Introdução Teatro, é falar de um tema muito abrangente, pois falando da história desta arte há descrições diversas. Para haver um Teatro é necessário que exista 4 elementos essenciais, constituindo o chamado Força de Triângulo, isto é: Autor, Actor, Encenador e o Público.

Autor, escreve o texto dramático, criando os personagens e dando a sua mensagem ao Actor.

Actor, interpreta o texto escrito pelo Autor, isto é, dando vida aos personagens descritos e transmitindo a ideia do Autor ante o Público, servindo-se de emissor.

Encenador, elemento responsável pela encenação dos textos dramáticos, criando assim a sintonização entre o Autor, Actor e o Público.

Público, o agente consumidor da obra, ou seja, o pessoal que vai assistir o espectáculo, servindo-se de receptor.

Mais adiante veremos tudo isto, pedindo assim uma especial atenção da sua parte.

O Autor Dramaturgo Sandro Armando Sebastião

«Sandro Artes»

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INTRODUÇÃO A ARTE

Antes de debruçar sobre o teatro, devemos primeiramente debruçar sobre a arte, isto é, no seu sentido geral tendo em conta que o teatro é uma forma de arte.

O que é a Arte?

A Arte é a actividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objectivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente. Arte é um termo que vem do latim, e significa técnica/habilidade. A definição de arte vária de acordo com a época e a cultura, por ser arte rupestre, artesanato, arte da ciência, da religião e da tecnologia. Actualmente, arte é usada como a actividade artística ou o produto da actividade artística. A arte é uma criação humana com valores estéticos, como beleza, equilíbrio, harmonia, que representam um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras. A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato pelo qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao se esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira. Na história da filosofia tentou se definir a arte como intuição, expressão, projecção, sublimação, evasão, etc.

Aristóteles definiu a arte como uma imitação da realidade, mas Bergson ou Proust a vêem como a exacerbação da condição atípica inerente à realidade. Kant considera que a arte é uma manifestação que produz uma "satisfação desinteressada"

A arte apresenta-se através de diversas formas como, a plástica, música, escultura, cinema, teatro, dança, arquitectura etc. Existem várias expressões que servem para descrever diferentes manifestações de arte, por exemplo: artes plásticas, artes cénicas, arte gráfica, artes visuais, etc. Alguns autores (como Hegel e Ricciotto Canudo) e pensadores organizaram as diferentes artes em uma lista numerada. A inclusão de algumas formas de arte não foi muito consensual, mas com a evolução da tecnologia, esta é a lista mais comum nos dias de hoje:

1ª Arte - Música;

2ª Arte - Dança / Coreografia;

3ª Arte - Pintura;

4ª Arte - Escultura / Arquitectura;

5ª Arte - Teatro;

6ª Arte - Literatura;

7ª Arte - Cinema;

8ª Arte - Fotografia;

9ª Arte - Histórias em Quadrinhos;

10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo;

11ª Arte - Arte digital.

ARTE CÉNICA

As artes cénicas abrangem o estudo e a prática de todas as formas de expressão artística que necessitam de uma representação, como teatro, ópera, dança e circo. Também chamadas de artes performativas, as artes cénicas são todas as formas de arte que se desenvolvem em um palco ou um local de representação destinado ao espectador.

As apresentações de artes cénicas podem ocorrer em praças e ruas, de modo que o palco pode ser improvisado. Desse modo, o palco é qualquer local onde ocorre uma apresentação cénica. Nas artes cénicas, o artista é o próprio instrumento por meio de seu corpo, de sua voz e de seus movimentos. Através da formação

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em artes cénicas, os artistas aprendem um conjunto de técnicas utilizadas na criação, direção, montagem e interpretação de espectáculos.

- CLASSIFICAÇÃO DAS ARTES CÊNICAS

As artes cénicas são caracterizadas por ser um tipo de expressão artística que ocorre em um palco ou em um local específico público. Outro aspecto que marca as artes cénicas é a performance, ou seja, a interpretação do artista.

Há diversas de actividades pelas quais os artistas podem mostrar sua arte ao público em um cenário.

Entre os principais géneros das artes cénicas, podemos destacar a ópera, teatro, dança e circo.

Essas representações artísticas, geralmente, envolvem a presença de um director de cena, que coordena os diversos elementos que fazem parte das expressões, como cenário, texto, composição, iluminação, decoração, figurino, a música, ambientação, entre outros.

1.1.TEATRO

O teatro sendo uma forma de arte, há diversas definições segundo o bem entender de cada um. O teatro é uma forma de arte em que um conjunto de actores representam uma determinada história/situações vividas pela nossa sociedade com ajuda de uma determina Equipe Dramática.

Afirmou o dramaturgo, encenador, escritor e estudioso do teatro José Mena Abrantes da companhia Elinga Teatro dizendo: teatro é a expressão artística através do da qual se podem articular de forma elaborada e viva os valores fundamentais de uma determinada sociedade. O grupo de teatro é uma organização que apresenta situações diversas despertando assim o sentimento do público por intermédio de representações dramáticas, isto é, arte cénica e caso o grupo ser religioso evangeliza enquanto apresenta.

Objectivo da actuação: dar uma alerta, despertar sentimentos, emoções e dentro da igreja é um meio de evangelismo … diante de um determinado público.

Termo grego “theatron” significa “lugar para ver”, isto é, Edifício ou sala de representação dramática (segundo alguns filósofos gregos com Aristóteles).

No teatro as artes cénicas, cobrem tudo relacionado à escritura de uma obra teatral: a interpretação, a produção, as indumentárias, os cenários e a técnica.

1.1.1. ORIGEM E DESENVOLVIMENTO

O teatro teve sua origem na união de antigos rituais sagrados para conseguir uma boa temporada de caça ou uma boa colheita, com os elementos que surgiam nas culturas relacionadas com a música com a dança. Entre o século II e o Século I A.C., no Egipto antigo, já eram apresentados dramas sobre a vida e a morte representados com vestimentas e máscaras confeccionadas para a ocasião. O Teatro nasceu do instinto de imitação, é uma arte tão antiga como a humanidade e teve seu maior impulso a partir da exaltação aos deuses. No princípio eram festividades que aos poucos foram sendo aperfeiçoadas chegando a seu actual estágio.

Não é uma invenção grega, espalhada pelo resto do mundo. Antes mesmo do florescimento do teatro grego, a civilização egípcia tinha no teatro uma das expressões de sua cultura. Eram representações de origem religiosa, destinadas a exaltar as principais divindades, principalmente Osíris e Ísis.

