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Desenvolvimento de modelo para administração de carteiras de crédito a pessoas jurídicas em um banco comercial com base na teoria de diversificação de riscos

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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

DESENVOLVIMENTO DE MODELO PARA ADMINISTRAÇÃO DE

CARTEIRAS DE CRÉDITO A PESSOAS JURÍDICAS EM UM BANCO

COMERCIAL COM BASE NA TEORIA DA DIVERSIFICAÇÃO DE RISCOS.

Tese apresentada ao Curso de Doutorado

em Administração da FGV / EAESP

Área de Concentração : Finanças, como

requisito para obtenção do Título de

Doutor em Administração.

João Carlos Douat

Orientador Prot. Dr. João Carlos Hopp

São Paulo 1994

(2)

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Escola e São Paulo

Empresa de . . . N.o de Chamada - - -- - - . L, )

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(3)

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À CELESTE. JOANNA CAROLINA

E CARLOS HENRIQUE. dedico este trabalho pelo carinho. amor e compreensão.

(4)

AGRADECIMENTOS

Este trabalho é fruto da participação de muitas

pessoas, às quais desejamos agradecer:

.Ao Professor Doutor João Carlos Hopp, pelo incentivo e pela orientação, sempre de grande valia.

· Aos pro fessores Abraham Laredo Si csu e Sí 1 vio

Aparecido de Carvalho pelas sugestões e críticas que enriqueceram este trabalho.

· Aos ex-colegas e amigos do Banco Itaú S. A., pelo

prazer do longo convívio profissional.

· Agradeço especialmente aos meus pais e irmãos pelo

carinho e constante apoio em todas as nossas

empreitadas .

(5)

RESUMO

Este trabalho. com caracter íst i ca de anál ise teórica.

focaliza o tratamento geral dos riscos da atividade

bancária. para. posteriormente. concentrar-se no risco de crédito. O risco de crédito é tratado sob vários enfoques. conceituando-o como a base da estruturação de empréstimos

pelos bancos comerciais. É explorado o conceito de

administração de carteiras de

hoje é realizado. bem como.

empréstimos da forma como aponta as deficiências da atual metodologia. Analisa a diversificação de riscos. bem

como a sua adequação à administração do risco de crédi to

de carteiras de empréstimos a pessoas jurídicas. Aponta metodologias para solução dos problemas encontrados pelo risco da concentração de crédito. tanto com a utilização de escores de créd i to. como com a sua var iab i I idade· . com

mudanças nos estados da economia. Posteriormente.

apresenta a formulação teórica de um possível "hedge" ao risco da carteira de empréstimos.

Finalmente. apresentamos nossas conclusões no que

concerne a administração de carteira de empréstimos

(6)

SUMMARY

This essay is a theorical analysis of several banking risks, with emphasis on the credit risk. Credit risk is analysed under some points of view and is defined as a basis for a structuring of the loans by commercial banks.

The present methods of loans portfolio management are described and the weaknesses are appointed.

This essay analyses the risks diversification, so as

its adequancy to the credit risk management in the

corporate loans portfolio. It pointed the methods for the

solution of the problems founded by the credit

concentration risk, not only by the ratings usage, but

also its variability with the changes in economic factors.

Finally, it shows the theoric phormulation of a

possible hedge against the risk of a loans portfolio.

Our conclusion in what concerns the management loans portfolio of a banking institution, so as its relevancy are also described.

(7)

ÍNDICE

CAPÍTULO I.- RISCOS NA ATIVIDADE BANCÁRIA . . . l

CAPÍTULO II.- RISCO DE CRÉDITO . . . 20

CAPÍTULO III.- RISCO DE CRÉDITO EM CARTEIRAS DE

EMPRÉSTIMOS . . . 58

CAPÍTULO IV,- RISCO DE CRÉDITO E A DIVERSIFICAÇãO .. 71

CAPÍTULO V.- ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS DE

EMPRÉSTIMOS . . . 98

CAPÍTULO VI.- CONCLUSÕES . . . 135

(8)

CAPÍTULO I - RISCOS NA ATIVIDADE BANCÁRIA

1.1.- INTRODUÇÃO

É de extrema relevância a plena conceituação dos riscos que a atividade bancária vem defrontando nos dias atuais, no sentido de melhor caracterizar o risco de crédito, que é o foco deste trabalho. Técnicas de administração de carteiras

de empréstimos bancários envolvem essencialmente a

administração do risco de crédito.

Dentro de uma perspectiva histórica, temos que há algum tempo atrás os mercados financeiros refletiam uma si tuação mui to mais tranqui la do que nos dias atuais; a través de taxas de juros e de câmbio mais estáveis os bancos coletavam depósitos e faziam empréstimos em um ambiente bastante calmo.

Antes de 1970 a atividade bancária era um negócio comum e bem entendido pelos vários participantes deste setor. Os bancos cumpriam o papel de intermediário entre os supridores e os usuários de fundos monetários, administrando riscos e, às vezes, tomando riscos. Básicamente coletavam depósitos e faziam empréstimos em um macro-ambiente mais estável, o que

(9)

proporcionava uma situação de grande estabilidade e previsionabilidade de resultados.

A caracteristica principal do setor era a sua boa lucra ti vidade, obt ida pela assumpção de um ni vel de risco aceitável. Adicionalmente, a competição não era intensa e o grau de inovação era bastante baixo.

Há que se ressaltar que a década de 70 ofereceu fatos de alta relevância ha economia internacional, como as crises do petróleo em 1973 e 1979, que afetaram em grande parte o mercado financeiro internacional, e sua estabilidade.

Porém a determinante para a maior volatilidade do mercado financeiro surge de que, em meados dos anos 70, ocorre neste mercado uma forte tendência à desregulamentação da taxa de juros e de câmbio, à queda de fron teiras na a ti vidade bancária e, além de que, a introdução de novas tecnologias de comunicação e informação, provocam uma grande mudança nos mercados financeiros.

A natureza da atividade bancária, o escopo e o risco dos bancos, con forme sustentado por BANKS1, são aI terados por

lBANKS,Erik. VoJatIlJtyand credJt rJsk Jn tne capJtaJ markets

(10)

fatores externos, notadamente, o aumento na volatilidade do . mercado e o aumento na competição entre os bancos.

A volatilidade do mercado financeiro foi resultante da queda do padrão ouro estabelecido pelo "Bretton Woods Agreemen t " em 1944 quando da suspensão por par t e dos Estados Unidos da América da convertibilidade do dolar em ouro. Desde 1944, data do acordo, o padrão financeiro internacional era o ouro, porém a moeda era o dólar americano, o que vinha gerando grandes déficits na balança de pagamento americana. Os Estados Unidos da América exerciam pressão para que a Alemanha e o Japão inserissem suas moedas na conversibilidade em ouro. Frente à recusas sistemáticas, em agosto de 1971, o governo americano suspende a conversibilidade do dólar em ouro,

grande ruptura no acordo de 1944. A partir câmbio passa a ser totalmente flutuante.

provocando a desta data o

Em uma perspectiva de risco, o colapso de Bretton Woods provoca movimen tos bruscos em moedas e taxas. A magni tude desta volatilidade trouxe grandes oportunidades para os bancos tomarem riscos, engajando-os em uma administração de risco e acelerando a inovação de produtos.

