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Cidades sustentáveis... quais as condições para a circulação de bicicletas em dois corredores viários no município de Bauru (SP)?

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VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a 9 de setembro de 2011

Cidades sustentáveis ... quais as condições para a circulação de bicicletas

em dois corredores viários no município de Bauru (SP)?

Renata Cardoso Magagnin (1), Bruna Geromel de Faria (2) e Marcela Carolina Gomes de Paula (3) (1) Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo, UNESP/FAAC, Brasil. E-mail:

magagnin@faac.unesp.br

(2) Curso de Arquitetura e Urbanismo, UNESP/FAAC, Brasil. E-mail: brugeromel@hotmail.com (3) Curso de Arquitetura e Urbanismo, UNESP/FAAC, Brasil. E-mail: marcela_cgp@yahoo.com.br

Resumo: As cidades brasileiras, incluindo as de pequeno e médio portes, têm reproduzido ao longo dos

anos um modelo de circulação que está provocando a redução dos índices de mobilidade e acessibilidade, pois todo o sistema viário está pautado no transporte individual motorizado. Estudos apontam que as cidades brasileiras apresentam muita semelhança nos problemas relacionados à circulação de bicicletas, pois são poucos os municípios que têm adotado medidas para melhorar e incentivar a mobilidade e a acessibilidade urbanas deste modo. Diante do exposto, este artigo tem como objetivo apresentar um estudo comparativo sobre os problemas de infraestrutura para ciclistas em duas importantes avenidas do município de Bauru (SP) para identificar quais são os principais problemas que tem contribuído para diminuir a utilização deste modo no município de Bauru (SP). Para esta pesquisa foi realizado um estudo comparativo entre duas avenidas do município na qual foram utilizados para análise os seguintes elementos: i) definição de um rol de indicadores que permitiram avaliar as características físicas e geométricas do eixo viário; ii) registro fotográfico, iii) contagem de fluxo veicular por tipo (ônibus, caminhões, automóveis, motocicletas e bicicletas) e iv) entrevistas. Os resultados obtidos conduziram às seguintes conclusões: i) a infraestrutura destas vias estão voltadas apenas ao transporte individual motorizado, os demais modos – transporte coletivo e individual não motorizado (a pé e bicicleta) não possuem infraestrutura adequada à sua utilização; ii) verificou-se um número expressivo de ciclistas na via, que a utilizam para ir a escola, ao trabalho ou para o lazer; iii) em função da infraestrutura viária existente, os ciclistas estão pré-dispostos a acidentes em função de conflitos com pedestres e automóveis. Através desta pesquisa o município pode adotar políticas de valorização do uso da bicicleta através da adoção de medidas para sanar os problemas identificados nestes locais.

Palavras-chave: Mobilidade urbana, Sustentabilidade, Infraestrutura para bicicletas.

Abstract: The Brazilian cities, including small and medium-sized cities, have shown over the years a

circulation model that is causing the declining mobility and accessibility rates, because the whole road system is focused on individual motorized transportation. Studies indicate that the Brazilian cities present a lot of similarities in the problems related to the bicycle circulation, considering that there are few cities adopting measures to improve and encourage urban mobility and accessibility in this way. Given the above, this article aims to present a comparative study about the cyclists’ infrastructural problems in two major avenues of Bauru (SP) to identify the main problems that have helped reduce the utilization of this transport modality in the referred city. A comparative study has been carried out for this research between this two avenues which were used in the analysis: i) a list of indicators that allowed to access the physical and geometrical characteristics of the road axis, ii) photographic documentation, iii) flow count Vehicle type (bus, trucks, cars, motorcycles and bicycles) and iv) interviews. The obtained results led to the following conclusions: i) these roads infrastructure is directed only to individual motorized transportation, other means of transport - public transport and individual non-motorized (walk and bike) don’t have proper infrastructure for their use, ii) An expressive number of cyclists has been noticed on the road, that used who used it to go to school, work, or for leisure; iii) according to the existing road infrastructure, cyclists are likely to have accidents due to conflicts with pedestrians and cars. Through

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this research the city may adopt policies to value of the bicycle use by the adoption of measures to solve the identified problems in these sites.