Foi no Egipto que o Teatro teve seu florescimento graças à genialidade dos dramaturgos gregos:

Esquilo, Sófocles e Eurípides. Para o mundo ocidental a Grécia é considerada o berço do teatro, ainda que a procedência seja o Egipto.

1.2.O TEATRO CRISTÃO

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Já no final do século XV, uma grande transformação produzia sensíveis efeitos na Europa: era a valorização do homem, pregada pela moral da nova era que convencionou chamar de RENASCIMENTO.

A filosofia essencialmente religiosa que predominou na Idade Média, submetendo o homem aos severos desígnios de Deus, foi substituída por uma confiança cada vez maior na capacidade do homem, na sua ciência, na sua virtude, na sua coragem. Era o reino do HUMANISMO, com conceitos filosóficos que vinham influir em todos os campos político, religioso, artístico – pregando uma crença nova no novo homem que surgia. O espírito do humanismo reflectiu-se no teatro, como nas demais artes. E foi em Portugal que assistiu às suas primeiras manifestações, destiladas na obra do irrequieto GIL VICENTE (1465- 1536) , o primeiro dramaturgo da literatura portuguesa. O teatro de Gil Vicente marca a transição entre as encenações medievais e as novas que iriam surgir. Ao lado das moralidades, que durante a Idade Média mostravam incessantemente o conflito dos vícios com as virtudes, Gil Vicente representa, em plena Corte portuguesa, uma série de sátiras inteligentes, ridicularizando as crenças supersticiosas, as orações maquinais e as indulgências religiosas, em peças como “AUTO DAS BARCAS”, “QUEM TEM FARELOS”. Coloca o homem no centro de suas preocupações e conjuga elementos de gosto medieval e renascentista. No Brasil, o teatro surgiu no século XVI com o objectivo de auxiliar na propagação da fé católica. O padre José de Anchieta foi um dos primeiros autores teatrais brasileiros em virtude dos autos (antiga composição teatral) que escreveu a fim de catequizar os índios. O “Auto de São Lourenço”, escrito em tupi-guarani, português e espanhol, foi um marco da incipiente produção teatral brasileira.

O renascimento do teatro se deu, paradoxalmente, através da própria igreja, na Era Medieval. O renascimento do teatro se deveu à representação da história da ressurreição de Cristo. A partir deste momento, o teatro era utilizado como veículo de propagação de conteúdos bíblicos, tendo sido representados por membros da igreja (padres e monges). O teatro medieval religioso entrou em franco declínio a partir de meados do século XVI.

No Brasil, o teatro tem sua origem com as representações de catequização dos índios. As peças eram escritas com intenções didácticas, procurando sempre encontrar meios de traduzir a crença cristã para a cultura indígena. Uma origem do teatro no Brasil se deveu à Companhia de Jesus, ordem que se encarregou da expansão da crença pelos países colonizados. Os autores do teatro nesse período foram o Padre José de Anchieta e o Padre António Vieira. As representações eram realizadas com grande carga dramática e com alguns efeitos cénicos, para a maior efectividade da lição de religiosidade que as representações cénicas procuravam inculcar nas mentes aborígines.

Diferente do teatro secular, o teatro Cristão tem como objectivo primordial expandir o Evangelho da Boa Nova do Reino de Deus. É um meio de Evangelismo, ganhar ou resgatar as almas perdidas por meio da arte. Teatro Cristão é ter DEUS como o Director e o ESPIRITO SANTO como o Inspirador. Teatro faz parte do Evangelismo, é saber que temos esta responsabilidade com Deus, com o Próximo e com Nós mesmos.

 Com Deus porque seu Dom foi dado por Ele, e você tem a responsabilidade de cumprir

 Com o próximo porque é o próximo que deve ser o seu Alvo, é ele quem você deve alcançar

 Com nós mesmo porque devemos ter uma vida consagrada dia-a-dia para com Deus

Teatro Cristão é saber que a partir do momento que entramos em cena, Deus está agindo através de você, e que sua vida está sendo usada como um instrumento nas mãos de Deus, esta deve ser a nossa seriedade para com Deus, ter uma vida apresentada diante do Altar para que Deus possa nos usar sem restrição. Seja qual for o Ministério que Deus tem para cada um, o alvo sempre deverá ser Alcançar o Próximo, e com o Teatro Cristão não seria diferente. Teatro Cristão é para Alcançar Vidas com a Arte, e levá-las para conhecer o Amor de Deus.

Ficar a frente de qualquer trabalho não é fácil, no início há muitas dúvidas, dificuldades, e como ter certeza que o seu trabalho está ou irá crescer e como fazê-lo permanecer?

Esta é uma das perguntas mais frequentes no meio do Teatro Cristão. Fico feliz em saber que há tantos grupos de teatros nascendo, Deus tem levantado servos a cada dia para a sua Obra, mas poucos são os que levam isto até o fim e não desistem no meio do caminho.

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Não será um trabalho fácil, mas será extremamente recompensador, não pelo homem, mas por Deus, é o Nome dEle que deverá ser exaltado. Seu grupo deve estar firmado como uma rocha, orem para que a sua estrutura seja firme, não orem apenas individualmente, mas juntos, como irmãos em Cristo devemos ter comunhão, e comunhão se faz com união, amizade, amor, reúnem-se não apenas para ensaios, mas para orações, para uma palavra, é aqui que seu grupo se fortalecerá.

Você deve ser benção, pessoas abençoadas, para isto saiba escolher as pessoas, Deus fará com que as pessoas certas permaneçam. Você que está a frente do grupo, tem uma responsabilidade maior que os demais, é em você que eles se espelham, você é o reflexo, se a sua Vida espiritual não estiver bem, o seu grupo também não irá bem, lembre-se que não podemos dar algo que não temos, por isso sejam Bênçãos, para que vocês possam transmitir benção aos que assistem.

A imagem de Cristo deve estar estampada em nossos rostos, mas isto só é possível se tivermos uma Vida com Ele. Muitas vezes será necessário falar firme com o grupo, são pessoas que estão na sua mão.

Procure aprender mais sobre o teatro, sejam em estudos ou técnicas, conhecimento nunca é demais. O seu grupo terá a tendência de crescer, não seja você a pessoa que impedirá isto, estacionando-os no tempo. Lutas, tribulações, problemas, dificuldades existirão, você não pode deixar que isto te abale, como um verdadeiro guerreiro e soldado levante sua espada, a vitória já é sua, você é um servo e instrumento nas mãos de Deus, é Ele quem deve estar a frente como Diretor e o Espírito Santo como o seu Inspirador.

