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DISCUSSÕES AGRÁRIAS; ESFORÇOS PELA CONSERVAÇÃO DO SOLO EM PERNAMBUCO.

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Academic year: 2022

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EIXO TEMÁTICO:

( ) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação

(x ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade ( ) Educação Ambiental

( ) Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental ( ) Gestão dos Resíduos Sólidos

( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico ( ) Mudanças Climáticas

( ) Novas Tecnologias Sustentáveis

( ) Paisagem, Ecologia Urbana e o Planejamento Ambiental ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente

( ) Turismo e o Desenvolvimento Local

DISCUSSÕES AGRÁRIAS; ESFORÇOS PELA CONSERVAÇÃO DO SOLO EM PERNAMBUCO.

AGRARIAN DISCUSSIONS; EFFORTS FOR THE CONSERVATION OF SOIL IN PERNAMBUCO.

AGRARIAN DISCURSIONS; ESFORÇOS PELA CONSERVAÇÃO DO SOLO EM PERNAMBUCO.

José Gilson Rodrigues

Graduando, UPE, Brasil.

gsom-alviverde@hotmail.com

Juscelino Sobral Pereira

Graduando, UPE, Brasil juscelinosobral@gmail.com

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1. Introdução

O trabalho baseia-se nas perspectivas e buscas de acontecimentos e estudos voltados as posições agrárias e conservação do solo, com ênfase no estado de Pernambuco. Tendo como objeto a degradação do solo e as questões sociais que por ventura desta degradação modificam o ambiente vivenciado pelo homem. Uma vez que diante de políticas públicas e ações governamentais, envolvendo diversos setores ligados as áreas agrícolas pernambucanas, as problematizações com o solo demostram ações relevantes perante as questões do meio agrícola.

As Zonas rurais possuem um aspecto antrópico marcante, em que, com o aprimoramento da capacidade do homem em domesticar os animais e domínio da plantação, apresentam-se como fatores essenciais para o estabelecimento e expansão do homem na superfície terrestre.

Nos dias atuais, o meio rural não é mais tão atraente para várias pessoas do seguimento agrícola, pois as dificuldades nas áreas agrícolas dificultam a vivencia do indivíduo e com isso, podemos observar uma constante migração do meio rural para o meio urbano. E em consequência do processo mencionado, há uma expansão da cidade e diminuição populacional de forma considerável o meio rural. No entanto, na atualidade o uso da produção agrícola é utilizado com frequência pelos moradores urbanos, devido ao fato do consumo de produtos agrícolas, pecuário e também há um aumento do segmento do turismo. Onde as pessoas que vivem nas áreas urbanas aproveitam dos aspectos naturais provenientes do campo.

1.1Estudos Agrário no Brasil

Os estudos agrários no Brasil, no início dos anos 50, possuíam uma visão mais

conservacionista, ou seja, havia a preocupação com a conservação do Ambiente rural,

pela sua importância comercial e também pela própria importância da conservação do

recinto do ambiente e tudo o que compõe ele. Nessa abordagem, havia a preocupação

com a qualidade do solo, pois sem a devida conservação do mesmo, havia uma

diminuição na sua fertilidade (BRITO, 1988; BERNARDES, 1961; FERREIRA, 2002).

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Na década de 60, houve a preocupação da utilização sistemática desses dados levantados, ou seja, houve a padronização dos modelos teóricos, que poderiam ser mensurados e correlacionados entre si. Nessa época a visão antropocêntrica era mais evidente, pois como na década passada, a preocupação ainda era no rendimento do solo a fim de proporcionar para a população produtos de boa qualidade (BRITO, 1982).

Na década de 70 essa visão foi intensificada, pois se teve a preocupação com a produção do país, ou seja, o meio ambiente e a conservação não era mais a preocupação principal, e sim os meios de produção básica, que fluíam de acordo com as necessidades do mercado financeiro (VALVERDE, 1964; FERREIRA, 2002).

Por outro lado, alguns estudos publicados começaram a considerar a importância da conservação do meio ambiente, e também a importância das áreas rurais em termos sociais, pois com o aumento da mecanização das áreas rurais, houve acentuada degradação do meio ambiente, e também diminuição nos postos de trabalho. Alguns autores refletem sobre a importância da agricultura tradicional, que apresenta menor impacto ambiental e o aspecto social voltado ao trabalhador rural (BRASILEIRO, 2006).

Recentemente, a geografia agrária também manifesta interesse para os aspectos fundiários, ou seja, a quem pertence a terra. Um dos exemplos mais comuns dentro desse tema são os seringueiros, que possuem o seu nicho bem estabelecido na nossa sociedade, e que realizam uma extração equilibrada da matéria prima. Esses trabalhadores possuem conhecimento vindo de sua cultura, e mesmo assim, são muitas vezes marginalizados, pois a nossa cultura moderna-industrial nos impede, muitas vezes, de enxergar a necessidade de uma extração equilibrada do meio ambiente (BRASILEIRO, 2006, p. 25).

