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Um recurso externo para o encantamento de crianças pequenas: o desenvolvimento da leitura na creche / An external resource for the enchantment of young children: the development of reading in daycare

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Academic year: 2020

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Um recurso externo para o encantamento de crianças pequenas: o desenvolvimento

da leitura na creche

An external resource for the enchantment of young children: the development of

reading in daycare

DOI:10.34117/bjdv6n5-503

Recebimento dos originais: 13/04/2020 Aceitação para publicação: 25/05/2020

Maria Silvânia Santos de Oliveira

Formação acadêmica: Mestranda do Curso Ciências da Educação Instituição: Atenas College University.

Endereço: Rua Urcicino de Albertins, 17 A- Loteamento Maracajá, Surubim –PE, Brasil, CEP: 55750-000

E-mail: silvaniafernendes2@hotmail.com

Graciela Ferreira Da Silva

Formação acadêmica: Mestranda do Curso Ciências da Educação P Instituição: Atenas College University.

Endereço: Rua Manoel José Pessoa,93 A- Bairro São Sebastião, Surubim –PE, Brasil, CEP: 55750-000 E-mail: gfsilva22@hotmail.com

Nagraely Dos Prazeres Sousa

Formação acadêmica: Mestranda do Curso Ciências da Educação Instituição: Atenas College University.

Endereço: Aroeiras, 05 – Zona Rural, Bom Jardim –PE, Brasil, CEP: 55730-000 E-mail: nagraely@gmail.com

Nataely Prazeres Sousa Tomas

Formação acadêmica: Mestranda do Curso Ciências da Educação Instituição: Atenas College University.

Endereço: Rua A 481,Umari, Bom Jardim –PE, Brasil, CEP: 55730-000 E-mail: nataelysousatomas@gmail.com

Diógenes José Gusmão Coutinho

Formação acadêmica: Biólogo e Doutor em Biologia pela UFPE Istituição: Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife – PE E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com

RESUMO

A leitura é a principal ferramenta para a formação de um cidadão consciente. A ausência da mesma dificulta o amadurecimento intelectual e, consequentemente, poderá gerar atrasos na formação pessoal do ser humano, enquanto produtor de sua história. Aprender a ler não se resume a leitura de livros tal

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qual são escritos, mas, sim, pauta-se na compreensão do mundo a nossa volta, visto que é composto por variadas modalidades de leitura. Por ser um patrimônio pessoal com duração para a vida toda, acreditamos que a leitura deva ser inserida no cotidiano escolar das crianças desde a creche, pois ao ter este contato inicial a expectativa é que a criança mantenha-se interessada em desenvolver melhor suas habilidades de leitor. De modo que, ao ingressar nas séries posteriores, as mesmas já terão despertado o gosto pela leitura, estabelecendo uma ponte ativa entre as novas práticas de leituras que lhes serão apresentadas. Se a leitura é um processo ativo na construção do saber, faz-se necessário sua inclusão, desde o início da vida estudantil, para que seja encarada, de fato, como uma necessidade pessoal, uma atividade prazerosa que jamais virar a ser deixada de lado, seja qual for a fase da vida. A leitura deve ser exposta aos pequenos leitores de maneira criativa e eficaz, oportunizando o gosto de ler, sendo vista não como uma obrigação, mas como uma atividade de realização pessoal, de prazer. Para isso, os mediadores e seus métodos são fundamentais, assim como o uso de um ambiente chamativo e organizado, pensado para seu público alvo, numa perspectiva de que tenham contato direto com materiais de leitura. Somos um grupo heterogêneo, na busca pelo despertar e manutenção do gosto pela leitura, é preciso considerar o que já se tem como referência, os conhecimentos prévios pertinentes a cada ser. O processo efetivo de aquisição da mesma não será, portanto, pontual ou igual para todos, há todo um histórico de vida que já trazemos consolidado do convívio familiar, por exemplo. Pensando no longo caminho percorrido, durante todo o processo de aquisição da leitura significativa para a formação pessoal e social do ser, nas diferentes modalidades de leitura e práticas de ensino, nos propomos a realizar esse breve estudo sobre o desenvolvimento da leitura na creche, na ânsia de mostrar aos possíveis mediadores ou educadores, meios que viabilizem a sua prática docente com crianças regularmente matriculadas na creche.

