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CONTRIBUIÇÕES DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

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Academic year: 2021

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CONTRIBUIÇÕES DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

GT 01 – Educação Matemática no Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais

Gesseca Camara Lubachewski, URI/FW, geseca-70@hotmail.com Patricia Rodrigues, URI/FW, patrícia@fw.uri.br

Resumo: Ações provindas da execução do projeto de extensão universitária “Laboratório de Matemática”, associado ao Curso de Licenciatura em Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen, têm beneficiado (há mais de oito anos) vários professores e estudantes da educação básica, com oferta de atividades educacionais que visam, sobretudo, melhorar o ensino, a aprendizagem e a relação entre professores e alunos na disciplina de Matemática. O desenvolvimento do projeto proporciona ampla interação entre a universidade e a comunidade escolar, em virtude da realização permanente de aulas de reforço de conteúdos matemáticos nas escolas, aulas de preparação para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, além de atendimento direcionado aos alunos do Núcleo Educacional de Jovens e Adultos (NEJA). Na realização das ações do projeto são utilizados materiais de apoio (de variadas qualidades) do acervo do Laboratório de Ensino de Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen. Os resultados obtidos estão sendo muito satisfatórios, uma vez que revelam avanços significativos na aprendizagem matemática dos alunos atendidos nas aulas de reforço, sendo que eles gradualmente conquistam melhores notas nas avaliações escolares. Ainda, tem sido possível vivenciar e contribuir em ações de prática docente de professores da educação básica que se mostram grandes parceiros na consolidação do projeto. Atividades futuras previstas no cronograma de trabalho prevêem a continuidade das ações efetuadas ao longo dos anos, além do planejamento/criação de novos recursos didáticos para ampliação do acervo do Laboratório de Ensino de Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen.

Palavras-chave: Laboratório de Matemática; Ensino de Matemática; Extensão Universitária.

Introdução

Conhecimentos matemáticos são necessários a todo tempo e em todos os lugares, o que contribui para que a Matemática seja uma ciência em constante evolução, sendo pesquisada tanto de forma teórica quanto em situações de aplicação prática. Porém, toda abrangência e importância da Matemática no cotidiano das pessoas não se

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revertem em interesse por parte de educandos de nível fundamental e médio em termos de estudos relacionados aos conteúdos desta disciplina.

Outro fato preocupante é que a aversão das pessoas pela Matemática acaba refletido no contingente de interessados em buscar formação profissional específica nesta área do conhecimento. Portanto, há que se pensar em formas de se reverter essa situação que possivelmente se inicia desde o momento em que os alunos têm os primeiros contatos com a Matemática.

Contudo, pensa-se que uma estratégia para ocasionar mudanças nos rumos da Educação Matemática teria que primeiramente partir dos professores. Seria muito positivo se o educador matemático pudesse trabalhar suas aulas de maneira a levar os educandos a construir seus próprios conhecimentos, com entendimento das aplicabilidades matemáticas e da importância que esta disciplina exerce na vida das pessoas.

E para atingir este patamar de ensino encontram-se hoje disponíveis grandes variedades de recursos educacionais tais como os jogos matemáticos (confeccionados a partir de materiais manipuláveis ou virtuais) que podem ser utilizados em sala de aula pelos professores de Matemática como recurso didático para dinamizar suas ações em prol de um ensino de qualidade.

Entretanto, é importante que o professor tenha em mente que uma mesma técnica de ensino não deve ser vista como a mais adequada para todos os conteúdos. Seria apropriado que o professor pudesse utilizar técnicas diferenciadas, e que refletisse constantemente sobre sua prática docente.

Então, com foco direcionado aos problemas existentes no processo de ensino e aprendizagem de Matemática é que se desenvolve o projeto de extensão universitária “Laboratório de Matemática”. Este trabalho já perdura oito anos e vem sendo exercido por professores e acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen, contando com o trabalho de uma bolsista de extensão universitária. Faz-se neste texto um relato desta duradoura experiência, ressaltando as ações efetuadas em prol da execução do referido projeto, tendo como base o período de agosto de 2010 a janeiro de 2011.

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Atividades de Extensão Universitária

No início das atividades semestrais do projeto de extensão universitária “Laboratório de Matemática” foi analisado textos e artigos de livros que vieram a contribuir para o aperfeiçoamento de conhecimentos em termos da prática docente, das vivências de sala de aula, fato este que posteriormente favoreceu amplo compartilhamento de idéias com profissionais da área de Matemática das escolas onde foram realizadas as atividades do projeto.

