• Nenhum resultado encontrado

SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Relatório Técnico Makoto Ambiental - RT MMAS Nº 014/2011 -

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Relatório Técnico Makoto Ambiental - RT MMAS Nº 014/2011 -"

Copied!
30
0
0

Texto

(1)

   

Rua Padre Antônio Ribeiro Pinto, 195 – Ed. Guizzardi Center – Sala 602 – 29052-290 - Vitória-ES

Tel: 27 3314.1916 – Fax: 27 3026.1917 – E-mail: makoto@makotoambiental.com.br – www.makotoambiental.com.br   

SERVIÇO

SOCIAL

DO

COMÉRCIO

-

SESC

A

DMINISTRAÇÃO

R

EGIONAL NO

E

STADO DO

E

SPÍRITO

S

ANTO

E

STUDO

T

ÉCNICO

C

ENTRO DE

T

URISMO DE

D

OMINGOS

M

ARTINS

,

E

SPÍRITO

S

ANTO

.

Relatório Técnico Makoto Ambiental - RT MMAS Nº 014/2011 -

(2)

APRESENTAÇÃO

Este documento tem por objetivo elucidar dados referentes ao Diagnóstico Ambiental do Relatório de Controle Ambiental-RCA, especificamente aos temas:  Recursos Hídricos e possíveis impactos a jusante considerando a instalação

do Centro de Turismo de Domingos Martins - CTDM do SESC - Administração Regional no Estado do Espírito Santo.

 Justificativas para a Inexistência de Alternativa Locacional;

 Ausência de Supressão em Estágio Inicial na área de intervenção.

Vale ressaltar que este documento é resultante de uma 2ª vistoria dos técnicos do IEMA e consultores aqui relacionados, após a análise do RCA protocolado.

(3)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 3

 

CONTEÚDO

 Recursos Hídricos e Possíveis Impactos a Jusante...04  Justificativas para a Inexistência de Alternativa Locacional ...13  Ausência de Supressão em Estágio Inicial na Área de Intervenção ...17

(4)

Recursos Hídricos e Possíveis Impactos a Jusante Considerando a Instalação do Centro de Turismo de Domingos Martins - CTDM do SESC - Administração Regional no Estado do Espírito Santo.

(5)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 5

 

LAUDO PERICIAL

Potencial Impacto de Inundação pela Intervenção a Jusante

Kleverson Alencastre do Nascimento, geógrafo, brasileiro, RG n. 1.228.459/SSP-ES, com registro no CREA 008355/D, declara ter realizado vistoria no imóvel de propriedade do SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO, localizado em Soído, Domingos Martins/ES.

1. ÁREA VISTORIADA

A área vistoriada, de propriedade do SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO encontra-se situada na localidade denominada em Soído, Município de Domingos Martins/ES.

2. OBJETO DA VISTORIA

O presente Laudo tem o propósito esclarecer as questões à cerca da declividade da superfície de implantação do projeto, a fim de se constatar o atendimento da ocupação ante as imposições vigentes pela Lei nº 6.766/79 (Parcelamento do solo urbano no registro imobiliário). Partes da referida lei faz menções à declividade do terreno como, por exemplo, o atendimento de exigências específicas das autoridades para o parcelamento do solo urbano em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento) e as restrições ao parcelamento em áreas com declividade superior a 60%.

É, também, objetivo do presente laudo apresentar argumentos que justifiquem que as intervenções a serem realizadas na propriedade não representam riscos à jusante, no que se refere a formação de uma “cabeça-d’água”, que definida por Lima-e-Silva, et al. (2002) é uma onda de grande volume de água doce, gerada pela precipitação abrupta de chuvas torrenciais na região da cabeceira de um rio, que pode elevar o nível do rio subitamente em vários metros de altura ao longo de sua trajetória.

3. REFERENCIAL TÉCNICO

Este laudo utilizou como suporte técnico-científico, os estudos apresentados pela Makoto Ambiental para atendimento do Termo de Referência expedido pelo IEMA através do OF/Nº528/IEMA/GCA/SL em 25 de janeiro de 2010, leitura de cartas topográficas e observações feitas “in loco”.

No diagnóstico do RCA, as informações constantes nas páginas 191 a 221 – Volume 2/2, o mapa de microbacia do empreendimento, os resultados das análises de vazão, os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas do córrego existente e na análise climática de dados entre o intervalo temporal de 1976 a 2006 (30 anos) subsidiaram satisfatoriamente os questionamentos levantados por este IEMA na ocasião da 2ª visita técnica realizada em 17 de maio de 2011.

(6)

4. DO ESTUDO

Efetuou-se uma vistoria em toda a área do imóvel, bem como nas adjacências do mesmo, junto com a equipe técnica do Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA), o Sr. Fernando Aquinoga de Mello e a Sra. Graciele Petarli Venturoti. Na vistoria, foram apresentadas pelo corpo técnico do IEMA dúvidas à cerca do Relatório Técnico (RT MMAS Nº 024/2010) protocolado junto ao IEMA em 29/10/2010 sob o nº 24000/10, pela Makoto Ambiental. As observações efetuadas foram de caráter geográfico, onde se procurou observar com todos os detalhes possíveis os aspectos relacionados à Geomorfologia/Declividade da área e aspectos referentes à Bacia Hidrográfica localizada na área do empreendimento.

4.1. Declividades

Para análise da declividade, foi gerado um mapa apresentado na Figura 4-5 a seguir, a partir da topografia da área e reclassificada as informações em seis classes, sugeridos pela EMBRAPA (1979, apud RADAM BRASIL, 1983): 0-3% (relevo plano), 3-8% (relevo suavemente ondulado), 8-20% (relevo ondulado), 20-45% (relevo fortemente ondulado), 45-75% (relevo montanhoso), e, >75% (relevo fortemente montanhoso). Em síntese assim descritos:

 Plano: superfície de topografia estável ou horizontal, onde os desnivelamentos são muito pequenos;

 Suavemente Ondulado: superfície de topografia pouco movimentada, apresentando declives suaves;

 Ondulado: superfície de topografia pouco movimentada, apresentando declives moderados;

 Fortemente Ondulado: superfície de topografia movimentada (elevações de 50 a 100m e de 100 a 200m de altitudes relativas), declives fortes;

 Montanhoso: superfície de topografia vigorosa, com predomínio de formas acidentadas, usualmente constituídas por morros, maciços montanhosos, apresentando desnivelamentos relativamente grandes e declives fortes ou muito fortes;

 Fortemente Montanhoso: áreas com predomínio de formas abruptas compreendendo superfícies muito íngremes.

