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Estática - Sistemas de Forças (parte 1)

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Academic year: 2021

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PME3100 Mecânica I

Notas de aula

Estática -

Sistemas de Forças (parte 1)

Ronaldo de Breyne Salvagni

Agosto de 2021

(2)

2 RBS-2021

Como já mencionado, a Mecânica como ciência se propõe a estudar o comportamento de corpos sob a ação de forças. Na Estática, o foco se dá nas situações de equilíbrio, ou seja, quando não há variações no tempo. Em geral, os problemas se referem a determinar esforços numa dada

configuração do sistema, ou determinar a configuração num dado conjunto de esforços.

Primeiramente, vamos definir algumas grandezas e conceitos fundamentais. Matéria, espaço e tempo são pressupostos como conceitos primitivos. No âmbito desta disciplina, trataremos de corpos rígidos (modelo físico).

2.1 – SISTEMAS DE FORÇAS 2.1.1 – Forças e vetores aplicados

O conceito de força é, antes de tudo, intuitivo e experimental. Podemos dizer que é a medida quantitativa das interações entre corpos.

Para definir uma força, necessitamos:

Intensidade

Vetor 𝐹⃗

Direção Vetor aplicado

Força Sentido (𝐹⃗, 𝑃)

A ordem de aplicação não muda o

resultado 𝐹⃗ = 𝜆(𝐴 − 𝐵)

Ponto de aplicação P

Modelo físico: uma força não é aplicada em um ponto, na realidade, mas em uma área ou região (pequena ou não).

2.1.2 – Definição de sistemas de forças

Um sistema de forças é um conjunto de forças que agem num corpo.

Com relação a movimentos, um sistema de forças aplicado num corpo (sistema material) pode ter a tendência de fazer esse corpo:

• Deslocar-se (mudar de posição) >>> efeito da Resultante do sistema de forças

• Girar >>> efeito do Momento do sistema de forças

2.1.3 – Resultante de um sistema de forças

A resultante 𝑅⃗⃗ de um sistema de forças é o vetor livre definido pela soma de todas as

forças do sistema.

(3)

3 RBS-2021 Figura 2.1.3.1 - Resultante

𝑅⃗⃗ = ∑ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

(2.1) A resultante não é uma força, porque a ela não está associado um ponto de aplicação.

Pode-se trabalhar com suas componentes em um dado sistema de coordenadas, sendo:

𝐹⃗ 𝑖 = 𝑋 𝑖 𝑖⃗ + 𝑌 𝑖 𝑗⃗ + 𝑍 𝑖 𝑘⃗⃗

𝑅⃗⃗ = 𝑋𝑖⃗ + 𝑌𝑗⃗ + 𝑍𝑘⃗⃗

temos:

{

𝑋 = ∑ 𝑛 𝑖=1 𝑋 𝑖 𝑌 = ∑ 𝑛 𝑖=1 𝑌 𝑖 𝑍 = ∑ 𝑛 𝑖=1 𝑍 𝑖

2.1.4 – Momento

Se considerarmos uma força aplicada num ponto de um corpo e outro ponto qualquer, esta força pode ter a tendência de fazer o corpo girar em torno desse ponto. Podemos dizer que o momento é a medida dessa tendência.

2.1.4.1 – Momento em relação a um ponto (polo)

Figura 2.1.4.1 – Momento em relação a um ponto

(4)

4 RBS-2021

Definição: o momento de um sistema de forças (𝐹⃗ 𝑖 , 𝑃 𝑖 ) em relação ao ponto (polo) O é o vetor:

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 = ∑(𝑃 𝑖 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

(2.2)

OBS.: O momento de um sistema de forças não é necessariamente ortogonal a nenhuma força nem à resultante.

Teorema de Varignon (forças concorrentes): “O momento de um sistema de forças

concorrentes (isto é, de mesmo ponto de aplicação P) em relação a um polo O qualquer, é igual ao momento em relação a O da resultante do sistema, suposta aplicada no ponto de concurso das forças”.

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 = ∑(𝑃 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

= (𝑃 − 𝑂) ∧ ∑ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

= (𝑃 − 𝑂) ∧ 𝑅⃗⃗

Fórmula de mudança de polo:

Sendo O e O’ dois pontos distintos:

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ′ = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 + (𝑂 − 𝑂 ) ∧ 𝑅⃗⃗ (2.3) A demonstração é imediata:

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ′ = ∑(𝑃 𝑖 − 𝑂 ) ∧ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

= ∑[(𝑃 𝑖 − 𝑂) + (𝑂 − 𝑂 )] ∧ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

=

= ∑(𝑃 𝑖 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

+ (𝑂 − 𝑂 ) ∧ ∑ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

= 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 + (𝑂 − 𝑂 ) ∧ 𝑅⃗⃗

Observações:

(a) Se 𝑅⃗⃗ = 0 ⃗⃗ , o momento independe do polo.

