• Nenhum resultado encontrado

Geologia, Petrografi a e Geoquímica do Batólito Seringa, Província Carajás, SSE do Pará

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "Geologia, Petrografi a e Geoquímica do Batólito Seringa, Província Carajás, SSE do Pará"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

Revista Brasileira de Geociências

Arquivo digital disponível on-line no site www.sbgeo.org.br 185

41(2): 185-202, junho de 2011

Geologia, Petrogra

a e Geoquímica do Batólito Seringa, Província Carajás,

SSE do Pará

Antonio Lima de Paiva Júnior

1,2

, Claudio Nery Lamarão

1,3

& Paulo Henrique Araújo Lima

1,4

Resumo O Granito Seringa, com cerca de 2250 km2 de superfície a orante, representa o maior batólito da Província Carajás. É intrusivo em unidades arqueanas do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, sudeste do Cráton Amazônico. É constituído por dois grandes conjuntos petrográfi cos: a) rochas monzograníticas, representadas por bitotita-anfi bólio monzogranito grosso (BAMGrG) e anfi bólio-bitotita monzogranito grosso (ABMGrG); b) rochas sienograníticas, representadas por anfi bólio-biotita sienogranito porfi rítico (ABSGrP), leucosienogranito heterogranular (LSGrH), leucomicrosienogranito (LMSGr) e anfi bólio-biotita sienogranito heterogranular (ABSGrH). Biotita e anfi bólio são os minerais varietais e zircão, apatita, minerais opacos e allanita, os acessórios. O Granito Seringa mostra caráter subalcalino, metaluminoso a fracamente peraluminoso e possui altas razões FeOt/FeOt+MgO (0,86 a 0,97) e K2O/Na2O (1 a 2). Os ETR mostram padrão de fracionamento moderado para os ETRL e sub-horizontalizado para os ETRP. As anomalias negativas de Eu são fracas nas rochas monzograníticas e moderadas a acentuadas nas sienograníticas e leucomonzograníticas, respectivamente, com exceção dos ABSGrP. Mostra afi nidades geoquímicas com granitos intraplacas ricos em ferro, do subtipo A2 e do tipo A oxidados. As relações de campo e os aspectos petrográfi cos e geoquímicos não são coerentes com a evolução das fácies do Granito Seringa a partir da cristalização fracionada de um mesmo pulso magmático. O Granito Seringa apresenta maiores semelhanças petrográfi cas, geoquímicas e de suscetibilidade magnética com as rochas da Suíte Serra dos Carajás, podendo ser enquadrado nesta importante suíte granitoide.

Palavras-chave: Paleoproterozoico, Cráton amazônico, Granito Seringa, Tipo A oxidado.

Abstract Geology, Petrography and Geochemistry of the Seringa Batholith, Carajás Province, SSE of the Pará. The Seringa Granite, with 2250 km2 of outcropping area represents the biggest granite batholith of the Carajás Province. It is intrusive in Archean units of the Rio Maria Granite-Greenstone Terrane, located in the southeastern of the Amazonian Craton. The Seringa Granite is formed by two great petrographic groups: A) monzogranite rocks, represented by biotite-amphibole coarse-grained monzogranite, amphibole-biotite coarse-grained monzogranite; B) syenogranite rocks, represented by, porphyry amphibole-amphibole-biotite syenogranite, heterogranular leuco-syenogranite, leuco-microsyenogranite, and heterogranular amphibole-biotite syenogranite. Biotite and amphibole are the varietal minerals and zircon, apatite, opaque, and allanite the accessories minerals. The Seringa Granite is subalkaline, metaluminous to peraluminous, display K2O/ Na2O ratios between 1 and 2 and FeOt/(FeOt +MgO) between 0.86 and 0.97. The patterns of REE show increase in negative europium anomalies from the less evolved facies to the more evolved facies. In these sense, it is enriched in light REE parallel to the impoverishment of heavy REE. It shows geochemical affi nities with within-plate ferroan granites, of the A2-subtype and oxidized A-type granites. The fi eld relations and the petrographic and geochemical features of the Seringa Granite are not consistent with the evolution of its facies from a single magma pulse by fractional crystallization. The Seringa Granite show petrographic, geochemical and magnetic susceptibility properties that suggest its inclusion in the Serra dos Carajás Suite.

Keywords: Paleoproterozoic, Amazonian Craton, Seringa Granite, oxidized A-type.

INTRODUÇÃO O Cráton Amazônico foi, em tempos Proterozoicos, palco de uma das mais exten-sas atividades graníticas que se têm registro na cros-ta terrestre (Dall’Agnol et al. 1994). Manifestando-se

recorrentemente por quase um bilhão de anos, esse magmatismo anorogênico é representado por rochas plutônicas e vulcânicas diversas, associadas ou não a mineralizações. A Província Carajás (PC), localizada

1 - Grupo de Pesquisa Petrologia de Granitoides, Universidade Federal do Pará, Belém (PA), Brasil.

2 - Estudante do Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará, Belém (PA), Brasil. E-mail: antoniollima@gmail.com

3 - Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará, Belém (PA), Brasil. E-mail: lamarao@ufpa.br

(2)

na porção sudeste deste cráton, é caracterizada por sua grande variedade de recursos minerais, destacando-se os depósitos de ferro, ouro, manganês, níquel e cobre (DOCEGEO 1988). Na PC (Fig. 1) esta granitogêne-se anorogênica é repregranitogêne-sentada pelas suítes graníticas Jamon, Suíte Serra dos Carajás e Velho Guilherme (Dall’Agnol et al. 2005).

Diversos estudos foram realizados nos granitos que integram a Suíte Jamon, em particular no próprio granito Jamon, onde foram realizados trabalhos expe-rimentais para determinação da temperatura, pressão e fugacidade de H20 e de O2 sob as quais o magma Ja-mon cristalizou (Dall’Agnol et al. 1999c). Os granitos Redenção e Bannach, também pertencentes a esta Suíte, foram estudados sob o ponto de vista petrográfi co, geo-químico e geocronológico, tendo sido proposto um mo-delo de colocação para os mesmos (Oliveira et al. 2006). O Granito Seringa, embora já tenha sido datado geocronologicamente (Silva et al. 1974, Lafon et al.

1995), ainda carece de estudos petrográfi cos e geoquí-micos detalhados. As abordagens existentes são insu-fi cientes e de cunho regional (Araújo & Maia. 1991). Embora as três suítes que compõem a PC sejam for-madas por granitos tipo A com idades de aproximada-mente 1,88 Ga, existem entre elas algumas diferenças importantes com relação à petrografi a, geoquímica e susceptibilidade magnética (Dall’Agnol et al. 2005). Portanto, o principal objetivo desta pesquisa foi carac-terizar o Granito Seringa no que diz respeito aos seus aspectos geológicos, petrográfi cos e geoquímicos, a fi m de compará-lo com os demais granitos anorogênicos e situá-lo em uma das três suítes da PC. Com a fi naliza-ção desse trabalho, pretende-se colaborar no avanço da evolução e conhecimento destes granitos, visto que os mesmos são temas de constantes debates na literatura.

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL Várias intrusões graníticas marcam o evento fi nal de forma-ção do segmento crustal, hoje representado pela PC. De idade essencialmente arqueana, esse segmento se consolidou em tempos paleoproterozoicos, por volta de 1,88 Ga, quando foi afetado por eventos distensi-vos, marcados pela intrusão de granitos anorogênicos, dentre os quais se destaca o batólito Seringa. A PC é constituída por três domínios tectonicamente distintos (Dall’Agnol et al. 2005): o Terreno Granito-Greenstone

de Rio Maria (TGGRM), o Bloco Carajás (BC) e a Re-gião Xingu (RX). O TGGRM é formado por greenstone belts (Supergrupo Andorinhas) e por quatro grupos de granitoides arqueanos (Pimentel & Machado 1994, Ma-cambira & Lafon 1995, Althoff et al. 2000, Leite 2001, Leite et al. 2004, Dall’Agnol et al. 2006, Oliveira et al. 2009): (1) Série tonalítica-trondhjemítica mais an-tiga (2,98 a 2,93 Ga), representada pelo Tonalito Arco Verde e Complexo Tonalítico Caracol; (2) granitoides dominantemente granodioríticos com alto Mg (2,87 Ga), formado pelos granodioritos da Suíte Sanukitoi-de Rio Maria e rochas intermediárias e máfi cas asso-ciadas; (3) Série tonalítica-trondhjemítica mais jovem

(2,87 a 2,86 Ga), composta pelos Trondhjemitos Água Fria e Mogno; e (4) leucogranitos cálcico-alcalinos po-tássicos (2,93 a 2,86 Ga), representados pelos granitos Xinguara, Mata Surrão, Guarantã e similares.

