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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE ODONTOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

POTENCIAL ANTIBACTERIANO DE

MATERIAIS

RESTAURADORES

Tais Lima

Florianópolis,

SC

(2)

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

POTENCIAL ANTIBACTERIANO DE

MATERIAIS RESTAURADORES

Tais Lima

Florianópolis, SC

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

POTENCIAL ANTIBACTERIANO DE

MATERIAIS RESTAURADORES

Tais Lima

1==/1111

,c)

Monografia apresentada ao Centro de Ciências da ;113 Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do titulo de Especialista em Periodontia.

Orientador: Prof. José Cs de Melo Filho, Esp.

Florianópolis, SC

(4)

Ao Prof. José Carlos de Melo Filho, meu orientador, pela paciência, competência e

dedicação.

Aos demais professores do curso, pela qualidade de suas aulas e também pela postura

ética que norteou seu trabalho.

Aos funcionários do Centro de Ciências da Saúde, pela presteza e simpatia.

Aos colegas do curso, pela amizade.

(5)

RESUMO iii

ABSTRACT iv

1 INTRODUÇÃO 5

1.1 JUSTIFICATIVA 9

1.2 OBJETIVOS 9

1.2.1 Objetivo geral 9

1.2.2 Objetivos

específicos

9

1.3 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 10

2 PLACA BACTERIANA — MECANISMO DE FORMAÇÃO, COMPOSIÇÃO

E

AÇÃO SOBRE 0 DENTE

E

ESTRUTURAS ADJACENTES 11

2.1 FORMAÇÃO DA PLACA BACTERIANA 12 2.2 PLACA BACTERIANA SUPRAGENGIVAL E SUBGENGIVAL 13 2.3 PLACA BACTERIANA E GENGIVITE 15 2.4 PLACA BACTERIANA E DOENÇA PERIODONTAL 15

2.5 PLACA BACTERIANA E CARIB 17

3 AÇÃO ANTIBACTERIANA DE MATERIAIS RESTAURADORES 19

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS 35

(6)

Este trabalho visa investigar, através de revisão

bibliográfica,

o potencial antibacteriano de materiais de

restauração dentária.

Inicialmente, revisam-se trabalhos que tratam da

formação

e estrutura da placa

bacteriana

e a forma como provoca danos aos dentes e tecidos

periodontais.

Em seguida, revisam-se artigos experimentais e clínicos que examinam os efeitos

batericidas

e

bacteriostáticos

de alguns materiais de

restauração dentária.

Os estudos revisados apresentam resultados contraditórios quanto ao poder antibacteriano dos materiais

dentários.

(7)

This study aims to investigate, by means of a bibliographical review, the antibacterial potential of restorative materials. Initially, studies are revised which describe the formation of bacterial plaque and its structure, as well as the way plaque attacks the teeth and the periodontal tissues. Then, a review is carried out on experimental and clinical studies which investigate the bactericide and bacteriostatic effects of some restorative materials. The studies revised present contradictory results regarding the antibacterial potential of restorative materials.

(8)

A doença periodontal

e

a

cárie são

as grandes

responsáveis

pelas perdas de dentes. Excetuando causas excepcionais, como

traumatismos e

tumores, todos as demais perdas dentais se devem a

cárie

e/ou

periodontite.

Segundo

Papapanou e Lindhe (1997, p. 52),

acredita-se

que

a

doença

periodontal seja

responsável

por

30-35%

das perdas dentais. Quase todo o restante das perdas pode ser creditado à cárie.

Além de ocasionar problemas estéticos, funcionais

e

de extremo desconforto, dentes acometidos de

cárie

grave ou

infecção

periodontal ainda provêem abrigo

e

alimento para muitos microrganismos potencialmente

patogênicos

para

o

restante do organismo. Segundo

Papapanou e Lindhe (1997, p. 59-61), há relação

comprovada entre

doença

periodontal

e

outras

doenças,

especialmente a

cardiopatia coronariana.

Assim,

é indiscutível

a necessidade de

manutenção

da

saúde

dos dentes

e

do periodonto através de medidas profiláticas

e

terapêuticas.

(9)

(SOCRANSKY

E

HAFFAJEE, 1999, P. 94). Portanto, qualquer método que remova a placa

bacteriana ou torne

o

ambiente oral hostil aos microorganismos constituintes da placa contribui para a sailde dos dentes

e

do periodonto.

Segundo Addy (1997, p. 333),

"o

controle da placa supragengival para a prevenção de

doenças e

a remoção da placa subgengival para tratamento de

doenças

envolvem principal-mente métodos mecânicos de limpeza." A placa pode ser removida por meios estritaprincipal-mente

mecânicos,

como a escovagdo

e o

uso de fio dental, ou

físico-químicos,

como a ação detergente dos colutórios

e

do próprio creme dental. Mas também é

possível

utilizar agentes anti-sépticos, como a clorexidina,

o

cloreto de benzalcônio

e

vários outros bactericidas, presentes em colutórios, cremes dentais

e

outras formas de apresentação.

(10)

Estes têm principalmente efeito bacteriostático, evitando ou retardando a proliferação da placa.

Um dos grandes problemas com os anti-sépticos orais

é

que seu tempo de ação

é

limitado. Assim,

é

necessário fazer aplicações repetidas (uma ou duas vezes diárias).

Idealmente, deveria haver um anti-séptico com ação mais prolongada ou uma forma de

apresentação que garantisse a liberação continua de anti-séptico em meio oral. 0 verniz de

clorexidina tem essa propriedade, entretanto seu uso limita-se à profilaxia contra

cáries

em

raizes expostas (ADDY, 1997, p. 344).

Segundo Morrier et al. (1998, p. 150),

o

desenvolvimento de

cárie secundária,

inflamação pulpar

e

gengivite como resultado da invasão de bactérias em volta e/ou sob

restaurações dentais também

é

um problema de importância em odontologia. Como forma alternativa de controlar a

formação e

a proliferação de placas em pacientes submetidos a

restaurações dentais, tem-se procurado utilizar nessas restaurações produtos com ação

antibacteriana. Segundo Shay et al. (1956, p. 25) desde fins do século XIX já se comprovou a

ação bactericida

e

bacteriostática de vários materiais, entre os quais

o

arsênio,

o mercúrio, o

cobre

e

a prata. Pickerill, em 1909 (apud SHAY et al., 1956, p. 25), descobriu que, entre os materiais de restauração dentária

então

utilizados,

o

amálgama de cobre

e o

cimento de fosfato de zinco eram os únicos que mostravam ação anti-séptica considerável em uma cultura mista de organismos

extraídos

de dentina cariada. Staub, em 1921 (apud SHAY et al., 1956, p. 25), descobriu que

o

cobre, a prata

e o mercúrio

inibiam

o

crescimento de Bacterium coli, Bacterium pyocyaneum

e

Staphylococcus aureus in vitro, mas

o

ouro

e o

estanho não mostraram tal propriedade. Kinnear, em 1935 (apud SHAY et al., 1956, p. 26), testou

o

efeito bactericida de vários materiais dentários em uma cultura mista de Streptococcus viridans

e

Staphylococcus aureus. Só os cimentos de prata

e

de cobre mostraram ação anti-séptica

(11)

realizaram estudo semelhante com as bactérias Escherichia coli e Micrococcus pyo genes var.

aureus. Observaram que todos os materiais dentários testados apresentaram algum tipo de

ação bacteriostática. 0 material com maior poder bacteriostático foi o cimento de silicato,

seguido do amálgama de cobre.