Palavras-Chave: Encantamento. Leitura. Creche. ABSTRACT

Reading is the main tool for the formation of a conscious citizen. Its absence hinders intellectual maturation and, consequently, may cause delays in the personal formation of the human being, as a producer of his history. Learning to read is not limited to reading books as they are written, but, rather, it is based on understanding the world around us, since it consists of various reading modalities. As it is a personal patrimony that lasts for a lifetime, we believe that reading should be inserted in the school daily life of children since daycare, because when having this initial contact, the expectation is that the child remains interested in better developing their learning skills. reader. So that, when entering the subsequent series, they will have already aroused the taste for reading, establishing an active bridge between the new reading practices that will be presented to them. If reading is an active process in the construction of knowledge, it is necessary to include it, since the beginning of student life, so that it is seen, in fact, as a personal need, a pleasurable activity that will never be left aside. , whatever the stage of life. Reading should be exposed to small readers in a creative and effective way, providing the pleasure of reading, being seen not as an obligation, but as an activity of personal fulfillment, of pleasure. For this, mediators and their methods are fundamental, as well as the use of a flashy and organized environment, designed for their target audience, in a perspective that they have direct contact with reading materials. We are a heterogeneous group, in the search for awakening and maintaining a taste for reading, it is necessary to consider what we already have as a reference, the previous knowledge pertinent to each being. The actual process of acquisition of the same will not, therefore, be punctual or equal for everyone, there is a whole history of life that we already bring consolidated from family life, for example. Thinking of the long road traveled, throughout the process of acquiring meaningful reading for the personal and social formation of the being, in the different modalities of reading and teaching practices, we propose to carry out this brief study on the development of reading in the daycare center, in eagerness

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to show possible mediators or educators, means that make their teaching practice feasible with children regularly enrolled in daycare.

Key words: Enchantment. Reading. Nursery.

1 INTRODUÇÃO

Através da leitura modificamos a nós mesmos, transformando o mundo a nossa volta. Ainda que não a reconheçamos, a mesma se faz presente o tempo todo, em tudo que nos cerca. Sendo assim, mesmo quando não houver nas salas de aula, condições e ou materiais favoráveis ao desenvolvimento da leitura, sua prática não poderá ser excluída das atividades diárias. Com a criança de creche é necessária uma maior atenção, uma metodologia que ao ser aplicada, considere a baixa capacidade de concentração ou concentração em várias coisas ao mesmo tempo atrelada ao desenvolvimento dos pequenos. Ou seja, captamos a atenção da criança por pouco tempo durante a realização das atividades. Este breve momento de captura precisa ser lembrado como algo muito importante. É aí que se instalam os métodos a serem utilizados pelos mediadores e ou educadores na aquisição do gosto pela leitura.

Isso não implica dizer que, outras pessoas com as quais a criança venha a ter contado, não poderão também mediar este contato. Pelo contrário, se bem instruídas, estas se tornam mais um recurso para esta mediação criança x leitura.

Sobre a educação e seus processos formativos, veja o que consta no artigo 1º da LDB:

Art. 1º . A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (LDB, 1996, p.1)

Se é na leitura que são encontrados recursos favoráveis para uma formação positiva e gradual do ser social, característica natural e direito do ser humano (que desde o seu nascimento traz consigo uma grande responsabilidade com o meio no qual passa a estar inserido), que busquemos conhecer recursos e meios que possibilitem a presença da mesma desde a creche. Por estar inserida na educação infantil, que é a primeira etapa da formação escolar da criança, muitos ainda acreditam que as atividades desenvolvidas na rotina da creche não contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Esta é uma visão equivocada. Atentemo-nos a finalidade desta primeira etapa, como consta na LDB, em seus artigos 29º e 30º, tratando especificamente em seu inciso I, da modalidade de creche como parte integrante da Educação Infantil, fase crucial para o desenvolvimento da criança de 0 a 3 anos de idade:

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Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; (LDB, 1996, p.11)