O evento magmático dominante no BC é repre-sentado pelo vulcanismo máfi co do Supergrupo Ita-caiúnas, além do magmatismo máfi co-ultramáfi co do Complexo Luanga e de um grande número de intrusões de granitos subalcalinos (2,76 a 2,73 Ga, Complexo Granítico Estrela, Serra do Rabo e similares; 2,57 Ga, Granito Velho Salobo), sucedidos por extensa sedimen-tação (Formação Águas Claras).

Na RX, as sequências arqueanas são bordejadas por terrenos paleoproterozoicos dominados por granitoi-des cálcico-alcalinos da Suíte Parauari, por sequências vulcânicas do Supergrupo Uatumã e granitos tipo-A.

Diferenças entre os três domínios arqueanos estão também refl etidas em seus conteúdos metalogenéticos. Os mais importantes depósitos de ouro, cobre, manganês e ferro da PC estão localizados no BC. Na região de Rio Maria, foram encontrados somente pequenos depósitos de ouro e tungstênio. A RX é caracterizada por apresen-tar depósitos de cassiterita associados a granitos da Suíte Intrusiva Velho Guilherme (Teixeira et al. 2005).

GEOLOGIA DO GRANITO SERINGA O Granito Seringa está localizado na porção sul-sudeste do estado do Pará, entre os municípios de Ourilândia do Norte e Água Azul do Norte. Apresenta-se como o maior batólito da PC, com forma subcircular. Sua parte central é forma-da por conjuntos de morros e serras íngremes bem ele-vadas, chegando à altitude de mais de 700 m. É intrusivo em unidades arqueanas (Fig. 2), seccionando a sudoeste rochas metavulcano-sedimentares, caracterizadas como um conjunto de greenstone-belts pertencentes ao Grupo Tucumã (GT). A sudeste secciona o Trondhjemito Mog-no (TM) e a Mog-norte o GraMog-nodiorito Rio Maria (GRM). Os contatos entre o Granito Seringa e suas encaixantes são em geral bruscos e bem marcados, caracterizando um forte contraste que é nítido nos padrões geomorfológi-cos. Nas zonas de contatos é comum a presença de encla-ves angulosos englobados pelo Granito Seringa. Diques félsicos de orientação preferencial NE-SW e NW-SE cortam tanto as diferentes fácies do Granito Seringa quanto as unidades arqueanas. No limite entre o Granito Seringa e as rochas metavulcânicas, foram registradas ocorrências de granitoides levemente foliados contendo fenocristais de feldspatos alinhados, classifi cados como quartzo dioritos. Entretanto, tais rochas não foram consi-deradas como pertencentes ao corpo Seringa.

O Granito Seringa é formado essencialmente por sienogranitos e monzogranitos, de coloração vermelho rosada e granulação que varia de fi na a predominante-mente grossa. Não mostra sinais de deformação, exceto a presença dos planos de fraturas que as atravessam em todas as direções.

(3)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 201

1

187

Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

(4)

Marre 1982). Tal fato sugere que a colocação do Granito Seringa se deu quando o magma dispunha de uma fração líquida signifi cativa, estando, portanto, em estado físico e térmico distinto daqueles das suas encaixantes, as quais se encontravam, ao que tudo indica, inteiramente crista-lizadas e submetidas a menores temperaturas.

Os ABSGrH ocorrem na parte central do corpo, formando, por vezes, anfi teatros e conjuntos de serras alinhadas na direção N-S. Estas rochas não mostram contatos gradacionais com as demais fácies. Diferem das outras variedades petrográfi cas, visto que o plagio-clásio só é observado microscopicamente.

Os ABSGrP ocorrem na porção sudoeste do ma-ciço, mostrando contatos gradacionais com as rochas monzograníticas e abruptos com a fácies LMSGr. São porfi ríticos, localmente com texturas rapakivi, sobretu-do nas zonas proximais sobretu-do BAMGrG.

As rochas leucograníticas (LSGrH e LMSGr) re-presentam os termos geoquimicamente mais evoluídos. Predominam nas bordas do maciço formando diques (LMSGr), que constantemente cortam as rochas menos totalizando quase 60% da área mapeada; b) rochas

sie-nograníticas, representadas por anfi bólio-biotita sieno-granito porfi rítico (ABSGrP), leucosienogranito hete-rogranular (LSGrH), leucomicrosienogranito (LMSGr) e anfi bólio-biotita sienogranito heterogranular (ABS-GrH). Variedades rapakivi ocorrem localmente, por ve-zes associadas às fácies ABMGrG e ABSGrP.

As rochas monzograníticas (ABMGrG e BAM-GrG) possuem maior expressão areal e, independente do seu conteúdo modal máfi co, ocorrem predominante-mente nas porções de relevo mais baixo, sustentando as rochas mais evoluídas. Os contatos entre essas unidades são gradacionais e comumente englobam xenólitos angu-losos pertencentes, provavelmente, às rochas metavulcâ-nicas do Grupo Tucumã e, por vezes, autólitos do ABS-GrP. A forma angulosa dos xenólitos levemente foliados, o contato brusco entre o Granito Seringa e suas encai-xantes, a ausência de orientação planar dos enclaves e de foliações e lineações no corpo granítico, indicam alto contraste de viscosidade e temperatura entre a intrusão granítica e as suas encaixantes (Pitcher & Berger 1972,

(5)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 2011 189 Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

evoluídas (ABMGrG e BAMGrG). Os contatos entre as rochas leucograníticas são gradacionais, no entanto, são fortemente abruptos com os ABMGrG.

Na porção nordeste do Granito Seringa afl ora parte do embasamento cristalino, representado por ro-chas supracrustais metavulcânicas e metassedimentares do Grupo Sapucaia. Este domínio constitui uma área arrasada, onde afl oram localmente morrotes e pequenos blocos métricos fortemente alterados e intemperizados do Granito Seringa, o que propiciou o aparecimento do embasamento arqueano.

PETROGRAFIA

Composição modal e classifi cação A tabela 1 apre-senta as composições modais médias obtidas em qua-renta amostras das diferentes fácies petrográfi cas do Granito Seringa, e a fi gura 3 a posição das mesmas nos diagramas Q-A-P e Q-A+P-M. A fi gura 4 apresenta o mapa geológico do Granito Seringa com a identifi cação de suas diferentes fácies petrográfi cas.

O Granito Seringa é formado por dois grandes conjuntos de rochas que foram divididos em seis fácies petrográfi cas: a) rochas monzograníticas, representa-das por bitotita-anfi bólio monzogranito grosso (BA-MGrG) e anfi bólio-bitotita monzogranito grosso (AB-MGrG); b) rochas sienograníticas, representadas por anfi bólio-biotita sienogranito porfi rítico (ABSGrP), leucosienogranito heterogranular (LSGrH), leucomi-crosienogranito (LMSGr) e anfi bólio-biotita sienogra-nito heterogranular (ABSGrH). As texturas registradas são variáveis, apresentando termos equigranulares de granulação grossa (BAMGrG, ABMGrG e ABSGrP), passando para termos de granulação média (ABSGrH) e fi nalizando com rochas de granulação fi na (LSGrH e LMSGr).

A mineralogia essencial das diferentes fácies do Granito Seringa é representada por quartzo, feldspato potássico e plagioclásio. As fases máfi cas estão repre-sentadas por biotita e anfi bólio, às vezes em quantida-des expressivas nos BAMGrG, e bem reduzidas nos tipos mais leucocráticos.

