• Nenhum resultado encontrado

1. Equivalências Lógicas - Lógica de Predicados (parte 2).

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "1. Equivalências Lógicas - Lógica de Predicados (parte 2)."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Lógica de Predicados de 1a Ordem – Parte 2

Nesta aula, apresentamos as equivalências e as regras de inferência da Lógica de 1ª Or-dem. Adiantamos que, de formal geral, as leis de equivalência e regras de equivalência da Lógica Proposicional ainda valem. Por isso, vamos dar ênfase às “novas” proprieda-des da Lógica de Predicados de 1ª Ordem.

1. Equivalências Lógicas

A Lógica de 1ª Ordem estende a Lógica Proposicional. Por isso, todas as leis de equiva-lências lógicas vistas antes são válidas na Lógica de Predicados. Inclusive, podemos trocar as variáveis proposicionais daquelas leis por fórmulas quaisquer da Lógica da 1ª Ordem. Veja o exemplo a seguir.

Exemplo: A equivalência

¬

(p

q)

¬

p

¬

q que vimos antes ainda vale na Lógica de 1ª Ordem. Se considerarmos p como a fórmula “P(x)” e q como a fórmula “∀y Q(y) temos esta equivalência:

(

P(x)∧∀yQ(y)

)

≡¬P(x)∨¬∀yQ(y)

¬

Porém, a Lógica de 1ª Ordem tem equivalências lógicas adicionais, relacionadas aos seus quantificadores. Seguem duas leis de equivalências que, basicamente, mostram situações em que uma fórmula quantificada (fórmula com quantificador) pode ser “que-brada” em duas fórmulas quantificadas e vice-versa:

(

P(x) Q(x)

)

xP(x) xQ(x)

x ∧ ≡∀ ∧∀

(

P(x) Q(x)

)

xP(x) xQ(x)

x ∨ ≡∃ ∨∃

(2)

As duas “novas” leis de equivalências lógicas mais importantes lidam com as negações das fórmulas quantificadas. Elas costumam ser chamadas de Leis de De Morgan (da Lógica de 1ª Ordem), pois elas generalizam as leis de mesmo nome da Lógica Proposi-cional.

Leis de De Morgan:

)

(

)

(

x

x

P

x

P

x

¬

¬∀

)

(

)

(

x

x

P

x

P

x

¬

¬∃

Não vamos demonstrar essas leis, mas ambas são conseqüências tanto das definições dos quantificadores (como explicamos nas duas leis anteriores) como também das Leis de De Morgan da Lógica Proposicional (que transformam ∧ em ∨ e vice-versa).

Vamos mostrar no exemplo a seguir como usar estas leis para reescrever afirmações como “para todo” como afirmações “existe” e vice-versa.

Exemplo: Reescreva esta afirmação: “Não é verdade que todo inteiro é par ou ímpar”.

• Vamos usar P(x) para representar “x é par” e I(x) para “x é ímpar”. Assim, a a a-firmação dada pode ser expressa pela fórmula ¬∀x

(

P(x)∨I(x)

)

.

• Por uma das leis de De Morgan acima, isso equivale a ∃x¬

(

P(x)∨I(x)

)

. • Porém, por uma lei da lógica proposicional (também chamada lei de De

Mor-gan), esta fórmula equivale a ∃x

(

¬P(x)∧¬I(x)

)

. • A fórmula final pode ser lida como:

(3)

2. Inferências Lógicas

Podemos usar as regras de inferência da Lógica Proposicional trocando as variáveis

proposicionais por fórmulas quaisquer da Lógica de 1ª Ordem. Veja o exemplo a seguir.

Exemplo: Se tivermos essas premissas:

(

)

) (

) ( )

(

y Q

y Q x

P x ¬

→ ∃

Por Modus Tollens, podemos concluir:

(

P(x)

)

x

¬∃

Porém, existem quatro regras de inferência novas muito importantes que explicam como

retirar um quantificador (regras de “instanciação”) e como introduzir um novo

quantifi-cador (regras de “generalização”). Seguem as quatro regras:

1) Instanciação Universal:

)

(

)

(

1

k

P

x

P

x

Onde k1 é um elemento do universo escolhido livremente (pode ser um valor

constante específico ou uma variável).

Esta regra diz que, se sabemos que “para todo x (de um universo), é verdade P(x)”,

en-tão podemos concluir que, para um dado elemento k1 do universo, P(k1) é verdade.

Exemplo: Conclua que 64 é par usando apenas essas duas informações:

“Para todo x inteiro: se x é par, então x2 é par.” “8 é par”

Isso pode ser representado por estas fórmulas lógicas:

(4)

Par(8)→Par(82), ou seja, “Se 8 é par, então 82 é par”.

Agora, podemos usar a regra de inferência proposicional Modus Ponens para

con-cluir Par(82), representando que 82 (ou seja, 64) é par.