Primeiramente fez-se a leitura do livro “O jogo e a Matemática no contexto da sala de aula” escrito por Regina Célia Grando, sendo que nesta obra a autora destaca que os jogos em sala de aula podem ser utilizados como um instrumento motivacional para as aulas de Matemática. Nesta mesma linha de pensamento Huizinga (1990) também afirma que os jogos fazem parte da cultura e geram a própria cultura.

Para se definir um jogo pedagógico pode-se considerar a seguinte definição: “[...] é aquele que é adotado intencionalmente pelo professor ou para desenvolver um conceito novo ou para aplicar um conceito que o aluno já domine.” (MOURA, 1991, p. 13).

Em particular, na Educação Matemática, o papel dos jogos tem sido salientado em inúmeros textos. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais referentes à área de Matemática lê-se:

Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes – enfrentar desafios, lançar-se a busca de soluções, desenvolvimento da crítica, criação de estratégias e da possibilidade de alterá-las quando o resultado não é satisfatório – necessárias para aprendizagem matemática (BRASIL, 2004, p.14).

Grando (2008) ressalta que o professor é o mediador do aluno na atividade de utilização de jogos, objetivando resgatar conceitos matemáticos do nível da ação para uma posterior compreensão e sistematização.

Muitas vezes os educadores tentam utilizar jogos em sala de aula, sem, no entanto, entender como dar encaminhamento ao trabalho depois da efetiva utilização do jogo em si. Eis então uma justificativa para a necessidade de se conhecer profundamente

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o material didático com o qual se vai trabalhar para então poder usufruir de suas potencialidades na sala de aula.

Neste sentido, a leitura da obra de Grando (2008) propiciou aos envolvidos no projeto “Laboratório de Matemática” investigar/conhecer possibilidades de realização de um trabalho pedagógico voltado ao uso de jogos matemáticos e resolução de problemas, fornecendo-lhes também subsídios teóricos e metodológicos capazes de embasar um repensar sobre os métodos estratégicos que visam minimizar a lacuna existente entre as atividades lúdicas cotidianas realizadas pelos educandos e o trabalho desencadeado em sala de aula.

A partir da leitura do livro “O Laboratório de Ensino da Matemática na Formação de Professores”, escrito por Sérgio Lorenzato (2006), pôde-se conhecer/aprimorar as concepções, possibilidades e limites provindos da utilização de um Laboratório de Ensino Matemática – LEM, sendo que nesta obra o autor promove uma grande discussão de como tais ambientes vêm sendo utilizados por instituições formadoras de professores de Matemática que almejam oferecer uma formação matemática de qualidade para seus licenciandos. Lorenzato explica:

Laboratório de Ensino Matemática é um espaço para facilitar tanto ao aluno como ao professor conjecturar, questionar, experimentar procurar, analisar e concluir enfim, aprender e principalmente aprender a aprender (2006, pág.7).

Então, para Lorenzato (2006) o LEM é uma sala-ambiente para estruturar, organizar, planejar e fazer acontecer o pensar matemático, o qual pode tornar o trabalho altamente gratificante para o professor e a aprendizagem compreensiva e agradável para o aluno.

É importante ressaltar que as leituras dos livros citados acima foram de extrema importância para o enriquecimento de conhecimentos teóricos, sendo que posteriormente foram realizadas várias atividades educacionais de extensão universitária envolvendo escolas da região de abrangência da URI – Campus de Frederico Westphalen. Cabe também salientar que o espaço físico e o acervo do Laboratório de Ensino de Matemática do Curso de Licenciatura em Matemática da URI – Campus de

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Frederico Westphalen foram muitas vezes utilizados para organizar e executar grande parte das atividades pertinentes ao projeto em questão.