Tabela 1- Composições modais médias das diferentes fácies do Granito Seringa.

Fácies ABMGrG BAMGrG BSGrP BSGrH LSGrH LMSGr

Minerais (%) [8] [7] [8] [7] [4] [6]

Quartzo 28,4 27,4 35,6 40,2 41,2 36,8

K-Feldspato 33,8 31,1 37,7 41,6 42,6 46,3

Plagioclásio 25,5 29,2 19,1 13,4 11,5 10,8

Biotita 2,9 5,8 2,5 3,4 2,9 2,6

Anfi bólio 7,1 3,7 2,7 0,2 0,7 1,5

Piroxênio 0,2 0,2 - - -

-Opacos 1,8 1,4 0,7 0,5 0,5 1,0

Clorita 0,5 0,3 1,2 0,3 0,3 0,6

Fluorita - 0,1 0,1 - -

-Allanita - - - 0,3 0,1 0,1

Zircão+Apatita 0,5 0,4 0,4 0,1 0,1 0,2

Epidoto+Muscovita 0,3 0,2 0,7 0,0 0,0 0,0

Félsicos 87,8 87,7 92,3 95,2 95,2 93,8

Máfi cos 13,2 12,2 8,3 4,7 4,6 6,1

Fk + Pl 59,4 60,3 56,8 54,9 54,1 57,0

Q + Fk 62,3 58,6 73,2 81,8 83,7 83,0

Anf. + Biot. 10,0 9,5 5,1 3,6 3,6 4,1

Biot. + Clorita 3,5 6,2 3,6 3,7 3,3 3,3

Anf./Biot. 2,4 0,6 1,1 0,0 0,2 0,6

À 100%

Quartzo 32,4 31,3 38,7 42,3 43,2 39,2

K-Feldspato 38,5 35,5 41,0 43,7 44,7 49,3

Plagioclásio 29,1 33,2 20,3 14,0 12,1 11,5

Pl/FK 0,8 0,9 0,5 0,3 0,3 0,2

(6)

A magnetita geralmente é encontrada em pro-porções maiores que 1% nos monzogranitos e alcança conteúdos de até 0,5% nas rochas mais evoluídas, no entanto, via de regra, é mais abundante que a ilmenita.

A ausência de titanita magmática, mineral comum nos granitos da Suíte Jamon (Dall’Agnol et al. 2005), é uma feição típica nas rochas do Granito Seringa. Carac-terística semelhante é observada nos granitos da Suíte Serra dos Carajás (Javier et al. 1995, Barros et al. 1995).

O diagrama Q-A+P-M permite separar rochas com diferentes conteúdos modais de minerais máfi cos. As rochas monzograníticas, BAMGrG e ABMGrG, apre-sentam conteúdos médios de máfi cos de 13,2 e 12,2%, respectivamente, e os termos intermediários (ABSGrP) de 8,3%. Nas rochas mais evoluídas (ABSGrH, LSGrH e LMSGr) as concentrações médias de máfi cos variam de 6,1%, 4,7% e 4,7%, neste mesmo sentido.

Os minerais acessórios mais frequentes são: zir-cão, magnetita, ilmenita, apatita e allanita. Como pro-dutos de alteração pós-magmático ocorrem clorita, se-ricita, muscovita, epidoto, fl uorita e argilominerais. A composição mineralógica das diferentes fácies permite classifi car o Granito Seringa como subsolvus (Tuttle & Bowen 1958), haja vista a coexistência de FK e plagio-clásio como fases primárias independentes.

Os dois conjuntos petrográfi cos apresentam mine-ralogia similar, embora as proporções minerais variem muito de um para outro, sobretudo quanto à proporção de minerais máfi cos. Nas rochas monzograníticas os

contatos entre quartzo e anfi bólio são retilíneos e regu-lares. O anfi bólio comumente se amolda aos cristais de quartzo e/ou preenche os espaços entre grãos, sugerin-do cristalização posterior ou contemporânea ao quart-zo. Anfi bólio e biotita ocorrem associados nas rochas monzograníticas de modo a sugerir equilíbrio entre eles. Além disso, o anfi bólio está muito bem preservado nes-sas rochas e não há evidências texturais claras de rea-ções peritéticas entre ele e o líquido para gerar biotita, titanita e quartzo, como frequentemente é observado nos granitos da Suíte Jamon (Dall’Agnol et al. 1999a, Oliveira et al. 2002, Almeida 2005). O anfi bólio pre-sente nas rochas monzograníticas do Granito Seringa parece ser mais tardio em termos de cristalização que os anfi bólios encontrados nos granitos da Suíte Jamon.

ASPECTOS TEXTURAIS

Rochas monzograníticas (BAMGrG e ABMGrG)

As rochas monzograníticas são isotrópicas, de colo-ração rosa avermelhada e textura equigranular grossa, apresentando, por vezes, textura rapakivi. Ao micros-cópio mostram textura granular hipidiomórfi ca grossa.

O quartzo apresenta-se em três tipos morfológi-cos distintos: a) Qtz1 ocorre como cristais euédricos a anédricos, com dimensões por vezes maiores que 1 cm, formando contatos retilíneos e regulares com o felds-pato potássico e anfi bólio. Localmente mostra extinção ondulante e inclusões de minerais acessórios e plagio-clásio; b) Qtz2 forma cristais fi nos a médios, angulosos

(7)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 2011 191 Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

a subarredondados, associados aos cristais de feldspato potássico pertítico; c) Qtz3 apresenta formas vermicula-res ou em gotas, constituindo intercvermicula-rescimentos grano-fíricos com o feldspato potássico.

O feldspato potássico (FK) forma cristais grossos a médios, anédricos a subédricos. É pertítico, com la-melas sódicas de aspecto variável, desde fi lmes ondu-lantes até veios e manchas irregulares. No contato entre cristais pertíticos é comum o desenvolvimento de bordas albíticas ou de incipientes coroas trocadas de albita in-tergranular. Pseudocoroas de Qtz2 ao redor do núcleo de cristais de FK zonado são comumente observadas. Essa feição reliquiar foi interpretada por Dall’Agnol (1980) como resultado de reabsorção parcial, com cristalização do FK em duas etapas. As inclusões de FK teriam se for-mado precocemente, antecedendo plagioclásio e quartzo enquanto os demais cristais de FK se formariam após o início da cristalização do plagioclásio e mais ou menos simultaneamente com a do quartzo. Sinais de alteração estão evidenciados pela argilização dos cristais de FK, cujo grau aumenta em direção aos ABSGrH.

O plagioclásio (Pl) apresenta-se como cris-tais subédricos, médios a grossos (3 a 10 mm). Seus

contatos são regulares e por vezes interpenetrantes com o quartzo e a biotita, porém irregulares com o FK, que normalmente circunda o plagioclásio. Os cristais mos-tram zoneamento normal com teores de anortita entre An32 e An25, dentro, portanto, da faixa composicional andesina-oligoclásio. Foram obtidos valores de anortita um pouco mais baixos nas bordas de cristais zonados (An12). Comumente mostram-se alterados para albita, sericita, muscovita e epidoto.

O anfi bólio desenvolve cristais grossos a fi nos, anédricos a subédricos, englobam frequentes inclusões de zircão, apatita e opacos, mostram pleocroísmo mo-derado, variando de verde escuro a verde acastanhado. Descreve contatos retilíneos e regulares com os cristais de quartzo, onde comumente amolda-se e preenche os espaços do mesmo, sugerindo que sua cristalização foi posterior ou contemporânea ao quartzo.

A biotita mostra-se como lamelas médias a fi nas, anédricas a subédricas, exibindo pleocroísmo fraco a moderado, variando de creme amarelado a marrom escuro, eventualmente com tons avermelhados, prova-velmente em função da oxidação. Raramente altera-se para clorita.

(8)

Dentre os minerais acessórios primários fi gu-ram zircão, apatita, allanita e opacos, estes últimos re-presentados por magnetita e ilmenita. Zircão e apatita ocorrem como inclusões, principalmente no anfi bólio.

