*
T O I I C A O
D A S A U T I J U A S
.
0
5
*
T
EIE
SIE
\PRESENTADA K SUSTKMADA l’KRANTI
'* f
FACULDADE DK MKliECKNA DüRIO DKJANEIRO
A*20DEDEZEMBKO DE1836
FOII
'fade f/c
&
o?t/e.
i ranca,NATURAL DO RIO DE JANEIRO
,
DOUTOK EM MEDICINA, E CIRURGIÃO PELA MESMAFACULDADE
.
RIODE JANEIRO. NA TYPOGRAPHIA NACIONAL.
» 1836. %I
H i 1)1
.
MEDKÎIÎNA IM) K I M l»
KJAMKJKO.
*v
PROFESSORRS
.
nSU.CONSELHEIRO PEIXOTO, DIRECTOR
OS SHS. DOUTOREs.
“•’ÍMhysica
•
Mulica.
„ % .#<4ViiAL'i-
A CANDI1)0.Botanica Medica,ePrincípios elemen
-tares de Zoologia FHKIRK. Chiinica Medica,
cprincí pios elemen-tares deMèneralogia
Anatomia geral, edescriptiva
Phisiologia Pathologia externa
Pathologiainterna
Pharmacia, Materia Medica
,
Thera-peuthica,e Arte deformular Anatomia topographica,Medicinaope
-ratória,e apparelhos
TOPiKKSHOMKM,Arguent
,
MARQUES. PEIXOTO. FERREIRA. SILVA. CARVALHO, Arguente. PEREIRA DE CARVALHO, Presidente. Partos, moléstiasde mulheres pejadas
eparidas, ede meninosrecém
-
nas-cidos ;
Hygiene,e Historia deMedicina . .. CAMBUCl.
Medicina Legal
Clinicaexterna»e anatomia patholo
-gica respective
Clinica interna,e anatomia palholo -gica respectiva
JULIO. A
JUBIM
COMES DOSSANTOS.
YALLADÂO. SURSIT!UTOS
.
(AQIINO. tMARTI.NS. BORGES NUNESGARCIA ROSA.
CUNHA.
FONSECA. DeSciencia-
accessories •)
DeScienciasCirúrgicas. IreSciencia' Medicas
ï
Secretario.
Pordeliberação sua, a Faculdade n'm
approve, nein rcpiwa
•iopimfte* rrnifftdas nas flieses « pie l|»eforem apresentaria*
.
asA Mm
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4
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M
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*
ETERNO RECONHECIMENTO DE GKATIDAO
.
AOS
MEUS
ÍNTIMOS
AMIGOS
,Jo
ã
oJa
-cinto
de Mendon
çaJunior
,
e FelizardoPt
-o '
tihciro
de
Campos Junior
.P E N H O R D V M A I S S I N C E R A AMIZADE.
nmrawg
&
e
.
O apparelho circulatório he indispensável
ao
desenvolvimento
f eduração doscorpos dota-dos de vida: he este apparelho
,
(pie leva docentro para a periferia os elementos nutritivos
átodos osorgãos daeconomiaanimal ; ed'estes
orgãos para o centro osresultantes desses ele
-mentos
,
para de novo secncorporarem á massageral do sangue
.
Por todos os lados
,
que se encare este apparelho,
elle merece toda anossaatlencão ; tanto nadescripção dos tecidos9 de que„eilehe composto,
e das suas fanecoes; como fãobemnas alterações áque elle está sujeito
,
enama-neira de remedial
-
as.
Não nossendorigorosamente necessáriotra
-tar detodo apparelho circulctrio;limitar
-
nos-
hc-unicamente ao systemaarterial; ouainda mos
,
mais cm particular ao systernaaortico
,
unico,
que tem relações immediatas , ou de que de
-pende mais de pertoa nossa these
.
O syslemaaortico,
muito limitado,
la
çã
o ãtodo oapparelho circulatória geral, hede summa importância pelos seus
numerosos
,e transcendentes usos: he este
apparelho
, queconduz osanguerubro
,
nutriente,
evivjicador
,docoração (ïtodos osoutros orgãos : heosyfi
-contdm em totalidadeo surt
-em re
V I
toda
a forç
a , e vi-gne ainda
impeli
idopelas
contracenes do coraçã
o.
Eis a razão
porque
,por
mais pequenaque
sejaqualquer
destruição da organis
açã
o dos
desta parte do systerna circulatório
,
oe
escapa com
humarapidez
4 «com
gor ,
'canaes
sangue corre,
violência
,
que
a menor demora em $aspendel~
opôde compronietter avida do indivíduo
,
em queAccresce além disto , quearne
-* 1
isto aconteç
a.
perda deste sangue, ke sempre de grande ellea
origem
detoda a nu-nor
momento,
por
ser tricão.
Estas considera
çõ
es tem feito , comque
em todoj os tempos as hemorragias arteriaes te-fihão
.
occupatio
seriamente a attençã
o dos Me-dicos; e esta atlei
çã
o não ten sido baldada,
honras lhessej
ão dadas)pois
he huma das partes da Medicina Operatória, que se achatalvez mais aperfei
ç
oada: os mesmos erros , efaltastem mostrado overdadeiro caminho
,
que sedeve seguir emcircunstancias
tão arriscadas.
Convencido dos bons resultados, que setem tirado da Torção das arté
rias
, em dife-rentes lugares da
Europa
, como cm Inglater-ra., Erança
,
e Alemanha,
e no Rio de Ja-neiro, onde tem sido posta em
pratica
por di-versas
vezes
, esempre
com felizsuccesso , pelo*
Senhores Dr.
Manoel FelicianoPereira
deCar-valho, Lente dt Operai es
da
Faculdadd
dce o Cirurgi
ão
!minent Raimundo dcUascarenhos
fMedicina
do Rio deJaneiro
,*vu
primeiro
Cirurgi
ãoInteiHpo
doHospital
daSanta Casa
,
pensamos fazer algum servi
ç
o aHumanidade
Vu!g
aris
ando entre nós hummeio
lao
seguro
, eefpcaz
na cura dashemorragias
arteriaes
,
aindaiãopouco
conhecido noBrasil.Depois
de termosvisto
emgeral
a utilidar-—
(fe
do systema circulatórionaeconomia
animal, e depois determos apresentado as razoes,por
-que
nos determinamos mostrar nesteopusculo
,
os diversos methodos da Torçã
o atéhoje
co-nhecidos; passamos a descrever em
geral
,
e particularo systerna arterialaortico
,
depois
osdifferentes
methodos da Torção, e tudomais
,
^
Ib
&SW&
UIfc
Ç«
JW>
SYST KM A ARTERIAL AORTICO
.
