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ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DO CICLO DO NATAL

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Academic year: 2022

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ARQUIDIOCESE DE POUSO ALEGRE – MG CALCOMISSÃO ARQUIDIOCESANA PARA A LITURGIA _____________________________________________

ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DO CICLO DO NATAL 2016-2017

Caros irmãos Presbíteros, Religiosos (as), Consagrados (as), Seminaristas, e todos os Animadores da vida litúrgica de nossas comunidades da Arquidiocese de Pouso Alegre!

O tempo passa! Mas, para nós, os cristãos, não passa às cegas, ou guiado por um acaso, que lhe rouba todo e qualquer sentido! O tempo, para nós, é santo! É intervalo entre a primeira e segunda vinda do Senhor! Não é “Kronós”, que nos submete e nos devora. É “kairós”, sempre tempo de graça e de experiência do Mistério de Deus que nos atrai e revela o seu amor! Caminhemos, portanto, para dentro dele! Esse é o convite que o novo ano litúrgico, que terá início no primeiro domingo do Advento, renovadamente nos faz!

Esperamos que nossa caminhada litúrgica, no ciclo do Natal, seja plena de possibilidades para o encontro com o Senhor, o Príncipe da Paz, que nos convida à Casa do Pão, à Belém eucarística, onde refulge a alegria para todos os povos: “Eis que vos anuncio uma grande alegria!..”( Lc 2,10).

1. As motivações

1.1. O Evangelho de Mateus

O novo ano litúrgico, ano A, nos proporciona a oportunidade de aprofundamento da fé e da espiritualidade litúrgica, auxiliados sobretudo pelo evangelho de São Mateus. Desde as primeiras páginas desse evangelho, Jesus é proclamado o Salvador enviado por Deus (cf. Lc 1,46b-47).

O Evangelho de Mateus centra sua narrativa em dois focos complementares: Jesus Salvador e o Reino dos Céus. Jesus é o Cristo, o Mestre que ensina. Reúne discípulos. Prepara-os e os envia em missão. É o Filho de Deus, Filho de Davi, Filho do Homem. É o Servo Sofredor. Tais títulos, originados na tradição judaica, são fundamentais para a compreensão da fé, da salvação e do seguimento do Mestre. O Reino dos Céus é a soberania de Deus, proclamado por Jesus, através dos discursos, especialmente o Sermão da Montanha. É confirmado pela atuação de sua autoridade e poder, através de curas e de exorcismos e da escolha e do envio dos discípulos. Sua presença já é a proximidade do Reino (10,7). Entretanto, é também objeto do desejo e da esperança dos que oram e suplicam: “Venha o teu Reino” (6,10).

A concepção de Igreja em Mateus é realista. Despida de triunfalismo. Aponta para a mistura de pessoas, assemelhada à rede do Reino, cheia de peixes, porém, não todos aproveitáveis. Houve um traidor no colégio apostólico (26,25). Entre os recomendáveis, houve a indignação de dez contra dois (20,24) e a negação escandalosa de Pedro (26,75). Portanto, Mateus não nos faz ver uma Igreja idealizada. Nela existem as contradições pessoais: filhos do Reino e filhos do Maligno (13, 38-39), os maus e os justos (v.

49) e falsos profetas e discípulos (7,15-13).

Qualquer um pode cair no pecado, inclusive Pedro (26,34). Assim sendo, todos precisamos de perdão, de misericórdia e de correção. Consequentemente, a Igreja é a escola da correção fraterna (18, 15-18) e a pátria da misericórdia, do perdão (v. 21-35) e da acolhida (9,9-13): “Não vim chamar justos” (9,13).

Portanto, ela é de todos, mas especialmente aberta aos pecadores, aos pobres e simples (5,3; 6,19-21.24;

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19,16-25). Inclusive, o Filho do Homem será reconhecido nos necessitados, afligidos, ultrajados e marginalizados, no último julgamento (25,40).