(11)

São apresentadas quatro razões para justificar o aumento da competição no sistema financeiro; a quebra da distinção entre bancos comerciais e de investimentos (desregulamentação); o processo de exclusão dos bancos da

intermediação tradicional (desintermediação); a boa

lucratividade do setor; e a globalização dos mercados financeiros. Estes fatos induzem a um maior número de participantes neste mercado, muitas vezes fazendo com que os bancos procurem novos mercados, alcançando negócios mais arriscados e complexos.

Frente a mercados mais voláteis e com novas

oportunidades compet i t i vas, induzindo uma grande agitação nos mercados financeiros com a entrada de novos competidores e produtos, surge a dúvida sobre qual seria a receita para o sucesso neste mercado. Como será a empresa financeira do futuro? Quais os fundamentos para as empresas financeiras obterem sucesso no futuro? Estas perguntas passam a dominar o tempo de grandes estrategistas atuantes neste mercado.

CASSERLEy2 acredita que, neste ambiente, a

administração eficiente do risco e retorno é a habilidade requerida para o sucesso das empresas financeiras.

(12)

"Most business take risk of one form or another. An oil exploration company runs the risk that it will drill only dry holes; a compu ter or so f t dr inks company, tha t nobody will buy its products. But for these consumer and industrial companies, the core skill required for success in their

businesses is not managing risk for reward it is

respect i vel y geolog i cal knowledge, compu ter design and market ing, and dr ink concot ion and market ing. Consumer and industrial companies try to focus on these key skills, and pass on their financiaI risks to others so that they can concentrate on making and selling their products. For financiaI firms, however, managing risks for reward is their core skill for success. Designing products and marketing are very important for financíal firms, but they are not the core skills required for success. FinanciaI firms must seek out risk and wring profits from it. FinanciaI firms can only prosper in their business by being able to separa te well-priced from badly well-priced risks."

Atualmente bancos de todos os tipos percebem que as razões para a existência deles é a administração do risco. Procuram saber o que isto significa, e como eles podem

transformar o risco em algo plenamente administrável. Estão procurando maneiras de medir o risco como um prelúdio a

(13)

controlá-lo e precificá-Io. Estão debatendo com os reguladores se seu melhor entendimento do assunto é a chave para reduzir as penalidade das regras e restrições que eles enfrentam.

Tido o risco como a volatilidade dos potenciais resultados para os bancos e outras companhias, ele significa a volatilidade do lucro futuro, com relevantes consequências no processo de criação de valor do banco. Os bancos devem focalizar o risco do adverso porque são requeridos a ter

suficiente capital para se proteger contra estas

adversidades. À capitalização exigida pelos regulamentadores faz com que o custo de capi tal do banco cresça, exigindo como contrapartida um subsequente acréscimo do seu nível de receitas para manutenção da lucratividade esperada, o que, geralmente, é fei to através de novos negócios com maior nível de risco, podendo inclusive, afetar a sua situação de

lucratividade.

Fica claro que aqueles que melhor definirem e

administrarem o risco terão vantagem competitiva e irão prosperar.

(14)

1.2.- TIPOS DE RISCOS BANCÁRIOS

Neste ponto é importante caracterizar os vários tipos de risco que uma Instituição Financeira enfrenta em suas atividades.

Quadro 1.1. - RISCOS NA ATIVIDADE BANCÁRIA

RISCOS NO BALANÇO RISCOS NA TRANSAÇÃO

I

Risco

l

Risco Risco de Taxa de Juros de Liquidez de Troca de Moeda Risco de Crédito Risco Operacional Risco Tecnológico

l

Risco de Soberania

Riscos "Off Balance Sheet"

BANKS3, SAUNDERS4 e KOCH5 são alguns dos autores que descrevem com muita propriedade os riscos encontrados pelos

3BANKS,Erik. Voiatiiityand ,.,.,. p.2

4SAUNDERS, Anthony. Financiai institlltions management:A

modern perspective. Richard D. Irwin, Inc., 1984 5KOCH, Thimothy W. Bank management The Dryden .Press,

(15)

bancos. Construímos a tabela acima utilizando os vários conceitos apresentados. porém alocando-os em uma perspectiva de identificação da origem dos mesmos.

A classificação de riscos bancários "NO BALANÇO" se refere aos riscos que podem ser identi ficáveis no balanço patrimonial de uma instituição financeira. enquanto os riscos classificados "NA TRANSAÇÃO" se referem a riscos que os bancos assumem em suas atividades transacionais.

RISCO DE TAXA DE JUROS

O risco de taxa de juros está relacionado a oscilações nas taxas de juros no mercado. A transformação de ativos é uma função especial dos intermediários financeiros e envolve a compra de títulos primários e a emissão de títulos secundários. Usualmente a compra e a emissão tem diferentes características de maturidade e liquidez. o que pode provocar lucros ou prejuízos frente a oscilações da taxas de juros.

Por exemplo. no caso da compra de um título primário (passivo) a 9% a.a .. por um prazo de 1 ano. e da emissão de um título secundário (ativo) a 10% a.a. por um prazo de 2 anos. teríamos a seguinte esquematização

(16)

0<--- passivo --~-->1

0<--- ativo --->2

~---1---_;

Con forme diagrama acima no f inal do pr imeiro período teremos um lucro final de 1% a.a .. Porém o lucro do segundo período é incerto, pois dependerá do custo do passivo neste período. Se o custo do passivo permanecer o mesmo, o lucro será novamente de 1% a.a. Porém se o custo do passivo no período 2 for alterado, digamos para 11%, certamente a instituição terá um prejuízo de 1% a.a. no período.

o

risco de taxa de juros quando a inst i tui ção mantém ativos com prazo superiores ao dos

chamados de RISCO DE REFINANCIAMENTO.

passivos são também Quando a inst i tuição mantém passivos com prazos superiores ao dos ativos teremos uma exposição ao RISCO DO REINVESTIMENTO. Adicionalmente a estes dois riscos, que são o desmembramento do risco de taxa de juros, devemos lembrar que quando há alteração das taxas de juros as inst i tui ções financeiras en fren tam o RISCO DO VALOR DE MERCADO, que representa o aumento ou diminuição no valor de mercado de um ativo ou passivo, dado que o valor de

(17)

mercado é conceitualmente igual ao fluxo de caixa descontado do ativo ou do passivo.

Como filosofia geral, deveríamos casar os prazos dos ativos e dos pasivos, apesar de que, conforme posição de SAUNDERS6, a instituição reduziria sua rentabilidade porque trabalhar ia contra a função da trans formação dos a t i vos, inerente às Instituições Financeiras.

RISCO DE LIQUIDEZ

O risco de liquidez está relacionado ao fato dos detentores dos passivos das instituições financeiras poderem demandar caixa imediato em seus haveres financeiros. Nesta situação, a instituição financeira ou torna recursos adicionais ou vende ativos .para fazer frente à demanda de caixa. Usualmente os detentores dos haveres financeiros contra a instituição demandam grandes saques de dinheiro em duas situações; a primeira na necessidade de caixa hão. esperada, e a segunda na fal ta de confiança por parte dos deten tores para com o banco. Os bancos de maneira geral' trabalham com avançados modelos de previsão de caixa que lhes permite um grande grau de previsibilidade para os saques de caixa. bem corno formam "reservas de liquidez" para

(18)

serem utilizados em momentos de saques não esperados, mesmo ao custo de uma menor rentabilidade. Quanto à confiança, lógicamente, os bancos atuam no sentido de sempre possuírem e fortalecerem a confiança dos detentores de haveres

financeiros.

