Dizemos que uma variável y é função de uma variável x , se e somente se, a cada valor de x (variável independente) corresponde um único valor de y (variável dependente).
Exemplos
• O preço da gasolina necessária para encher o tanque de um carro é uma função do número de litros que o tanque comporta, ou seja, para cada número de litros é associado um único preço.
• A área de um quadrado é uma função do seu lado, pois a cada medida do lado corresponde um único valor para a área.
O domínio de uma função f é o conjunto dos possíveis valores da variável independente e é notado por Dom f ou D(f) ; a imagem é o conjunto dos correspondentes valores da variável dependente e é notado por Im f. O gráfico cartesiano de uma função é o conjunto de todos os pontos do plano cartesiano associados aos pares ordenados da função.
Uma função f de um conjunto A num conjunto B é uma relação que associa a cada x
∈
A, um único y∈
B. Notação: f: A→ Bx y=f(x)
Numa função f: A→ B , diz-se que:
A = Dom f , B = contradomínio da f e Im f = { y
∈
B / y = f(x) }⊆
B .Obs.: função real de variável real é aquela cujos domínio e contradomínio são subconjuntos dos números reais.
As funções desempenham um papel importante na ciência. Freqüentemente, se observa que uma grandeza é função de outra e, então tenta-se encontrar uma fórmula razoável para representar essa função. A busca de uma função que representa uma determinada situação é chamada modelagem matemática (e a função escolhida é o modelo matemático).
A maioria das funções podem ser expressas através de uma relação (ou lei) matemática., como por exemplo, a área de um círculo que é uma função do seu raio, isto é, A(r)=
π
r2 .Entretanto existem funções que não podem ser expressas por uma lei matemática. Neste caso a relação entre as variáveis é feita através de tabelas, conjunto de pares ordenados, etc...
Ex.: a temperatura máxima no mês de fevereiro de 2003, de uma certa cidade, é uma função da data, pois cada dia tem uma única temperatura máxima.
Z
EROS DE UMA FUNÇÃOZeros ou raízes de uma função f são os valores de x para os quais f(x) = 0. Geometricamente,
são os pontos de interseção da curva, gráfico de f , com o eixo dos x.
F
UNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTESUma função f é crescente num intervalo I, quando para quaisquer x1 e x2 ∈ I,
x1 < x2⇒ f(x1) < f(x2).
Uma função f é decrescente num intervalo I, quando para quaisquer x1 e x2∈ I,
x1 < x2⇒ f(x1)> f(x2).
F
UNÇÕES PARES E ÍMPARES• Uma função f é par quando f(-x) = f(x), para todo x do domínio da f.
Obs.: o gráfico cartesiano de uma função par é simétrico em relação ao eixo dos y. x1 x2
f(x2)
f(x1)
y
x
x1 x2
f(x1)
f(x2)
y
x
-x2 -x1 x1 x2
y
• Uma função f é ímpar quando f(-x) = -f(x), para todo x do domínio da f.
Obs.: o gráfico cartesiano de uma função ímpar é simétrico em relação à origem.
A
LGUMASF
UNÇÕESR
EAISI
MPORTANTESFunção Polinomial
É a função f: lR
→
lR definida por f(x) = a0xn + a1xn-1 + a2xn-2 +...+ an-1x +anonde a0, a1, a2 ... an-1 e an são números reais chamados coeficientes e n é um número natural.
Obs.: Se a0
≠
0 então n é o grau da função polinomial.Função Constante
É a função f: lR
→
lR definida por f(x) = c, onde c∈
lR.O gráfico cartesiano de uma função constante é sempre uma reta paralela ao eixo dos x e que intercepta o eixo dos y no ponto (0, c).
Dom f = lR Im f = { c }
x1
-x1
f(x1)
x
f(-x
1)
y
c y
Função Polinomial de 1
ograu
É a função f: lR
→
lR definida por f(x) = ax + b, com a e b∈
lR e a ≠ 0.O gráfico cartesiano de uma função polinomial do 1o grau é sempre uma reta, onde “a” é o coeficiente angular e “b” é o coeficiente linear.
Consideremos a função y = ax + b, representada no gráfico.
Sendo
α
o ângulo que a reta forma com o sentido positivo do eixo x, a = tgα. Logo conhecendo 2 pontos do gráfico da função, a pode ser obtido por:a =
x
y
x
x
y
y
1 2
1 2
∆
∆
=
−
−
,
Observação
• Se 0
90
0
<
α
<
então tgα
> 0, logo a > 0 e f é uma função crescente.