A eclesiologia em Mateus é ministerial e fraternal (10,40-42). Porém é hierárquica (13,52; 23,34). Nela há profetas, escribas e sábios (13,52; 23,34). A autoridade dos Doze é de serviço, inclusive a primazia de Pedro, pois – o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (20,28). Todos são chamados à humildade, devido ao fato que quem se torna menor é o maior (18,4), na promoção de Jesus. A comunidade orante dos fiéis tem importância invulgar, devido à presença do Senhor, quando eles se reúnem em seu nome (18,19-20).

Mateus contribui parcialmente para a compreensão dos principais sacramentos. O Batismo é de finalidade universal, sua fórmula é a confissão trinitária de Deus e está ligado ao inteiro ensinamento de Jesus (28,19-20). A Eucaristia é o Corpo do Senhor e o Sangue da Aliança, derramado por muitos para a remissão dos pecados (26,26-28). O perdão dos pecados decorre do poder de ligar e desligar dado aos Doze (18, 18) e do poder das chaves dado a Pedro (16,19).

Mateus enraíza a Igreja na origem da tradição, fonte de rejuvenescimento. Estimula cada discípulo do Reino dos Céus a tirar coisas novas e velhas do próprio tesouro (13,52). Bom meio de renovação.

(Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/323/mateus-evangelho-do-ano).

1.2. O primeiro ano do triênio em preparação para o Jubileu da Arquidiocese de Pouso Alegre Dentro da programação do Jubileu da Arquidiocese de Pouso Alegre, que completará seus 120 anos de missão a serviço da evangelização em 2020, o ano de 2017 será vivido, sobretudo na vida litúrgica, como o ano da Fé. Ênfase seja dada à Festa da Epifania, com a abertura em todas as comunidades do Triênio Jubilar, o anúncio solene das datas litúrgicas mais importantes do ano, bem como a sensibilização para o início da Catequese de Iniciação à Vida Cristã, visto que também priorizaremos, em 2017, os Sacramentos do Batismo-Crisma-Eucaristia. Também celebraremos solenemente a Festa do Batismo do Senhor.

(Orientações posteriores para as celebrações do primeiro ano do triênio jubilar).

1.3. Ano jubilar: 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida

A imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul no ano de 1717.

Portanto, em 2017 a aparição da imagem completará 300 anos. Em comemoração à data, o Santuário Nacional de Aparecida promove o Jubileu “300 anos de bênçãos”, com uma programação devocional e obras de fé que vão nos preparar para o grandioso tricentenário. A imagem peregrina está visitando nossa arquidiocese, e nela permanecerá como um marco importante da devoção de nosso povo, e da nossa disposição em fazer tudo o que Jesus nos ordenar, como a Mãe do Senhor nos ensina.

2. O ciclo do Natal

Celebrando o mistério pascal de Cristo em suas primeiras manifestações, o ciclo do Natal engloba o tempo do Advento, como preparação, as festas do Natal que inclui a Epifania, como chegada e realização, e o tempo do Natal, como prolongamento com as festas da Sagrada Família, de Maria, Mãe de Deus, encerrando com a festa do Batismo do Senhor. Nele fazemos memória da vinda salvífica do

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Senhor, da sua manifestação na fragilidade de nossa carne, na contingência e contradições de nossa história, enquanto aguardamos seu novo Natal, seu Reino, sua vinda definitiva e gloriosa no fim dos tempos.

2.1. Advento

A palavra “advento” quer dizer “que está para vir”. O tempo do Advento é, para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado. Esse tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isso, o tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa, conforme lembram as Normas para o Ano Litúrgico e o Calendário Romano (cf. NALC 39). É de fundamental importância deixar que o Advento seja Advento e não Natal. Para isso, fica bem evitarem-se os enfeites luminosos, festões, bolas, brilhos, etc... Nossas igrejas não são shopping centers. Enfeitar a igreja para o Natal às vésperas da grande festa acentua bem a passagem, a chegada do Esperado com tanta expectativa!

