• Nenhum resultado encontrado

Os alimentos geneticamente modificados em Portugal : avaliação do nível de conhecimento de algumas organizações portuguesas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os alimentos geneticamente modificados em Portugal : avaliação do nível de conhecimento de algumas organizações portuguesas"

Copied!
71
0
0

Texto

(1)

Celina Freitas Tavares

Os Alimentos Geneticamente Modificados

em Portugal — avaliação do nível de conhecimento

de algumas organizações portuguesas

PORTO

®

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO UNIVERSIDADE DO PORTO

(2)

Lista de Abreviaturas

I) RESUMO 1

II) INTRODUÇÃO 2

III) OBJECTIVOS 13

IV) MATERIAL E MÉTODOS 14

V) RESULTADOS 17

VI) DISCUSSÃO 31

VII) CONCLUSÕES 36

Referências Bibliográficas 37

(3)

ADN - Ácido Desoxirribonucleico

AGM's - Alimentos Geneticamente Modificados

CONFAGRI - Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito de Portugal

CE - Comunidade Europeia

CEE - Comunidade Económica Europeia EC - European Community

EEC - Economic European Community

ENGL - European Network of G MO Laboratories GM - Geneticamente Modificado(a)

IBET - Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica

INETI - Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial

ISAAA - International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications LCMMP - Laboratório de Controlo de Materiais de Multiplicação de Plantas N° QE - Número de Questionários Enviados

N° QR - Número de Questionários Recebidos OGM's - Organismos Geneticamente Modificados PCR - Polymerase Chain Reaction

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences Tx Rsp - Taxa de Resposta

(4)

I) RESUMO

A biotecnologia moderna tem assumido, nas iJl^^^pecadas, um papel importante, especialmente na área agro-alimentar. Os alimentos geneticamente modificados (AGM's) são o fruto de vários anos de investigação e trabalho.

A União Europeia (U.E.) possui o quadro regulamentar que é considerado o mais exigente do mundo nesta matéria. Em Portugal, a situação tem vindo a tomar contornos mais definidos e vários organismos têm vindo a desenvolver esforços nesse sentido.

No presente estudo, foi aplicado um questionário a 123 organizações: Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais. O objectivo foi avaliar o nível de conhecimento dos inquiridos sobre os AGM's em Portugal. A taxa de resposta foi de 65,9%. Os resultados sugerem que é necessário divulgar mais informação sobre o assunto a estas organizações. É, muitas vezes, através delas que a informação é divulgada para o cidadão comum, para o investigador, para o agricultor, para o comerciante, e não só. É importante que todos façamos parte desta cadeia e, para isso, é necessário que estejamos informados.

(5)

II) INTRODUÇÃO

A biotecnologia moderna, nomeadamente a Engenharia Genética, deu os seus primeiros passos por volta dos anos 70 através da utilização de técnicas de ácido desoxirribonucleico (ADN) recombinante para transferência de genes(1), por

Paul Berg(2). O Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança(3) define

"biotecnologia moderna" como sendo a aplicação de:

■ Técnicas in vitro de ácidos nucleicos, incluindo ADN recombinante e injecção directa de ácidos nucleicos em células ou organelos, ou

■ Fusão de células para além da família taxonómica, que ultrapassa barreiras reprodutivas fisiológicas naturais ou de recombinação e que não são técnicas usadas em selecção e reprodução tradicional.

No entanto, o património genético das espécies tem vindo a sofrer alterações há mais de 10 mil anos, quando o Homem começou a domesticar animais e a seleccionar espécies vegetais para a agricultura.(1) Hoje em dia, a

engenharia genética ocupa um lugar de destaque em várias áreas, incluindo a agricultura e a alimentação humana.

A legislação portuguesa define um "organismo geneticamente modificado (OGM)" como sendo "qualquer organismo, com excepção do ser humano, cujo material genético foi modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por meio de cruzamentos ou de recombinação natural"(4) admitindo apenas

(6)

Sendo assim, um "género alimentício geneticamente modificado"a) é aquele

que contém, é constituído por, ou é produzido a partir deb) OGM's(5).

A 1a geração de alimentos geneticamente modificados (AGM's) trouxe,

essencialmente, benefícios agronómicos(6), nomeadamente:

■ Resistência biológica aumentada a doenças e pestes específicas (incluindo as que são causadas por vírus);

■ Adaptabilidade a condições adversas de crescimento; ■ Tolerância a herbicidas;

■ Características funcionais desejáveis (alergenicidade e toxicidade reduzidas, maturação retardada, prazo de validade superior)(7).

Mais tarde, surgiu uma 2a geração, focada em características qualitativas

dos alimentos, numa perspectiva mais benéfica para o consumidor(6). O objectivo

era obter características nutricionais desejáveis (alteração do conteúdo em proteínas ou gordura, aumento do conteúdo em nutrientes e fitoquímicos)(7).

No que diz respeito aos AGM's, apenas espécies vegetais estão a ser comercializadas, embora estejam a decorrer vários ensaios experimentais com animais aquáticos e de interesse pecuário.(1)

a) Considera-se que a expressão "género alimentício geneticamente modificado" é equivalente a "aumento geneticamente modificado (ou AGM)".

w Entende-se por "género alimentício produzido a partir de organismos geneticamente modificados" aquele "que é derivado, no todo ou em parte, de OGM's, mas não contém nem é

(7)

Produção e comercialização dos OGM's

Em 2003, cerca de 99% da produção global de transgénicos dizia respeito apenas a 6 países (Estados Unidos da América (E.U.A.), Argentina, Canadá, Brasil, China e África do Sul) 4 culturas (rebentos de soja, milho, algodão e colza) e 2 características específicas (tolerância a herbicidas e resistência a insectos)(1).

Segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia, 17 países cultivaram transgénicos até ao final de 2004, ano em que o n° de países em desenvolvimento (onze) que cultivaram plantas geneticamente modificadas (GM) foi quase o dobro do n° de países industrializados (seis). A maior área de plantação situa-se nos EUA (59% do total mundial), seguida da Argentina (20%). Todos os outros países, considerados individualmente, detêm menos de 6% da área de plantação mundial (Mapa 1 -Anexo 1)(8).

No que diz respeito à comercialização, os AGM's actualmente em circulação no mercado mundial apresentam uma enorme diversidade de características (Tabela 1 - Anexo 2)(9).

-> Os AGM's na União Europeia

O 1o OGM a ser aprovado para comercialização na União Europeia (U.E.)

foi a vacina contra a doença de Aujeszky's, em Dezembro de 1992(10). Contudo,

só em 1996 é que foi autorizada a comercialização do 1o AGM na Europa: o

concentrado de tomate da empresa Zeneca, em 1996(2). Em 1997, foi aprovada a

(8)

do Parlamento Europeu, todos os países da U.E., à excepção de Portugal, Espanha e Irlanda, assumem uma moratória de 18 meses para a aprovação de sementes geneticamente modificadas. Contudo, apesar de Portugal não ter assumido a moratória, suspendeu a experimentação, produção e comercialização de duas variedades de milho BéU).

Esta moratória teve consequências visíveis na origem das importações da U.E.. Enquanto que em 1994, 80% do milho era importado dos E.U.A., em 2000, 92% era proveniente da Argentina. Este facto poderá ser explicado pela moratória mas também pelo preço de mercado mais competitivo apresentado pela Argentina. Quanto aos rebentos de soja, embora o maior exportador para a U.E. continue a ser os E.U.A., o Brasil tem vindo a ganhar cada vez mais espaço no mercado europeu, por ser o maior fornecedor de rebentos de soja não-transgénica. As sementes de colza, por sua vez, eram tradicionalmente

importadas do Canadá. No entanto, a partir de 1998 essas importações foram substituídas quase na totalidade por sementes de colza provenientes da Polónia(12).

Entretanto, e em plena moratória, a U.E. cria a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, que inicia a sua actividade em Março de 2003 e inclui um painel específico para os OGM's.

Actualmente, esta situação está a tomar diferentes contornos. Com o fim da moratória, em Março de 2004, foram aprovados para comercialização mais AGM's, perfazendo um total de 18 para fins alimentares (Tabela 2 -Anexo 3)(11).