As classes de declividade organizadas segundo formas de relevo permitiram realizar inferências sobre a morfologia do terreno com a percentagem de inclinação. A escolha por essa classificação deve-se ao fato de ser esta a adotada pelo Projeto RADAM BRASIL (uma das referências do trabalho), e permitir posteriormente uma análise da área a ser ocupada a partir dos aspectos da Lei nº 6.766/79 (Parcelamento do solo urbano no registro imobiliário).

(7)

Castelo Vargem Alta Alfredo Chaves Domingos Martins Castelo Viana Alfredo Chaves Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá

Guarapari Santa Leopoldina Marechal Floriano Varg em A lta Itarana 40°38'24"W 40°38'24"W 40°48'0"W 40°48'0"W 40°57'36"W 40°57'36"W 41°7'12"W 41°7'12"W 20 °4 '4 8" S 20 °4 '4 8" S 20 °1 4' 24 "S 20 °1 4' 24 "S 20 °2 4' 0" S 20 °2 4' 0" S 20 °3 3' 36 "S 20 °3 3' 36 "S FIGURA 4-5 MAPA GEOMORFOLÓGICO Data:

Setembro de 2010 Escala: 1:20.000 Local: DomingosMartins

Resp. Técnico: Kleverson Alencastre

Projeção Universal Transversa de Mercator

Origem da kilometragem no Equador e Meridiano Central acrescidas as constantes de 10.000km e 500km respectivamente. Elipsóide: WGS 1984

Fuso: 24 Hemisfério: Sul Greenwich: Oeste

ELABORAÇÃO: Luciano Cajaíba Rocha

1 :20.000

ENQUADRAMENTO DO MAPA

RCA CTDM SESC SOÍDO DOMINGOS MARTINS 6 5 4 2 1 3 324800 324800 325200 325200 325600 325600 77 46 40 0 77 46 40 0 77 46 80 0 77 46 80 0 Legenda PERFIS TOPOGRÁFICOS HIDROGRAFIA

Limite da Propriedade SESC Soido

RELEVO PLANO (0% à 3%) SUAVEMENTE ONDULADO (3% à 8%) ONDULADO (8% à 20%) FORTEMENE ONDULADO (20% à 45%) MONTANHOSO (45% à 75%)

FORTEMENTE MONTANHOSO (maior que 75% )

(8)

Partes da referida lei faz menções à declividade do terreno, como por exemplo, o atendimento de exigências específicas das autoridades para o parcelamento do solo urbano em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento) e as restrições ao parcelamento em áreas com declividade superior a 60%.

A Tabela 1 a seguir, mostra o percentual da área destinada ao empreendimento de acordo com cada classe de declividade.

Tabela 1: Percentual de acordo com a declividade.

Classe de Declividade Área em m2

Plano 10859,98 Suavemente plano 12465,9 Ondulado 16930,88 Fortemente Ondulado 20924,07 Montanhoso 17049,96 Fortemente montanhoso 4381,58

Circundada por superfícies de declive acentuado, a área destinada a instalação do empreendimento está sobre relevo majoritariamente plano, configurando um anfiteatro. No Relatório Técnico RT MMAS nº 024/10, são apresentados perfis topográficos transversais Nestes perfis é possível observar o que foi mencionado anteriormente sobre a área destinada ao empreendimento estar localizada em um vale. É um vale de fundo plano, plano resultante da acumulação de sedimentos provenientes das vertentes, caracterizando assim a superfície de acumulação que é esta área.

O fundo de vale apresenta declives inferiores a 20%, como podemos observar no Mapa Geomorfológico, apresentado anteriormente.

Face à escala de trabalho, surgem algumas áreas definidas no processamento da topografia em ArcGIS (software de sistematização de informações geográficas), como “áreas de uso restrito”. Contudo estas representam as bordas dos platôs existentes na área (Figura 1 a seguir).

(9)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 9

 

Figura 1: Exemplo de uma das bordas dos platôs existentes na área do empreendimento. Esses platôs serão objetos de ocupação e ações de contenção (corte e aterro) previstos no projeto executivo.

4.2. Escoamento Fluvial

A área do empreendimento está inserida dentre de um vale que limita em 0,278 km2 a área de captação pluvial que abastece os córregos. Circundada por formas de relevo fortemente onduladas a áreas de uso restrito a área da SBSESC possui os seus cursos fluviais correndo em topografia majoritariamente plana (assim como a área do empreendimento está majoritariamente situada em relevo plano).

A Tabela 2 apresentada a seguir representa a síntese das observações.

Tabela 2: Síntese das observações.

Parâmetro Resultado Obtido

Hierarquia 2ª ordem

Área da Bacia (A) 0,278 Km²

Perímetro da Bacia (P) 2,118 Km Comprimento do canal principal (L) 0,646 Km Comprimento total dos canais (C) 0,996 Km

Número total de canais (n) 2

Amplitude altimétrica (∆a) 131 m

Distância vetorial do canal principal (dv) 0,625 Km Densidade hidrográfica (Dh) 7,19 canais/Km² Densidade de drenagem (Dd) 3,58 Km/Km² Coeficiente de manutenção (Cm) 279,32 m²/m

Gradiente de canais (Gc) 1,3%

(10)

Dentre os pontos a serem destacados, podemos citar:

 O fato de a área destinada ao empreendimento, aproximadamente 0,051 km2

representa menos 25% da área de captação pluvial da bacia.