RISCO DE TROCA DE MOEDAS (Câmbio)

Este risco está relacionado ao fato de que a atividade bancária está se tornando cada vez mais globalizada, exig indo portanto das inst i ui ções f inanceiras a habi 1 idade de se expandirem, além de suas fronteiras de forma direta ou de expandirem o port foi io de a t i vos para incluir títulos estrangeiros além dos títulos domésticos. Desta forma a volatilidade no câmbio de moedas constitui outro risco

característico das instituições financeiras.

A classi f i cação de riscos "NA TRANSAÇÃO" se re fere a riscos que aparecem quando da efetivação de transações bancárias.

RISCO DE CRÉDITO

O risco de crédito existe porque o fluxo de caixa prometido sobre os títulos primários mantidos pelas

(19)

instituições financeiras pode ou não totalidade. Se a instituição financeira tudo, na turalmen te não haver ia risco de

ser pago na sua sempre recebesse crédito. Existem vários níveis de risco de crédito ("default risk") em função da falta de pagamentos completa ou parcial. Como os riscos de crédi to são em tese não elimináveis, a incumbência das insituições financeiras é de estimar o risco de perda esperada nos tí tulos e empréstimos e exigir prêmios pelo risco nos títulos de igual exposição ao risco. Este tipo de risco será objeto deste estudo.

RISCO OPERACIONAL E TECNOLÓGICO

O risco investimentos

operacional está que os bancos têm

relacionado aos grandes realizado no sentido de

aumentar suas eficiências operacionais, e, o risco

tecnológico ocorre quando os investimentos em tecnologia não produzem a redução de custos esperada na economia de escala (grau pelo qual o custo unitário médio da instituição

f inanceira produzir servi ços f inanceiros cai com o aumento dos servi ços) e de escopo do banco ( grau pelo qual uma insituição

produzindo

financeira pode gerar múltiplos produtos de

sinergias de custos serviços financeiros). Podem ser apontadas várias causas para o risco tecnológico

(20)

.excesso de capacidade instalada .ineficiência burocrática

.tecnologia redundante

É sabido que ganhos de investimentos tecnológicos podem produzir performance superior à dos concorrentes e permitir que uma instituição financeira desenvolva produtos novos e inovadores aumentando sua chance de sobrevivência de longo prazo. Porém o risco tecnológico sempre existirá e além de provocar perdas de eficiência competitiva de uma instituição financeira pode resultar em uma posição bastante difícil no longo prazo.

RISCO DE SOBERANIA

O risco de soberania(ou de pais) é um sério risco operando fora de

instituições que estejam origem. Se o fato de uma desejar pagar ocorrer,

empresa mesmo não poder seu país pagar ou para de não que em um mercado

internacional, será caracterizado puramente como risco de crédi to, uma vez que a inst i tui ção ainda poderá recuperar todo o empréstimo ou parte, através de renegociações tradicionais de crédito. O risco de soberania aparece quando a empresa pode e desej a pagar um determinado emprést imo,

(21)

porém o governo do país proibe ou limi ta o pagamento por falta de moeda externa ou por razões políticas.

RISCO DE "OFF BALANCE SHEET"

Neste risco estão envolvidas operações não identificadas no balanço de uma Instituição Financeira, po~ém, que afetam as formas futuras do balanço da Insti tuição na medida que criam ativos e passivos contingentes. Aqui se enquadram operações de derivativos, que são uma consequência dos ativos já existentes.

1.3.- METODOLOGIA PARA ADMINISTRAÇÃO DOS RISCOS

Lógicamente, na atividade bancária não encontraremos a nítida separação dos vários tipos de riscos pois estes riscos são, geralmente, interdependentes. Porém o sucesso da atividade bancária dependerá em mui to da habilidade de se identificar,

riscos.

mensurar e administrar corretamente estes

Vários autores propõem uma metodologia geral para a administração do risco da atividade bancária. BANKS7,

(22)

SAUNDERS8, KOCH9, CASSERLEYI0, DREEDEN11, CHIRINKO, GUILL e HEBERT12, COMPTON13, CONNEL14 , WESLEy15 e WYMAN16 são alguns dos autores que formulam metodolog ias para a administração de riscos na atividade bancária.

Bási camen te o processo de administração bancária deve contemplar três estágios separados:

. identificação dos riscos .mensuração dos riscos .administração do risco.

Reconhecer e classificar todos os riscos a serem encontrados na atividade bancária se consti tuiria na primeira fase deste processo. Identificando e categorizando

8SAUNDERS, An thony "F.inancial . . . " p. 7

9KOCH, Thimothy W. "Bank. , .... 11 p. 7

loCASSERLEY, Domini c "Fac.ing up . . . " p. 4

llDREEDEN, D. Bank risk management in Handbook of Modern

Finance, 2nd Edition, Warren,Gorham

&

lamont,1990

12CHIRINKO,Robert,GUILL,Gene,HEBERT,Paul. Developing a systematic approach to credit risk management. Journalof Reta.il Banking, Fall 91, pp. 29-37

13COMPTON,Eric N. Credit analysis is risk analysis. The

Bankers Magazine, Mar/Apr 1985, pp. 49-54

14CONNEL, Harold L. Taking an integrated view of risk management. Uni ted States Banker, December 91, p18+ 15WESLEY, David H. Credit risk management: Lessons for success The Journal of Commercial Lending, August 1993, pp.32-38

16WYMAN, William W. How to improve credit risk management. The Journal of Commercial Bank Lending, September 1991, pp.20-31.

(23)

os riscos acuradamente

°

banco estará em uma posição excelente para a segunda fase do processo. Devemos ressaltar que riscos não identificados,ou identificados incorretamente induzirão a resultados incompletos ou negativos.

Quadro 1. 2 . - PROCESSO DE ADNINISTRAÇÃO .DO RISCO

Identificação

.

if Mensuração

,

Decisão da

Não Transação ? Sim

~

Sem Adm.de Adm. de

Risco Risco

~

-

(24)

Na segunda fase o risco deve ser mensurado. Lógicamente

esta mensuração pode ser difícil quando estivermos

trabalhando com ambientes estocásticos 17 . Usualmente, nesta fase, os· bancos desenvolvem técnicas de mensuração de riscos para aplicá-las na sua atividade. Algumas técnicas são intuitivas na sua natureza e de fácil entendimento. Outras são mais complexas, recaíndo sobre equações ma temá t icas ou estatísticas, sob premissas que podem se alterar com o tempo. O objetivo mais importante no processo de mensuração é o de desenvolver medidas conservadoras o suficiente para assegurar que um banco é capaz de mensurar, com razoável certeza, os riscos que está assumindo, porém não tão conservadoras ao ponto de deixar de fazer bons negócios. Portanto, a mensuração deve ser acurada, sem super ou sub avaliar o risco.

Após identificar e mensurar os riscos a instituição deverá decidir se irá engajar-se ou não em determinada transação com um cliente. Se não transacionar não terá nenhum trabalho em termos de administração do risco. Porém

se decidir transacionar, deverá considerar as três

possibilidades da administração de risco a saber:

17Aqui utilizado como conceito de ambientes em constantes mudanças.

