EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA __ª VARA DO TRABALHO DE PORTO ALEGRE – RS.
>> COM PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA
EDUARDO DE OLIVEIRA VARGAS, brasileiro, solteiro, desempregado, inscrito no CPF sob o nº 737.277.840-91, portador do RG de nº 9064801294, residente e domiciliado na Rua da Fraternidade, nº 125, Bairro Cavalhada, CEP 91920-270, na Cidade de Porto Alegre - RS, através de seus procuradores signatários, vem, com o respeito costumeiro à presença de Vossa Excelência, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em face de NILIANA VARELLA ANDREOLI SQUEFF - ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 25.371.297/0001-22, com sede na Avenida Otto Niemeyer, nº 2500, Bairro Tristeza, na Cidade de Porto Alegre/RS, CEP 91910-001, na pessoa de seu representante legal, pelos fatos e substratos jurídicos abaixo expendidos.
01. Por questão de organização e melhor elucidação dos fatos e direitos, a presente reclamatória trabalhista se dividirá da seguinte maneira:
(a) da admissão, funções laborais e remuneração; (b) fatos relevantes;
(c) da assinatura da CTPS; (d) dos intervalos intrajornada;
(e) horas extras, do adicional noturno, domingos e feriados; (f) do adicional de insalubridade;
(g) do FGTS;
(h) do pedido de gratuidade de justiça; (i) dos honorários advocatícios;
(j) dos pedidos; (k) requerimentos.
A) DA ADMISSÃO, FUNÇÕES LABORAIS E REMUNERAÇÃO.
PERÍODO I
ADMISSÃO: 01.05.2019 AFASTAMENTO: 29.08.2019 FUNÇÃO: Atendente
ÚLTIMA REMUNERAÇÃO: R$ 1.292,53
B) FATOS RELEVANTES.
O reclamante recepcionava clientes, servia mesas e limpava banheiros (retirando lixos, limpando vasos e os “faxinando” com produtos químicos).
A reclamada é uma pizzaria, com duas sedes, uma na Zona Sul e outra na Cidade Baixa, ambas em Porto Alegre, atuando com o nome fantasia de Ba Pizzas.
O reclamante não batia ponto.
O reclamante recebia o salário em mãos.
Assinaram a sua CTPS, um mês depois do início do labor.
Não tinha intervalos.
Trabalhavam das 16h às 02h da manhã, no entanto, no “papel”, das 16h às 23:30h.
Não recebia adicional noturno.
Teve 4 folgas no mês, sendo uma no domingo.
C) DA ASSINATURA DA CTPS.
02. O reclamante trabalhou sem registro em sua CTPS, no período de 01.05.2019 a 29.08.2019, tendo jornada de trabalho prefixada, de segunda a domingo, das 16h às 23:30h (ainda que laborasse diariamente até 02h da manhã), com salário de R$ 1.292,53 (mil, duzentos e noventa e dois reais e cinquenta e três centavos), na função de atendente.
03. Se trata de relação de emprego tipificada no artigo 2º e 3º em que, se existente a subordinação, pessoalidade, onerosidade, habitualidade e prestação de serviços por pessoa física, configura-se a relação empregatícia e o dever de registro na CTPS do obreiro e pagamento dos pecuniários legais.
04. Pelo exposto, requer seja reconhecido o vínculo de emprego entre as partes com condenação da reclamada na obrigação de fazer as anotações na CTPS do obreiro, com salário de R$ 1.292,53 (mil, duzentos e noventa e dois reais e cinquenta e três centavos) mais recebimento do adicional de insalubridade (no montante de 40%) e função de atendente, pelo período de 01.05.2019 até o fim do pacto laboral.
D) DOS INTERVALOS INTRAJORNADA.
05. O autor deveria gozar de intervalo intrajornada, contudo, não o fazia, pois, sua empregadora não lhe autorizava.
06. Destarte, como já referido, a parte reclamante não usufruía do mínimo legal estabelecido no artigo 71 da CLT. Não havia, portanto, respeito ao período mínimo para descanso e refeição, contrariando assim regramentos básicos de saúde e medicina do trabalho.
07. Diante disso, aplicável ao caso o disposto no § 4º do artigo 71 da CLT. E para que não paire dúvida acerca do período a ser abarcado pela condenação, impõe-se colacionar o entendimento consubstanciado no item I, da Súmula 437 do C. TST, in verbis:
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
08. Pelo exposto, requer-se a condenação da reclamada no pagamento de 01 (uma) hora diária pela não concessão do intervalo intrajornada, acrescida dos adicionais legais ou coletivos, na forma mais favorável ao obreiro.
09. Requer-se, ainda, a repercussão da hora intervalar, já acrescida dos adicionais, em repousos semanais remunerados, férias acrescidas do terço constitucional, décimo terceiros salários e FGTS, observando o disposto no § 1º do artigo 457 da CLT e o entendimento consubstanciado na Súmula 264 do C. TST.