Key-words: Urban mobility; Sustainability; Bicycle infrastructure. 1. INTRODUÇÃO

A maioria das cidades brasileiras de pequeno e médio portes, assim como as grandes metrópoles, já estão enfrentando algum problema relacionado à Mobilidade Urbana.

O rápido processo de crescimento urbano e industrial ocorrido nos países emergentes (em desenvolvimento) tem contribuído para o aumento na dependência no uso do transporte individual motorizado. Este crescimento está associado às políticas governamentais, dos últimos 60 anos, de incentivo à indústria automobilística (DENNIS, 2007; MAGAGNIN, 2008).

Segundo Magagnin (2008) a justificativa dada pelos usuários do transporte individual motorizado para esta demanda crescente em adquirir novos automóveis apóia-se: na eficiência de deslocamento que o automóvel traz ao cidadão, no aumento do desempenho de velocidade para atingir o destino em um menor tempo possível, na disponibilidade e facilidade de uso (24 horas por dia), na privacidade, na conveniência, no controle de localização, na segurança, no conforto e no status do usuário (PINDERHUGHES, 2004 apud DENNIS, 2007).

Diante deste problema muitas cidades do mundo já estão reduzindo esta dependência na utilização do automóvel, através do incentivo a utilização de meios de transportes não motorizados mais sustentáveis como a bicicleta e o modo a pé (NEWMAN et al., 1995; DENNIS, 2007).

Para reverter este quadro vários países europeus vêm tomando medidas para amenizar esta situação, através do incentivo e financiamento de programas que possam estimular a utilização de meios de transporte não motorizados, tornando as cidades mais sustentáveis.

Na Europa, os Países Baixos e a Dinamarca são referências na utilização da bicicleta como meio de locomoção. Em Amsterdã 20% dos deslocamentos são feitos por bicicleta, em Copenhagen, eles representam 52% dos deslocamentos (PIRES, 2008). Segundo o Ministério das Cidades, na Europa, o uso da bicicleta vem sendo estimulado como forma de diminuir os problemas de poluição provocada pelos veículos motorizados (BRASIL, 2007b). Diversos órgãos gestores de transporte da Comunidade Européia consideram de suma importância a implementação de políticas que favoreçam o uso da bicicleta, por isso, eles têm destinado recursos para o aumento deste modo como meio de transporte, assim como sua integração com os modos de transporte coletivos.

No continente asiático, culturalmente, há um forte uso da bicicleta na China, Índia e Japão. Ressalta-se que a China ainda é o país que possui a maior frota de bicicletas e o maior número de usuários; entretanto, nos últimos anos houve uma diminuição deste equipamento devido à expansão da indústria automobilística. Já na América Latina, o país que mais tem investido neste modo é a Colômbia que construiu em menos de seis anos mais de 300 km de ciclovias.

No Brasil, o governo federal começou a incentivar o os modos não motorizados a partir do ano de 2003, através da implementação da Política Nacional sobre Mobilidade Urbana, desenvolvida pela Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob) subordinada ao Ministério das Cidades (MAGAGNIN, 2008).

O Ministério das Cidades, através da SeMob, tem incentivado os municípios a adotarem a bicicleta como meio de transporte sustentável; para isto têm criado alguns programas para incentivar e financiar a bicicleta como meio de transporte, são eles: i) Programa de mobilidade urbana, através de ações de Apoio a Projetos de Sistemas de Circulação Não Motorizados; ii) Programa de infraestrutura para a Mobilidade Urbana – Pró-Mob, através de modalidades que apóiam a circulação não motorizada (bicicleta e pedestre); iii) Pró-Transporte para o financiamento de infraestrutura para o transporte coletivo urbano. Estes programas viabilizam recursos para o planejamento ou implantação de

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infraestrutura para a circulação segura de ciclistas nos espaços urbanos. Com estes recursos, o Governo visa quebrar os paradigmas e tratar as questões dos transportes de forma mais integrada e sustentável; e

iv) o Programa Bicicleta Brasil que tem como objetivo inserir e ampliar o transporte por bicicleta nos

deslocamentos urbanos; promover sua integração junto aos sistemas de transportes coletivos, visando reduzir o custo dos deslocamentos, principalmente da população de menor renda; estimular os governos municipais a implantar sistemas cicloviários e um conjunto de ações que garantam a segurança de ciclistas nos deslocamentos urbanos; difundir o conceito de mobilidade urbana sustentável, estimulando os meios não motorizados de transporte, inserindo-os no desenho urbano (BRASIL, 2007b).