(25)

.reténção do risco .redução do risco

.transferência do risco.

Se o banco sentir que o nível de risco é acei tável , baseado nos pontos fortes do cliente ou no retorno da transação, ele irá reter o risco,

padrão. Lembramos que este é o bancos.

tornando-se o seu negócio negócio mais usual dos

Se o banco sentir ser o risco inaceitavelmente alto, ou o retorno da transação não compensar o risco, ele irá procurar a redução do risco através de um número de mecanismos, incluíndo a colateralização ou reestruturação do produto.

Porém se o risco for inaceitavelmente alto e o retorno completamente insuficiente para cobrir o risco percebido, o r isco poderá ser trans fer ido. A trans ferência poderá ser alcançada via sua colateralização completa ou por agregação de uma terceira parte.

Procedendo conforme o Processo de Administração de Riscos na Instituição Financeira estaríamos, certamente,

(26)

minimizando as perdas e maximizando os lucros, maximizando desta forma o valor dos bancos.

Neste trabalho focalizaremos o risco de crédito, concentrando especificamente sobre sua identificação, mensuração e administração, tanto a nível do r isca

individual como no da carteira de empréstimos de um banco.

(27)

CAPÍTULO II.- RISCO DE CRÉDITO

Não há dúvida que o risco de crédi to é um dos riscos mais relevantes na administração bancária. Alguns autores chegam a classificá-lo como o principal risco que um banco enfrenta em suas atividades. SAUNDERSl acredi ta que identificar e medir o risco de crédito é crucial para os bancos no sentido de poderem precificar um empréstimo corretamente, e para estabelecerem limitações nos montantes de crédito que concedem para tomadores individuais.

Porém, o que entendemos por risco de crédito? Risco d~

crédi to significa o risco de perda em empréstimos ou em investimentos das mais variadas formas que realizamos, devido a falência da empresa investida ou mesmo pela deterioração de sua condição financeira. Sinteticamente poderíamos afirmar que o risco de crédito está relacionado com a falha em pagamentos durante a vida de uma transação financeira.

SAUNDERS ci ta que a experiência americana recente em termos do risco de crédi to tem sido traumática. A baixa qualidade das decisões tanto de financiamentos como de

(28)

I,

d

"

I

I

investimentos no mercado americano aumentaram a atenção i sobre o risco de crédi to. Exempl i f i ca com a questão dos empréstimos a países menos desenvolvidos no início dos anos

80, bem como, o caso dos empréstimos em habitação e investimentos em "junk bonds" no início dos anos 90.

WESLEy2 acredita que a fraca qualidade de crédito verificada nestes períodos são uma consequência de se ignorar os fundamentos do crédito, porém admite que os bancos de alta performance, apesar de não terem se constituído uma exceção, minimizaram sua perdas por preservarem bons controles do risco de crédito. Outra importante colocação de WESLEY é de que a essência do risco de crédito -a probabilidade do empréstimo ser pago- não tem sido alterada, porém admite que a natureza do risco de crédito se alterou neste período em função da si~uação

macroeconômica que levou a uma excassez de tomadores saudáveis, provocando uma maior quantidade de problemas com empréstimos, a diminuição de receitas e a erosão das margens de lucro dos bancos.

Estas colocações reafirmam a necessidade do tratamento sistemático e profundo do risco de crédito. Usualmente considerações sobre o risco de crédi to em uma insti tuição

2WESLEY,David H. Credit risk management:Lessons for success.

(29)

financeira é a função primária dos oficiais de crédito das instituições. ou mesmo. de comitês de crédito.

11.1.- PROCESSO DECISÓRIO DE CRÉDITO

Para visual izarmos corno a determinação tradi cional do risco de crédito é realizada devemos inicialmente nos referir ao processo decisório de crédito. Este processo incorpora a obtenção de um grande número de informações dos clientes - dos quais estamos interessados em urna decisão de crédi to -. a análise do crédi to e a decisão de um negócio (empréstimo ou investimento).

As informações dos 'clientes podem ser obtidas através de documentação oficial- demonstrativos financeiros. estatutos. cadastros. aI terações contratuais. planej amento dos negócios. et c. a través de visi tas às empresas - aspectos administrativos. operacionais. tecnológicos. mercadológicos. e estratégicos -. e através de informações obtidas junto a terceiros- fornecedores. clientes. agências de informações. e outros bancos.

Estas informações são processadas na etapa que chamamos de análise de crédito. que é onde. sob a macro orientação da . política de crédito da instituição financeira. utilizamos as

(30)

mais variadas técnicas no sentido de se estabelecer o risco de crédito que estaríamos assumindo em negócios que viessemos a realizar com o cliente em estudo. Na etapa da decisão de crédito, após a consideração do risco de crédito e, frente à possibilidade de uma estruturação de empréstimo com o cl ien te - mon tan te, prazo, taxa, garan t ias e produ to -toma-se uma decisão de negócios, que será sistema ti camen te utilizada como fator de realimentação da própria política de crédito da instituição.

Quadro 2.1. PROCESSO DECISÓRIO L2e CRÉDITO

- - - -,

INFORMAÇÕES ----) ANÁLISE DE CRÉDITO --) DECISÕES

POLÍTIC4 DE CRÉDIro

A determinação do risco de crédito é realizada na etapa "análise de crédi to". Nesta etapa procuramos determinar o

(31)

risco de crédito do cliente em estudo. Porém, face ao grande número de informações que poderemos ter sobre um determinado cl ien te, faz-se necessár ia a adoção de uma metodologia que determine a sequência da análise a ser realizada com aquelas informações. Esta sequência de análise, que utilizamos na determinação do risco de crédito, toma como base os tradicionais "Cs do crédito" - caráter, capacidade, capital, condições e colateral.

11.2.- C's DO CRÉDITO

WESTON e BRIGHAM3 consideram que os 5 C's do crédito são realmente os fatores pelos quais o risco de crédito é julgado.

CARÁTER está associado à probabilidade que o cliente irá

tentar honrar a obrigação. Está associado com a

intencional idade do cliente em cumprir com a obrigação assumida.

CAPACIDADE descreve um julgamento subjetivo da

habilidade do cliente pagar a dívida. Engloba a capacidade

administrativa, produtiva, tecnológica, comercial e

(32)

financeira do cliente. A enfase recai na capacidade de geração de caixa do cliente. o que certamente engloba todas as capacidades descri tas acima. Reforça a tese de que a

fonte principal de pagamento de um empréstimo deve ser a geração de caixa de um cliente. e não outras fontes. como por exemplo as garantias oferecidas.

CAPITAL refere-se à posição econômico financeira do cliente como indicada pela análise financeira. Refere-se basicamente à evolução patrimonial e econômica do cliente. Denota a história da acumulação de capi tais da 'empresa ao longo de sua existência.

CONDIÇÕES está relacionado com o impacto que a situação economica do país ou do setor de atividade reflete na empresa. podendo inclusive afetar sua habilidade de cumprir com a obrigação assumida.

COLATERAL é representado pela disponibilidade de garantias reais que a empresa tem para oferecer a fim de se proporcionar maior segurança na operação de empréstimo.