Geralmente, o primeiro contato com a leitura se dá no seio familiar, mas, por acolher diferentes realidades, principalmente filhos de pais que trabalham o dia todo, pode ocorrer de a criança realmente ter na instituição o seu primeiro contato com esta prática. Para tal, é necessário que os profissionais envolvidos estejam preparados. Sobre o interesse e período da vida em que a leitura deve ser inserida na vida do ser humano SILVA e NASCIMENTO afirmam:

Em 2012 o Instituto Pró-livro divulgou uma pesquisa realizada em 315 municípios brasileiros, na qual foram entrevistadas 5.012 pessoas em domicílio. Para 64% desses entrevistados, a leitura é a fonte de conhecimento para a vida e 18% a considera uma atividade prazerosa. Se a leitura é fonte de conhecimento, porque lemos tão pouco? Segundo essa mesma pesquisa apenas 28% dos brasileiros dedicam seu tempo livre à leitura. Não estariam os brasileiros interessados nessa forma de prazer? E quando o assunto é ler para os filhos, como temos nos saído? Sendo prazerosa, essa atividade deveria tornar-se um hábito. Mas, a verdade é que a maioria dos brasileiros considera a leitura uma atividade obrigatória. Para as crianças essa é mais uma imposição dos adultos. Se deve ser um hábito, o contato com a literatura deveria iniciar o quanto antes, pois acreditamos que quanto mais cedo uma criança tiver contato com livros e histórias, maiores serão suas chances de se tornar um leitor assíduo. ( SILVA,NASCIMENTO,___p.2)

Para melhor discorremos sobre nossa temática seguiremos com nosso estudo abordando questões relativas ao desenvolvimento da leitura com crianças de 0 a 3 anos de idade. Esperamos deixar claro que, com os estímulos corretos, elas são capazes de aprender a ler e a gostar da leitura, favorecendo o seu desenvolvimento nas modalidades de ensino posteriores.

2 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL- O objetivo deste artigo foi mostrar a necessidade e possibilidades de inserção da prática leitora em crianças regularmente matriculadas em creches. Estimulando suas habilidades e competências prévias; desmistificando a ideia de que na creche a criança apenas brinca – como se, durante o processo da brincadeira não fosse possível inserir métodos dinâmicos para viabilizar a aprendizagem significativa, deixando em suas memórias cognitivas lembranças construtivas que vão acompanhá-las durante todo o processo de ensino e aprendizagem.

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a) Evidenciar a importância de inserção da leitura desde os primeiros meses da criança em suas atividades diárias, na creche e também no convívio familiar.

b) Desmistificar a ideia do não aprendizado de crianças matriculadas na creche com base em sua pouca idade.

c) Despertar a consciência leitora nos adultos para que possam ser modelo para as crianças, visto que elas também aprendem por imitação.

4 METODOLOGIA

Para que possamos atingir nossos objetivos, nos propusemos a realizar um estudo qualitativo, com base em textos de estudiosos que tenham abordado esta mesma temática em suas pesquisas, visando colaborar com a construção dos melhores métodos de ensino da leitura na creche. Iniciemos, então, pelo primeiro contato da criança, o familiar.

De acordo com Abramovich (1997.__) citado por Silva, Nascimento,___p.2)

Ler ou contar um a história para a criança pequena é despertar nela o imaginário, é provocar sua curiosidade e direcioná-la a um caminho de descobertas, de compreensão do mundo. É permitir-lhe ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário!

Como podemos notar no trecho acima, é de suma importância a contagem de história para crianças pequenas. Este contato irá instigar sua curiosidade, tornando-a ativa, fazendo com que a mesma participe das ações da narrativa por meio da sua imaginação. Deste modo, não podemos dizer que crianças pequenas não leem, leitura é ação e participação. Durante a realização da leitura, a criança participa como ela sabe; ela ouve e, ao mesmo tempo, interage por meio dos gestos – que traduzem a sua participação – o quanto ela esta envolvida com os fatos os narrados. Além de fortalecer os vínculos afetivos entre o ouvinte e seu narrador, aproximando-os.