A inserção da bicicleta nos deslocamentos diários deve ser trabalhada pelos planejadores como um elemento para implementar o conceito de Mobilidade Urbana Sustentável como um modo de melhorar a qualidade de vida nas cidades. Segundo o Ministério das Cidades “a integração da bicicleta nos atuais sistemas de circulação é possível, mas ela deve ser considerada como elemento integrante de um novo desenho urbano, que contemple a implantação de infraestruturas, bem como novas reflexões sobre o uso e a ocupação do solo urbano” (BRASIL, 2007c).

Após essa breve introdução, são apresentados no item 2 alguns elementos teóricos relevantes para a compreensão do presente estudo. Isso inclui uma breve discussão sobre as condições de circulação de bicicletas em cidades brasileiras. No item 3 é apresentada a metodologia desse trabalho, no item 4 são apresentados e analisados os resultados do estudo de caso realizado e, finalmente, no item 5, são discutidas as conclusões e considerações finais.

2. AS CONDIÇÕES PARA A CIRCULAÇÃO DE BICICLETAS EM CIDADES BRASILEIRAS A bicicleta é um dos meios de transporte não motorizado mais utilizados nas cidades, pois consegue vencer pequenas distâncias no desenvolvimento das atividades do dia-dia (representando uma alternativa para fugir dos congestionamentos); bem como, ser utilizada para realizar as atividades de lazer, nos finais de semana. Ela possui baixo custo de aquisição e manutenção sendo acessível a quase todos os cidadãos, até mesmo aqueles com algum tipo de deficiência, pois já existem alguns modelos adaptados no mercado (BRASIL, 2007b).

Embora não existam estudos recentes a respeito da quantidade de usuários que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte no país (apenas estudos localizados), pode-se observar nos principais horários de pico (principalmente no início da manhã e final de tarde), que muitas pessoas estão utilizando este meio de transporte diariamente para ir ao trabalho e à escola. Entretanto, a maioria das cidades brasileiras ainda não disponibiliza infraestrutura necessária e adequada para que estes usuários tenham um mínimo de segurança no sistema viário local (BRASIL, 2007a).

Segundo dados do Ministério das Cidades a maioria dos municípios brasileiros não conhece a real condição das calçadas e ciclovias de seus municípios, o que comprova a baixa prioridade destes governos neste tipo de infraestrutura urbana. Ainda segundo esta pesquisa, as vias exclusivas para pedestre representam 0,2% do total do sistema viário brasileiro, enquanto que as ciclovias (ou ciclofaixas) somam apenas 0,15% de toda infraestrutura viária. Outro dado importante refere-se à baixa oferta de estacionamentos especiais para as bicicletas nos municípios brasileiros (BRASIL, 2007a).

Segundo a Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT, os principais fatores que contribuem para a baixa utilização da bicicleta no país são: aumento do volume do tráfego motorizado; aumento do número de acidentes graves com ciclistas nas vias públicas; inexistência de espaço e equipamentos para estacionar a bicicleta nos estabelecimentos e instituições; maior distância entre os locais de moradia e trabalho; falta de respeito ao ciclista e impunidade no trânsito; desqualificação da bicicleta perante a opinião pública classificando-a como veículo das classes menos favorecidas; e publicidades massificantes sobre os benefícios do automóvel (GEIPOT, 2001b). Além dos itens acima mencionados, outro fator que tem desestimulado o uso das bicicletas está associado aos obstáculos presentes no percurso.