A "oposição" da U.E. face aos OGM's deriva, em parte, da falta de benefícios visíveis e comprovados para o consumidor, da incerteza relativa aos possíveis efeitos negativos para a saúde e para o meio ambiente e da percepção

(9)

alargada de que apenas algumas organizações constituirão os poucos beneficiários da biotecnologia moderna para a agricultura(13). Por outro lado, uma

liberalização mais ou menos repentina dos OGM's na U.E. poderia ter impactos negativos na sua economia. Isto porque, sendo os E.U.A. mais avançados nesta matéria, os seus preços poderiam ser mais vantajosos para os agricultores da U.E..

A legislação da União Europeia (U.E.) relativa aos OGM's vigora desde 1990 (Tabela 3 - Anexo 4). Os principais objectivos baseiam-se em proteger a saúde e o meio ambiente e em assegurar o movimento liberal de produtos GM saudáveis e seguros no espaço comunitário.(10).

Em Fevereiro de 2000, foi criada uma rede de laboratórios europeus

(European Network ofGMO Laboratories - ENGL) que trabalham nesta matéria de

modo a:

- desenvolver métodos de detecção e identificação de material GM; - suportar a implementação da legislação comunitária acerca dos OGM's; - distribuir informações acerca do uso correcto do material de referência certificado em matéria de OGM's;

- suportar a validação de métodos através desse material de referência; - informar os laboratórios acerca das produções presentes e futuras do material referido.

Trata-se de uma iniciativa que vai ao encontro dos propósitos da U.E. no que diz respeito a medidas de controlo rigorosas, consideradas das mais exigentes do mundo em matéria de avaliação dos riscos.

(10)

■> Os AGM's em Portugal

Os principais diplomas que regulam os OGM's em Portugal derivam da transposição para a ordem jurídica nacional das Directivas comunitárias (Tabela 4 - Anexo 5). Todavia, os Regulamentos são de aplicação imediata a partir do momento em que entram em vigor.

Em Portugal, as principais entidades competentes em matéria de AGM's são:

■ O Instituto do Ambiente (IA) - responsável pela aplicação da legislação europeia relacionada com os produtos GM e pela avaliação dos riscos dos OGM's para o ambiente.

■ A Direcção Geral de Protecção das Culturas (DGPC) - responsável pela certificação, qualidade e fiscalização das plantações de produtos GM, nomeadamente sementes e material de propagação. Também conduz investigação nesta área.

■ A Direcção Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar (DGFCQA) - responsável pela aprovação de todos os produtos destinados à alimentação humana para o mercado português(14).

■ A Direcção Geral de Veterinária (DGV) - responsável pela aprovação de todos os produtos destinados à alimentação animal para o mercado português.

■ A Agência Portuguesa de Segurança Alimentar (APSA) - responsável pela emissão de pareceres científicos e técnicos, recomendações e avisos em matérias relacionadas com os OGM's e pela avaliação e comunicação pública dos riscos inerentes a estes últimos(15).

(11)

Desde 1993, têm vindo a ser realizados ensaios de campo em Portugal, em que ocorreu libertação deliberada no ambiente de plantas GM, nomeadamente de milho, batata, tomate e goma de eucalipto. Até 1999, existiam em Portugal 24 campos de ensaio e 17 de demonstração, mais de metade relativos a milho GM. Em Março de 1999, a DGPC autorizou a inscrição de 2 espécies de milho GM no Catálogo Nacional de Variedades, utilização esta posteriormente suspensa, em Dezembro do mesmo ano. Em 2000, o único campo experimental em curso era de eucalipto (Tabela 5 - Anexo 6)(16).

A partir de 2005, os agricultores portugueses já podem cultivar qualquer uma das 17 variedades de milho transgénico (com base no evento MON 810(8))

inscritas no Catálogo Comum das variedades das espécies de plantas agrícolas da U.E. e publicadas a 17 de Setembro de 2004 no Jornal Oficial da União Europeia. O Decreto-Lei n.° 160/2005, de 21 de Setembro, estabelece, contudo, algumas medidas que visam compatibilizar as diferentes formas de produção agrícola. Sendo assim, define determinadas normas técnicas, entre as quais se destacam:

— Medidas de minimização da presença acidental de pólen: é obrigatório cumprir uma distância mínima de isolamento entre culturas de 200 metros, aquando da prática vizinha do sistema de produção convencional e de 300 metros, quando a cultura vizinha for, comprovadamente, realizada segundo o modo de produção biológico; estas distâncias podem ser substituídas por linhas de bordadura de milho: 24 linhas no 1o caso e 28 no 2o; deve também ser feita a

utilização de ciclos vegetativos diferentes e/ou sementeiras escalonadas;

(12)

— Medidas de minimização da presença acidental derivada de misturas mecânicas, no que se refere às embalagens de sementes, equipamentos agrícolas e armazenagem, transporte e identificação dos produtos produzidos.

Relativamente às obrigações gerais dos agricultores, foi estabelecido que: - É obrigatório que o agricultor frequente acções de formação

específicas, promovidas pelas organizações de agricultores ou pelos produtores ou acondicionadores de sementes, antes de adquirir as variedades GM e iniciar o seu cultivo;

— O agricultor tem de cumprir todo o processo de notificação à organização de agricultores ou à Direcção Regional de Agricultura (DRA) da área de localização da sua exploração agrícola;

- É obrigatório comunicar por escrito aos agricultores vizinhos cujas explorações se situem a uma distância igual ou inferior a 200m ou 300m, consoante se trate de modo de produção convencional ou biológico, respectivamente;

O controlo e a inspecção das explorações agrícolas de variedades GM são efectuados aleatoriamente. É também implementado, pela DGPC, um plano de acompanhamento que abrange ensaios laboratoriais de amostras de materiais vegetais produzidos nas explorações vizinhas, para determinar níveis de presença acidental de OGM's. Este plano também tem em consideração as possíveis dificuldades manifestadas pelos agricultores relativamente a estas normas.

Para além disso, serão objecto de regulamentação posterior a criação de zonas livres de cultivo de variedades GM e o estabelecimento de um fundo de

(13)

compensação para suportar eventuais danos económicos causados, resultantes da contaminação acidental do cultivo de variedades GM(17).

A DGPC propôs no seu Plano de Actividades para 2005 coordenar acções de formação dirigidas a associações de agricultores, associações de produtores de sementes e agricultores, proceder ao acompanhamento do cultivo em colaboração com as Direcções Regionais de Agricultura, elaborar o respectivo Plano de Acompanhamento e proceder a acções de controlo, a nível laboratorial, que se afigurem adequadas. A nível de consultadoria jurídica, a DGPC propôs-se (entre Janeiro e Dezembro de 2005) colaborar na elaboração da regulamentação do Decreto-Lei que regula o cultivo de variedades GM, visando assegurar a sua coexistência com culturas convencionais e com o modo de produção biológico. No que concerne a acções de certificação e controlo, a DGPC previu analisar (entre Fevereiro e Maio de 2005) lotes de sementes de variedades de milho convencional para detecção da presença de sementes GM, nomeadamente em 15 amostras de lotes de sementes de milho importados. Ainda se propôs, no que respeita a actividades de Investigação e Desenvolvimento Experimental (IDE), identificar impactes biológicos do cultivo de variedades de milho GM nos ecossistemas agrícolas(18).

De acordo com o plano de actividades para 2005, a DGPC encontra-se a realizar acções de formação sobre a "Coexistência entre culturas de variedades GM e outros modos de produção agrícola", quer para técnicos de empresas de sementes e de organizações de agricultores, quer para os agricultores que pretendam cultivar variedades GM(19). Quanto à elaboração da regulamentação do

Decreto-Lei que regula o cultivo de variedades GM, este já se encontra promulgado(17).

(14)

Em Portugal, existem 3 laboratórios da ENGL:

♦ Laboratório de Controlo de Materiais de Multiplicação de Plantas (LCMMP), da DGPC;

♦ Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET);

♦ Departamento de Biotecnologia do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI)(20).