O systema arterial aortico
,
ou de sanguecpbro
he a reunião de todas as artérias,
quepascem
mediata ou immedialamente da aorta: nascendo da base do ventriculo esquerdo docoração ao nivel da terceira vertebra dorsal se dirige para cima,
c ao lado direito,
por espaço de duas polegadasmais ou menos; ain -daenvolvida pelo pericárdio curva-
se para bai-xo ao lado esquerdo
,
deixando formada acro -ça aortica,
aqual dá de sua convexidade trezconsideráveis troncos
,
quese vão distribuir na»-cabeça, membros superiores
,
ealgumas pautes do peito; estas trez artérias conhecidas.
pelos nomes,
de inominada de Bichat,
e brachio-cephalica de outros
,
carotida primitiva esquer -da,
e sub-
clavia da mesma parte,
foràotam -bém chamadas aorta ascendente.
Depois de ter formado a croça
,
ella desce ao lado esquerdo,
e hum pouco anterior dacolumna vertebral pelo espaço posterior do me
-diastino,
com o nome d’aortadescendente tl>o-raxica
,
nesta extensão ella dáasartérias inter-costaes
,
esófagicas,
e mediastinas; entra íinal -mente no abdomen sempre apoiada sobre acolumna vertebral até a penúltima vertebra lombar
,
onde se divide em dous troncos con -sideráveis com o nome de iliacas primitivas,
osquaes logosesubdividem em iliaca interna
,
ou pelviana,
e iliaca externa,
aquella se dis-tribue na bacia
,
esta vai distribuir-
se em todo membro inferior,
tomando nomes different«pelos lugares
,
em que passa.
Noespa
ço abdo -minal aorta dágrandes
ramos nrtcriaes com OF(
1«
)nomes; de diafra
ç
maticassuperiores
,
e infe -riores,
tronco celíaco,
mesenterica inferior,
renaes
,
lombares,
testiculares,
&c.
&c.
Todo o sistema aortico tornado collectiva
-mente oííerece adisposi
ção,
e forma de humacujo tronco
representado
pela aortado ventrículo esquerdo docoração
,
como
vai ramificar
-
se em todas â partes do corpo. As anastomosis,
nicações arteriaes
,
tão frequentes nos últimosramos
,
são summamente raras nas primeiras,
segundas
,
terceiras,
c quartas divisões,
a ex -ccpção das duas mesentericas,
e vertebraes.
ORGANISAÇÃO DAS ARTÉRIAS
.
arvore,
nasce
acima dissemos
,
ou comm
A organisação das artérias não lie sempre
a
_
mesma em toda a sua extensão: os elemen-tos
,
~
queentrãoemsua composição,
modiíicão-se á proporção
,
que marchão dos grossos tron -cos para os capillares arteriaes.
Em geral as artérias são formadas de trez
tunicas sobrepostas humas as outras
,
differen-tes por sua natureza
,
e usos.
A primeira,
a mais interior , muifina, parecendo com a queforra o interior das veias
,
oííerece huma su-perficie
interna,
e outra externa ; esta ultimalie
convexa,
e unida a superfície côncava datunica media por hum tecido particular
,
oqual destituído de vasos não tem
analogia
al-guma com o cellular ordinário
.
A superfícieinterna lie livre
,
côncava,
mui lisa,
polida,
ebrilhante
,
ofíerecendo na entrada do coraçãoas Irez valvidas sigmoïdes aorficas: be |>or
esta superficie que o
sangue
rubropassa
con-tinuadamcnle
.
A naturezadesla membranaain-da be duvidosa
.
As
minuciosas
indagações de-]
(
1’
)
cr
áo anenhuma identidade,
une ha entre «db*
: mas casohaja
alguma
semelnança,
a inlerntdas artérias he sempre em gr
á
o inferior.
Este mesmo Author achou muitaanalogia
entreestatunica arterial
,
e a membrana,
que forma abolsa das
hydatcdes
.
Seja qual for a natureza da membrana in
-jf'èrna das artérias
,
ella oíferece constantementeVp»uca consistência
,
eresistência; a mais ligeira pressão hebastante para aromper,
por isso ella não póde concorrer para augmentai’ a resis-tência das paredes arteriaes
,
senão indirecta-mente
,
facilitando a marcha do sangue pelo interior das artérias,
ellapreencher
á melhoreste uso
,
quanto mais lisa,
e polida for; além disto esta membrana oíferece hum enductcw unctuoso,
que banha toda a superficieinterna
d’esta tunica
,
o uso deste enducto he^
faci
-litar o melhor possivel o escorregamento do
sangue no interior destes vasos
.
Esta túnicaarterial não dá signal algum de vasos
,
e ner -vos,
ao menos lie o que se nota no estadophvsiologico
.
A segunda tunica
,
conhecida pelo nome de membrana fibrosa arterial, dá o caracter particular ás artérias,
e as fazdistinguir
detodos os outros vasos: esta membrana appli
-cada por sua superficie interna
,
e côncava, áexterna da primeira membrana, he unida pela
superfície externa
,
e convexa á terceira mem-brana
,
ou tunica celluiosa
: a membrana me-dia
,
muito expessanosgrossos
troncos,
lie quasiimperceptivel nos
pequenos
ramos:segue osdifferentes calibres das artérias
,
assimella he citrina na croçada aorta
,
esbranquiça-da nasilia
cas
,
eernraes
,
crosacea
nospequeno
» tudo esta gradação de oòr paminsensivelmente de huma para outra sem «loi*
a sua cor
I
(
<
2 )vai limites
precisos
.
Km geral quanto maiortor a grossura das artérias
,
tanto mais esi>cssa sera a membrana media.
Sua organisaçáo bemui simples, parece formada de burn só te
-cido particular , e muito pouco tecido cellular.
Este tecido particular,
(pie alguns suppo-zerão muscular
,
outros tecido amarello dosZoo-logistas, finalmente outros suppozerào de natjp
reza albuginea
,
consta de libras em forma f <earcos de circulo de diversostamanhos
,
osquaesaugmentáoáproporção
,
quevãodocentro paraa circumferencia
,
de maneira queos mais su-perficies são os maiores
,
e como estes arcos formão camadas concêntricas,
estas seguem amesma lei augmentando dedentro para fóra
.
Em hum Tratado especial deligaduras Ma
-nec tratando d’esta membrana cpnseguiomos
-trar, que asextremidades dosarcos das fibras
incíinavão-se todas
para
dentro,
e ião ter á tunica interna,
as dos mais superficies pare-d ão não chegar aella
,
econfundir-
se com asprofundas, e antes detocarem a membrana in
-terna mudavão de direcçào,
torcião-
se cruzan-do humas com as outras
,
e apresentando a forma de pequenoscolchetes; humas dirigindo -separacima,
outraspara baixo,
oíferecem hum plano de fibras longitudinaes internamente,
oqual différé do externo
,
que lie transversal,
como vimos
.