Vale salientar que a literatura a cerca desse tema possui uma visão majoritariamente antropocêntrica, ou seja, o homem no centro das pesquisas. Esse tipo de visão pode possuir aspectos positivos para o ponto de vista econômico, pois com isso, há muitos estudos para a melhor adaptação do solo, melhora de recursos, avanços tecnológicos, melhora a qualidade dos grãos e animais com as modificações genéticas. Porém devido a falta de estudos voltados apenas para a ecologia, consegue-se observar que a longo prazo os impactos são cada vez mais severos ao meio ambiente, e que não conseguiremos recupera-lo com tanta facilidade (GUSMÃO, 1974; GUIMARÃES, 1983; MAGNAGO, 1995).

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1.2 Região Nordeste.

Na região nordeste, os estudos possuem uma preocupação com o clima da região, pois como é um clima semiárido, a chance de erosão, salinização do solo são maiores. O desmatamento é o que deixa a terra mais suscetível a erosão, pois há a falta de proteção da mesma, reviramentos do solo para o plantio, falta de manejo, etc. (ANDRADE, 2005; BRASIL, 2007).

A salinização é também um reflexo da falta de manejo, pois ocorre pelo acúmulo de sais solúveis e também de sódio trocável. Se o processo de irrigação não for compatível com o solo, e a água apresentar uma quantidade excessiva desse sal, há um reflexo negativo no solo (STERNBERG, 1951).

A compactação do solo também é vista como um dos grandes degradadores da terra. Esse tipo de impacto no solo normalmente é realizado quando há o manejo incorreto de rebanhos, que quando são distribuídos de forma assimétrica no campo, causam esse tipo de sobreposição do solo. Quando o solo está localizado no semiárido, há uma maior chance de desertificação do solo (SOUZA, 2006).

Os autores chamam a atenção para a caatinga, que em muitas regiões estão em processo de desertificação não só pela falta de água, mas também pela falta de efetivação das políticas públicas e a falta de estímulos à uma forma de manejo mais equilibrada com um ecossistema tão frágil (SAMPAIO, 2005, p. 101; BAIARDI, 2007

1.3 Pernambuco e o Contexto Agrário.

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e algumas ONGs (Organizações Não Governamentais) relacionadas estão trabalhando para aumentar a preservação da caatinga. Um exemplo aplicado foi a realização da regularização de algumas empresas em Pernambuco para que o desmatamento e o impacto ambiental sejam cada vez menores. O programa Mata Nativa, intensificaram a fiscalização em 2006 no Recife, com isso após 3 anos, 95% das empresas estavam legalizadas, resultando numa diminuição dos impactos.

Como consequência da mitigação dos impactos causados, há um aumento no que diz respeito à agroecologia. A agroecologia possui um espectro amplo, em que há a preocupação com o

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meio ambiente, a qualidade da produção agrícola, mas também a preocupação socioeconômica e cultural dos agricultores (ROCHA, 2004).

Essa nova forma de lidar com os trabalhadores rurais, pode ser um aspecto positivo, pois devolve ao camponês a sua dignidade e também lhe dá a possibilidade de atuar na política de forma mais ativa. Isso modifica toda a forma de agricultura tradicional, pois os moradores reaprendem a estar em harmonia com o ambiente em que moram. E também, como conhecem muito bem a região, há maior possibilidade de recuperação das áreas mais afetadas (VELOSO 1952; BRITO, 1979; POLTRONIERI, 1980).

Se verifica a presença de cultivos diversificados, como: lavouras de feijão, milho e mandioca, principalmente, mas também existe o interesse na produção de leite e a partir de 2006, houve um incentivo para a produção de leite para crianças carentes, com um aumento em 23% na produção daquela região (FIGUEIROA, 2006).

Esse aumento significativo foi concretizado graças à uma parceria do governo federal, em associação com a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária (SPRRA) e a Companhia de Abastecimento e de Armazéns Gerais do Estado de Pernambuco (CEAGEPE).

Embora a iniciativa apresentada seja uma forma benéfica para a população do entorno, alguns dados publicados evidenciam que esse tipo de produção ainda precisa de algumas melhorias, principalmente nas áreas de manejo dos animais e também no sistema de abastecimento de água. Se mostra ter a preocupação com a qualidade do leite adquirido pelas pessoas (MONTEIRO, 2007).

2. Conclusões

Levando-se em consideração os aspectos observados concluímos, que ao longo dos anos, com o aumento da degradação do solo, biodiversidade e diminuição da renda per capita dos trabalhadores rurais, houve um aumento na preocupação de melhor manejo do meio ambiente e com isto a necessidade da devolução da dignidade e aspectos sociais às famílias rurais.