Usualmente a análise do fator caráter recai sobre uma investigação das ações passadas do pretendente ao crédi to que darão subsídios para o estabelecimento do provável

(33)

caráter deste cliente. No caso brasileiro recorremos a informações usualmente desabonadoras obtidas em de um agências informações a nível nacional.

determinado cliente, que concentram estas

Ressaltamos que uma empresa também possue caráter e que, este é o reflexo do caráter dos administradores e acionistas da empresa. Percebe-se que a análise do fator caráter nos leva a uma premissa de que, se no passado o cliente mostrou alto grau de cumprimento das obrigações por ele acordadas, podemos projetar que na situação futura, e com alta probabilidade de acerto,

cumpr i r os acordos termos práticos, os

por

ele continuará a ter a intenção de ele firmado. Logicamente que, em fatos passados deverão

pelos prazos e montantes incorridos, no estabelecer a relevância dos fatos ocorridos.

ser ponderados sentido de se

A capacidade é averiguada a través de um conhecimento maior de quem são os administradores e acionistas da empresa e a respectiva capacidade administrativa, de qual é o seu nível tecnológico e o sistema de produção empregado, de quem são seus clientes e fornecedores e como se processa sua comercialização, de seu orçamento de caixa e capital, de sua geração de recursos de suas operações. Aqui reforçamos a idéia de que tudo o que a empresa deva possuir no sentido de

(34)

garantir uma boa geração de caixa, e se possível crescente, deverá ser objeto de estudo neste tópico. Naturalmente que para uma empresa ter boa geração de caixa ela necessita ter

capacidade administrativa, produtiva, operacional,

tecnológica, e de comercialização. Logicamente estas

capacidades individuais deverão estar inseridas num bom

gerenciamento estratégico da empresa.

o

fator capital é normalmente verificado através da

análise de seus demonstrativos financeiros. Incorpora a

idéia de visualizarmos a história de acumulação de capital

da empresa ao longo de sua existência. Possívelmente a

empresa que atravessou no passado momentos de crises

econômicas com relativo sucesso tende a possuir boas

condições de superação de futuras crises'que, por ventura, venham a ocorrer. Então a análise econômica financeira da empresa, por mais que baseada em sua condição passada, traz argumentos para sustentação de sua possível situação futura.

o

fator condições- relacionado à situação

macroeconômica e do setor de atuação da empresa em análise-é analisado por um acompanhamento sistemático da economia como um todo, bem como, de seus vários segmentos/ramos de atividade. Permite visualizarmos as possíveis consequências

(35)

da si tuação do setor de a ti vidade na capacidade atual e futura de geração de caixa da empresa.

Finalmente, o fator colateral é verificado pela disponibilidade de garantias reais que o clientejoferece ao banco no momento do estudo do empréstimo, b~m como o

I

interesse do banco por aquelas garantias. Portanto, colateral idade é a capacidade da empresa prover garantias em seus negócios.

Através do manuseio das informações obtidas com a ajuda de algumas técnicas de análise de crédito tradicionais, e de

i

acordo com parâmetros pré-definidos pela Política de Crédito da Inst i tui ção Financeira, classi f i ca-se o risco :de crédi to individual da empresa.

Neste momen t o o responsável pela análise já deveria estar em condições de estabelecer um grau para ~ qualidade

I

de crédito daquela empresa, o que poderia se consubstanciar

I

em um escore ou " ra ting" de crédi to. Esta classi ficação certamente será um balizamento muito importante n~ definição do negócio, que inclui também a estruturação do empréstimo -que vem a ser a análise do montante, prazo, taxa e garantias oferecidas-o Ou seja, uma vez classificado

O!

I risco de crédito, o processo de estruturação dos empréstimos

(36)

permitirá a conclusão de um possível negócio considerando o risco já definido, ou melhor. definindo um fator de risco

i

para a operação que foi baseada em determinadcb risco de

I I

crédito.

É importante salientar que uma boa estruturação de empréstimos não reduz o risco de crédito do nosso cliente,

I

porém pode abrandar o risco da operação como mostta o quadro

2.2.

Conforme o quadro, percebemos que apesar· de termos

I

discorr ido sobre cinco Cs do crédi to, diagramam!os somen te três. A justificatica é de que CONDIÇÕES não' pode ser analisado independentemente do fator CAPACIDADE'I Para uma

I

empresa ter capacidade de gerar caixa pressupõe-se que ela tem também condições de comercialização, ou s~ja existe

I

mercado comprador de seu produto e sua situação é boa. Acreditamos que a análise do fator condições deva ser realizado quando da análise do fator capacidade, ~ por esta razão consideramos, para efeito de diagramação,como incluso

I

na análise da capacidade da empresa. I

(37)

_ / i

Quadro 2.2. - AVALIAÇ40.DO RISCO DE CREDI7D

I

carater

I

... , ... .

I

capacidade II,....-ca-p

....

"a-c-i-da-d-e----"'

+ ...

"" ...

"...-.... . ... .

, .. ", ... .

+ ... \...

-

+

,.li/·/ ... "...

-I

caPi;:1

II

ca~ital

II

ca~ital

11':';Pita'l

;/ """'",,:,....

~/"~><::~// \\~,/>//

\ \ ' \ ' \ \ , !

I

RISCO 1

RISCO 2

RISCO 3

RISCO: 4

!

r--- ---,

I I

estruturaçao da operaçao

!

1 ______ - - - ________________________________ ~ _________ I I

I

I ~ ,

risco operaçao "isco operaçao risco operacao

(38)

o

outro C ,que vem a ser o COLATERAL, nãb deve ser incluso na análise do risco de crédi to, e sim utilizado na

I

estruturação para efeito da contemporização do fator de risco da operação, não do crédito. SMITH4 defenqe que esta separação deve ser fei ta até para sermos coerentes com a afirmação de que em crédito não devemos tomar

dec~sões

tendo como base as garantias. No máximo as garantias, podem ser

I ;

consideradas como uma segunda fonte de pagamento do empréstimo, o que em muito pode amenizar 01 risco da operação.

11.3.- MODELOS DE DETERMINAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO

I

No processo de escoragem do risco de crédito, lou seja,no estabelecimento da probabilidade do risco de perda de um cliente, as instituições utilizam-se de escalas nJméricas ou de categorias descritivas. Mais especificament~, existem modelos de determinação do risco de crédito desde os relativamente quali tativos até os aI tamente quan1ti tativos. Observe-se que estes modelos não são mutuamente excludentes,

I

I

podendo, en tão, uma Inst itui ção Financeira u t i I izar-se de vários modelos ao mesmo tempo.

4SMITH,Keith V. Guide to working capital management

(39)

Pesquisas na área de estabelecimento de escalas numéricas têm-se concentrado em duas fases. N:a primeira procura-se a mensuração da associação entre a I medida de

risco e um conjunto de índices financeiros. e n~ segunda a exploração desta associação para efeitos de avaliqção de sua contribuição na predição do risco assumido. Frequentemente tem-se como resul tado destas pesquisas uma for~ulação do tipo:

Onde Y é a variável dependente. X os índices financeiros. e w os pesos atribuídos aos "n!'

I

índices financeiros.

I

Estes modelos. basicamente. dividem os tomadores em classes de risco (alto. médio ou baixo).

