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Academic year: 2021

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VERLANI LUCIA BORDIN

O EXAME PSICOLÓGICO, PARA OBTENÇÃO DA CNH, EM

CURITIBA-PR

MACEIÓ - AL

2014

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O EXAME PSICOLÓGICO, PARA OBTENÇÃO DA CNH, EM CURITIBA-PR

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Orientador: Prof. Dr. Liércio Pinheiro de Araújo

MACEIÓ - AL 2014

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VERLANI LUCIA BORDIN

O EXAME PSICOLÓGICO, PARA OBTENÇÃO DA CNH, EM CURITIBA-PR

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

______________________________________________________

PROF.DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO ORIENTADOR

______________________________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA BANCA EXAMINADORA

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RESUMO

As transformações que ocorrem diariamente influenciam o ato de deslocar e o comportamento humano no trânsito. A Psicologia do Trânsito auxilia na investigação do comportamento humano no trânsito seus fatores e processos. Desta forma o objetivo do presente estudo foi de analisar a qualidade da avaliação psicológica coletiva na investigação do perfil do candidato à motorista, com relação a visão dos profissionais avaliadores, peritos em trânsito em clínicas credenciadas ao DETRAN-PR da cidade de Curitiba/DETRAN-PR. Realizou-se um questionário com seis perguntas, uma delas aberta para opinião do profissional sobre o tema, ele foi respondido por 10 profissionais da área de pericia em trânsito de clínicas credenciadas ao DETRAN-PR da cidade em questão. O mesmo foi encaminhado por e-mail e outros foram entregues pessoalmente. Com base nos questionários observou-se como resposta ao estudo que a maioria dos entrevistados considera que a avaliação à CNH na atualidade é regular. Metade dos psicólogos entrevistados avalia de forma boa a separação do exame coletivo em duas etapas. Assim como a grande maioria acredita que o método ajudaria obter maior conhecimento do perfil de motorista e na melhoria da avaliação de habilidades cognitivas e emocionais do candidato a CNH. Dentre os avaliados 40% são indiferentes à ideia de que o método possa oferecer condições emocionais mais adequadas no desempenho do candidato a motorista. Dentre os entrevistados, pode ser observado que a falta de tempo para avaliação psicológica poderia ajudar a interferir numa melhor investigação das habilidades, assim, com o método sugerido haveria a possibilidade de avaliar o candidato com maior afinco, fazendo uso de um maior numero técnicas de investigação das habilidades para caracterizar um perfil para o candidato a CNH. Faz-se necessário uma investigação sobre o assunto em relação a qualidade da avaliação como é realizada atualmente em termos de garantir maior fidedignidade daquilo que o profissional está incumbido em suas atividades de pericia.

Palavras chave: Avaliação Psicológica, Psicologia do Trânsito, Exame Coletivo,

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ABSTRACT

Human behavior and the act of movement is directly influenced by the transformations that occurs every day. The Traffic Psychology assists in the investigation of human behavior in traffic factor and processes. Therefore, the objective of this study is to analyze the quality of collective psychological assessment investigation of the candidate's profile, according to professional evaluators, traffic bachelors affiliated with DETRAN-PR at Curitiba/PR. It had been conducted a formal questionnaire with six questions , one of them opened to the professional opinion on the subject, with was answered by 10 professionals from accredited expertise in transit and affiliated to DETRAN-PR at Curitiba-PR. In fact, the questionnaire was forwarded by e-mail and personally delivered. Based on the answers of most of the participants, it was agreed and considered that the evaluation CNH today is regular . Half of the psychologists interviewed agreed that the method of collective test, divided in two stages, offers good evaluations. The majority believes that the method would help to obtain better knowledge of the driver's profile and improving the assessment of cognitive and emotional skills of the candidate. Other 40 % interviewed were indifferent to the idea that the method can provide more appropriate emotional conditions on the performance of trainee drivers. It could be observed that the lack of time for psychological evaluation could help intervene in better research skills, as well, with the suggested method would be able to assess the candidate with the most hard , making use of a greater number of technical research skills to characterize a profile for the candidate. It is necessary an investigation into the subject regarding the quality of assessment as it is currently conducted in terms of ensuring greater reliability of what the professional is responsible for its activities in forensics.

Keywords: Psychological evaluation, psychological tests, Traffic Psychology,

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1: Distribuição, em porcentagem, quanto a percepção do profissional sobre avaliação psicológica para candidatos a CNH. ... 36 Gráfico 2: Distribuição, em porcentagem, quanto percepção sobre a separação

do exame coletivo em duas etapas: uma cognitiva e outra emocional: .... 37 Gráfico 3: Distribuição, em porcentagem, quanto o método ajudar a obter maior

conhecimento do perfil de motorista. ... 38 Gráfico 4: Distribuição, em porcentagem, quanto a qualidade na avaliação

psicológica nas habilidades cognitivas e emocionais nos candidatos. ... 38 Gráfico 5: Distribuição, em porcentagem, quanto a possibilidade em se obter

dados mais qualificados da personalidade e habilidade cognitiva de candidatos a CNH. ... 39 Gráfico 6: Distribuição, em porcentagem, quanto ao método possa oferecer

condições emocionais adequadas no desempenho do candidato durante a realização dos testes. ... 40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CFP – Conselho Federal de Psicologia CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito CNH – Carteira Nacional de Habilitação CRP – Conselho Regional de Psicologia CTB – Código de Trânsito Brasileiro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 12

2.1 Psicologia e trânsito ... 13

2.2 Avaliação psicológica ... 16

2.3 Avaliação psicológica no contexto do trânsito ... 18

2.4 Papel do psicólogo na avaliação psicológica para o transito e perfil para motorista. ... 22

2.5 Entrevista ... 24

2.7 Principais testes Psicológicos utilizados na avaliação coletiva para obtenção de CNH ... 28

2.7.1 Teste de Atenção ... 30

2.7.2 Teste de Raciocínio Lógico ... 31

2.7.3 Teste de personalidade ... 31

2.7.4 Teste de Memória ... 33

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 34

3.1 Ética ... 34

3.2 Tipo de Pesquisa ... 34

3.3 Local e População de Estudo ... 34

3.4 Procedimentos para Coleta de Dados ... 34

3.5 Procedimentos para Análise dos Dados ... 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 42

REFERÊNCIAS ... 45

APÊNDICE ... 50

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1 INTRODUÇÃO

Com a invenção da roda há mais de cinco mil anos, a vida dos indivíduos começou a transformar com as primeiras formas de locomoção com veículos pouco convencionais e fáceis como os de atualmente, que eram puxados pelos homens e mais tarde por animais, surgindo então os meios de transporte.

Essas transformações influenciam no conceito de trânsito. Que está ligado ao ato de deslocar, ao movimento do tráfego de pessoas ou veículos em vias para circulação. O trânsito preza pela organização, regido por leis e regras, seguindo por faixas de circulação sendo elas em calçadas para pedestres ou vias para veículos, ciclovias aos ciclistas. As regras objetivam o bom funcionamento para o deslocamento dos indivíduos, essas regras são necessárias para que haja interação entre veículos distintos e pedestres.

O comportamento no trânsito é influenciado pelo comportamento, como pelo sistema de valores relacionado à dimensão sociocultural. A Psicologia do Trânsito apresenta-se de forma a compreender essa relação, facilitando a convivência entre os mesmos. A Psicologia de Trânsito é definida como uma aérea que investiga os comportamentos humanos no transito, seus fatores, processos internos e externos, conscientes e inconscientes que os provocam ou alteram.