O Líder do Grupo de Teatro, deve ser capaz de unir os componentes num propósito comum, inspirá- los e conduzi-los. Certamente um líder de Grupo de Teatro sabe, que vai enfrentar muitas dificuldades da pré- produção até a Apresentação de Estreia. Dificuldades de Reunir o grupo todo para o ensaio, entrosar o grupo, tirar a timidez, dar estímulos, mostrar o valor desse tipo de trabalho para o Reino de Deus. É preciso ter personalidade firme e influência sobre os demais de seu grupo, reconhecendo sempre que você foi chamado por Deus para o propósito específico da utilização do teatro como forma de evangelização. Confiando sempre em Deus, sendo humilde, aceitando sugestões, “fazendo parte” do grupo e entrosando o grupo. Deve orientar e dirigir o ensaio com seriedade e sinceridade. Prestando auxilio maior aos que tem mais dificuldade nas cenas.

Valorizar o potencial de cada componente, esclarecer acerca da responsabilidade do trabalho. Estabelecer regras a serem cumpridas. Ser sempre o primeiro a dar exemplo, viver o que prega, cobrar o máximo dos componentes. Antes do início do ensaio, orem. Depois do ensaio, também. Estabeleça regras quanto a datas de ensaios e horário e seja rígido.

1.3.FUNÇÕES DO TEATRO

O Teatro de uma forma geral, há várias funções tais como: técnica, criativa, organizativa, e administrativa e dentro de uma instituição religiosa o teatro tem como função: evangélica.

Função técnica: é aquela função que destina a ajudar por usa vez, ter a técnica de representação como meio que leva o espectador, viver o cenário na sua realidade Tem o dever de improvisar factos que levará o público a viver o cenário na sua total realidade. Utilizando como um importante meio a fé cénica.

Função criativa: é onde por sua vez, apesar do actor ter suas habilidades pessoais, deve ter em mente o factor criatividade que ajudará o grupo a inovar, onde o grupo não se limita a imitar os que outros sempre fazem e passam a levar novidades que surpreendem o público.

Função organizativa: é onde vem e serve com uma combinação harmoniosa dos recursos posto a disposição, quer do grupo edo espectador evitando uma má organização do espectáculo ou do local inserido, permitindo assim o grupo atingir os seus objectivos.

Função administrativa: a função que vem para planear, organizar e controlar os usos dos recursos e que se alcancem os objectivos do grupo e do espectador permitindo na organização do espectáculo e não só a dinâmica de tomar e colocar em prática decisões sobre os objectivos da utilização dos recursos disponíveis.

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Função evangélica: com ajuda do espírito santo, ajuda o grupo levar o arrependimento verdadeiro primeiro na vida do actor e só assim que terá êxito ao espectador, andar segundo a vontade de Deus. Saber que temos esta responsabilidade com Deus, com o Próximo e com Nós mesmos.

Saber que a partir do momento que entramos em cena, Deus está agindo através de você, e que sua vida está sendo usada como um instrumento nas mãos de Deus, esta deve ser a nossa seriedade para com Deus, ter uma vida apresentada diante do Altar para que Deus possa nos usar sem restrição.

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Unidade 2# INTRODUÇÃO AO TEXTO TEATRAL OU DRAMÁTICO

O Texto Teatral ou Dramático são aqueles produzidos para serem representados (encenados) e podem ser escritos em poesia ou prosa.

São, portanto, peças de teatro escritas por dramaturgos e dirigidos por produtores teatrais e, em sua maioria, são pertencentes ao género narrativo.

Ou seja, o texto teatral apresenta enredo, personagens, tempo, espaço e pode estar dividida em “Atos”, que representam os diversos momentos da acção, por exemplo, a mudança de cenário e/ou de personagens.

De tal modo, o texto teatral possui características peculiares e se distancia de outros tipos de texto pela principal função que lhe é atribuída: a encenação.

Dessa forma, ele apresenta diálogo entre as personagens e algumas observações no corpo do texto, tal qual o espaço, cena, ato, personagens, rubricas (de interpretação, de movimento).

Já que os textos teatrais são produzidos para serem representados e não contados, geralmente não existe um narrador, factor que o difere dos textos narrativos.

2.1. CARACTERÍSTICAS DO TEXTO TEATRAL/DRAMÁTICO

As características deste texto são:

Textos encenados

Género narrativo

Diálogo entre personagens

Discurso directo

Actores, plateia e palco

Cenário, figurino e sonoplastia

Linguagem corporal e gestual

Ausência de narrador

2.2. ESTRUTURA DOS TEXTOS TEATRAIS/DRAMÁTICOS A sua estrutura é predominada por dois textos:

Tempo Principal: inclui o diálogo ou a fala dos personagens.

Tempo Secundário: inclui o cenário, o figurino e rubrica.

É composto:

Pela listagem dos personagens;

Pela indicação do nome dos personagens no inicio de cada fala;

Pelas informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em atos, cenas ou quadros);

Pelas indicações sobre o cenário e guarda-roupa dos personagens;

Pelas indicações sobre a movimentação dos personagens em palco, atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz que devem proferir as palavras.

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Acção – é marcada pela actuação dos personagens que nos dão conta de acontecimentos vividos.

2.2.1. Estrutura externa

A divisão externa é a composição estrutural do texto, que pode ser em atos e cenas, cenas em quadros. Ato é o conjunto de cenas, a mudança de Atos é feita sempre que há mudanças de Cenários (Entrada ou Saída de personagens identifica uma mudança de Cena).

2.2.2. Estrutura interna

1. Introdução/Exposição dramática: é o momento do texto em que o narrador apresenta as personagens, o cenário, o tempo, etc. Nesse momento ele situa o leitor nos acontecimentos (fatos). A apresentação do conflito muda de acordo à obra. Podemos diferenciar em termos gerais, quatro etapas:

A. Entrega do protagonista.

B. Propósito do protagonista.

C. Apresentação do obstáculo.

D. Choque das duas forças em batalha.

2. Desenvolvimento/ Desvincule da acção dramática: é nesse momento que se inicia o conflito (a oposição entre duas forças ou dois personagens). A paz inicial é quebrada através do conflito para que a acção, através dos fatos, se desenvolva.