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ciclistas no dia-dia das cidades está associada: i) Qualidade da infraestrutura - independente do tipo de via voltada para ciclistas, em geral, elas não possuem largura e piso adequados, boa sinalização, proteção lateral, dispositivos de redução de velocidade dos veículos motorizados próximo aos locais de cruzamentos perigosos, iluminação suficiente, entre outros; ii) Qualidade ambiental do trajeto - ausência de tratamento paisagístico, não deixando o lugar agradável para a circulação; iii) Descontinuidade da

infraestrutura - ausência de uma manutenção homogênea em todo o trajeto possibilitando um percurso

seguro, falta de tratamento das intersecções para que a bicicleta possa ter um espaço adequado e independente para a travessia necessária a continuidade do percurso; iv) Facilidades para guardar as

bicicletas - falta de estacionamentos adequados e seguros em todos os locais da cidade; e v) Integração com outros meios - item importante para a ampliação da mobilidade dos ciclistas, porém são necessários

locais para guardar a bicicleta de forma segura, assim como equipamentos de suporte como sanitários e bebedouros, permitindo uma melhor integração do ciclista com os transportes públicos (BRASIL, 2007b). 3. METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA DESTINADA AO CICLISTA Poucas pesquisas têm definidos critérios que permitem avaliar a infraestrutura destinada aos ciclistas. Outra dificuldade está relacionada à qualidade dos espaços dos ciclistas e a definição de um instrumento para avaliar as condições de adequação das vias destinadas aos ciclistas.

A partir de algumas pesquisas relacionadas à avaliação e planejamento cicloviário, realizadas no Brasil, desenvolvidas por Keppe Junior (2007), Ministério das Cidades (Brasil 2007b), Pires (2008), Teramoto (2008), Pezzuto (2002), entre outros, iniciou-se um processo de definição de alguns parâmetros físicos e geométricos que pudessem compor um rol de indicadores para avaliar e monitorar o ambiente dos ciclistas em cidades brasileiras de pequeno e médio portes. Os indicadores propostos podem ser mensurados através de parâmetros quantitativos e qualitativos que permitem avaliar a infraestrutura para o transporte cicloviário a partir de três temas principais: i) Qualidade de Conforto; ii) Qualidade de

Segurança; e iii) Qualidade do Ambiente. A Tabela 1 apresenta as variáveis definidas para análise das Avenidas.

TABELA 1 - Definição das variáveis para análise das Avenidas.

VARIÁVEL DESCRIÇÃO Q U A L ID A D E D E C O N F O R T O

Largura efetiva Largura livre disponível para circulação dos ciclistas. Tipo de pavimentação Através do tipo de pavimento é possível identificar se a via

proporciona um trajeto seguro - dentro da velocidade da via. Condições do Pavimento Condição do piso, expressa em termos de qualidade de

manutenção.

Acessibilidade

Necessidade de pavimentação adequada para que se possibilite a mobilidade de todos os usuários, inclusive aqueles com mobilidade reduzida. Devem estar sempre presentes rampas, semáforos de pedestres, piso tátil, etc.

Q U A L ID A D E D E S E G U R A N Ç A Canteiro central

Verificar a presença de canteiro central para a separação dos fluxos viários ou outras formas de separações de fluxo como dispositivos separadores (“tachões ou tartarugas”) ou pintura na pista. Verificar também a variação da dimensão do canteiro central.

Cruzamento

Necessidade de cruzamentos com sinalização adequada que reforce a atenção dos usuários de forma que se evite acidentes e ofereça segurança a todos.

Geometria Verificar o traçado da via e se este corresponde à velocidade permitida.

Restrições de parada e Estacionamento

Verificar se os pontos de parada e estacionamentos ao longo das vias não bloqueiam a visão dos usuários e nem prejudicam o fluxo viário.

Sinalização dos retornos e conversões

Necessidade de retornos e conversões bem sinalizados e organizados, prejudicando o tráfego e a segurança da via. Sistema de drenagem Verificar a existência de drenagem adequada e rápida que

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VARIÁVEL DESCRIÇÃO

evite alagamentos, acidentes e transtornos nos dias de chuva. Um bom sistema de drenagem também ajuda na conservação da via.