A Psicologia do Trânsito consiste em investigar os elementos para o ser humano e para a sociedade, por meio do estudo de uma variedade de comportamentos nas diferentes situações em relação ao trânsito, oferecendo métodos educativos e sugerindo práticas para a melhoria da mobilidade no contexto viário, visando a segurança e a redução dos riscos de acidentes.

A avaliação atualmente é uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro e do Conselho Nacional de Trânsito e regulamentada pelo conselho Federal de Psicologia, considerada uma atividade restrita do psicólogo. O processo ministra informações fundamentadas que possibilita um diagnóstico visando orientar, sugerir e sustentar o processo de tomada de decisão em algum contexto específico. Desse modo, os psicólogos de trânsito fazem uso da avaliação psicológica para investigar as características psicológicas dos candidatos à obtenção da CNH ou da mudança da categoria da CNH ou ainda para registro de estrangeiros ou para fins psicopedagógicos.

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Com base no exposto, ressalta-se que é papel do psicólogo do trânsito atuar no processo de habilitação, realizando avaliação psicológica pericial de motoristas, sendo este um procedimento obrigatório para todos os candidatos à obtenção da carteira de motorista e na sua renovação, como diz o Código de Transito Brasileiro.

Em complemento a avaliação psicológica pericial, o profissional fica obrigado a realizar a entrevista psicológica, que é um momento para conhecer e compreender o candidato, fazer levantamentos de dados que serão analisados junto com os elementos levantados na testagem psicológica.

O desenvolvimento da avaliação psicológica sucede com o desenvolvimento das estratégias que permitem derivar inferências acerca do funcionamento psíquico do candidato, e nisso o Conselho Federal de Psicologia assumiu papel importante quanto à atuação do profissional, regulamentando, definindo elaborando o uso, dos testes psicológicos.

A avaliação psicológica pericial é um processo fundamentado em informações cientificas; que permitem ao psicólogo avaliar um comportamento, tomar conhecimento de capacidades cognitivas e sensório motoras, componentes sociais, emocionais, afetivos, motivacionais, aptidões específicas e indicadores psicopatológicos de candidatos.

Dada a importância da avaliação psicológica para a obtenção da CNH, (Carteira Nacional de Habilitação), desenvolveu-se esta pesquisa na área para que sirva de contribuição. Para chegar a uma conclusão da necessidade de se realizar uma avaliação mais precisa. Foi realizada uma pesquisa com profissionais peritos em avaliação psicológica para o transito, indagando a opinião dos profissionais da área sobre mudanças na avaliação coletiva, visando uma para dados cognitivos e outra de personalidade. Os capítulos que se seguem, objetivam fundamentar a pesquisa, apresentando os dados analisados.

Tendo em vista esta problemática, observou-se a importância de verificar a concepção do profissional avaliador para a melhoria na investigação do perfil do candidato.

Com a investigação nos critérios de avaliação, sugere-se melhoria na avaliação cognitiva, com baixo nível de estresse e ansiedade ao realizar os testes. Com relação ao profissional avaliador, acarretou no número de dados a serem avaliados para analisar a condição de estar apto ou inapto a condição de motorista veículo.

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Objetivo do trabalho foi de analisar a qualidade da avaliação psicológica coletiva na investigação do perfil do candidato à motorista, com relação a visão dos profissionais avaliadores, peritos em trânsito, bem como abranger conhecimento mais detalhado do perfil desse candidato, obter conhecimento sobre a percepção dos profissionais avaliadores, DETRAN-PR de Curitiba PR, para avaliação desses motoristas, no intuito de sugerir melhoria na qualidade de avaliação psicológica para motoristas nas habilidades cognitivas e emocionais, corroborando para obter dados mais qualificados da personalidade e habilidade cognitiva de candidatos a motoristas, assim como favorecer condições emocionais mais adequadas no desempenho do candidato a motorista durante a realização dos testes na avaliação coletiva.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Com a invenção da roda há mais de cinco mil anos, a vida dos indivíduos começou a se transformar. As primeiras utilizações foram na locomoção com veículos pouco convencionais e fáceis como os de hoje em dia, que eram puxados pelos homens e mais tarde por animais, surgindo então os meios de transporte. A revolução industrial e avanço da ciência, o homem, então fez surgir os veículos com motor, que a cada ano evolui mais com as novas tecnologias.

Essas transformações influenciam no conceito de trânsito. Que está ligado ao ato de deslocar, ao movimento do tráfego de pessoas ou veículos em vias para circulação. O trânsito preza pela organização, é regido por leis e regras, seguindo por faixas de circulação sendo elas em calçadas para pedestres ou vias para veículos, ciclovias aos ciclistas. As regras objetivam o bom funcionamento para o deslocamento dos indivíduos, essas regras são necessárias para que haja interação entre veículos distintos e pedestres.

Sobre o assunto, Rozestraten (1988) relata que o trânsito pode ser definido como um conjunto de deslocamentos entre pessoas e veículos, dentro de um sistema convencional de normas, tendo como finalidade assegurar a integridade de seus participantes. Ressalta, ainda, que o transito é produzido pelo comportamento dos indivíduos e seus efeitos no ambiente, que por suas características físicas, desencadeia certos comportamentos e impede a ocorrência de outros.

Madeira (2009) esclarece que para compreender o transito não basta discutir apenas seus problemas de congestionamentos e acidentes, mas analisar o comportamento considerando seus interesses e necessidades. Sobre o tema, Vasconcelos (1998) ilustra que no trânsito acontece uma disputa do espaço coletivo pelo espaço físico, refletindo numa negociação do espaço, coletivo e conflituoso. Conforme o autor, tal negociação tem uma base ideológica e política que irá depender da forma como cada indivíduo se vê na sociedade e de seu acesso real ao poder.

Queiroz e Oliveira (2003) ressaltam que o comportamento no trânsito é influenciado tanto pelo comportamento, como pelo sistema de valores relacionado à dimensão sociocultural. Com base no que é explanado pelos autores, se mostra importante um conhecimento com proporções maiores dos contextos socioculturais

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e psicológicos para que o desenvolvimento de programas de capacitação, reabilitação e educação que promovam o comportamento adequado no transito, gerando a redução das consequências de acidentes graves e o alto custo social que se apresentam na atualidade.

2.1 Psicologia e trânsito

No Brasil, a história da psicologia do trânsito apresenta-se entre a década de 1930, quando se iniciaram as primeiras aplicações de instrumentos psicológicos de orientação e seleção profissional das ferrovias em São Paulo. Em torno de 1950 houve a contratação de psicólogos pelo DETRAN-RJ com objetivo de estudar o comportamento dos condutores. Isso ocorreu em razão do avanço da indústria automobilística e do aumento da demanda por segurança, formação e orientação dos condutores, a psicologia do trânsito direcionou suas atividades para o transporte rodoviário, a fim de tentar frear o aumento nos índices de acidentes (Mange, 1956; Trench, 1956). Foi sancionada a Lei 9545, que instituía o Exame Psicotécnico para candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sendo o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) o responsável por tal atividade. Desse modo, desde 1951 até hoje, a avaliação psicológica (psicotécnico) se inseriu no processo de habilitação, sendo atualmente uma etapa preliminar, obrigatória, eliminatória e complementar para todos os condutores e candidatos a obtenção da habilitação. (SILVA&ALCHIERI, 2007)

Discorrendo sobre o assunto, verifica-se que durante anos o psicólogo perito em transito só faz avaliações de DETRAN, selecionando candidatos que poderão ou não ser motoristas, segundo Machado (2000), faz-se isso com o mínimo grau de certeza, sem pesquisas para basear o trabalho , segundo ela, nem o perfil de bom motorista foi realizado ainda, utiliza-se testes pouco adequados a nossa realidade social, também faz-se a avaliação de forma desintegrada, profissionais desta área não se falam e às vezes não se conhecem.