I

Outra forma de determinarmos o risco de crédito em termos 'quanti tativos é baseado no mercado e consiste da I . anál ise dos prêmios pelo risco pagos em títulos !de dívida das empresas tomadoras de crédi to. divididas em c1lasses de risco similar, Às empresas de escoragem de cnédito ou "ratings" categorizam as empresas devedoras em classes de acordo com a qualidade do crédi to por elas percebida. À qualidade diferente de crédito estará refletida no! nível de

(40)

excesso de retorno requerido nestes títulos em relação a um

!

~ítulo livre de risco.

I

Finalmente, temos como mais uma forma de se quantificar

I

o risco de crédito a análise da mortalidade passada. Neste método a Inst i tui ção Financeira anal isa o histó'r i co ou a experiência passada de perdas em tí tulos e empréstimos da mesma qualidade.

Em

termos das categorias descritivas, podemos

exemplificar como se estivessemos interessados I na categorização de três classes de risco de crédito: 'classe de alta, média e baixa qualidade de crédito.

!

Na classe de alta qualidade de crédito incluiríamos

I

organizações que exibissem uma excelente posição financeira

I

À aI ta qua1idade de dentro de uma perspectiva de crédi to.

crédito estaria relacionada com as Iseguintes

características:

. excelen te I iquidez - com caixa substanç:;ial para fazer face às suas obrigações no tempo,! bem como poder investir .

. baixo endividamento -que incorra em pouca I despesa financeira.

(41)

.fortes lucros - advindos de fortes reseitas além de crescentes .

. grande fluxo de caixa

. performance medida através dos indicadores econômicos financeiros acima da média.

Assim, teríamos caracterizados nesta classe, em termos gerais, empresas com grande participação no seu mercado de

atuação, com alta performance,

administração.

boa reputação I

,

e

Na classe de média qualidade de crédito: teríamos

I

empresas com boa condição financeira, porém se comparada com outras empresas, teriam pontos desfavoráveis em uma área, ou

i

I

algumas posições contrárias aos créditos de alta qualidade. A média qualidade estaria relacionada com as Iseguintes

! características:

.boa liquidez

.moderado endividamento .bons lucros e estáveis

. fluxo de caixa suficiente para suas opeiações .performance dos indicadores econômicos

J

(42)

Em termos gerais teríamos nesta classe empresas que

I

I

poderiam ter forte administração. boas participações de mercado. imagem positiva e boa reputação.

I

Na classe de baixa qualidade de créditd teríamos empresas com fraca posição

características seriam : .liquidez deficiente .alto endividamento financeira e performance. i I

.lucros fracos ou prejuízos . fluxo de caixa inadequado

Às

.performance econômica financeira abaixá da média

ÀS empresas nesta classe apresentariam uma admdnistração

ineficiente com erosão da participação no seu lercado de I

atuação. podendo. porém. estar em fase de recuperação.

o

risco de crédito assim clasificado deve

I

I

ser

I capaz de nos dizer. com razoável grau de certeza. se uma empresa irá

I

continuar a cumprir com suas obrigações creditícias. Porém.

, ,

como visto anteriormente. se a empresa falhat com um

I

pagamen to (possibi 1 idade j á prevista no risco de: crédi to) . não implicará necessariamente em uma perda para o ranco. uma vez que com uma estruturação adequada da operação: poderemos

I

(43)

11.4.- RISCO DE CRÉDITO E DECISÃO

A seguir. apresentamos matrizes de alguma~ possiveis decisões que relacionam o risco de crédi to e o risco da

I

operação com algumas variáveis. o que possibilita. de forma

I

simples. a visualização de como incorporamos os vários niveis de risco no processo decisório de crédito.

Iniciamos pela aceitação à exposição ao rlSCO. i. aqui entendido como o mon tan te de risco que a! transação incorpora. De um ponto de vista prático. um bancp que está considerando a concessão de crédito a uma e~presa com qualidade de crédito baixa deveria ser prudente e limitar a exposição ao risco a valores bastante modestos.

I

Enquanto o quadro 2.3. simplifica o conjunto de decisões que podem ser tomados. ele ilustra um ponto fundamental: I precisamos limi tar as operações que efetuamos com clientes de baixa qualidade de crédito. Lógicamente. i poderemos estruturar o empréstimo de tal forma que a operação assuma

I

caracteristicas de baixo risco. Da mesma forma quando !

atingimos clientes de alta qualidade de predispostos a atingir exposições ao risco

risco estaremos

I

• I

malores:

I

(44)

Quadro 2. 3 . - E:rFOSIÇÃO AO RISCO

x f)UALIDADE DO CRÉDITO e RISCO DA OPERAÇÃO

QUALIDADE CRÉDITO ALTA MÉDIA BAIXA RISCO DA OPERAÇÃO ALTO MÉDIO Deseiável Sim Não Sim Deseiável Não Não Deseiável BAIXO I I I Sl im I Siim , i ; DI eselave " 1 , I I

Outra associação interessante a ser ilustrada é quanto à qual idade do crédi to e o risco da operação em Jelação ao retorno na operação, conforme mostra o quadro 2.4. i

(45)

Teríamos nesta situação, se apropriadamente mensurado e considerado, entre o risco o retorno. Ou seja,

o risbo fosse

uma relsção direta

!

uma operação que

i

carregasse maior risco para o banco implicaria em um maior retorno. Apesar da possível identificação de outros riscos

I

na operação, em uma transação padrão a consideração mais importante será a qualidade do crédi to. D · lSCU lremos es e t '

I

t

,

tópico com maior profundidade nas próximas páginasi.

Quadro 2.4. - RETORNO NA 7l?ANSAç..fO X

ÇUALIDADE .DO CRÉDITO E RISCO DA OPERAÇAO

QUALIDADE CRÉDITO ALTA MÉDIA BAIXA J RISCO DA OPERAÇÃO ALTO MÉDIO Médio/ Baixo/ alto médio Alto Médio/ alto Alto Alto BAIXO ! : B alXO I. I Baixo :

I

Mé1dio I

(46)

Associado ao fato de que operações de maior prazo ;

,

oferecerem maior risco, a matriz relacionando qualidade de crédito com o prazo das operações, em termos: de nossa propensão a real izá-la, ser ia estabelecida con forme quadro 2.5. Quadro 2.5.-QUALIDADE CRÉDITO ALTA MÉDIA BAIXA

PRAZO DAS OPERAÇÕES x

{}UALIDADE .lXJ CRÉDITO

PRAZO DAS OPERAÇÕES

LONGO MÉDIO PRAZO PRAZO Sim Sim Desejável Sim Não Não Desejável ÇuRTO , I PRAZO I I • Slm I I .

9

1m í ! I .-IDesej áV,el ~ :

Finalmente, se pretendessemos analisar nossa propensão à

(47)

crédito e ao risco da operação, apresentada no quadro 2.6.

obteríamos a matriz

Quadro 2. 6 . - GARANTIAS X pUALIDADE DO CRÉDITO E RISCO DA OPERAÇAO QUALIDADE CRÉDITO ALTA MÉDIA BAIXA RISCO DA OPERAÇÃO ALTO MÉDIO Possível Não Possível Não Desejável Sim Sim BAIXO Não Não Possível

Conforme a matriz teríamos uma propensão a exigir garantias em situações onde a qualidade do crédito é baixa e o risco da transação é alto ou médio. Nas situações onde a

(48)

qualidade do crédito é alta estaríamos propensos a somente solicitar garantias em operações de alto risco.