)
α
• Se 0 0
180
90
<
α
<
então tgα
< 0, logo a < 0 e f é uma função decrescente.α
P
x1
x x y2
y1 α
Q
x y
x y
α
yFunção Quadrática
É a função f: lR
→
lR definida por f(x) = ax2 + bx + c, com a, b e c∈
lR e a ≠ 0.Seu gráfico é uma curva denominada parábola. Dependendo do “a” ser positivo ou negativo, o gráfico tem uma das formas mostradas abaixo:
Em ambos os casos a parábola possui um eixo de simetria paralelo ao eixo y. Este eixo corta a parábola num ponto chamado vértice.
Caso a > 0, o vértice é o ponto mais baixo da curva e caso a < 0, o vértice é o ponto mais alto da curva.
Para construir o gráfico de uma parábola é interessante o conhecimento de alguns pontos notáveis, como o vértice e os zeros.
a) Vértice: V(xv, yv)
A abscissa do vértice xv =
2a
b
−
.A ordenada do vértice yv = f(xv) ou yv =
a
4
∆
−
, onde ∆ = b2 – 4ac.b) Zeros ou pontos de interseção da parábola com o eixo x.
Um ponto que pertence ao eixo x tem ordenada y = 0. Logo, para descobrir os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x, basta achar as raízes da equação ax2 + bx + c = 0.
Vértice a > 0
vértice
a < 0 y
x
y
• Se ∆ > 0 então há duas raízes reais e distintas e a parábola intercepta o eixo x em dois pontos.
• Se ∆ = 0 então há duas raízes reais e iguais e a parábola intercepta o eixo x em um único ponto.
• Se ∆ < 0 então não há raiz real e a parábola não intercepta o eixo x.
Estas situações podem ser mostradas no esquema abaixo:
Delta Interseção com o eixo x (concavidade para cima) a > 0 (concavidade para baixo) a < 0
∆ > 0 em dois pontos
∆ = 0 em um ponto
∆ < 0 em nenhum ponto
y y
y y
y y
x x
x
x
Função Potência
É a função f : lR
→
lR definida por f(x) = xn , n∈
lN* . Representações geométricas de algumas funções potências: • “n” ímpar .• “n” par.
Função Racional
É a função f(x)
)
(
)
(
x
Q
x
P
=
ondeP
(x
)
eQ
(x
)
são funções polinomiais eQ
(x
)
≠
0.Exemplos de funções racionais:
a) f(x) =
x
1
b) f(x) =
1
2x
y = x
y
x x
y = x3 y
y = x5
y
x
1 1 y
x
y
x y
x y = x2
x y
c) f(x) =
1
1
2
−
−
x
x
Função Raiz n-ésima
É a função f definida por n
x
x
f
(
)
=
( ouf
x
x
n 1)
(
=
) . ExemplosObservação
Se “n” é ímpar o domínio da função raiz n-ésima é o conjunto IR e se “n” é par o domínio é o intervalo
[
0
;
+
∞
)
.Função valor absoluto (ou função módulo
)É a função f : lR
→
lR definida por f(x) =x
onde
<
−
≥
=
0
,
0
,
x
se
x
x
se
x
x
.y
x
x
y
=
x
3
x
y
=
y
x
x o
1 y
• Propriedades do valor absoluto
Se
x
∈
lR
,
y
∈
lR
e
a
∈
lR
+ , temos :1)
−
x
=
x
2)
xy
=
x
⋅
y
3)
=
,
y
≠
0
y
x
y
x
4)
x
+
y
≤
x
+
y
5)
x
=
a
↔
x
=
a
∨
x
=
−
a
6)x
≤
a
↔
−
a
≤
x
≤
a
7)x
≥
a
↔
x
≤
−
a
∨
x
≥
a
8)
x
2=
x
2Observação:
x
2=
x
O
PERAÇÕES COMF
UNÇÕESOperações Aritméticas com funções
Assim como podemos adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir números reais, obtendo novos números reais, podemos operar com funções, produzindo novas funções.
Duas funções
f
eg
podem ser adicionadas, subtraídas, multiplicadas ou divididas para formar asfunções
,
,
.
,
g
f
e
g
f
g
f
g
f
+
−
ditas, respectivamente, função soma, função diferença, função produto e função quociente, assim definidas:)
(
)
(
)
(
)
(
).
(
)
)(
.
(
)
(
)
(
)
)(
(
)
(
)
(
)
)(
(
x
g
x
f
x
g
f
x
g
x
f
x
g
f
x
g
x
f
x
g
f
x
g
x
f
x
g
f
=
=
−
=
−
+
=
+
Sendo,
Dom
(
f
+
g
)
=
Dom
(
f
−
g
)
=
Dom
(
f
.
g
)
=
Domf
Domg
=
−
{
∈
/
(
)
=
0
}
Exemplo
Se f(x) = x e g(x) =
x
+
3
(f + g)(x) = x +
x
+
3
, Dom( f + g ) = [-3; +∞)Observe que o gráfico da função soma f+g pode ser obtido adicionando-se as correspondentes coordenadas y de seus gráficos.