Rochas sienograníticas (ABSGP, ABSGH, LSGH, LMSG) Embora agrupadas num só conjunto, as ro-chas sienograníticas mostram diferenças, sobretudo no aspecto textural. A fácies ABSGrP é marcada por sua coloração rosa esbranquiçada, localmente acinzentada, com fenocristais bem desenvolvidos. Suas característi-cas mineralógicaracterísti-cas, composição do plagioclásio e mor-fologia do FK são semelhantes às das rochas monzogra-níticas. Apresenta textura porfi rítica, caracterizada por fenocristais de FK e plagioclásio, imersos numa matriz fanerítica, formada por cristais anédricos a subédricos de FK, plagioclásio, quartzo e proporções variadas de máfi cos, totalizando cerca de 60% da rocha. Os cristais de quartzo mostram muitas vezes bordas com padrões serrilhados, sugerindo corrosão. Agregados de plagio-clásio e biotita cloritizada são comuns.

A fácies ABSGrH é caracterizada por sua colo-ração intensamente avermelhada e granulação média. Macroscopicamente é formada por feldspato potássi-co, quartzo e minerais máfi cos. Microscopicamente o plagioclásio chega a teores de até 11%. Biotita e anfi -bólio ocorrem como fases varietais com dominância da biotita, chegando a ser, por vezes, fase exclusiva. Os intercrescimentos granofíricos podem atingir até 40% da rocha. A biotita altera para clorita, óxido de ferro, epidoto e opacos, acompanhando o sentido pre-ferencial das direções de clivagem. Engloba em seu in-terior pequenas inclusões de quartzo, apatita, minerais opacos e zircão.

As fácies LSGrH e LMSGr mostram grandes se-melhanças texturais e mineralógicas, exibem coloração rosada, aspecto maciço e textura granular hipidiomórfi -ca. Diferem quanto à granulação e forma de colocação, onde os LMSGr formam diques que seccionam prati-camente todas as demais fácies. A biotita é mais fre-quente que o anfi bólio, que por sua vez mostra-se como mineral reliquiar, de granulação fi na, disperso entre os minerais essenciais. A fácies LSGrH ocorre muito lo-calmente, sempre associada com os BAMGrG e AB-MGrG. Mostra grandes semelhanças com estas, prin-cipalmente no que diz respeito aos cristais de quartzo e feldspatos. Entretanto, difere das mesmas quanto ao conteúdo de máfi cos e quantidade de intercrescimentos granofíricos, que são muito abundantes nos LSGrH e LMSGr. O plagioclásio possui composição ligeiramen-te mais sódica (An18) e as alterações do FK são mais marcantes que nas fácies precedentes. A formação de albita em tabuleiro de xadrez e albita intergranular com textura em coroas trocadas é marcante nessas rochas.

GEOQUÍMICA As análises químicas foram realiza-das na ACME-Analytical Laboratories LTDA. Os ele-mentos maiores e menores (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, MnO, Na2O, K2O, P2O5) foram analisados por ICP-ES (Inductively Coupled Plasma-Emission

Spectrometry) e os traços (Rb, Sr, Ba, Ga, Y, Zr, Nb, U, Th, Cr, Ni, V), incluindo os Terras Raras (La, Ce, Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Er, Yb e Lu) por ICP-MS (Inductively Coupled Plasma-Mass Spectrometry).

Elementos maiores A caracterização geoquímica do Granito Seringa envolveu 17 amostras (Tab. 2), distri-buídas da seguinte forma: BAMGrG (5), ABMGrG (2), ABSGrP (3), ABSGrH (3), LSGrH (2) e LMSGr (2). Os conteúdos de SiO2 variam de 69,7 a 77,7%, individuali-zando claramente dois conjuntos. O primeiro, formado pelas rochas monzograníticas (BA MGrG e ABMGrG), com valores de SiO2 mais baixos (média de 70%), e o segundo pelas rochas sienograníticas (ABSGrP, ABS-GrH, LSGrH e LMSGr), cujos valores de SiO2 variam de 74,4 a 77,7%. Os dados obtidos não mostram conti-nuidade composicional, expondo um nítido “gap” entre os dois conjuntos petrográfi cos. Isso é mais evidente nos diagramas de variação de Harker (Fig. 5).

As rochas monzograníticas apresentam teores mais elevados de TiO2, Fe2O3t, MgO, CaO e P2O5, e mais reduzidos de K2O, distinguindo-se das rochas sienograníticas. Essas diferenças composicionais, jun-tamente com os conteúdos mais elevados de minerais máfi cos das primeiras, sugerem processo de cristaliza-ção fracionada a partir de um magma parental e for-mando líquidos que vão se injetando em vários pulsos. Com o aumento de sílica, no sentido das rochas monzograníticas para as sienograníticas, os teores de TiO2, Fe2O3t, MgO, CaO e P2O5 tendem a diminuir, ao passo que aumentam os teores de K2O. Isso é coeren-te com as observações petrográfi cas, as quais mostram que as razões Pl/FK e Anf/Biot (Tab. 1), juntamente com os conteúdos modais de minerais ferromagnesia-nos, exibem valores decrescentes nesse mesmo sentido. As rochas do Granito Seringa são ricas em álcalis (K2O+Na2O ~ 7,5%), com teores de K2O aproximada-mente o dobro de Na2O, sobretudo nas rochas sienogra-níticas, refl etindo a dominância do feldspato potássico sobre o plagioclásio. Além disso, mostram razões K2O/ Na2O entre 1 e 2 (Fig. 6A), caracterizando as diferentes fácies como relativamente enriquecidas em K2O.

Embora os elementos maiores mostrem uma cor-relação linear negativa com o aumento de sílica, com exceção do K2O, as rochas sienograníticas (ABSGrH e ABSGrP) mostram trends distintos especialmente para TiO2, MgO e CaO, em comparação com as rochas leu-cograníticas (LSGrH e LMSGr).

A fi gura 6B mostra que o Granito Seringa possui sempre altas razões de FeOt/(FeOt + MgO) (0,86 a 0,97), os quais tendem a aumentar nas variedades mais ricas em sílica, refl etindo a diminuição mais acentuada de MgO em relação a FeOt nessas rochas. Pode ser classifi cado como do tipo rico em ferro (Frost et al. 2001), exibindo comportamento semelhante ao dos granitos tipo A.

O Granito Seringa mostra caráter metalumino-so a levemente peraluminometalumino-so (Fig. 6C) revelado no diagrama ANK versus ACNK (Shand 1951), e é cor-roborado pelo diagrama (Fig. 6D) Fe+Mg+Ti versus

(9)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 201

1

193

Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

Tabela 2 - Composições químicas das rochas das diversas fácies do Granito Seringa.

Fácies BAMGrG ABMGrG ABSGrP ABSGrH LSGrH LMSGr

Óxidos (% peso) AC-32 AC-48 AC-59 AC-97 AC-107 AC-28 AC-85 AC-17A AC-24B AC-87B AC-35 AC-42 AC-92 AC-26 AC-45 AC-19 AC-66 SiO2 70,22 70,69 70 70,04 69,77 69,93 70,04 74,48 75,8 75,56 77,77 75,66 77,33 75,17 75,44 75,78 75,81

TiO2 0,64 0,62 0,72 0,59 0,67 0,69 0,7 0,25 0,2 0,26 0,17 0,28 0,17 0,19 0,15 0,2 0,17 Al2O3 12,65 12,69 12,35 13,02 12,39 12,46 12,44 12,67 11,91 11,86 10,72 11,25 11,01 12,07 12,29 11,77 11,83

Fe2O3 4,84 4,56 5,23 4,61 5,13 5,15 5,13 1,92 1,61 1,76 1,74 2,46 1,77 1,84 1,64 1,77 1,81 FeO 1,56 1,47 1,68 1,48 1,65 1,66 1,65 1,73 1,45 1,58 0,56 0,79 0,57 0,59 0,53 0,57 0,58 MnO 0,06 0,06 0,07 0,06 0,06 0,07 0,07 0,02 0,02 0,02 0,04 0,04 0,03 0,03 0,02 0,03 0,02

