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REALISMO E NATURALISMO

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Academic year: 2021

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Diferença entre "realismo“ e "Realismo"

Pode ser empregado toda vez que a arte/artista procura expressar o mundo de maneira objetiva,

deixando a imaginação e o subjetivismo em segundo plano. Assim, pode-se falar em realismo sempre que uma obra procura reproduzir de forma objetiva a vida real, tendo como assunto o mundo contemporâneo do artista. Um exemplo desse realismo é a obra "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, que, apesar de ser

classificada, devido as suas características, como uma obra Modernista, procura retratar a dura realidade do sertão nordestino.

Pode-se dizer que essa obra é incidentalmente realista, uma vez que mostra a imagem crua da

realidade, sobretudo aquela que diz respeito à vida e aos instintos.

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Já "Realismo" e "Realista” definem o

movimento literário, surgido em meados do

século XIX, em

oposição

ao Romantismo e aos

excessos do lirismo e da imaginação. Isto

significa que esse movimento se baseia em um

preciso programa estético, que pressupõe

estreito vínculo entre a Arte, a Ciência e A

Filosofia.

O termo Realismo é de origem francesa. Ele

foi usado pela primeira vez em 1855 pelo pintor

Gustave Courbet, que intitulou sua exposição de

arte, realizada em Paris, como Le Réalisme.

O primeiro romance que refletiu essa nova

tendência foi Madame Bovary(Realismo -1857)

de Gustave Flaubert, seguido por Thérèse

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O vagão de terceira classe – J. B. Daumier. Em primeiro plano, a penúria; no plano posterior, de costas para o

sofrimento, os que viajam em outras classes. As diferenças sociais foram em tema frequente nas obras realistas e naturalistas.

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Realismo em Portugal

A Questão Coimbrã ou do Bom senso e do Bom gosto foi uma polêmica entre escritores conservadores ainda apegados ao

Romantismo, liderados per Castinho, e jovens escritores

recém-formados em Coimbra. Tudo começou com a publicação de um livro de poesias intitulado Poemas da Mocidade (1865), por Pinheiro Chagas. Castilho escreveu um prefácio enaltecendo os poemas de Chagas e aproveitou para falar mal dos jovens poetas de Coimbra. Entre esses jovens estavam Antero de Quental e Teófilo Braga.

Questão Coimbrã

Como resposta, Antero publica uma carta aberta a Castilho, denominada "Bom senso e Bom gosto", onde rebate as críticas do mestre romântico:

"Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Ex.a passam diante

de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas cousas que saem dele confesso não merecerem, nem admiração, nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho

desgosta-me tanto com a gravidade numa criança V. Ex.a precisa menos

cinquenta anos de idade, ou então mais cinquenta de reflexão (...). Nem admirador nem respeitador

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Realismo e Naturalismo

Uma segunda distinção seria entre Realismo e Naturalismo. Primeiramente, pode-se afirmar que o Naturalismo é uma ramificação do Realismo. Sendo assim, uma obra naturalista

pode ser chamada de realista, mas não o contrário.

Momento Histórico

II metade do século XIX –

• Consolidação e fortalecimento da burguesia;

• A exaltação da liberdade individual, a rebeldia, o ufanismo e de imaginação romântica são substituídos por novas palavras de ordem: ciência, progresso e razão, que interessam à

classe dominante, no sentido de estabilização de suas conquistas e maximização da produção industrial.

• Luta de classes – desencadeada da espantosa riqueza de poucos e da degradante pobreza de muitos (sindicatos).

• Nascimento de Grandes Movimentos Sociais e Políticos como o Socialismo, Comunismo e o fortalecimento do pensamento republicano.

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Características

• Objetividade: o que interessa é o objeto, o não-eu. Retratar as personagens como eram por meio de análises, descrição, observação (valorização da ciência, da pesquisa).

• Racionalismo: em oposição à emoção e ao

sentimentalismo, havia uma preocupação com a verdade; • Impessoalidade (ou impassibilidade): o escritor deve

manter a neutralidade diante daquilo que está narrando, e, dentro de alguns limites, jamais confundir sua visão

particular com a visão e os motivos das personagens.