Os diferentes esforços para superar as forças opostas, pode comportar a luta do Protagonista com:

Força da natureza

Sociedade

Consigo próprio

Outra pessoa

Destino

3. Conclusão/ Desfecho da acção dramática: desfecho da acção dramática ou parte final que contém o desenlace feliz ou infeliz da acção, ou seja, é como os fatos (situação) se resolvem no final da narrativa. Pode ou não apresentar a resolução do conflito.

2.3. LINGUAGEM TEATRAL

A Linguagem Teatral é expressiva, dinâmica, dialógica, corporal e gestual. Para prender a atenção do espectador os textos teatrais sempre apresentam um conflito, ou seja, um momento de tensão que será resolvido no decorrer dos factos. Observe que em grande parte a linguagem teatral é dialógica, no entanto, quando encenada por somente um personagem é chamado de monólogo, donde expressa pensamentos e sentimentos da pessoa que está actuando.

2.3.1. Elementos da linguagem teatral

Os principais elementos que constituem os textos teatrais são:

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Espaço cénico

Tempo cénico

Personagens

2.4. PERSONAGEM E A SUA CLASSIFICAÇÃO

Personagem é um ser actuante de qualquer história ou obra, ou seja, um papel a ser representado por um determinado actor referindo-se direita mente a arte. Normalmente é uma pessoa, mas pode ser um animal, um ser fictício, um sentimento, um objecto, desde que com características humanas, ou seja, personificados e apresentam um determinado tipo de personalidade.

2.4.1. Quanto ao relevo ou, ou ainda importância na obra Quanto a importância, os personagens podem ser:

Protagonista: personagem principal ou herói desempenha um papel central, a sua actuação é fundamental para o desenvolvimento da acção. Em alguns casos podem existir mais de um.

Co-Protagonista: personagem de segunda maior importância da obra. Geralmente é a pessoa que ajuda o herói e em alguns casos pode existir mais de um. Por vezes, adquire relevância equivalente a de um protagonista, possuindo uma trama particular.

Antagonista: personagem que rivaliza com o protagonista, quase sempre lutando contra este ao se desenrolar da obra. Pode existir mais de um, no entanto, o antagonista não precisa ser necessariamente uma pessoa ou personificação de objecto, entre outros, mas aquilo que dificulte os objectivos do protagonista.

Co-Antagonista: personagem que ajuda o antagonista. Da mesma forma que o Co- protagonista em relação ao protagonista, é geralmente amigo ou parente do antagonista principal, embora às vezes sirva-o ou trabalhe para ele.

Coadjuvante: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sua importância pode variar dependendo do enredo.

Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.

2.4.2. Quanto a existência

Quanto a existência, os personagens podem ser:

Real ou histórica: São personagens que existem ou existiram. São geralmente citadas em obras históricas ou jornalísticas.

Fictícia ou ficcional: São personagens que não existem e são criadas pela imaginação do autor embora em alguns casos elas sejam inspiradas em pessoas reais.

Real-ficcional: São personagens reais, mas com personalidade fictícia.

Ficcional-ficcional: São personagens ficcionais dentro de obras ficcionais.

Ficcional-real: São personagens inicialmente ficcionais, mas que passam a existir no mundo real. Personagem colocada em prática por encenação no convívio com pessoas reais, as quais não sabem tratar-se de uma personagem.

2.4.3. Quanto a sua concepção ou composição Quanto a concepção, os personagens podem ser:

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Personagem modelada, redonda ou esférica: dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa.

Personagem plana ou desenhada: estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa.

Personagem-tipo: representa um grupo profissional ou social.

Personagem colectiva: Representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma só vontade.

2.4.4. Tipos de caracterização

Directa

o Auto-caracterização: a própria personagem refere as suas características.

o Heterocaracterização: a caracterização da personagem é-nos facultada pelo narrador ou por outra personagem.

Indirecta: O narrador põe a personagem em acção, cabendo ao leitor, através do seu comportamento e/ou da sua fala, traçar o seu retrato.

2.5. ESPAÇO CÉNICO

O espaço cénico ou ambiente é classificado em:

Espaço ou Ambiente físico: é o espaço real, que serve de cenário à acção, onde as personagens se movem.

Espaço ou Ambiente social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes.

Espaço ou Ambiente psicológico: espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus pensamentos e sentimentos.

O espaço ou ambiente pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acordo com espaço ou ambiente é que os fatos da narração se desenrolam.

2.6. TEMPO CÉNICO O tempo cénico é classificado em:

Tempo cronológico ou tempo da história - é o tempo em que a acção acontece.

Tempo histórico - refere-se à época ou momento histórico em que a acção se desenrola.

Tempo psicológico - é um tempo subjectivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito.

Tempo do discurso - resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador.

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Unidade 3# OS GÉNEROS DRAMÁTICOS

Género Dramático (ou Teatral) é aquele que representa algum episódio ou conflito da vida dos seres humanos por médio do diálogo das personagens. O autor cede sua voz às personagens que expõem ou desenvolvem o conflito ante os espectadores, fazendo com que exerçam de intermediários. Faz parte de um dos três géneros literários, ao lado do género lírico e épico.

No entanto, o género dramático, como o próprio nome indica, são os textos literários feitos com o intuito de serem encenados ou dramatizados. Do grego, a palavra “drama” significa “acção”. Tem a sua origem na Grécia Antiga.

Os autores desse tipo de texto são chamados de dramaturgos, que junto aos atores (que encenam o texto), são os emissores, e por sua vez, os receptores são o público.

Há vários géneros dramáticos, mas poucos são conhecidos e utilizados:

Comédia, Drama, Tragédia, Farsa, Sátira, Opera, Pantonomia, Opereta, Tragicomédia, Estremez, Dramédia, Monólogo, Bonólogo, Romance, entre outros.

Os mais conhecidos são:

Comédia: representação de textos humorísticos que levam ao riso da plateia. São textos de carácter crítico, jocoso e satírico. A principal temática dos textos de comédia, envolvem acções quotidianas do qual fazem parte personagens humanos no sentido geral. Distinguem-se modalidades como Comédia Dramática “Dramédia” (peça que reúne situações sérias e episódios cómicos).

Comédia Musical, Comédia romântica...

Tragédia: representação de acontecimentos trágicos, geralmente com finais funestos. Os temas explorados pela tragédia são derivados das paixões humanas.

