SEST - Serviço Social do Transporte SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

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SEST - Serviço Social do Transporte

SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SEDE: SAUS Quadra 1 - Bloco “J” - Ed. Confederação Nacional do Transporte Brasília-DF, CEP: 70070-944, Fone: (61) 3315.7000 Site: www.sestsenat.org.br Todos os direitos reservados ao SEST SENAT. Não é permitido copiar integral ou parcialmente, distribuir, criar obras derivadas ou alterar a obra original, no todo ou em parte.

Segurança no transporte de passageiros. – Brasília: Sest/Senat, 2017. 26 p. : il. – (Palestras)

1. Transporte de passageiro. 2. Motorista profissional. 3. Direção defensiva. 4. Segurança no trânsito. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título.

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Brasília, 2014

Apresentação

O transporte coletivo de passageiros é um serviço que beneficia milhões de cidadãos em todas as regiões urbanas e rurais do nosso país. Oferecer um atendimento seguro e qualificado aos seus usuários é uma responsabilidade tanto das empresas de transporte quanto do condutor dos veículos.

Nesta cartilha são abordados temas relacionados ao trabalho do motorista, destacando a sua responsabilidade como agente promotor de uma condução adequada e de um ambiente seguro para os passageiros.

Ao longo do texto, você terá ainda informações sobre pontos importantes da legislação pertinente ao transporte de passageiros; sobre os princípios básicos da direção defensiva; sobre como lidar com as condições adversas que dificultam a sua condução e saberá como evitar acidentes com outros veículos e com pedestres.

O atendimento a pessoas com deficiência e a escolares é também um ponto importante considerado nesta cartilha.

Além dos aspectos relacionados aos usuários, apresentamos algumas orientações para o motorista de transporte de passageiros sobre o cuidado com sua saúde e seu bem-estar. Em casos de acidentes, são apresentadas algumas orientações sobre a importância do Boletim de Ocorrência e outras providências. Fique atento a cada tópico e aproveite essa oportunidade para aperfeiçoar sua prática profissional.

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O que você

vai encontrar

nesta cartilha:

Apresentação �� 5 O motorista de transporte coletivo de passageiros: sua importância

e sua responsabiliade �� 9 A condução segura e o êxito do negócio ��10 Direção defensiva ��10 Princípios da direção defensiva �� 11 Condições adversas no trânsito �� 12 Evite acidentes ��14 Atendimento a usuários �� 16 O uso obrigatório do cinto de segurança �� 19 Principais delitos no sistema de transporte ��20 Boletim de ocorrência �� 21 Os perigos do uso do álcool e de outras drogas �� 22 Legislação específica sobre o transporte de passageiros �� 23 Para relembrar �� 24 Referências bibliográficas �� 25

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O motorista de transporte coletivo de

passageiros: sua importância e sua

responsabiliade

O motorista é responsável pelo bem-estar e pela segurança dos passageiros, independentemente do tamanho e da capacidade do veículo. Durante o percurso, o profissional deve se certificar de que todos usem o cinto de segurança (exceto no caso de ônibus urbanos), que estejam acomodados de forma adequada em seus assentos e que se comportem de maneira a não distraí-lo.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), nenhum veículo ou combinação de veículos pode transitar com lotação de passageiros superior à estipulada pelo fabricante, seja com peso bruto total, seja com peso bruto total combinado ao peso por eixo. Cabe ao motorista observar o cumprimento dessas exigências legais.

O motorista não deve transportar passageiros em compartimento de carga, a não ser que tenha permissão da autoridade competente, como é determinado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O transporte de passageiros em pé é permitido somente em veículos de transporte urbano, sendo, portanto, proibido em rodovias e outras vias fora do perímetro da cidade. A única exceção será nos casos em que os passageiros estejam prestando socorro.

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É de responsabilidade do transportador: fazer o transporte com conforto, higiene, pontualidade e segurança; prestar informações necessárias aos passageiros; não recusar passageiros, a não ser por motivo de saúde dos próprios interessados; e cumprir as normas de trânsito.

A condução segura e o êxito do negócio

Quando você dirige, assume várias responsabilidades. O transporte é o seu trabalho, logo, você é responsável por aqueles que usufruem desse serviço. Trata-se da segurança da sua vida, das pessoas que você transporta e daquelas que estão no trânsito. Mas a sua responsabilidade vai além disso.

Um motorista que dirige de forma segura tem credibilidade diante de seus passageiros, colegas e chefes. Afinal, ninguém vai entrar em um veículo dirigido por alguém em quem não se confia, não é mesmo? Dessa forma, reforçar a segurança é otimizar a qualidade do seu trabalho.