Teles (2003) define a Psicologia do Transito, como, uma observação para compreender o homem e seu comportamento facilitando a convivência entre os mesmos. A Psicologia de Trânsito passou a ser definida como “uma área da Psicologia que investiga os comportamentos humanos no trânsito, os fatores e processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou os alteram” (Conselho Federal de Psicologia, 2000, p. 10).

Segundo Hoffman e Cruz (pag. 17, 2007) a evolução da psicologia do trânsito no Brasil pode ser estruturada em 4 grandes etapas:

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... a primeira compreende o inicio do exame por meio de técnicas psicológicas até a regulamentação da psicologia como profissão; a segunda corresponde a regulamentação da psicologia de transito como matéria cientifica; a terceira o seu desenvolvimento dentro da área e sua presença no meio interdisciplinar e a quarta foi marcada pela aprovação no Código de Transito Brasileiro (Lei 9.503 de 23/09/97), e por um período de maior sensibilização da sociedade e dos psicólogos do transito no que remete à politicas públicas de saúde, educação e segurança relacionadas a circulação humana.

Hoffman (2003, p.21), por sua vez, define como: o estudo do comportamento do usuário das vias e dos fenômenos psicossociais subjacentes ao comportamento. Rozestraten (1998), por sua vez, apresenta como uma ciência que investiga o comportamento dos participantes no trânsito indistintamente, não excluindo ninguém. Dessa forma, a finalidade incide em estudar e analisar o comportamento humano relacionado ao trânsito, sobretudo, no que se refere ao comportamento dos sujeitos que compõem o contexto viário, sejam eles passivos ou ativos, como: pedestres, ciclistas, condutores de veículos ou motociclistas.

A Psicologia do Trânsito tem por objeto o comportamento dos cidadãos que participam do trânsito, procurando entender esse comportamento pela observação e experimentação, do inter-relacionamento com outras ciências que estudam o trânsito e ajudar, por meio de métodos científicos e didáticos, na formação de comportamentos mais seguros e condizentes com o exercício de uma perfeita cidadania. (ROZESTRATEN, 2003).

Ainda na concepção de Rozestraten (1988), os processos que envolvem a Psicologia do transito não são tão simples, pois incluem: atenção, detecção, diferenciação, percepção, tomada de processamento de informações, memória de curto prazo e longo prazo, aprendizagem, conhecimento de normas e símbolos, motivação, tomada de decisões, habilidade para executar manobras rápidas, capacidade de reagir prontamente o feedback, previsão de situações, bem como uma série de atitudes em relação aos outros usuários, as normas de segurança, limite de velocidade, entre outros.

Com a estruturação da profissão, foi na década de 80 que se intensificaram as discussões sobre a avaliação psicológica e o trânsito, com isso vieram os vários congressos nacionais e neles começaram a surgir duras críticas sobre a avaliação psicológica para aquisição da CNH. Com isso, vários teóricos passaram a apresentar propostas na busca de solucionar as dificuldades. Em 1986, José Sollero Neto apresenta em publicação da revista Psicologia: Ciência e Profissão,

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modificações na legislação do trânsito, propondo especificar os processos psíquicos elementares do comportamento do motorista e sugerindo os exames complementares, assim como a preparação adequada dos profissionais e a fiscalização desse trabalho. (RUEDA, 2011).

Em seguida, a resolução 168/2004 (CONTRAN, 2004) que estabelece normas e procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, a realização dos exames, a expedição de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados, de reciclagem e dá outras providências; e mais recentemente a resolução 267/2008, que dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Em 01 de julho de 2008 estabelece a resolução 287 que altera a Resolução nº 267, de 15 de fevereiro de 2008, do CONTRAN, e dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º e 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

A cada resolução instituída pelo CONTRAN, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) acompanha o processo publicando resoluções que respaldam o trabalho do Psicólogo no Trânsito. Neste sentido, em 19/12/2002 o CFP estabeleceu a resolução nº 16/2002 que dispõe o trabalho do psicólogo na avaliação psicológica de candidatos à carteira nacional de habilitação e aos condutores de veículos automotores, normatizando e qualificando os procedimentos relacionados à prática de avaliação psicológica devendo ser realizados em espaços exclusivos e adequados para esse procedimento, não podendo haver nenhum tipo de vínculo com os Centros de Formação de Condutores (CFCs), cumprindo com isso, o novo Código de Trânsito Brasileiro - CTB. (CFP, 2002).

Tendo em vista auxiliar o psicólogo na produção qualificada de documentos escritos decorrentes da avaliação psicológica, o CFP institui através da resolução nº007/2003, o Manual de Elaboração de documentos escritos produzidos pelo psicólogo, decorrente de avaliação psicológica e revoga a resolução 17/2002. O referido Manual dispõe sobre os seguintes itens: Princípios Norteadores, Modalidades de Documentos, Conceito/Finalidade/Estrutura, Validades dos Documentos e Guarda dos Documentos. (CFP, 2003).

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Em 19 de maio de 2011 o CFP publica a resolução nº 009/2011que altera o texto do anexo II da resolução nº 07/2009, sobre os referenciais de interpretação dos testes aplicados no contexto do trânsito, recomenda-se que sejam utilizadas normas específicas e/ou gerais dos instrumentos, e que sejam seguidas as orientações previstas nos respectivos Manuais para análises dos dados encontrados. (CFP, 2011).

Machado (2000) ressalta, que a história do trânsito transcorre de forma dinâmica e rápida com as novas tecnologias, novas máquinas, novo estudo de segurança, leis, motoristas a cada instante, novas mortes, perdas, mutilações e sofrimento a cada instante. Inserido nesse imenso problema social está o psicólogo aplicando e aprovando ou reprovando, como que isolado em sua especialidade, protegido do furacão, às voltas com seus testes e entrevistas.

Portando, a Psicologia do Trânsito, apresenta elementos para o ser humano e para a sociedade, por meio do estudo de uma variedade de comportamentos nas diferentes situações em relação ao trânsito, oferecendo métodos educativos e sugerindo práticas para a melhoria da mobilidade no contexto viário, visando a segurança e a redução dos riscos de acidentes.

O novo Código de Trânsito Brasileiro e as resoluções publicadas atribuem ao trabalho do psicólogo: seriedade, compromisso e responsabilidade. Com isso, no momento atual faz-se necessário o aprofundamento sobre a avaliação psicológica na área do trânsito em conformidade às discussões sobre mobilidade humana e urbana e as políticas públicas implantadas.

2.2 Avaliação psicológica

A avaliação psicológica é um processo que constrói conhecimento por meio de aspectos psicológicos, com objetivo de produzir, orientar, monitorar e encaminhar ações e intervenções sobre a pessoa avaliada, e, solicita cuidados no planejamento, na análise e na síntese dos resultados obtidos. (Conselho Federal de Psicologia, 2010, p. 16). Pasquali (1999) comenta que avaliação tem uma história recente e ressalva que se deve aos psicólogos do fim do século XIX a sua origem, formal e sistemática.