 A forma alongada uma vez que o seu índice de circularidade foi de 0,43, indicando que às enchentes tendem a serem menores (com picos mais baixos), porém uma apresentam maior tempo de duração na bacia.

 O grau de inclinação do Córrego Rancho Alegre, representado pelo resultado do gradiente médio do canal principal (G = 0,12%), indicou, de forma generalizada, caimento suave e baixo declividade da bacia. Sem considerar outros fatores, o gradiente mais suave permite que a velocidade da água seja menor, contribuindo para que a erosão nestes setores, seja menos intensa, e a água possui maior tempo de residência na bacia.

Foram avalizadas, no Estudo Técnico a vazão dos cursos d’água, apresentados a seguir.

Tabela 3: vazão do córrego

Vazão da bacia do córrego SUBSESC obtidos durante o período de estiagem

Ponto Vazão Velocidade

V_01 0,001 m3/s 0,083 m/s V_02 0,001 m3/s 0,121 m/s V_03 0,001 m3/s 0,304 m/s V_04 0,001 m3/s 0,099 m/s V_05 0,012 m3/s 1,167 m/s V_06 0,050 m3/s 0,657 m/s V_07 0,050 m3/s 0,566 m/s

De maneira geral os valores de vazão fluvial são baixos, pois foram estimados em período de carência de precipitação pluvial como poder ser visto na tabela acima. Os pontos V_01, 02, 03 e 04 são os que apresentaram as menores vazões, estando localizados nas cabeceiras fluviais. Contudo, esses cursos fluviais têm o seu exutório no interior de um pequeno represamento ocasionando mudança no regime hidrodinâmico a montante e jusante do mesmo.

Os pontos V_ 05, 06 e 07 situam-se a jusante do represamento e já com a contribuição do curso fluvial Córrego Alegre. Assim não deve ser considerado como pontos a serem considerado para estimar/inferir a influência da superfície impermeabilizada pelo Empreendimento (as localizações dos pontos amostrais constam no Relatório Técnico). A vazão pode ser entendida como produto de, dentre outros aspectos, a pluviosidade na área os quais apenas estão disponíveis dados da Estação Meteorológica Domingos Martins e do Instituto Capixaba de Pesquisa Agropecuária (Incaper). Essa estação meteorológica situa-se a 950 m de altitude, entre as coordenadas geográficas de 20º22’59S” e 41º02’56 W, de onde foram obtidos os dados para elaboração da caracterização climática (Precipitação e Temperatura) do Município de Domingos Martins.

(11)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 11

 

Como pode ser observado no gráfico abaixo, os meses com maiores índices pluviométricos para o período compreendido entre 1976 – 2006 são Novembro, dezembro e janeiro, totalizando 688,90 mm, correspondendo a 51,07% do total anual. Os meses mais secos são Junho, Julho e Agosto, que em conjunto totalizam 75,39 mm, correspondendo a 5,59% do total anual. O mês mais chuvoso é o de Dezembro com 249,20 mm e o mais seco é Junho, com 20,27 mm.

Média da precipitação mensal e do comportamento médio da evapotranspiração do Município de Domingos Martins para o período compreendido entre 1976-2006.

Em uma situação hipotética de incremento na pluviosidade acima da média e conseqüente incremento da vazão dos cursos fluviais da SBSESC em 200%, a vazão estimada não representaria 50% da vazão do Córrego Alegre no período de estiagem.

5. CONSIDERAÇÕES

Há vários modelos hidrológicos, integrados ao Sistema de informação geográfica, podem ser citados os Areal Nonpoint Source Watershed Environmental Reponse Simulation, o Simulator for Water Resources in Rural Basins, Water Erosion Prediction Projetc, dentre outros citados por Marchioro (2008) em uma revisão conceitual sobre modelos aplicados a produção de sedimentos. Contudo nenhum dos citados cabe a predição de cabeça d’água.

Um dos modelos, mencionados na bibliografia especializada na relação Modelagem x Recursos Hídricos é o TOPMODEL, modelo desenvolvido a partir das seguintes hipóteses:

(12)

 A variação da zona saturada é aproximada por sucessivas representações em estado permanente;

 O gradiente do potencial hidráulico da zona saturada (perfil do lençol freático) é igual à declividade da superfície;

 A transmissividade em um perfil de solo varia de acordo com uma função exponencial negativa;

 A recarga da zona saturada é homogênea em toda a bacia;

 A precipitação é considerada igualmente distribuída sobre a bacia;  A transmissividade é homogênea para toda a bacia.

 A propagação do escoamento na bacia é realizada de forma linear baseada no modelo da onda cinemática (escoamento uniforme) e através de um histograma tempo – área.

Assim de difícil aplicação na bacia SBSESC, também ao fato de que todas as bacias hidrográficas citadas no trabalho de Silva e Kobiama (2007) eram maiores que a SBSESC.

Outro método foi ponderado, o método de estimativa de um coeficiente de escoamento superficial (C). Essa metodologia tem sido é amplamente utilizada e se tornado uma regra no dimensionamento de pequenos sistemas de drenagem pluvial. São consideradas as hipóteses: a chuva uniformemente distribuída no tempo e no espaço; o período de retorno da precipitação é igual ao da vazão de pico; o C é constante durante a chuva e de chuva para chuva e é estimado principalmente de acordo com as características da bacia; a duração da precipitação intensa de projeto é igual ao tempo de concentração. Não são avaliados o volume de cheias e a distribuição temporal das vazões. Dessa forma, a bacia deve ser suficientemente pequena para que tal situação seja admitida, geralmente restrita a áreas de até dois km2. O modelo citado não utiliza como dados de input dados referentes à vazão fluvial, por isso impossibilitado para predição de cabeça d’água.

