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Educon, Aracaju, Volume 13, n. 01, p.1-14, set/2019

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     Recebido em: 20/08/2019      Aprovado em: 21/08/2019

     Editor Respo.: Veleida Anahi - Bernard Charlort      Método de Avaliação: Double Blind Review      Doi:http://dx.doi.org/10.29380/2019.13.23.05

     COMUNIDADE E ELEMENTOS DE AUTOIDENTIDADE POR MULHERES DE CLASSE MÉDIA      EIXO: 23. PESQUISA FORA DO CONTEXTO EDUCACIONAL

     ELZA FRANCISCA CORREA CUNHA, NEILSON SANTOS MENESES, CARMELITA RIKELLY SANTOS DE SOUZA

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RESUMO

Este trabalho analisa as categorias Representação Social de Comunidade e Elementos de Autoidentidade Feminina que emergiram de um estudo com 21 mulheres de classe média. Aplicou-se um roteiro semiestruturado de entrevista. Os dados sociodemográficos foram tratados pelo programa SPSS-20 e as informações subjetivas interpretadas pela Análise de Conteúdo. Na caracterização sociodemográfica apurou-se que a idade média das participantes foi 41,7 anos; a renda média familiar de 6 salários mínimos. A escolaridade variou entre superior incompleto e doutorado. As participantes estavam empregadas e os trabalhos domésticos e remunerados foram relacionados positivamente à sua identidade. Na Representação Social de Comunidade, foi ressaltada a coletividade. Como elementos identitários, as mulheres afirmaram gostar de estudar, de ler e do próprio corpo, mas o modificariam.

ABSTRACT

This paper analyzes the categories Social Representation of Community and Elements of Female Self-Identity that emerged from a study of 21 middle-class women. A semi-structured interview script was applied. Sociodemographic data were processed by the SPSS-20 software and subjective information interpreted by Content Analysis. In the sociodemographic characterization it was found that the average age of the participants was 41.7 years; the average household income of 6 minimum wages. Schooling ranged from incomplete college to doctorate. The participants were employed and domestic and paid work were positively related to their identity. In the Social Representation of Community, the sense of collectivity was emphasized. As identity elements, the women said they liked to study, read and their own body, but they would modify it.

Keywords: Women, Middle Class. Community. Female self identity. Social Representation. RESUMEN

Este articulo hace um analisis de las categorias Representación social de la comunidade y elementos de autoidentidad feminina y ha surgido de um estúdio con 21 mujeres de classe media. Se aplicó un guión de entrevista semiestructurada. Los datos sociodemográficos fueron procesados con el software SPSS-20 y las informaciones fueron interpretadas a través de análisis de contenido. En la caracterización sociodemográfica se encontró que la edad promedio de las participantes fue de 41.7 años; el ingreso familiar promedio de 6 salarios mínimos. La escolaridad varió desde la universidad incompleta hasta el grado de doctor. Las participantes tenían empleo y relacionaran positivamente el trabajo doméstico a su identidad. En la Representación social de la comunidad, se enfatizó la colectividad. Como elementos de identidad, las mujeres dijeron que les gustaba estudiar, leer y su propio cuerpo, pero que lo modificarían.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta resultados parciais de um estudo realizado junto a mulheres de classe média. Das informações obtidas emergiram algumas categorias, entre as quais examinamos uma com ênfase na representação social de comunidade e outra relacionada aos elementos de auto identidade, na qual focamos a percepção delas sobre quem eram, o que gostam, o próprio corpo e trabalhos doméstico e

remunerado.

Os estudos de representação social têm se constituído uma importante área de pesquisas em Psicologia Social e segundo Sá (2015, p. 183) “o termo designa tanto um conjunto de fenômenos quanto o conceito que os engloba e a teoria construída para explicá-los”. Moscovici, precursor da teoria das representações sociais, considerando uma psicossociologia do conhecimento, afirmou que tais representações seriam reduzidas a “uma modalidade específica de conhecimento que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos, no quadro da vida cotidiana” (MOSCOVICI, apud SÁ, 2015 p. 187).