Tendo como premissa ser de uso privativo do psicólogo a lei 4.119/62, a avaliação psicológica refere-se à obtenção, análise e interpretação de informações

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psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos confiáveis; que apresentam alto grau de precisão e validade. Existem procedimentos que exigem o uso de regras objetivas e outros exigem a intervenção interpretativa do examinador. (ALCHIERI, 2000)

No inicio da década de 90 tem se renovado o interesse pelos testes e outros instrumentos de avaliação psicológica. Foi resultado da criação e/ou consolidação de laboratórios de pesquisa, dedicados ao tema, como o LabPAM ( Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Medida), na universidade de Brasília. Porém IBAPP (Instituto Brasileiro de Avaliação e Pesquisa em Psicologia) foi destinado como o marco principal de referencia no cenário nacional. (GOUVEIA, SILVA, SILVA, ANDRADE, SILVA FILHO, COSTA, 2002).

A avaliação psicológica visa obter amostras do comportamento do indivíduo. Inclui a coleta de dados, avaliação e análise de dados apropriados ao objetivo que se propõe. Utiliza-se de métodos, técnicas e instrumentos para se chegar a um diagnóstico prognóstico. (MACHADO, 2007, p.13 e 19). É uma atividade profissional bastante questionada e controvertida na Psicologia, se deu com a rotulação dos doentes e débeis mentais e foi criticada pelos seus métodos psicofísicos e pela pouca precisão cientifica de seus resultados (ANASTASI & URBINA, 2000, ANCONA- LOPES, 1987).

Para Pasquali (1992), apud Noronha (2002) as contestações e os questionamentos continuarão, sendo necessárias a superar outras que são devindas a natureza e incompreensões de outra natureza. Segundo o autor, ainda são presentes os questionamentos de se realizar ou não avaliação psicológica em determinadas áreas de atuação. Parece inconcebível o fato de que intervenções ocorram, sem que antes tenham se precedido avaliações, já que é fundamental para uma atuação adequada. Aftanas (1994) ainda diz em seu estudo que a avaliação deve ser considerada uma avaliação primária. Para Witter e David (1996) serve para orientar uma ação mais segura e adequada do profissional em seu trabalho.

Já Primi (2010), a avaliação psicológica é geralmente entendida como uma área aplicada, técnica, de produção de instrumentos para o psicólogo, visão certamente simplista da área. A avaliação psicológica não é simplesmente uma área técnica produtora de ferramentas profissionais, mas sim a área da psicologia responsável pela operacionalização das teorias psicológicas em eventos observáveis. Percebe-se assim que a avaliação psicológica é uma atividade

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complexa e constitui-se na busca de conhecimento a respeito do funcionamento psicológico das pessoas, de tal forma a poder orientar ações e decisões futuras. Esse conhecimento é sempre gerado em situações que envolvem questões e problemas específicos.

Machado (2007, 9. 17-18) a avaliação psicológica, para o psicólogo abrange dimensões nas áreas:

a) Técnica – o profissional precisa ter vasto conhecimento das técnicas que pretende utilizar;

b) Relacional – conhecimento dos mecanismos transferênciais e contratransferências presentes no momento da avaliação;

c) Ética – deve reger o trabalho do profissional;

d) Legal – questionamento atuais sobre esta dimensão;

e) Profissional – implicações e consequências de ordem profissional no momento de uma avaliação;

f) Social – reflexões mais amplas que dizem respeito a sociedade.

Portanto os resultados das avaliações devem considerar e analisar os dados históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servir como instrumentos para atuar não somente sobre o sujeito, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica.

2.3 Avaliação psicológica no contexto do trânsito

Avaliação psicológica no contexto do trânsito é recente no país, iniciou por volta da década de 1950, quando passou a ser definida como “área da psicologia que investiga os comportamentos humanos no transito, os fatores externos e internos, conscientes e inconscientes no transito, os fatores internos e externos, conscientes e inconscientes que os provocam ou alteram”. (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2000 p. 10 apud LAMOUNIER&RUEDA, 2005, p. 36).

A avaliação psicológica é uma função privativa do psicólogo, assegurada pela Lei N.º 4.119 de 27/08/62, que pretende investigar aspectos da personalidade de determinado sujeito no seu respectivo contexto de vida,

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segundo a queixa apresentada e suas específicas características. Entendida como um processo no qual o psicólogo pode ou não utilizar testes, inclui o Psicodiagnóstico, este sim, definido como um procedimento científico que, necessariamente, utiliza testes psicológicos. Esta técnica visa abarcar os aspectos passados, presentes (psicodiagnóstico) e futuros (prognóstico) da personalidade avaliada, por meio de métodos e técnicas psicológicas reconhecidas. (AMENDOLA, 2004, p26)

A avaliação é uma exigência do Código de Transito Brasileiro e do conselho Nacional de Trânsito e regulamentada pelo conselho Federal de Psicologia, sendo uma atividade restrita do psicólogo. O processo ministra informações cientificamente fundamentadas que possibilita um diagnóstico visando orientar, sugerir e sustentar o processo de tomada de decisão em algum contexto específico. Desse modo, os psicólogos de trânsito fazem uso da avaliação psicológica para investigar as características psicológicas dos candidatos à obtenção da CNH ou da mudança da categoria da CNH ou ainda para registro de estrangeiros ou para fins psicopedagógicos (instrutor de auto escola). ( LAMOUNIER&RUEDA, 2005).

A Avaliação Psicológica, infelizmente, é vista como mera formalidade, que não há utilidade em sua execução, que todos os candidatos passam, etc. A população em geral e mesmo a classe de psicólogos não tem esclarecimento sobre seus objetivos e importância, criando , à partir da ignorância e auxiliados pelo senso comum, uma série de concepções errôneas do trabalho do psicólogo em DETRAN’s. Os exames respeitados pela população em geral são os de Legislação e Sinalização. (MACHADO, 2000)

A questão acima representa uma séria dificuldade para a atuação dos profissionais, já que o sujeito reage à frustração da nova avaliação como fosse o primeiro, o que gera grande resistência à avaliação. Uma das críticas dos profissionais, é a de ter que avaliar o candidato sem o mesmo estar disponível para tal, não tem o desejo pela avaliação, o que torna muito difícil tecnicamente, exigindo do profissional uma grande habilidade para transpor estar barreiras antes de poder continuar seu trabalho, que sem a colaboração do sujeito, fica impossível de ser realizado. (MACHADO, 2000)

É tida como indispensável na avaliação do candidato a condutor, poios se utiliza de técnicas e instrumentos confiáveis, validados pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia), podendo o profissional perito em transito, com os instrumentos concluir se uma pessoa está apta ou não naquele momento de sua vida. Para tal

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função o profissional deve estar capacitado, visto que é uma avaliação que engloba várias áreas do funcionamento humano. (MACHADO, 2000)

O Código Brasileiro define o processo de avaliação psicológica como uma etapa preliminar, obrigatória, eliminatória e complementar para todos os candidatos à obtenção da CNH, assim como na renovação desse documento no caso de motoristas que trabalham exercendo atividade remunerada conduzindo veículos. (BRASIL, 2002).

É um processo técnico cientifico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos dos indivíduos, um processo de conhecimento do outro de forma cientifica e especializada. Sugere resultados que podem ser positivos e negativos para o avaliado.

Com a vinda do novo Código de Trânsito, perceberam-se algumas mudanças, como os Cursos de Capacitação, para atuação na área, trabalhos mesmo que isolados na área da Psicologia do Trânsito, Especializações com abordagem multidisciplinar do transito, associações de profissionais, como a recente Associação dos Psicólogos de Trânsito do Estado do Paraná. Com o Veto Presidencial ao exame Psicológico aconteceram os fóruns Regionais de Psicologia de Trânsito e o Fórum Nacional de Psicologia do Trânsito, onde nasceram as Comissões de Trânsito do Conselho Regional de Psicologia – 8a

Região, já existentes em Curitiba, Londrina e Maringá. (MACHADO, 2000)

A indicação da avaliação psicológica para motoristas implica na existência de pessoas que podem e outras que não podem dirigir, sendo um selecionador de indivíduos que apresentam bom e mau desempenho no papel de condutor. Essa necessidade vem em função do crescimento do numero de veículos que disputam espaço restrito e onde é exigida uma série de habilidades daqueles que participam desse espaço chamado transito, para que ele cumpra sua intenção de deslocamento de forma dinâmica e segura.