Drama: representações da vida quotidiana, um conjunto de acontecimentos complicados, difíceis ou tumultuosos, assim como um acontecimento que causa dano, sofrimento, dor. Por sua vez o drama está divida em 4 partes:

Melodrama: é um acontecimento familiar, de amor, etc. que termina em conflito.

Sócio drama: é um mal que se monstra na sociedade (bebedeira, roubo, prostituição, feitiçaria, etc.)

Monodrama: é quando o autorizado fala da sua própria vida, situações reais.

Filodrama: é um drama que retrata varias situações mortíferas que acontece na sociedade.

Tragicomédia: união de elementos trágicos e cómicos na representação teatral.

Farsa: designa uma modalidade de peça teatral, caracterizada por diálogos simples e representada por personagens caricaturais em acções corriqueiras, cómicas, burlescas

Sátira: é uma crítica terrível aberta e directa contra os comportamentos dos personagens mais influentes da sociedade.

Os géneros citados, os mais utilizados são: Drama, Comédia e Tragédia.

Quando num certo momento queremos desenvolver uma história contida na Bíblia e não será feito nenhuma adaptação, devemos usar o género Auto, que é o género que representa história de carácter religioso.

Normalmente constituída muitas vezes por um único ato.

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Unidade 4# NOÇÃO DE ACTUAÇÃO

A palavra actuação, também conhecida como performance, refere-se à acção e resultado de actuar, quer dizer, colocar em prática, assimilar, exercer uma função, causar um efeito ou ato particular. O uso mais utilizado que apresenta a palavra serve para descrever a interpretação de um personagem, que um actor ou actriz realiza em uma peça de teatro, programa de televisão ou filme.

Esta actividade é iniciada com uma busca pessoal que será realizada pelo actor para conhecer e entender a forma de actuar de seu personagem, em que pode ser fictício ou estar inspirado em uma pessoa real, fato que também será afectado no trabalho que realizar sobre si próprio.

Para que exista uma apresentação cénica é necessário que haja os quatro elementos principais de uma Triângulo de Força, isto é:

Público

Actor

Autor

Encenador.

Conforme mostra-nos a figura abaixo:

Autor: aquele que escreve o texto ou a obra.

Actor: aquele que interpreta o personagem escrito pelo Autor.

Encenador: aquele que encena a obra, cria a sintonização entre o Autor, Actor e o Público.

Público: é o agente consumidor da obra, ou aquele que vai assistir o espectáculo.

Atenção, nunca confundir Autor e Actor, pois o Autor escreve e o Actor representa aquilo que foi escrito pelo Autor.

4.1. A CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM/ ENCARNAÇÃO

O actor é o profissional que vai realizar a actuação, ou seja, ele é a pessoa que dará vida ao personagem de uma história, colocando em cena tudo aquilo que considera e marca a essência do personagem.

Primeiro ter em conta que o Personagem é um papel a ser representado pelo Actor. Para a sua concretização é necessário que o Actor se entregue de Corpo e Alma para que assim possa se encarnar no personagem que lhe foi atribuído, ter a noção deste personagem. Um personagem bem construído é fundamental para o funcionamento de uma história e de sua narrativa. Encarna-se devidamente ao personagem, saber criar as suas emoções desejadas, sejam elas de atracção ou de repulsa, amor ou ódio, preocupação ou indiferença.

Público

Encenador

Autor Actor

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O actor deverá primeiro se encarnar, isto porque só podemos representar um pessoa quando conseguirmos entrar na sua mente, por assim se dizer conhecer devidamente está pessoa. O Actor deve ter em conta:

As características principais deste personagem;

O que é que este personagem acha de si mesmo;

As formas de reacções;

O Personagem tem sempre os seus sub textos, isto é, criações do Actor depois de já ter o texto;

Os objectivos deste personagem, divididos em geral e particulares. Geral: saber que os Atos são divididos em cenas e a cada cena tem um objectivo, e o personagem deve agir em cada objectivo de modo diferente. Particular:

O actor nunca deve auto criticar, mas sim fazer a correcção das críticas que lhe forma feitas.

Estar dentro da situação, agir com realismo e naturalismo, utilizar o máximo de sentimentos possíveis (ver filmes, teatros, series e estar em contacto com pessoas de todo extracto social), assim o ajudarão a dominar qualquer personagem.

Tendo noção de tudo isto e outros, ajudarão o Actor a ter o domínio de como encarnar-se em qualquer personagem que lhe for atribuído e trabalhar sempre com a Fé Cénica. Pois, quando não nos encarnamos na história o nosso trabalho torna-se nada e o público não consegue acreditar no que estão representando, então deve-se encarnar na história vivendo-a no mesmo momento.

4.2. ALGUNS PROBLEMAS BÁSICOS DE ACTUAÇÃO NOTÁVEIS

Interpretação das características correctas dos personagens no texto escrito pelo Autor.

O Actor deve criar as outras características que está m falta no Personagem

A unidade de equilíbrio por 4 factores:

o Expressão verbal

o Expressão corporal e gestual o A continuação de ideia

o A concentração do Actor em palco

4.3. ALGUNS EXERCÍCIOS PARA APERFEIÇOAMENTO DO ACTOR

Ler em voz alta e baixa durante meses

Fazer bastante leitura de Psicologia, Filosofia e Sociologia

Representação de vários textos dramáticos

Cantar, Chorar, Rir e Declamar diante do espelho

Fazer diversos exercícios de memória

Ensaios constantes de Voz, Respiração, Dicção, Sensibilidade e Intuição Criativa

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Unidade 5# O PALCO

Na forma geral, o palco é um local físico com uma estrutura aberta ou fechada com o fim de representações de diversas artes, assim como: Teatro, Dança, Música, entre outros … diante de um determinado público.

5.1. O PALCO DE TEATRO

O Palco de Teatro é um local físico com uma estrutura aberta ou fechada com o fim de representações de espectáculos teatrais, geralmente é um local de destaque de plateia para a possibilitação do espectador. O teatro existe a partir de um palco, tradicionalmente. Pode ocupar outros espaços, naturalmente, como as ruas, igrejas, espaços públicos, autocarro, casas inteiras... e tantos outros locais. Mas, desde os primórdios, na Grécia antiga, ocupa um palco.

5.1.1. DIVISÃO DO PALCO DE TEATRO

Falando em divisão de palcos, há duas variedades de divisão de palcos, uma divisão em 3 partes:

Baixo, Centro e Alto constituindo uma divisão simples; e outra em 4 partes: Baixo, Centro, Alto e Bastidor, constituindo uma divisão complexa uma vez que o Bastidor também faz parte do palco. As duas divisões são aceitáveis e observáveis.