Esta confiança, por sua vez, é benéfica ao desenvolvimento da criança. Enquanto ouve ela estabelece uma relação amigável, depositando confiança. Mesmo que, na maioria das vezes, essa relação seja estabelecida primeiramente com a mãe deve-se lembrar que a voz, o modo de falar, a tonalidade sempre será fator importante nesta aproximação e estabelecimento de confiança durante a realização da leitura.

Uma modalidade de leitura que encanta esse público é o conto de fadas. Observe Carvalho (2010, p. 23-24) citado por Silva, Nascimento (___p.4) “quando o leitor diz, com a voz pausada, ‘era uma vez...’

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sobre a importância de inserir desde muito cedo a leitura na vida da criança, permitindo que a mesma folheie livros, observe as imagens, tente reproduzir os sons emitidos pelo adulto e se encante com o mundo que lhe é apresentado por meio da leitura. Este é o caminho pelo qual, desde muito cedo, se possibilita o desencadeamento do gosto pela leitura e formação do leitor.

No tocante aos educadores de creche, há uma notória dificuldade em implantar uma rotina que aborde diariamente a chamada “hora da leitura” ou “hora do conto”. O tempo é curto, o cuidado para que a criança não se machuque, a falta de materiais adequados, a falta de espaço, a formação limitada dos docentes, entre outros fatores. Sempre há algo que atrapalhe está importante atividade e, independentemente de suas dificuldades, o professor sempre é cobrado em dobro.

Sobre este profissional Tardif, (2014, p. 111) citado por Arenhart, Guimarães, Santos (2018, p.3), afirma:

[…] um trabalho que tem como objeto o ser humano e cujo processo de realização é fundamentalmente interativo, chamando o trabalhador a apresentar-se pessoalmente, com tudo o que ele é, com sua história e sua personalidade, seus recursos e seus limites.

Trata-se da entrega do educador com a sua função de formador. Vale, antes de tudo, refletir sobre a formação que o mesmo recebe antes de assumir uma sala recheada de pequeninos curiosos, ansiosos para descobrir o que há de bom naquele espaço. Devido à falta de preparo e formações adequadas não é de se espantar, ao observarmos a aula de algum desses profissionais, notarmos que ele está perdido em sua prática. Antes de tudo, é preciso estabelecer sua responsabilidade afetiva com os pequenos de 0 a 3 anos de idade, por estar em contado diário e direto, sua figura tem uma representação muito importante. A leitura, se bem executada, poderá ser a ponte dessa aproximação. Imaginemos o quanto não podemos nos aproximar da criança ao mostra-lhe uma leitura dinâmica, sobretudo, àquelas que não dispõem disse cuidado em casa. O professor deve envolver a criança em seu novo mundo, utilizar este dinamismo proporcionado pela contação de histórias para estreitar os laços de seu relacionamento.

Reflitamos sobre a relação estabelecida e a imagem que se tem do educador, sobretudo para bebês. A esse respeito, veja o que dizem Catarsi e Freschi (2013) apud Arenhart, Guimarães, Santos (2018, p.7):

com o referencial italiano, o cuidado é uma categoria pedagógica. Coloca-se como fundamento epistemológico da prática educativa, na medida em que é um aspecto universal da vida humana. Receber cuidado implica em sentir-se acolhido pelo outro no mundo. Cuidar é cultivar um modo dinâmico e complexo de relação que permite a cada sujeito reconhecer-se no mundo. Na perspectiva médica, cuidar relaciona-se com curar ou tratar. No entanto, na visão socioeducativa, relaciona-se com a atenção para com o outro, com o interesse pelo outro. No caminho da

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Educação, cuidar significa acompanhar o outro com atenção em seu processo de desenvolvimento, valorizando o significado formativo da relação. Isso significa acolher e encorajar a criança, constituindo a confiança e autoestima necessárias para o crescimento.

Essa colocação dos autores nos deixa claro que, não importam as dificuldades da função, a criança apenas compreenderá o que o adulto a transmite, o modo como ele a acolhe em sua prática diária. Faz-se necessário estudar Faz-seu público, conhecer suas necessidades e, então, elaborar estratégias que venham a propiciar o crescimento, o amadurecimento do bebê enquanto leitor. Não estamos dizendo para deixar de lado o cuidado com outras necessidades das crianças, em uma sala de creche, sempre haverá uma equipe para trabalhar junto ao professor. No momento da leitura, procure envolver a todos, é necessário que todos estejam conectados ao mesmo objetivo, com o mesmo nível de comprometimento. De nada adiantará o professor levar para a aula, por exemplo, um livro gigante, desses cheios de imagens e cores para chamar a atenção da criança, se o ambiente não estiver propício a receber essa proposta de leitura.