11.5.- RISCO DE CRÉDITO E RETORNO

Conforme BANKS5, o risco de crédito é um fenômeno real e deve ser precifi~ado na transação, idealmente, de forma sistemática. Para tal necessitamos definir o risco de crédito e sua implicação a nível do retorno requerido.

CARLETON e LERNER6, em trabalho pioneiro, defendem que o risco de crédito pode ser expresso como uma função da habilidade administrativa da empresa e seu grau endividamento.

e

=

f (M, L/E)

Onde: e = risco de crédito

M

=

indicador da habilidade administrativa da empresa

L/E = índice de capitais de terceiros sobre capital próprio

5BANKS,Erik. "Volatility . . . " p.7

6CARLETON,Willard,LERNER,Eugene. A tlzeory of f.inanc.ia.l ana.lys.is. Harcourt, Brace&Wor ld, Inc. ,1966

(49)

Através das derivadas parciais da função do risco de crédito

oe/oM = fl<O e o e/o (L/E)

=

f2>O

Sustentam que, desde que fl é negativa, o risco de crédito de um empréstimo irá cair na medida em que a habilidade administrativa da empresa aumentar, e que, desde que f2 é positiva, o risco de crédito de um empréstimo irá crescer à medida que o grau de endividamento da empresa aumentar.

De acordo com os autores,. a taxa de predisposição dos bancos a emprestar fundos aos tomadores é uma função de duas variáveis:

.0 risco de crédito

.a taxa de juros que irá cobrar

L = f (Le)

onde:L

=

taxa do fluxo de empréstimos por unidade de tempo que os emprestadores estão dispostos a emprestar

i

=

taxa de juros cobrada e

=

risco de crédito

(50)

Através da análise das derivadas parciais da função teremos :

e Õ L/ Õ e = f2<O

o

que caracterizaria a relação demonstrada na figura 1. Figura 1 - RELAÇA-O DE RISCO DE CRÉDITO

X TAxA DE JUROS

i

i 2 .

-A

e1 e2 e

CARLETON e LERNER afirmam que um banco operando através da 1 inha de o ferta A disponibi 1 izará fundos a uma taxa de juros i1 para uma empresa que exporá o banco a um risco de

(51)

crédi to de e1. ~ Se uma segunda empresa, representando um r isco de crédi to maior desej ar fundos a través da curva de oferta A, ela terá que pagar uma taxa de juros mais alta i2.

Outra abordagem do risco de crédito e do retorno requerido é apresentada por VAN HORNE7, através da análise da estrutura das taxas de juros frente ao risco de crédito. Exporemos aqui os conceitos de VAN HORNE, apesar de todo seu estudo ter sido realizado em termos de tí tulos de dívida negociáveis em mercado ativos, porém podemos adaptá-los aos empréstimos comerciais em função de suas características semelhantes, com exceção de não haver ainda mercados ativos

para negociação secundária de empréstimos

bancários.Assumimos que no processo de empréstimos bancários o tomador de um emprést imo é na verdade um emissor de um título,e que o banco é um investidor que adquire aquele título de renda fixa.

A grande tese de VAN HORNE é de que o prêmio pelo risco de um determinado títuloS com risco de crédito é a diferença do retorno requerido do título e do retorno de um título

7VAN HORNE, James C. F.inanc.iaJ market rates and fJows

Prentice Hall International, Inc, Fourth Edition, 1994 SNeste ponto assumimos que, um empréstimo comercial possa ser representado por um título do emissor - o tomador do

(52)

,

livre de risco, com todos os demais fatores, como prazo de vencimento, mantidos constantes.

Necessi tamos definir as taxas que um tí tulo de dívida possui. A ~ prometida (IRP) é o retorno "ex-ante" em um momento no tempo. A ~ realizada (TRR) seria a taxa de desconto que iguala todos os pagamentos recebidos pelo banco, incluíndo o pagamento final do principal, com o preço de mercado do título no momento da compra. Percebe-se que a taxa prometida pode ser diferente da taxa realizada. Qualquer di ferença entre a taxa promet ida no momento da compra concessão do empréstimo- e a taxa realizada é conhecida como a taxa de perda atribuída ao risco de crédito.

Assim, teríamos que a diferença entre a taxa prometida e a taxa esperada- até o momento seria a taxa livre de risco-definiria o prêmio pelo risco do título.

Neste momen to, é importan te ver i f i carmos como f i car ia definida a distribuição de retornos. possíveis para um banco frente ao risco de crédi to. O banco, como um' investidor prospectivo, vislumbraria um número de possíveis retornos associados ao fato de possuir um título com risco empréstimo bancário.

(53)

Percebemos que a distribuição seria não simétrica. altamente 11 skewed 11 para a esquerda. Esta característica nos

mostra que existe uma alta probabilidade que que o tomador do empréstimo irá cumprir com o pagamento dos juros e principal. Porém não existe probabilidade para que o retorno realizado exceda a taxa prometida. se o banco mantiver o título até o vencimento. Portanto a taxa prometida representa o maior retorno possível na manutenção do título até o vencimento. Por outro lado. se o tomador - emissor do t í tulo- falhar no pagamento dos juros ou do principal. a taxa relizada será menor do que a taxa prometida.

Figura 2 - Diséribl/ição de poss.íveis reéornos

p= 1.0 ______ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Probab.i.l.idade

(54)

Para e fei to de exempl i f i cação, assumimos a f igura do retorno realizado composto que seria a taxa de desconto que iguala o valor presente do valor futuro (terminal) com o investimento original. Ressalte-se que assumimos a taxa de reinvestimento constante. Se todos os pagamentos forem real izados, teremos que o retorno real izado composto será exatamente igual à taxa prometida. À falha em algum pagamento fará com que tenhamos que incorrer em um dos procedimentos a saber:

. concessão de maior prazo para o repagamento, .recebimento das parcelas faltantes através de

liquidação judicial, guardando-se para isto os procedimentos legais.

Naturalmente, como consequência do valor do dinheiro no tempo, o retorno realizado será menor do que o retorno prometido, mesmo no caso de uma simples concessão de maior prazo para o repagamento.