MgO 0,59 0,56 0,6 0,5 0,67 0,63 0,66 0,16 0,12 0,13 0,08 0,13 0,06 0,09 0,07 0,09 0,05

CaO 2,08 2 2,04 2,02 1,9 2,06 2,04 1,19 0,93 0,68 0,42 0,82 0,44 0,6 0,44 0,35 0,39

Na2O 3,38 3,36 3,36 3,7 3,52 3,4 3,26 3,3 2,96 2,79 2,89 3,05 3,08 3,12 3,06 2,78 3,09 K2O 3,94 4,11 4,2 4,08 4,35 3,98 4,19 4,67 5,24 5,68 4,91 5 5,06 5,73 5,63 6,19 5,81

P2O5 0,19 0,21 0,21 0,18 0,23 0,22 0,22 0,06 0,03 0,03 0,01 0,03 0,03 0,03 0,01 < 0,01 0,02

PF 1,1 0,8 0,8 0,9 1 1,1 0,9 1,1 0,9 1 1 1 0,9 1 1,2 0,9 0,9

Total 101,2 101,1 101,3 101,2 101,3 101,3 101,3 101,5 101,2 101,4 100,3 100,5 100,4 100,5 100,5 100,4 100,5

Traços (ppm)

Ba 1702 1692 1883 1737 1425 1565 1643 1682 1690 1462 823 1269 721 437 245 582 153

Rb 108 118,3 117,3 113,2 134,2 119,9 129,7 140,8 140 148 161,4 123,7 171,9 207,9 276 179,1 206,1

Sr 195,2 190,4 195,5 201,2 175,1 176,4 179,5 146,6 127,4 123,4 47,6 78 43,5 39,6 31,2 36,1 12,8 Zr 388,7 378,7 370 429,3 421,5 461,1 402,6 229,1 218,2 204 271 387 189 254,7 192,3 283,3 365,4

Nb 53,3 54,4 62,6 56,8 62 52,8 60,4 32,9 37,6 29,3 98,8 69,6 71,6 82 62,8 52 71,4

Y 42,3 53 47,9 42,5 53,4 48,6 45,7 35,2 25,1 21,2 93 42,9 50,6 64 57 41,3 48,4

Ga 20,4 20 20 20 19,5 19,7 18,9 18,3 16,9 15,2 18,2 18,1 18,7 18,8 21,9 16,9 18,1

Th 9,8 11,2 10,8 11,3 16 10 16,1 8,7 14 8,1 20,5 16,9 20 24,6 29,3 18,7 25

U 1,8 2,6 1,6 2,6 2,5 2,4 2,5 2,9 2,7 2 4,5 2,6 3,6 5,5 6,5 4,3 5,4

V 36 32 39 25 35 41 36 19 14 < 8 < 8 10 < 8 11 < 8 13 < 8

La 64,5 69,1 76,4 70 73,4 60,3 74,1 40,3 58,6 43,6 115,3 87,5 92,6 121,9 93 74,3 101,9

Ce 122,8 126,4 144,4 123,7 134,6 112,9 138,9 75,8 100,8 74,8 186,9 162 170 210,2 181,1 152,8 188,7 Pr 14,4 15,28 17,03 15,29 16,55 14,68 16,19 8,79 11,13 8,4 25,73 19,06 20,4 23,78 19,33 15,52 21,09

Nd 14,4 14,1 14,9 13,5 14,7 14,6 14,9 10,6 6,5 6 16,9 16,4 18,5 13,7 13,4 11,2 14,4

Sm 9,08 9,25 10,28 9,34 10,17 9,7 9,97 5,86 5,56 4,47 16,29 10,25 10,95 12,33 9,92 8,24 10,61 Eu 1,93 1,94 1,96 2,04 1,83 1,88 1,78 1,48 1,47 1,55 0,94 1,11 0,67 0,63 0,49 0,79 0,35

Gd 7,83 8,38 8,73 8,37 8,92 8,48 8,58 5,35 4,56 3,92 16,2 8,04 9,15 10,49 8,28 6,59 8,62 Tb 1,27 1,32 1,4 1,32 1,48 1,37 1,36 0,99 0,73 0,63 2,53 1,32 1,49 1,78 1,42 1,12 1,43

(10)

neste último diagrama, percebe-se que, com a dimi-nuição dos minerais máfi cos, as rochas passam de me-taluminosas (campo IV- hornblenda + biotita) para peraluminosas (campo III- biotita), e que as rochas sienograníticas seriam classifi cadas geoquimicamente como leucogranitos.

Elementos traços

COMPORTAMENTO DE Rb, Sr E Ba O conteúdo dos

elementos traços em séries magmáticas varia de acor-do com a diferenciação magmática e pode auxiliar na compreensão dos processos envolvidos na mesma. Bio-tita e feldspatos são minerais importantes na diferen-ciação magmática de rochas silicáticas, pois são bons receptores de Rb (Wedepohl 1970). As variações dos teores de Rb (Fig. 7A) são expressivas e aumentam dos ABMGrG e BAMGrG para os ABSGrP e ABSGrH, até valores mais elevados nas rochas leucograníticas (LS-GrH e LMSGr).

Sr e Ba (Figs. 7B, C) convergem em sentido contrário ao Rb, mostrando correlação negativa com o aumento da sílica e acentuada diminuição dos ABSGrP e ABSGrH para as rochas leucograníticas. Essa tendên-cia mostra que, em líquidos silicáticos, o Sr se concen-tra fundamentalmente em plagioclásios de composi-ções intermediárias (andesina a oligoclásio cálcico) e, subordinadamente, no feldspato potássico. A cristaliza-ção do plagioclásio empobreceria o líquido em Sr e a do feldspato potássico, não muito tardia, contribuiria para acentuar essa tendência (cf. Wedepohl 1970).

O Ba acompanha mais facilmente o feldspato potássico e as micas, mas teores signifi cativos podem ocorrer em plagioclásios intermediários. No Granito Seringa, a diminuição dos teores de Ba deve estar li-gada, provavelmente, ao fracionamento de feldspato potássico e biotita.

COMPORTAMENTO DE Zr, Y E Nb No

Grani-to Seringa, as rochas monzograníticas apresentam os maiores conteúdos de Zr, com valores médios em torno de 400 ppm. As rochas sienograníticas e leuco-graníticas mostram conteúdos de Zr ≤ 300 ppm, com exceção das amostras AC-42 e AC-66 com 387 ppm e 365 ppm, respectivamente (Tab. 2). Y e Nb apresen-tam comporapresen-tamento muito irregular, formando trends

sub-horizontalizados (Y) a difusos (Nb), partindo das rochas monzograníticas para as sienograníticas. Segun-do Taylor (1965) o Y pode estar contiSegun-do nos anfi bólios e em minerais acessórios cálcicos. Como Y e Nb são compatíveis com hornblenda e zircão, eles poderiam estar presentes em grande parte nesses minerais, muito embora alguns leucogranitos apresentem valores de Y iguais ou superiores aos dos BAMGrG e ABMGrG.

Embora existam diversidades petrográfi cas nas rochas estudadas, os dados químicos não indicam esta-rem elas relacionadas a um trend de diferenciação mag-mática único, ainda que se possam caracterizar termos menos e mais evoluídos. O gap composicional, exis-tente entre as rochas monzograníticas e sienograníticas,

T

abela 2 continuação Fácies

BAMGrG ABMGrG ABSGrP ABSGrH LSGrH LMSGr

Óxidos (% peso)

(11)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 2011 195 Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

corrobora essa hipótese. Por outro lado, os diques de microgranitos (LMSGr) podem ser o registro de pul-sações mais tardias do magma granítico, algumas com composição levemente diferente daquela que gerou o corpo intrusivo principal.

COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS TERRAS RARAS Os dados analíticos dos elementos terras raras (ETR) foram normalizados pelos valores condríticos de Nakamura (1974). De modo geral, o Granito Seringa mostra padrões de ETR (Fig. 8) análogos aos demais granitos anorogênicos que formam a Suíte Serra dos Carajás (Barros et al. 1995, Fig. 9), com elevados

teores de elementos terras raras leves (ETRL), padrão sub-horizontalizado dos elementos terras raras pesados (ETRP) e moderadas anomalias negativas de európio (Eu) para os monzogranitos e acentuadas para os sienogranitos, com exceção da fácies ABSGrP que não apresenta anomalia de Eu. O comportamento geral dos ETR das diferentes fácies do Granito Seringa resulta num padrão levemente inclinado no sentido dos ETRP, indicando que houve um moderado fracionamento dos mesmos.

A fácies LSGrH apresenta maior conteúdo to-tal de ETR (420 ppm) e a mais pronunciada anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,17). O elevado conteúdo

(12)

modal de allanita, zircão e apatita (Tab. 1) pode explicar em parte esse enriquecimento em ETR, e sua anomalia negativa de Eu, mais acentuada (Fig. 8), sugere que o líquido gerador dessa fácies sofreu um fracionamento expressivo dos feldspatos. As pequenas anomalias ne-gativas de Eu observadas nas rochas monzograníticas poderiam sugerir que as rochas sienograníticas deriva-ram da primeira por simples cristalização fracionada dos feldspatos.

Ambiente tectônico e tipologia Uma das classifi ca-ções mais difundidas de rochas granitoides baseia-se na fonte de seus magmas. Chappel & White (1974) intduziram o conceito de granitos do tipo I e S, para ro-chas derivadas de fontes ígneas e metapelíticas, respec-tivamente. No fi nal da década de 70, Loiselle & Wones (1979) introduziram a terminologia de granitos tipo A para designar granitos anorogênicos de natureza alcali-na e supostamente anidros. Os granitos do tipo A apre-sentam valores elevados de SiO2 (> 70%), Fe/Mg, Zr, Nb, Y, Ga, e ETR, com exceção do Eu, e baixos CaO, MgO, Ba e Sr (Whalen et al. 1987). Finalmente, White

(1979) propôs a terminologia de granitos tipo M para caracterizar granitos de origem mantélica. A gênese de granitos tipo A foi inicialmente explicada a partir de duas hipóteses principais: cristalização fracionada de magmas basálticos alcalinos (Eby 1992) e fusão parcial de crosta granulítica residual (Collins et al. 1982).

As características gerais do Granito Seringa são, à primeira vista, compatíveis tanto com granitos tipo I quanto com granitos tipo A. Dentre os primeiros, desta-cam-se a presença de anfi bólio e biotita, sua tendência subalcalina e seu caráter metaluminoso a fracamente peraluminoso. Além disso, seu caráter oxidado, revela-do pelos valores moderarevela-dos de suscetibilidade magné-tica (1,3153x10-3 a 20,0353x10-3), conteúdos modais de opacos superiores a 0,l%, presença de magnetita em to-das as fácies, bem como razões Fe2O3/FeO (rocha total) próximas da unidade (Paiva Jr. 2009), permitem clas-sifi cá-lo como granito da série, a magnetita, de acordo com a defi nição de (Ishihara 1981).

Por outro lado, seus altos teores de SiO2 (69,7 a 77,7%.), K2O+Na2O (8,04%), Zr, Nb, Y e Ga e suas altas razões K2O/Na2O e Ga/Al, o aproximam mais do

(13)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 2011 197 Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

tipo A. Entretanto, seus conteúdos de TiO2, CaO, MgO, Sr e Ba são relativamente altos, quando comparados com os granitos tipo A do cinturão australiano (Whalen

et al. 1987, King et al. 1997).

Whalen et al. (1987) recomendam o uso da ra-zão Ga/Al como discriminante de granitos tipo A. Nos diagramas Zr x Ga/Al (Fig. 10A) e (K2O+Na2O/CaO x Zr+Nb+Ce+Y) (Fig. 10B) verifi cam-se que o Grani-to Seringa apresenta afi nidade com os granitos tipo A. Além disso, no diagrama Nb-Y de Pearce et al. (1984, Fig. 10C), o Granito Seringa mostra afi nidades geoquí-micas com granitos intraplacas, o que é característico de granitos tipo A (Whalen et al. 1987).

No diagrama FeOt/(FeOt + MgO) versus SiO2 (Fig. 6C), proposto por Frost et al. (2001) para classi-fi car granitoides com base nas condições de oxidação, as amostras do Granito Seringa incidem no campo dos granitos ricos em ferro, semelhantes aos granitos tipo A. Segundo Eby (1992), granitos tipo A podem ser di-vididos geoquimicamente em dois grupos. O primeiro (A1) representa os diferenciados de magmas derivados de uma fonte semelhante a basaltos de ilhas oceânicas (OIB), mas colocados em ambiente de rift continental ou de magmatismo intraplacas (hot spot). O segundo (A2) representaria magmas derivados parcial ou total-mente de fontes da crosta continental ou magmatismo

de arco de ilha (IAB). Segundo essas características, o Granito Seringa se enquadra no subtipo A2 (Fig. 10D), sugerindo fonte crustal para o mesmo.

As variáveis geoquímicas e petrogenéticas dos granitos tipo A são assuntos controversos. Os granitos

Figura 7 - Diagramas de Harker para os elementos traço das amostras do Granito Seringa. Siglas conforme fi gura 6.

(14)

tipo A, da série magnetita, oxidados defi nidos por An-derson & Bender (1989) são os mais problemáticos, uma vez que não seguem rigorosamente a original de-fi nição do termo e se aproximam, em alguns aspectos, dos granitos cálcico-alcalinos e granitos tipo I. Partindo dessas controvérsias, Dall’Agnol e Oliveira (2007) pro-puseram diagramas geoquímicos envolvendo óxidos de elementos maiores a fi m de distinguir granitos tipo A de granitos cálcico-alcalinos, bem como granitos oxidados de granitos reduzidos.

Nos diagramas CaO+Al2O3 x CaO/ (FeOt+MgO+TiO2) (Fig. 11A) e Al2O3 x CaO/ (FeOt+MgO+TiO2) (Fig. 11B) o Granito Seringa plo-ta dominantemente no campo dos granitos Tipo A. Nos diagramas Al2O3 x FeOt/(FeOt+MgO) (Fig. 11C) e Al2O3/(K2O/Na2O) x FeOt/(FeOt+ MgO) (Fig. 11D) nota-se que o mesmo apresenta comportamento duplo, com as rochas monzograníticas incidindo no campo dos granito tipo A oxidado e as rochas sienograníticas no campo dos granitos tipo A reduzido.

Figura 10 - Diagramas de elementos traços das rochas do Granito Seringa. A) diagrama Ga/Al x Zr (Wha-len et al. 1987). B) diagrama Zr+Nb+Ce+Y x FeOt/MgO (Wha(Wha-len et al. 1987). M, I e S: média dos granitos tipo I, M e S; FG: granitos félsicos fracionados. C) diagrama Y +Nb x Rb (Pearce et al. 1984). Campos syn-COLG: Granitoides Sin-colisionais, VAG: Granitoides de Arcos Vulcânicos, ORG: Granitoides de Cadeias Oceânicas e WPG: Granitoides intraplacas. D) diagrama Y-Nb-Zr/4 de Eby (1992).

(15)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 2011 199 Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

CONCLUSÕES O Granito Seringa, com cerca de 2250 km2 de superfície a orante, representa o maior batólito da PC. Ocorre sob forma subcircular e seccio-na unidades arqueaseccio-nas diversas, formando contatos dis-cordantes que somados aos diversos enclaves máfi cos, indicam evidências de seu caráter intrusivo.

A integração de dados geológicos, petrográfi -cos e geoquími-cos revelou a existência de dois gran-des conjuntos de rochas, divididos em seis fácies pe-trográfi cas distintas. O primeiro, formado por rochas monzograníticas, é representado por bitotita-anfi bólio monzogranito grosso (BAMGrG) e anfi bólio-bito-tita monzogranito grosso (ABMGrG) e o segundo, constituído de rochas sienograníticas, é formado por anfi bólio-biotita sienogranito porfi rítico (ABSGrP), leucosienogranito heterogranular (LSGH), leucomi-crosienogranito (LMSGr) e anfi bólio-biotita sienogra-nito heterogranular (ABSGrH). A distribuição espacial

de suas fácies petrográfi cas mostra um zoneamento concêntrico, com as rochas mais ricas em máfi cos si-tuadas predominantemente nas bordas do corpo e as fácies mais leucocráticas no centro.