Ler é um compromisso, uma ação social do educador em meio as suas múltiplas funções. Ler para criança proporcionará resultados significativos na medida em que consegue-se atingir objetivos de curto e longo prazo. É possível por exemplo, criar situações que envolvam os familiares, escolher um conto de fada por mês, enviar a cada um dos alunos com caderninho, onde, após a realização da leitura, os familiares possam relatar o comportamento apresentado pelo aluno(a), orientar os familiares para que diferentes pessoas realizem a mesma leitura em voz alta e observar as reações apresentadas. Deste modo consolida-se uma relação amigável entre creche e família, garantindo o melhor aproveitamento das atividades cotidianas, rompendo com o possível distanciamento. Se há uma coisa que não pode existir entre o professor de creche e a família é justamente o distanciamento. Ambos precisam estar em constante interação, sobretudo nos meses iniciais, para que, juntos, possam realizar repetidas vezes a mesma atividade, colaborando para o aprendizado da criança. Em Goldschmied; Jackson (2006, p. 152) apud Ramos (2019, p.6) “uma coisa leva à outra, em um processo prazeroso de descoberta, o que por sua vez

leva a praticar mais e a fazer crescer suas habilidades”.

Existem diversas situações de leitura a serem executadas na creche, que irão promover o desenvolvimento da criança. Lembremo-nos que de nada adianta conhecê-las se não houver o interesse real de executá-las com afetividade. Aliás, não é possível formar leitores se não exprimirmos sentimentos bons em nossas leituras. É fundamental iniciar este processo o quanto antes, para acabarmos com essa história de que brasileiro não lê, fato apresentado por BRITO E ABREU (2003, p. 115) apud LUIZ (2011, p.12):

O brasileiro não lê. Em qualquer debate sobre leitura, em encontros pedagógicos, até mesmo em encontros informais aqui e ali, nas perguntas dos jornalistas aos especialistas, aí está uma frase

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que não é difícil de ouvir. Ela tornou-se uma espécie de verdade inquestionável, marca da falta de cultura e de crítica da gente brasileira, assim como outras do tipo o brasileiro não sabe votar.

Atentemo-nos ao fato de que esta afirmativa ocorreu em 2003, mas se acaso hoje formos questionados quanto ao fato do brasileiro não gostar de lê, muito provavelmente, obteremos a mesma resposta. Este fato é notório desde a Educação Infantil. É função do professor ensinar, sabemos que é, mas reconhecemos que, sozinhos, não podemos acabar com esta fama adquirida ao longo dos anos. Foquemos então no agora, nas nossas salas de creche e na capacidade leitora das crianças.

Uma época a ser lembrada aqui é a Idade Média, quando poucos podiam ter acesso a leitura, a mesma era marcada como ascensão, poder. Sendo proibida sua veiculação. Hoje somos livres. Veja, através de BARBOSA (1991, p.19) apud LUIZ (2011, p.17), o quanto já se conquistou por meio da leitura:

A indústria nascente, o sufrágio universal, a urbanização crescente, a necessidade de adoção de novos valores propagados pela nova classe do poder, vieram demonstrar a urgência de garantir a todos o mínimo de instrução. Era preciso garantir a ordem e a estabilidade social através de uma instituição que ao mesmo tempo veiculasse os valores dominantes e dotasse o cidadão dos rudimentos da leitura e escrita adequados a situação emergente.

A leitura tornou-se, por assim dizer, uma ferramenta democrática, ou seja, todos podem acessá-la, pois a mesma é espalhada em todos os cantos de alguma forma. Caso ela fosse um mecanismo limitado apenas aos códigos escritos, teria um público também limitado, mas, como já mencionamos anteriormente, ela abrange variadas formas. Uma pessoa não alfabetizada consegue ler? Sem dúvidas que sim. Como? Por meio das imagens, por exemplo, só tem que desejar, querer compreender o mundo a sua volta. Sendo este desejo o objeto a ser trabalhado nas crianças.