2.1.1. Orientações litúrgicas

Alguns símbolos, gestos e ações simbólico-rituais expressam mais intensamente a verdade dessa espera em nossas celebrações.

a) O elemento principal é a própria Eucaristia, o sacramento da espera: "até que ele venha".

b) A Palavra (o VERBO!). Advento é tempo especial de escuta, de atenção, de

"gravidez" da Palavra: que o Verbo se faça carne em nós! Todo o rito da Palavra merece destaque: a valorização do Lecionário e da mesa da Palavra;

o cuidado de preparar bem a proclamação dos vários textos bíblicos, o canto do salmo, tornando- os vivos, bem compreendidos para serem bem acolhidos pela comunidade; o silêncio após cada leitura, após o canto do salmo e também após a homilia, para "guardar no coração" a boa notícia e o apelo amoroso de Deus. Sobretudo, valorize-se o Evangeliário, que não é um enfeite, para solenizar de vez em quando a liturgia, mas elemento indispensável quando se trata de valorizar a Palavra de Cristo. Ele seja levado na procissão de entrada, depositado sobre a mesa do altar até o momento da aclamação, e conduzido à mesa da Palavra durante o canto de aclamação. Por se tratar de Advento, pode-se fazer esse rito de modo menos solene, mas nunca de qualquer maneira!

c) A comunidade reunida para a oração, para a escuta da Palavra e para a ação de graças é sinal sacramental da espera e da chegada do Senhor. O Advento é tempo oportuno de aprofundar e melhorar nossas relações e nossa convivência na família, na comunidade, na vizinhança, como sinal visível da chegada do Reino entre nós. A esperança se reacende quando relações novas e fraternas se estabelecem entre as pessoas. Valorize-se, portanto, a acolhida das assembleias litúrgicas, com gestos mais afetuosos e fraternos.

d) "Cantar o Advento"! Os cantos e as músicas têm papel importante, evocando os temas bíblicos aprofundados, as experiências vividas, os sentimentos de espera, de expectativa pela vinda do Reino. Reafirma-se, aqui, a importância da escolha dos cantos de entrada e de comunhão em

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sintonia com a Palavra de Deus de cada celebração. O canto do Glória, antigo hino natalino, é omitido, ficando reservado para o tempo do Natal.

e) O diretório litúrgico indica o roxo (ou rosáceo) como cor litúrgica deste tempo, mas o sentido não é o mesmo da quaresma. De modo especial, no terceiro domingo, o “domingo da alegria”, preferência seja dada à cor rosa.

f) A coroa do Advento, feita com ramos verdes (esperança, brotos, novo que vem surgindo), de forma circular (aliança, realeza de Cristo, coroa dos eleitos, eternidade, parusia, etc.), com as quatro velas (não há normas específicas para cores das velas) que progressivamente se acendem, com um rito apropriado, de preferência sempre na ambientação(antes da celebração), retoma o costume judaico de celebrar a vinda da luz à humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais, expressa nossa prontidão e abertura ao Senhor que vem e quer nos encontrar acordados e com nossas lâmpadas acesas.

Deve ser de material natural (não de festão ou outro material artificial), sem enfeites de bolas nem brilhos, colocada ao lado do altar (nunca em cima) ou da Mesa da Palavra.

No primeiro domingo do Advento, fica bem abençoar a coroa do Advento. Pode ser no início da celebração, logo depois da saudação, antes do Ato Penitencial, com a seguinte oração: “Senhor, nosso Deus, a terra se alegra nestes dias, e vossa Igreja exulta diante do vosso Filho que vem como Luz esplendorosa para iluminar os que jazem nas trevas da ignorância, da dor e do pecado. Cheio de esperança em sua vinda, o vosso povo preparou esta coroa com ramos verdes e a adornou com luzes. À medida que as velas desta coroa forem sendo acesas, iluminai-nos, Senhor, com esplendor daquele que, por ser Luz do mundo, iluminará toda a escuridão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”.