O LCMMP efectua várias análises com o objectivo de detectar, identificar e semi-quantificar sementes geneticamente modificadas, quando presentes em lotes de sementes convencionais de milho e soja, por métodos baseados na análise de DNA e recurso à Polymerase Chain Reaction (PCR) convencional e quantitativa. Para além disso, desenvolve investigação nesta área, nomeadamente, a avaliação do efeito dos métodos de extracção de DNA nos resultados finais da quantificação de OGM, a avaliação do efeito da origem do transgene na quantificação final de OGM e a detecção e avaliação de instabilidades genéticas das construções utilizadas na criação de OGM em populações F2 resultantes de auto-polinizações e em populações resultantes de polinizações.

O IBET efectua também a detecção e a quantificação de OGM's em alimentos e ingredientes alimentares utilizando métodos de detecção baseados na PCR(21).

O INETI, por sua vez, realiza anualmente cerca de uma centena de análises, a pedido de empresas que comercializam produtos alimentares, no sentido de avaliar s,e os alimentos são GM ou não. É uma análise qualitativa que demora cerca de & dias. Pode ser efectuada a amostras de matérias-primas, como o milho ou a sqjp, ou realizada aos próprios alimentos, tais como enlatados

(15)

e pizzas. Nos poucos casos ainda verificados em que mais de 1% da amostra é GM, não se sabe ao certo qual o seu destino, uma vez que não é da responsabilidade dos investigadores, mas sim da própria empresa<22).

A rastreabilidade dos AGM's

As regras de rotulagem da U.E. exigem que um alimento que contenha, seja constituído ou produzido a partir de OGM numa proporção superior a 0.9% dos ingredientes que o compõe, considerados individualmente, ou do próprio género alimentício, se este consistir num único ingrediente, seja rotulado como tal(5). Se o produto for pré-embalado, o rótulo tem de conter a menção "Este

produto contém organismos geneticamente modificados" ou "Este produto contém [nome do(s) organismo(s)] geneticamente modificado". Se o produto não for pré-embalado, estas menções devem ser indicadas no expositor ou no local imediatamente adjacente ao produto, de forma legível e clara(23). É de realçar que

não é recomendável a indicação no rótulo da menção "livre de OGM" ou outra semelhante, uma vez que isso implicaria a ausência total (dentro dos limites de detecção) de contaminação cruzada com OGM e a disponibilidade simultânea no mercado de produtos semelhantes mas produzidos a partir de OGM(24).

Segundo estas mesmas regulamentações(5),(23), aplicáveis em todos os

Estados-Membros, incluindo Portugal, o operador que fornece o produto deve assegurar por escrito ao operador que o recebe as seguintes informações:

— A indicação de cada um dos ingredientes alimentares produzidos a partir de OGM;

(16)

— A indicação de cada um dos ingredientes ou aditivos alimentares para animais produzidos a partir de OGM;

— A indicação de que o produto é produzido a partir de OGM, no caso de produtos para os quais não exista uma lista de ingredientes.

É, por isso, necessário que este tipo de informação seja o mais exacto e transparente possível a todos os níveis, de modo a fazer cumprir as regras de controlo estabelecidas.

^ FCNAUP'

BIBLIOTECA

III) OBJECTIVOS

Com o final da moratória da U.E. e com a aprovação do cultivo de AGM's em Portugal a partir de 2005, estará Portugal preparado face à entrada de AGM's no território e na mesa dos portugueses? Estaremos devidamente informados?

O presente estudo pretende avaliar o nível de conhecimento que algumas organizações nacionais possuem acerca deste assunto, nomeadamente Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais.

(17)

IV) MATERIAL E MÉTODOS

Selecção da amostra

O presente estudo incluiu na amostra 4 tipos de organizações portuguesas, nomeadamente, Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais.

A amostra foi seleccionada segundo os seguintes critérios:

Câmaras Municipais :

■ Correspondem às capitais de distrito.

Estabelecimentos do Ensino Superior.

■ São públicos;

■ Ministram, pelo menos, um curso na área alimentar e/ou agrícola; ■ Ministram mais do que um curso na área das Ciências, excepto no

caso de cursos da área alimentar e/ou agrícola.

Cooperativas Agrícolas:

■ São associadas da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito de Portugal (CONFAGRI)(25>;

(18)

■ Seleccionou-se uma cooperativa por indicativo telefónico diferente; ■ Nos casos em que havia mais do que uma cooperativa por indicativo

telefónico a selecção foi efectuada da seguinte forma: foi escolhida aquela que possuía a designação do local onde se situava; quando isso não foi possível seleccionou-se a que aparecia em 1o lugar;

■ Foram também incluídas as cooperativas cujo concelho onde se situavam apresentava em 2002, uma densidade populacional igual ou superior a 500 habitantes/km2, segundo o Serviço de Informação

Online do Instituto Nacional de Estatística (INE)<26).

Associações Comerciais e Industriais:

■ A lista está disponível mediante uma pesquisa nas Páginas Amarelas na Internet (www.pai.pt) utilizando a expressão "Associação Comercial e lndustrial"(27);

■ Têm a designação inicial de "Associação Comercial e Industrial"; ■ Seleccionou-se uma associação por indicativo telefónico

diferente;

■ Nos casos em que havia mais do que uma associação por indicativo telefónico a selecção foi efectuada da seguinte forma: foi escolhida aquela que possuía a designação do local onde se situava; quando isso não foi possível seleccionou-se a que aparecia em 1o lugar;

■ Foram também incluídas as associações cujo concelho onde se situavam apresentava, em 2002, uma densidade populacional

(19)

igual ou superior a 500 habitantes/km2, segundo o Serviço de

Informação Online do INE(26).

Questionário

Para a realização deste trabalho de investigação foi elaborado inicialmente um questionário-piloto acerca dos AGM's em Portugal e aplicado a 12 indivíduos de diversas áreas científicas. Após a detecção de algumas incorrecções e formulações gramaticais e sintácticas susceptíveis de dúvidas no preenchimento do mesmo, foram efectuadas as alterações necessárias.

O questionário final (Anexo 7) foi posteriormente enviado, a 26 de Abril de 2005, para 123 organizações a nível nacional, acompanhado de uma carta de pedido de preenchimento e contextualização do mesmo, assinada pelo vereador António Teixeira Alves do Município de Fafe e de um envelope com a taxa paga para a devolução do questionário já preenchido.

Na parte inicial do questionário, foi perguntado o tipo de organização e o distrito. De seguida, as questões referiam-se, especificamente, à definição de AGM, à principal razão do aparecimento dos AGM's e ao conhecimento da legislação portuguesa sobre este tema. Questionou-se também acerca da produção e comercialização de AGM's em Portugal. As questões finais incidiram sobre as fontes utilizadas para obter informação acerca dos AGM's e sobre o aumento do interesse pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do referido questionário.

(20)

Tratamento estatístico

Apesar da data limite estabelecida para a recepção dos questionários ter sido 30 de Maio de 2005, as respostas recebidas até 15 de Agosto foram também consideradas, de modo a obter uma amostra maior.

O tratamento dos dados foi efectuado no programa Statistical Package for

the Social Sciences (SPSS), versão 13.0, e baseou-se, principalmente, no cálculo

das frequências para todas as questões, excepto para a que dizia respeito à definição de AGM's. Foi também calculado o qui-quadrado para avaliar a dependência existente entre as variáveis qualitativas. Contudo, este teste foi apenas utilizado nas questões n° 5 e n° 10, pois as restantes apresentavam mais de 20% das células com frequências esperadas menores que 5, um dos critérios pelos quais não se utiliza o teste do qui-quadrado. Na questão n° 3 ("Sabe o que são alimentos geneticamente modificados?"), como todos os inquiridos responderam "sim", a variável é constante, não se aplicando também o teste referido. A hipótese nula foi rejeitada sempre que o nível de significância crítico para a sua rejeição (p) era inferior a 0,05.

V) RESULTADOS

(21)

Questão n° 1 : "Indique o tipo de organização a que pertence. "

As taxas de resposta ao questionário de cada tipo de organização (Tabela 1) foram as seguintes:

Tipo de Organização N°QE N°QR TxRsp

Câmara Municipal

Estabelecimento de Ensino Superior Público Cooperativa Agrícola

Associação Comercial e Industrial

20 38 35 30 11 27 25 18 55% 71,1% 71,4% 60% TOTAL 123

m

65,9%

Tabela 1 - N° de questionários enviados e recebidos e taxa de resposta,

por cada tipo de organização.