O flúor interfere com o metabolismo das bactérias da placa dental, reduzindo as cáries.

Segundo Yoshida e Atsuta (1999), já se demonstrou, com os cimentos de silicato, o efeito benéfico da disponibilidade de flúor no ambiente oral para proteção contra cáries. Norman et al. (1972) também apontam que o flúor contido nas restaurações de cimento de silicato é

liberado aos poucos e reage com o tecido dental para formar uma estrutura que é mais resistente a cáries. Nakae et al. (apud DUARTE E LOTUFO, 2000, p. 296) apresentam ainda uma outra ação importante do flúor na prevenção da cárie dental: ao reduzir a sensibilidade dentindria, os fluoretos acabam por permitir melhor remoção mecânica da placa bacteriana.

Dada a capacidade bacteriostática/bactericida do flúor e sua propriedade de reforçar os tecidos dentais, buscam-se modernamente materiais restauradores que possam liberar Ions de

flúor paulatinamente, em quantidade suficiente para promover uma efetiva redução na reincidência de cáries e nas infecções peridontais. Entre esses estão os cimentos de ionõmero de vidro (CIV), lançados na década de 70, que vêm sofrendo a adição de monõmeros resinosos e fotoativados (CARVALHO et al., 1998), para formar os compósitos. Também a partir da década de 70, começou-se a incorporar fluoretos a resinas fotopolimerizáveis i (YOSHIDA E ATSUTA, 1999). E tem-se ainda incorporado a compósitos monõmeros antibacterianos (EBI et al., 2001).

(12)

A capacidade de inibir o crescimento de bactérias é hoje um requisito de certa relevância no desenvolvimento de materiais dentários, entretanto há uma série de outros fatores que não podem ser ignorados, notadamente boas propriedades físicas e biocompatibilidade. Kostoryz et al. (1999), por exemplo, apresentam como uma das limitações das atuais resinas dentais, ainda por ser resolvida, a contração durante a polimerização, que representa uma das principais causas para falhas clinicas no uso desse tipo de material. Okada et al. (2001) também apontam para a necessidade de longa durabilidade do material de restauração no ambiente oral.

Até o momento não se encontrou material restaurador que preencha simultaneamente todos os requisitos desejados: excelentes características bacteriostáticas/bactericidas, atoxicidade para o organismo, boas propriedades estéticas, facilidade de manipulação, resistência mecânica e durabilidade. Dai a necessidade de pesquisas na área de materiais dentários.

1.1 JUSTIFICATIVA

(13)

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo examinar, em revisão bibliográfica, o uso de materiais com propriedades antibacterianas em restaurações dentais.

1.2.2 Objetivos específicos

Para entender a ação antibacteriana dos materiais dentários, é preciso investigar também os mecanismos de formação da placa bacteriana e a ação das bactérias sobre os dentes e estruturas adjacentes. Assim, propõem-se os seguintes objetivos específicos:

a) Descrever os mecanismos de formação da placa bacteriana;

b) Descrever, em linhas gerais, as patologias dentárias provocadas pela ação de bactérias orais — cárie, gengivite e periodontite;

c) Determinar quais materiais dentários apresentam melhores propriedades antibacte-rianas;

d) Determinar os fatores limitantes no uso desses materiais.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

(14)

bacteriostática de materiais dentários. No capitulo 4, apresentam-se as principais constatações

(15)

Neste capitulo, revisam-se estudos que tratam da etiologia da placa bacteriana, sua estrutura

e composição e

a forma como ataca os dentes

e o

periodonto. Busca-se obter informações sobre as bactérias formadoras da placa

e

sua forma de ação, de modo a entender como agentes antibacterianos podem inibir os efeitos danosos da placa sobre os dentes

e

tecidos de suporte.

Os microrganismos orais têm papel determinante na etiologia da cárie e das doenças da gengiva e do periodonto. Segundo Duarte

e Lotufo (2000, p. 287),

"trabalhos experimentais realizados em animais revelaram que tanto a cárie quanto a doença periodontal são doenças de origem etiológica multifatorial sendo, contudo, impossível reproduzir tais doenças na ausência de microrganismos. Isto significa que o agente etiológico determinante tanto da cárie quanto da doença periodontal é representado pelos microrganismos."

(16)

beneficio

para

o

ser humano da presença da

microbiota indígena é

que ela, por

competição,

evita que a cavidade oral seja invadida por espécies

patogênicas.

Além disso,

é

fundamental para

o

desenvolvimento de

órgãos e

tecidos de defesa do hospedeiro (op. cit.,

p. 287). Já

os microrganismos beneficiam-se do habitat

e

da

alimentação

providos pela cavidade oral do hospedeiro. Somente

quando o equilíbrio entre

microbiota e hospedeiro

é quebrado, os dentes e/ou seus tecidos de

sustentação são

atacados. Surgem

então

a

cárie e

as doenças periodontais.

Portanto, a profilaxia

e

tratamento da

cárie e

da

doença

periodontal

não

prevêem a

eliminação

da

microbiota

oral, mas

tão-somente

seu controle em termos de quantidade absoluta e composição. E preciso garantir que

o número

total de microrganismos se mantenha dentro de certos limites

e também

que não

haja

invasão

de microrganismos mais patogênicos.

2.1 FORMAÇÃO DA PLACA BACTERIANA

A placa

bacteriana é

um

acúmulo não

mineralizado de bactérias que se forma sobre as superfícies duras da cavidade oral

(dentes, restaurações, próteses

etc.)

e

cuja

remoção não

pode ser feita meramente por

bochechos

com

água.

A placa

é

composta essencialmente por bactérias

(cerca

de

75%

do volume), misturadas a uma matriz

orgânica

derivada de proteínas

salivares e polissacarideos extracelulares,

células

epiteliais, leucócitos e macrófagos

(DUARTE E LOTUFO, 2000, p. 287).

Segundo Duarte

e Lotufo (2000, p. 286),

a teoria mais aceita atualmente a respeito do mecanismo de

formação

da placa

bacteriana é

a do

"depósito

adquirido" de

proteínas

salivares. Esse

depósito

se forma sobre os dentes (ou outras superfícies duras) num período curto, de cerca de uma hora,

e

aumenta gradativamente.

Após

cerca de

10

a 20, horas inicia-se a colonização por bactérias.

(17)

"Até o segundo dia, a placa em formação é constituídas de 70% de cocos e bastonetes Gram-positivos e 30% de Gram-negativos. Entre 2 e 4 dias, [surgem] fusobactérias e filamentosos na proporção de 7% e, finalmente, entre 4 e 9 dias [surgem] espirilos e espiroquetas, no total de 2%.".