Baixo: é um local onde o actor utiliza para fazer fofocas, dar concelho entre outros, de uma forma resumida aqui o actor procura a maior atenção do público.

Centro: é um local de acções de temperamentos normais, isto é conversas normais, diálogos familiares, de uma forma resumida é o local de conversa de situação em bom estado.

Alto: diferente de Baixo e Centro está o Alto, este é um local de situações de altas temperaturas, isto é drama, tragédia entre outros convívios de nível de temperatura frustrante.

Bastidor: é o espaço físico onde os actores ficam concentrados arejando tudo que há-de ser utilizado desde a indumentária, maquilhagem e outros, resumidamente é o local de preparo.

ILUSTRAÇÃO DO PALCO DIVIDIDO EM 3 PARTES

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ILUSTRAÇÃO DO PALCO DIVIDIDO EM 4 PARTES

5.1.2. FORMAS DE ENTRADAS AO PALCO/ROMPIMENTOS

Há diversas formas de entrada ao palco, isso é, os rompimentos de teatro. Dentre entre eles:

Rompimento Direito: o actor rompe directamente o palco, tanto no alto, centro ou baixo.

Rompimento de Quinta: um actor entra e pára, vem o outro e passa.

Rompimento Z: o actor começa por romper no alto, e termina no baixo, concretizando assim a letra Z.

Rompimento de Ziguezague: o actor rompe o palco indirectamente.

Rompimento Centro Alto: o actor começa por romper no centro e termina no alto.

Rompimento Centro Alto Rompimento Direito

Rompimento Z

Rompimento de Quinta

Rompimento de Ziguezague

1 2 1

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5.1.3. DESMARACAÇÕES NO PALCO

Desmarcação é a acto de deslocar de um lugar para outro, com o objectivo de ocupar outro lugar.

Desmarcação no palco é o acto de descolar de um lugar para outro, enquanto isto acontece, o actor com as falas deverá estar por frente e não por trás.

Exploração do palco é o acto de explorar o palco, isto quer dizer, subidas e descidas utilizando toda parte do palco. Ex: Do Alto para o Baixo, do Centro para o Alto e assim sucessivamente.

Desmarcação de 2

Desmarcação de 3

Desmarcação de 4

5.2. TIPOS DE PALCOS

Há 5 tipos de palcos destacados que são:

Quadrado

Círculo

Rectângulo

Força de Triângulo

Palco antigo

Dentre eles, os mais usados são o palco quadrado, rectangular e circular. A Força de Triângulo é menos usado e o palco antigo é um palco já antigo que já não se faz o seu uso, mais é destacado.

5.2.1. PALCO QUADRADO E RECTÂNGULO/ITALIANO

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A imagem do palco italiano é possivelmente aquela que surge de imediato na mente das pessoas, com sua forma rectangular e a presença de cortinas. Os atores representam apenas de frente, na chamada boca de cena (frente do palco). Geralmente é o formato que mais distancia os atores do público, mas alguns directores optam por não seguir isso a risca e fazem inserções em meio à plateia. O mais utilizado, entretanto, é o palco italiano. Surge durante o Renascimento, na virada do século XV para o XVI, quando o homem passa a ocupar o centro do universo.

Surge nessa época a noção de perspectiva que dá o tom à pintura. Dos quadros para os palcos, muda-se o espaço cénico, até então o usado pelos gregos. Dessa forma, criou-se um espaço em que foi possível propiciar à plateia a noção de

profundidade e perspectiva.

A estes dois tipos de Palcos encontram-se divididos em três (3) partes iguais, e como também em quatro (4) subdivididas em nove (9) partes iguais. Dentro destes palcos deve se evitar o erro de costa e nem se volta de trás, mas sim em de se respeitar bem o palco, pois nestes dois temos o público somente por parte de frente. Destaques como: Igreja, Escola, Cine Atlântico, Cine São João, Auditório Njinga Mbande, Espaço Aplausos, dentre outros. Constituem o tipo de palco mais usado.

Os dois têm a mesma utilidade.

5.2.2. PALCO CIRCULAR/ARENA

A arena/circular possui sua versão mais tradicional no formato do anfiteatro, de origens na Roma antiga. Geralmente a céu aberto, seu formato é circular e rodeado por arquibancadas, levando a uma actuação multi espacial. A arena permite um contacto maior do público com o elenco.

É um palco pouco usado, neste o actor é livre de circular da forma que ele quiser e este palco não há divisão e nem o erro de costa, pois o público está em toda nossa volta em forma um círculo rodeado.

Destaques como: Escola, Estádio 11 de Novembro, Cidadela, Estádio dos Coqueiros, Rua, dentre outros.

5.2.3. FORÇA DE TRIÂNGULO

Força de Triângulo é um tipo de palco também não existe o erro de costa, mas neste evita-se passagens ou desmarcações entre eles senão acabam por se queimar, e ele é divido em 3 partes. A sua utilização depende do tipo de obra ou o género dramático. É o chamado Palco de Obra.

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5.3.ALGUMAS DICAS DE BOA UTILIZAÇÃO DO PALCO DE TEATRO

Deve-se ter sempre em conta que o palco é como, ou seja, comparado com uma madeira, para estar equilibrada é necessário que equilibremos o peso tanto do lado esquerdo como no lado direito.

Quando aplicar o peso somente num único lado, o outro lado acabara por declinar-se, então para evitar isto devemos equilibrar os pesos.

Sempre que estiverem dois ou mais, convém fazer sempre a meia lua, de modo a equilibrar o palco.

Peso equilibrado

Peso desequilibrado. Decline no lado Direito

Peso desequilibrado. Decline no lado Esquerdo

Ter em conta que as divisões do palco são considerados como paredes, não se pode deslocar de uma parte para outra directamente, mas sim indirectamente, assim respeitando a sua utilização.

5.2.4. PALCO ANTIGO

Palco antigo é um tipo de palco usado nos séculos XVIII, encontra-se dividido em cinco (5) partes e subdivido em 11 partes diferentes. Baixo, Centro, Alto, Pilar de Baixo e Kaf.

O Kaf foi uma parte onde se encontrava um buraco e colocado um actor com o guião de todos que se encontravam no palco.

O Pilar de Baixo foi uma parte do palco que dava acesso a entrada ou a saída de um Actor no buraco de Kaf.