Existência de sinalização horizontal Dispositivo que proporciona segurança nos cruzamentos aos ciclistas.

Existência de sinalização vertical

Informa sobre a existência de equipamentos e dispositivos de trânsito, como objetivo de proporcionar uma circulação mais segura.

Visão de aproximação nos cruzamentos

Alcance da visão dos ciclistas nos diversos sentidos nos cruzamentos. Q U A L ID A D E D O A M B IE N T E

Arborização Verificação da existência de árvores adequadas nas calçadas para possibilitar sombra ao ciclista

Iluminação

Estabelece um grau médio de luminância na calçada ou no canteiro central durante o período noturno, garantindo a segurança do ciclista durante todo o trajeto.

Poluição Poluição sonora, atmosférica, obstrução visual, sujeira e mau-cheiro.

Densidade de ciclistas

Permite quantificar o número de ciclistas por metro quadrado influenciando a velocidade e qualidade do deslocamento na via.

Estética Atratividade estética do trajeto para agradar o deslocamento do ciclista.

Fonte: Keppe Junior (2007) e Brasil (2007b)

A partir da definição dos indicadores apresentados acima, foi realizado um estudo de caso no município de Bauru (SP), que permitiu verificar a qualidade da infraestrutura urbana existente para o ciclista ao longo de dois principais eixos viários do município. Os eixos viários escolhidos para análise neste artigo foram as Avenidas Nações Unidas e Getúlio Vargas.

4. AS CONDIÇÕES PARA A CIRCULAÇÃO DE BICICLIETAS EM DOIS CORREDORES VIÁRIOS NO MUNICÍPIO DE BAURU (SP)

O estudo de caso foi realizado no município de Bauru, cidade de médio porte, localizada no interior do estado de São Paulo. Segundo projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a população do município em 2010 foi estimada em 335.888 habitantes (IBGE, 2011). A escolha deste município ocorreu porque a cidade já possui uma das maiores frotas municipais do interior do estado de São Paulo (quando comparando a outros municípios de mesmo porte) e por possuir problemas de manutenção da infraestrutura relacionados as vias (deterioração do pavimento - buracos).

O município de Bauru, como a maioria das cidades brasileiras utiliza-se do transporte individual motorizado como principal meio de transporte na cidade. Segundo dados do Denatran (2011) nos últimos dez anos a frota municipal teve um aumento de 57,7% e, com relação ao número de automóveis, este crescimento foi de 63,8%. Em 2001 a frota municipal era de 116633 veículos, sendo 82022 automóveis. Em novembro de 2010 a frota municipal era de 202221veículos, sendo que, deste total, 63,5% automóveis. Somente no ano de 2009, 12691 novos veículos foram colocados em circulação na cidade (DENATRAN, 2011). Deste total, 63,4%, ou seja, 8014 veículos eram automóveis. Através destes valores obteve-se um índice de 1,83 habitantes/veículo para o ano de 2009. Para o ano de 2010, o índice calculado até novembro alcançou 1,70 habitantes/veículo. Este resultado mostra um alto grau de dependência do transporte motorizado individual, o que indica a falta de políticas no que se refere à mobilidade sustentável no município (MAGAGNIN, 2011).

Os eixos viários escolhidos para análise foram: a Avenida Nações Unidas e a Avenida Getúlio Vargas (ver Figura 1). E sua escolha foi definida por sua importância nos deslocamentos diários do município. A Avenida Nações Unidas representa um dos principais sistemas viários utilizado para os deslocamentos diários da maioria da população do município. Ela é um importante eixo de ligação entre diferentes

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bairros da cidade, interligando-os com a área central. Ela possui características geométricas distintas por ter sido construída em diferentes períodos; sua infraestrutura está voltada apenas ao transporte individual motorizado, os demais modos – transporte coletivo e individual não motorizado (a pé e bicicleta) não possui infraestrutura adequada à sua utilização – os ciclistas compartilham as pistas destinadas aos veiculos automotores.