(13)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 13

 

(14)

1. INEXISTÊNCIA DE ALTERNATIVAS DE LOCACIONAL

O Município de Domingos Martins situado na Região Serrana do Estado do Espírito Santo, a beleza cênica, a proximidade da Grande Vitória e facilidade de acesso fizeram com que a área onde se pretende implantar o Centro Turismo de Domingos Martins se tornasse um atrativo e incremento do turismo na região. Notadamente no que tange ao crescimento econômico do município devido à implantação de empreendimentos que estão sendo demandados, pelo número de leitos disponíveis e carência de locais para realização de grandes eventos, bem como voltados para capacitação de recursos humanos no ramo da hotelaria, fizeram com que a Administração Regional no Estado do Espírito Santo do SESC e a titularidade da área decidisse em optar a investir cerca de 54 milhões de reais na instalação do projeto em análise.

Acrescenta-se a estas características, a boa conservação ambiental da propriedade do SESC, cerca de 82,62 % onde não haverá nenhuma intervenção, pois trata-se do principal atrativo cênico da proposta.

As boas características regionais atraíram investimentos que resultaram em um início de ocupação desordenada e irregular da região. Em contraponto, o Governo do Estado e os Municípios da Região Serrana, promoveram um processo participativo de elaboração dos seus Planos Diretores Municipais, além de estruturarem as suas instituições tanto sob os aspectos de recursos humanos e investimentos, como também no âmbito legal. Diversos programas e projetos, norteados pelo Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025 (ES-2025) e pelos princípios emanados no documento participativo Plano de Desenvolvimento Sustentável da Região Serrana caracterizam o enfoque social, econômico e ambiental como vetores determinantes para o desenvolvimento da região, bem explorados na apresentação do item 1.4. Empreendimentos Associados e Decorrentes do Empreendimento com Planos e Programas Governamentais (páginas 5 a 8 do Volume 1/2) do RCA protocolado.

Neste sentido, a Administração Regional- ES do SESC, proprietária da área, decidiu tomar partido das características ambientais da propriedade e desenvolver o projeto do Centro de Turismo de Domingos Martins, o qual se caracteriza como um Hotel de lazer, cuja concepção tem como objetivo ser um empreendimento diferenciado, com foco na conservação dos recursos naturais, conciliada com lazer e capacitação de pessoas. Desta forma, busca-se harmonizar a sustentabilidade econômica do empreendimento, de maneira pioneira, como o desenvolvimento sustentável de uma determinada área pode, ao mesmo tempo, qualificá-la ambientalmente, bem como valorizar o futuro empreendimento e todo o seu entorno. Para tanto, os seguintes aspectos foram levados em consideração:

 Titularidade da área: A área possui 423.055,28 m2, de titularidade do Serviço Social

do Comércio- Administração Regional no Estado do Espírito Santo onde as instalações do Centro de Turismo de Domingos Martins ocuparão uma área de

 87.157,43 m2 composta por 4 (quatro) blocos com 60 suítes cada, um bloco central

(15)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 15

 

 Existência de uma extensa área de Mata Atlântica bem preservada: Justifica-se aqui a inserção de correção do Diagnóstico Ambiental da Vegetação, principalmente após a quarta visita técnica, esta acompanhada por técnicos do IEMA, no que diz respeito à Ausência de Supressão de Vegetação em Estágio Inicial na área de

intervenção, apresentado a seguir.

A área estudada onde se pretende instalar o Centro de Turismo de Domingos Martins possui 42,39 ha, com vegetação de macega, brejo, estágio inicial, médio e avançado da Mata Atlântica, pomar, eucalipto e pasto (Figura 4-48 - Mapa de Cobertura Vegetal), porém as áreas que sofrerão intervenções totalizam aproximadamente 7,44 ha das seguintes tipologias:

Brejo (0,17 ha),

Macega e área antropizada (6,30 ha) Pomar (0,20 ha) e

Pasto (0,77 ha)

Além de corpos de água (0,37 ha) e servidão (0,41 ha).

Apesar de apresentar tipologias tipicamente florestais (estágio inicial, médio e avançado de regeneração) estas fisionomias não sofrerão supressão de vegetação, sendo consideradas para fins contemplativos e educacionais.

 O baixo índice de ocupação perfazendo somente 17,38 % da área total da propriedade a ser utilizada e todo o restante da área remanescente, cerca de 35 hectares, ou seja, 82,62 % da propriedade é formado por matas nativas nos seus mais diferentes estágios sucessionais (primário e secundário) e por ambientes associados, que compõem o Domínio da Floresta Atlântica, os quais, serão protegidos e conservados pelo SESC.

 A presença de áreas já antropizadas, passíveis de ocupação: A área a ser ocupada quando da instalação do Centro de Turismo de Domingos Martins anteriormente era uma granja, com galpões, paiol e outros. Devido a este fato se priorizou a ocupação nos platôs já existentes pelos galpões e estruturas de produção de aves.

 O projeto será implantado em ambiente urbano, cuja área total (42,3 hectares) encontra-se em uma região com grandes atributos ambientais a serem preservados, pois o projeto urbanístico bem como a disponibilização de infra-estrutura favorece e preserva os aspectos ambientais. Como exemplo destaca-se a modificação da pavimentação de toda a área de circulação, onde não será implantado em nenhum trecho pavimentação asfáltica.

Outras alternativas locacionais foram buscadas na região, todas elas descartadas em razão dos seguintes elementos:

a. Ausência de áreas disponíveis com tamanho suficiente para receber o projeto;

b. Ausência de áreas na região, com uma relação de no mínimo 50% de cobertura natural, em relação às áreas passíveis de ocupação;

(16)

c. Proximidade com a Reserva Biológica de Duas Bocas, já que quanto mais próximo de Unidade de Conservação, maior pressão sobre elas;

d. Ausência de áreas degradadas na região e o fato da comunidade de Domingos Martins demandar empreendimentos com medidas de controle eficazes como retrata o RCA.

Partindo dessas premissas, decidiu-se por planejar o empreendimento para ser locado na área de titularidade do SESC por não haver opções de alternativas locacionais que não ocasionariam a supressão de vegetação no domínio da Floresta Atlântica, denominada de Floresta Ombrófila Densa Montana (Radambrasil, 1983; Veloso et al., Rizzini,1979).