A taxa de resposta (Tx Rsp) foi calculada através da fórmula (N° QR/ N° QE) x 100 = Tx Rsp. Verificou-se que a maior foi das Cooperativas Agrícolas (71,4%), no entanto muito semelhante à dos Estabelecimentos do Ensino Superior (71,1%). A menor foi das Câmaras Municipais.

Questão n° 2: "Por favor, indique o distrito onde se localiza a organização a que

pertence. "

Foram enviados questionários para todos os distritos do país, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Uma vez que a amostra é pequena

c) Dos 81 questionários recebidos foram apenas incluídos neste estudo 80, uma vez que um deles (relativo a uma Cooperativa Agrícola) apresentava mais de 20% das respostas em branco.

(22)

e se distribui pelos 20 distritos existentes, o n° de respostas por cada tipo de organização e por distrito é bastante reduzido. Sendo assim, não há muito interesse em tratar esta questão.

Questão n° 3: "Sabe o que são alimentos geneticamente modificados?"

Todos os inquiridos afirmam saber o que são alimentos geneticamente modificados.

Questão n° 3.1: "Se SIM, escreva uma definição sucinta."

Nenhum dos inquiridos respondeu com uma definição idêntica à do Regulamento (CE) n.° 1829/2003, de 22 de Setembro. Contudo, a maioria inclui expressões como "genética" e "genes". Cerca de 30% não respondeu a esta questão.

Questão n° 4: "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos

geneticamente modificados?"

(23)

15,0% 15,0%

5,0%

22,5%

36,3% 6,3%

■ Acabar com a fome no mundo

D Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais D Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares a Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas ■ Outra razão

□ Não responderam

Gráfico 1 - "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?"

A razão mais apontada para o aparecimento dos AMG's foi a satisfação dos interesses económicos de grandes empresas (36,3%) seguida da luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais (22,5%).

Quando comparamos por tipo de organização (Gráfico 2), verificamos o seguinte: Câmara Municipal Estabelecimento do Ensino Superior Cooperativa Agrícola Associação Comercial e Industrial I I V W . - V V J I SBHBf^^™ ; ■ ; ; ■ : , ; ' ■ ; : ! ■ : ] ] ] 0% 30% 60%

D Acabar com a fome no mundo

I Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais ! Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares l Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas H Outra razão

D Não responderam

Gráfico 2 - "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?", comparado por tipo de organização.

O gráfico 2 mostra que a 1a razão apontada pela amostra total continua a

(24)

Câmaras Municipais e dos Estabelecimentos do Ensino Superior. No 1o caso,

aparece ao lado da luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais e, no 2o, é referido que os AGM's foram criados para acabar com a fome no mundo.

Questão n° 5: "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos

geneticamente modificados?"

Gráfico 3 - "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente modificados?"

Cerca de 2/3 da amostra total refere não conhecer o conteúdo da legislação portuguesa no que respeita aos AGM's.

Quando comparamos por tipo de organização, verificamos o seguinte:

100% n

Câmara Estabelecimento Cooperativa Associação Municipal do Ensino Agrícola Comercial e

Superior Industrial Gráfico 4 - "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente

(25)

O gráfico 4 mostra que em todas as organizações, a legislação portuguesa sobre os AGM's não é conhecida em mais de 50% de cada amostra. Contudo, o desconhecimento atinge níveis superiores ao nível das Cooperativas Agrícolas e das Associações Comerciais e Industriais.

Através da aplicação do teste do qui-quadrado, verificou-se não existir dependência com significado estatístico (p=0,086) entre o tipo de organização e o conhecimento da legislação portuguesa sobre os AGM's (Tabela 2).

Valor P

6,597(19) 0,086

Tabela 2 - Resultados da aplicação do teste do qui-quadrado à questão n° 5.

Contudo, notou-se uma certa tendência para que as Câmaras Municipais e os Estabelecimentos do Ensino Superior tivessem um maior conhecimento sobre essa mesma legislação, uma vez que apresentaram uma frequência observada superior à frequência esperada na resposta "sim" (Tabela 3).

(26)

"Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos

geneticamente modificados?"

Tipo de organização Frequência Não Sim TOTAL

Observada S 5 11

Câmara Municipal Esperada 7,3 3,7 11,0

Estabelecimento do Observada i l l 13 27

Ensino Superior Esperada 17,9 9,1 27,0

Cooperativa Agrícola Observada 20 4

m

Esperada 15,9 8,1 24,0

Associação Comercial Observada 13 5 18

e Industrial Esperada 11,9 6,1 18,0

TOTAL Observada 53 27 80

Esperada 53,0 27,0 80,0

Tabela 3 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para

a resposta à questão n° 5.

Questão n° 5.1: "Se SIM, acha que existem em Portugal os meios necessários

para pôr em prática essa mesma legislação?"

Aproximadamente 30% dos que responderam que conheciam a legislação portuguesa sobre os AGM's, afirmam que Portugal possui os meios necessários para a pôr em prática. Os restantes afirmam o contrário. Apenas um respondeu que não sabe.

Questão n° 6: "Existe produção de alimentos geneticamente modificados em

(27)

Não sei 32,5%

Não 20,0%

Gráfico 5 - "Existe produção de alimentos geneticamente modificados em Portugal?"

Quase metade da amostra afirma existir produção de AGM's em Portugal. Apenas 1/5 refere que não existe e cerca de 1/3 não sabe.

Questão n° 7: "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente

modificados para consumo animal?"

Não sei 28,8%

Não\

2 .5 % \ / Sim

68,7%

Gráfico 6 - "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados para consumo animal?"

Mais de 2/3 da amostra afirmam que o mercado português dispõe de AGM's para consumo animal. Apenas 2,5% dizem que não e 28,8% não sabem.

(28)

Questão n° 8: "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente

modificados para consumo humano directo?"

Não 13,8%

Gráfico 7 - "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados para consumo humano directo?"

A percentagem de indivíduos que referem que o mercado português dispõe de AGM's para consumo humano directo e aqueles que não sabem é quase idêntica (mais de 40%). Os que respondem negativamente à questão são apenas 13,8%.

Questão n° 9: "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação

sobre os alimentos geneticamente modificados?"

O gráfico 8 mostra que as fontes mais indicadas pelos indivíduos da amostra (n=65) como uma das 3 principais que utilizam para obter informação acerca de AGM's são, em primeiro lugar, a Internet (60%), seguida das revistas/jornais científicos (43,8%) e da televisão (42,5%). A fonte menos consultada é a rádio (2,5%). Quanto a outras fontes, apenas 2 organizações

(29)

referiram consultá-las. Uma delas referenciou a Comissão Europeia e a outra a DGPC. Revistas/jornais científicos 100%^-Não responderam Outra fonte

Profissionais desta área

Outras revistas/jornais

Legislação

Livros

Rádio Internet

Televisão

Gráfico 8 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos geneticamente modificados?"

As respostas são, no entanto, um pouco diferentes quando as comparamos por tipo de organização.

100% 54,5% 50% 0% 63,6% 18,2% 27,3% 9,1%

n

36,4% 27,3% 9,1% 0,0% 0,0% *sf <& áf J? é$~ #° J? .«** & ^ «f>

^-4?

Gráfico 8 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos geneticamente modificados?", relativamente às Câmaras Municipais.

(30)

científicos e a televisão são as respostas mais apontadas como uma das 3 principais fontes de informação sobre AGM's consultadas, tal como na amostra total e também pela mesma ordem percentual decrescente.

100% T— 74,1% 50% 0% 63,0% 14,8%

XL

25,9% 11,1%

XL

-M,7°/o-14,8% n o,o% 18,5% 0,0% I J0

sssssys* ■• ■>

^

** f v

\ ®

ë & <?

^ &

Gráfico 9 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos geneticamente modificados?", relativamente aos Estabelecimentos do Ensino Superior.

