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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. RECURSO ESPECIAL

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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Apelação cível nº 0019879-52.2012.8.26.0008

RICARDO ALVARES ARAÚJO, recorrente

devidamente qualificado nos autos do processo supra, onde é parte Zenaria Conceição Santos Silva e outro, vem, mui respeitosamente e com o devido acatamento, perante V.Exa., por seu advogado que esta assina, nos termos e para os fins do artigo 105, inciso III, alínea “a” combinado com o artigo 1029, do CPC, interpor o presente

RECURSO ESPECIAL

em face de parte dos fundamentos que nutriram o v. acórdão prolatado nos autos, pois, pese seu inescondível brilho, negaram vigência aos artigos 368 e 330, I, ambos do CPC antigo e artigos 11, 1013 e 1021, § 3º, todos do CPC em vigor, bem assim do artigo 1245, do Código Civil, como demonstrará nas razões anexas, assim, requer seja recebida, processada e admitida esta prédica recursal com remessa dos autos ao C. STJ para os fins colimados.

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 31 de maio de 2017.

Dr. Paulo Lopes de Ornellas

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RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL

Apelação Cível nº 0019879-52.2012.8.26.0008 Rceorrente: Ricardo Alvares Araújo

Recorridos: Zenária Conceição Santos da Silva e Outro Origem: E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

COLENDO SUPERIOR TRIBUNLA DE JUSTIÇA! EGRÉGIA TURMA!

Insurge-se o Recorrente contra os fundamentos

do v. acórdão prolatado nos autos, pese seu inescondível brilhantismo, pois entende rogata venia que houve lesão aos artigos 368 e 330, I, ambos do CPC antigo e artigos 11, 1013 e 1021, § 3º, todos do CPC em vigor, como demonstrará abaixo.

Trata-se de ação de reintegração de posse onde o

Recorrente alegou que adquiriu parte ideal do imóvel locado dos apelados, os quais foram notificados da sua intenção de retomada e resistiram à desocupação configurando esbulho possessório, daí a necessidade de reintegração.

Na contestação os Recorridos negaram a relação ex

locato e acenaram com a tese de que seriam proprietários do imóvel, de modo que

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A r. sentença de primeiro grau colocou termo ao litígio com a seguinte fundamentação:

“...Consta que o autor é legítimo proprietário do imóvel descrito na inicial localizado na Rua Pastor Agenor Caldeira Diniz, 151, tendo adquirido metade ideal (50%) do imóvel de sua ex-mulher, Ana Paula Maio da Ponte, conforme escritura pública lavrada em 08.06.2012 (fls. 19/20), sendo que a escritura foi registrada na matrícula do imóvel em 18.06.2012 (fls. 15/16).

O autor adquiriu o imóvel ciente de que havia inquilinos no local, ora réus, conforme se verifica no contrato escrito de locação firmado em 10.09.2009 para fins residenciais com início em 10.09.2009 e término em 10.09.2012 (fls. 29/34).

O autor notificou os réus em 19.07.2012 (fls. 26/27) para que desocupassem voluntariamente o imóvel em 30 dias.

Em realidade, o autor adquiriu somente a parte do imóvel (50%) pertencente à ex-esposa Ana Paula, sendo que a outra metade pertence ao irmão de Ana Paula, Maurício Maio da Fonte, que se encontra desaparecido, desaparecimento este objeto de ação de declaração de ausência em trâmite na 12a vara da família e sucessões da capital (fls. 130).

Nesta mesma 3a vara cível, tramita ação de despejo por falta de pagamento sob n. 0012737-94.2012.8.26.000-8 ajuizada por Ana Paula contra os ora réus e dada a perícia realizada no contrato de locação (cuja cópia encontra-se a fls. 29/33), concluiu-se que as assinaturas dos ora réus são falsas.

Tramita ainda inquérito policial no 4o distrito policial para apurar eventual prática de estelionato por parte de Ana Paula sendo a ora corre Zenaria a suposta vítima (fls. 83).

De fato, os réus nunca praticaram esbulho, mas sim estão no imóvel em decorrência de compra

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realizada em 20.01.2008 figurando Ana Paula como vendedora (fls. 108/109).