Nos domingos seguintes, na ambientação da celebração pode-se realizar o acendimento de cada uma das velas da coroa, ou logo após a saudação inicial (antes do ato penitencial). Pode-se, ainda, acendê-las antes da primeira leitura. De todos os modos, importa manter o mesmo momento nas quatro semanas, pedagogicamente conduzindo o povo na expectativa que a própria liturgia da Palavra cria de encontro com o Senhor que vem. Sugere-se que uma pessoa assentada no meio da assembleia se levante, com uma velinha acesa, e acenda a vela da coroa, fazendo uma breve oração: “A luz de Cristo que esperamos neste Advento enxugue todas as lágrimas, acabe com todas as trevas, console quem está triste e encha nossos corações da alegria de preparar sua vinda!” (2º domingo); “Bendito sejas, Deus bondoso, pela luz de Cristo, sol de nossas vidas, a quem esperamos com toda a ternura do coração” ou “Preparemos um caminho para o Senhor!

Endireitemos nossas estradas! Para que todas as pessoas vejam a salvação de Deus”(3º domingo); ou “Deus Pai de Bondade, vós enviastes vosso Filho ao mundo por meio de Maria, vossa serva. Vossas promessas se cumpriram naquela que é a imagem da Igreja e sua maternidade nos inspira no discipulado, na esperança e na alegria da proximidade do Natal. Por ela brilhou para nós a luz da salvação, Jesus, nosso irmão. Bendito sejais, Senhor! (4º Domingo) A vela poderá ser acesa por uma mãe grávida nesse último domingo. A comunidade pode cantar um refrão apropriado.

g) Entre os textos eucológicos (orações, prefácios...) deste tempo, a aclamação litúrgica “Vem, Senhor Jesus!" torna-se a grande súplica, o forte clamor das comunidades, em preces, refrãos e antífonas. O Missal Romano, p. 519, propõe uma bênção própria para o Advento.

h) A novena de Natal, feita em grupos, há anos realizada em todo o Brasil, é uma maneira de intensificar a espera e alimentar a esperança da libertação com cantos, orações, meditação da Palavra, gestos de solidariedade e compromisso com os mais pobres, montagem do presépio e momentos de confraternização.

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i) As celebrações de reconciliação e penitência durante o tempo do advento possibilitam às comunidades um caminho de conversão e retomada do projeto de Jesus. Que nossas comunidade sejam aproximadas do perdão e da misericórdia do Senhor, especialmente através do sacramento da Reconciliação.

j) Destacar a figura de Maria com alguma imagem ou ícone de Nossa Senhora dentro do espaço celebrativo, principalmente a partir do dia 17 de dezembro. Nunca, porém, colocar a imagem sobre o altar. O melhor seria perto da coroa do Advento. Ao final de cada celebração cantar um hino mariano. Celebrar bem as duas festas marianas que ocorrem no Advento: dia 08 de dezembro (Imaculada Conceição de Nossa Senhora), com flores, alfaias brancas, Glória, incensação da imagem de Nossa Senhora nos ritos iniciais e talvez uma breve homenagem à Mãe do Senhor ao final da celebração, e dia 12 de dezembro (Nossa Senhora de Guadalupe). No Quarto Domingo seria bom valorizar a imagem de Maria, com uma vela acesa ou arranjo discreto (poucas flores), para não ferir a reserva simbólica própria do tempo. Outra sugestão é colocar a imagem de Maria em lugar apropriado com uma lamparina a sua frente (sinal de vigília e espera).