(17)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 17

 

(18)

APRESENTAÇÃO

Considerando os aspectos conceituais já apresentados no RCA na página 222 e 223 do volume 2/2 do Relatório de Controle Ambiental-RCA;

Considerando a necessidade de correção no texto apresentado em termos de tipologia e quantitativo de vegetação a ser suprimida, apresentamos a seguir a partir da metodologia constante no RCA protocolado entre as páginas 223 a 233 do Volume 2/2 do Diagnóstico do Meio Biótico- Vegetação as correções oriundas de análise baseada em nova visita técnica no local onde o Centro de Turismo de Domingos Martins pretende se instalar.

METODOLOGIA

O presente documento objetiva apresentar dados referentes à caracterização da vegetação na área dos polígonos destinados a implantação do Centro de Turismo de Domingos Martins, denominada de Área de Influência Direta (AID), considerando as áreas de intervenção na vegetação (7,44 ha) e a vegetação antrópica em seu entorno e a Área de Influência Indireta (AII) se encontra no entorno da (AID) abrangendo o restante da área da propriedade.

A elaboração do presente estudo foi realizada através de coletas de dados primários e secundários no mês de maio de 2010, onde se estudou a vegetação vascular, devido a mesma funcionar como bioindicadora do estado de conservação da vegetação como um todo. As fitofisionomias foram classificadas conforme bibliografia especializada (Rizzini, 1979; Radambrasil, 1983; Veloso et al., 1991) e legislação vigente (Lei 4771/65, nas resoluções CONAMA no 29 de 07/12/94, no 303 de 20/03/2002 e no 396

de 28/03/06; Lei Estadual no 5361 de 30/12/96 e Decreto Estadual no 4124-N de 12/06/97) e mapeada através de imagem.

A representação do contorno de cada tipologia foi realizada em um mapa onde a vegetação foi plotada em forma de polígonos. A escala adotada no mapa admite que as formações sejam bem visualizadas, viabilizando cálculos imediatos das áreas de cada tipo de formação, conforme a Figura 4-48 - Mapa de Cobertura Vegetal.

A identificação das espécies vegetais foi realizada através de observações de campo, coletas de material botânico para checagem em Herbários e através de literatura especializada (Barroso, 1991a, 1991b e 1999; Barroso et al, 2002; Lewis, 1987; Rizzini, 1971; Lorenzi, 1991, 1992, 2008; Carvalho, 1994).

As espécies componentes da vegetação observadas em campo foram apresentadas em listagem contendo as famílias botânicas, os nomes científico/vulgar e ambientes onde foram observadas.

A partir de observações de campo, foram levantadas as espécies ameaçadas de extinção, endêmicas e raras conforme a legislação vigente (Instrução Normativa nº 06 – IBAMA, 2008 e Decreto Estadual n° 1.499-R, de 14 de junho de 2005) e bibliografia especializada (Giuliette et al., 2009).

(19)

Santa Maria de Jetibá Santa Leopoldina Cariacica Viana Castelo Domingos Martins Vargem Alta Afonso Cláudio Alfredo Chaves Vend a N ova do Im igra nte Cachoeiro de Itapemirim Marechal Floriano 40°38'24"W 40°38'24"W 40°48'0"W 40°48'0"W 40°57'36"W 40°57'36"W 41°7'12"W 41°7'12"W 20 °4 '4 8" S 20 °4 '4 8" S 20 °1 4' 24 "S 20 °1 4' 24 "S 20 °2 4' 0" S 20 °2 4' 0" S 20 °3 3' 36 "S 20 °3 3' 36 "S 1 :2.500

MAPA DE USO E OCUPAÇÃO

EM ÁREA DE APP

Data:

Agosto de 2011

Escala:

2000

Local:

Domingos

Martins

ENQUADRAMENTO DO MAPA

Resp. Técnico:

José Manoel Lúcio Gomes

324800 324800 325000 325000 325200 325200 325400 325400 325600 325600 325800 325800 326000 326000 77 46 20 0 77 46 20 0 77 46 40 0 77 46 40 0 77 46 60 0 77 46 60 0 77 46 80 0 77 46 80 0 77 47 00 0 77 47 00 0

Projeção Universal Transversa de Mercator

Origem da kilometragem no Equador e Meridiano Central

acrescidas as constantes de 10.000km e 500km respectivamente. Elipsóide: WGS 1984

Fuso: 24 Hemisfério: Sul Greenwich: Oeste

ELABORAÇÃO: Luciano Cajaíba Rocha

Legenda

Estágio inicial de regeneração

Pomar

Macega

Pasto

Áreas antropizadas

Limite da propriedade

°

0 50 100 200 m

Descrição

Área em há

Área em m²

Área antropizada

0,820837222

8208,372219

Macega

2,359829391

23598,29391

Estágio inicial de regeneração

0,411758085

4117,580852

Pasto

0,728969149

7289,691494

Pomar

0,030883624

308,8362377

(20)

VEGETAÇÃO ATUAL

De uma maneira geral, a vegetação existente nas Áreas de Influência Direta e Indireta se encontra no domínio da Floresta Atlântica e foi denominada de Floresta Ombrófila Densa Montana (Radambrasil, 1983; Veloso et al., 1991; Rizzini, 1979).

Na Área de Influência Direta e de intervenção foram detectadas as seguintes tipologias de vegetação: área de intervenção – brejo (0,17 ha), macega (6,11 ha), pomar (0,20 ha), pasto (0,77 ha) de regeneração da Mata Atlântica.

Todas as fitofisionomias existentes na Área de Influência Direta e de intervenção se encontram plotadas no Mapa de Cobertura Vegetal, na forma de polígonos, na escala de 1:2.000, representando o contorno de suas tipologias conforme a Figura 4-48.

- FITOFISIONOMIAS

A área de estudo encontra-se no domínio da Floresta Atlântica, com altitude de 780 m na região da Floresta Montana (RADAMBRASIL, 1983) estando as fitofisionomias componentes da área prevista para a instalação do empreendimento com sua cobertura original modificada em função das atividades antrópicas.