%
-
rv
Daqui Manec conclue
,
que atunica media adhere a exterior pela parte media,
econvexa desuas fibras,
e a interna pelas extremidades dessas mesmas fibras: disposição esta, que elle julga dar huma grande solidez á face interna(festamembrana
,
e maior elasticidade,
quando cilas sãodcstcndidaspelosangue
,
estaelasticida -de lie ainda augmentada pela liberdadeemquese acha aparte media dc cada hum arco fibroso.
1
( 13 )pois elle# seachão unidos unicamente por tt
-cido cellular mui curto
,
bem visí veis nas pri -meiras camadas,
e quasiimperceptiveis
nas pro-tu mias
.
A terceira tunica arterial lie cellulosa uni
-daporsuasuperfiçie externa á bainha cellulosa
,
que envolve os
grossos
troncos arteriaes,
eàselites circunvisinlias nos pequenos ramos: he
<í
[
Â>r esta mesmasuperficie,
que as artérias re-cebem quasi exclusivamente os principios nu
-tritivos.
Ella está applicada por sua superfícieinterna á membrana media
,
quelhe be unida immediatamente por hum tecido cellular humpouco mais fino
.
0 tecido cellular
,
que constitue a terceira membrana arterial,
ou cellulosa,
he filamen-
^toso
,
seus filetes se entrelaçáo,
e se adherçm buns aos outros com mais força,
quanto mtys seaproxima
da tunica fibrosa.
Duas ordens de vasos sanguiqeos mui ap
-parentes entrào em sua composição
,
huma
vem immediatamente das mesmas artérias
,
eoutra das artérias visinhas a se distribuírem
nas paredes arteriaes
.
(Nasa Vasorum dos An -tigos ) Delicados filetesnervososdograndesym-patico
,
e vasoslymphaticos&c. ,
entràotambémna organisaçào d esta membrana
.
Além das trez membranas
,
que viemos de descrever,
os grossos troncos arteriaes são en-volvidos
por
hum canal de tecido cellular,
cha -mado bainha commum das artérias,
a super -fície externa desta bainha não tem limites pre -cisos,
ella se confunde com os outros tecidoscircunvisinhos
,
efalta inteiramente nas ultimasramificações arteriaes
,
onde be suppridapela
terceira tunicaarterial
,
aqual neste caso da de sua superficie externa filamentos,
que se vào confundir com os outros tecidos.
I
.(
U ) »OS DIFFERENTES M E T H O D O S DA T O RÇAO D A S^
A R TÉR I A S.
s
;*-
TV Todososmethodos,
pelos quaes se tem tor -cido as artérias,
podem ser reduzidos aos trezhoje conhecidos pelo methodo deAmussat
,
deThierry
,
e de Frick,
o deste ultimo Operador temsido postoem praticacom felizsuccesso noHospital
deHamburg
.
METHODO DE AMUSSAT.
<wf
-Este author datorção serve-sede pinçaspor
elle inventadaspara esse fim
,
as quaessão muisolidas munidas de hum apparelho proprio pa
-ra conservar seus ramos firmemente fechados
,
como se vê da descripeão
,
deque passamos a tratar.
O E S C R I PÇA O D A S P I NÇA S D E A M U S S A T
.
_4b J
As pinças inventadas por Amussat constào
de dous ramosunidos por huma de suas extre
-midades
,
de modo quenãoestando comprimidos,ou fechados pela mola se conservem sempre
abertos
, ouseparados
em suas extremidades li-vres: cada hum destes ramos tem cinco a seis
polegadas
de comprimento , e construídos
damaneira
seguinte
:principiando da
extremidadefixa paraa livre of
fere
cehuma
lamina
finade(
15)
uca
,
lie estaa primeira
parte,
que
tema pro-priedade
deconservar
sempreaber
toeos ramo*
da pinça:segue
-
se depois huma lamina de liezpolegadas
de comprimento,
meiapolegada
delargura
,
e de duas linhas mais on menos degrossura: nesta porçãoa faceexternadoramo
,
que contem as
pequenas
hastes para receber a jv^
ola do outro rarno,
hecoberta deregostrans-V/c
-
rsaes,
e dos lados da extremidade anterior(festa lamina elevão
-
se para a face ;internaduas pequenas hastes
,
tendo cada huma napar -teinterna de suas extremidades livres hum en -talhe,
para receber a mola do outro ramo: a face externa do ramo,
que contem a mola,
tem poucos regos, maisd’ametade anterior he
lisa
,
e n’ellaescorrega
huma mola fendida jv* -meio,
chanfrada nos bordos,
e presa ao ía -mo pordons parafusos,
que correm por depttíbdafenda; além disto
,
esta mola tem hum bo -tão na parte posterior por meio do qual ella he afastada,
ouchegada
:aoslados,
e naparteanterior desta lamina ha duas
chanfraduras
,
para receberem as hastes do outro ramo.
Da rnóla em diante os ramossão finos
,
re-dondos maisou menoscilindricos
,
de duas po -legadas de comprimento,
separados hum dooutro quando estão fechados por hum espaço
proporcional ao calibre do vaso
,
que faz obje -cto da torção: finalmente os ramos terminãomui delicados porsuasextremidadeslivres
,
ten-do
na
face,
quecorresponde para o outro,
humespa
ço de meia polegada de comprimento co-berto de dentes
,
que
se unem exactamentecomos do ramo opposto
.
Ile na faceexterna desta ultima parte dos
ramos da pinça
,
que dmussal aconselha humbisturi ,
para
com elle sedesligar a
artéria do
»I
(
<
0 )Com huma (lestas
pin
ças Amustat apunhaa extremidade cortada do vaso
,
com outrà se-melhantemente construída
,
cujo ramos sejáomui tinos
,
e arredondados em suas extremida-des livres
,
separa-
a dos tecidoscircunvisinhos
,
e com ella lixa ovaso
,
para que poreste meioa torção nâo seextenda muitopelovaso
adiante.
Huma precaução
,
que se deve tersemu?em vista li»e
,
que a pinça destinada a fixap i vaso tenha seus ramos hem redondos, e lisos,do contrario quando se pratica a compressão do‘ vaso, em vez de romper unicamente as duas tunicas interiores, elles destroem comple
-tamente todas as trez membranas da artéria
,
e a torção não póde terlugar
.
Foi oqueaconteceoaSchrader
,
quandoellettfccia a artéria brachial de hum homem, ser
-vindo-
sede hpma pinça ordinaria; eeste factofaria com queeste praticopensasse
,
que a tor-ção não era hum meio seguro para obstar o sangue nos grossos troncos arteriaes
,
se fre-quentes experiencias feitas sobre cadaveres o não convencesse
,
que aquelle máo exito devido, não átorção,
porem ámaneiraviciosa,
porque foi praticada
.