k) O presépio poderá ser montado aos poucos, a cada semana, até o quarto domingo, ou então, a partir do dia 17 de dezembro (início da Novena de Natal). Que a cada domingo a comunidade visualize sinais da aproximação da chegada do Senhor, também por meio da arrumação do presépio. Que seja, o quanto possível, expressão de nossa fé cristã e de nossa cultura. É muito significativo construir o presépio em mutirão. Se houver árvore de Natal, colocar nela frutos de nossa terra e outros símbolos que expressem nossos sonhos e esperanças. O presépio deve ser simples, bonito e de bom gosto, como foi simples e pobre a manjedoura onde Jesus nasceu.

l) Para se preservar o sentido do Advento, e ajudar melhor nossas comunidades a celebrar esse tempo de espera e preparação para o Natal, é importante que as missas de formatura e primeira Eucaristia que ocorrem neste período não sejam “apêndices” à sua espiritualidade litúrgica.

Sugere-se que essas celebrações sejam preparadas por pessoas que conhecem a liturgia, salvaguardando a sobriedade e os textos litúrgicos e bíblicos do Advento, bem como os cantos e demais expressões próprias desse tempo. Portanto, cuidar para que a solenização desses momentos não ofusque a sobriedade e motivações litúrgicas do Advento.

2.2. As festas natalinas: Natal e Epifania

Natal é o Mistério, sacramento da humanização de Deus e da divinização humana. Não simples aniversário, mas expressão e cultivo de nossa identidade humana plena/divina. Reconhecimento do rosto de Deus no outro, nos pequenos, nos pobres - todos filhos e filhas de Deus a quem Deus ama e quer amados e salvos... No Natal celebramos a manifestação de Deus em nossa humanidade, partilhando sua vida e ternura conosco e revelando seu jeito de ser humano. A salvação entra definitivamente em nossa história pela porta dos pequenos, e a contemplamos na singeleza do menino de Belém, na visita dos pastores e dos magos ao presépio, no Batismo de Jesus no Jordão, quando o Pai o proclama: Filho amado a quem devemos ouvir. Contemplamos o nascimento

do Senhor, não como um acontecimento isolado, mas plenamente conjugado com o mistério de sua páscoa e da parusia. A manifestação que se iniciou com seu nascimento segundo a carne, só será plena com sua morte-ressurreição-ascensão e efusão do Espírito Santo, tendo sua culminância na sua segunda vinda no final dos tempos. Sendo assim, a Epifania é para o Natal, o que Pentecostes é para a Páscoa: seu desenvolvimento e proclamação ao mundo. É o desfecho radiante do Natal!

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2.2.1. Orientações litúrgicas

Alguns sinais podem ajudar a evidenciar a grandeza desse Mistério:

a) O ponto alto das festas do Natal-Epifania é a celebração da Eucaristia. A ceia do Senhor é o sacramento de sua presença entre nós. É o momento em que o Verbo se faz carne, torna-se corpo nos sinais do pão e do vinho e da comunidade reunida. Na eucaristia se dá a epifania da Igreja, que unida a Cristo torna-se sinal e instrumento de salvação para o mundo (cf. SC 2).

b) As leituras bíblicas: O Verbo se faz carne na comunidade reunida que ouve atenta e adere à Palavra -

"o povo que andava nas trevas viu uma grande luz!"... "Hoje, um Filho nos foi dado"... Seu nascimento é "manifestação" é Palavra que dá sentido à história. Dar ênfase ao Evangeliário, levando-o na procissão de entrada (à frente do ministro ordenado e não após a cruz!), colocando-o sobre o altar, incensando-o na aclamação, cantando o Evangelho, etc. Na noite e dia natalinos, fica bem colocá-lo ao lado da manjedoura após a proclamação, evidenciando o Mistério do Verbo que se fez carne.

c) Luz: Natal, festa das luzes, que já anunciam as luzes da noite pascal (cf.l° prefácio da festa)- 'o sol invictus' que vence a noite, somos filhos no Filho -a vida nova que brota da Páscoa: dimensão pascal do natal e epifania: importância da presença do Círio pascal, de flores e uso do incenso nas celebrações deste tempo. Na epifania, o tema da luz está ligado à estrela que guia os magos;

portanto, a luz é a fé que nos guia entre as trevas e nos faz contemplar o mistério de Deus em nossa realidade.