Apesar do histórico de devastação acentuado no século passado, na região centro-serrana a cobertura vegetal é relativamente alta, entre 20 a 35% da área dos municípios, como Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Marechal Floriano e Domingos Martins (SOS Mata Atlântica, 2007).

As fitofisionomias ocorrentes nas Áreas de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) da propriedade do Centro de Turismo de Domingos Martins totalizaram 42,39 ha e são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1: Tipologias de vegetação/uso da terra na Área de Influência Direta e Indireta, Centro de Turismo de Domingos Martins, ES.

Fitofisionomia Área (ha)

Brejo 0,17

Macega 6,11

Estágio Inicial de Regeneração 4,11

Estágio Médio de Regeneração 6,49

Estágio Avançado de Regeneração 21,46

Corpos d’água 0,37 Pomar 0,20 Eucalipto 0,26 Pasto 0,77 Servidão 0,41 Área antropizada 2,04 Total Geral 42,39

(21)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 21

 

FLORÍSTICA

No levantamento florístico foram observadas, nas Áreas de Influência Direta e Indireta, principalmente na área que sofrerá intervenção, 26 famílias botânicas e 49 espécies subentendidas em oito fitofisionomias vegetais apresentadas na Tabela 2 abaixo, destas, serão suprimidas tipologias de vegetação como, brejo (0,17 ha), macega e área antropizada (6,30 ha), pomar (0,20 ha), pasto (0,77 ha). As famílias mais representativas foram Poaceae com cinco espécies, Leg. Mimosoideae e Melastomataceae com quatro espécies cada.

Dentre as espécies encontradas na AII destaca-se Euterpe edulis por encontrarem-se como vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção do ES (Espírito Santo, 2005), (IBAMA, 2008) e segundo os critérios da IUCN.

Tabela 2: Famílias e espécies observadas nas diversas fitofisionomias na Área de Influência Direta e Indireta, para implantação do empreendimento.

ESPÉCIE/NOME AMBIENTE

Científico Vulgar FAMÍLIA Ma Eu EI EM EA B P Po

Aegiphila sellowiana Mululo VERBENACEAE x

Aeschynomene sp. LEG. FABOIDEAE x

Andropogon bicornis capim-rabo-de-burro POACEAE x x

Anthurium intermedium Antúrio ARACEAE x

Baccharis dracunculifolia Alecrim ASTERACEAE x x

Blechnum serrulatum samambaia-do-brejo PTERIDOPHYTA x

Borreria verticillata vassourinha RUBIACEAE x

Brachiaria decumbens Braquiária POACEAE x x

Bulbostylis capilaris Tiririca CYPERACEAE x

Cecropia glaziovi Imbaúba CECROPIACEAE x

Citrus sp. Laranja RUTACEAE x

Croton floribundus Capixingui EUPHORBIACEAE x

Croton sacaquinha EUPHORBIACEAE x

Croton sp. Drago EUPHORBIACEAE x

Eleocharis interstincta Tiririca CYPERACEAE x

Eucaliptus sp. eucalipto MYRTACEAE x

Eugenia jambolana jambo MYRTACEAE x

Euterpe edulis* palmito-doce ARECACEAE x

Fuirena umbelata tiririca CYPERACEAE x

Heteropterys sp. MALPIGHIACEAE x

Inga subnuda subsp. subnuda ingaçú LEG. MIMOSOIDEAE x

Ludwigia leptostachia ONAGRACEAE x

Melinis minutiflora meloso POACEAE x

Miconia sp. MELASTOMATACEAE x

Mimosa pudica dormideira LEG. MIMOSOIDEAE x

Musa paradisiaca bananeira MUSACEAE x

Myrsine guianensis chumbito MYRSINACEAE x

Ocotea sp. canela LAURACEAE x

Panicum sp. POACEAE x

Philodendron fragrantissimum imbé ARACEAE x

Philodendron pedatum imbé ARACEAE x

Piptadenia gonoacantha jacaré LEG. MIMOSOIDEAE x

Legenda: * Espécies ameaçadas de extinção. Ma = macega; Eu = eucalipto; EI = estágio inicial; EM = estágio

(22)

Tabela 2: Famílias e espécies observadas nas diversas fitofisionomias na Área de Influência Direta e Indireta, para implantação do empreendimento do Centro de Turismo de Domingos Martins, ES. Continuação.

ESPÉCIE/NOME AMBIENTE

Científico Vulgar FAMÍLIA Ma Eu EI EM EA B P Po

Psidium guajava goiabeira MYRTACEAE x

Pteridium aquilinum samambaia PTERIDOPHYTA x x

Sacharum officinarum cana-de-açúcar POACEAE x

Salvinia auriculata PTERIDOPHYTA x

Senna macranthera fedegosão LEG. CAESALPINOIDEAE x

Senna multijuga LEG. MIMOSOIDEAE x

Theobroma cacau cacau STERCULIACEAE x

Tibouchina granulosa MELASTOMATACEAE x

Tibouchina sp. quaresma-branca MELASTOMATACEAE x

Tibouchina strellensis quaresma-roxa MELASTOMATACEAE x

Tillandsia gardneri bromélia BROMELIACEAE x

Tillandsia stricta bromélia BROMELIACEAE x

Trema micrantha gurindiba FLACOURTIACEAE x

Typha domingensis taboa TYPHACEAE X

Vernonia scorpioides Casadinha ASTERACEAE x x

Vochysia sp. VOCHYSIACEAE x

Vriesea sp. Bromélia BROMELIACEAE x

Legenda: * Espécies ameaçadas de extinção. Ma = macega; Eu = eucalipto; EI = estágio inicial; EM = estágio

médio; EA = estágio avançado; B = brejo; P = pasto; Po = pomar.