Quanto aos Estabelecimentos do Ensino Superior, as fontes mais indicadas são, em 1o lugar, as revistas/jornais científicos, em 2o a Internet e em 3o os

profissionais desta área. A distribuição das respostas é, neste caso, diferente da amostra total. 100% 50% 58,3%58,3% 20,8% 1 6 7o/ o 8,3% ,—| 8,3% ' <§> & '<£> J& Jfr ' # *P „* .íP ~<S"

y , / , / <ry./

*?

<^ y J xf

• " • y

, #

ê

" 4

(31)

No que concerne as Cooperativas Agrícolas, a Internet e a televisão surgem ambas em 1o lugar. Seguidamente aparecem as outras revistas/jornais

como uma das 3 principais fontes de informação consultadas.

100% 50% 16,7% 0,0% 5 , 6 % 0,0% n t# J& *£ jtS> jè" 'TP *P Jb iS> J$

<p

& <$

Jr

Gráfico 11 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos geneticamente modificados?", relativamente às Associações Comerciais e Industriais.

No que se refere às Associações Comerciais e Industriais, as outras revistas/jornais e a televisão surgem também em 1o lugar ex aequo, seguidas da

Internet.

Apesar das diferenças verificadas consoante o tipo de organização, é de notar que a Internet aparece em todas como uma das 3 respostas mais assinaladas.

Questão n° 10: "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse

(32)

Os resultados quanto ao aumento do interesse de cada indivíduo pelo estudo dos AGM's depois de efectuado o questionário são indicados no gráfico 12. 100% 50% 0% 60% 40% Sim Não

Gráfico 12 - "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos alimentos geneticamente modificados?"

Verificamos que mais de metade da amostra (60%) refere que o preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos AGM's. Câmara Municipal Estabelecimento do Ensino Superior a Sim ^Não Cooperativa Agrícola Associação [:.:.:.:.:. Comercial e Industrial 0,0% 50,0% 100,0%

Gráfico 13 - "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos alimentos geneticamente modificados?", comparado por tipo de organização.

(33)

Quando estratificamos a amostra no que se refere a esta questão, notamos que o preenchimento deste questionário aumentou o interesse pelo estudo dos AGM's em mais de 50% dos inquiridos em todos os tipos de organização, excepto nos Estabelecimentos de Ensino Superior.

Com a aplicação do teste do qui-quadrado verificou-se existir dependência com significado estatístico (p<0,001) entre o tipo de organização e o aumento do interesse pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do questionário (Tabela 4).

Valor P

17,823(8) <0,001

Tabela 4 - Resultados da aplicação do teste do qui-quadrado à questão n° 10.

Há uma tendência para que as Câmaras Municipais, as Cooperativas Agrícolas e as Associações Comerciais e Industriais tenham um aumento do interesse maior, pois apresentam uma frequência observada superior à esperada na resposta "sim". Os Estabelecimentos do Ensino Superior, por sua vez, têm uma tendência para um menor aumento do interesse, visto apresentarem uma frequência observada inferior à esperada na resposta "sim".

(34)

Tipo de organização

Frequência

"0 preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos alimentos

geneticamente modificados?"

Não Sim TOTAL

Câmara Municipal Observada Esperada | 4,4 8 6,6 11 11,0 Estabelecimento do Ensino Superior Observada Esperada 10,8 8 16,2 27 27,0

Cooperativa Agrícola Observada

Esperada

1

9,6 16 14,4 24 24,0 Associação Comercial e Industrial Observada Esperada 7,2

10,8 18 18,0 TOTAL Observada Esperada 53,0 27 27,0 80 80,0

Tabela 5 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para

a resposta à questão n° 5.

VI) DISCUSSÃO

O futuro dos AGM's é ainda incerto, numa altura em que se tentam avaliar os riscos inerentes à sua libertação no ambiente e ao seu consumo. Na U.E., as autoridades competentes têm vindo a desenvolver esforços no sentido de criar uma regulamentação exigente nesta matéria. A informação que estas possuem é, naturalmente, um dos pontos-chave para a realização destes mesmos esforços.

Concretamente em Portugal, será importante que a informação seja divulgada não só a níveis superiores, mas também a níveis intermédios como é o

(35)

directamente com os AGM's: o poder local, as universidades, as cooperativas agrícolas e as associações comerciais e industriais, estando, de certa forma, mais ligados ao último elemento da cadeia: o consumidor.

Apesar de não serem apresentados os resultados estatísticos relativos aos distritos onde se localizam as organizações inquiridas, devido às razões já apresentadas, esta questão demonstra que a amostra não se concentra em determinadas regiões, por exemplo, nas grandes áreas urbanas (Porto e Lisboa), mas apresenta uma distribuição geográfica bastante alargada.

Quando se questiona se o indivíduo sabe o que são alimentos geneticamente modificados, todos respondem "sim". Contudo, quanto à questão n°3.1, se considerarmos a definição do Regulamento (CE) n.° 1829/2003, de 22 de Setembro, nenhuma das definições lhe corresponde e, para além disso, mais de 30 % não deu uma definição para AGM's. Este último facto poderá transmitir a ideia de um nível de conhecimento relativamente não consistente pois o inquirido, apesar de saber o que são AGM's, não é capaz de o definir por palavras.

No que concerne o aparecimento dos AGM's, as opiniões dividem-se. A razão mais apontada é a de satisfazer os interesses económicos de grandes empresas, resposta mais visivelmente adoptada pelas Associações Comerciais e Industriais. A luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais, que corresponde à 1a geração de AGM's, surge apenas em 2o lugar. Nesta questão

temos de ter em conta, principalmente, dois aspectos: em primeiro lugar, os inquiridos podem não conhecer o "percurso histórico" dos AGM's; em segundo, mesmo tendo conhecimento do que é descrito na literatura científica, e não só, o nível de confiança nessa informação poderá ser baixo, o que os leva a optar pela questão dos interesses económicos.

(36)

A respeito do enquadramento legal dos AGM's em Portugal, cerca de 2/3 dos inquiridos diz não conhecer a legislação portuguesa sobre este assunto. A tendência apresentada pelas Câmaras Municipais e pelos Estabelecimentos do Ensino Superior para um maior conhecimento da legislação poderá ter a ver com uma maior acessibilidade ao conteúdo da mesma ou com o facto dos inquiridos terem a necessidade de a consultar no âmbito de outras questões e estarem, por isso, mais familiarizados com esse procedimento e até com o tipo de linguagem que é utilizado na legislação. Contudo, esta dependência entre o tipo de organização e o conhecimento da legislação não é estatisticamente significativa. Possivelmente, aumentando o tamanho da amostra, esta dependência pudesse alcançar um significado estatístico. De qualquer forma, é importante que conheçam esta legislação específica. Porque não disponibilizá-la a estas organizações? Uma das formas possíveis seria em forma de resumo, para ser de mais fácil leitura. Assim, pelo menos, poderiam a ficar a conhecer os aspectos mais importantes do enquadramento legal dos AGM's em Portugal, podendo contribuir de uma melhor forma para que este seja cumprido. Isto porque, quando se pergunta aos que dizem conhecer a legislação portuguesa sobre os AGM's, se existem em Portugal os meios necessários para a pôr em prática cerca de 1/3 responde "sim" e 2/3 "não". Embora o número de respostas seja muito reduzido, porque poucos disseram conhecer a legislação, seria de todo o interesse questionar que meios são necessários, quais as acções que estão a ser desenvolvidas pelas autoridades competentes nesta matéria e como é que cada organização, em particular, pode contribuir para tal.

Quanto à questão da produção e comercialização em Portugal de AGM's, o nível de desconhecimento (resposta = "não sei") atinge cerca de 1/3 dos

(37)

inquiridos, desconhecimento esse mais marcado quando se trata de AGM's para consumo humano directo. Apesar disso, mais de 40% afirma existir, atingindo mesmo mais de 2/3 de respostas no que respeita a AGM's destinados ao consumo animal. Relativamente à produção de AGM's em Portugal, não era suposto que os inquiridos considerassem os ensaios experimentais que já são efectuados desde 1993. Contudo, como a ressalva não foi feita, poderão tê-lo feito. Quanto à comercialização de AGM's em Portugal, já estão autorizados 18 OGM's na U.E. que poderão ser utilizados na alimentação humana. A DGFCQA, quando contactada por e-mail, referiu existirem no mercado português AGM's para consumo animal e humano, devidamente rotulados. Contudo, não forneceu qualquer lista dos produtos em questão, desafiando a uma visita aos supermercados para tentar descobri-los.