Errado

Certo

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Duas pessoas contracenando, se o outro ir até ao Baixo falando com público, o Actor que vai ficar no Centro ou no Alto não poderá pronunciar as falas, mas sim fazendo somente mímicas, gestos e ele não pode seguir as mesmas desmarcações a do Actor que estiver ao público se não acabam por se queimar.

Errado

Certo

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Unidade 6# DESAFIOS DO ACTOR CONSIGO MESMO

Actor é toda pessoa que se dedica de Corpo e Alma para actuações dramáticas, isto em Teatro ou Cinema. Cria, interpreta, representam uma acção dramática baseando-se em textos estímulos visuais, sonoros ou outros, previamente concebidos por um autor ou criados através de improvisações individuais ou colectivas, utiliza-se de recursos vocais, corporais e emocionais, aprendidos ou intuídos, com o objectivo de transmitir ao espectador o conjunto de ideias e acções dramáticas propostas, ensaiadas, buscando aliar a sua criatividade à do director.

Para que haja uma representação são necessárias duas pessoas: um actor e um espectador. O actor é um homem que quer se exibir. Seu corpo é um meio de comunicação. O talento não é o suficiente para que o actor apareça em cena e interprete um papel. O actor necessita de uma técnica e um treinamento, não pode depender da inspiração, tem hora marcada para estar no palco.

O instrumento de trabalho é o seu corpo, em total disponibilidade. Resumindo tudo em 3 coisas distintas, isto é, Cabeça, corpo e voz.

Cabeça – para criar os personagens, enfrentar as situações inesperadas de palco, imaginar, criar, observar, agilidade mental.

Corpo – é preciso de um corpo preparado para representar os mais diversos tipos de personagens, saber que em teatro a linguagem corporal é muito importante.

Voz – o actor deve saber projectar e proteger a sua voz, deve ser entendido por todos que estão na plateia. Uma boa voz é fruto de treinamento.

6.1. COMO SER UM BOM ACTOR

Em trabalho na preparação e aprimoramento de actores, percebeu-se as dificuldades e as dúvidas tão comuns àqueles que almejam e atiram-se na carreira de actor. Ser actor é optar por uma das carreiras que exigem maior dedicação, esforço e perseverança, ou seja, tem que suar muito a camisa.

E para aqueles que não gostam de ler ou investigar acharão mais difícil ainda! Actor que não lê nem investiga, sempre terá cultura extremamente limitada. Até porquê, o actor é um profissional que estuda pra sempre. Por trabalhar com composição, criação e construção, uma eterna preparação é necessária, pois sempre há algo a aprender e que ele vai precisar para poder se subsair em qualquer momento e isto deve-se a leitura e investigações.

O caminho é árduo, mas com vontade tudo fica fácil. Há vantagens maravilhosas para aqueles que realmente sentem prazer no que fazem. O actor geralmente não tem uma rotina fechada. E se tem, não é por muito tempo. O actor de Cinema, por exemplo, nunca pode reclamar de uma rotina, pois ele está sempre trabalhando cenas diferentes e fazendo coisas diferentes, em dias diferentes, horários diferentes e lugares e cenários diferentes.

Agora, para chegar neste ponto, é preciso estudar e ser um bom actor. Quando você se acostuma a estudar sempre, tem sempre algo novo e fugir das mesmices em seus personagens; o actor precisa estar sempre se aprimorando, explorando seus limites, buscando ir além do que supõe ser capaz de fazer.

6.1.1. PREPARANDO-SE PARA O PAPEL

Leia o roteiro pelo menos duas vezes  É muito importante conhecer a peça por completo, não apenas suas falas e acções. A função dos atores é dar seguimento para a trama e sua performance não será adequada se você não compreender os temas e as ideias gerais do roteiro. Durante a leitura, tente descobrir qual o tema principal do trabalho e como seu personagem se encaixa na história. Após ler a história inteira, releia suas cenas mais algumas vezes, focando-se no papel e nas falas do personagem.

Elabore perguntas e respostas chave sobre o personagem  É necessário se aprofundar além do que está escrito, pensando no que faz com que o personagem funcione. É provável que esse trabalho não fique evidente durante a apresentação, mas esses fatos aparentemente simples o ajudarão a compor o personagem e a descobrir o modo com o qual interpretará.

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Conheça o desejo que define o personagem  Em praticamente todas as histórias, todos os personagens querem algo, não importa se o desejo é salvar o mundo ou comprar um lanche. O actor precisa conhecer o desejo e a origem dele para representá-lo com precisão. Todas as acções do personagem dependerão desse desejo. Os desejos do personagem podem mudar e você deve captar isso. Tais mudanças quase sempre ocorrem em um momento ou cena importante.

Pratique as falas até que elas soem naturais  Nunca pare e pense no que vai falar, seu foco deve estar no modo com o qual vai falar. Para isso, você deve praticar repetir as falas várias vezes sem consultar o roteiro. Peça que um amigo interprete os outros personagens para que você possa falar os diálogos de modo mais natural. Brinque com as falas conforme as lê. Repita-as de diversos modos, com entonações diferentes, e veja como isso afecta o personagem. Antes de tentar aperfeiçoar as falas, tente entendê-las. O ideal é saber recitar as palavras antes de tentar melhorá-las.

Coloque-se no lugar do personagem  Só é possível representar alguém se conseguir entrar na cabeça dessa pessoa. Por mais que as palavras já estejam escritas, as acções do personagem nem sempre são imutáveis. Conhecer o personagem o ajudará a improvisar caso você esqueça alguma frase. Entre na mente do personagem e represente-o do melhor modo possível. O "Método" é uma escola de actuação em que o actor se recusa a sair do personagem.

Aprenda a reagir  Actuar é um modo de reagir, as reacções são importantes enquanto se está aprendendo sobre actuação. Você precisa manter o foco na fala do outro personagem, ouvindo-o como se estivesse conversando com um amigo da vida real. É necessário estar pronto para responder a qualquer situação de modo honesto e na voz do personagem, mesmo se você não for a atracção principal da cena. Não saia do momento! Pare de pensar na cena seguinte ou no fato de ter errado alguma fala na cena anterior.

Esqueça o público  Reagir ou sequer reconhecer a presença do público fará com que você saia do personagem, pois ele normalmente não deve saber que faz parte de uma peça.

6.1.2. APERFEIÇOANDO AS TÉCNICAS

Pesquise o comportamento humano  Para interpretar diferentes tipos de pessoas, você precisa ser capaz de diferenciar as pessoas. Ao conhecer alguém novo, esforce-se para ouvi-lo completamente.