Então, para o sucesso do seu trabalho, deve-se prestar atenção às formas de alcançar o máximo em segurança. Uma das maneiras de colocar isso em prática é a direção defensiva. Você já ouviu falar a respeito disso?

Direção defensiva

Os acidentes de trânsito podem ter inúmeras causas, mas a maioria deles é provocada por falhas humanas, seja por negligência (conduzir um veículo sem manutenção), imprudência (desrespeito às regras de trânsito) ou imperícia (falta de habilidade técnica para fazer manobras com o veículo).

Claro, é impossível que um motorista nunca cometa erros, mas há certas precauções que podem levá-lo a ter mais atenção e evitar erros que causem acidentes. Para isso, no dia a dia do trânsito, é importante praticar a direção defensiva.

Direção defensiva é um conjunto de medidas e procedimentos que visam minimizar os riscos de acidentes de trânsito. É tão importante que conhecê-la é uma exigência para obter ou renovar a carteira de habilitação.

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Princípios da direção defensiva

Os princípios da direção defensiva se dividem em cinco grupos: Ação, Habilidade, Previsão, Atenção e Conhecimento.

Ação

Envolve estar preparado para fazer uma manobra fora do previsto devido a uma nova situação. Também implica dirigir de forma defensiva, evitando acidentes.

Habilidade

É a destreza que o condutor tem para conduzir o seu veículo de forma adequada.

Previsão

É a antecipação de uma situação de risco a partir da experiência do motorista. Ela pode ser empregada em um período curto de tempo, como é o caso da avaliação do risco em um cruzamento. Ou em período mais longo, como fazer a revisão e a manutenção periódica do veículo.

Atenção

É direcionada a todos os elementos do trânsito, como a situação da via, sinalização, condições climáticas, manutenção do veículo, tempo de deslocamento, conhecimento prévio do percurso, e o próprio estado do motorista.

Conhecimento

É necessário que o motorista conheça as leis e normas de trânsito que compõem o Código de Trânsito Brasileiro. Você também deve ter conhecimento prático sobre o veículo.

Agora é hora de você fazer uma autoavaliação. Será que as suas habilidades, hábitos e conhecimentos a respeito do trânsito são suficientes para praticar todos os princípios da direção defensiva? Caso

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a resposta seja não, é preciso prestar mais atenção ao que pode ser melhorado. Atenção e conhecimento são fundamentais para trabalhar todos os elementos da direção defensiva e podem ser reforçados com tempo e dedicação.

Condições adversas no trânsito

O cuidado com a condução do veículo de transporte coletivo de passageiros deve ser maior quando o motorista enfrenta situações adversas no trânsito. Veja algumas orientações para saber lidar com esses problemas de forma tranquila e eficiente:

Condições adversas de tempo Chuva, neblina, calor ou frio excessivo. Tudo isso pode reduzir a capacidade visual do condutor, causando acidentes e outros problemas no trânsito. Pode, ainda, causar problemas na via, como buracos e trechos escorregadios. Esteja sempre preparado! Antes de iniciar cada viagem, procure saber a previsão do tempo. Em caso de neblina ou chuva, reduza a velocidade. Se estiverem muito fortes, é bom parar em um local seguro até que o tempo melhore.

Aquaplanagem ou hidroplanagem Sob chuva intensa, o pneu perde aderência ao solo por conta da “camada de água” que se forma entre o veículo e o piso. O motorista tende, então, a ter menos controle sobre o veículo. O excesso de água não pode ser evitado, mas, nessas

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circunstâncias, o motorista deve reduzir a velocidade e aumentar a atenção. Pneus “carecas” também favorecem a falta de controle do motorista sobre o veículo. Portanto, também é muito importante fazer a manutenção.

Condições adversas do veículo Pneus gastos, freios desregulados, lâmpadas queimadas, falta de buzina, cintos de segurança com defeito e amortecedores vencidos são alguns dos muitos problemas no veículo que podem causar acidentes. Para evitá-los, o condutor deve fazer a manutenção preventiva periodicamente, em intervalos que dependem do uso do automóvel e das especificações do fabricante.

Condições adversas do motorista Já vimos que a maior parte dos acidentes do trânsito é causada por falha humana. Então, muitas vezes o problema está nas condições físicas ou emocionais do condutor, que o impedem de prestar atenção ao trânsito ou de reagir rapidamente a um imprevisto.

Entre as condições adversas do motorista estão: ingestão de álcool e drogas, sono, problemas emocionais, fadiga, ansiedade, estresse, etc.

Agora que você já sabe quais são as principais condições adversas, pode se preparar para evitá-las ou, se isso não for possível, planejar a melhor maneira de reagir a elas, diminuindo seus impactos.