Relativamente à questão acerca das 3 principais fontes que os inquiridos utilizam para obter informação sobre os AGM's, o seu interesse prende-se com o facto de saber qual o melhor meio para transmitir informação sobre este tema a cada tipo de organização. No caso das Câmaras Municipais, os inquiridos referem a Internet, as revistas/jornais científicos e a televisão; estes meios seriam então os mais indicados para divulgar informação relevante sobre este assunto. Para as outras organizações sugere-se o mesmo. No caso dos Estabelecimentos do Ensino Superior, as fontes mais indicadas seriam as revistas/jornais científicos, a Internet e os profissionais desta área (por exemplo, através de conferências, congressos, debates sobre os AGM's). A Internet, a televisão e as outras revistas/jornais (que não as científicas), seriam os meios mais adequados no que concerne as Cooperativas Agrícolas e as Associações Comerciais e Industriais. Seria importante estudar também a acessibilidade e a credibilidade das fontes de

(38)

informação relativamente a este tema, para que a comunicação acerca dos AGM's seja mais eficaz.

Após o preenchimento deste questionário, apenas os Estabelecimentos do Ensino Superior revelaram, em maior percentagem, não ter aumentado o seu interesse pelo estudo dos AGM's. Quanto às restantes organizações, pelo contrário, houve mais de 50% das respostas no sentido de um interesse aumentado pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do questionário. Poderemos pensar que estes resultados se devem a várias razões. Em primeiro lugar, isto não significa que estejam muito ou pouco interessados, mas sim que o seu interesse aumentou ou não. Ou seja, como não quantificámos o nível de interesse dos inquiridos não podemos dizer que o seu interesse seja baixo ou elevado. O importante é que este estudo poderá ter despertado a curiosidade dos inquiridos para este tema e aumentar a sua receptividade à informação que é ou que pode ser divulgada acerca dos AGM's.

Futuramente, será importante estudar o papel que a comunicação social tem desempenhado nesta matéria. Terá informado ou "desinformado"? As notícias que são divulgadas trazem sempre algo de novo ou noticiam sempre os mesmos factos? Estarão a atingir um público-alvo específico ou têm divulgado informação para a população em geral? De que meios se servem? Que fontes utilizam? Para além disso, que acções têm desenvolvido as associações ambientalistas e de defesa do consumidor nesta matéria? Todas estas questões poderão ser importantes como objectos posteriores de estudo.

(39)

VII) CONCLUSÕES

Após a avaliação do conhecimento dos inquiridos acerca dos AGM's em Portugal, podemos concluir, em 1o lugar, que é necessário divulgar mais

informação sobre o assunto a estas organizações. É, muitas vezes, através delas que a informação é divulgada para o cidadão comum, para o investigador, para o agricultor, para o comerciante, e outros mais. É importante que todos façamos parte desta cadeia e, para isso, é necessário que estejamos informados. É claro que os meios a utilizar para divulgar essa informação não devem ser os mesmos para todos, nem o próprio conteúdo. Por exemplo, para as Cooperativas Agrícolas seria mais importante divulgar todos os aspectos relativos à produção, às Câmaras, a legislação, às Associações Comerciais e Industriais, os procedimentos de comercialização e regras de rotulagem, ao Ensino Superior, todo o processo científico e tecnológico envolvente, ao consumidor, uma informação mais geral que inclua a definição de AGM's, os benefícios/riscos, o que está a ser produzido/comercializado em Portugal e como ler um rótulo para identificação de AGM's, embora não se dispense a restante informação.

O dever de informar e o direito à informação é da responsabilidade de cada um de nós, independentemente do local da cadeia onde nos encontremos. É, no entanto, necessário divulgar ou procurar uma informação clara, científica e transparente, para que todos saibamos qual o nosso papel e a melhor forma de o tornarmos realidade.

(40)

Referências Bibliográficas

(1) FAO: Food and Agriculture Organization of the United Nations. The State of

Food and Agriculture 2003-2004, Agricultural Biotechnology - Meeting the needs of the poor?. Rome: FAO; 2004 [citado em 2004 Out 24]. Disponível em:

http://www.fao.org/documents/show_cdr.asp?url_file=/docrep/006/Y5160E/ Y5160E00.HTM

(2) Agência Portuguesa de Segurança Alimentar. Seg. Alimentar - OGM:

Perspectiva Histórica [Internet]. Agência Portuguesa de Segurança Alimentar: 2005 [citado em 2005 Set 9]. Disponível em: http://www.agenciaalimentar.pt/index.php?module=ContentExpress&func=d isplay&btitle=CE&mid=&ceid=240

<3) Secretariat of the Convention on Biological Diversity. Cartagena Protocol on

Biosafety to the Convention on Biological Diversity. Montreal: Secretariat of the Convention on Biological Diversity; 2000 [citado em 2004 Nov 16]. Disponível em: http://www.biodiv.org/doc/legal/cartagena-protocol-en.pdf

<4) Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. Decreto-Lei

n.° 72/2003. Diário da República [Internet]. I Série-A; 85 (2003-04-10) [citado em 2004 Out 21]: 2355-72. Regula a libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados para qualquer fim diferente da colocação no mercado, bem como a colocação no mercado de

(41)

produtos que os contenham ou por eles sejam constituídos, em conformidade com o princípio da precaução e tendo em vista a protecção da saúde humana e do ambiente. Disponível em: http://dre.pt/cgi/dr1

s.exe?t=d&cap=1-203&doc=20031017&v02=&v01 =2&v03=2003-01 -01 &v04=2003-12-31 &v05=&v06=&v07=&v08=&v09=&v10=&v11

=%27Decreto-Lei%27&v12=72%2F2003&v13=&v14=&v15=&sort=0&submit=Pesquisar&d

=2004-12-05

(5) Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. Regulamento (CE) n.°

1829/2003 [Internet]. Jornal Oficial da União Europeia; L 268 (2003-09-22) [citado em 2005 Jan 20]: 1-23. Relativo a géneros alimentícios e alimentos para animais geneticamente modificados. Disponível em: 1829/2003

http://europa.eu.int/eur-lex/pri/pt/oj/dat/2003/l_268/l_26820031018pt00010023.pdf

(6) Holm F. GM Foods. 2002 Jun: 9.

(7) Institute of Food Technologists' Science Communications Department.

Genetically Modified Organisms (GMOs). Food Technology. 2000; 54 (1): 42-45.

(8) James O Prévia: Situação Global de Comercialização de Lavouras

Geneticamente Modificadas (GM): 2004. Sumário Executivo do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia N° 32

(42)

[Internet]; 2004 [citado em 2005 Set 20]. Disponível em: http://www.isaaa.org/kc/CBTNews/press_release/briefs32/ESummary/Exec utive%20Summary%20(Portuguese).pdf

<9) Agência Portuguesa de Segurança Alimentar. Seg. Alimentar - OGM:

Transgénicos comercializados no mundo [Internet]. Agência Portuguesa de Segurança Alimentar: 2005 [citado em 2005 Set 9]. Disponível em: http://www.agenciaalimentar.pt/index.php?module=ContentExpress&func=d isplay&btitle=CE&mid=&ceid=239

(10) Foreign Agricultural Service. Questions and Answers on the regulation of

GMOs in the European Union. Bruxelas: The United States Mission to the European Union; [actualizado em 2005 Ago 10; citado em 2005 Set 12]. Disponível em:

http://europa.eu.int/comm/food/food/biotechnology/gmfood/qanda_en.pdf

<11) Agência Portuguesa de Segurança Alimentar. Seg. Alimentar- OGM: OGM

na Europa [Internet]. Agência Portuguesa de Segurança Alimentar: 2005 [citado em 2005 Set 9]. Disponível em: http://www.agenciaalimentar.pt/index.php?module=ContentExpress&func=d

isplay&btitle=CE&mid=&ceid=242

<12) Lheureux K, Libeau-Dulos M, Nilsagárd H, Rodríguez-Cerezo E, Menrad K,

Menrad M, Vorgrimler D. Review of GMOs under Research and Development and in the pipeline in Europe [Série de Informes Técnicos na