Amassai,comoacimadissemos
,
tomacom huma pinça das dasua invenção a extremida-de da artéria dividida, de modo (pie a boca
do vaso esteja bem comprimida
,
traz algumaslinhas para fóra da ferida por huma branda traeção ; separa esta porção daartéria das pau
-tes circunvisinhaspor
meio de outra pinça , que tenha a porção cilindrica de seus ramosbem lisa
,
afiladapara
a extremidade,
hre
-
rnontada do bistori,
de que falíamos.
Depoisdobem isolada aquellaporção da ar
-téria fixapelamesma pinça,queservioparaades-ligar
,
oupelos
dedos i n d e x, e polex da mãorv
era
-(
17)
esquerda
nolugar
,
emque cila
está
unida aosoutros tecidos
,
( isto lie)
ao nivel da ferida.
\ssitnapanhada
,
separada
,
e lixada a artéria,
íruussut torce com a primeira pinça
,
aqual
he voltada entre osdedos da mão
,
que
a con -tem,
sempre em direcçàoparallela
ao eixo dovaso
.
As voltas são dadas até se romperem asiv>mbranas da artéria; lie neste estado
,
quee’le dá por terminada a operação
.
Quando atorção lie feita emgrossos vasos
,
Amussat passa a ponta da artéria,
(pie elle vaitorcer
,
depois
de ser abraçada pela primeira pinça,
por entre aporçãocilíndrica dos ramos dasegunda
pinça,
ou daquella,
que desligou o vaso,
como por luuria fieira: deste modocon -segue quebrar asduas tunicas interiores,
e regaçal-as*paradentro,
formando por este m«w£
huma saliência nointerior do vasp
,
a qual^
af liencia se tem denominado valvula interna,
em opposicão a outraformada pelatunica cellular,
que se chama valvula externa
.
As duas regras
seguintes
aconselhadas porAmussut devem estarsempre presentes ao Ope-rador todas as vezes
,
que elle quizer por empratica
a torção arterial.
Primeira regra: abraçar o mais completa
-inente possí vel a boca dovaso, quese vai tor-cer
,
e não comprimir bum só (los seus lados.
Se
por
bum descuido não houver estaprecauçãopóde formar
-
se buma fenda entre as tunicas do vaso,
e o corrimento do sangue continuar.
Segunda
regra: n ão se deve deixarsangue, algum nointervallo,
que fica entre a primeira,e
segunda
pinça.
Quando
por acaso fique algumsangue neste lugar
,
deve ser expedido para o lado livre da artéria por. meio dos dedos,
oudas pinças
.
Oiiando
não,
osangue,
que nhi ficar nào%-•
( 1
»
)podendo resistir a foro»
,
quo »obre ei!« h/ A pressão »las voltas das membranas,
romper
á o lujjar,'que achar mais fraco dessas tunicas
,
enesta circunstancia está baldada toda a ope
-rarão.
Quando faltarem as
pin
ças,
ou outro qual -quer instrumento semelhante para suspender humahemorrhagia
,
que perigue a vida dojeito
,
I/missal he deparecer
,
(fuese descubraa artéria com as unhas ou outro qualquer
corpo; e seja atravessada por hum alfinete
,
ou instrumento semelhante; por meio do alfi
-nete se torce suHicientemente o vaso,
dando-se onumero de voltas ,
que
forem necessárias, e conservando firme o alfinete,
para que a—
treno se não desfaça.
%*
X
-JIlíTHOnO OF
.
THIERRY.
Thierry executava a torção de duasmanei
-ras diferentes , huma tendo em consideração as artérias divididas transversalmente; outrapara aqucllas
,
que nãooflereCem nenhuma le -são na continuidade de suas paredes.
Quanto a primeira parte Thierry pensa , quescpódeconseguira torção dasartériascom
iodas asespecies depinças
,
com tanto que seus ramos possãoserconservados fechados por hum apparelho para issodisposto,
e proporcionaesao diâmetro do vaso
,
que sequer
torcer.
lielativamentc ao manual da operação,
elleaffirma ser melhor não
desligar
, nem puxar muito o vaso das partescircunvisinhas
para fora dos tecidos: dar quatro voltas nas peque -nasartérias,
seis nas medianas,
e dez. nosgros -«.
os troncos: nãofirmar a artéria nem por’de
-dos, nem por pinças ; finalmente não se deve-(
w
)tante» MI as vollat» espirar» feita» pela torção, paraobstar tododerramamento desaiifjiic
.
Asegunda parte «lo melbodo d«* ]merry lie «lebte modo; depois de descoberto o vaso , elle
passapor baixod'elle limitaagulhadeDeschain
-ps, ou outro qualquer instrumento analngo,que seja bastante resistente
,
eleva-
o buiu pou-ca, e torceservindo
-
se daagulha como da cha-ve de bum garroxinho
,
voltando sempre para*omesmo Lado: eguardando a mesma proporção
da primeira parte
,
elle dá quatro voltas nas pequenasartérias,
seis nas medianas,
e deznosgrandes troncos
.
Além deste segundo processo de Thierry,
iMaunoir inventou hum outro melbodo para
suspendero sangue no tratamento dos aneurism
mas, Mau
noir
para o conseguir serve-sepinças mais ou menos semelhantes,ásde jinuuSi
s a t
,
cujos ramos devem ser proporcionaes aó calibredos vasos,
quero dizer,
que a abertu-ra dos cilindros deve ser tal
,
que quando seaperte sobre o vaso
,
elles quebrem as duastu-nicas interiores
,
econserve
inlacta a exterior.
Depoisde descoberto o vasoMauaoir abraça
-
o com os cilindrosda pinça,
com elles comprimoo vaso por meio da rnola, deque*são guarne
-cidas as pinças , até quebrar as tunicas inte-riores
,
feito isto,
correoscilindros para huma«• outra parte do vaso
,
se seemprega
humasó pinça:ou humapara cima
,
c outra parabai -xo, afiasLando-
se huma, «da ouIra; por estemeio elle conseguia formar duas valvulas inler
-htiina superior,
e outra inferior , ou lui -cujo apice corresponde para ocoração, e(
,
nlia em sentido opposto,
nesta circunstanciamembrana
por meio dos tecidos
ehum appnrelbo eonvemcnhv
a
**' % *.
nas9
m a,
retirava as pinças
,
e comprimia a externa,
mio destruiria.
( 20 )
mentedisposto sobre elles
.
Mütuunrassevera ha-tirado bons resultadosdoseu processo
.