A Avenida Getulio Vargas possui uma unidade morfológica (características físicas e geométricas) se comparada a Avenida Nações Unidas. Os deslocamentos diários realizados ao longo deste eixo são menores se comparado ao da outra avenida, pois concentra particularmente os fluxos viários de um setor da cidade (zona sul). Esta avenida possui infraestrutura destinada a pedestres e ciclistas, com a presença de uma larga calçada utilizada pelos usuários para a prática esportiva nos períodos de início da manhã e fim de tarde, e pela presença de uma ciclofaixa – utilizada apenas aos domingos (denominada Recreiovia), que durante a semana é utilizada como estacionamento de carros. Durante a semana os ciclistas compartilham a calçada ou a via (avenida) para seus deslocamentos.

FIGURA 1 - Localização das áreas de estudo no mapa da cidade de Bauru. Fonte: Google Earth, 2011. 4.1. Avaliação dos principais problemas relacionados ao ambiente do ciclista nos eixos viários

estudados

A partir da definição dos indicadores passou-se para a etapa de coleta de dados em campo. Para identificar alguns problemas de mobilidade enfrentados pelos usuários (ciclistas) nestes dois eixos viários foi realizado um questionário que permitiu identificar quais são os principais problemas de infraestrutura que afetam os ciclistas nestes dois eixos viários. Nele foram abordadas questões gerais sobre a via, tais como a utilização de bicicletas e políticas de incentivo a meios de transporte não motorizados e outras mais específicas.

Os dados coletados nos questionários foram analisados de forma individual, para cada avenida, sendo posteriormente realizada uma análise comparativa entre os resultados obtidos nas duas avenidas analisadas. Estas avaliações permitiram identificar quais são os principais problemas de infraestrutura que afetam os pedestres nestes dois eixos viários.

Inicialmente foram calculados os pesos médios de cada critério, por avaliador (entrevistado). Posteriormente, foi realizado o cálculo dos valores médios dos pesos encontrados para os indicadores avaliados e definidos seus respectivos rankings (ordenamento). A Tabela 3 apresenta os rankings de alguns temas avaliados pelos entrevistados; as células preenchidas na cor cinza claro mostram os resultados elencados pelos entrevistados nos dois eixos viários analisados;o termo Avenida 1 representa a Avenida Nações Unidas e Avenida 2, a Avenida Getúlio Vargas.

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TABELA 2 - Quadro resumo dos principais problemas identificado pelos ciclistas nos dois eixos viários

TEMAS RANKING / Ordenamento

Avenida Nações Unidas Avenida Getúlio Vargas

Motivos para utilização da bicicleta 1. Atividade Física 1. Atividade Física 1. Economia 2. Conforto 2. Economia 2. Flexibilidade de horário ---- 3. Meio Ambiente ---- 4. Passeio

Motivos para a não utilização da bicicleta

1. Trânsito intenso 1. Outro motivo (ex. Não gosta) 2. Ausência de ciclovia/ ciclofaixa 2. Falta de segurança

3. Falta de segurança 3. Trânsito intenso 4. Buracos e imperfeições na via 4. Falta de iluminação

4. Falta de sinalização 5. Conflito com o transporte

coletivo

5. Buracos e imperfeições no pavimento

5. Falta de ordem nos cruzamentos 5. Ausência de ciclovia/ ciclofaixa 6. Outro motivo (ex. Não gosta) ---

7. Falta de ordem nos cruzamentos --- 8. Conflito de entrada/ saída de

veículos ---

9. Falta de acostamento ---

Principal problema encontrado na avenida

1. Buracos 1. Trânsito intenso

2. Falta de vias adequadas

2. Buracos 2. Arborização

2. Carros estacionados na ciclofaixa

3. Trânsito intenso

3. Falta de vias adequadas 3. Falta de segurança 3. Conflitos com automóveis 3. Largura do percurso

4. Falta de acostamento ---

Melhorias para o percurso

1. Melhorar pavimentação 1. Melhorar pavimentação 2. Melhorar condições do trânsito 2. Mais segurança 3. Ciclovias/ciclofaixas