Dentre os instrumentos psicológicos utilizados para a avaliação psicológica encontram-se os testes, entrevistas, questionários e observações. Para os candidatos a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a entrevista individual e os testes são obrigatórios para a realização da avaliação psicológica.

Ressalva-se que o objetivo da Avaliação Psicológica Pericial no contexto de Trânsito nunca foi o de predizer se um determinado indivíduo viria a se envolver em acidente ou não, e sim de realizar um trabalho preventivo, no qual fosse possível

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diminuir as possibilidades de um motorista se expor a situações de risco. Por conseguinte, não é possível prever se uma pessoa que apresenta traços agressivos e impulsivos vá manifestar esse comportamento no trânsito ou em qualquer outra situação, ela pode simplesmente canalizar esse comportamento quando dirige e manifestá-lo em outra conjuntura. Por ser um trabalho preventivo, verifica-se a necessidade de evitar que o avaliando dirija e se exponha em situações de risco podendo envolver outras vitimas. (LAMOUNIER&RUEDA, 2005).

Alguns autores consideram a Avaliação Psicológica no trânsito desnecessária, e com base nisso dirigem críticas aos profissionais da área e aos instrumentos que são utilizados (Gouveia, Silva, Silva, Andrade, Filho & Costa, 2002). É certo que existem muitos profissionais pouco capacitados para serem peritos examinadores de trânsito, mas essa verdade também se encaixa nas diversas áreas da Psicologia e da Ciência. Talvez por ser uma das áreas com que a população de modo geral tenha mais contato, esteja mais vulnerável a exposições e críticas.

A crítica que recai à avaliação psicológica é sobre as técnicas empregadas que não se modernizam a falta de preparo dos profissionais e a credibilidade dos testes (ALCHIERI; STROEHER, 2002). Nos últimos anos, vários estudos estão sendo realizados para responder a questionamentos e promover melhorias no processo. Por ser uma área nova, as pesquisas são escassas, mas há um interesse dos profissionais em aprimorar suas técnicas e alcançar seus objetivos.

O que se percebe com a função de Psicólogo Perito em transito é uma falta de esclarecimento à população em geral a respeito do trabalho nesta área, algumas premissas vêm mudando durante os anos, porém ainda se recebe indivíduos com a visão de que sua avaliação gira em torno de ser ou não caracterizada como louca.

Como facilitador a minimizar tais questões o psicólogo avaliador deve sempre estabelecer um contrato de trabalho com o candidato, deixando o mais claro possível como vai acontecer o processo, quais são as possibilidades de aprovação, reprovação e aproveitar todas as oportunidades possíveis para esclarecer à população em geral à respeito do seu trabalho e da responsabilidade social do mesmo, desmistificando as fantasias e irrealidades com que se apresentam durante o processo, além de deixar aberto a comunicação para que se tirem as dúvidas referentes a avaliação em que se encontram.

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2.4 Papel do psicólogo na avaliação psicológica para o transito e perfil para motorista.

Lamounier e Rueda (2005, p.19) explicam que a Psicologia do Transito e a Avaliação Psicológica são áreas fins, consistem em um processo técnico cientifico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos. Completam ainda, que por meio do processo de avaliação é possível obter informações cientificamente fundamentadas que possibilitam um diagnóstico que visam orientar, sugerir e sustentar o processo de tomada de decisão em alguns contextos.

Trata-se de uma ramificação da psicologia com o intuito de investigar o comportamento das pessoas nesse campo e os elementos tanto interno como externos, objetivos e subjetivos capazes de provocar ações e reações das mais variadas. Machado (2007) entende que a avaliação psicológica é um processo dinâmico que busca conhecer por meio de métodos científicos, ou seja, um trabalho especializado cuja intenção é obter amostras de comportamentos.

Avaliando o assunto em questão, remete-se que um dos maiores desafios ao trabalho do psicólogo de trânsito sempre foi à construção do perfil de um bom motorista, cuja fundamentação científica ainda não foi alcançada, porém, a importância de se conhecer o perfil de um bom motorista estaria na possibilidade de se desenvolver ferramentas de avaliação psicológica em conformidade com este perfil, e que, portanto, selecionariam adequadamente os candidatos à carteira de habilitação (FARINA apud SCHWARZER, 2006).

De acordo com Silva (2010) o psicólogo deve focar as suas analises de acordo com o que deva analisar isso implica para a Psicologia do Trânsito em levar em consideração os aspectos subjetivos, não devendo traçar um perfil das funções patológicas ou os agravantes determinantes da saúde mental, mas observar os aspectos pertinentes ao trânsito.

Os comportamentos e processos cognitivos e emocionais analisados são amplos, como memória curta e longo prazo, tempo de reação, capacidade de aprendizagem, processo de detecção, o processo de diferenciação, tomada de decisão, e os diferentes tipos de atenção.

Segundo Hutz (p. 79, 2011) no Brasil, por muito tempo o teste psicológico foi rejeitado na prática profissional, por não atingir as expectativas injustificadas que se

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tinha a respeito dele, e não oferecia a confiabilidade necessária. A qualidade técnica do teste foi muito questionada, não sem razão, o que gerou a criação de resoluções instauradas pelo conselho Federal de Psicologia, as quais determinaram que os testes devem ser submetidos a um processo de avaliação para que, uma vez atendidas as condições sejam disponibilizas para uso profissional.

Sem contar com dados precisos é muito comum a sensação de insegurança que vem sido causada em pedestres e demais condutores pelas atitudes e comportamentos de alguns condutores no espaço viário. Veem-se agressões no volante, imprudência e imperícia no transito, desatenção e negligencia nas ruas, irresponsabilidade. Pouco se sabe sobre quais fatores permitiriam diferenciar com exatidão os bons dos maus condutores, é uma tarefa que exige muita atenção dos profissionais da psicologia que se interessam neste tipo de comportamento.

Os resultados das pesquisas ainda não permitem traçar um perfil, isto, não impede que os departamentos de Trânsito se esforcem nessa direção, definindo o bom condutor nos seguintes termos (MACHADO, 2001) apud Gouveia, Silva, Silva, Andrade, Silva Filho, Costa (2002); pessoas que pouco se acidentam ou quase não se envolvem em problemas de trânsito; e em sua vida agem de forma respeitosa, solidaria e consciente, o que levam a dirigir de forma educada, respeitando as normas, cientes dos riscos e valorizando a vida de todos inclusive a sua.

Com base no exposto, ressalta-se que é papel do psicólogo do transito atuar no processo de habilitação, realizando avaliação psicológica pericial de motoristas, sendo este um procedimento obrigatório para todos os candidatos à obtenção da carteira de motorista e na sua renovação, como diz o Código de Transito Brasileiro.

Assim, a concessão da CNH passou a ser considerado um direito adquirido, porém, o candidato deve provar possuir capacidade para conduzir um veículo em segurança, por meio de uma bateria de testes e exames cognitivos, emocionais e comportamentais.