A partir das ideias que os sujeitos têm dos fenômenos, o mencionado autor acredita que essas explicações do cotidiano, não são apenas opiniões ou atitudes em relação aos objetos sociais envolvidos. Nos comentários estão envolvidas combinações de diferentes escopos e objetos, que correspondem a “uma lógica própria, com estrutura globalizante de implicações, para qual contribuem informações e julgamentos valorativos colhidos nas mais variadas fontes institucionais e em experiências pessoais e grupais” (SÁ, op.cit., p.189). Nesta perspectiva, os conceitos e as afirmações são “verdadeiras teorias do senso comum, ciências coletivas suis generis, pelas quais se procede à interpretação e mesmo à construção das realidades sociais” (MOSCOVICI, apud SÁ, op.cit., p.48).

O termo comunidade é conceituado por teóricos como Ferdinand Tönnies apud BRANCALEONE (2008) em oposição à sociedade, sendo o primeiro termo considerado como tradicional e caracterizado pelas relações pessoais e de afetividade, comprometimento moral – de moral e valores compartilhados pelo grupo e de coesão social. Assim, a comunidade é voltada para seu interior, onde predominam os hábitos e costumes e a cooperação, é um tipo de organização que caracteriza grupos, como a família, aldeias e pequenos grupos urbanos. Mocellim, (2011), por outro lado, a sociedade é uma organização racional, marcada pelo individualismo, impessoalidade das relações, que significa um menor compartilhamento de valores e baixo grau de intimidade.

Tönnies 1942 apud BRANCALEONE (2008) formulou as teorias de sociedade e de comunidade, tendo suas ideias absorvido os pressupostos aristotélicos do homem ser animal gregário. Assim, as ações oriundas das vontades e suas forças, quando no sentido de conservação (ou de ameaça) formariam uma união. Esta, quando configurada predominantemente pela vontade natural, seria caracterizada como comunidade (gemeinschaft). Segundo o autor, na comunidade os homens permanecem unidos apesar das separações e na sociedade separados apesar de todas as uniões. Na sociedade, a vontade é considerada como subjetiva, moralmente autônoma, independente e autossuficiente, estando para si em um estado permanente de tensão com as demais, sendo as outras vontades, na maioria das vezes, consideradas atos de hostilidade. Em seus trabalhos, encontra-se a classificação das relações comunitárias: as autoritárias, com base na força da autoridade, representado pelo modelo entre pais e filhos. As de companheirismo, como no relacionamento entre irmãos e as relações mistas, que combinariam as duas formas, típico da convivência entre cônjuges (TÖNNIES, 1942: 54-75, apud BRANCALEONE, 2008).

O desenvolvimento da autoidentidade se constitui em um processo dialético entre um indivíduo e a sociedade. Berger e Luckmann (1976) alegam que esse processo é o resultado das diversas interações socioambientais com o indivíduo. Neste sentido, a identidade social de cada pessoa se caracteriza pelo conjunto das suas vinculações sociais.

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Segundo Giddens (2002, p. 39), a autoidentidade desenvolve-se dentro do quadro geral da constituição psicológica do indivíduo, em que “Ser humano é saber quase sempre, em termos de uma descrição ou outra, tanto o que se está fazendo como porque se está fazendo”. Esta consciência reflexiva permeia toda ação humana e é a condição específica da reflexividade institucional maciçamente desenvolvida, o que, segundo o autor, é um componente intrínseco da modernidade. Nesta perspectiva, todos os homens monitoram continuamente as circunstâncias de suas atividades como parte do fazer o que fazem e esse monitoramento sempre tem características discursivas. Isto significa que ao ser interpelado, o agente faz interpretações discursivas da natureza e das razões do seu comportamento.

Castells (2002, p. 22) faz uma distinção entre identidade e papéis sociais. Assim, ele entende por identidade “o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o(s) qual(is) prevalece(m) sobre outras fontes de significado”. Este seria originado e construído pelos sujeitos através do processo de individuação. No caso dessas identidades serem formadas a partir de instituições dominantes, o processo se dá a partir da internalização das regras e significados institucionais. Para o autor, existem múltiplas identidades, o que, em seu entendimento, seria fonte de tensão e contradição para o sujeito, na sua auto representação e na sua ação social.