ANÁLISE QUALITATIVA DAS FORMAÇÕES VEGETAIS

Como não haverá supressão de vegetação nativa foi realizada apenas uma análise qualitativa da vegetação existente apresentada a seguir.

 BREJO

Vegetação encontrada ao longo de área alagada ou úmida e no entorno de corpos d’água, localizada na AID. Em áreas alagadas há presença marcante de vegetação herbácea com predomínio de Typha dominguensis (taboa), além de Ludwigia leptostachia, Fuirena umbelata, Aeschynomene sp., Mimosa pudica, Eleocharis interstincta, Panicum sp. e Bulbostylis capilaris (Figuras 1 e 2).

Em alguns trechos a vegetação de brejo esta representada por uma borda estreita, ao longo da lagoa, sendo nestes pontos representada por Blechnum serrulatum, Borreria verticillata, Salvinia auriculata, entre outras.

(23)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 23

 

Figura 1: Vegetação de brejo do tipo herbácea.

Figura 2: Outro aspecto da vegetação de brejo do tipo herbácea.  MACEGA

Vegetação localizada na AID e na AII e se confunde com a área antropizada composta por solo nu também localizada na AID. Cuja fisionomia tem predomínio de espécies herbáceas e arbustivas com até um metro de altura, cobertura aberta, serrapilheira incipiente, cipós predominantemente herbáceos, ausência de epífitas e com surgimento após abandono de alguma atividade antrópica, composta por espécies como Andropogon bicornis (capim-rabo-de-burro), Baccharis dracunculifolia (alecrim), Pteridium aquilinum (samambaia), Vernonia scorpioides (casadinha), Heteropterys sp., Croton sacaquinha, Melinis minutiflora (meloso), Aegiphila sellowiana (mululo), Trema micrantha (gurindiba), Cecropia glaziovi (imbaúba), Brachiaria decumbens (braquiária), dentre outras (Figuras 3 e 4).

Figura 3: Ao centro vegetação de macega. Figura 4: Macega

(24)

 ESTÁGIO INICIAL

Vegetação localizada na AID e AII. Esta fisionomia caracteriza-se pelo predomínio de espécies arbustivas e herbáceas, com presença de árvores de pequeno porte, cobertura aberta, serrapilheira em fase inicial de acumulação, cipós predominantemente herbáceos, epífitas se presentes aquelas comuns em áreas nesta fase como Tillandsia stricta. Fitofisionomia surgida após plantio de eucalipto, composta por espécies como Andropogon bicornis (capim-rabo-de-burro), Baccharis dracunculifolia (alecrim), Pteridium aquilinum (samanbaia), Vernonia scorpioides (casadinha), Piptadenia gonoacantha (jacaré) e dossel formado principalmente por Tibouchina strellensis (quaresma-roxa) e Tibouchina sp. (quaresma-branca). Esta fase de regeneração, possui área basal maior que 2 m2.ha-1 e menor que 10 m2.ha-1, considerando os indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 10 cm (Figuras 5 e 6).

Apesar desta fisionomia se encontrar tanto na AID quanto na AII não foram realizadas amostragens fitossociológicas pelo fato de não haver necessidade de supressão

vegetal.

Figura 5: Aspecto geral da vegetação em estágio inicial.

Figura 6: Aspecto do interior do estágio inicial de regeneração.

 ESTÁGIO MÉDIO

Vegetação localizada no entorno da área de intervenção, caracterizada por apresentar fisionomia fechada com indivíduos arbutivo-arbóreos. O epifitismo encontra-se representado apenas por alguns indivíduos de Tillandsia stricta. A serrapilheira apresenta espessura moderada e em fase de acumulação/decomposição. Esta fase de regeneração, possui área basal maior ou igual a 10 m2.ha-1 e menor que 18 m2.ha-1, considerando os indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 10 cm (Figuras 7 e 8).

(25)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 25

 

Esta fisionomia se encontra na AII e não foram realizadas amostragens fitossociológicas pelo fato de não haver necessidade de supressão vegetal.

Figura 7: Aspecto geral da vegetação em estágio médio.

Figura 8: Aspecto da serrapilheira em alguns pontos no interior do

estágio médio de regeneração.

 ESTÁGIO AVANÇADO

Vegetação localizada AII. Fisionomia vegetal com predomínio de indivíduos de porte arbóreo, com presença de árvores de médio e grande porte, cobertura fechada, serrapilheira espessa em fase de acumulação/decomposição, cipós predominantemente lenhosos e espessos, epífitas presentes como Tillandsia stricta, Tillandsia gardneri, Vriesea sp., Philodendron pedatum (imbé), Philodendron fragrantissimum (imbé), Anthurium intermedium (antúrio), entre outras.

Composta por espécies como Croton floribundus (capixingui), Croton sp. (drago), Senna macranthera (fedegosão), Senna multijuga, Tibouchina granulosa, Tibouchina sp., Miconia sp. Myrsine guianensis (chumbito), Ocotea sp. (canela), Euterpe edulis (palmito-doce), Vochysia sp., Inga subnuda subsp. subnuda (ingaçú), dentre outras. Esta fase de regeneração, possui área basal maior ou igual a 18 m2.ha-1 e menor que 30 m2.ha-1, considerando os indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 10 cm (Figuras 9 e 10).

Esta fisionomia se encontra na AII e não foram realizadas amostragens fitossociológicas pelo fato de não haver necessidade de supressão vegetal.

(26)

Figura 9: Aspecto da vegetação em estágio avançado de regeneração na AII.

Figura 10: Outro aspecto da vegetação em estágio avançado com destaque para

Euterpe edulis (palmito-doce).

 POMAR

Tipologia localizada na AID. Pequena área com cultivo de frutíferas no entorno de residências para consumo próprio, como Citrus spp. (laranjeira, mexerica), Musa paradisiaca (bananeira), Psidium guajava (goiabeira), Eugenia jambolana (jambo), Sacharum officinarum (cana-de-açúcar), Theobroma cacau (cacau), dentre outras, (Figuras 11).