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Evite acidentes

Como lidar com os outros motoristas? Um dos principais elementos aos quais o motorista deve estar atento no trânsito é o comportamento dos outros condutores. Nunca sabemos se o outro vai respeitar a sinalização e as leis, se está sóbrio ou se tem domínio completo do veículo.

O fato é que os outros motoristas fazem parte dos fatores que causam acidentes e não temos como prever seu comportamento. Mas é possível dirigir com cautela e, assim, ter mais tempo para reagir, evitando ou diminuindo o impacto dos acidentes. Isso é promover a direção defensiva.

Confira dicas importantes para antecipar o comportamento dos outros motoristas no trânsito:

Conheça bem as leis de trânsito e coloque-as em prática. Respeite a sinalização.

Respeite os limites de velocidade.

Cuidado com o ponto cego do carro, aquele lugar em que você perde, por um instante, a visão dos outros veículos.

Utilize sempre os retrovisores. Ao ultrapassar, certifique-se de que não há motociclistas ou ciclistas se aproximando.

Mantenha sempre as duas mãos no volante.

Mantenha sempre uma distância segura dos outros veículos. Ao mudar de faixa, utilize as setas de sinalização e realize a

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Ao dirigir, não fale nem mexa no celular.

Não abuse de seus limites físicos ao dirigir. Para manter a atenção, é necessário estar descansado.

Não dirija sob os efeitos de substâncias como o álcool e outras drogas. Elas retardam o refl exo e a percepção do motorista. Jamais ultrapasse pela direita ou em locais proibidos.

Esteja pronto para situações em que você deverá fazer escolhas rápidas ou manobras drásticas para evitar acidentes.

Avalie o seu estado emocional! Fatores, como ansiedade, estresse, nervosismo e até tristeza, podem reduzir nossa capacidade de atenção. Nesses casos, é melhor não dirigir.

Em caso de chuva, diminua a velocidade e ligue o ar-condicionado para garantir a visibilidade.

Como lidar com os pedestres?

O motorista de ônibus deve dar uma atenção especial aos pedestres, pois são a parte mais frágil entre os que estão presentes no trânsito. É muito importante estar atento, especialmente, em áreas mais afastadas do centro da cidade, onde é muito comum a presença de

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crianças brincando nas ruas, e ainda, em áreas residenciais e com muita circulação, como por exemplo: proximidades de escolas, hospitais e/ou mercados. Nesses locais, é fundamental reduzir a velocidade mesmo que não haja sinalização a respeito.

Veja a seguir algumas dicas de como você pode praticar a direção defensiva em relação aos pedestres:

Respeite sempre os limites de velocidade.

Obedeça aos sinais de trânsito. E, principalmente, nunca avance o sinal vermelho.

Respeite a faixa de pedestres. Lembre-se: a preferência é sempre deles.

Em locais com muitos pedestres, reduza a velocidade, especialmente, em áreas como praças, escolas, hospitais e mercados.

Há locais em que pedestres podem tentar atravessar as vias sem prestar atenção, como áreas próximas a pontos de ônibus. Diminua a velocidade nesses lugares também.

Cuidado com as curvas! Jamais acelere ao realizar uma curva, pois o motorista tende a ter menos controle sobre o veículo. Mantenha as duas mãos sobre o volante e reduza a velocidade.

Atendimento a usuários

Comportamento seguro no transporte de

passageiros

O motorista é responsável pelo bem-estar e pela segurança dos passageiros. Quando se trata de transporte coletivo, a responsabilidade

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é ainda maior. Durante o percurso, o motorista deve se certificar de que os passageiros se comportem de maneira que ele possa sempre prestar atenção ao trânsito.

Se os passageiros forem crianças, o cuidado deve ser ainda maior. Acompanhantes ou monitores maiores de 18 anos podem ajudar a manter a ordem. Além disso, o veículo deve ser estacionado perto da calçada para embarque e desembarque, com o motorista sempre prestando muita atenção aos pedestres.

Atendimento específico a escolares

Segundo os artigos 136 e 137 do Código de Trânsito Brasileiro, os veículos que fazem o transporte de estudantes devem ter autorização emitida pelos órgãos e pelas entidades executivas de trânsito dos Estados e do Distrito Federal (Detrans). A autorização deve ser afixada em local visível na parte interna, incluindo a lotação máxima permitida. Conduzir sem autorização caracteriza infração grave, podendo gerar multa ou até apreensão do veículo.