(43)

Internet]. European Commission, Joint Research Centre, European Science and Technology Observatory, Institute for Prospective Technological Studies; 2003 [citado em 2004 Nov 14]. Disponível em: ftp://ftp.jrc.es/pub/EURdoc/eur20680en.pdf

(13) Pinstrup-Anderson P, Pandya-Lorch R and Rosegrant MW. World Food

Prospects: Critical Issues for the Early Twenty-First Century [Monografia na Internet]. Washington, DC: International Food Policy Research Institute; 1999 [citado em 2004 Out 27]. Disponível em: http://www.ifpri.org/pubs/fpr/fpr29.pdf

<14) Alimentos do Futuro, o que é legal? [Internet]. Bionet; 2002 [citado em 2004

Nov2]. Disponível em:

http://www.bionetonline.Org/portugues/Content/ff_leg1.htm#Portugal

(15) Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas. Decreto-Lei n° 217-B/2004.

Diário da República [Internet]. I Série-A; 238 (2004-10-09) [citado em 2005 Ago 25]: 6254-(2)-6254-(4). Cria a Agenda Portuguesa de Segurança Alimentar, I. P., adiante designada por APSA, e estabelece as normas

pelas quais se rege. Disponível em: http://dre.pt/pdf1s/2004/10/238A01/00020004.pdf

<16) Agência Portuguesa de Segurança Alimentar. Seg. Alimentar - OGM: OGM

em Portugal [Internet]. Agência Portuguesa de Segurança Alimentar: 2005 [actualizado em 2005 Set; citado em 2005 Set 9]. Disponível em:

(44)

http://www.agenciaalimentar.pt/index.php?module=ContentExpress&func=d isplay&btitle=CE&mid=&ceid=243

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Decreto-Lei n.° 160/2005. Diário da República [Internet]. I Série-A; 182 (2005-09-21) [citado em 2004 Out 21]: 5642-48. Regula o cultivo de variedades geneticamente modificadas, visando assegurar a sua coexistência com culturas convencionais e com o modo de produção biológico. Disponível em: http://dre.pt/pdf1s/2005/09/182A00/56425648.pdf

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção-Geral de Protecção das Culturas. Plano de actividades 2005 [Internet]. Oeiras: Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção-Geral de Protecção das Culturas; 2004 [citado em 2005 Set 9]. Disponível em: http://www.dgpc.min-agricultura.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006158.pdf

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção-Geral de Protecção das Culturas. Acções de formação sobre coexistência entre culturas de variedades geneticamente modificadas e outros modos de produção agrícola [Internet]. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção-Geral de Protecção das Culturas; 2005 [citado em 2005 Set 9]. Disponível em: http://www.dgpc.min-agricultura.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006189.pdf

(45)

(20) European Network of GMO Laboratories [Internet]. Joint Research Centre

Project Knowledge System: [citado em 2005 Set 17]. Disponível em: http://projects.jrc.cec.eu.int/show.gx?Object.object_id=PROJECTS0000000 00000A58E

(21) Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica. Solutions on

Biotechnology: Microbiology Laboratory [Internet], [citado em 2005 Set 20]. Disponível em: http://www.ibet.pt/institute_objectives.htm

(22) Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial. Notícias:

Alimentos Geneticamente Modificados (OGM) [Internet], [citado em 2005 Set20]. Disponível em:

http://www.ineti.pt/conteudo/pgdetalheconteudo.php?id=605&tc=1&idn=-1

(23) Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. Regulamento (CE) n.°

1830/2003 [Internet]. Jornal Oficial da União Europeia; L 268 (2003-09-22) [citado em 2005 Jan 20]: 24-28. Relativo à rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente modificados e à rastreabilidade dos géneros alimentícios e alimentos para animais produzidos a partir de organismos geneticamente modificados e que altera a Directiva 2001/18/CE. Disponível

em:1830/2003:http://europa.eu.int/eur-lex/pri/pt/oj/dat/2003/1_268/1_26820031018pt00240028.pdf

(24) Cheftel JC. Food and nutrition labelling in the European Union. Food

(46)

Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL. Cooperativas [Internet]. Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL: [citado

em 2005 Fev 10]. Disponível em: www. confag ri. pt/Associadas/Cooperativas/

Serviço de Informação Online do INE. Estatísticas Gerais, Anuários

Estatísticos [Internet]. Instituto Nacional de Estatística, Portugal: [citado em 2005 Jan 14]. Disponível em:

http://www.ine.pt/prodserv/quadros/public.asp?ver=por&tema=A&subtema= 28

Páginas Amarelas [Internet], [citado em 2005 Jan 20]. Disponível em: www.pai.pt

(47)

Anexo 1 - Área mundial de plantações GM (1996 a 2004). Anexo 2 - AGM's actualmente comercializados no mundo.

Anexo 3 - AGM's autorizados para comercialização na União Europeia. Anexo 4 - Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..

Anexo 5 - Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal. Anexo 6 - Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal

para fins de investigação ou de desenvolvimento. Anexo 7 - Questionário final.

(48)
(49)

Área Global de Lavouras G M

Milhões de hectares (1996 a 2004)

:■ i 17 países que

cultivam lavouras C M Total Países desenvolvidos

Países cm desenvolvimento '

Ȏ^

! 1 .200 J ÍCOI

1995 5*t9é !99.< W S l t m J-IK» XKV. 2002

4umenfo de 2 0 % , / S,i milhões de hectares ou J2,'> milhões de acres entre _'W.í e 2004.

Fonte: Clivt- lames, 2004

(50)
(51)
(52)

Alfaces - Resistentes a pragas

Algodão (óleo) - Com maior resistência a insectos - Tolerante a herbicidas

Amendoins e girassol

- Óleos para culinária que mantêm a textura a temperaturas elevadas, com menores requisitos de processamento

Batatas - Mais resistentes a vírus

- Com maior resistência a insectos

- Com menor capacidade de absorver o óleo de fritura - Variedades mais doces

Café - Com maior resistência a insectos - Com maior rendimento

- Com melhor aroma

- Com menor conteúdo de cafeína Chicória - Mais doce

Colza - Com a composição de óleos modificada de modo a aumentar a proporção de gorduras insaturadas

- Com maior resistência a pragas Framboesas - Resistentes a geadas

Girassol - Com melhor composição de ácidos gordos Maçãs - Resistentes a insectos

Melões - Com maior tempo médio de vida Milho - Resistente a insectos e a herbicidas Papaia - Resistente a vírus

Soja - Com menores necessidades de fertilizantes

- Com resistência acrescida a herbicidas mais selectivos

- Com maior valor nutritivo obtido por alteração da sua composição proteica

- Em que se eliminam os componentes causadores de alergias Tomates - Resistentes a doenças de origem virai

- Com melhor rendimento recorrendo a um menor tratamento químico - Com maior conteúdo de matéria sólida

- Com o processo de maturação alterado (maiores aroma e resistência â putrefacção)

- Variedades mais doces

Trigo - Farinha mais apropriada para o fabrico de pão Uvas - Novas variedades sem grainhas

Animais * Está ainda em fase experimental, mas prestes a passar à fase comercial.

Fonte: www.aqenciaalimentar.pt Tabela 1 - AGM's actualmente comercializados no mundo.