Os autores também relatam estudo de Ritz, de 1967, que diz que os estreptococos

predominam desde o inicio da colonização, mas que, com o passar dos dias, surgem

condições

para a

colonização

das espécies Gram-negativas. Segundo esse estudo, a

maturação

final da

placa se dá por volta do décimo dia. A partir

dai,

quase

não

se notam

alterações

em sua

composição.

Segundo Duarte

e

Lotufo (2000, p. 286), após

sua

maturação,

a placa

bacteriana

"tem

o

potencial de desencadear

o

aparecimento da gengivite". Entretanto, segundo os autores,

basta a simples

remoção

da placa para que

o

processo

inflamatório

cesse

e

sejam

restabelecidas as

condições

de

saúde

iniciais.

Bueno

et al.

(1998)

também ressaltam a

importância

da

remoção

da placa

bacteriana.

Segundo eles,

A patologia dos tecidos periodontais está na dependência direta dos microrganismos encontrados na placa e, conseqüentemente, a saúde periodontal é diretamente proporcional ao nível de controle da placa bacteriana conseguida pelo indivíduo. Não há dúvida de que a higiene oral orientada é um recurso adequado não só para a manutenção da saúde gengival mas, também, como forma de tratamento das doenças periodontais inflamatórias. (op. cit., p. 44)

Dai

a necessidade do uso da escova dental, segundo uma técnica adequada,

e

outros

recursos auxiliares, como

o

fio dental

e

as escovas

interproximais.

Entretanto, os autores

salientam que algumas

condições

impedem ou dificultam a

remoção

da placa:

"cálculo

dental,

lacunas de

reabsorção radicular,

excesso ou falta de material restaurador junto As margens das

restaurações, contornos

vestibulares ou

proximais

deficientes, etc." (op. cit.,

p. 44-45).

preciso

então

prestar especial

atenção

ao acabamento das

restaurações,

pois este, se mal

(18)

2.2 PLACA BACTERIANA SUPRAGENGIVAL E SUBGENGIVAL

Segundo Duarte e Lotufo (2000, P. 289), há que se distinguir, pelo menos, dois tipos de placa bacteriana: supragengival e subgengival. Estas apresentam microbiota distinta e podem causar danos de natureza diversa. A placa supragengival desenvolve-se em presença de maior disponibilidade de oxigênio, o que favorece a prevalência inicial de microrganismos aeróbios, com aparecimento posterior de espécies anaeróbias estritas ou facultativas. Por outro lado, a placa subgengival, desenvolvendo-se em ambiente com reduzida disponibilidade de oxigênio, é habitat propicio para o desenvolvimento de microrganismos anaeróbios.

0 potencial patogênico das placas também é diverso. A placa supragengival favorece a formação de caries nas superfícies lisas dos dentes, porque possui alta porcentagem de

Streptococcus

mutans,

um anaeróbio facultativo que pode permanecer em estreito contato

com a superfície dentária (op. cit., p. 289). Já a flora da placa subgengival apresenta especialmente potencial para desenvolvimento de doença periodontal.

Duarte e Lotufo (2000, p. 289) apresentam quadro comparativo entre as placas supragengival e subgengival:

Quadro I

Comparação entre placa

supragengival

e

subgengival

(DUARTE E

LOTUFO, 2000, p. 289)

Características Sup

ragengival

Subgengival

Reação de Gram predominância de espécies Gram-positivas predominância de espécies Gram-negativas Morfotipos cocos, bastonetes

filamentosos e espiroquetas

predominância de bastonetes e espiroquetas

Metabolismo facultativo com alguns anaeróbios predominância de anaeróbios Fonte de energia fermentam carboidratos formas proteoliticas

Motilidade firmemente aderidas h superfície dentária aderência menos pronunciada Tolerância pelo hospedeiro pode causar cane e gengivite pode causar gengivite e pen.

(19)

Apesar de isso ser menos freqUente, a placa subgengival também pode provocar o surgimento de processos cariosos. Segundo Duarte e Lotufo (2000, p. 290), a presença de

Streptococcus mutans na placa subgengival permite o desenvolvimento de cáries. Além disso, após a exposição do cemento, devido a uma bolsa periodontal, pode haver ação conjunta de

Actinomyces viscosus, capaz de participar na formação de cárie radicular.

2.3 PLACA BACTERIANA E GENGIVITE

A gengivite se instala sempre que a placa bacteriana deixe de ser removida. Segundo Baratieri (2001, p. 356), "todas as pessoas, na presença de placa acumulada por mais de duas semanas, desenvolvem inexoravelmente a inflamação gengival." Esta caracteriza-se como vermelhidão, resultante da hiperemia local, tumefação e sangramento durante a sondagem delicada.

Kinane e Lindhe (1997, p. 133) assim descrevem as alterações iniciais provocadas pela gengivite:

"As alterações clinicas podem parecer sutis nos estágios iniciais da gengivite, entretanto as alterações histopatológicas subjacentes são bastante acentuadas. Alterações na rede vascular ocorrem, com a abertura de muitos capilares. Os fluidos e as proteínas exsudativas causam a tumefação dos tecidos, ocorrendo um afluxo de células inflamatórias no tecido conjuntivo subjacente ao epitélio juncional.

(.

..) A

medida que o infiltrado celular se desenvolve, as composições

estrutural e celular dos tecidos sofrem alterações.

(20)

inflamação, foi-se formando um tecido conjuntivo infiltrado, que aumentou de volume

durante os 28 dias do estudo. Este é infiltrado por linfócitos, plasmócitos e macrófagos, que ficam aderidos à matriz de colágeno, enquanto neutrófilos se deslocam para o sulco gengival. Fld uma grande redução na quantidade de coldgeno e fibroblastos, enquanto aumenta o tecido residual (matriz intercelular, coldgeno decomposto etc.) e dos vasos sangüíneos pequenos.

A inflamação gengival tem desenvolvimento rápido. Segundo Kinane e Lindhe (1997, p. 134), 24h após a deposição da placa, já se notam alterações acentuadas no complexo

microvascular sob o epitélio juncional. Arterfolas, vênulas e capilares se dilatam, havendo um aumento da pressão hisdrostática e da permeabilidade de suas paredes, o que permite que fluidos e proteínas escoem para os tecidos. Cerca de uma semana após o acúmulo de placa, o número de capilares abaixo do epitélio juncional aumenta, pela abertura de redes

anteriormente inativas.

Com a permanência da placa, a inflamação tende a crescer, havendo aumento no volume de exsudato e no fluxo de leucócitos para os tecidos e sulco gengival. No estágio mais

avançado, há um aprofundamento de bolsas periodontais e a placa prossegue seu crescimento em direção apical. Formam-se nichos para bactérias anaeróbias, muito mais destrutivas, e formam-se as condições para o estabelecimento de periodontite, com perda de osso alveolar,

destruição das fibras periodontais e migração apical do epitélio juncional.

2.4 PLACA BACTERIANA E DOENÇA PERIODONTAL

Segundo Nogueira-Filho et al. (2001, p. 51), durante muito tempo pensou-se ser o

cálculo o fator etiológico primário para a doença periodontal. Entretanto, estudos epidemio-lógicos vieram a mostrar que, na verdade, a placa bacteriana era o agente causador da doença,

(21)

importância para

o

desenvolvimento da periodontite. Desde

então,

a eliminação da placa tem sido

o

principal objetivo no tratamento da

doença

periodontal (op. cit., p. 40).