O autor é carecedor de ação, pois pretende obter a posse do imóvel pela primeira vez com base na propriedade.

O autor jamais exerceu a posse do imóvel e, por conseguinte, falta-lhe interesse de agir na modalidade adequação.

A propósito, leciona João Batista Monteiro (Ação de Reintegração de Posse. São Paulo: RT, 1987, p. 115) que: "a ação de reintegração de posse tende a restabelecer a situação de fato anterior". Ora, na espécie, o autor nunca exerceu nenhum tipo de posse sobre o imóvel (CPC, art. 927,I)...”

No julgamento do recurso de apelação manejado

pelo Recorrente voltou a ser vencido, de modo que se abriu a possibilidade de interpor este recurso especial, eis que violada a norma de regência invocada.

Dispositivos violados:

Artigo 368. As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário. (CPC/1973)

Artigo 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença:

I – quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência. (CPC/1973)

Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

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Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.

REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE: Tempestividade:

O v. acórdão recorrido foi disponibilizado em 15

de maio em curso, segunda-feira, de modo que restou publicado no dia 16 e o prazo recursal iniciou-se no dia 17, tornando tempestiva esta interposição dada a inteligência do artigo 1003, § 5º, do CPC.

Preparo:

A guia anexa comprova o recolhimento.

Prequestionamento:

A questão foi amplamente explorada no recurso de

apelação e enfrentada no seio do v. acórdão recorrido, vejamos os pontos:

“...De outro lado, a vendedora compromitente não questionou a sua assinatura no referido contrato de venda e compra, na ação de despejo por falta de pagamento por ela mesma ajuizada, ao contrário da corré que levantou esta tese, com relação a sua assinatura no contrato de locação, produzido de forma unilateral e de má-fé pela locadora, para afastar esta venda...”.

Foi negada a realização de perícia no documento e

negada, de sorte que a causa não estava madura para o julgamento antecipado, a vulnerar o artigo 330, inciso I, do CPC antigo e sob a luz do qual deve ser julgado este recurso.

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“...A escritura de compra e venda apresentado pelo autor não tem o condão de afastar a propriedade legítima comprovada pelos réus, ainda que registrado na matrícula do imóvel...”.

Deu-se a uma cópia de instrumento particular um

valor que não comporta, em detrimento de um instrumento público registrado no Cartório competente, de modo a afetar o vigor do artigo 368, do CPC antigo.

“...A escritura de compra e venda apresentado pelo autor não tem o condão de afastar a propriedade legítima comprovada pelos réus, ainda que registrado na matrícula do imóvel...”.

Tal declaração mortifica o artigo 125, do Código

Civil.

É implícito o prequestionamento e autoriza a

admissão do presente recurso. RAZÕES:

Constou do v. acórdão objurgado o seguinte ponto:

“...A sentença proferida à fl. 858/860 deve ser prestigiada por seus próprios, jurídicos e bem lançados fundamentos, os quais agora são incorporados por esta decisão, nos termos do art. 252 do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça, que estabelece que nos “recursos em geral, o relator poderá limitar-se a ratificar os fundamentos da decisão recorrida, quando, suficientemente motivada, houver de mantê-la”.

Este dispositivo é utilizado por todas as Câmaras do Tribunal, no aprimoramento da função jurisdição, por espeque da instrumentalidade do processo, convicto de que a tutela jurisdicional deve ser rápida, eficaz, com utilidade às partes do processo, a fim de ser cumprido o mandamento constitucional...”.

Embora o artigo 1021, § 3º, do CPC atual

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decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno”. Insiste o E.

Tribunal de Justiça paulista em fazer dos fundamentos da sentença de primeiro grau, os fundamentos do acórdão, salvo melhor juízo, mortificando a subsidiariedade de aplicação da regra processual em tela.