Nós temos praticado tanto o processo de
Mau
noir
como odeThierry nasartérias popli-teas
,
cruraes,
iliacasexternas,
ecarolida pri -mitiva de cadaveres,
sernpreconseguimos
sus -pender solidamente o corrimento d agoa inje -ctadanasmesmasartérias,
eimpellida porburna.
força maior possivel de burn bomern.
Asalterações
,
que as tunicas arteriaessoí -írem em bum,
eoutro destes dois processos,
sào bem différentes: no de Maunoir astunicas interiores sào destruídas em hum só lugar
,
eformão as valvulas internas
,
dobrando sobresi mesmas: a externa beunicamente applicada v
^
or sua face interior á parede opposla: no defriierry as membranas interiores são rompidas
duas partes
,
ficando huma pequena porção11a volta
,
que abraça a agulha,
e formão asduas valvulas internas
,
superior,
einferior; atunica externa forma também duas valvulasex
-ternas
,
ou antes huma sóvalvida dupla,
(que-ro dizer ) huma só valvula com duas*bases e hum único apice
.
M E T H O D O A T T R I B U I DÛ Á F R I C K P O R S C H R A D E R.
Schrader vendo em suas experiences, que
erào bastantes trez
,
ou quatrovoltaspara detera hemorrhagia nos pequenos ramos
,
despresounesta parteo methodo de Amassai, bem como naquclla em(jue este Author recommenda fixar
o vasopor meiode pinças
,
ou dedos,
antes depraticar a torção
.
A opinião do Schrader be fundada periaiicias
examedas artérias tnrvidas nobomein
.
torção em ambos os casos não passava além
ver
nascx
-tor elle praticadas em cadivtitt« cn o r uía
( 21 )
<la ferida
,
ou dolugar emque a ar-téria está adherida as outras partes
.
Schraderjulga tamhem desnecessáriofixar o
vaso
,
porque seria preciso hum ajudante,
oque torna a operarão mais dependente
.
Esteerro deSchrader lie devido aelle pensar
,
que por meio das pinças de mola , aindaque o va -soseja abraçado omelhor possivel,
nãopodesercontido entre os ramos da pinça
,
quandosetorce
.
Schrader heo único
,
queavança semelhan-te proposição: todos concordào
,
queasartériaspodem ser fixadas pelos dedosdo Operador
,
ouainda melhor por meio das pinças
.
JSòS o le-mos visto muitas vezes no cadaver
,
e mesmonovivo
.
Alémdisto Schrader liecontradictorio«esqueavança:primeiramente diz elle
,
nãoheie
-ciso fixar o vaso
,
por isso que a torção rjão excede além da superfície da ferida,
por seguinte são bastantes só os tecidos para fixar o vaso:cm segundo lugar elle affirma,
que hedesnecessário lixar
,
porque a pinça por me -lhor que seja,
a torçãosempre passa além
daferida
.
con
-Eu desejara
,
que Schrader explicasse co -mo elleconcebe,
quetecidos brandos podemfi-xar o vaso
,
como se vê na sua primeira opi-nião
,
melhor do que pinças solidas,
cujos ra-mos sendo fechados pela mola não se podem
maisseparar
.
•As pinças de que Schrader se serve para praticar a torção são ordinárias
,
tendo cuida-do de ter muitas á sua disposição
,
ellas não apparelho algum para se conservar fecha -daextremidade dosramos varia em relação aodiâmetro do vaso, quesequer torefer.
0mesmo manualtem
da»:a largura de huma a sei» linhas
í
( 2'i )
»qicruturio hediflerente
,
lendot*ni vista agros-Mira daartéria oom» veremos
.
As grossas artérias
,
por exemplo a bra-chial, crural, poplilea
,
«.
Ve.
, sao tomadas com as pinças , deque fal íamos,
algumas linhasaci -ma da extremidade da artéria,
depois trazidaquatro, oucinco linhas para fóra dascarnes;es
-ta primeira pinçaassim posta lie passada pa-ra a mão esquerda
.
,
e com a direita urmadíí dehumaoutra pinça separa o vaâo dos outros tecidos, que o circundão,
arregaçando paracima
,
ou para baixo,
segundo a disposiçãodovaso
.
Neste methodo os ramos da pinça devem
ser fortemente comprimidos pelos dedos damão
.
esquerda , de modo que a pinça movida pela 111^
2 direita volte entre elles como em hum afYiel bem justo; do contrario quando se íor -re '‘
fehl se comprimir bemos ramos dapinça,
a artéria pode escapar,
ever-
se oOperador obri-gado a tornar a principiar a operação: as vol
-tas da pinça são como todas asdosoutros me
-lliodos na direcção parallelsdo eixo do vaso.Não sedeve torcer até que se rompão as tunicas da artéria abraçada pela pinça:oito
,
ou nove voltas são ordinariamente sufhcientes
para que a valyula externa possa resistir ao
impulso do*sangue
.
Se a torção hc feita compequeno numero de voltas nas grandes arté
-rias, aheiQOrrhagia be infallivel
,
porqueas es-piraes , não sendo bem solidas
,
pelo pequeno numéro de voilas , sedesfazem pelas contrac-enesdocoração
,
eneste casoo vaso seconservamais ou menos
alerto
,
e o sangue nãoencon-trandoobstáculoalgumcorrelivremenle; ao me
-nos isto lem sempre lugar , (piando.
ainda senão tem formado o coalho sanguí neo, (pie al -gumas vezes podeobstar a
hcmorrhagia
.
%( 23)
Os pequenos vasosmi consequência do
calibre
,
Schrader ou torcc simplesmente,
on ale rompersuasparedes; no prinieii-
o raso ein -eo , ou seis torceduras sào bastantes para siw-pcudor o
sangue
cm liuma arteria eomo athoraxica
.
M’II
Schraderrecommeiidatodo cuidado
,
quan-go
se separar, epuebar aspequenasartérias: adestre/a , e habito sào segundo este Author*, qualidades indispensáveis em taescircunstancias
.
Consegue
-
se isto mais facilmente abraçandojutuamcnle com a arteria os tecidos , que ;» oecultào , puxa-se tudo para fora, e logo que
sedescubra a boca do vaso
,
separa-
sedas
ou-traspartes
,
e pratica-se a torção como a cimadissemos
.
Quando porém aarteria está muito (iinóa,
r que se não pódeconhecer a sua
.
posição , áe não pelo sangue,
que d?cllacorre
,
introduz -se apinça nolugar dojacto sanguineo,
abra-ça-se todos os tecidos
,
e torcc-
se juntamentecom a arteria esses tecidos abrangidos pela pinça
.
Porém sea feridapermitte introduzirou-tra pinça
,
com esta abraçaremosostecidos por baixo da primeira,
se a arteria só , ou com possí vel das outras partes
.
Esta maneira de executar a torção não he
isenta de dor, mas a experieneia tem mos
-trado, que In* tào cíTicaz
,
como a torção nosvasos isolados
.
