Barragem de Candonga
Barragem de Candonga
Barragem de Candonga
Bento Rodrigues
Bento Rodrigues
Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
Não tutela de forma integral, adequada e
suficiente os direitos coletivos afetados.
“Os atingidos de Barra Longa estão atolados na
lama. Se o acordo for homologado, eles estarão
afundados na lama."
(Atingido de Barra Longa,Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
Completa ausência de participação efetiva dos
atingidos nas negociações
Violação ao princípio do devido processo legal
coletivo
Um acordo que é feito sem ouvir o povo, sem a participa-ção dos atingidos, só pode ser um mau acordo, por me-lhores que forem suas intenções. (Movimento dos Atingi-dos por Barragens - MAB)
Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
O acordo cria uma espécie de consórcio
governamental-empresarial
Legitimidade processual ativa inadequada dos entes
federais para figurarem como autores da ação ajuizada
pela União e estados de MG e ES:
- corresponsabilidade pelo desastre
- o golden sharing power da União na Vale S/A
- interesse econômico direto da União na Vale e,
por-tanto, na Samarco
Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
Limitação de aportes de recursos por parte das
empre-sas para a adoção de medidas de reparação, mitigação
e compensação
CLÁUSULA 226: A SAMARCO deverá realizar aportes anuais no
curso dos exercícios de 2016, 2017 e 2018, nos montantes definidos abaixo, sempre em observância aos termos estabelecidos nos
parágrafos desta cláusula e cláusulas seguintes:
I. Exercício de 2016: aporte de R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais);
II. Exercício de 2017: aporte de R$ 1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de reais);
III. Exercício de 2018: aporte de R$ 1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de reais).
Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
Os números estão relacionados ao lucro da empresa e não à recuperação socioambiental
Tais limitações aos aportes anuais a serem realizados pelas em-presas responsáveis não estão relacionadas à capacidade de restauração dos aspectos socioambientais
Nota-se no acordo a preocupação em que os aportes das empre-sas à fundação fossem estabelecidos em patamar inferior ao lucro líquido da Samarco nos anos anteriores ao desastre
Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
Instituição de escalas de responsabilidade, colocando a
fundação como anteparo das empresas
Só depois, em segundo plano, responde a Samarco e,
em terceiro plano, Vale e BHP Billiton
Essa forma de responsabilidade escalonada é
incompatível com a responsabilidade solidária
ambiental e com o princípio do poluidor-pagador
Acordo entre as empresas e a União e
estados de MG e ES
Ignorou-se por completo a responsabilidade do poder
público
Ausência de previsão de mecanismos jurídicos capazes
de garantir a efetividade do cumprimento das
obrigações
Impermeabilidade democrática na governança da
fundação:
- ausência de foros adequados de participação dos
atingidos;
Ação Civil Pública - MPF
Ação ajuizada em 02/05/2016 Réus:
SAMARCO, VALE e BHP
Entes federativos e entidades da administração pública
(ANA, IBAMA, DNPM, IcmBio, FUNAI, ANVISA, IPHAN, BNDES, IEF/MG, IGAM/MG, FEAM/MG, IEPHA/MG,
IEMA/ES, AGERH/ES, IDAF/ES)
Evento paradigmático (20.4.2010)
Desastre da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do
México, EUA, da petrolífera British Petroleum 22 trabalhadores feridos e 12 mortos
Derramameno de 5 milhões de barris de petróleo no mar Estimativa de reparações e verbas indenizatórias:
Ação Civil Pública - MPF
Propósito de garantir a total reparação dos
daos humanos, sociais, econômicos e
ambientais
Nem a ação civil pública ajuizada pela União
e Estados, nem o acordo, têm essa
abrangência
Método participativo, realizando-se
audiências públicas e com relação aos povos
e comunidades tradicionais, mediante
Ação Civil Pública - MPF
Parte-se dos termos do acordo como garantia
mínima
Piso de garantias da execução de programas e de aporte de recursos financeiros, sem se prestar a ser um mecanismo
exaustivo, dificultador do acesso à justiça dos demais interes-sados e legitimados coletivos
Ação Civil Pública - MPF
Povos indígenas Krenak, Tupiniquim e
Guarani
Povos e comunidades tradicionais
A conexão entre território e identidades coletivas faz com que o impacto da degradação ambiental das terras e/ou dos recursos naturais existentes em territórios tradicionais seja tema central nos debates nacionais e internacionais sobre a garantia dos direitos humanos dos povos indígenas e
Ação Civil Pública - MPF
Medidas emergenciais
- Conclusão do cadastramento dos atingidos;
- Garantia de direitos sociais básicos (assistência social, moradia, acesso à água potável, lazer, cultura, educação e saúde);
- Auxílio financeiro emergencial; - Reativação econômica;
- Reconstrução e recuperação de localidades destruídas e de infraestruturas e imóveis públicos e privados;
Ação Civil Pública - MPF
Povos indígenas e povos e comunidades tradicionais
Pedido de que seja determinado à União, por meio de sua administração direta ou indireta, que inicie, imediatamente, procedimento de consulta prévia aos povos e comunidades tradicionais atingidos, a fim de criar e elaborar projetos e pro-gramas de compensação de danos.