Por outro lado, Castells (2002) afirma que os papéis sociais são determinados por organizações sociais, como nos papéis de militante político, trabalhador, mãe, vizinho, religioso, entre uma diversidade de outros possíveis de serem desempenhados por um/a único/a ator/a. Esse pesquisador acrescenta que a importância dos papéis sociais na influência do comportamento depende das negociações entre o sujeito e as instituições. Enquanto tais papéis organizam funções, a identidade organiza significados e é marcada pela maior fonte de significados devido aos processos de autoconstrução e individuação realizadas pelo sujeito. O significado organiza-se, especialmente, em torno de uma identidade primária, aquela que estrutura as demais e que se mantém ao longo do tempo e do espaço.

Goffman (1959) relaciona ao papel social, os direitos e deveres assumidos por uma pessoa à sua condição social e afirma que eles são representados por atos que interagem com expectativas de outras pessoas. Desse modo, os papéis sociais sinalizam comportamentos determinados, tais como as profissões de ser médico ou psicólogo, bem como o desempenho social de ser pai, ou ser mãe. O autor nomeia a pessoa que desempenha determinadas expectativas de agente de papel e aquelas a quem se relaciona, de expectadoras de papel.

Segundo Bronfenbrenner (1996), a existência de papéis sociais preestabelecem ações, cria maneiras de agir e demarca fronteiras entre o feminino e o masculino. A construção da identidade de homens e mulheres tem se configurado historicamente na base de separação entre as esferas pública e privada, onde as atribuições de papéis, atitudes e valores são definidas segundo os supostos modelos que estabelecem estereótipos masculinos e femininos. Contudo, de acordo com Corrêa-Cunha e Meneses (2016), as ações das mulheres vêm abordando criticamente as concepções que determinam a rígida separação dos espaços sociais segundo características inerentes aos sexos. As lutas sociais, levadas a frente por muitas mulheres, como indicam os autores, especificamente as brasileiras, revelam significativos ganhos, na esfera política, mas, “algumas conquistas têm mascarado uma histórica guerra, ainda distante de ser vencida” (p.61).

Os autores têm concordado que a definição de papéis, assim como o conceito de gênero faz parte de uma construção sociocultural, utilizada para descrever o biológico feminino e masculino e parece ser no cotidiano que tais paradigmas são naturalizados. Por se tratarem de representações individuais essas definições também são resignificadas diante dos distintos contextos sociais. Historicamente, a contribuição da mulher para suprir as necessidades da família ocorre através do trabalho doméstico (produtor de valores de uso) e da atividade profissional remunerada, no mercado formal ou informal de trabalho (ZALUAR, 1985; TELLES, 1990). No entanto, em função da baixa qualificação da força

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de trabalho feminino das classes populares e da desvalorização geral do trabalho desse setor, a remuneração que lhe é retornada é, de modo geral, menor, especialmente se for comparado com a dos setores masculinos, dentro da mesma classe social e no exercício de categorias e funções similares. Além disso, o trabalho remunerado, em geral, é realizado concomitantemente com as tarefas domésticas, acarretando assim uma dupla e às vezes, múltipla jornada de trabalho.

Para Bauman (2001) não há afirmação que não seja uma autoafirmação, nem identidade que não seja construída. Ao analisar possíveis razões da volatilidade das identidades, este estudioso considera que a forma de estar junto é a única e compatível com a modernidade, afirmada por ele como “líquida”, tendo em vista que:

As crenças, valores e estilos foram “privatizados” – descontextualizados ou “desacomodados”, com lugares de reacomodação que mais lembram quartos de motel que um lar próprio e permanente -, as identidades não podem parecer frágeis e temporárias, e despidas de todas as defesas exceto a habilidade e determinação dos agentes que se aferram a elas e as protegem da erosão. A volatilidade das identidades, por assim dizer, encara os habitantes da modernidade líquida. (BAUMAN, 2001, p. 204)

A indumentária corporal é um importante aspecto no que tange aos estudos sobre a identidade. Alguns autores como Giddens (2000), consideram o corpo um veículo e habitá-lo, pode ser privilégio, ou uma imposição. O corpo pode ainda ser fonte de bem-estar e de prazer e em contrapartida, de doenças e de pressões; além de portar significativas manifestações do self e da autoidentidade. A aparência corporal passa pelo modo de vestir, pela escolha dos acessórios, pela postura, pela sensualidade que envolve prazer e/ou dor face aos regimes de condicionamentos físicos e alimentares aos quais o corpo é submetido em busca de perfeição.