Este metbodo
,
que acabamosdedescrever,
com feliz successo no Hos
-en t ào separa-
se, e torce -a menor quantidadetem sido
praticado
jiital de líambiirg em todas asoperaçõ
es
,
que( ••U )
HKM’MO DOS IWFKItF.NTI'S MBTJIODOS DA Tü KÇÀO
.
A descripçào dosdiiTerentesniethodos
,
queaqui apresentamos mostra
,
«pic a lorçâo tern''ido praticada humas vezesnas artérias
,
cujasparedes tem sido transversal mente divididas
com o tini'de suspender hemorrhagias: outras vezes nacontinuidade dasmesmasartérias
,
ten-do em vista pôr hum obstáculo ao curso san
-guíneo na cura dos aneurismas.
He fundado nisto
,
que nós estabelecemos dous methodosprincipaesde torção dasartérias,
e todos os differentes modos dea executar
,
tanto em bum como em outro, chamaremos pro -cessos.
w Assim temos paraonossoprimeiro melhodo
os
processos
de Amassai,
de Thierry,
e de Prick: epara-
osegundo,
temos osprocessosde 'Thierry,
ede Maiuioir.
As differenças dos trez processos do nosso primeiro rnetbodo são bempalpaveis
,
comtudo todos elles podem ser postos em pratica comalgumas modificações segundoas circunstancias,
e
habilidade
do Operador.
Nós julgamos
,
que se deve preferir semprequefor possível o rnetbodo de Amassai
,
corri-gido da maneira seguinte.
0 Operador armado convenientemente de duas pinças das da invenção de Amassai, com huma delias toma a extremidade do vaso o melhor possivel
,
puxa-o algumas linhas paralóra dos outros tecidos
,
com a outra pinça,cuja abertura dos cilindros deve ser propor
-cional ao calibre do vaso,
desliga-
o das par-tes aque (die estáadherido
,
abraça-o com os eilindros da mesma pinça, e fixa simplesmen-te, sc he bum pequeno ramo; ou passa por
(
25 )artéria considerável; faz
-
se istocom
o fimdcarrega
çar as tunicas interiorespara
dentro dovaso, e
formar por
conseguinte a valvula in-terna
.
Tanto ern hum , comoem
outro casoesta segunda pinça deve conservar firme a ar
-téria ao uivei da superficie daferida; lie nestaoccasião
,
que oOperador , depois de se asse-gurar , que não existe sangue
algum
na porçãoda artéria
,
que fica entre as duas pinças, tor -ce o vaso sempre para o mesmo lado com aprimeira pinça , que deve estar nadirecçao do
eixo do vaso
.
Nem sempre lie necessário levaras voltas da torção até romper as tunicas da
artéria, como pareceaconselhar Amussat; nem
tão pouco julgamos convenienteestabelecer nu
-mero determinado de voltas
,
para os diffe-rentes tamanhos das artérias como se vê nos
processos
de Thierry, e deFrich.
Deixamos aõcritério do Operador proporcionar as
.
voltas datorção para aboa formação
,
e solidez da val-vula externa
.
Feita a torção desta maneira o Operador
abre a pinça, que firmava o vaso, e retira
-
a;conserva a primeira, ou a que torceo o vaso
por algum tempo, fixando assim avalvula ex
-terna, manda afrouxar o torniquete gradual-mente para que osangue não venha com im
-petuosidade
.
0vaso se enche de sangue,
pulsana extremidade torcida
,
efinalmente ahemor
-rhagia heinteiramente suspendida, enada mais resta do (pie reunir a ferida
.
A exemplo de alguns práticos Europeos,
Dupuytren
,
que esperahora
e meia,
enas
grandes
operações,
para
seassegurar
do boni exilo da laqucação
,
oSr.
Dr.
ManoelPereira
deCarvalho
,
Lente dc Ope-da
Faculdade
dc Medicina do Rio dccorno
ruais ,
Feliciano
ra
çõesfaneiro
« pera algum tempo paraver
seovaso(
ao
)se destorce
,
oquenfto acontecendo une a fe-rida, comoordinariamente se pratica
,
paraseconseguir a união por primeira intenção
,
da qual não trataremos por não ser do nossoob -jecto.
Nós somos de opinião
,
que se não deve esperar como faz o Sr. Dr.
V. deCarvalho pelobom
,
ou m áo resultado da torção,
logo que ella esteja bem,
e solidamente feita,
e por conseguinte o vaso não dê mais sangue pelaabertura
.
As razões, em quenós fundamos para as -sim pensarmos
,
sãoasquese seguem:dos tecidos da ferida deve necessariamente augmentai
-
muito a so -lidez da torção.
SeVelpeau
,
coutros conse-guirãosuspender em muitos casos ocorrimento
sanguíneo
,
só- pela simples reunião da ferida,
quanto mais elïlcaz não será no nosso caso? Depois disto a mesma razão o demonstra
.
Secundo: evita-seoinconveniente deexpor
a ferida por muito tempo ao ar atmospberico ,
oque como todos sabem hesemprenocivoao
doente
.
Primo: a reunião
Tertio: não se abusa da paciência doope -rado, que deseja descançar tranquillo no seu leito aespera dofructo de tantos incommodas
.
De mais disto não sabemos,
qual aconve -niência de huma tal pratica: será a espera do coalho sanguinio ? E a lympha plastica ? Jul-gamos (jue não
,
por isso que melhor se eífe -ctuará depois dereunida aferida: será,
casohajahcmorrhagiaconsecutiva
,
para denovotor -cer ? Pensamos que ainda não tem lugarseme -lhante modo de proceder,
pois a experiencianoscadavcres
,
ea pratica nos vivos tem cons-tantemente confirmado
,
oque avançamos: ou( 27 )
neste caso lie preciso ser logo de novo pratica -da; ouaproveitando não se desfaz mais
,
e en-tão a demora na reunião da ferida lie sempre prejudicial
.
No arranjo do processo
,
que viemos dedescrever
,
tivemos em vista tirar,
o que lia de bom , e praticável,
em todos os processosdos différentesAuthores
,
cformar hum unico,
que retina em si todas as vantagens.
Assim prefirimos o processo de shnussat
,
quanto assuas pinças
,
a maneira de tomar o vaso ,desligal-
o,
efirmal-
o; regeitamoscomtu -dotorcer até destruir asmembranas
da arté-ria,como este Author aconselha
.
Também não julgamos necessário prescre -ver hum numero determinado de torceduras para os differentestamanhosdosvasos
,
comose encontra nosprocessos deFrick, e de Thierry.Finalmentenãoadoptamosapratica seguida pelo
Sr. Dr. P. de Carvalho
,
(pie consiste emespe -rar hum quarto,
meia hora,
e muitas vezes mais , antes de reunir a ferida,
pelas razões acima expendidasquando demos onosso modo de pensar á esse respeito.