A região do Nordeste, especificamente Pernambuco, possui um clima semiárido, que requer ainda mais preocupação de manejo com o solo, pois sendo uma região que apresenta clima seco e por ventura desenvolva-se uma irrigação inapropriada, paralela ao desmatamento,

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acarreta na desertificação do solo, e consequentemente, ocorre mais gastos de tempo e recurso para a recuperação de tal solo.

Apresenta-se nesse trabalho como está sendo trabalhado a recuperação do solo bem como a atenção com o bem-estar da população dessa região. Observa-se como políticas públicas bem embasadas em literatura podem ser positivamente impactantes na vida do cidadão pernambucano, como por exemplo, o aumento na produção de leite, e os cuidados de manejo adequado do solo, os quais permitem uma estabilidade no âmbito agrário social.

Agradecimentos

Agradecemos, a Deus, por termos a oportunidade de participar de tal evento tão grandioso.

Referências

ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. – 7. ed. rev. e aumentada – São Paulo: Cortez, 2005.

BAIARDI, Amílcar; MENDES, Januzia. Agricultura familiar no semi-árido: fatalidade de exclusão ou recurso para o desenvolvimento sustentável. Revista Bahia grícola, v. 8, n. 1, nov. 2007.

BERNARDES, N. – Características gerais da agricultura brasileira no século XX, RBG, ano 23, n 2, 363-420, 1961.

BRASIL. Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil. MMA, Secretaria de Recursos Hídricos, Universidade Federal da Paraíba; Marcos Oliveira Santana, (Org). Brasília. Ministério Meio Ambiente, 2007.

BRASILEIRO, Robson Soares. Agricultura orgânica e conservação ambiental: uma alternativa de fortalecimento da produção o familiar no assentamento Chico Mendes em Pombos/PE.

Dissertação (Mestrado) UFPE – CFCH – Deptº. de Geografia, 157f, Recife – PE, 2006.

BRITO, M. A. & Innocêncio, N. R. – Organização do espaço agrário do Estado do Rio de Janeiro, RBG, ano 50, n 3, 85-119, 1988.

BRITO, M. A. & Mesquita, O. V. – Expansão espacial e modernização da agricultura brasileira no período de 1970/1975, RBG, ano 44, n 1, 3-50, 1982.

BRITO, S. R. de & Guimarães, L. S. P. – Conseqüências sociais da seca no Nordeste, RBG, ano 41, n 4, 90-99, 1979.

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FERREIRA, Darlene Aparecida de Oliveira. Mundo rural e geografia. Geografia agrária no Brasil:

1930-1990. São Paulo: Editora UNESP, 2002. – (PROPP)

FIGUEIROA, J. G. O sinal verde para a reestruturação da agroindústria do leite no agreste.

Disponível em: <http: / www.agronline.com.br/ artigos/ artigos.php?id=240> Acesso em: 18 mar. 2018.

GUIMARÃES, L. S. P. Transformações técnicas e relações de trabalho na agricultura brasileira em áreas de baixo nível de modernização, RBG, ano 45, n 2, 155-204, 1983.

GUSMÃO, R. P. Estudo da organização agrária da região sul através de uma análise fatorial, RBG, ano 36, n 1, 33-52, 1974.

MAGNAGO, A. A. et al. A modernização da agricultura no entorno do Distrito Federal e a questão ambiental, RBG, ano 57, n 4, 35-45, 1995.

MONTEIRO, A. Características da produção leiteira da região do agreste do estado de Pernambuco, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, vol. 28, núm. 4, octubre-diciembre, 2007, pp.

665-67.

POLTRONIERI, L. C. – Aspectos sociais, fundiários e de modernização da agricultura paulista entre 1940 e 1970, RBG, ano 41, n 4, 1980.

ROCHA, Everaldo B. Agroecologia: modelo tecnológico e desenvolvimento agrícola sustentável.

Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v. 21, nº 1, jan/jun. 2004.

SAMPAIO, Everaldo V.S.B.; ARAÚJO, Maria do Socorro B.; SAMPAIO, Yony S.B. Impactos ambientais da agricultura no processo de desertificação no Nordeste do Brasil. Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v. 22, nº 1, jan/jun. 2005.

SOUZA, Marcos José Nogueira. A problemática ambiental: cenários para o bioma da caatinga no Nordeste do Brasil. In. SILVA, José Borzachiello da, Org.; LIMA, Luiz Cruz, Org.; DANTAS, Eustógio Wanderley Correia, Org. Panorama da geografia brasileira II. São Paulo: Annablume, 2006.

STERNBERG, H. R. – Aspectos da seca, 1951 – Ceará, RBG, ano 13, n 3, 327-389, 1951.

VALVERDE, O. – O uso da terra no leste da Paraíba, RBG, ano 16, n1, 49-91, 1955

VELOSO, M. G. – A exportação da borracha na região dos formadores dos rios Arinos e Teles Pires (Norte de Mato Grosso), RBG, ano 14, n 4, 377-406, 1952.

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