Por isso mesmo, há um predomínio das narrativas em terceira pessoa ("Raskolnikov puxou o ferrolho, entreabriu a porta...") sobre as narrativas em primeira pessoa ("Eu puxei o ferrolho..."). A terceira pessoa favorece a impressão de

que as personagens realizam seus destinos sem a

interferência do sujeito que as criou. Flaubert diz que o

autor, em sua obra, deve ser como um Deus no universo: onipresente e invisível.

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Características

• Contemporaneidade: retrata o presente

• Crítica à burguesia: Descrição da realidade externa, tal como é. Ataque à burguesia conservadora – casamento, a família, o amor, a religião são colocados em xeque e ironizados; reinam o pessimismo ( Shopenhauer – viver é sofrer), final infeliz, o adultério, a hipocrisia e as

segundas intenções.

• Narrativa lenta, minuciosa e a ação e o enredo perdem a importância para a caracterização das personagens; (predomínio da descrição sobre a narração).

• Predomínio da denotação – a metáfora é colocada em segundo plano.

• Preocupação formal – busca-se a clareza, o equilíbrio, a harmonia de composição (estilo baixo, porém sério)

• Exaltação sensorial – o romântico apreendia o mundo

com o coração, com o sentimento; o realista é sensorial: precisa ver, apalpar, cheirar, experimentar fisicamente.

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Características

Sexualização do amor – o amor perde a

conotação espiritualizante e dá-se ênfase

ao aspecto físico.

Personagens esféricas (redondas) –

enquanto no Romantismo as personagens

tendiam a ser lineares (planas), ou seja,

construídas ao redor de uma única ideia

ou qualidade - o Realismo valoriza as

personagens esféricas, que apresentam

várias qualidades, que repelem qualquer

simplificação.

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Pontos divergentes

O romance naturalista começa onde para o realista.

Ex: Adultério

Realista - cerra as cortinas, uso imaginação; estaca, julga

moralmente asqueroso;

Naturalista - vai além, acompanha com minúcias,

detalhes, mas com interesse de cientista (não como voyeur), sociólogo; invade.

Realista analisa problemas sociais – binóculo de um

camarote; ou, aproximando-se, com luva de pelica; náusea.

Naturalista – coloca luvas de cirurgião, arma-se de

instrumentos para perfurar as pústulas para libertar sociedade de graves opressões.

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Arte com espelho

Fazer o leitor pensar - mudar a realidade e o

comportamento;

Arte engajada, compromissada, panfletária,

revolucionária; diferentemente da estéril (

sem

proveito; inútil

)

confissão de estados de alma;

Denunciar a enfermidade social e a

decadência da sociedade contemporânea –

criação de romances com material que permitia

“colocar em presença forças sociais capazes de

desencadear as taras hereditárias das

personagens, durante algum tempo mantidas

em segredo, tão somente à espera das

condições favoráveis para eclodir, como uma

barragem que se rompesse.”

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Adesão à ciência; surgem as novas correntes de pensamento

• Oposição à metafísica, abandono das preocupações teológicas – subjetivas e egocêntricas;

• Nenhuma atividade da personagem realista é gratuita, há sempre uma explicação lógica e cientificamente aceitável para seu comportamento.

Augusto Comte - positivismo – o homem percebe que só existe o que a ciência explica; interesse por aquilo que pode ser observado, analisado, dissecado;

experimentado e comprovado;

Hypolyte Taine – determinismo: o comportamento humano é condicionado – meio (ambiente); momento (história) e herança genética (raça);

Charles Darwin – evolucionismo – seleção natural;

somente mais aptos sobrevivem; homem regido por instinto biológico, mesma lei que rege animais; Dessa noção decorre o gosto dos autores pelo zoomorfismo – aproximação por símiles entre homem e animal.

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Impressionismo

O Impressionismo surgiu na segunda metade do século XIX, e seus artistas se empenharam para

registrar a impressão momentânea, dispensando as

técnicas tradicionais acadêmicas. Claude Monet é um artista importante deste período. Em seus quadros, um lago não era uma imagem azul da água, mas inúmeras pinceladas multicolores do ocre ao azul marinho.

Diferente dos artistas acadêmicos, os impressionistas valorizavam a luz natural e cenários externos ao ateliê. Na literatura, o artista deve procurar o registro das

impressões momentâneas, segundo o estado de espírito que o invade num único e dado momento. Em vez de

retratar a coisas como ela é (Realismo), registra a impressão que ela provoca no observador. O texto impressionista é muito sensorial, pois explora as nuanças o cromáticas, olfativas, gustativas etc.