3. Arborização adequada 3. Sinalização

---

4. Melhorar percurso

4. Melhorar condições do trânsito 4. Proibir estacionamento na ciclofaixa

4. Aumentar a largura do percurso 4. Buracos

A Tabela acima destaca parte da pesquisa (entrevista) realizada com os usuários destas avenidas. Dentre os itens abordados merece destaque: i) identificação dos motivos que fazem o usuário utilizar ou não a bicicleta em seus deslocamentos diários; ii) identificação do principal problema que contribui para a não utilização deste modo de transporte e iii) definição das melhorias a serem implantadas em cada eixo viário analisado.

Com relação à primeira pergunta “identificação dos motivos que fazem o usuário utilizar a bicicleta em

seus deslocamentos diários” a resposta dos entrevistados para as duas avenidas foram unânimes, e

comprovam as demais pesquisas realizadas por outros autores, os brasileiros ainda associam o uso de bicicletas como forma de lazer (prática de atividade física), e não como um modo de transporte nas cidades. As respostas para a pergunta “motivos que fazem o usuário não utilizar a bicicleta em seus

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de ciclofaixa, falta de segurança, buracos no pavimento, ordenamento dos cruzamentos, etc.

A terceira pergunta referiu-se a identificação dos principais problemas destas avenidas que têm contribuído para a não utilização da bicicleta como modo de transporte nestes eixos, pode-se observar que as condições do pavimento (presença de buracos) e número de automóveis associado à velocidade destas vias (trânsito intenso) têm contribuído para os usuários não utilizarem a bicicleta. Como melhoria do percurso utilizado, as repostas identificaram que há a necessidade de melhorar a infraestrutura através da melhoria do pavimento, e também melhorar o trânsito para que os usuários tenham uma maior segurança.

O segundo levantamento consistiu na realização da contagem de fluxo veicular em cada avenida da cidade. Esta contagem permitiu determinar o número de ciclistas que utilizam cada avenida em seus deslocamentos diários. A contagem foi realizada nos horários de pico (maior movimento de veículos) em 03 dias alternados em cada ponto de coleta de dados. Os dados coletados foram classificados: i) por número de ciclistas, e ii) por tipo de veículo (ônibus, caminhões, veículos de passeio, motocicletas, etc.). Para esta análise foram considerados os fluxos de ciclistas e automóveis. A definição dos pontos onde foram realizados os levantamentos foi em função dos seguintes parâmetros: i) por representarem locais de cruzamentos com grande número de veículos, e ii) por passarem no local diferentes modos de transportes. A Avenida Nações Unidas, em função de sua grande extensão, foi subdividida em 03 pontos para a contagem de fluxo veicular; já a Avenida Getúlio Vargas definiu-se por ter 02 pontos de contagem veicular. A Tabela 2 apresenta um resumo das contagens realizadas nos dois eixos viários.

TABELA 3 - Resumo da contagem veicular com destaque aos automóveis e ciclistas

Avenida Nações Unidas Avenida Getúlio Vargas

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 2

Média de Ciclistas por ponto 105 73,6 33 58,61 29,88

Média de Veículos por ponto 7128,3 7645,6 10801,6 1704,1 1153,3

Relação No automóvel/ciclista 67,8 103,8 327,3 29,07 38,58

Total de Ciclistas (média) 70,5 44,2

Total de Veículos (média) 8525,1 1428,7

Analisando a tabela acima, pode-se afirmar que o número médio de ciclistas que utilizam as avenidas é consideravelmente menor do que a média de usuários de transporte individual motorizado (ver células com borda em destaque).

Dentre os trechos analisados nas duas avenidas, o ponto1, da Avenida Nações Unidas foi o trecho onde a contagem de bicicletas foi maior (ver célula em destaque) se comparado com os demais. Isto ocorre porque este local representa um trecho de convergência de usuários que moram em bairros mais periféricos da cidade e que utilizam este trecho da avenida como ponto de passagem para ir a outros bairros da cidade. Outro fator que contribui para o número elevado de ciclistas neste local é a proximidade deste ponto com outros destinos importantes da cidade tais como: a região central e industrial do Município.