2) Instanciação Existencial

)

(

)

(

1

x

P

x

P

x

Onde x1 é uma nova variável representando um elemento do universo de valor

desconhecido.

A instanciação existencial está por trás daquilo que já fazemos quando usamos uma

definição de par, ou de ímpar ou da relação divide em uma demonstração. Veja o

pró-ximo exemplo.

Exemplo: Se soubermos que “x é par”, pela definição de par, isso equivale a afirmar: • “existe um k inteiro tal que x = 2k

Isso corresponde a esta fórmula lógica:

• ∃kZ

(

x=2k

)

Pela regra de Instanciação Existencial, se k1 for uma variável não usada,

pode-mos concluir que:

x=2k1 (pela regra, subentende-se que k1 é do universo Z, neste caso)

Veja que essas duas primeiras regras, basicamente, descrevem quando podemos usar

uma informação quantificada (“para todo” ou “existe”) que conhecemos como premissa.

As próximas duas regras explicam quando podemos partir de outra informação para

concluir uma informação quantificada.

3) Generalização Universal

)

(

)

(

x

P

x

x

P

qualquer

x

(5)

Onde x é uma variável não usada em outras premissas, representando um

ele-mento qualquer do universo (ou seja, que pode assumir qualquer valor do

uni-verso).

Basicamente, esta regra diz que, se provarmos uma afirmação P(x) que independe do

valor de x, então ela vale “para todo x”. Isso está por trás de toda prova que nós fizemos

até aqui envolvendo variáveis. No exemplo a seguir, vamos rever uma demonstração

feita sobre inteiros no exemplo 1 da aula 6.

Exemplo: Vamos começar com essa premissa: a é um inteiro qualquer

Usando axiomas dos inteiros e desenvolvendo (veja os detalhes no exemplo 1 da

aula 6), concluímos isso:

a.0 = 0

Logo, pela regra de Generalização Universal, concluímos que:

• ∀aZ

(

a.0=0

)

, ou seja , “para todo a inteiro, a.0=0

4) Generalização Existencial

)

(

)

(

x

P

x

v

P

Onde v é um elemento do universo (pode ser um valor constante específico ou

uma variável).

Esta regra de inferência diz que, se você descobriu que um v satisfaz um predicado P(v),

então você pode fazer a afirmação genérica de que “existe um x que satisfaz P(x)” sem

identificar o valor de x que torna P(x) verdade.

(6)

Logo, pela regra de Generalização Existencial, concluímos que, no universo

das pessoas (vivas ou não):

• ∃p

(

PisouLua(p)

)

, ou seja, “Existe uma pessoa que pisou na Lua”

Exemplo: Sabemos que:

• “2 é primo e 2 é par”

Podemos representar isso assim: • Primo(2)

Par(2)

Logo, pela regra de Generalização Existencial, concluímos que:

• ∃xZ

(

Primo(x)∧Par(x)

)

, ou seja, “existe um inteiro que é primo e par”.

Todo teorema matemático é uma afirmação “existe” ou “para todo” e, como vimos,

es-ses tipos de afirmações podem ser obtidas (provadas) a partir das duas regras de

“gene-ralização” vistas acima. Na próxima aula, vamos apresentar a “prova universal” e

“pro-va existencial”, que são, simplesmente, estas duas regras de inferência apresentadas

como métodos de prova matemática.

"Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem;

mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças,

voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam."

Referências

Documentos relacionados

Ao remeter aos velhos pressupostos metodológicos de uma história política que canonizou heróis e demonizou vilões, Mobilidade discursiva é um livro que defronta

As pontas de contato retas e retificadas em paralelo ajustam o micrômetro mais rápida e precisamente do que as pontas de contato esféricas encontradas em micrômetros disponíveis

O INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL/CE, na qualidade de Agente de Integração de Estágio, responsável pelo Processo Seletivo de ESTAGIÁRIOS do TRIBUNAL DE JUSTIÇA

O presente trabalho de doutorado tem como objetivo principal analisar de forma sistemática a influência do tempo de vazamento até 45 min, após o tratamento de inoculação

No entanto, quando se eliminou o efeito da soja (TABELA 3), foi possível distinguir os efeitos da urease presentes no grão de soja sobre a conversão da uréia em amônia no bagaço

1) Um objecto fonte do evento no qual ocorre o evento; é um objecto que pode registar objectos listener para serem notificados se determinados eventos ocorrem. 2) Um objecto

Esse resultado positivo na comparação com os demais fatores reflete o desempenho do Brasil no subfator Disponibilidade de mão de obra, sobretudo, seu melhor posicionamento na

No entanto, as perdas ocasionadas na cultura do milho em função da interferência imposta pelas plantas daninhas têm sido descritas como sendo da ordem de 13,1%, sendo que em casos