Além disso, Amaral (2001) propõe que haja uma uniformidade nas aulas práticas e teóricas, no treinamento e nos exames. O autor considera que dirigir em alta velocidade exige respostas rápidas e precisas, demandando outros critérios além dos que foram citados.

Compreende-se a necessidade da validade do documento de habilitação ser temporária e não mais permanente, sendo necessárias verificações periódicas das condições mínimas de capacidade física e psíquica dos motoristas bem como a

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definição da forma e dos critérios e da forma de avaliação dessa capacidade conforme o tipo de habilitação, uma vez que, diferentes categorias de veículos, exigem diferentes habilidades (SILVA; GÜNTER, 2009). Importante ressaltar que existem várias técnicas de avaliação, sendo todas importantes requerendo planejamento adequado e a execução cautelosa para se alcançar resultados coerentes.

Percebe-se que existem diferentes aspectos a considerar no momento de decidir sobre a adequação da necessidade da avaliação psicológica. O futuro depende da capacidade dos psicólogos em realizar adequadamente sua atividade e mostrar a utilidade de seu serviço.

2.5 Entrevista

Conforme resolução do CFP, 007/2009, “a entrevista psicológica é uma conversação dirigida a um propósito definido de avaliação. Sua função básica é equipar o avaliador de subsídios técnicos acerca da conduta do candidato, completando os dados obtidos pelos demais instrumentos utilizados”. Neste sentido, a entrevista psicológica é efetuada pelos psicólogos no exercício de suas atividades e possibilita formular um julgamento, uma orientação nos diversos contextos da avaliação psicológica.

A entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais relacionais ou sistêmicos, em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas. (TAVARES, p 45,2000).

Bleger (1980) a define como um campo de trabalho no qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos, permitindo ao profissional acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de se estruturar e de se relacionar, mais de que qualquer outro método de coleta de informação. (TAVARES, 2000). Na entrevista psicológica, o profissional deve saber escutar, observar, entender e no momento adequado dar a interpretação do conteúdo. Ela é baseada no relado do entrevistado juntamente com a observação do psicólogo.

Cabe ao psicólogo exercer papel de investigador e de profissional, respaldado na ética e na ciência, interpretando e avaliando os fenômenos inerentes ao

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comportamento humano. Bastos (2000) ressalta que o profissional dever ser flexível, sem mostrar-se displicente, deve buscar rigorosidade , não sendo rígido e dogmático, sabendo ouvir, suportar ansiedade, a expectativa e a frustação do entrevistado.

No contexto do trânsito geralmente é utilizada um modelo semiestruturado para a coleta de informações, que permite uma padronização deste instrumento, conforme institui a resolução nº 007/2007-CFP que apresenta os indicadores como informação básica: 1. Identificação pessoal; 2. Motivo da avaliação psicológica; 3. Histórico escolar e profissional; 4. Histórico familiar; 5. Indicadores de Saúde / doença; 6. Aspectos da conduta social.

A entrevista psicológica, não deve ser uma simples conversa ou a realização de um inquérito de “perguntas e respostas”, porém, um momento para conhecimento e compreensão do candidato, portanto a sequencia dos itens acima não deverão seguir necessariamente a sequencia citada acima.

Na avaliação Psicológica no contexto do trânsito além da entrevista inicial, de acordo com a resolução do CFP nº 007/2009, “Fica o psicólogo obrigado a realizar a entrevista devolutiva, apresentando de forma clara e objetiva, a todos os candidatos, o resultado de sua avaliação psicológica”, orientando aos Aptos, Inaptos Temporários e Inaptos os procedimentos que poderão auxiliar na sua adequação futura. Aos aptos, quando apresentarem desempenhos na avaliação psicológica condizentes para a condução de veículo automotor na categoria pretendida; Aos Inaptos Temporários, quando não apresentarem desempenho condizente para a condução de veículo automotor, porém passível de adequação e aos Inaptos quando não apresentarem desempenho condizente para a condução de veículo automotor.

Neste sentido é importante por parte do entrevistador responder ao entrevistado que eleva a voz e se exalta sempre em voz baixa e mostrando que está sendo inadequado e hostil. (DALGALARRONDO, 2008). O profissional deve criar um contexto esclarecedor do resultado da avaliação psicológica do sujeito, apresentando esse resultado de forma clara e objetiva.

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2.6 Testes Psicológicos

O desenvolvimento da avaliação psicológica dependeu do desenvolvimento das estratégias que permitiram derivar inferências acerca do funcionamento psíquico humano. (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010). A resolução no 002/2003 do Conselho Federal de Psicologia assumiu papel importante quanto à atuação do Psicólogo de Trânsito, uma vez que definiu e regulamentou o uso, elaboração e comercialização dos testes psicológicos.

Esta resolução aprimorou os instrumentos e procedimentos de trabalho do psicólogo, bem como revisão periódicas das condições dos métodos e técnicas, com objetivo de garantir a qualidade técnica e ética à população usuária desses serviços. O artigo 1o da referida resolução estabelece que:

Art. 1º - Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo.

Parágrafo único: Para efeito do disposto no caput deste artigo, os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos (BRASIL, 2003).

As técnicas utilizadas para avaliação psicológicas têm provocado questionamentos, tanto no que se refere à qualidade dos instrumentos, de maneira geral, ao uso que os psicólogos fazem dos instrumentos, bem como em relação à validade geral dos resultados da avaliação psicológica. (NORONHA, PRIMI, ALCHIERI, 2004)

Os autores acima citados ainda ressaltam, que o comportamento humano é complexo e com base nisso sua avaliação também deve ser. Os instrumentos propõem tarefas específicas às pessoas como forma de se observar a manifestação de características psicológicas. Da forma como respondem, características específicas podem ser apresentadas. Porém se um instrumento não possui validade para análise, não há segurança para as interpretações sobre as características sugeridas nas repostas.

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Segundo, Noronha, Primi e Alchieri (2004), outra característica ligada à validade dos instrumentos é a precisão assim como a padronização do material. Como nenhuma avaliação é livre de erro, este também deve ser levado em consideração para estimar o tamanho do erro esperado (ou erro padrão) cometido nas avaliações.

A inexistência de padronização brasileira ou a padronização inadequada no Brasil pode trazer dificuldades nas interpretações dos resultados, já que as pessoas serão comparadas com expectativas que podem ser inapropriadas. Outro ponto importante é a de que muitos profissionais não pensam criticamente a respeito dessas questões ao utilizar um instrumento psicológico. (LANDEIRA-FERNANEZ, & PRIMI, 2002, PASQUALI, 2002).

A medida tomada pelo CFP, no que se refere à avaliação dos testes comercializados, e a indicação, aos profissionais, dos que possuem condições mínimas, teve um grande impacto para reverter o problema. O movimento promoveu o crescimento da área, considerando que bons instrumentos e profissionais competentes e embasados por uma adequada formação profissional tendem a gerar ações mais qualificadas. ((NORONHA, PRIMI, ALCHIERI, 2004).

Com base neles, as principais técnicas usadas para Avaliação Psicológica no Transito são: entrevistas, observação, testes psicológicos. Um dos testes mais usados para avaliação de condutores é a Bateria de Funções Mentais para Motoristas, BFM, pode ser aplicada de forma individual ou coletiva. A finalidade é estabelecer uma investigação, avaliação, classificação e padronização das funções psíquicas consideradas fundamentais para dirigir um veículo, avaliando os 3 tipos de atenção: atenção concentrada , atenção discriminativa, atenção difusa, função de memória, considerada fundamental ao condutora na utilização de um veículo, raciocínio lógico de placas e inteligência não verbal, investiga operações mentais envolvidas no raciocínio lógico dos candidatos a motoristas.