Conforme já afirmado em 2.3, a não ser que seja removida, a placa bacteriana induz, invariavelmente, após alguns dias,

o

aparecimento de gengivite. Entretanto, a periodontite não

é

de regra. Para que um microrganismo possa provocar

doença

periodontal,

é

necessário que preencha certas condições:

1. estabelecer intima proximidade com os tecidos periodontais;

2. não ser removido pela saliva e fluido gengival; 3. adquirir nutrição essencial para o seu crescimento;

4. resistir ao antagonismo bacteriano e as defesas locais do hospedeiro; 5. ser capaz de induzir destruição dos tecidos periodontais. (DUARTE E

LOTUFO, 2000, P. 292)

Os microrganismos causadores da

doença

periodontal devem garantir as condições necessárias à própria sobrevivência. Isso

é

conseguido através de alguns processos

bioquímicos.

As bactérias podem resistir aos mecanismos de defesa do hospedeiro ou produzir substâncias capazes de suprimi-los. Segundo Duarte

e

Lotufo (2000, p. 293-4), a ação agressiva das bactérias pode ser direta ou indireta. Diretamente, as bactérias agem produzindo enzimas, toxinas

e

fatores inibidores de quimiotaxia.

0 efeito destrutivo das enzimas se dá primeiro pela ação da hialuronidase, que despolimeriza

o

ácido hialurônico, componente intercelular do epitélio juncional. Isto, por sua vez, facilita a ação de uma outra enzima, a colagenase, que ataca

o

colágeno gengival. Com isso, as fibras gengivais ficam desorganizadas,

e

a gengiva perde consistência. Além dessas, outras enzimas produzidas por microrganismos também atacam componentes do tecido gengi

vai.

(22)

positivas. Essa toxina age tanto sobre as células quanto sobre a substancia intercelular. Assim,

o

fibroblasto, desorganizado, não consegue produzir coldgeno.

A quimiotaxia provocada por bactérias Gram-negativas induz a migração de neutrófilos para

o

epitélio juncional,

o

que constitui um importante mecanismo de defesa. Entretanto, algumas bactérias Gram-negativas (Capnocytophaga, Bacteroides

e

outras) são

capazes de produzir fatores inibidores de quimiotaxia,

o

que, por sua vez, reduz a ação protetora dos neutrófilos.

A ação indireta das bactérias se dá como resultado do próprio trabalho dos mecanismos de defesa do organismo. Os lisossomos, formados a partir da degranulação dos neutrófilos, podem causar danos ao organismo. Além disso, os produtos metabólicos bacterianos podem ser considerados

antígenos,

provocando reações de defesa do organismo, através dos linfócitos B

e

T. Essas reações de defesa, por sua vez, podem causar danos aos tecidos.

Diferenças na constituição da placa bacteriana subgengival, em termos de espécies presentes

e

proporção entre elas, fazem com que a intensidade

e

a progressão da

doença

periodontal varie de um

indivíduo

para outro. Essas

diferenças

são ainda intensificadas pelas várias reações exibidas por cada organismo. Dai a existência de diferentes modalidades de periodontite, como a periodontite de incidência precoce, a periodontite crônica, a periodontite de progressão rápida e outras. Todescan (2001, p. 121-128) alista mais de dez tipos de periodontite, cada uma com diferente forma de evolução

e

intensidade. A combinação de bactérias comumente associadas também varia de uma modalidade de periodontite para outra.

Uma diferença importante que se opera na evolução de qualquer modalidade de

(23)

envelhece, ocorre uma substituição destas por bactérias Gram-negativas, com potencial

patogênico centenas de vezes superior (BARATIERI, 2001, p. 387).

2.5 PLACA BACTERIANA

E

CARIE

A cárie

é

um lento processo de desmineralização do dente. Em um estágio inicial, há

uma descalcificação superficial do esmalte, a qual aparece como uma mancha branca. Nesse

estágio, a

cárie é reversível

com fluorterapia. Quando há cavitação da

superfície

esmalte/cemento,

o

processo de

cárie é irreversível,

tornando-se necessária a restauração

dentária, com remoção do tecido cariado

e

preenchimento do

espaço

formado com algum

material restaurador.

Segundo Duarte

e

Lotufo (2000, p. 294), apesar de existir correlação positiva entre a

presença de Streptococcus mutans

e

a ocorrência de

cárie

dental, há possibilidade de que a

cárie

ocorra mesmo na ausência desse microrganismo. Nesse caso, outras bactérias

acidogênicas seriam responsáveis pelo inicio

e

desenvolvimento da

cárie.

Ou seja, a carie

dentária é um processo que envolve necessariamente a ação bacteriana.

0 S. mutans apresenta grande potencial cariogênico porque

é

capaz de produzir Acido

a partir da sacarose

e

mesmo a partir de outros açúcares como a frutose

e

a glicose.

E

consegue fazê-lo com mais rapidez que outros microrganismos acidogenicos, como

Actinomyces viscosus. Além disso,

o

S. mutans também consegue sobreviver melhor em meio

ácido. Portanto, pode ser considerado

o

microrganismo mais importante na etiologia da

cárie

em

superfície

lisa (op. cit., p. 294).

0 A. viscosus tem menor capacidade acidogenica,

o

que

o

torna incapaz de iniciar

cárie

no esmalte. Entretanto, quando se forma bolsa periodontal, essa bactéria encontra

condições ideais para ataque ao cemento radicular, por ser esse menos mineralizado. Assim,

o

(24)

Já as bactérias Lactobacillus acidophilus e L. casei, por terem pequena capacidade de

aderência, quase não são encontrados na placa bacteriana. Entretanto, desempenham

importante papel em

áreas

que facilitam a retenção de microrganismos (fóssulas, fissuras,

espaço

interproximal e, especialmente,

cáries

profundas.)

Portanto, segundo Duarte

e

Lotufo (2000, P. 295), a

cárie

é provocada especialmente

pela ação combinada desses quatro microrganismos, agindo em locais

específicos: o

S.

mutans é

o

principal iniciador da

cárie

tanto na

superfície

lisa dos dentes como na raiz,

o

A.

viscosus

é

agente coadjuvante na

cárie

radicular,

e

os Lactobacillus agem especialmente nas

(25)

No capitulo anterior, evidenciou-se a importância da placa bacteriana para

o

desenvolvimento da doença periodontal

e

da

cárie.

Neste capitulo, revisam-se estudos experimentais

e

clínicos que investigam a atividade bacteriostática/bactericida de materiais restauradores. Por didatismo, obedece-se a uma ordem temporal, com os trabalhos mais antigos sendo revisados em primeiro lugar.

(26)

Os materiais utilizados apresentaram diferentes propriedades antibacterianas, avaliada

em termos do diâmetro da zona de inibição do crescimento das bactérias. Os microrganismos também exibiram diferente sensibilidade a cada um dos materiais utilizados. Além disso, o meio de cultura utilizado também teve influência sobre a sensibilidade dos microrganismos aos diferentes materiais.