(27)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 27

 

 EUCALIPTO

Fisionomia caracterizada pelo plantio de Eucalyptus sp. localizado na AII (Figuras 12 e 13) e localizada na AII. Trata-se de um plantio voltado para o reflorestamento destinado a produção de madeira. As espécies do gênero são originárias da Austrália sendo também utilizadas na arborização urbana.

Figura 12: Aspecto do plantio de eucalipto na porção superior da colina.

Figura 13: Outro aspecto do plantio de eucalipto.

 PASTO

A área representada pela pastagem encontra-se localizada dentro da AID e caracteriza-se por apresentar predomínio de Brachiaria decumbens (braquiária), espécie originária da África e introduzida no Brasil para fins econômicos voltados para a pecuária (Figuras 14).

(28)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A área estudada na propriedade onde se pretende instalar o Centro de Turismo de Domingos Martins possui 42,39 ha, com vegetação de macega, brejo, estágio inicial, médio e avançado da Mata Atlântica, pomar, eucalipto e pasto (Figura 4-48 - Mapa de Cobertura Vegetal). Destas tipologias, brejo (0,17 ha), macega e área antropizada (6,30 ha), pomar (0,20 ha) e pasto (0,77), totalizando 7,44 ha, se encontram na área onde foi concebido o Projeto Arquitetônico, buscando a utilização de áreas já anteriormente utilizadas.

Apesar de apresentar tipologias tipicamente florestais na área total do terreno de titularidade do SESC, (estágio inicial, médio e avançado de regeneração) estas

fisionomias não sofrerão supressão de vegetação, conforme análise do Projeto Arquitetônico e na nova visita técnica. Tais fisionomias serão atribuídas a valorização para fins contemplativos e educacionais. Abaixo algumas imagens

(Figuras 15, 16 e 17) que ilustram esta valorização como atributo relevante para sua conservação.

Figura 15: Matas do lado noroeste do vale, da propriedade.

(29)

           

Estudo Técnico - Centro de Turismo de Domingos Martins – SESC AR/ES

RT MMAS nº. 014/11 – Julho/2011 29

 

Figura 17: Matas do lado nordeste do vale, da propriedade.

As obras de instalação do Centro de Turismo de Domingos Martins-CTDM irão afetar somente áreas desprovidas de vegetação, pois as matas presentes na Área de Influência Indireta se encontram com bordas estabilizadas e bem conservadas. A inexistência de processos que ocasione à supressão da vegetação irá garantir a integridade dos fragmentos florestais.

O fato de o empreendimento localizar-se em uma área de forte apelo ao desenvolvimento do turismo, e ter exatamente essa finalidade, atendendo, inclusive, a programas de âmbito estadual, regionais e municipais, o mesmo poderá incorporar a área mais uma função além da atual, aproveitando os potenciais de beleza cênica/ambientais, a localidade poderá ter forte apelo educativo/recreativo contribuindo para uma maior integração da conservação dos recursos naturais e da apropriação econômica pautada no turismo e no desenvolvimento.

QUANTIFICAÇÃO – ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Este item visa complementar o Relatório de Controle Ambiental-RCA protocolado para relatar e quantificar as áreas de preservação permanente (APP) na Área de Influência Direta (AID) relativo ao relatório de controle ambiental para licenciamento do SESC de Domingos Martins.

Para isto foi realizada uma nova campanha de campo e a elaboração de mapa de uso e ocupação de áreas de preservação permanente (APP) na área de influência direta do empreendimento.

Em cursos d’água com menos de 10 m de largura e lagos artificiais formados a partir de barramento em área urbana a faixa prevista de preservação permanente deverá ser de no mínimo 30 m para cada margem (Resolução CONAMA nº 303/02; 302/02).

(30)

Portanto, na área em análise os cursos de água possuem menos de 10 m de largura e um lago artificial, cuja APP deverá ser de 30 m em cada margem e então foi quantificada a APP na área de influência direta (AID) do empreendimento.

Conforme o Mapa de Uso e Ocupação em Área de Preservação Permanente (APP) apresentado a seguir, na instalação do empreendimento, será ocupada uma área de

4,35 ha considerada pela legislação como de preservação permanente com as

seguintes tipologias de vegetação (descritas no diagnóstico da vegetação): Macega/área antropizada (3,59 ha), pasto (0,73 ha) e pomar (0,03 ha), conforme Tabela 3 abaixo:

Tabela 3: Uso e ocupação de área de preservação permanente

DESCRIÇÃO ÁREA (ha)

Macega/Área antropizada 3,59

Pasto 0,73 Pomar 0,03

Referências

Documentos relacionados

Helbor Patteo Mogilar Sky Mall & Offices traz proposta inovadora para Mogi das Cruzes (SP), com 275 salas e 58 lojas integradas a um boulevard e amplo

Maria de Fátima Neves Cabral Teoria Econômica Francisca Montenegro do Nascimento Teoria Econômica Francisca Montenegro do Nascimento Psicologia aplicada as Oganizacoes.. Ana

• Locação de Salas: A AJORPEME oferece salas para locação com valores diferenciados para os associados. • Núcleos AJORPEME: Consistem em grupos de trabalho formados por pessoas

•Aula 2: Proteção das Áreas de Preservação Permanente no Novo Código Florestal •Aula 3: Hipóteses de supressão da APP ou intervenção antrópica em casos excepcionais

Se colocando disponível para sanar quaisquer dúvidas Se colocando disponível para sanar quaisquer dúvidas Se colocando disponível para sanar quaisquer dúvidas Disponibilizando

 Área Profissionalizante – envolvendo os projetos: programa de reabilitação profissional regular (PRPR), oficina auxiliar de escritório, oficina artes diversificadas,

Descrição da atividade: A ginástica será utilizada como instrumento de intervenção no que se relaciona a pessoas com diagnostico de autismo decorrente junto com a

Básica, Maria Stella Barcellos Gonçalves que oferece cursos de padaria, sorveteria e picolé, culinária e artesanato aos atendidos por outros setores da apae-bh, a seus familiares,