Todas as vezes
,
que se não poder por empratica com todorigor as regrasacima apon
-tadas no nosso processo
,
opratico lançará mão dosoutros meios descriptos nosdifferentes pro -cessos, (pie aquiapresentamos,
eprovidenciará tudo mais, queoecorrer em circunstancias nãoprevistas
.
Nós temos visto oSr. Dr. P. de Carvalho
praticar sobre cadaveres
,
e nós também temospraticado osdifferentes processos do nosso pri -meiromethodo
,
sempreconseguimosfecharcom -pleta , e solidamente a boca do vaso,
e pormais esforços
,
quese fizessem para desfazer a torção pormeio d’agoa introduzida no vaso por( 28 )
Imma seringa fazendo
-
sc movimentos de idas,
evoltascom oémbolodaseringa
,
asemelhançadaimpulsãosanguí nea
,
a torçãonão tem cedi -doamaiorforçapossivclde hum homemrobusto.
Os bons effeitos da torção obtidos nos ca
-dáveres, e a aüthoridade de distinctos Opera-doresEuropeos
,
comoconsta de numerosasob -servações em d ilferenlesobras,
fizerão,
comquço Sr
.
Dr.
1*.
deCarvalho tenha empregado Rid de Janeiro em cinco indiv íduos, quatro deamputação da coxa
,
e hum de âmputação do terço inferior do braço, sem sobrevir acciden -tealgumaosdoentesemconsequência datorção.
Temos humoutro facto dá torção pratica -do com muito feliz successo em hurna ampu-tação de coxa pelo Sr
.
Amancio Raymtindo de Màscarenhas,
primeiro Cirurgião Interno daSanta Casa da
.
Misericórdia, em hum preto poroccasião de huma fractura coinminutiva da ex
-tremidade inferior da perna
,
e pé direito.
0 nosso segundo methodocomposto da se
-gunda parte do de Thierry , e do processo de
Maunoir
,
he applicavel unicamente ao trata -mentodos aneurismas; não tendo mais nadaa accrescentar á este methodo nós nos referimos á tudo , que dissemos, quando tratámos emparticulardesses processos
.
Agora, que temos visto a grande impor
-tância do systema aorlieo na economia animal ,
depois determos mostrado; que asparedesdas artérias são compostas
,
ou organisadas deireztunicas
,
ou membranas differentes,
sobrepostashumas ás outras; que aexterior era evidente
-inente eellulosa
,
elastica,
eespessa nosgrossos vasos,
mais f i n a, edelicada nos pequenos ra -mos,
contendovasosartcriacs,
c venosos,
filetesnervosos, principahnenle nospequenos ramos, onde elles öftererem a disposição de huma no
( 20 )
delicada rede; que a mediana
,
supposta por algunsAnat
ómicos de natureza muscular,
al -buginea, detecido amarello dosZoologistas,
&c.
muito elastica
,
cdura,
com tudoquebra-
se pelamenor compressão , era formada de fibras sin
-keneris em arcos de circulo lançados transver
-salmente
,
e qne não abraça completamente otubo das artérias; que a interior eralisa
,
lu-zidia
, transparente
,
sem fibras apparentes,
muito delicada
,
poucoconsistente,
esusceptivelde se ossificar; depois finalmente de termos descripto
,
oque lia até hoje acerca da torção,
edado a nossa opinião da maneira
,
porque en-caramos os diversos processos da torção
,
va -mos ver osphenomenos,
e mudanças,
que as artérias soífrem quando são torcidas,
e com-paremos com os que çllas ofFerecem na liga -dura
,
para vermos de que lado está a vantá -gem.
MUDANÇAS QUESÖFFREM AS ARTÉRIAS
,
TANTO NA TORÇÃO,
COMO NA LIGADURA.
Podemos afïirmar
,
que osefleitos,
e mu-danças organicas
,
quêso
ífrem as artérias pormeio da torção, são constantemente estes:
Primo: queasmembranas interna
,
e media se rompem pela compressão das pinças,
então acontece,
que ou se unem,
se franzem,
ligàoa celltilosa,
ou separão-
sed elia,
dobran-do sobre si mesma para o interior do vaso,
de modo que a face externa destas tunicas torna
-
se internapara
formar huma saliência,
;i maneira dehuma rolha irregularmente cóni
-ca
,
truncaria,
com a base para a extremi-dade do vaso
,
rimmsrripta neste lugar porhum
rego
devido,
arellexàodessasmomi
r orule vai quebrar
-
se a força daimpuls
ão de se
C
30 )saliência icm sc dado o
nome
sangue
,
a estade valvula interna
.
Secundo: quea tunicacellulosa
,
unica tor -cida forma huma outra eminência também có-nica
,
mas não truncada corno a interna,
unida por sua base,
e abraçando a da interna,
á que ella estádiametralmenteopposta,
estaeminenciatem sido denominada valvula externa
,
esta tem todaasemelhança com hum capuz deFrade,
òucom a extremidade do penis de hum menino
,
cujo prepucio excede bum pouco á glande.
As experienciasdeThierry
,
ede Frickattes-Primo:que ha constantemente formação de
hum coalho sanguíneo
,
o qual enche comple -tamente todo o interior da artéria.
Secundo:queotubo do vaso seoblitera
,
se flecha,
e torna-
se inteiramente em hum liga-mento,
istofie
devido,
ou aoderramamentodelymplia plastica em consequência daligeira in
—
flammação produzida pela rotura
,
e reflexãodas tunicas media, einterna
,
oupelaaggluti
-nação das paredes do vaso
,
que se unem, sesoldão
,
e se obliterão do mesmo modo, tor -nando-
se ligamento,
como acimadissemos
.
Tertio:(pie amesmainflammação
,
ederra -mamentodelymplia plastica,
que notamos nastunicas interiores
,
seestendemas partes circun-visinhas
,
oque dá grande resistência átorção.
Quarto: que apratica constantemente tem
mostrado
,
que a torção dasartérias não lie se -guida de ulceração,
e supuração,
acontececomaligadura do faltarmos de seus elicit os
.
Quinto: que a artéria se oblitera mais
menos
até a primeira collateral mais próxima,
etorna
-
se ligamento.
Serio: que o
coalho
dalyniplm
ORGANISAVEL
tão:
o que nao
,
como veremos,
quan1
(31 )
fecha completamente a artéria ; ou novas ve
-getações carnosas apparecem,
e tornfio a extre-midadedo vaso inacessível ao sangue
.
Vejamos oquescpassa nasartériasquandosãoligadas
,
para depoiscompararmosseuseflei -tos com os da torção.