Sobre o poder de envolvimento e satisfação propiciada pela leitura afirma LUIZ (2011, p.19):

[...]as características sedutoras da literatura nos levam a refletir sobre a importância da contação de histórias, que deve acontecer nas salas de Educação Infantil e nas creches cotidianamente, de forma que o professor possa atuar como mediador das possibilidades literárias, contribuindo não só com o processo de desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças. Mas para estimular o interesse pela leitura.

Repetir diariamente este processo, embalar a criança gerando um momento propício para sua interação, para envolvê-la com atividade práticas que a faça participar, se sentir importante dentro daquele espaço, vai propiciar ao seu mediador uma sensação única, podendo até mesmo se surpreender positivamente com as reações das crianças. Imagine que, enquanto professor você envie um livro de fábulas para casa e solicite a realização da leitura em voz alta pela mãe para a criança, e de repente a mãe

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se depara com a mesma imitando o personagem da fábula. Naquele momento, descobrirá capacidades e avanços até então desconhecidos por ela, quão gratificante não será para esta mãe.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Lendo os textos, observando os argumentos e situações expostas por diferentes autores que abordam a importância da inserção da leitura nas práticas educativas desde a creche, fizemos uma lista com 10 sugestões de atividades, que podem auxiliar o professor neste processo de aproximação e conquista da criança, para inseri-la no fantástico mundo da leitura.

Salientamos que, este não é um manual a ser seguido em ordem linear com garantias de resultados imediatos. Não podemos esquecer, ler é uma atividade prazerosa e não obrigatória, sendo assim, é uma conquista que leva tempo para acontecer.

Sugestões:

 Procure antes de tudo, se inteirar sobre seu público, saber quem são as crianças matriculadas em sua turma auxiliará no trabalho com elas.

Exemplo: Se na turma há uma criança que tem medo de palhaço. Não é aconselhável no primeiro momento realizar uma contação fantasiado com este personagem.

 Crie na sala um cantinho específico para a realização da leitura. Deixe materiais expostos, mas lembre-se que está trabalhando com crianças e elas ainda não possuem certo grau de autonomia. Ou seja, não basta expor, é preciso diariamente utilizar este cantinho junto com o aluno.

 Não seja tímido. Acompanhe os fatos, narre claramente, gesticulando, falando, realizando alteração na voz. Assim, vai aproximar a criança da narrativa.

 Procure utilizar materiais sonoros. Não esqueça, a criança ela acompanha o som, tanto quanto os movimentos. O som vai despertar a criança, gerando uma curiosidade, quem sabe até a mesma tente reproduzir, isso é participação.

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 Acolha a criança. Não a afaste, deixe-a à vontade. E nunca grite ou fale alto com ela neste momento, este precisa ser um momento agradável do qual ela guarde boas memórias, para poder querer continuar participando.

 Crie projetos de integração familiar. Sabemos que muitas famílias não possuem o hábito de ler. Mas é importante que esta atividade vá além da creche. Envolva os familiares.

 Dramatize. Instigar a imaginação é muito importante, use adereços, ilustre a história. Seja o personagem. Além de tudo, a criança criará uma relação de afetividade com você. Sempre que tiver contato com o personagem dramatizado irá lembrar você.

 Leitura em voz alta. Leia em voz alta para que a criança lhe escute, identifique sua voz, relacione os sons e assim possa criar inferências.

 Deixe a criança se expressar. Está no meio da história e a criança vem lhe perguntar? Deixe, não impeça. Se ela sentiu necessidade de falar é porque algo lhe chamou atenção, escute e depois prossiga.

 Leia tudo, mostre tudo. Mesmo que um gênero textual agrade mais as crianças na creche, o professor não deve se limitar. É preciso apresentar diferentes modalidades de leitura, texto para seu público. Lembre-se, você é um formador integral.