Tal regra certamente está ungida pelo texto do

artigo 11, do CPC atual, que incorporou o mandamento do inciso IX, do artigo 93, da Carta Magna, ao exigir que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas sob pena de nulidade, ou seja, quando a parte recorre da sentença de primeiro grau busca enfrentar seus termos, traz à luz questões de fato e de direito existentes no processo, invoca nulidades e lesão à legislação ordinária e à ordem constitucional, de tal modo que não se pode admitir que o julgamento de segundo grau ratifique a sentença recorrida, como se imune fosse aos argumentos recursais.

Note-se que o artigo 1013, do CPC, é claro ao

estabelecer que “a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria

impugnada”, ou seja, para novel apreciação judicial da qual deverá resultar decisão

motivada e não apenas a ratificação de decisões anteriores, pois assim agindo resta frustrada fase processual importante e que se constitui no apelo do vencido.

Tudo não bastasse estamos sob a égide de um novo

código de Processo Civil, com inovações importantes que deixam em desarmonia com seus termos a fórmula empregada de homologação.

Considerando, pois, que a fundamentação da

sentença nutre o v. acórdão recorrido, importa trazer a lume que o seguinte ponto: “...o autor é legítimo proprietário do imóvel descrito na inicial...”, mas o v. acórdão negou tal afirmação ao mencionar que: “...A escritura de compra e venda

apresentada pelo autor não tem o condão de afastar a propriedade legítima comprovada pelos réus, ainda que registrado na matrícula do imóvel...”.

Ora, o artigo 1245, § 2º, do Código Civil

preconiza o seguinte:

“Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.

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§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.

§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.”

O processo em tela não tem por objeto a

decretação da validade da escritura registrada regularmente, e que garante a propriedade do bem em favor do Recorrente, porém como se nota do trecho acima mencionado, excerto do v. acórdão recorrido, decretou a nulidade da escritura e declarou o domínio em favor dos Recorridos em verdadeiro julgado

extra petita.

A propriedade é do Recorrente até que decisão

judicial prolatada em ação própria resolva em contrário, consoante o aludido § 2º, do artigo 1245, da Legislação Substantiva Civil.

Note-se, ademais, que os apelados jamais trouxeram aos autos o documento necessário para comprovar a alegada aquisição do imóvel, tendo o v. acórdão e a r. sentença homologada se valido do documento de fls. 108/109, para supedanear a declaração judicial, diga-se, documento esse consistente em mera cópia reprográfica sem as assinaturas e completamente rasurado, aliás, onde o Recorrido João Carlos Lucas da Silva foi intitulado FIADOR, denominação estranha e pouco comum para um contrato de venda e compra.

O Recorrente jamais aceitou a tese de que os

Recorridos tivessem adquirido o imóvel de Ana Paula, a demonstrar que a aquisição do imóvel não poderia ser declarada por sentença, ou pelo v. acórdão em razão dos efeitos jurídicos que dela emanam.

Indubitavelmente, ao documento particular

juntado pelos apelados o E. Tribunal de Justiça paulista deu valor incompatível com o exigido pelo artigo 368, da Legislação Adjetiva Civil, então em vigor, negando-lhe vigência, senão vejamos:

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“Art. 368. As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário. (grifei)

In casu, o documento não foi assinado por Ana

Paula e nem pelos Recorridos, entrementes rendeu-lhes a declaração de que são proprietários de fato do imóvel, destarte, inviabilizando a pretensão à reintegração da posse.

O Recorrente postulou, às fls. 724/726, a realização de prova pericial no documento apresentado pelos Recorridos, porém a prova foi indeferida e o julgamento antecipado decretado.

As questões envolvidas neste processo não

estavam sob a égide do inciso I, do artigo 330, do CPC, e nem a acusa estava madura para propiciar o julgamento antecipado, pois, como se nota do requerimento acima havia a necessidade de se debelarem as dúvidas, quanto à validade do documento reconhecido como prova de titularidade do bem imóvel.

Bom de ver, que há plausividade nesta seara

recursal.

Ex positis, alicerçado nas razões de fato e de direito quantum satis o Recorrente requer seja provido este recurso especial para reformar in totum o v. acórdão posto a exame, no afã de que sejam atendidos os pedidos formulados na exordial, tudo por questão de Justiça.

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 31 de maio de 2017.

Dr. Paulo Lopes de Ornellas

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