A aparência e a postura são construídas não só pela mulher e estão intimamente ligadas ao ambiente sociocultural. Cuidar do corpo na modernidade, especialmente para alguns grupos sociais, não tem necessariamente relação com a busca de saúde, mas com os estereótipos sociais de prazer e perfeição atribuídos à mulher. O corpo tem o poder de ajudar a manter a boa aparência e, por consequência, a sua satisfação. Mas nem sempre a mulher consegue controlar o seu corpo, sendo comuns mulheres, no intuito de preservá-lo, desenvolver doenças como a anorexia nervosa ou a bulimia, versões extremas das preocupações com o corpo que podem contribuir positivamente para aperfeiçoar a identidade ou negativamente para distanciá-la dos ideais almejados (VIEIRA, 2005).

Outro aspecto relacionado à autoidentidade são os papéis sexuais, que são

construídos por alguns determinantes histórico-culturais. Em nossa sociedade, por

exemplo, os homens são livres para irem e virem social e profissionalmente tendem a

dominar a vida social, dentro e fora do lar. Dentro desta perspectiva patriarcal, com

determinadas especificidades, comumente, é destinado às mulheres, os cuidados com

os filhos e com o lar. Vieira (2005) afirma que talvez, por esta razão sejam tão lentas

as mudanças sociais referentes à identidade das mulheres. Nesse sentido, cada

alteração deve desconstruir processos históricos de séculos de preconceitos e de

crenças, solidamente estratificados no seio da sociedade.

Do ponto de vista patriarcal, que estimula a cultura machista, Saegert (1980) observou que para as mulheres cabe o espaço periférico enquanto aos homens, os mais centrais, as zonas industriais e as comerciais. Nas práticas discursivas comerciais, as mulheres devem ser preenchidas pelo consumo, posicionando-se apenas como compradoras. Como espaços de reprodução biológica, os corpos femininos são representados como vazios, necessitando de cuidados enquanto aguardam o preenchimento pela maternidade. Nas relações afetivas, a mulher deve ser guardada no interior da casa e o seu papel é o de guardiã passiva do bem-estar masculino.

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Segundo Giddens (2000), as famílias desenvolvem ensinamentos de gênero com regras e valores próprios. Assim, no Ocidente, as meninas desde recém-nascidas, são vestidas de rosa, com laço de fitas, iniciando o aprendizado de rituais de beleza que deverá fazer parte de sua identidade feminina. MÉTODO

A amostra incluiu 21 mulheres, selecionadas por conveniência, residentes em bairros de classe média na cidade de Aracaju/SE. Adotou-se como critério para composição da amostra as condições de renda de 5 salários mínimos e a escolaridade superior incompleto. Foi utilizado para coleta de dados, um roteiro de entrevista que na primeira parte caracterizou demograficamente a amostra. A segunda, com cinco blocos de questões, investigou acerca do desempenho de papéis femininos (pessoais e coletivos), opiniões sobre o próprio corpo, trabalhos doméstico e remunerado, bem como, o significado de comunidade para elas.

As entrevistas foram realizadas entre outubro e dezembro de 2018, nas residências, em um Shopping e em uma universidade pública da cidade. As mulheres foram abordadas e solicitadas a participarem da pesquisa. As pesquisadoras explicaram os objetivos da investigação e os princípios do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Mediante a resposta positiva a este último documento, elas após o assinarem eram entrevistadas.

As respostas às questões objetivas foram assinaladas pelas entrevistadoras na presença da entrevistada. As respostas subjetivas foram gravadas em áudio, transcritas na íntegra para posterior análise.