d) Cor branca: diversidade das cores, sinal da paz que cobre a terra com a chegada do Príncipe da paz...

a estrela que conduz ao Menino.

e) Presépio: Menino, Maria e José, os pastores, os magos - Deus se manifestando nos pequenos e nos que se abrem ao seu projeto.

f) Partilha de bens: É bastante significativo o costume de propor à comunidade uma oferta natalina, como doação de alimentos, roupas, fraldas, etc, à alguma instituição beneficente ou à famílias mais carentes da comunidade. São sinais que evidenciam a melhor compreensão da generosidade de Deus, que se solidariza à humanidade carente.

g) Os Reizados e Folias, tão presentes entre o povo, expressam a busca das pessoas, a reverência pelo Menino Deus e a alegria da festa onde todos são chamados a partilhar e celebrar a vida. Seria importante integrar essas expressões culturais e devocionais à Festa da Epifania.

h) Merece uma atenção especial a consideração que a Liturgia faz às possibilidades de celebrações da véspera e dia de Natal:

Missa da Vigília - caso se celebre, é na tardezinha do dia 24 ou até às 19h, se houver outra mais tarde.

Missa da noite: de acordo com o costume local, facilitando o afluxo de fieis, mas considerando o seu caráter de missa do “galo”, isto é, em horário mais avançado na noite. Vale lembrar a importância da “Proclamação do Natal” nesta missa, semelhante à proclamação do Exultet Pascal.

O “Anúncio Natalino” vocês encontram no Diretório da Liturgia – CNBB - 2015, p. 40.

Missa da aurora: as que forem celebradas na parte da manhã do dia 25, até o meio dia.

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Missa do dia de Natal: as que se celebram após meio dia, inclusive às 19h do dia 25.

i) Importante motivar toda a comunidade para as celebrações festivas da oitava do Natal, aproveitando a riqueza das orações e textos bíblicos e litúrgicos que nos ajudam a aprofundar toda a riqueza do Mistério da Encarnação do Senhor.

j) Há o costume, de anunciar liturgicamente na festa da Epifania as principais datas litúrgicas do ano, como a data da Páscoa, Pentecostes, etc., incluindo algumas datas da própria arquidiocese ou da comunidade local, o que nos parece bastante significativo. (Conferir Diretório da Liturgia – CNBB – 2016, o Anúncio das solenidades móveis de 2016).

2.3. O tempo do Natal

Pertencem ao ciclo da Natal as festas de Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), da Sagrada Família e do Batismo do Senhor. Outras festas estão na semana dentro da oitava do Natal: Santo Estevão, o primeiro mártir (dia 26); São João apóstolo e evangelista, o discípulo amado (dia 27) e os Santos Inocentes, mortos por Herodes (dia 28).

2.3.1. Maria, Mãe de Deus

A festa do Natal põe em realce dois aspectos complementares do mesmo mistério: a encarnação do Filho eterno de Deus Pai, e a maternidade divina de Maria, que decorre da divindade de Jesus de Nazaré, de quem ela é a Mãe.

Celebramos também o dia mundial da Paz; Deus, ao vir à terra, instaura um tempo em que a paz se torna possível porque a reconciliação também. Também celebramos o início de mais um ano civil. Todos queremos um ano novo abençoado. E bênção é Deus mostrando-nos sua face, vivendo conosco. Mas, a bênção maior é Deus em Jesus, “nascendo de mulher”, tornar-se um de nós, e assim nos introduzir em sua família divina, como filhos adotivos de seu mesmo Pai. Essa bênção os pastores viveram em Belém e saíram anunciando a todos: a alegria do nascimento de nosso Salvador. Dessa bênção vem também a desejada paz: paz nos corações, nas famílias, na sociedade... fermento da paz e fraternidade universais!