Todos os materiais testados apresentaram algum tipo de ação antibacteriana. 0 que apresentou maior potencial de inibição de crescimento bacteriano foi o amálgama de cobre, seguindo-se o cimento de cobre e o ouro em folha. 0 polimento não causou diferença sensível no poder antibacteriano do ouro ou de qualquer outro material metálico. Os autores alertam para o fato de que o ouro em folha pode ter exercido ação antibacteriana relativamente intensa

não propriamente por causa do metal, mas devido à presença de traços de amônio e citam estudos anteriores que mostraram que o ouro obtido a partir de restaurações antigas em dentes extraídos não exibiu forte ação antibacteriana in vitro.

O acrílico de presa rápida foi o material com pior desempenho, apresentando uma ação

antibacteriana bastante discreta. 0 cimento de silicato também apresentou um desempenho discreto, bastante inferior ao do amálgama de cobre, o que contradiz estudos anteriores. Os autores sugerem que os tipos de microrganismos testados, anaeróbios, sejam menos susceptíveis ao alto conteúdo de fluoreto desse material.

Norman et al. (1972) avaliaram, in vivo, os efeitos de materiais restauradores sobre a

composição da placa bacteriana. 0 estudo desenvolveu-se em duas fases. Na primeira fase, selecionaram-se pacientes com restaurações na regido ântero-superior, para minimizar

diferenças na quantidade de placa devido â localização. Solicitou-se aos pacientes que se abstivessem de higiene oral durante três dias e que no terceiro dia não comessem nem mascassem chicletes antes da visita ao dentista. Retiram-se amostras de placa em 120

(27)

amostram foram coletadas na interface

dente-restauração,

na

superfície

dental

próxima

restauração e

em alguns outros pontos, para

comparação.

As

restaurações

analisadas nesta primeira fase do estudo

constitufram o grupo das

restaurações

antigas.

As amostras de placa coletadas foram submetidas a

análises

para

mensuração

das

proporções

de carboidratos, nitrogênio, cálcio e fósforo e para estabelecimento das

proporções

carboidrato-nitrogênio, nitrogênio-cálcio e cálcio-fósforo.

Visava-se com isso determinar a intensidade do metabolismo da placa

e

verificar eventuais

diferenças

de

composição

ocasionadas pela presença da restauração.

Numa segunda fase do estudo, pacientes que necessitavam de

restaurações dentárias

em dentes anteriores superiores receberam-nas

e

realizou-se procedimento semelhante de coleta e análise de placa bacteriana. Foram colhidas amostras de placa em dez

restaurações

de cada um dos cinco tipos de material de

restauração

analisados na primeira fase.

0

procedimento de coleta foi realizado logo após a realização das restaurações e repetido

após 3

meses,

após 6 meses

e após 1

ano.

Tanto para as

restaurações

antigas quanto para as novas,

não

houve

diferenças

de

composição

entre a placa coletada junto As margens das

restaurações e

aquela obtida a partir da superfície

dentária.

Da mesma forma, também

não

houve

diferença

de

composição,

mas apenas de quantidade, entre a placa coletada na margem

gengival

ou no

terço

médio da

restauração.

A partir dos testes realizados, demonstrou-se que a

composição

da placa varia nos primeiros meses, segundo um

padrão

semelhante, para todos os materiais testados. Entretanto,

após

um

período

entre seis meses

e

um ano essa

composição

se estabiliza.

(28)

1

13111111ocece Set.,

4111

ere-

o

restaurações de cimento de silicato, o metabolismo de carboidratos sofre redução, ou o

número de bactérias na placa é menor próximo As restaurações desse material. Os autores

sugerem que o flúor liberado pelo cimento de silicato aja como inibidor de enzimas e interfira

com o metabolismo de carboidratos.

Smales et al. (1979) investigaram, por meio de microscopia eletrônica de varredura, a

placa formada em restaurações subgengivais em cães. Foram testados um amálgama

prata-estanho com alto teor de cobre (Sybralloy) e um cimento de ionômero de vidro derivado

de ácido poliacrílico aluminiossilicato (Aspa). Para padrões de comparação, foram usados o

amálgama New True Dentalloy e a resina Concise. Para o estudo in vitro, foram preparadas

amostras de cada material que, depois de curadas, foram polidas com discos de carbeto de

silício e pasta de óxido de alumínio. A rugosidade das superfícies das amostras foi medida

com um analisador de perfil.

Para o estudo in vivo, foram usadas cinco cadelas beagle de 4 a 51/2 anos. Os dentes

foram raspados e polidos, para remoção de cálculos subgengivais e tratamento de bolsas

periodontais. Após isso, os cães passaram a receber escovação diária nas faces bucais com

escova multitufos macia. Depois de 7 dias, com os cães sob anestesia, foram preparadas

cavidades de classe V com cerca de 2mm de diâmetro na face vestibular de seis dentes

superiores e seis inferiores. Cerca de 1 a 1,5mm das restaurações ficava abaixo da margem

gengival. Os dentes contralaterais serviram como controles. Depois de uma semana, as

restaurações foram polidas da mesma forma que as amostras in vitro. Após cinco semanas, os

cães foram sacrificados, para remoção e análise dos dentes restaurados e dos controles.

Ao microscópio, as amostras polidas dos amálgamas e do cimento apresentaram uma

superfície relativamente polida, quase sem irregularidades, com apenas riscos e porosidades

ocasionais. A superfície da resina mostrou-se bem mais áspera que a dos outros materiais. A

(29)

amostras in vitro. A resina também apresentou aspereza maior. Em todas as áreas ásperas ou com irregularidades, havia acúmulo de bactérias.

Os amálgamas forneceram indices bacterianos significativamente inferiores aos da resina e do cimento. Também houve diferença significante entre o número de bactérias nos dentes restaurados e nos controles, que apresentaram indices mais baixos. Quase todos os microrganismos presentes eram cocos. Na superfície subgengival dos dentes restaurados,

também apareceram alguns bacilos e filamentos, mas não nos controles. Apesar da escovação diária, havia cocos na superfície supragengival das restaurações de cimento e resina. A superfície supragengival dos dentes de controle e dos que receberam restaurações de

amálgama quase não apresentava placa.

Os resultados confirmam a tendência de acumulação de placa em materiais com maior rugosidade. 0 alto conteúdo de flúor do cimento parece não ter produzido qualquer inibição

no crescimento da placa. A resina reteve maiores quantidades de placa quando comparada aos outros materiais em estudo. Isso pode ter sido causado pela maior rugosidade da resina, resultado do desgaste diferenciado entre a matriz de resina e os grânulos do material

microparticulado (filler). 0 alto conteúdo de cobre do amálgama Sybraloy também não

produziu efeito significante sobre o crescimento da placa. Nos dentes de controle e naqueles

com as restaurações de amálgama, a escovação conseguiu remover bem a placa subgengival,

em distâncias variadas. Entretanto, sobre as restaurações de cimento silicato e resina o mesmo

não ocorreu, provavelmente devido à aspereza da superfície.

Feist e Duarte (1992) realizam revisão bibliográfica em 18 estudos experimentais e

(30)

Entendem os autores que se devesse comparar a formação de placa sobre restaurações e sobre

superfície dentária integra no mesmo indivíduo, para facilitar a comparação.