RESULTADOS

Os resultados configuraram uma investigação qualitativa. Neste sentido, os dados de caracterização sociodemográfica foram tratados a partir do programa SPSS-20 e por se tratarem apenas de uma caracterização da amostra não levou a análises estatísticas de porte que configurasse estudo quantitativo. As informações obtidas pelas entrevistas foram interpretadas pela Análise de Conteúdo de Bardin (2007).

Caracterização Sociodemográfica da Amostra

O levantamento dos dados mostrou que a idade média das mulheres foi de 41,7 anos, a média da renda familiar foi R$ 6209,00 cerca de seis salários mínimos. Somente uma mulher afirmou que “infelizmente não trabalha fora” e as demais mostraram satisfação em trabalhar fora de casa. O nível de escolaridade variou entre superior incompleto até doutorado.

Descrição dos Dados Qualitativos

Das informações oriundas das entrevistas surgiram algumas categorias, que neste trabalho, analisamos: a Representação Social de Comunidade; Opinião sobre cargos Políticos Femininos;

Exercício de Cargo Político e Elementos Identitários Femininos, que a amostra se pronunciou sobre quem eram, o que gostam, percepção do próprio corpo trabalhos doméstico e remunerado. As

participantes foram identificadas pelo número do roteiro de entrevista, o qual obedeceu a ordem da coleta de dados.

Representação Social de Comunidade – Categoria que se referiu as opiniões das participantes, a respeito do que elas pensam sobre a comunidade em que moram. A maioria assinalou o aspecto coletivo e a reunião dos moradores em um local geográfico, como nos exemplos apresentados.

Grupo de pessoas que residem em um determinado local (M. 21)

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momentos difíceis que serão necessários sabedoria e inteligência para solucionar o problema (M. 22).

É viver em conjunto, compartilhando das vivências diárias (M 30)

Um local de convivência onde as pessoas pensam e agem em prol da coletividade (M. 31)

Grupo de pessoas que moram em um mesmo local, com uma herança cultural (M.39)

Vivência entre pessoas que se estabelece identidade, confiança, diálogo, alteridade. Ambiente de construção coletiva (M. 41)

Foi realizada uma investigação por Corrêa-Cunha, Meneses, Kappler, Santos e Santos (2018), sobre representação social de comunidade com moradoras de um conjunto habitacional popular e as suas respostas sobre o significado de comunidade, revelaram significativa diferença com este grupo de mulheres de classe média. Enquanto estas últimas, como se pôde observar nas falas acentuaram o caráter coletivo que deve haver na comunidade, as mulheres do conjunto popular, embora tenham apontado aspectos positivos como a necessidade de união, assinalaram contudo, o conflito, a violência, que fazia parte da vida comunitária delas, conforme as citações:

Comunidade é um grupo de pessoas envolvidas pra alguma coisa (M. 52 Ariane).

Se a gente for analisar aqui é dividida em duas partes, a parte de quem mora perto da praia, que é a parte de quem tem dinheiro, e a parte de quem mora perto da maré, que é que não tem dinheiro e que todo mundo tem medo. Mas, eu acho calmo, eu não acho tão perigoso como as pessoas falam. Eu acho que... Reconheço que falta uma estrutura, mas isso aqui não é só na comunidade (M.54)

Eu queria que o povo parasse de se matar, é muita falta de segurança (M. 51) O conflito comunitário mencionado pelas mulheres do conjunto habitacional popular faz alusão a definição de comunidade expressa por Burke (2002), de ser um espaço de atitudes conflituosas que necessitam ser construídos e reconstruídos constantemente. Campos (2004, p. 34-35) associa os conflitos existentes nas comunidades às relações sociais de produção assinaladas pelo marxismo e, neste sentido, ela afirma "A sociedade para Marx, não é harmoniosa, mas conflitiva, sendo que o harmonioso e o conflito não são determinados pela presença de valores comunitários, mas por problemas nas relações de produção”.

Opiniões sobre Cargos Políticos Femininos – esta categoria reuniu as opiniões das participantes

sobre as mulheres que desempenham papéis sociais políticos. Observa-se que todas, foram unânimes em avaliar positivamente. Apenas uma apontou que sua avaliação não discrimina gênero, mas ideologicamente, como nas falas seguintes:

Acho interessante, porque a mulher é mais sensível em relação aos homens (M. 23).