As características petrográfi cas e as evidências geoquímicas não permitem supor a existência de um

trend único de evolução através de diferenciação mag-mática para o granito Seringa, ainda que se possam ca-racterizar termos mais e menos evoluídos. A presença de um gap composicional entre as rochas monzograní-ticas e sienogranímonzograní-ticas, evidente em todos os diagramas de variação, aponta neste sentido. Os dados petrográfi -cos e geoquími-cos sugerem que Granito Seringa pode ter sido formado por cristalização fracionada de um magma parental através de, pelo menos, três diferen-tes pulsos magmáticos. O primeiro estaria representado pelas rochas monzograníticas, que mostram um peque-no trend evolutivo, partindo de rochas mais ricas em

(16)

anfi bólio (BAMGrG) para rochas mais ricas em biotita (ABMGrG). O segundo teria formado as rochas sieno-graníticas (ABSGrP e ABSGrH) e o terceiro seria res-ponsável pela formação de líquidos magmáticos mais evoluídos, geradores das rochas leucograníticas que são pobres em minerais máfi cos.

O Granito Seringa possui características metalu-minosas a levemente peralumetalu-minosas e natureza subal-calina potássica. Suas razões K2O/Na2O situadas entre 1 e 2 e FeOt/(FeOt+MgO) entre 0,87 a 0,97 são rela-tivamente elevadas, e tendem aumentar gradualmente das rochas monzograníticas para as sienograníticas. Mostra afi nidades com granitos ricos em ferro (Frost

et al. 2001) e tipo A (Whalen et al. 1987), incidindo exclusivamente no campo dos granitos do subtipo A2 (Eby 1992), o que sugere fonte crustal para o mesmo, ou, com a participação de material mantélico, conforme atestado pela presença de enclaves máfi cos.

As variações dos teores de Rb são expressivas e aumentam das rochas monzograníticas para as sieno-graníticas, mostrando uma correlação positiva com o aumento de sílica dos ABMGrG e BAMGrG para os ABSGrP e ABSGrH, com valores mais elevados nas rochas leucograníticas. Por outro lado, Sr e Ba mostram correlação negativa com o aumento da sílica e acentu-ada diminuição dos ABSGrP e ABSGrH para as rochas leucograníticas.

As anomalias negativas de Eu são fracas nas ro-chas monzograníticas e moderadas a acentuadas nas sie-nograníticas e leucomonzograníticas, respectivamente, com exceção dos ABSGrP. Este padrão de fracionamen-to sugere que as rochas sienograníticas derivaram dos

monzogranitos por cristalização fracionada. As concen-trações mais elevadas de ETR nas rochas sienograníti-cas podem decorrer de um maior empobrecimento em minerais concentradores de ETR, uma vez que, duran-te a cristalização fracionada em sisduran-temas graníticos, os ETR (exceto o Eu) crescem com a diferenciação.

Em linhas gerais, o Granito Seringa apresenta grandes semelhanças com os granitos da Suíte Serra dos Carajás (Barros et al. 1995, Dall’Agnol et al. 1994, Ja-vier Rios et al. 1995). São granitos isotrópicos, intrapla-cas, de nível crustal elevado, tendo sido colocados numa crosta rígida cortando discordantemente suas rochas en-caixantes. Em termos modais variam de monzogranitos a sienogranitos e são igualmente desprovidos de titanita magmática como fase acessória. Apresentam, ainda, su-perposição nos padrões de ETR e valores análogos de susceptibilidade magnética (Paiva Jr. 2009).

Com base nos dados obtidos e nas observações acima, admite-se que o Granito Seringa apresenta maiores semelhanças petrográfi cas, geoquímicas e de suscetibilidade magnética com as rochas da Suíte Serra dos Carajás, podendo ser enquadrado nesta importante suíte granitoide.

Agradecimentos Aos pesquisadores e alunos do Gru-po de Pesquisa Petrologia de Granitoides (GPPG) pelo apoio nas diversas etapas deste trabalho, ao Prof. Roberto Dall’Agnol pela discussões, ao CNPq pela concessão de bolsa de mestrado ao primeiro autor, ao Instituto de Ge-ociências (IG-UFPA) pelo suporte técnico e laboratorial. Este artigo é uma contribuição aos Projetos PROCAD e PRONEX/CNPq (Proj. 103/98 - Proc. 66.2103/1998-0).

Referências

Almeida J.A.C. 2005. Geologia, petrografi a e geoquímica do Granito anorogênico Bannach, Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, PA. Dissertação de mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 171 p.

Althoff F.J. Barbey P. Boullier A.M. 2000. 2.8-3.0 Ga plutonism and deformation in the SE Amazonian craton: the Archean granitoids of Marajoara (Carajás Mineral province, Brazil). Precambrian Research, 104:187-206. Anderson J.L. & Bender E.E. 1989. Nature and origin

of Proterozoic A-Type granitic magmatism in the southwestern United States of America. Lithos, 23:19-52Araújo O.J.B & Maia R.G.N. 1991. Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Programa Grande Carajás. Folhas SB-22-Z-A. Estado do Pará. Brasília, DNPM/CPRM, Texto Explicativo, 164 p. Barros C.E.M., Dall’agnol, R., Vieira, E.A.P., Magalhães,

M.S., 1995. Granito Central da Serra dos Carajás: avaliação do potencial metalogenético para estanho com base em estudos da borda oeste do corpo. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Série Ciências da Terra, 7:93- 123.

Chappell B.W. & White A.J.R. 1974. Two contrasting granite types. Pacifi c Geology, 8:173-174.

Collins W.J., Beams, S. D., White, A. J. R., Chappell, B. W. 1982. Nature and Origin of A-type granites with particular reference to Southeastern Australia. Contribution to Mineralogy and. Petrology, 80:189-200. CPRM 2004. Programa de Levantamentos Básicos do

Brasil, Folha Araguaia (SB-22). Estado do Pará. Belém, CPRM, Relatório Técnico, 120 p.

Dall’Agnol R. & Oliveira D.C. 2007. Oxidized, magnetite-series, rapakivi-type granites of Carajás, Brazil: implications for classifi cation and petrogenesis of A-type granites. Lithos 2007.

Dall’Agnol, R. 1980. Etudes sur des granites du type “Rondonian” en Amazonie Orientale et leurs transformations tardi-magmatiques. Tese de Doutorado, Labor. Geól. Petrol., Univ. Paul Sabatier, Toulouse, 348 p. Dall’Agnol R., Lafon J.M., Macambira M.J.B.

1994. Proterozoic anorogenic magmatism in the Central Amazonian province, Amazonian Craton. Geochronological, Petrological and Geochemical aspects. Mineralogy and Petrology, 50:113-138.

(17)

Revista Brasileira de Geociências, volume 41 (2), 2011 201 Antonio Lima de Paiva Júnior et al.

Dall’Agnol R., Scaillet B., Pichavant M. 1999c. Evolution of A-type granite magmas: an experimental study of the Lower Proterozoic Jamon Granite, eastern Amazonian craton, Brazil. Journal of Petrology, 40(11):1673-1698. Dall’Agnol R., Teixeira N.P., Rämö O.T., Moura C.A.V.,

Macambira M.J.B., Oliveira D.C., 2005. Petrogenesis of the Paleoproterozoic, rapakivi, A-type granties of the Archean Carajás Metallogenic Province, Brazil. Lithos, 80:101-129.

Dall’Agnol R., Oliveira M.A., Almeida J.A.C., Althoff F.J., Leite A.A.S., Oliveira D.C., Barros C.E.M., 2006. Archean and Paleoproterozoic granitoids of the Carajás metallogenetic province, eastern Amazonian craton. In: Dall’Agnol R., Rosa-Costa L.T., Klein E.L. (eds.) Symposium on Magmatism, Crustal Evolution, and Metallogenesis of the Amazonian Craton, Abstracts Volume and Field Trips Guide. Belém, PRONEXUFPA/ SBG-NO, 150 p.