Alguns estudos revelaram que se forma menos placa sobre o dente natural do que

sobre o amálgama, outros mostraram que não há diferença de formação de placa sobre dente

natural ou sobre resina, desde que haja correta higiene bucal. Um dos estudos mostrou haver

menor formação de placa sobre coroas de porcelana que sobre dentes naturais. Estudos sobre

o ouro como material de restauração mostraram que quanto mais polida a superfície, menor a

formação de placa. Quanto ao amálgama, os estudos revisados mostraram que: a placa

acumulada sobre restaurações com margem supragengival era danosa aos tecidos; o polimento

é importante para permitir adequada higiene bucal e boa saúde gengival; in vitro, o amálgama

recém-preparado inibe o crescimento bacteriano, mas esse efeito reduz-se nas 72 horas

seguintes. Um estudo mostra que a porcelana e a metalo-cerâmica permitem menor formação

de placa que o dente natural, enquanto que o ouro e a resina permitiram maior formação.

De forma geral, os autores concluem que, a partir dos estudos revisados, não se pode

afirmar com certeza que a formação de placa seja maior ou menor sobre este ou aquele

material. Entretanto, demonstra-se que o polimento dificulta a formação de placa ou, pelo

menos, facilita a higiene.

Machado et al. (1997) investigaram a textura superficial microscópica de quatro

materiais de restauração, correlacionando-a A aderência de placa in situ. Quatro pacientes

receberam coroas provisórias, das quais necessitavam, confeccionadas em resina acrilica

autopolimerizada. Antes de serem cimentadas, as coroas receberam preparos cavitários

circulares, planejados de forma a ficaram em posição supragengival depois de a coroa

instalada. Cada coroa recebeu quatro preparos circulares de 2mm de diâmetro por lmm de

profundidade, um em cada face da coroa. Em cada cavidade foi realizada restauração com um

(31)

resina composta híbrida, ionômero de vidro fotoativado. Todas as restaurações foram

realizadas e polidas antes que as coroas fossem instaladas na boca dos pacientes. Após sete

dias, as coroas foram removidas, lavadas em água destilada, secadas e seccionadas em quatro

partes (V, L, M, D) e analisadas com microscópio eletrônico de varredura, para avaliação de

rugosidade e formação de placa. Os pacientes também foram submetidos a uma avaliação

padronizada da placa supragengival, para estabelecer correlação desse índice com a deposição

de microrganismos nas restaurações testadas. Nenhum dos materiais testados apresentou

capacidade de inibir a formação da placa bacteriana. A presença de áreas rugosas sem placa

aderida demonstrou que a higiene correta é mais eficiente para prevenção da placa que a

natureza do material de restauração.

Mon-ier et al. (1998) examinaram, in vitro, a atividade antibacteriana de amálgamas,

ligas, elementos e fases sobre duas bactérias cariogenicas: Actinomyces viscosus e

Streptococcus mutans. Citam-se estudos anteriores que comprovam que essas bactérias estão

envolvidas em cárie primária e secundária, placa dental e cárie na superfície radicular. Foram

testados os seguintes materiais: um amálgama convencional sem zinco; um amálgama

convencional fluoretado; um amálgama de fase dispersa; dois amálgamas de composição

simples, não-y2, com alto teor de cobre; um amálgama de base de cobre; prata pura; cobre;

estanho; zinco; liga de cobre-prata; mercúrio liquido; várias fases encontradas em amálgama,

como y, yi, y2, Cu6Sn5. Com todos os materiais sólidos, foram confeccionados cilindros de

lOmm de comprimento por 2mm de diâmetro. Com o mercúrio, prepararam-se 12 amostras de

0,780g. Também foram testadas soluções de cloreto de cobre, fluoreto de sódio, cloreto de

mercúrio, cloreto de estanho, cloreto de zinco.

O amálgama de cobre e o fluoretado exibiram alta atividade antibacteriana; os

amálgamas não-y2 atividade antibacteriana intermediária; o amálgama sem zinco, nenhuma

(32)

amálgama não-y2. Amostras não polidas mostraram atividade antibacteriana superior à das amostras polidas. Entre os metais puros,

o

cobre exerceu maior atividade inibitória contra ambas as bactérias testadas. 0 zinco mostrou atividade intermediária contra a A. viscosus, mas nenhuma atividade contra a S. mutans. 0 estanho

e

a prata não afetaram

o

crescimento das bactérias. Entre as ligas

e

fases, apenas a Cu-Ag produziu efeito

inibitório

significante

e

foi mais eficiente contra a A. viscosus. Quanto às soluções salinas, mostraram-se mais eficientes as que continham ions de

mercúrio, flúor

ou cobre. 0 cloreto de

mercúrio

foi

o

mais eficiente, apresentando atividade antibacteriana até em

concentração

de 10n/m1. Os resultados do estudo sugerem que a ação antibacteriana do

mercúrio é

superior a do cobre

e

que a ação antibacteriana deste, por sua vez,

é

superior à do zinco.

Carvalho et al. (1998) compararam a ação antibacteriana in vitro de alguns materiais

restauradores

e

forradores. Foram testados quatro cimentos de ionõmero de vidro, uma resina composta

e

dois compõmeros. Foram preparadas 20 amostras de cada material na forma de pastilhas com 6mm de

diâmetro e

4mm de espessura, num total de 140 corpos de prova. As bactérias utilizadas foram Streptococcus mutans, Streptococcus salivarius, Streptococcus

pyo genes, Stafilococcus aureus

e

Streptococcus sobrinus, todas presentes na flora oral

humana. Depois de cultivadas, bactérias foram semeadas em placas contendo ágar BHI (infuso de cérebro

e

coração). As pastilhas foram

então

colocadas nas placas para se observar a formação de halo de inibição de crescimento. 0 único material testado que provocou inibição no crescimento bacteriano foi

o

Vitrimer, um cimento de ionômero de vidro resina-modificado. Os autores atribuem isso ao fato de este material liberar

flúor

em quantidades maiores que os demais materiais testados.

(33)

carbamida ou peróxido de hidrogênio. As bactérias usadas foram Streptococcus mutans,

Streptococcus sobrinus

e

Actinomyces viscosus. A saliva foi coletada de doadores saudáveis

e

que não haviam consumido qualquer medicação nos três meses anteriores. Foram preparadas

162 amostras de

dimensões

10 x 5 x 3mm de Charisma, um compósito com base de resina

fotopolimerizável. As amostras foram divididas em três grupos. Um dos grupos foi mergulhado numa solução peróxido de carbamida a 10% (pH 6,5),

o

outro numa solução peróxido de hidrogênio a 10% (pH 6,5)

e o

terceiro,

o

controle, numa solução tampão de fosfato (pH 6,5). As amostras earn submetidas ao clareamento durante 1, 2 ou 3 dias. Depois eram lavadas em

água

destilada, equilibradas com tits lavagens de cloreto de potássio tamponado

e

expostas a lml de saliva durante 60 minutos, a 37°C. Em seguida, recebiam mais três lavagens de KC1 tamponado para remover a saliva não aderida.