Mulheres determinadas, cheia de projetos e vontade de mudanças (M. 24). Ótimo! Infelizmente são poucas que chegam a esse cargo. Nos últimos anos veio ganhando mais espaço (M. 25).

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De fundamental importância, pois mulheres tem o mesmo direito que homens (M. 26).

Acho legal os direitos serem iguais, um avanço na independência feminina (M. 27).

Que elas são extremamente capazes de conduzir qualquer cargo(M. 30). Eu acho ótimo. Representa uma grande parcela da população que há muito tempo não é ouvida nem respeitada. A participação dela na política permite que seja colocado suas opiniões, perspectivas que atuariam positivamente em toda sociedade (M. 34).

Não faço necessariamente a distinção por sexo. Acredito que a ideologia partidária é mais determinante que a definição do sexo (M. 40).

Bourdier (2003) afirma que exercemos, nos diversos campos sociais, variados graus de escolha e autonomia, sendo que cada um tem um determinado contexto material, um espaço, um lugar e um conjunto de recursos simbólicos. Na casa, por exemplo, exerce-se a identidade familiar e assiste-se a representação que a mídia produz determinadas identidades a partir de informações diversas. Embora vendo-nos como determinada pessoa, nos diversos papéis encontrados e experienciados, percebemos nossa posição diferenciada a partir do momento, do lugar e dos diferentes papéis sociais que nos envolvemos, nos diferentes significados sociais:

Diferentes contextos sociais fazem com que nos envolvamos em diferentes significados sociais. Em todas as situações, podemos nos sentir, literalmente, como sendo a mesma pessoa, mas nós somos, na verdade, diferentemente posicionados pelas diferentes expectativas e restrições sociais envolvidas em cada uma dessas situações, representando-nos, diante dos outros de forma diferente em cada um desses contextos. Em certo sentido, somos posicionados – e também posicionamos a nós mesmos – de acordo com os “campos sociais” nos quais estamos atuando (SILVA, HALL & WOODWARD, 2000, p.30).

Exercício de Cargo Político - categoria que investigou se as participantes exercem e se gostariam de

exercer algum cargo político. Observou-se que apenas uma das participantes (4,7%) afirmou que gostaria de ser senadora e outra (4,7%) o caráter político do seu trabalho (professora). As demais (90%) afirmaram que não exercem nenhum cargo político e não gostariam de exercer, como expresso nos exemplos abaixo:

Não e nem gostaria de exercer (M. 29) Não e nem gostaria (M. 29).

Corrêa-Cunha et al. (2017) ao investigarem uma amostra de 20 mulheres moradoras de uma comunidade de baixa renda, a respeito dos papéis sociais desempenhados por elas, observaram que as participantes se dedicavam prioritariamente aos afazeres domésticos. Como neste grupo de participantes, a esmagadora maioria delas não se interessava pelas atividades de mobilização social e política, embora tivessem tecido elogios às mulheres representantes políticas.

Elementos da Autoidentidade - Esta categoria refere-se aos depoimentos das entrevistadas sobre a

perspectiva que têm acerca de si mesmas e incluíram quem eram, o gostam de fazer, percepção do próprio corpo, trabalhos doméstico e remunerado. No que diz respeito ao que gostam de fazer, ressalta-se que os relatos sobre ler, estudar e trabalhar em casa tiveram as mais altas incidências com 30%, 24% e 24% respectivamente Nas suas falas, elas se auto definiram associando as tarefas domésticas a outras que também gostavam de realizar como trabalhar, ler, passear como se observa

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nos comentários seguintes:

Gosto de ler, estudar estar entre amigos e familiares. Não gosto de multidão (M. 21).

Sou uma pessoa alegre, divertida, gosto de cuidar da família, de ler, (M. 25). Gosto de ler, viajar, conversar com os amigos em casa, trabalho, estudo. Um dos meus problemas é mania de perfeição (M. 22).