Tomando as funções do exemplo:
Da mesma forma se pode obter geometricamente as funções f – g, f . g e f/g.
Composição de funções
Vamos considerar uma operação, chamada composição, que não tem análoga na aritmética ordinária. Informalmente a operação de composição consiste em substituir em uma dada função a variável independente por alguma função, desde que exista condição para isto. Dadas duas funções f e g, a composta de f e g denotada por fog, é a função definida por (fog)(x)=f(g(x)).
Dom fog = {x ∈ dom g / g(x) ∈ dom f}
• x g(x) f(g(x))
g f
Exemplo
f(x) = x2 – 16, Dom f = IR
g(x) =
x
, Dom g = [0; +∞)fog(x) = f(
x
) = (x
)2 – 16 = x –16 , Dom fog = [0; +∞)gof(x) = g(x2 – 16) =
16
x
2−
, Dom gof = (-∞; -4] ∪ [4; +∞)F
UNÇÃOI
NVERSASuponhamos que f é uma função tal que, para dois valores distintos de x no Dom f , correspondem dois valores também distintos de y na Im f. Neste caso se invertermos a ordem dos elementos nos pares ordenados (x, y) da f, obteremos o conjunto dos pares (y, x) que representam uma função chamada de inversa da f e que é notada por f –1, sendo Dom f = Im f –1 e Im f = Dom f –1.
(
x
,
y
)
∈
f
⇔
(
y
,
x
)
∈
f
−1Exemplos 1)
}
)
4
,
1
(,
)
1
,
5
(
,)
2
,
3
{(
)}
1
,
4
(
,)
5
,
1
(
),
3
,
2
{(
1
=
−
−
=
−f
f
1 1}
1
,
5
,
3
{
Im
Im
}
4
,
1
,
2
{
− −=
−
=
=
=
f
Dom
f
f
f
Dom
2)2
1
)
(
1
2
2
1
1
2
1
2
)
(
1 1+
=
−
=
+
=
−
=
−
=
− −x
x
f
x
y
x
y
ou
y
x
x
x
f
f
f
x
yf
Observação
Os gráficos cartesianos de duas funções inversas são simétricos em relação a reta y = x .
Função Exponencial
É a função f: lR
→
lR definida por f(x) = ax, onde a∈
lR , a > 0 e a≠
1.O gráfico de f(x) = ax depende do valor da base a.
a > 1 0 < a < 1
função crescente função decrescente
• Propriedades
Para quaisquer x e y reais e k racional, temos:
a) ax + y = ax. ay
b) ax - y = y x
a
a
c) ax . k = (ax)k d) a- x =
x
a
1
As funções exponenciais são usadas para representar muitos fenômenos nas ciências naturais e sociais. A base mais usada é o número e = 2,71828 ..., número irracional chamado número de Euler.
1/2
1/2 x
y
-1 -1
f y = x f -1
y y
y = ax
1
x
y = ax
x
1
Função logarítmica
É a função f: (0;+ ∞)
→
lR definida por f(x) = loga x , onde a∈
lR, a > 0 e a≠
1.A função logarítmica de base a, é a inversa da função exponencial de base a. Assim temos
y = logax ⇔ ay = x
a > 1 0 < a < 1
função crescente função decrescente
Se a = e = 2,718282 ... (Número de Euler) a função é chamada função logarítmica natural e é notada por:
f(x) = ln x ou f(x) = L(x)
Como a função logarítmica natural é a inversa da função exponencial, temos: y = ln x ⇔ ey = x
• Propriedades
Sendo x, y números reais positivos e k um real qualquer, temos: a) loga(x.y) = logax + logay
b) loga
y
x
= logax - logay
c) logaxk = k logax
y
y = loga x
y
x y = loga x
x
1
1
0
F
UNÇÕES TRANSFORMADASA partir do gráfico y = f(x) (função base), pode-se obter os gráficos de algumas funções transformadas da função f.
a) Translação Vertical
y = f(x)
⇒
g(x) = f(x) + k, k∈
lRk > 0 translação vertical para cima k < 0 translação vertical para baixo
Observe o exemplo:
b) Translação Horizontal
y = f(x)
⇒
g(x) = f(x + k), k∈
lRk > 0 translação horizontal para esquerda k < 0 translação horizontal para direita
Observe o exemplo:
f(x) = x2
g1(x) = x2 + 2
g2(x) = x2 - 2
x
y
g2
g1
f
f(x) = x2
g1 (x) = (x - 2)2
g2(x) = (x + 2)2
y
x y
g1
c) Reflexão em torno do eixo dos x
y = f(x)
⇒
g(x) = -f(x) Observe o exemplo:d) Reflexão em torno do eixo dos y
y = f(x)
⇒
g(x) = f(-x)Observe o exemplo: f(x) =
x
g(x) =
−
x
f(x) =
x
g(x) =-
x
y
x
f
g
y
f g