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Impressionismo

“olhos negros, pupilas retintas de uma cor

só... de um moreno rosa que algumas

formosuras possuem, e que seria a cor do

jambo...Adiantava-se por movimentos

oscilados, cadência de minueto

harmonioso e mole que o corpo alternava.

Vestia cetim preto justo sobre as formas,

reluzente como pano molhado ..."

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Expressionismo

No Expressionismo, corrente artística da virada do século XIX para o XX, a pintura não mais representava a imagem real ou o efeito da luz, mas distorções intencionais que geravam

novas formas e expressavam os sentimentos do artista,

como angústia, dor, inadequação da realidade, ciúme, medo, solidão, miséria humana, prostituição etc. Deforma-se a

figura, para ressaltar o sentimento. Trata-se do exagero do

processo impressionista de captação do real. O narrador acentua os aspectos grosseiros e cruéis das personagens ou da situação, por meio de símiles exagerados.

“ As mangueiras, como intermináveis serpentes, insinuavam-se pelo chão”. (O Ateneu)

” As crianças, seguindo em grupos atropelados, como carneiros para a matança”. (O Ateneu)

“ E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como

larvas no esterco.”

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Expressionismo

Toulouse-Lautrec -

Salão na Rue des Moulins - 1894

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Realismo

Flaubert Causa Tremores na Sociedade Francesa

França, 1856, Gustave Flaubert é processado por ofender a moral pública. Motivo: a publicação de seu romance Madame Bovary, hoje considerada obra-prima e precursora do Realismo na Europa.

Realismo: O Nascimento

O Realismo nasceu como um movimento de reação ao Romantismo europeu, que já dava sinais de decadência. Como escola literária, se estendeu aproximadamente de 1830 a 1880. Na França, durante o século XIX, as novas teorias científicas, o surto industrial e a difusão do pensamento de Augusto Comte - o positivismo - fizeram surgir uma visão de mundo mais objetiva, ou, sob certo ponto de vista, mais científica.

Influências na Literatura

Nesse ambiente, é claro, a literatura também sofreu influência e autores como Stendhal, Balzac e, principalmente, Flaubert, se dedicaram a escrever obras sem o sentimentalismo e o

individualismo dos româticos. Aos poucos, o Realismo vai delineando suas características. Os autores não mais deveriam se preocupar com seu mundo interior ou com questões metafísicas e sim dar atenção ao "mundo real".

Verdades Absolutas

No Realismo, a arte e a literatura devem representar a verdade absoluta e objetiva, devem ser um espelho do mundo sensível e dar atenção à fidelidade máxima à natureza física e

psicológica do homem. Esta escola literária tenta reproduzir a realidade de maneira exata,

perfeita, sempre fruto da observação minuciosa dos fatos. É por isso que alguns críticos afirmam que, com o Realismo, se inaugura a fase do "romance documental", ou seja, os

romances desse período são mesmo descrições duras da realidade e procuram se assemelhar ao máximo daquilo que os olhos veem e do que tudo o que se comprova por experimentação. Brasil

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Naturalismo

Naturalismo: Origens

Como estilo ou escola literária, o Naturalismo se originou na França e tem como seu fundador o escritor Émile Zola.

Visões Pessimistas e Aspectos Desagradáveis

O princípio essencial do Naturalismo é a minuciosa descrição da natureza, com especial destaque aos aspectos desagradáveis da vida e a uma visão pessimista

da sociedade e do mundo de modo geral.

Cientificismo e Positivismo

Toda conduta humana é regida e explicada por fatores como a hereditariedade e o

meio-ambiente. Essa visão foi motivada por novas teorias científicas ou

pseudo-científicas em voga no século XIX e pelo espírito positivista muito presente naquele período.

Extremos da Estética Realista

O Naturalismo literário é derivado do Realismo, mas leva às últimas consequências a "estética realista", isto é, a descrição, a impessoalidade, a representação fiel da realidade e a negação do sentimentalismo romântico, procurando dar um caráter científico à literatura.

Quando o Realismo e o Naturalismo se Confundem

Muitos críticos, no entanto, consideram difícil, ou mesmo impossível efetuar uma

distinção clara entre o Naturalismo e o Realismo, do qual o primeiro, de fato, se

originou.

Brasil

Referências

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