Pode-se constatar no nível micro social que os discursos pessoais reproduzem os argumentos teóricos explícitos na literatura científica. Neste sentido, observa-se a diversidade de papéis vivenciados e desempenhados pelas participantes nas mais diversas conjunturas sociais pelas quais elas transitam. Segundo Silva (org.), Hall e Woodward (2000), as pessoas vivem no centro de um imenso número de diferentes instituições. Estas, para Bourdieu (2003, p.24), seriam os “campos sociais”, os quais envolvem relações de força e dominação. As relações entre indivíduo e sociedade são permeadas “pela distribuição do capital” e entre eles, podem-se encontrar as famílias, grupos de colegas e de trabalho, as instituições políticas e educacionais.

Outro aspecto interessante é a satisfação demonstrada pelas entrevistadas em trabalhar fora de casa, embora responsáveis também pelas tarefas domésticas. O trabalho, segundo os analistas, é uma importante forma de o gênero feminino resistir aos ataques masculinos face à sua identidade, pois o prestígio, sem dúvida, está com quem detém a hegemonia econômica. Afirma Gibson e Graham (1996: 28) "que o capitalismo é uma arquitetura ou estrutura de poder que é conferida pela propriedade e pelo controlo diretivo ou financeiro". Assim, à mulher que não trabalha foram do lar está destinado o papel de ser mantida e, por tal razão, a subjugação ao poder do marido.

Complementado as tarefas do trabalho remunerado (fora do lar), no que diz respeito ao trabalho doméstico, elas demonstraram contentamento em executar, ao referirem:

Faço tudo em casa (M. 21). Cuidar do lar (M. 25).

Sou maravilhosa em casa, gosto de ler (M. 32).

É interessante comparar estas respostas com o grupo de mulheres do conjunto popular entrevistadas por Corrêa-Cunha et al. (2018), em que as participantes unanimemente afirmaram que trabalhavam em casa e se identificavam com essas funções. Eis alguns depoimentos do grupo de participantes:

Eu gosto de ser uma dona de casa. Ter minha qualidade, né? Cuido de casa, cuido de filho, cuido de marido, cuido de roupa, cuido de tudo (E. 4).

Eu gosto de ficar cuidando do meu lar, né? Eu num gosto de tá pelo mundo. Gosto sempre de tá cuidando dos meu fio, quando meus fio nasceu, me dediquei só a eles porque eu tive muito medo de perder meus fio pra violência (E. 11).

O trabalho é outra forma de o gênero feminino resistir aos ataques masculinos a sua identidade, pois o prestígio, sem dúvida, está com quem detém a hegemonia econômica. Afirma Gibson e Graham (1996: 28) "que o capitalismo é uma arquitetura ou estrutura de poder que é conferida pela propriedade e pelo controlo diretivo ou financeiro". Assim, à mulher que não trabalha está destinado o papel de mantida e, por tal razão, a subjugação ao poder do marido. Esse autores ainda afirmam que a luta feminista para a equiparação das mulheres aos homens no que toca ao trabalho não está favorecendo o sexo feminino, ao contrário, está masculinizando-a. O fato de as mulheres trabalharem

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em igual número de horas que os homens e com as mesmas funções não significa necessariamente a sua libertação; isso pode ser uma dupla escravatura, pois, ao mesmo tempo, trabalha em sua profissão e no lar, duplicando sensivelmente a sua jornada de trabalho (Gibson e Graham, 1996). Observa-se que os diversos papéis sociais desempenhados pelas entrevistadas, entre os políticos, comunitários e enquanto trabalhadoras, para a maioria delas, com quase unanimidade, foram considerados os mais importantes, aqueles relacionados com as tarefas domésticas. Castells (2002, p.23) afirma que, em determinados momentos da vida, algumas auto definições se confundem com determinados papéis desempenhados, como por exemplo, o momento em que ser pai é a mais importante auto definição para um indivíduo. Paim (1995) observou que nas camadas populares a maternidade é considerada a experiência que garante o "ser mulher" em sua realização como sujeito desse universo simbólico, determinando sua função, status e posição social.