E) HORAS EXTRAS, DO ADICIONAL NOTURNO, DOMINGOS E FERIADOS. 10. O reclamante laborou das 16:00h às 02h, seis dias por semana (colidindo em domingos e feriados, sem gozo de intervalo) de 01.05.2019 a 29.08.2019.
11. Assim sendo, são devidas as horas extraordinárias acrescidas do adicional, assim consideradas as excedentes aos limites legais de 8 horas diárias e 44 horas semanais.
12. Portanto, o reclamante postula pelo pagamento das horas extras, assim consideradas as excedentes da 8ª hora diária e, de forma não cumulativa, da 44ª hora ordinária semanal, com adicional previsto nas normas coletivas ou o praticado no curso do contrato (o que for mais favorável), resguardado o mínimo legal de 50% e a dobra legal de 100% para os eventuais domingos e feriados trabalhados sem a concessão de folga na mesma semana.
13. Como visto anteriormente o reclamante trabalhava em hora noturna, sem o recebimento, contudo, do respectivo adicional noturno.
14. Portanto, requer seja a reclamada condenada ao pagamento do adicional noturno, acrescido da hora reduzida com base no art.73 da CLT §1º, correspondente a (quantidade) horas mensais, além de reflexos sobre férias, décimo terceiro salário, aviso prévio, DSR e FGTS (e multa dos 40%).
15. Ainda, sejam incluídas as horas extras noturnas [com o adicional noturno], de acordo com o entendimento constante na OJ 97 SDI-I do TST).
F) DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
16. O reclamante faz jus ao recebimento do adicional de insalubridade em grau máximo, pois fazia a limpeza dos banheiros (dos clientes da pizzaria e dos próprios funcionários, com produtos químicos, retirando/trocando inclusive, o lixo do recinto).
17. Desta forma, requer seja deferido, o presente pedido de adicional de insalubridade, nos períodos em que laborou na empresa, com reflexos e repercussões na base de cálculo de seus salários pagos e demais parcelas, tais como: FGTS, INSS, repousos semanais remunerados, gratificações natalinas, férias e 1/3 e aviso prévio.
G) DO FGTS.
18. A empregadora deverá realizar os depósitos na conta vinculada do empregado no importe de 8% e multa de 40%, sobre a remuneração que deveria ser paga mensalmente.
19. Neste sentido, ainda é importante frisar que não houve o depósito referido alhures para os meses de maio, julho e agosto de 2019, sendo que se requer a condenação da reclamada no pagamento dos depósitos fundiários corrigidos e atualizados, para os períodos retrocitados.
H) DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
20. O reclamante está desempregado, conforme se depreende da sua CTPS.
21. O fato de estar assistido por advogado contratado justifica-se tão somente pela relação de confiança que a mesma tem com este causídico, que de imediato aceitou o encargo em nome da máxima que envolve os profissionais do Direito, a manutenção da Justiça.
22. Ademais como é de conhecimento geral, nas ações trabalhistas os advogados geralmente firmam contrato pela cláusula “ad exitum”, sendo que aqui não se faz diferente1.
23. Assim sendo, requer a concessão da gratuidade de justiça, pois o autor não tem condições de arcar com as custas do processo, sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração firmada em anexo.
I) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
24. Por fim, seja a reclamada condenada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (em consonância com os ditames da Lei nº 13.467/2017, art. 791-A2), além de outras eventuais despesas no processo (NCPC, art.
84).
J) DOS PEDIDOS.
25. Tendo em vista que o disposto no §1º do artigo
840 da CLT, exige pedido certo e determinado, com indicação do valor, o reclamante atribui valor a todos os pedidos, abaixo relacionados, ressalvando a necessidade de liquidação dos mesmos, uma vez que não há exigência de
1 26% sobre eventual êxito obtido.
2 Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
liquidação dos pedidos, neste momento processual. Desta forma, todos os valores abaixo são estimados.