Ao analisar o número de automóveis pode-se observar que a Avenida Nações Unidas (ponto 3) também possui um fluxo maior de veículos se comparado ao da Avenida Getúlio Vargas. Este resultado pode estar associado a proximidade com bairros de padrão mais elevado onde os usuários privilegiam o uso do automóvel como principal meio de locomoção na cidade. Outro fator contribui para este resultado é a proximidade com uma importante rodovia do Estado de São Paulo (Rodovia Marechal Rondon); local de entrada e saída de veículos no município.

A preferência pela adoção ao automóvel, nestas duas avenidas, pode ser justificada não só pela falta de interesse dos cidadãos na utilização das bicicletas como meio de transporte (ver Tabela 3), mas também pela falta de infraestrutura adequada capaz de propiciar condições mais confortáveis para os ciclistas. É necessário vias adequadas e uma conscientização maior sobre as vantagens da utilização da bicicleta e de outros meios de transportes não motorizados para a cidade e o usuário.

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que se conhecesse o real número de usuários/ciclistas destas avenidas e assim traçar estratégias de planejamento da mobilidade para o município e em particular para estes eixos viários. A partir destes números, associado aos dados obtidos das entrevistas é possível realizar um planejamento cicloviário coerente, adequando-se a infraestrura existente, para que os usuários destas vias possam ter uma melhoria quanto a Qualidade de Conforto; Qualidade de Segurança; e Qualidade do Ambiente.

Outros problemas identificados nesta pesquisa são representados na tabela a seguir. Os elementos analisados foram: largura efetiva, tipo do pavimento, canteiro central, cruzamentos viários, restrições de parada e estacionamento, visão de aproximação nos cruzamentos, arborização, iluminação. A Tabela 4 apresenta algumas imagens dos problemas acima mencionados.

TABELA 4 - Alguns dos principais problemas relacionados ao ambiente dos ciclistas identificados ao longo dos dois eixos viários estudados

Largura efetiva Tipo do pavimento Canteiro central Cruzamentos viários

A V E N ID A N A Ç Õ E S U N ID A S A V E N ID A G E T Ú L IO V A R G A S Restrições de parada e Estacionamento Visão de aproximação

nos cruzamentos Arborização Iluminação

A V E N ID A N A Ç Õ E S U N ID A S A V E N ID A G E T Ú L IO V A R G A S 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adoção de políticas públicas que privilegiaram, num passado recente, o uso do automóvel como sendo o principal meio de transporte tem causado muitos problemas urbanos que interferem diretamente na qualidade de vida dos cidadãos.

O atual desafio dos gestores públicos é incentivar que os planejadores urbanos implementem nas cidades o novo paradigma de planejamento de transportes – o planejamento da mobilidade urbana sustentável, que tem como proposta prover a cidade com infraestrutura adequada aos modos coletivos e não-motorizados, em especial o modo por bicicleta.

Diante do que foi apresentado nesta pesquisa, Bauru também vem sofrendo com problemas de mobilidade e acessibilidade urbana que interferem diretamente na qualidade de vida da população. Estes problemas são reflexos da adoção de políticas públicas urbanas locais que nos últimos anos privilegiaram o uso do automóvel como sendo o principal meio de transporte a ser adotado na cidade.

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A pesquisa permitiu concluir que apesar dos usuários da avenida terem uma imagem positiva da bicicleta, vista como saudável, econômica e ambientalmente correta, sua utilização ainda é pequena em função dos seguintes fatores: Trânsito intenso, Falta de segurança (acidentes), Buracos e imperfeições no pavimento da via, Falta de iluminação, Falta de sinalização adequada, etc.

Espera-se que os resultados desta pesquisa auxiliem o município de Bauru a implantarem uma infraestrutura viária adequada aos ciclistas e assim como ocorreu em outras cidades do Brasil e do exterior, possa dar prioridade a uma maior utilização de meios não motorizados de locomoção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por contribuírem para diferentes fases do desenvolvimento das pesquisas que deram origem a esse artigo.

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