A resolução no 12/2000 do Conselho Federal de Psicologia determina que para avaliar o perfil do candidato à CNH devem ser considerados aspectos como: nível intelectual, o nível de atenção, nível psicomotor, a personalidade e o nível psicofísico.

Rueda e Gurgel (2008) explicam que nos testes de avaliação para condutores que procuram por categorias, C, D, E, seria interessante, criar normas específicas,

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visto que o grupo deva apresentar níveis de atenção concentrada mais elevados, já que transportam outras pessoas sob sua responsabilidade.

Além dos dados cognitivos, são analisados, emocional e personalidade. O instrumento usado em sua maioria pelos profissionais é do teste Palográfico, que poder ser para uso tanto individual e coletivo, busca analisar dados já observados na entrevista ou outros mais significativos que de apresentam no teste naquele momento.

Observa-se que a Avaliação psicológica é um requisito indispensável a concessão da carteira nacional de habilitação, sendo exigência do Conselho Nacional de Trânsito. Nota-se a extrema importância do seu uso, porém ainda sofre com a falta de perspicácia por parte dos psicólogos e da sociedade.

2.7 Principais testes Psicológicos utilizados na avaliação coletiva para obtenção de CNH

Souza Filho, Belo e Gouveia (2006) discorrem que o início da Psicologia enquanto disciplina científica, sempre foi constante a tentativa de realizar objetivamente diferenciações de variáveis psicológicas. Nesse contexto, surgiram os testes psicológicos, que assumiram, ao longo dos anos, um caráter emblemático da Psicologia e justificam, até certo ponto, a associação entre a figura do psicólogo e a administração de testes realizada pelo grande público.

Os autores acima, ainda ressaltam que os testes psicológicos têm provido contribuições tanto no campo teórico, em pesquisas básicas e aplicadas, como no campo prático, onde são fundamentais na realização de diagnósticos, seleções e classificações, orientações e treinamentos. (SOUZA FILHO, BELO E GOUVEIA, 2006)

Para Noronha et alli (2002) há muita polêmica em torno dos testes psicológicos. Inicialmente por serem medidas basicamente psicofísicas, que se resumiam a observações diretas dos fenômenos a serem medidos. Posteriormente, e ainda hoje, os testes são muitas vezes discriminados pela própria comunidade psicológica. Ainda estão presentes as incorreções e as más interpretações a respeito do significado e da importância desse tipo de material. São muitos os autores que fizeram extensas discussões sobre o tema.

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Discorrem, ainda, sobre as dificuldades que os pesquisadores brasileiros vêm enfrentando, ou seja, não se encontram facilmente referências sobre os procedimentos nacionais de construção, revisão ou padronização. Assim como não há uma sistematização dos instrumentos disponíveis ou da qualidade que cada um possui. A Resolução no 25/2001, concedida recentemente pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2001), vêm satisfazer esta necessidade, que é a de oferecer padrões de qualidade e condições de trabalho aos psicólogos que utilizam testes psicológicos. Acredita-se que algumas críticas recebidas poderão ser minimizadas, uma vez que o CFP instituiu que testes que não passarem por revisões sistemáticas ou que não apresentarem dados de pesquisa sobre suas qualidades, serão retirados do mercado profissional. (NORONHA et ali, 2002).

De acordo com Portugal e Santos (1991), o sistema de trânsito, pela sua ordem e importância social, necessita de uma estrutura organizacional que propicie não apenas a captação e formulação mas, principalmente, a implementação de políticas públicas para o setor. Ainda segundo estes autores, os órgãos de trânsito são responsáveis por objetivos cujo efetivo alcance está diretamente relacionado com múltiplos fatores, a saber: (1) o adequado nível de articulação e a devida definição de competência entre eles e outros órgãos atuantes no setor; (2) o grau de compatibilização dos recursos disponíveis (humanos, materiais, financeiros, etc.) com o esforço requerido para o cumprimento pleno de suas atribuições; e (3) o nível de aproximação da resultante das forças e pressões sociais em relação aos reais interesses da população.

Embora sem contar com dados precisos a respeito, o que se sabe é a sensação de que os comportamentos e atitudes de vários condutores no espaço viário têm, frequentemente, causado insegurança aos pedestres e aos demais condutores. Fala-se em agressão no volante, imprudência e imperícia no trânsito, desatenção e negligência nas ruas, irresponsabilidade. Não obstante, pouco se sabe sobre o que realmente ou quais fatores permitiriam diferenciar com exatidão os bons dos maus condutores. Esta é uma tarefa que exige atenção dos profissionais da Psicologia interessados no comportamento no trânsito, que contam com a vantagem de dispor de: sujeitos cativos e um banco de dados informatizado e permanente onde figuram a quantidade e os tipos de infração no trânsito. Por exemplo, sem ir muito longe, seria possível relacionar os resultados dos exames psicológicos de cada condutor com o seu desempenho em situação real no trânsito. Isto geraria um

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modelo explicativo o qual ajudaria a traçar um perfil do bom condutor, e auxiliaria na seleção dos instrumentos psicológicos mais adequados neste contexto. GOUVEIA et ali, 2002).

2.7.1 Teste de Atenção

A habilidade de atenção é de fundamental importância para o transito, é um dos requisitos essenciais para obter a CNH, para que o sujeito possa se orientar no tráfego de veículos, na discriminação de leituras de placas, orientação de espaço, tomada de decisão rápida.

A forma mais usada para avaliação dessa habilidade é a BFM 1,(Bateria de Funções Mentais para Motoristas - 1) , de Emílio Carlos Tonglet, voltado para os motoristas. A Bateria de Funções Mentais para Motorista (BFM-1) obteve parecer favorável do CFP. Esta Bateria, segundo Tonglet (2007, p. 22), “se constitui num conjunto de instrumentos psicológicos destinados à investigação, avaliação, classificação e padronização das funções psíquicas consideradas fundamentais para o condutor”. Os testes de atenção da BFM-1 são particularmente importantes, pois “o examinando [...] em certo momento tem que utilizar sua atenção de forma difusa, num outro momento precisa empregar sua atenção de maneira concentrada e ainda em outro instante focaliza sua atenção de modo discriminativo” (TONGLET, 2007, p. 24).

Assim, verifica-se que os testes da BFM-1 avaliam três aspectos da atenção: a atenção difusa (TADIM), a atenção concentrada (TACOM) e a atenção discriminativa (TADIS). A atenção difusa é chamada de função de vigilância e consiste na capacidade de estar atento e em busca de estímulos; é uma função mental que focaliza diversos estímulos dispersos espacialmente de uma só vez. A atenção concentrada consiste na capacidade de selecionar o estímulo relevante do meio e dirigir sua atenção para esse estímulo; é uma função mental de focalização. A atenção discriminativa é uma função mental que, ao focalizar estímulos diferentes, separa-os considerando somente o estímulo de interesse e emite respostas específicas a ele (BRAGA, 2007).

Na avaliação psicológica de candidatos à primeira habilitação, Tonglet (2007) afirma ser importante que os três níveis de atenção sejam considerados para que o desempenho dos testes seja analisado de forma integrada. Os três testes de

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atenção da BFM 1 têm sido utilizados na avaliação psicológica no trânsito em candidatos à obtenção da CNH e, para isso, as placas de sinalização de trânsito são apresentadas como estímulo.