(53)
(54)
(55)

Réf. Cultura Empresa candidata Característica Potencial utilização em alimentos Data de aprovação Base legal GTS 40/3/2

Soja Monsanto Protecção contra insectos

e tolerância a herbicidas

Bebidas de soja, tofu, óleo de soja,

farinha de soja, lecitina

03.04.1996 Dir. 90/220/E EC Art. 13

Bt176 Milho Ciba-Geigy Protecção contra insectos e tolerância a herbicidas Milho em grão, óleo, farinha de milho, açúcar, xaropes 23.01.1997 Dir. 90/220/E EC Art. 13 TOPAS 19/2

Colza AgrEvo Tolerância a herbicidas Óleo de semente de colza. Produtos confeccionados com óleo de colza: alimentos fritos, assados e snacks 26.06.1997 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 MS1/ RF2 Colza Plant Genetics Systems Tolerância a herbicidas Óleo de semente de colza. Produtos confeccionados com óleo de colza: alimentos fritos, assados e snacks 24.06.1997 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 MS1/RF 1 Colza Plant Genetics Systems Tolerância a herbicidas Óleo de semente de colza. Produtos confeccionados com óleo de colza: alimentos fritos, assados e snacks 24.06.1997 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 GT73 Colza Monsanto Tolerância a

herbicidas Óleo de semente de colza. Produtos confeccionados com óleo de colza: alimentos fritos, assados e snacks 21.11.1997 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 MON 810

Milho Monsanto Protecção contra insectos Derivados de milho: óleo, farinha de milho, açúcar e xarope. Produtos confeccionados com derivados de milho: alimentos fritos, assados e snacks, produtos de confeitaria e refrigerantes 06.02.1998 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 T25 Milho AgrEvo Tolerância a

herbicidas Derivados de milho: óleo, farinha de milho, açúcar e xarope. Produtos confeccionados com derivados de milho: alimentos fritos, assados e snacks, produtos de confeitaria e refrigerantes 06.02.1998 Reg. (EC) 258/97 Art.5 Bt 11 Milho Novartis Protecção

contra insectos Derivados de milho: óleo, farinha de milho, açúcar e xarope. Produtos confeccionados com derivados de milho: alimentos fritos, assados e snacks, produtos de confeitaria e refrigerantes 06.02.1998 Reg. (EC) 258/97 Art.5 MON 809

Milho Pioneer Protecção contra insectos Derivados de milho: óleo, farinha de milho, açúcar e xarope. Produtos confeccionados com derivados de milho: alimentos fritos, assados e snacks, produtos de confeitaria e refrigerantes 23.10.1998 Reg. (EC) 258/97 Art.5 Falcon GS 40/90 Colza Hoechst / AgrEvo Tolerância a herbicidas Óleo de semente de colza. Produtos confeccionados com óleo de 08.11.1999 Reg. (EC) 258/97 Art.5 Liberator L62 Colza Hoechst / AgrEvo Tolerância a herbicidas Óleo de semente de colza. Produtos confeccionados com óleo de 08.11.1999 Reg. (EC) 258/97

(56)

fritos, assados e

snacks

3 Genetic

Systems

herbicidas fritos, assados e

snacks

258/97 Art. 5 1445 Algodão Monsanto Tolerância a

herbicidas Óleo de semente de algodão. Produtos confeccionados com óleo de semente de algodão: alimentos fritos, assados e snacks 19.12.2002 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 531 Algodão Monsanto Protecção

contra insectos Óleo de semente de algodão. Produtos confeccionados com óleo de semente de algodão: alimentos fritos, assados e snacks 19.02.2002 Reg. (EC) 258/97 Art. 5 pRF69/p RF93 Bacillus subtilis F. Hoffmann - La Roche

Riboflavina Vitamina B2 23.03.2000 Reg. (EC) 258/97

Art.5 Bt 11 Milho Syngenta Resistência a

insectos

Milho doce 19.05.2004 Reg. (EC) 258/97

Art.7 NK603 Milho Monsanto Tolerância a

herbicidas Alimentos e ingredientes derivados do milho NK603 26.10.2004 Reg. (EC) 258/97 Art.7 Fonte: www.aqenciaalimentar.pt

(57)
(58)

DIPLOMA: VISA:

Directiva Regular o uso limitado de microrganismos geneticamente modificados. 90/219/CEE,

de 23 de Abril

Directiva Regular a libertação deliberada de organismos geneticamente

2001/18/CE, modificados no ambiente. de 12 de Março

Regulamento (CE) Regular os géneros alimentícios e alimentos para animais N° 1829/2003, geneticamente modificados.

de 22 de Setembro

Regulamento (CE) Regular a rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente N° 1830/2003, modificados e a rastreabilidade dos géneros alimentícios e alimentos

de 22 de Setembro para animais produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, alterando a Directiva 2001/18/CE.

Regulamento (CE) Regular o movimento transfronteiriço de organismos geneticamente N° 1946/2003, modificados.

de 15 de Julho

Regulamento (CE) Estabelecer um sistema para criação e atribuição de identificadores N° 65/2004, únicos aos organismos geneticamente modificados.

de 14 de Janeiro

Regulamento (CE) Estabelecer normas de execução do Regulamento (CE) N° 1829/2003 N° 641/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita aos pedidos de

de 6 de Abril autorização de novos géneros alimentícios e alimentos para animais geneticamente modificados, à comunicação de produtos existentes e à presença acidental ou tecnicamente inevitável de material geneticamente modificado que tenha sido objecto de uma avaliação de risco favorável.

(59)
(60)
(61)

Decreto-Lei n.° 72/2003,

de 10 de Abril

A libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados para qualquer fim diferente da colocação no mercado, bem como a colocação no mercado de produtos que os contenham ou por eles sejam constituídos, em conformidade com o principio da precaução e tendo em vista a protecção da saúde humana e do ambiente.

Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.° 2001/18/CE, do Parlamento e do Conselho.

Decreto-Lei n.° 168/2004,

de 7 de Julho

Assegurar a execução e garantir o cumprimento, na ordem jurídica interna, das obrigações decorrentes para o Estado Português do Regulamento (CE) n.° 1830/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Setembro, que estabelece as regras relativas à rastreabílidade e rotulagem aplicáveis aos produtos que contenham ou sejam constituídos por organismos geneticamente modificados (OGM), aos géneros alimentícios e aos alimentos para animais produzidos a partir de OGM.

Decreto n.° 7/2004,

de 17 de Abril

Aprovar o Protocolo de Cartagena sobre Segurança Biológica à Convenção sobre a Diversidade Biológica.

Decreto- Lei n.° 164/2004,

de 3 de Julho

Aditar o artigo 15.° A, o n.° 3 do Artigo 26.° e os artigos 26.° A e 38.° A ao Decreto- Lei n.° 72/2003, de 10 de Abril.

Decreto-Lei n.° 160/2005,

de 21 de Setembro

Regular o cultivo de variedades geneticamente modificadas, visando assegurar a sua coexistência com culturas convencionais e com o modo de produção biológico.

(62)
(63)

Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal para fins de investigação ou de desenvolvimento.

Imagem

Tabela 1 - N° de questionários enviados e recebidos e taxa de resposta,  por cada tipo de organização
Gráfico 1 - &#34;Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?&#34;
Gráfico 4 - &#34;Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente  modificados?&#34;, comparado por tipo de organização
Tabela 3 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para  a resposta à questão n° 5
+7

Referências

Documentos relacionados

Tabela – Coeficientes de correlação intraclasse CCI para a avaliação de reprodutibilidade das medidas de espessura das fibras anteriores do ligamento colateral obtidas

A revisão da literatura nos mostrou que o enfermeiro vem publicando sobre o tema e que no seu trabalho junto a equipe de saúde da família vem sendo um desafio atingir com as

Isso quer dizer que as punições devem ser aplicadas de maneira apartidária para que sejam igualmente “severas para todos” que infringem as leis, e para que os juízes

data da publicação a que se refere o item anterior, reconsideração quanto ao indeferimento de sua inscrição, que será apreciada pela Congregação no prazo

b) No caso do titular da conta ser uma entidade, e que se verifique que uma ou mais pessoas exercem o controlo e sejam pessoas sujeitas a comunicação, deve ser comunicado o

A elevada variabilidade espacial dos atributos químicos do solo, da produtividade e dos parâmetros enológicos, como o potencial alcoólico e os gramas de ácido tartárico existentes em

Figure 6.4 shows the results of using different hash functions in the ISB scheme and the impact of the hash functions presented in Section 5.2.1 on the usage of local (on-chip)

Apesar de pesquisadores na França, na Inglaterra e no Brasil (e talvez em outros tantos lugares) terem identificado igualmente seus processos de fixação da imagem