(b) Se 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ′ = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 , qualquer que seja O’, então 𝑅⃗⃗ = 0 ⃗⃗ .

(c) Se 𝑅⃗⃗ ≠ 0 ⃗⃗ , então 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ′ = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 se e somente se (𝑂 − 𝑂 ) ∥ 𝑅⃗⃗.

(d) 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ′ ∙ 𝑅⃗⃗ = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ∙ 𝑅⃗⃗, ou seja, a projeção do momento de um sistema na direção da resultante é invariante para mudança de polo.

2.1.4.2 – Momento em relação a um eixo

(5)

5 RBS-2021 eixo: reta orientada 𝑂𝑢 ⃗⃗, onde 𝑢 ⃗⃗ é um versor (|𝑢⃗⃗| = 1)

Figura 2.1.4.2 – Momento em relação a um eixo

Definição: o momento de um sistema de forças (𝐹⃗ 𝑖 , 𝑃 𝑖 ) em relação ao eixo 𝑂𝑢 ⃗⃗ é o número real:

𝑀 𝑢 = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ∙ 𝑢 ⃗⃗ (2.4)

Sendo O’ outro ponto qualquer do eixo, usando a fórmula de mudança de polo:

𝑀 𝑢 = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ′ ∙ 𝑢 ⃗⃗ = [

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 + (𝑂 − 𝑂 ⏟ )

∥𝑢 ⃗⃗⃗

∧ 𝑅⃗⃗

⊥𝑢 ⃗⃗⃗ ]

∙ 𝑢 ⃗⃗ = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ∙ 𝑢 ⃗⃗

Assim, o momento 𝑀 𝑢 é invariante em relação a pontos do eixo.

Propriedade: O momento do sistema de forças é a soma dos momentos de cada força em relação ao eixo 𝑂𝑢 ⃗⃗:

𝑀 𝑢 = 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ∙ 𝑢 ⃗⃗ = [∑(𝑃 𝑖 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ 𝑖

𝑛

𝑖=1

] ∙ 𝑢 ⃗⃗ = ∑[(𝑃 𝑖 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ 𝑖 ∙ 𝑢 ⃗⃗]

𝑛

𝑖=1

= ∑[𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂𝑖 ∙ 𝑢 ⃗⃗]

𝑛

𝑖=1

= ∑ 𝑀 𝑢𝑖

𝑛

𝑖=1

2.1.4.3 – Componentes de 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 Dados:

- uma força (𝐹⃗, 𝑃);

- um polo O;

- um sistema de eixos Oxyz de versores 𝑖⃗, 𝑗⃗, 𝑘⃗⃗.

Seja:

𝐹⃗ = 𝑋𝑖⃗ + 𝑌𝑗⃗ + 𝑍𝑘⃗⃗

𝑃 − 𝑂 = 𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗ + 𝑧𝑘⃗⃗

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 = 𝑀 𝑥 𝑖⃗ + 𝑀 𝑦 𝑗⃗ + 𝑀 𝑧 𝑘⃗⃗

Temos:

(a) 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 = (𝑃 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ = | 𝑖⃗ 𝑗⃗ 𝑘⃗⃗

𝑥 𝑦 𝑧

𝑋 𝑌 𝑍

| ⇒ {

𝑀 𝑥 = 𝑦𝑍 − 𝑧𝑌

𝑀 𝑦 = 𝑧𝑋 − 𝑥𝑍

𝑀 𝑧 = 𝑥𝑌 − 𝑋𝑦

Para um sistema de forças (𝐹⃗ 𝑖 , 𝑃 𝑖 ):

(6)

6 RBS-2021

(b) 𝑀 𝑥 , 𝑀 𝑦 e 𝑀 𝑧 são os momentos da força em relação aos eixos Ox, Oy e Oz, respectivamente.

Observações:

A) Se uma força for paralela a um eixo, seu momento em relação a este será nulo:

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 = (𝑃 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ ⇒ 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ⊥ 𝐹⃗ ⇒ 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ⊥ 𝑢 ⃗⃗ ⇒ 𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 ∙ 𝑢 ⃗⃗ = 0

B) O módulo do momento de uma força em relação a um ponto é o produto do módulo da força pela distância da linha de ação da força ao ponto (“braço da força”):

𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 = (𝑃 − 𝑂) ∧ 𝐹⃗ ⇒

⇒ |𝑀 ⃗⃗⃗ 𝑂 | = |𝑃 − 𝑂| ∙ |𝐹⃗| ∙ |sin 𝜃| =

= |𝐹⃗| ∙ |𝑟 sin 𝜃| ⏟

𝑑

= |𝐹⃗| ∙ 𝑑

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