Elencamos estas atividades, como sendo importantes para que o aluno de creche desperte seu interesse pela leitura. Mas sabemos que todo educador é portador de uma metodologia única, com crianças seja sempre dinâmico, se existe algo que não viabiliza o processo de interação entre o professor e o aluno quando pequeno, é a falta de dinamismo.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura, quando reconhecida de acordo com sua importância social, passa a ser vista como muito mais que um mero mecanismo de aquisição de conhecimentos formativos para a vida, propiciando ao

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leitor atento sensações inexplicáveis a quem vê, nos levando a percorrer caminhos que não estão ao alcance dos bens materiais, os quais, compramos para pode sentir. Com a leitura, para nossas realizações, tudo o que precisamos é utilizar a imaginação, sobretudo, quando somos crianças, onde ainda tateamos em tudo visto e sentido. Ela é bem mais que um recurso de estudo preso a um único horizonte, em sua magnitude e grandeza, acaba por abranger todas as áreas vinculadas ao conhecimento.

Imaginemos o poder da união de diversas letras, iniciam um texto vagarosamente e de repente, a junção de letras e sons ganhando sentido, transmitindo-nos uma mensagem completa. Mas, ainda assim, não podemos limitar a leitura a junção de letras e palavras, visto que, tudo aquilo que nos transmite um recado significativo, é leitura: músicas, símbolos, gravuras expostas em diferentes ambientes. São elementos portadores de significado, precisamos explorar desde muito cedo, nos primeiros contados da criança com o ensino, com a creche, utilizando a capacidade nata de lermos o mundo a nossa volta. Infelizmente, quando não instigados, muitos seres humanos não despertam esse interesse pela leitura, acabam não compreendendo sua importância para vida. Para quem não acredita no ato de ler como necessário e benéfico na infância, para quem crer que lê para uma criança é perder tempo de acordo com Amarilha, (1997,p.40) citado por Luiz (2011,p.20):

a narrativa é usada para acalmar as crianças quando estão muito inquietas e também para impor silêncio e disciplina para o caos que, ás vezes, ocorre na sala de aula. Constata-se, então, que o conceito de atividade ´sem significado`, que é atribuído à literatura, não corresponde a verdade. Ela e, de fato, utilitária, é instrumento de controle sobre a criança.

Quando o professor consegue acalmar crianças utilizando uma contação de história, é justamente por conseguir envolve-la. Ou seja, ela se sente atraída pelos elementos apresentados, passando a interagir mutuamente.

A melhor fase da vida para se aprender a ler é justamente na infância. Quando a nossa mente está completamente receptiva. Claro que o adulto também possui capacidade de aprender, mas seu grau de dificuldade poderá ser maior.

Diante do que expusemos, estabelecemos a importância do saber ler como fundamental ao desenvolvimento intelectual e social do ser – como construtor de sua história, conhecedor de seus direitos e deveres, busca as melhores possibilidades para exercer a cidadania. Deixando de lado toda a alienação causada pela falta de conhecimento, pela incapacidade de ler, de compreender o seu próprio meio, despertar em uma criança o gosto pela leitura, é plantar alegria e aventuras no hoje, regando possibilidades futuras, para que a mesma venha a viver melhor, dentro de uma sociedade celetista, a nossa sociedade.

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REFERÊNCIAS

ARENHART, Deise. GUIMARÃES, Daniela. SANTOS, Núbia Oliveira. Docência na creche: o cuidado na educação das crianças de zero a três anos. Disponível em: seer.ufrgs.br ›

educacaoerealidade › article › view

LDB – Leis de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394.1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein 9394.pdf (Acesso em novembro 2020)

LUIZ, Elivane Barbosa. Bebedoteca: Uma proposta de incentivo a leitura nas creches. – Guabiraba- Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?q

RAMOS, Taciana Karla Gomes Ramos. Participação de Bebês em atividades de leitura na creche:

um estudo exploratório. Disponível em:

http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV073_MD1_SA9_ID7626 _14092017225251.pdf.

SILVA, Dilma Antunes, NASCIMENTO, Marcelo. Narrativas e práticas de leitura na creche: relatos sobre a importância da leitura para bebês. Uma experiência com as mães – ITAQUERA - Disponível em: http://www1.sinprosp.org.br/conpe3/revendo/textos/02/06.pdf

Referências

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