Pergunte sobre o passado da pessoa e note o modo com o qual ela fala, absorvendo tudo. Além disso, a leitura também ajuda a colocar esses conceitos para funcionar, activando a mesma parte do cérebro activada pela actuação. Faça uma pesquisa específica para o papel. Se o personagem vive em um período específico ou é baseado em uma pessoa existente, pesquise o máximo possível sobre isso. Esses detalhes farão parte da performance, mesmo que de modo subconsciente. Imagine o roteiro e as emoções do personagem como sendo reais. Tente associá-los a você e ou a outra pessoa que conhece.

Leia as falas na frente do espelho. Observe-se e tente realizar alterações que melhorem a cena.

Tenha paixão pelo que está fazendo. Não tenha medo de mostrar que gosta de algo. Leia todos os livros que puder. Ao ler uma história, você é forçado a imaginar como o personagem reagiria. Lembre-se de que você precisa de toda a linguagem corporal para transmitir seus sentimentos. A voz não é o bastante.

Resumindo tudo isto é 10 Dicas, que aprendi:

Dica 1

Não corra com o texto A maioria dos actores, têm um desespero em terminar logo o texto. O texto é para ajudar o actor é uma ferramenta essencial, é praticamente impossível ter uma boa interpretação, correndo com o texto, pois não sobra espaço nem tempo para nuances essenciais à qualidade na interpretação. Pense antes de falar.

Dica 2

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Aprenda a trabalhar com pausas no texto  Lembre-se que pausa não é buraco, há sempre interpretação e, muitas vezes, você interpreta mais numa pausa do que no texto propriamente dito. A pausa bem colocada faz do texto ter uma boa interpretação bom em vez de ficar atropelando as palavras.

Dica 3

Postura Não fique balançando, subindo e descendo nos momentos de maior intensidade na interpretação.

Isso enfraquece seu personagem e deixa louco qualquer camera-man.

Dica 4

Expressão A expressão é fundamental e faz parte do conjunto durante a interpretação. A expressão deve acompanhar aquilo que você quer transmitir.

Dica 5

Emoção  Há uma história a ser contada, através de um personagem e, para isso, o actor deve se transformar dentro dessa história. A emoção justifica o tom de sua interpretação. A emoção é resultado de um trabalho de autoconhecimento constante.

Dica 6

Fé cénica  Se você não acreditar no que você está fazendo, se não for real para você, certamente não será para quem estiver assistindo. Para facilitar esse processo ao qual chamamos de fé cénica, procure trazer o texto para sua realidade, isto é, se encarnar na história.

Dica 7

Quarta Parede Chamamos quarta parede, a parede imaginária que existe entre o actor e o público. Está imaginação é que dá a possibilidade do actor criar um espaço cénico, que será uma outra realidade, a realidade do personagem e da história.

Dica 8

Nervoso Todo actor fica nervoso antes de começar um espectáculo. É, no mínimo, a ansiedade de querer fazer logo. Isso sempre significa uma coisa: excesso de energia.

Dica 9

O Olhar  Os olhos passam aquilo que estamos realmente sentindo. Para ser convincente, tem que ser o mais próximo da realidade possível, então trate de passar a emoção pelo olhar. Se você não tiver fé cénica, é quase certo de que não passará verdade pelo olhar.

Dica 10

Observe os actores consagrados Observar quem sabe e faz bem, ajuda e muito no teu aprimoramento. Mas tem que saber o que observar! Se você não é um observador, trate de se tornar um, pois o actor aprende muito observando os outros.

6.2.O ACTOR EM PALCO

O maior desafio agora é enfrentar o público requer estar totalmente controlado, para isto tenha em conta os seguintes:

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Comedimento nos gestos/ Não utilizar gestos desnecessários - a actuação um actor que se perde num emaranhado e na multiplicidade de gestos em muito se assemelha a uma folha cheia de borrões. O uso excessivo de gestos dilui um papel.

Não depender da inspiração - outros artistas podem criar sempre que estejam sob a influência da inspiração. O actor é obrigado a evocar a inspiração no momento exacto em que deve entrar em cena. Nossa arte não pode depender do acaso, esperar o santo baixar, a boa interpretação é fruto de um bom trabalho, partindo da análise do texto, criação do personagem e muito ensaio.

Expressão corporal - em geral as pessoas não sabem como utilizar a estrutura física com que foram dotados pela natureza. Não sabem como desenvolve-1a, nem como manter o corpo em sua plenitude.

No nosso quotidiano talvez não seja importante ter um corpo bem preparado, mas ao subir no palco muitas imperfeições atraem imediatamente a atenção do público. O treino expressivo do corpo é muito importante, é preciso um perfeito controle do seu corpo.

As expressões faciais - as expressões faciais são provocadas de forma espontânea e natural, sendo decorrência da intuição e dos sentimentos interiores. Sua eficácia pode ser aumentada através do exercício e do desenvolvimento da flexibilidade dos músculos faciais.

As expressões verbais - as expressões verbais são provocadas de forma espontânea e natural, sendo decorrência da intuição e dos sentimentos interiores, podendo assim fazer o bom uso das palavras de acordo os seus sentimentos.

As expressões gestuais - as expressões gestuais são provocadas de forma espontânea e natural, usando gestos, isto é mímicas como meio de comunicação que expressa também os sentimentos interiores, usando a expressão gestual damos a entender qualquer coisa que está a se passar.

Voz - o trabalho de colocação de voz consiste basicamente no desenvolvimento da respiração e na vibração das cordas vocais.

É importante que o actor saiba trabalhar num tom médio que não prejudique a suas cordas vocais.

Representar nas diferentes posições do público

Envolver o público em alguns assuntos, isto quando a situação exige

Ter a capacidade de improvisação

Usar a quarta parede quando representar

Concentração controlada

6.2.1. LINGUAGENS DO TEATRO

Em Teatro tudo é linguagem, as palavras, os gestos, tudo serve para exprimir, para significar, para comunicar ao público a mensagem do autor/director.

6.2.1.1. A Fala

Não esquecer a entonação e ondulação da voz.

Não usar a voz ao seu extremo.

Uma boa voz é proveniente de uma boa respiração.

A fala da vida a palavra o autor.

Evite o mesmo tom. Ser monocórdio cansa a plateia.

6.2.1.2. O gesto

É toda atitude corporal.

O gesto só é dramático na medida que vem do interior do personagem.

6.2.1.3. O Movimento

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