E, além da utilização dos materiais do acervo do laboratório, as execuções das ações relatadas aqui também englobaram importantes ações de estímulo à participação, reforço e aperfeiçoamento de conhecimentos matemáticos de estudantes classificados para a segunda fase da 6ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – OBMEP. Para este público foram disponibilizadas aulas gratuitas de reforço, sendo que participaram estudantes de 5ª à 8ª séries, cujas aulas eram realizadas semanalmente no Laboratório de Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen, com alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Cardeal Roncalli. No decorrer destas aulas foram trabalhadas questões de olimpíadas anteriores (da apostila do Banco de Questões disponibilizada para as escolas públicas pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA), desafios e jogos matemáticos, buscando desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de interpretação dos educandos envolvidos em tais atividades. Os referidos encontros (transcorridos nas quintas-feiras, pela manhã e tarde) tiveram início no dia 05 de agosto e término nodia 09 de setembro de 2010.

Também, no período de 28 de setembro a 14 de dezembro de 2010, foram ministradas aulas de reforço nas dependências da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Inácio, aulas estas realizadas uma vez por semana, manhã e tarde, envolvendo alunos da 4ª à 7ª séries, abrangendo num total de 53 estudantes. Nesse período foram reforçados (em turno inverso) conteúdos matemáticos trabalhados em sala de aula pelas professoras titulares, sendo que nestas ocasiões procurou-se abordar jogos matemáticos confeccionados pela acadêmica bolsista do projeto “Laboratório de Matemática” (jogo dos divisores, ziguezague, dominó da tabuada). Salienta-se que os estudantes sempre demonstraram grande interesse em aprender, e, em decorrência deste empenho, suas notas na disciplina de Matemática passaram a ser muito mais satisfatórias.

As atividades de execução do referido projeto também envolveram a oferta de aulas de reforço para alunos do Núcleo Educacional de Jovens e Adultos – NEJA, com inicio dia 12 de agosto de 2010, sendo que eles vinham ao Laboratório de Ensino de Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen uma vez por semana. As

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atividades trabalhadas com este público envolveram reforços de tabuada, cálculos envolvendo a adição, subtração, multiplicação e divisão, problemas relacionados às quatro operações, cálculos mentais, números ímpares e pares, equações do 1º grau, equações completas e incompletas, zeros de uma função quadrática, ponto mínimo e ponto máximo da função do 2º grau, teorema de Tales e teorema de Pitágoras.

Relata-se também a participação dos envolvidos no projeto em eventos de extensão universitária, a exemplo do 7º URI Profissões e 1º Meeting do Recreação, Sabadão de Negócios, Vestibular de Verão, bem como monitoramento de visitas de escolas da região ao Laboratório de Ensino de Matemática: turmas de 6ª e 7ª séries da Escola Estadual de Ensino Médio Lucila Nogueira (de Boa Vista das Missões/RS), 3º ano do Curso Normal de Ensino Médio do Instituto Estadual 22 de Maio (de Palmitinho/RS). Nestas visitas os visitantes puderam manusear os vários jogos matemáticos disponíveis no acervo do laboratório bem como puderam explorar alguns softwares matemáticos (Winplot, Poly, Geogebra).

Considerações Finais

Pelas experiências vivenciadas até então, acredita-se que a utilização de atividades lúdicas em aulas de Matemática desencadeiam um aspecto afetivo entre aluno e professor. De maneira especial julga-se que os jogos matemáticos contribuem muito positivamente para um trabalho de formação de atitudes e de resolução de desafios.

Para a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI/Campus Frederico Westphalen, as atividades do projeto “Laboratório de Matemática” permanecem privilegiando grandes espaços à criatividade e responsabilidade na área da Educação Matemática, e sem dúvida oportuniza a interação da universidade com escolas básicas da sua região de abrangência.

A proposta de continuidade e desdobramento do projeto “Laboratório de Matemática” prevê para período de janeiro a julho de 2011 a continuação dos estudos relacionados à Educação Matemática, e, principalmente, dar continuidade às aulas de reforço. Também, planeja-se continuar prestando serviços à comunidade em geral, indo

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até as escolas ou trazendo os estudantes e professores destas instituições até a Universidade. Pretende-se também planejar/criar novos recursos didáticos para então ampliar o acervo do Laboratório de Ensino de Matemática da URI – Campus de Frederico Westphalen.

Referências

ALVES. Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino de matemática. Campinas, SP: Papirus, 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Ensino de 5ª a 8ª séries. Brasília-DF: MEC, 1998. FIORENTINI, Dario. LORENZATO, Sergio. Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

GRANDO, Célia Regina. O jogo e a Matemática no contexto da sala de aula. São Paulo: Paulus, 2004.

LORENZATO, Sergio. O Laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

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