Ação Civil Pública - MPF
Medidas emergenciais – Povos indígenas e povos e comunidades tradicionais
Determine aos réus que, em caráter solidário implementem e desenvolvam programa específico de saúde, com a partici-pação dos indígenas, voltado ao acompanhamento e melho-ria das condições de nutrição das cmelho-rianças, adultos e idosos das etnias Krenak, Tupiniquim e Guarani, diante dos impactos do rompimento da barragem Fundão sobre suas fontes nutri-cionais.
Ação Civil Pública - MPF
Medidas emergenciais – Povos indígenas e povos e comunidades tradicionais
Promovam a contratação de equipe multidisciplinar, aprovada pela respectiva etnia indígena, que se dedique, em projeto de natureza amplamente participativa, a propor e implementar medidas estruturais e culturalmente adequadas, capazes de garantir e resgatar o acesso sustentável e autogestionado do povo indígena respectivo à sua alimentação tradicional.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Condene os réus, solidariamente, a indenizarem a
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Repararem integralmente os danos socioeconômicos e
hu-manos, materiais e imateriais, provocados a todos os
indiví-duos e grupos que tiveram direitos individuais homogêneos e coletivos em sentido estrito afetados pelo rompimento da bar-ragem de Fundão.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Condene a União, o Estado de Minas Gerais, o Estado do Espírito Santo e a FUNAI, em suas respectivas esferas de
atribuição, a realizarem procedimento de consulta prévia, livre e informada aos povos indígenas e demais povos e
comu-nidades tradicionais atingidos, com relação a todas as medi-das que possam atingi-los direta ou indiretamente.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Condene a União, o Estado de Minas Gerais e as empresas rés, solidariamente, mediante contínua participação do povo indígena Krenak durante todo o processo, à recuperação
ambiental de suas terras e à indenização pelos danos so-cioeconômicos, socioculturais e humanos sofridos.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Condene a União, o Estado do Espírito Santo e as empresas rés, solidariamente, mediante contínua participação dos
povos indígenas Tupiniquim e Guarani durante todo o pro-cesso, à recuperação ambiental de suas terras e à
ind-enização pelos danos socioeconômicos, socioculturais e humanos sofridos.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Condene as empresas rés, solidariamente, a destinarem aportes suficientes,
conforme vierem a ser definidos em liquidação: a) ao apoio e fortalecimento
das unidades de conservação existentes na Bacia Hidrográfica do Rio
Doce, em proporção a ser definida conjuntamente pelo ICMBio, IEF/MG, IEMA/ES e municípios interessados, após efetivo processo de consulta
pública; b) à criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Foz do Rio Doce, no Estado do Espírito Santo; e c) à criação de unidade de
con-servação para proteção dos vales dos rios Gualaxo do Norte e Carmo, na
região situada entre a barragem de Fundão, localizada em Mariana/MG, e o reservatório de Candonga, localizado no Município de Santa Cruz do Escal-vado/MG.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Adotarem todas as medidas necessárias para a criação, no prazo máx-imo de 3 (três) anos, de unidade de conservação a ser destinada à
proteção dos vales dos rios Gualaxo do Norte e Carmo, na região
situada entre a barragem de Fundão, localizada em Mariana/MG, e o reservatório de Candonga, localizado no município de Santa Cruz do Es-calvado/MG, garantindo amplo processo de consulta pública, nos termos do art. 22, §§ 2° e 3° da Lei n. 9.958/2000 e, com relação aos povos e comunidades tradicionais que eventualmente sejam afetados, promover processo de consulta prévia, livre e informada, nos termos do disposto no art. 6º da Convenção nº 169 da OIT.
Ação Civil Pública - MPF
Pedidos
Condene a União e os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo a adotarem estratégias para o desenvolvimento de outras atividades
econômicas na região que promovam a diminuição de sua dependência
com relação à indústria minerária, estimulando o surgimento de novas indús-trias na região, baseadas em alternativas tecnológicas de base sustentável, e capazes de promover uma maior integração produtiva da população, por
meio das seguintes ações mínimas: a) estabelecimento de linhas de crédito produtivo mediante equalização e constituição de fundo garantidor; b) apoio técnico ao desenvolvimento do plano de diversificação econômica da região de Germano; c) diagnóstico das potencialidades e incentivo às atividades econômicas; d) ações para recuperação da imagem dos produtos locais; e) estímulo ao associativismo e ao cooperativismo; e f) fomento de novas indús-trias e serviços para atendimento de demandas decorrentes das áreas