Sugere-se, para destacar o Mistério celebrado:

a) Na procissão de entrada, além da cruz processional, velas e Evangeliário, pode-se levar também uma bandeira branca (bandeira da paz), bem como flores e frutas da terra.

b) Na recordação da vida, dependendo das circunstâncias, seria muito bom lembrar (ou levar a assembleia a lembrar-se) pessoas, grupos, instituições ou movimentos que estão lutando pela paz, integrando-os na grande ação de graças, memorial do mistério pascal.

c) Dar destaque ao abraço da paz.

d) Para a bênção final, como alternativa à bênção solene prevista no Missal Romano (n. 3), sugerimos usar a bênção solene do Tempo Comum I (n. 10).

2.3.2. Sagrada Família

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O sentido teológico desta festa afina-se com o sentido teológico do Natal/Epifania, ou seja, é manifestação do Senhor na realidade familiar, como consequência de sua encarnação: veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência e no trabalho de uma família concreta, com todas as suas contingências. A família de Nazaré, única e irrepetível, é indicada como modelo para qualquer família cristã. Importante salientar o plano de Deus para a família e os valores importantes a serem vividos nas relações domésticas. É preciso ter o cuidado, no entanto, para não excluir, com posturas moralizantes, as famílias que não conseguem estar inclusas nesse modelo perfeito da família de Nazaré. Sugere-se valorizar os personagens do presépio (Maria, José e o Menino), dar uma bênção especial ou fazer uma oração de envio a todas as famílias, para que possam dar seu testemunho de amor na sociedade.

2.3.3. Batismo do Senhor

Depois da Solenidade da Epifania, celebra-se a Festa do Batismo de Jesus, que conclui o tempo litúrgico do Natal. Em 2017 a Festa do Batismo do Senhor cairá em uma segunda-feira, não sendo possível antecipar para o domingo, pois este será dedicado à Festa da Epifania. As comunidades estejam atentas a essa data (09.01), para que se faça a celebração com a solenidade que ela merece, e os fieis sejam motivados a participar.

O batismo de Jesus no rio Jordão nos revela a identidade do Nazareno, filho de Maria: ele é o Filho de Deus, o Messias esperado para "anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação dos presos, e dos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Nesta festa, somos convidados a celebrar e renovar nosso batismo, no qual cada um/a de nós recebeu a identidade de filhos/as adotivos/as de Deus e por isso também missionários/as.

Sugestões litúrgicas:

a) Dar um destaque especial à pia batismal, enfeitando-a com flores. Junto dela, deixar preparada uma vasilha para fazer o rito de aspersão.

b) A procissão de entrada seja feita como de costume. Neste dia, o círio Pascal pode ser conduzido na procissão de entrada e ficar aceso ao lado da pia batismal.

c) Renovação dos compromissos batismais, com renúncia, credo dialogado e aspersão batismal (não substitui o ato penitencial da celebração).

d) As preces sejam feitas de acordo com realidade da comunidade, e trazendo presente as necessidades da Igreja. De modo especial, rezar pelos catequistas da Pastoral Batismal.

Como o ciclo do Natal encerra-se com a celebração do Batismo do Senhor, parece-nos mais catequético retirar os enfeites de Natal, incluindo o Presépio, após essa celebração, e não no “dia de reis”, como se faz costumeiramente.

Desse modo, esperamos contribuir para que todos vivenciem com profundidade o ciclo natalino, e iniciem o ano litúrgico compreendendo-o como um itinerário teológico, pedagógico e espiritual de fé. Sugere-se que o(s) padre(s) da comunidade reúna-se com bastante antecedência com os animadores da liturgia, para que tudo seja preparado com carinho e esse tempo seja vivido com expectativa, alegria e compromisso com o Deus-conosco!

Pouso Alegre, 01 de novembro de 2017 Pe. Vanildo de Paiva Coordenador da C.A.L.

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