Então,

eram incubadas junto com as bactérias durante 2 horas, em uma solução de sacarose. A

determinação da quantidade de bactérias foi feita por contagem com rotulagem radioativa. Algumas amostras que não receberam

o

banho de saliva foram usadas como controle.

Foi comparada a adsorção de proteínas salivares entre as amostras tratadas com

peróxido de carbamida, as tratadas com peróxido de hidrogênio

e

as que não receberam tratamento. Não houve diferença entre os grupos. Não houve diferença entre os grupos tratados com os clareadores durante 1 ou 2 dias, nem entre estes

e o

grupo não tratado. Mas os grupos tratados com clareadores durante 3 dias se distinguiram dos controles por permitirem a

adsorgdo de menor quantidade de proteínas salivares.

(34)

segundo os autores, reforçam

o

papel da saliva no controle dos depósitos de placa sobre

superfícies

duras da cavidade oral.

Yoshida

e

Atsuta (1999) investigaram, in vitro, as propriedades físicas

e

a capacidade de liberação de

flúor

de um cimento resinoso fotoativado, contendo vidro de

fluoroaluminiossilicato

e

ácido poliacrilico em pequena fase de agua. 0 cimento era composto de liquido

e

pó. A

composição

do liquido era a seguinte: trietilenoglicol dimetilacrilato — TEGDMA (42,25% em peso), 2-hidroxietil metacrilato — HEMA (42,25% em peso), solução

aquosa (75% de água) de ácido poliacrilico — PAA (9% em peso)

e

DL canforquinona — CQ (0,5%) como fotoiniciador. O pó era composto de silica silanizada, vidro de

fluoroaluminiossilicato (FASG)

e

ácido 1-ciclohexi1-5-etil barbitúrico (CEB) como

fotoacelerador. Trabalhou-se com três concentrações de vidro no pó: 4,5%, 9,5%

e

19,5% em peso. Manteve-se constante a concentração de CEB em 0,5% em peso. Preparou-se como controle um cimento contendo: 99,5% de TEGDMA

e

0,5% de CQ no liquido; 99,5% de silica

e

0,5% de CEB no pó. As misturas de pó e liquido foram feitas na

razão

de 3:1 em peso. Com os diferentes cimentos, foram confeccionados corpos de prova para testes de resistência

a esforços de tensão

e

compressão. Realizaram-se esses testes 24h

após

a

confecção

dos corpos de prova

e após

6 meses, durante os quais os corpos ficaram imersos em

água

a 37°C.

Outros corpos de prova foram submetidos, 24 horas

após

sua confecção, a um teste de

liberação de

flúor

em meio liquido, que foi repetido após 12 semanas

e após

de 24 semanas. Considerando-se a resistência a esforços de compressão, não houve diferença

significativa entre os cimentos em teste, nem entre qualquer destes

e o

controle. Entretanto,

com exceção do cimento de controle, todos os demais tiveram redução estatisticamente

(35)

quantidades semelhantes de flúor e bem maiores que as liberadas pelo cimento mais pobre em

vidro (4,5% no pó). A

liberação de

flúor medida

após 12

semanas e

após 24

semanas também revelou valores significativamente mais altos. Os autores sugerem que as propriedades

mecânicas e a boa capacidade de

liberação

de flúor do cimento com

9,5%

de vidro no

permitem seu uso comercial.

Ebi

et al.

(1999)

incorporaram a um

compósito

um

monômero

com propriedades bactericidas, a fim de investigar, in vitro, a

ação

antibacteriana do material obtido.

0

monômero

testado foi o brometo de

12-metacriloiloxidodecilpiridínio — MDPB,

um material com propriedades

antibacterianas

comprovadas em estudos anteriores.

0

estudo

visava

verificar se essas propriedades se mantinham

quando

o

MDPB

era imobilizado numa matriz de resina junto com outros

monômeros.

Queria-se também determinar se havia

liberação

do

MDPB

pelo material.

O

MDPB

foi incorporado a um

microparticulado

de resina

pré-polimerizado (PPRF),

que

foi

altamente

polimerizado

a quente antes de ser utilizado no

compósito.

microparticulado

antibacteriano recebeu

15,8%

em peso de

MDPB.

Por sua vez, o

compósito

recebeu o

microparticulado

na

proporção

de

17,9%

em peso, o que resultou numa

concentração

final de

2,83%

em peso de

MDPB

no

compósito.

Segundo os autores, essa é a

concentração máxima

que

não

produz

influência

nas propriedades

físicas,

incluindo viscosidade e resistência

mecânica.

(36)

Os resultados do estudo mostraram que após tee's

períodos

de armazenamento continuo em soluções com diferente pH (4,0, 7,0 ou 8,0), não houve liberação detectável do antibacteriano (abaixo de 11.4g/m1). Quanto A atividade antibacteriana do material, comparando-se ao material de controle (sem MDPB), houve redução de placa de 14,2%, 13,6%

e

17,9%, respectivamente, em cada um dos testes. 0 material testado também mostrou menor tendência de acumular bactérias (29,9% menos), maior inibição da

síntese

de glucano2 (27,0% menos)

e

boa inibição do crescimento bacteriano na superfície da amostra (superior a

99,9%). Os testes com as amostras que receberam

o

filme de saliva também indicaram a viabilidade clinica do material. Entretanto, ainda são necessários testes in vivo

e

uma

avaliação cuidadosa da durabilidade do material.

Steinberg

e

Eyal (2002) investigaram a formação de biofilme de Streptococcus

sobrinus sobre vários materiais de restauração

dentária.

0 estudo objetivava determinar quais

materiais permitiam maior adsorção das

proteínas

salivares do hospedeiro, enzimas não-celulares

e

bactérias. Os materiais testados foram um amálgama não y2 (Simet), os

compósitos Charisma, Durafil

e

Prodigy, os cimentos de ionõmero de vidro Fuji H LC

(fotopolimerizado)

e

Fuji II GC (autopolimerizante),

e

a resina acrílica autopolimerizante

Acrylic GC. Para preparação do biofilme, foram utilizados glucosiltransferase (GTS)

e

saliva. As amostras a serem testadas foram primeiramente imersas em saliva, sob condições

controladas, para que se formasse

o

biofilme de saliva. Em seguida, com procedimento semelhante, as amostras receberam

o

biofilme de GTS. Realizaram-se, a seguir, testes de

adesão

de bactérias As

superfícies

tratadas

e

também de viabilidade. Determinou-se ainda a quantidade de

proteínas

salivares adsorvidas, bem como da albumina

e da

amilase salivares.

(37)

Os resultados revelaram que

o

perfil de adsorção das

proteínas

salivares variou entre os materiais testados. Os materiais Durafil

e

Acrylic mostraram a maior capacidade de

adsorção das

proteínas,

amilase

e

albumina salivares. Já a menor quantidade de

proteínas

foi

adsorvida por Fuji LC

e

Prodigy. Os cimentos de ion6mero de vidro mostraram a menor afinidade à albumina salivar.

A

adesão

bacteriana também foi variada. Os cimentos de ionômero de vidro exibiram a maior capacidade de adesão à bactéria testada, enquanto que os compósitos Charisma

e

Prodigy mostraram a menor adesão bacteriana. A viabilidade apresentou padrão semelhante,

com os cimentos permitindo maior viabilidade da S. sobrintts enquanto que Charisma

e o

amálgama

permitiram a menor.