Jones fundado napratica
,
eexperiencia,
re -futa a opiniãodaquelle$,
que attribuem os eífeitosda ligadura á applicaçáo das paredes oppostas das artérias:estudando com muito cuidado os resultados da ligadura
,
e fazendo numerosasindaga
çõessobre animaes vivos,
elle tirou as seguintes importantes consequências:Primo:queasmembranas,media
,
einterna destruídas pela ligadura sereúnem,
se ligão,
e sefranzem ; aexterior,
oucellulosa ficaintacta.
Secundo:queosangue lie conduzido pelos ramos collatemes:
Tertio: quelieprecisoadmittir bum coalho
sanguíneo no canal arterial
,
quando não hou -ver perto bum ramo considerável:Quarto: que hadesenvolvimentonas tunicas media
,
einterna dehumainflammação,
que dálugar ahum derramamento delympha plastica , que une entre si estas mesmas membranas
,
otubo do vaso se oblitera
,
e be convertido bum ligamento,
ao mesmo tempo a superficie externa da artéria se inílamma, huma lymphaplastica , que se derramaaoredordelia
,
ator -na maisespessa,
e resistente,
e faz com ella adhira aos tecidos circunvisinhos.
Quinto:a porção da artéria comprehendi
-da na ligadura
,
isto be,
a membrana cellulo -sa,se ulcera,
supura,
e cabe.
ein
que
CONCLUSÃO
.
1
( 32 )
«la torção
, como
daligadura,
vê-
seelaraniente,
que a torção lie hum meio seguro para
.
sus-pender as liemorrliagias arteriaes
.
Sobre este ponto não lia duvida alguma,
pois os mais acérrimos inimigos da torção não combatemeste lado convencidos dasua eíllcacia
,
so-por
lidez
,
eseguran
ça.
He do manual operatorio, e suas conse
-quências
,
quese tem queridorefutar a torção:Em primeiro lugar por ser mais longa a
operação na torção
,
do que na ligadura.
Estasupposta demora da torção desapparece
,
logoque
se encare de.perto bum,
e outro metlio-do
.
Na hypothèse da boca do vaso estar des-coberta
,
porqueem casocontrario tenta demo-ra lia na torção
,
como na ligadura para des-cobrir o vaso
,
a torçãobe mais ligeira,
e ex-ff
òdita do (pj£' a
ligpeiraa ,
visto que aquejlapóde ser feita‘independente de hum ajudante
,
e esta depender necessariamente de bum babil ajudante
,
sem oque aligadura be sempre muilonga
,
diíficillima,
emal feita,
quando não be impraticável.
Iíe fundado nesta primeira objecção, que
se tem querido reprovar a torção
,
quando setiver detorcermuitasartériasao mesmo tempo
,
porque dizem os adversáriosdelia
,
sendo ator -ção muito longa,
etendo-
se muitos vasos paratorcer
,
quandosecliegaraofim da operação,
o doente tem perdido muito sangue.
Alé
m doque vimos sobre a ligeireza da torção temosde accrescentar
,
quando se ofiereça casos taes,como os que acima apresentamos
,
que a tor -ção tem a conveniência de poder ser praticada aomesmo
tempo por duas pessoas,
torvarem huma á outra
,
o que lie impossívelna ligadura
,
quesempre exige
duas pessoas pa -ra huma só.
De mais tendo oOperador
sem se es
-( 33 )
tas pinças de mola á sua disposição
,
quandonão haja outro meio de suspender logo o cor
-rimentodo sangue,
pódeprender
com estaspin-ças os vasos abertos
,
e ir torcendo a seu va -gar liuns depoisoutros com todaasegurança,
sem temer hemorrhagia
.
Em segundo lugar por ser preciso desli
-gar o vaso dos outros tecidos
.
Esta objecçào emvez de repprovara torção serve-
lhede apoio,
vistoque por este meio livra-se muitos ramos nervosos de serem comprehendidos
,
e porcon-seguinte poupa-sc muitas dores ao doente
,
e outras consequências,
quedaqui pódem resul-tar
.
Além disto todos os partidistas da ligadu-ra concordão em desligar a artéria e para que
cila fique hem feita
,
e não se seguir inconve -nientes,
que poderião pôr a vida do indiv í -duo cm perigo,
ou ao menos incbíAmodal-o muito.
!
As hemorrhagias consecutivas produzidas
,
ou pela ulceração, c suppuração
,
ou pela não formação,
e destruição docoalho sanguineo,
e da lympha coagulavel são as consequências te -míveis,
que se devem recear na torção,
e na ligadura.
A torção reunirá em si meios que possào
remediar todos estes inconvenientes? Julgoque
sim:ainda que tenha elementos para desenvol
-ver a ulceração
,
e asuppuração,
a praticatemdemonstrado o contrario
,
seguramente lie is -to devido á ausência de hum corpo estranhona ferida; muito principalmente se tivermos
em consideração, o que sepassa na ligadura
,
naqual sempre devehaver destruição da por
-ção da artéria abraçada pela linha para que
cila caia
,
c por conseguinte lie huma ncces-»idade
,
que ha ja supuraçãao,
c ulceração.
Provado comoestá,
que a torção não Ua(
»
4)
»
cg uula
de
ulcera
çã
o ,
nem
de
supura
ção
,
tam-b
ém
lira
demonstrado
,
que
o coalho
sangu
í
-neo ,
e alymnha plastica
não
pode
ser
destru
í-da por
lhe
faltar
essa
circunstancia
necess
ária,
o
que
senã
opó
de
dizer
outrotanto da
ligadu
-ra
.
Ainda
occorre
mais
, que
a
torção
não
dei
-lando
corpo
algum
estranho na ferida
,
p
óde
ser
reunida por primeira
inten
ção
,
doente
ser
curado
empoucos
dias
,
circunstan-cia
,
que
não p
ó
de
acontecerá
ligadura
,
pois
como vimos he da sua essencia
asupura
ção,
eulcera
ção.
esta
e
ç.
1IYPP
0
CRA.
TISAPIIOKISMI
.
I
.
Ad extremos
morbos
,
extremaremedia
ex-quisite optima
.
Sec
.
1/aph
.
6.
°II
.
!
Cum morbus in
vigore
fuerit,
tunc vel te-nuíssimovictuuti necesseest
.
Sec
.
\.
*aph
.
8.
®III
.
Somnus
,
vigilia
utraquemodum excedentia
,
malum
.
Sec
.
2.
“aph
.
3.
°IV
.
«
Lassitudines sponte
obortæ morbos denun
-tiant
.
Sec.
2.
“aph
.
5.
°V
.
Duobus doloribus simul
obortis
,
non
in eodem loco,
vehementior
,
obscurat alterum
.
Sec.
2.
*aph
.
46.
VI
.
A