Debon F., Le Fort P., Sabaté P. 1988. Uma classifi cação químico-mineralógica das rochas plutônicas comuns e suas associações, método e aplicações. Revista Brasileira de Geociências, 18(2):122-133.

DOCEGEO (Rio Doce Geologia e Mineração - Distrito Amazônia) 1988. Revisão litoestratigráfi ca da Província Mineral de Carajás, Pará. In: SBG, Cong. Bras. Geol., 35, Anexos, p. 11-54.

Eby G.N. 1992. Chemical subdivision of the A-type granitoids: petrogenetic and tectonic implications. Geology, 20:641-644.

Frost B.R, Barnes C.G., Collins W.J., Arculus R.J, Ellis D.J, Frost C.D. 2001. A geochemical classifi cation for granitic rocks. Journal of Petrology, 40:261-293. Ishihara S. 1981. The granitoid series and mineralization.

Economic Geology, 75th Anniv:458-484.

Javier Rios F., Villas R.N., Dall’agnol R. 1995. O Granito Serra dos Carajás: fácies petrográfi cas e avaliação do potencial metalogenético para estanho no setor norte. Revista Brasileira de Geociências, 25:20-31.

King P.L. White A.J.R.; Chapell B.W.; Allen C.M. 1997. Characterization and origin of aluminous A-type granites from the Lachlan Fold Belt, southeastern Australia, J. Petrol., 38:371-391.

Leite A. A. S. 2001. Geoquímica, petrogênese e evolução estrutural dos granitoides arqueanos da região de Xinguara, SE do Cráton Amazônico. Tese de doutorado, Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 330 p.

Leite A.A.S., Dall’agnol R., Macambira M.J.B., Althoff F.J. 2004. Geologia e geocronologia dos granitoides arqueanos da região de Xinguara e suas implicações na evolução do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, Cráton Amazônico. Revista Brasileira de Geociências, 34(4):447-458.

Le Maitre R.W. 2002. A classifi cation of igneous rocks and glossary of terms. 2.ed., Cambridge, Cambridge University Press, 193 p.

Loiselle M.C., Wones D.R. 1979. Characteristics and origin of anorogenic granites. Geological Society of America Abstracts with Programs, 11:468.

Macambira M.J.B., Lafon J.M. 1995. Geocronologia da Província Mineral de Carajás; Síntese dos dados e novos

desafi os. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Série Ciências da Terra, 7:263-287.

Marre J. 1982. Methodes d’analyse structural des granitoids. In: Bureau dès Recherche Géologiques et Minières (ed.) Manuels & Methodes. Orléans, BRGM, 128 p..

Nakamura N. 1974. Determination of REE, Ba, Fe, Mg, Na and K in carbonaceous and ordinary chondrites. Geochemical and Cosmochemical Acta, 38:757-775. Oliveira D.C., Dall’agnol R., Barros C.E.M., Figueiredo

M.A.B.M. 2002. Petrologia magnética do Granito Paleoproterozóico Redenção, SE do Cráton Amazônico. In: Klein E.L., Vasquez M.L., Rosa-Costa L.T. (eds.) Contribuições à Geologia da Amazônia. Belém, Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Norte, p. 115-132.

Oliveira M.A., Dall’agnol R., Althoff F. 2006. Petrografi a e Geoquímica do Granodiorito Rio Maria da Região de Bannach e Comparações com as demais ocorrências no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria - Pará, Revista Brasileira de Geologia, 36(2):313-326.

Oliveira M.A., Dall’Agnol R., Althoff F.J., Leite A.A.S. 2009. Mesoarchean sanukitoid rocks of the Rio Maria Granite-Greenstone Terrane, Amazonian craton Brazil. Journal of South American Earth Science, 27:146-160. Paiva Jr A.L. 2009. Geologia, petrografi a, geocronologia e

geoquímica do Granito Anorogênico Seringa, Província Mineral de Carajás, SSE do Pará. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 123 p.

Pearce J.A, Harris N.B.W, Tindle A.G. 1984. Trace element discrimination diagrams for the tectonic interpretation of granitic rocks. J. Petrology, 25:956-983.

Pimentel M.M., Machado N. 1994. Geocronologia U-Pb dos Terrenos granito-greenstone de Rio Maria, Pará. In: SBG, Congresso Brasileiro de Geologia, 38, Boletim de Resumos Expandidos, p. 390-391.

Pitcher W.S. & Berger A.R. 1972. The controls of contact metamorphism. In: Pitcher W.S. & Beger A.R. (eds.) The geology of Donegal: a study of granite emplacement and unroofi ng. New York, John Wiley & Sons, p. 302-327. Shand S.J. 1951. Eruptive rocks their genesis, composition,

classifi cation and their relation to ore deposit. 4ed. London, J. Wiley, 488 p.

Silva G.G., Lima M.I.C., Andrade A.R.F., Issler R.S., Guimarães G. 1974. Geologia das folhas SB-22 Araguaia e parte da SC-22 Tocantins. Rio de Janeiro, DNPM, Projeto RADAMBRASIL 4, 143 p.

Taylor S.R. 1965. The application of trace element data to problems in petrology. In: AHRENS L.H., RANKAMA K., RUNCON S.K. (eds.) Physics And Chemistry Of The Earth. London, Pergamon Press, p. 133-213.

Texeira N. P., Bettencourt J.S., Dall’Agol R., Moura C.A.V., Fernandes C.M.D., Pinho S.C.C.P. 2005. Geoquímica dos granitos paleoproterozóicos da Suíte granítica Velho Guilherme, Província Estanífera do Sul do Pará. Revista Brasileira de Geociências, 35(2):217-226.

(18)

Wedepohl K.H. 1970. Rubidium. In: Wedepohl K.H. (ed.) Handbook of geochemistry. Berlim, Springer-Verlag, p. 37-B-37-N.

Whalen J.W., Currie K.L., Chappel B.W. 1987. A-type granites: geochemical characteristics, discrimination and petrogenesis. Contribution to Mineralogy and Petrology, 95:407-419.

White A.J.R. 1979. Sources of granitic magmas. Geological Society of America Abstracts with Programs, 11(7):539.

Imagem

Figura 1 - (a) Localização da área de estudo no Cráton Amazônico; (b) Mapa geológico simplifi  cado da Província Carajás (modifi  cado  de  Dall’Agnol et al
Figura 2 - Mapa Geológico da região de ocorrência do Granito Seringa (Modifi  cado de CPRM 2004).
Tabela 1- Composições modais médias das diferentes fácies do Granito Seringa.
Figura 3 - Diagramas modais Q-A-P (Le Maitre 2002) e Q-(A+P)-M para as fácies do Granito  Seringa
+6

Referências

Documentos relacionados

Além disso, ao adicionar trombina ao fibrinogênio previamente incubado com os diferentes venenos de serpentes, houve a formação do coágulo, indicando que os

A determinação seletiva de As(III) por HG-AAS se apresenta como uma alternativa simples e rápida para especiação do As inorgânico em águas, sendo que o As(V) é obtido pela

O Concurso Conservação Ambiental Rural Excepcional, CARE 2012, tem por objetivo premiar o envolvimento das localidades integrantes do AECT Duero-Douro nas acções de recuperação e

Data were collected every 3 days for accumulated of fresh mass, water absorption, relative water content (RWC), membrane stability index (MSI) and vase life.. The application of

5137030 PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA / PEDAGOGIA.. Inscrição Nome Documento

As empresas que adotam a estratégia de Ênfase em Preços Baixos praticam preços muito competitivos, ao mesmo tempo diminuindo a importância de outros as- pectos do composto,

Po- rém, a avaliação da patência dos enxertos arteriais e das pontes de safena utilizados para tratamento da DAC vem sendo feita pela angiotomografia computadorizada de

Com base no estudo realizado, sugere-se a implan- tação da sistematização de assistência de enfermagem voltada ao paciente cirúrgico, incluindo a formulação e