Os resultados do estudo demonstram que

o

modo como as

proteínas

salivares são adsorvidas varia com

o

tipo de material, que

o

biofilme salivar pode reduzir a adsorção de bactérias sobre compósitos

e

que a presença de albumina nas

superfícies

dentais influencia a

adsorção de bactérias. Os cimentos acumularam a maior quantidade de bactérias, apesar de

não exibir a maior afinidade para

proteínas.

Portanto, a presença de

flúor

nos cimentos não

pareceu inibir

o acúmulo

de placa. Os autores sugerem que isso se deva à pequena quantidade

(38)

Dada a importância da placa bacteriana na etiologia da gengivite, da doença

periodontal e da cárie dental, é importante que se desenvolvam e aperfeiçoem métodos de controle da placa. Assim, é necessário investigar a natureza da placa bacteriana, seus efeitos e

a formas de combatê-la.

Este trabalho, em revisão bibliográfica, investigou as propriedades antibacterianas de alguns materiais de restauração dentária, bem como o processo de formação da placa e a ação

desta sobre os dentes e tecidos de suporte. Procurou-se entender como os materiais poderiam inibir o crescimento das bactérias causadores de periodontites, gengivites ou cáries, evitar sua

acumulação na forma de placa e seus danos sobre os dentes, gengiva e periodonto. Visava-se também determinar em quais situações tais materiais poderiam ou não ser usados e suas propriedades em termos de efeito antibacteriano, propriedades estéticas, durabilidade etc.

Para entender a etiologia da periodontite, gengivite e cárie, inicialmente revisaram-se estudos sobre o tema. Constatou-se que a eliminação de todos os microrganismos orais não só é impossível como também indesejável. Portanto, toda a ação sobre a microbiota oral deve-se

dar no sentido de que ela não venha a entrar em desequilíbrio com as defesas do organismo e

(39)

remoção diária da placa. Se esta não for feita, após um curto espaço de tempo, ocorre gengivite, que pode agravar-se e evoluir para periodontite.

A formação da cárie também é resultado do acúmulo de placa sobre a superfície

dental. Restaurações cujo acabamento resulta em superfícies rugosas favorecem o acúmulo de placa e, conseqüentemente, a reincidência de cáries em suas margens, bem como a inflamação da gengiva quando a restauração localiza-se próxima a ela. Então, materiais que permitam um acabamento menos rugoso tendem a reduzir esses efeitos. Da mesma forma, o acúmulo de bactérias em defeitos do acabamento das restaurações favorece o acúmulo de placa, com reincidência de cáries e inflamações gengivais, dai a importância de contornos bem realizados.

Como a placa supragengival é diferente da subgengival (essencialmente anaeróbia), parece haver necessidade de materiais com diferentes propriedades antibacterianas para uso em cada situação. Os materiais para restaurações supragengivais devem inibir principalmente

o Streptococcus mutans e os lactobacilos Lactobacilus acidophilus e L. casei. Já o material

das restaurações subgengivais deve inibir especialmente o crescimento de organismos Gram-negati vos e anaeróbios, como é o caso do Actinomyces viscosus.

Além da capacidade antibacteriana, os materiais também precisam apresentar uma série de outras características para permitir seu uso em restaurações dentárias, entre elas: biocompatibilidade, estética, durabilidade, resistência mecânica, ausência de retração e facilidade de manipulação. Até agora, nenhum material reúne todas essas características. Assim, mesmo com uso de materiais antibacterianos, a boa higiene oral ainda é a principal forma de evitar os danos causados pelas bactérias.

(40)

em termos de ação antibacteriana. Também não se pôde determinar, a partir dessa revisão de literatura, em quais situações determinados materiais são mais ou menos indicados. Portanto, alistam-se aqui apenas os principais fatos evidenciados a partir da revisão, sem intenção de apresentar conclusões.

Quase não há acordo, entre os estudos revisados, com relação à ação antibacteriana de qualquer material

para

restauração dentária. Dois dos estudos consultados, ambos in vitro

(SHAY et al., 1956, e MORRIER et al. 1998), sugerem que o cobre, ou seus amálgamas

tenham alto poder antibacteriano. Entretanto, num estudo in vivo (SMALES et al., 1979), o

cobre não inibiu significativamente o crescimento da placa. 0 cimento de silicato apresentou alto efeito antibacteriano em um estudo in vivo (NORMAM et al., 1979), efeito moderado em

outro estudo in vivo (SMALES et al., 1979) e efeito discreto em um estudo in vitro (SHAY et

al, 1956). 0 ouro em lâmina apresentou boa ação bacteriana em um estudo in vitro (SHAY et

al, 1956), mas outro dois estudos contradizem isso (NORMAM et al., 1979 — in vivo; Staub

apud SHAY, 1956 — in vitro). Os amálgamas, em estudos in vitro,

parecem

inibir bem a placa

bacteriana (SMALES et al., 1979; MORRIER

et al.,

1998),

mas outros estudos

in vivo

(NORMAM et al., 1979; MACHADO et al., 1997) encontram resultados contrários a isso. Continuando as contradições, em dois estudos (SHAY et al., 1956; NORMAN et al., 1979), todos os materiais testados apresentam algum tipo de ação antibacteriana, entretanto um estudo (SMALES et al., 1979) mostra que houve menos acúmulo de placa sobre os dentes naturais que sobre qualquer material de restauração testado, e outro estudo (MACHADO et al. 1997) mostra que nenhum material testado apresentou capacidade de inibir a formação da placa bacteriana.

Materiais que liberam flúor conseguem inibir a formação de placa em quatro estudos: (NORMAN et al., 1979; MORRIER et al., 1998; CARVALHO et al., 1998; YOSHIDA E

(41)

sobre a

formação

da placa

(SMALES

et al.,

1979;

MACHADO et al.,

1997;

STEINBERG

E

EYAL, 2002).

Dois estudos mostraram que quanto

mais polida

a

superfície,

menor a

adesão

bacteriana

e, por

conseqüência,

menor a

formação

de placa

(SMALES

et al.,

1979;

FEIST

E

DUARTE,

1992).

Entretanto, dois outros, um

in vitro

(SHAY et al.,

1956) e

outro

in vivo

(MACHADO et al.,

1997),

questionam a

relação

entre rugosidade

e acúmulo

de placa.

Os cimentos de

ionõmero

de vidro parecem ter bom potencial antibacteriano segundo

um dos estudos (YOSHIDA

E ATSUTA, 1999).

Entretanto, outros dois questionam a

ação

antibacteriana desses materiais (CARVALHO et al.,

1998;

STEINBERG

E EYAL, 2002).

Portanto, repete-se aqui

o

que

foi observado por Feist

e

Duarte

(1992)

quanto ao

desencontro entre os estudos. Na verdade, muito pouco

de conclusivo a respeito da

ação

dos materiais

dentários

no combate a

proliferação

das bactérias causadoras de

patologias

orais. Muitos estudos ainda

são necessários

para determinar quais materiais apresentam

(42)

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