26. ISTO POSTO, faz jus o reclamante:
(a) ao deferimento da gratuidade da justiça;
(b) requer seja reconhecido o vínculo de emprego entre as partes com condenação da reclamada na obrigação de fazer as anotações na CTPS da obreira, com salário de R$ 1.292,53 (mil, duzentos e noventa e dois reais e cinquenta e três centavos) mais recebimento do adicional de insalubridade (no montante de 40%) e função de atendente, pelo período de 01.05.2019 até o fim do pacto laboral;
(c) requer-se a condenação da reclamada no pagamento de 01 (uma) hora diária pela não concessão do intervalo intrajornada, acrescida dos adicionais legais ou coletivos, na forma mais favorável ao obreiro; requer-se, ainda, a repercussão da hora intervalar, já acrescida dos adicionais, em repousos semanais remunerados, férias acrescidas do terço constitucional, décimo terceiros salários e FGTS, observando o disposto no § 1º do artigo 457 da CLT e o entendimento consubstanciado na Súmula 264 do C. TST;
(d) postula pelo pagamento das horas extras, assim consideradas as excedentes da 8ª hora diária e, de forma não cumulativa, da 44ª hora ordinária semanal, com adicional previsto nas normas coletivas ou o praticado no curso do contrato (o que for mais favorável), resguardado o mínimo legal de 50% e a dobra legal de 100% para os eventuais domingos e feriados trabalhados sem a concessão de folga na mesma semana;
(e) requer seja a reclamada condenada ao pagamento do adicional noturno, acrescido da hora reduzida com base no art.73 da CLT §1º, correspondente a (quantidade) horas mensais, além de reflexos sobre férias, décimo terceiro salário, aviso prévio, DSR e FGTS (e multa dos 40%). Ainda, sejam incluídas as horas extras noturnas [com o adicional noturno], de acordo com o entendimento constante na OJ 97 SDI-I do TST);
(f) requer seja deferido, o presente pedido de adicional de insalubridade, nos períodos em que laborou na empresa, com reflexos e repercussões na base de cálculo de seus salários pagos e demais parcelas, tais como: FGTS, INSS, repousos semanais remunerados, gratificações natalinas, férias e 1/3 e aviso prévio;
(g) a empregadora deverá realizar os depósitos na conta vinculada do empregado no importe de 8% sobre a remuneração que deveria ser paga mensalmente e multa de 40%. Neste sentido, ainda é importante frisar que não houve o depósito referido alhures para os meses de maio, julho e agosto 2019, sendo que se requer a condenação da reclamada no pagamento dos depósitos fundiários corrigidos e atualizados, para os períodos retrocitados;
(h) aos juros e correção monetária.
K) REQUERIMENTOS.
27. Para a presente requer ainda:
(a) notificação da reclamada para responder a presente reclamação, sob pena de revelia;
(b) depoimento pessoal do representante da reclamada, sob pena de confissão;
(c) notificação pessoal do reclamante para comparecer na audiência;
(d) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial documental, testemunhal e pericial;
(e) seja determinado à reclamada que, na primeira oportunidade, acoste os documentos abaixo sob pena da aplicação das sanções dos artigos 9º da CLT e 400, do NCPC.
(e.1) contrato de trabalho;
(e.2) ficha de registro do empregado;
(e.3) folhas de contracheques e depósitos
bancários salariais durante o pacto laboral;
(e.4) termos de rescisão do contrato de
trabalho;
(e.5) protocolo de recebimento de EPI’s;
(e.6) folhas-ponto/registros de jornadas;
(e.7) extratos relativos à conta de FGTS do
reclamante;
(e.8) RAIS do reclamante;
(e.9) avaliações de desempenho do
(f) à condenação em honorários advocatícios e concessão do benefício da justiça gratuita, uma vez que o autor é pessoa pobre e não tem condições de suportar as despesas desta ação sem comprometer o seu próprio sustento, declarando esta condição na forma da Lei nº 7.510/86.
(g) à condenação da reclamada no pagamento dos honorários advocatícios a serem definidos por este MM. Juízo.
28 Igualmente, requer-se que todas as notificações pertinentes ao presente feito sejam publicadas em nome dos seus procuradores Eduardo Peres Pereira (OAB/RS 75.330) e Mayara Peres Pereira (OAB/RS 88.084).
29. Pede pela procedência total da reclamatória e respectivo pedido. Dá-se à reclamatória, consoante os ditames do §3º, dos artigos 840, da CLT e 485, IV, do CPC, o valor de: R$ .
30. De qualquer sorte, abaixo se repisam os valores perseguidos, com discriminação da verba que lhe originou. Senão vejamos:
VERBAS VALORES
HORAS EXTRAS NOTURNAS COM
REFLEXOS R$
HORAS INTERVALO ART. 71 COM
REFLEXOS R$
DOMINGOS E FERIADOS COM REFLEXOS R$ ADICIONAL NOTURNO COM REFLEXOS R$
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE R$ (-) COMPENSAÇÃO DE VALORES PAGOS -
SUBTOTAL R$
FGTS S/VERBAS APURADAS 11,20% R$ DIFERENÇA FGTS+MULTA 40% PERÍODO
SUBTOTAL R$ (-) INSS (R$ ) SUBTOTAL R$ JUROS DE MORA - SUBTOTAL R$ (-) IRRF (nº de meses) -
TOTAL LÍQUIDO DEVIDO AO RECLAMANTE EM 31/09/2019 R$
TOTAL LÍQUIDO DEVIDO AO RECLAMANTE EM 31/09/2019 R$ TOTAL LÍQUIDO DEVIDO AO INSS “EMPREGADO” R$
TOTAL DEVIDO AO INSS “EMPREGADOR” – SIMPLES NACIONAL R$ - TOTAL DEVIDO AO IRRF -
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 15% R$
TOTAL BRUTO DA CONDENAÇÃO EM 31/09/2019 R$
Nestes termos,Pede deferimento.
Porto Alegre, 19 de setembro de 2019.
P.p. EDUARDO PERES PEREIRA P.p. MAYARA PERES PEREIRA