Teríamos, então, duas si tuações básicas de perdas em empréstimos :

(55)

1.Caso de recebimento do empréstimo em um prazo maior, 2.Caso de recebimento de parte de um empréstimo através

de liquidação judicial,

Para exemplificarmos, adotamos um empréstimo de $

100.000 por um prazo de seis períodos, com juros simples de 3% ao período, sem inflação. O fluxo deste empréstimo para o banco seria refletido pelo seguinte fluxo :

3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 103.000

_____ 1 ______ ____ __

1100.000

O valor futuro dos recebimentos deste fluxo seria de:

VF= 3. O O O ( 1 , O 3 ) 5 + 3. O O O ( 1 , O 3 ) 4' + 3. O O O ( 1 , O 3 ) 3 +

3.000(1,03)2 + 3.000(1,03)1 + 103.000 = 119.405,23

Sendo o retorno realizado composto de

$100.000 = 119.405,23/(1+TRR)6 ===> TRR= 3,0 %

O primeiro caso - recebimento em um prazo maior-, pode ser exemplificado através de um empréstimo cujo devedor .falha no pagamento do quinto e sexto pagamentos e, só os

(56)

realiza nos períodos 6 e 7 respectivamente. O fluxo deste empréstimo para o banco seria o seguinte :

3.000 3.000 3.000 3.000 O 3.000 103.000

~

1--- __________ __

____________ ---I

O valor futuro destes recebimentos seria de

VF= 3.000(1,03)6 + 3.000(1,03)5 + 3.000(1,03)4 +

3.000(1,03)3 + 0(1,03)2 + 3.000(1,03)2 + 103.000= 119.897,39

o

retorno realizado composto seria de

$100.000 = 119.897,39 /(1+TRR)7 ===> TRR = 2,63 %

o

segundo caso, poderia ser exemplificado através da. hipótese que o devedor pague normalmente até o terceiro período, e que falte com os pagamentos nos períodos seguintes por liquidez inadequada. Neste caso restaria como única alternativa a liquidação por via judicial. Assumindo que, hipotet i camen te, sej a decretada a falência do devedor e, após terem sido liquidados todos os ativos da empresa,

(57)

venhamos a receber $50.000 no final do quinto período. O fluxo deste empréstimo seria:

3.000 3.000 3.000

o

50.000

~1

_____________________________

1 1100.000

o

valor futuro dos recebimentos do empréstimo seria: VF= 3.000(1,03)4 + 3.000(1,03)3 + 3.000(1,03)2 +

0(1,03)1 + 50.000 = 59.837,41

O retorno realizado composto seria de

$100.000 = 59.837,41 / (1+TRR)5 ===> TRR= - 9,76 %

Teríamos, então, no primeiro fluxo a taxa prometida(TRP) igual à taxa realizada(TRR). Nos dois outros fluxos a taxa realizada foi inferior à taxa prometida.

Poderíamos estabelecer várias outras alternativas. À

cada uma das ai ternativas deveríamos estabelecer uma probabilidade de ocorrência. Desta forma, e, ordenando as várias alternativas de acordo com a magnitude dos retornos realizados, estaríamos determinando uma distribuição de

(58)

probabilidade para este empréstimo. Esta distribuição teria a configuração semelhante a da figura 2. Percebemos naquela figura que existe uma relativa alta probabilidade, para que todos os pagamentos, o principal mais os juros, sejam efetuados. Nesta situação teríamos que a taxa realizada seria identica à taxa prometida. O fato da distribuição ser "skewed" para a esquerda indica que existe uma possibilidade definida para perda. Quanto mais nos deslocarmos à esquerda maior o grau de perda possível.

Portanto a taxa de retorno esperada empréstimo será (TRE) de um TRE

=

onde n Yx Px x=l

Yx = taxa realizada composta da possibilidade "x"

Px

=

probabilidade de ocorrência do retorno da possibilidade "x" n = número total de possibilidades.

Finalmente poderíamos determinar a Taxa Esperada (TPE) como sendo :

(59)

TPE = TRP - TRE

SAUNDERS9 ci ta que os fatores que impactam a taxa de retorno prometida são:

. Taxa bási ca de juros sendo pra t i cada no mercado com clientes de altíssima qualidade de crédito .Tarifas relacionadas aos empréstimos

.Prêmio pelo risco de crédito .Garantia oferecida

.Outro ítens que não preço do risco (reservas, saldos médios, tributos,etc)

Donde ter íamos que a taxa de retorno esperada poder ia ser demonstrada como segue:

n

TRE

x=l

SAUNDERS comenta que a Instituição Financeira deve estabelecer o prêmio pelo r isca su f i cien temen te ai to para

(60)

compensar o risco, porém deve reconhecer que em estabelecendo o prêmio pelo risco com al tas taxas, pode indiretamen te estar reduzindo a probabi 1 idade de pagamento do cliente (P). Esta colocação de SAUNDERS nos faz refletir sobre a interdependência entre a taxa de retorno prometida e a probabilidade de pagamento do cliente. Percebe-se que em

algumas faixas eles são, inclusive, negativamente

relacionados.

Adotando o concei to de VAN HORNE, com as considerações

de SAUNDERS, e, admitindo as probabilidades abaixo

discriminadas, teriamos a seguinte Taxa de Perda Esperada: :

PROBABILIDADES -->

p

Taxa prometida --->80% Falha no pagamento no quinto periodo --->15% Liquidação judicial ---~---> 5%

TPE = 3%-[(0.80x3%)+(0.15x2,63%)+(0.05x(-9,76%))]= 0,69%

Este percentual pode ou não corresponder ao prêmio pelo risco do mercado (TAXA PROMETIDA - TAXA TÍTULO LIVRE DE RISCO). Naturalmente, se o prêmio pelo risco do mercado de um ti tulo é maior do que a perda esperada pelo banco, ele dever ia conceder o emprést imo ( invest ir no titulo). Neste

(61)

caso, o banco eSPfra beneficiar-se com um retorno esperado l

ajustado à expectativa de perda, que é maior do que o disponível num título livre de risco. Consequentemente se a taxa de perda esperada for superior ao prêmio pelo risco o banco não deveria conceder o empréstimo (investir no titulo), pois o retorno esperado do título será menor do que o do título livre de risco.

Em um mercado ativo, a ação de todos os bancos ( invest idores) se comportando desta maneira, provocar ia um aumento ou diminuição no diferencial entre as taxas prometidas e a taxa livre de risco, até que igualasse à taxa de perda esperada pelo banco na margem. Então, o prêmio pelo r isco do mercado ser ia igual à perda esperada, e a taxa esperada seria igual à livre de risco. Como afirma VAN

HORNE10, este processo de equilíbrio pressuporia que os participantes do mercado fossem neutros ao risco e que somente o valor esperado da distribuição de retornos realizados possíveis fosse importante. VAN HORNE afirma que num longo período de tempo devemos esperar que a taxa média promet ida para uma grande amostra de títulos (emprést imos) exceder ia a taxa real izada média e que este di ferencial variaria inversamente com a qualidade do crédito do título.

(62)

11.6.- ESCORES DE CRÉDITO E PRÊMIOS PELO RISCO

Tem-se que os bancos, agindo como investidores em títulos no caso dos empréstimos bancários, não julgam o risco em termos de uma distribuição de probabilidade , formulada através de possíveis retornos, mas sim, em termos do escore (" ra ting") de crédito estabelecido para os títulos das empresas por agências de escores. Nos seus escores, as agências tentam ranquear as empresas de acordo com a probabi 1 idade de perda (" de faul t") de seus títulos. Vários

estudosl l demonstram relações estatisticamente

significativas entre as variáveis -incluídas no processo de

llANG, James,PATEL,K. Bond Rating Methods: Comparison and Validation. Journal of F.inance 30, May 1975

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Imagem

Figura  1  - RELAÇA-O  DE  RISCO  DE  CRÉDITO  X  TAxA  DE  JUROS
Figura  2  - Diséribl/ição  de  poss.íveis  reéornos
FIGURA  1.  DIVERSIFICAÇAO  DO  PORTEOLIO.
FIGURA  2. - CONBINAÇAO  .DO  PORTFOLIO  DE  EJllPRÉSTIJI10S  COJl1  TÍTULO  LIVRE DE  RISCO
+3

Referências

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