2.7.2 Teste de Raciocínio Lógico

A inteligência é também uma capacidade avaliada no contexto de trânsito. Observa-se que a avaliação da inteligência ocupa, na maioria das vezes, um papel central na avaliação das capacidades das pessoas que desejam obter carteira de habilitação para dirigir veículos automotores. De acordo com Sisto, Bartholomeu e Fernandes (2005 apud NAKANO, SAMPAIO e SILVA, 2011), isso ocorre pelo fato da inteligência ser um aspecto socialmente valorizado e por existirem pesquisas que revelam existência de relação entre inteligência pobre e maior envolvimento em acidentes de trânsito, assim como maiores dificuldades de aprender a dirigir e no próprio ato de dirigir.

O Teste de Raciocínio Lógico de Placas (TRAP-1), que faz parte da BFM-3, foi elaborado com a finalidade de investigar, avaliar e mensurar o raciocínio lógico dos candidatos à obtenção da CNH, motoristas que estão mudando a categoria, bem como aqueles profissionais que estão renovando os exames. O raciocínio lógico é a função mental cujo procedimento intelectual envolve a interação e conexão entre vários mecanismos do pensamento que são encadeados de modo lógico, com finalidade de adquirir e verificar um conhecimento. O TRAP-1 é composto de 40 questões e o encadeamento das questões obedece um grau de complexidade progressiva, sendo que pode ser aplicado com marcação dos tempos (10, 15, 20 minutos) ou com tempo livre. Compõem o material do teste: manual do BFM-3, caderno do teste, folha de respostas, crivo de apuração e crivo de análise de erros. Vale ressaltar que a validade do TRAP-1 foi dada através da validade simultânea com o R-1 (TONGLET, 2001).

2.7.3 Teste de personalidade

Os testes de personalidade representam a maior parcela de instrumentos disponíveis no mercado, visto que a avaliação é indispensável em diferentes contextos, assim como no contexto do trânsito (NORONHA et al, 2002). Os testes de

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personalidade procuram medir as características da personalidade, em um momento determinado. Conforme Tebaldi e Ferreira (2009), a personalidade do indivíduo não muda quando ele se senta diante do volante do carro. Ou seja, no trânsito, as características da personalidade, como o desejo de ser mais corajoso, podem aparecer com intensidade porque essas características fazem parte da vida do indivíduo. Sendo assim, avaliar as características da personalidade é fundamental para prevenir comportamentos de risco.

Dos testes de personalidade, o Teste Palográfico é amplamente utilizado. O Teste Palográfico teve validação, no Brasil, com os estudos do Professor Agostinho Minicucci, na década de 1960, que introduziu um Centro de Estudos de Grafoanálise (Análise da Escrita) e Testes Gráficos, sendo que, na década de 1970, o uso do Palográfico foi difundido largamente no país. (Universidade Estácio de Sá, 2003).

Para Vels (1982, apud ALVES e ESTEVES, 2009), o teste Palográfico pode ser aplicado tanto a crianças a partir dos oito anos quanto em adolescentes e adultos, tendo uma estrutura simples, que consiste na realização de traços verticais. Sua aplicação é dividida em duas partes, tendo a primeira duração de dois minutos e trinta segundos, não devendo ser avaliada, mas apenas com o objetivo de diminuir as inibições naturais que os testes produzem nos indivíduos. A segunda parte possui caráter avaliativo e dura cinco minutos, sendo controlado o tempo de realização a cada minuto, no qual se diz a palavra “sinal” quando o examinando deve fazer um traço horizontal e continuar a tarefa.

Para Vels (1982), a rapidez do grafismo revela a vivacidade dos processos motores, psíquicos e mentais, bem como a atividade, a prontidão da compreensão, da assimilação e da decisão. No Palográfico a velocidade está relacionada ao número de traços que o examinado consegue fazer em cada tempo e no total do teste.

A irregularidade ou à regularidade do ritmo no Palográfico é avaliada pelo nível de oscilação rítmica (NOR), que é uma comparação do número de palos realizados em cada intervalo de tempo. Se o ritmo é considerado normal, indica estabilidade emocional, constância, perseverança no trabalho, boa adaptação em relação à vida social, profissional e familiar.

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2.7.4 Teste de Memória

Segundo Rueda&Sisto (2007, pág. 15), desde quando a habilidade começou a ser estudada empiricamente, várias correntes teóricas e pesquisadores se propuseram definir o que se entendia pelo constructo. A primeira foi a empírica, que introduzia a teoria de associação por contiguidade, onde as idéias simples são baseadas em sensações que seriam vivenciadas simultaneamente em tempo e/ou espaço.

Investigações posteriores propuseram outros paradigmas que testavam a performance da memória em diferentes contextos. As memórias começaram a ser testadas tanto por lembrança, reconhecimento, reconstrução como por uma variedade de medidas indiretas. (RUEDA & SISTO, 2007, p. 16).

Segundo Garner (1962) apud Rueda e Sisto (2007, p. 16) nas décadas de 50 e 60 do século vinte houve um grande desenvolvimento da pesquisa na corrente cognivista, que inspirados pela teoria S-R, que concebia a memória como um processo de codificar e decodificar uma informação, atribuindo o conceito de “ capacidade limitada”

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

Foram considerados os procedimentos éticos, ou seja, os sujeitos da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE, concordando em participar da pesquisa, sendo garantida sua privacidade e identidade (nomes e sobrenomes), conforme determina a legislação nacional, através da Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

3.2 Tipo de Pesquisa

Trata-se de estudo exploratório descritivo, de abordagem quantitativa. A escolha por esse tipo de pesquisa se deu em virtude de ser a que utiliza a descrição matemática como uma linguagem, ou seja, a linguagem matemática é utilizada para descrever as causas de um fenômeno e as relações entre variáveis.

3.3 Local e População de Estudo

O estudo foi desenvolvido com profissionais psicólogos peritos em trânsito, em clínicas credenciadas ao DETRAN – PR da cidade de Curitiba - PR. A população foi constituída por 10 profissionais com perfil etário diferenciado e com experiência díspares, não contando para a presente análise a condição etária nem o tempo de experiência.

3.4 Procedimentos para Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada através de aplicação de um questionário contendo questões que alcançaram os objetivos da pesquisa. O contato com o profissional psicólogo deu-se por meio de um primeiro contato com a clínica através de telefone, via e-mail e pessoalmente.

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3.5 Procedimentos para Análise dos Dados

Os dados coletados foram tratados de forma estatística descritiva. Inicialmente, receberam o seguinte tratamento: confecção de quadros e gráficos, com intenção de permitir uma leitura mais fácil dos dados. Em seguida, os dados colhidos foram analisados com a revisão bibliográfica, o que rendeu maior entendimento da temática em estudo.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta análise tem caráter descritivo-exploratório com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa dez profissionais, psicólogos peritos em trânsito da cidade de Curitiba/PR, com perfil etário diferenciado e com experiência semelhante, tendo como matriz norteadora analisar a visão dos colegas de profissão acerca da avaliação psicológica coletiva cognitiva e de personalidade, ampliando o conhecimento empírico sobre a temática.

Nesse sentido, o gráfico 1 questiona aos profissionais da área que trabalham com a avaliação psicológica no contexto do trânsito em Curitiba/PR, sobre sua percepção a respeito da avaliação psicológica para candidatos a CNH, atualmente. Gráfico 1: Distribuição, em porcentagem, quanto a percepção do profissional sobre avaliação psicológica para candidatos a CNH.

Fonte: Dados da Pesquisa. Curitiba/PR. 2013.

Verifica-se que 40% dos profissionais consideram avaliação psicológica boa e 60% regular, com relação à atualidade.

O gráfico 2 demonstra a percepção da separação do exame coletivo em duas etapas: uma para avaliação cognitiva e outra emocional.

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