Nos relatos sobre o próprio corpo, 35% das participantes do presente estudo afirmaram que gostavam do próprio corpo, mas apontavam algum aspecto que mudariam; cerca de 25% delas expressaram vontade de perder peso e igualmente esse percentual gostariam de diminuir a barriga, surgiram ainda descontentamento com o nariz e com o seio. Eis alguns depoimentos

Faria uma plástica na barriga (M.21)

Gosto do meu corpo no contexto geral, mas mudaria meu nariz (M. 22) Não gosto do meu corpo, faria uma bariátrica (M. 34).

Quanto às referências autoidentitárias voltadas para o próprio corpo, pode-se observar que as percepções apontadas, guardam semelhanças com as explicações anunciadas por alguns autores. A este respeito, para Mauss (2003, p.404-405), existem hábitos corporais que variam de acordo com a cultura e o período histórico. Assim, há uma "imitação prestigiosa" onde "a criança, como o adulto, imita atos bem-sucedidos que ela viu ser efetuados por pessoas nas quais confia e que têm autoridade sobre ela". Goldenberg (2010) afirma que no Brasil existe um modelo de corpo específico (jovem, magro, em boa forma, sexy), que segundo Bourdieu (2003) seria um corpo distintivo, definido como capital e os diversos tipos de capital são as influências que definem as probabilidades de ganho em um campo da sociedade. No entanto, esse corpo só é conquistado por meio de investimento financeiro, trabalho, sacrifício e tempo.

CONCLUSÃO

Do estudo realizado foram analisadas as categorias Representação Social de Comunidade e

Elementos da Autoidentidade Feminina, na qual as participantes se pronunciaram sobre quem eram o

que gostavam de fazer (ler, estudar e trabalhar fora e dentro do lar obtiveram os maiores índices);

percepção do próprio corpo: a maioria afirmou que gostava do próprio corpo, ainda assim, apontou

partes que gostaria de mudar, diminuir barriga, perder peso, diminuir seios.

Observa-se nas informações trazidas pela amostra, forte influência midiática e de construção cultural do corpo, aprovado socialmente, que, segundo a literatura especializada exige uma infraestrutura econômica, que nem sempre está dentro dos padrões das participantes, ainda que estas apresentem um perfil sociodemográfico de classe média, conforme descrito anteriormente. As entrevistadas se reportaram ao papel social que executam especialmente representado pelas atividades domésticas, ainda que ligado a outras tarefas que afirmaram gostar de desempenhar, como ler, estudar e trabalhar fora do lar. Outros papéis sociais apontados pelas participantes, como estudantes, trabalhadoras e mães, segundo Castells (2002), em determinados momentos, representam a autoidentidade dos sujeitos.

As respostas da categoria Representação Social de Comunidade revelam um sentimento de pertencimento por parte das entrevistadas ao seu local de moradia, tendo sido assinalados os aspectos

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comum e coletivo como imprescindíveis para a existência da comunidade.

No que diz respeito às Opiniões sobre Cargos Políticos Femininos, as participantes deste estudo afirmaram que não exercem cargo político e não são motivadas para tal, contudo, elas se sentem representadas pelas mulheres que os exercem e teceram muitos elogios à coragem das protagonistas políticas.

Como os dados revelaram, essas mulheres apresentam qualificação profissional, estão empregadas e as tarefas domésticas são relacionadas por elas como pertencentes a sua identidade, pois foi precisamente resposta a pergunta “Fale quem é você”. Apesar de realizarem trabalhos domésticos, as participantes os associam a outras atividades que realizam e mostram satisfação em realizá-los. Pode-se afirmar que os dados obtidos, tanto no que diz respeito aos Elementos de Autoidentidade, quanto às características comunitárias, têm corroborado as conclusões dos estudos referidos no artigo. Avalia-se, a necessidade da realização de mais estudos que busquem analisar a percepção de mulheres de diferentes regiões brasileiras acerca de sua comunidade e sobre os elementos de autoidentidade. Tal questão pode ser considerada relevante, na medida em que esses estudos podem contribuir para o desenho de políticas públicas mais eficientes e favoreçam a implementação de ações que beneficiem um maior empoderamento dos setores femininos.

Espera-se que esforços no sentido de construir um discurso feminino de resistência que combata os preconceitos e estereótipos presentes no discurso social machista poderá construir a nova identidade da mulher contemporânea com base na equidade e na luta para a emancipação da mulher.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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