Para obter a autorização, o veículo deve atender a diversas determinações. As principais são: passar por inspeção semestral para verificar equipamentos de segurança, contar com cintos de segurança em número igual ao da lotação máxima; possuir todos os equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo Contran e registro como veículo de passageiros.

Se o veículo fizer o transporte intermunicipal de crianças menores de 12 anos, é necessário, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o acompanhamento dos pais, responsáveis ou autorização judicial.

Entre as exigências relacionadas ao condutor, as principais são: idade acima de 21 anos, ser habilitado na categoria D, não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, nem ser reincidente

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em infrações médias durante os 12 últimos meses e ser aprovado em curso especializado nos termos da regulamentação do Contran.

Atendimento específico a idosos e pessoas com

deficiência

No caso dos idosos, o motorista deve estar ciente de que a segurança precisa ser redobrada, já que eles tendem a ser mais sensíveis ao impacto de um acidente.

Segundo o Ministério da Saúde, a partir dos 60 anos de idade, a mortalidade em acidentes de trânsito é mais elevada. Os dados apontam 27,3 mortes para cada 100 mil habitantes na faixa dos 60 a 64 anos e 86,6 mortes para cada 100 mil habitantes na faixa acima de 90 anos.

O motorista deve zelar pela segurança dos passageiros idosos e também dos deficientes. Ao trabalhar com esses públicos, o motorista deve assegurar que o veículo ofereça condições adequadas de acesso, acomodação e segurança.

O condutor jamais pode negar acesso a esses passageiros, exceto em benefício da própria saúde e segurança dos clientes. Também deve prestar auxílio, caso o idoso ou deficiente precise de informações e ajuda para instalar-se ou acomodar sua bagagem.

Mais de 6% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para ser considerado acessível, o veículo deve ter uma das seguintes características: piso baixo; piso alto com acesso realizado por plataforma de embarque/

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desembarque ou piso alto equipado com plataforma elevatória, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Outros elementos que devem estar presentes nos veículos adaptados ao transporte de deficientes são o sistema de segurança para pessoa em cadeira de rodas, pontos de apoio que favoreçam o deslocamento dos usuários, identificação de desníveis e limites; pelo menos uma porta com acesso em nível para o embarque e desembarque; assentos preferenciais; piso antiderrapante; etc.

No caso do transporte interestadual, idosos a partir de 60 anos e com renda de até dois salários mínimos assim como deficientes físicos, mentais, visuais ou auditivos têm direito à gratuidade em dois assentos por veículo, desde que solicitada com antecedência e com a apresentação da documentação necessária.

Preste atenção às necessidades dos seus passageiros; coloque-se no lugar deles. Se você estivesse ali, de que forma poderia ser ajudado? Trabalhar a empatia é um grande passo para o seu êxito.

O uso obrigatório do cinto de segurança

O cinto de segurança é um dispositivo simples, mas seu uso é fundamental para a garantia da vida dos passageiros. De acordo com a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, o seu uso é obrigatório e não utilizá-lo pode gerar multa, perda de pontos na carteira de habilitação e, muito pior, pode resultar em lesões graves e até mortes. Em caso de acidente ou de uma freada brusca, o cinto impede que os corpos se choquem contra o vidro do para-brisas, janelas ou partes rígidas do veículo.

O uso do cinto de segurança no banco da frente reduz o risco de morte em 45%; no banco traseiro, a redução é de até 75%, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). O uso do cinto para os passageiros do banco de trás também protege a vida dos passageiros da frente. Nos acidentes com vítimas, cerca de 80% dos passageiros mortos no banco da frente seriam salvos se os cintos do banco de trás fossem usados, de acordo com levantamento da Rede Sarah de hospitais.

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O cinto de segurança requer alguns cuidados. Para começar, o cinto nunca deve ser acomodado perto do rosto ou do pescoço; apenas na região do ombro. No caso de cinto abdominal, ele deve ser colocado na região pélvica, com folga de três centímetros, e não pode estar torcido.

Principais delitos no sistema de

transporte

Entre os delitos mais comuns no sistema de transporte estão o roubo e o furto de pertences. No caso de transporte público, os horários de pico, quando aumenta o número de passageiros, concentram a maior parte dos delitos.

Quando se trata de assaltos, muitas vezes o alvo é o cobrador do ônibus e esse tipo de violência vem crescendo, principalmente nas cidades grandes. Em Recife, por exemplo, no primeiro semestre de 2016, foram registrados 506 assaltos a ônibus, um aumento de 38,2% em relação ao ano anterior, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS). As denúncias de abuso sexual e estupro em transporte público também vêm aumentando. Só em São Paulo, as denúncias de abuso sexual aumentaram 270% entre 2015 e 2016, segundo dados da entidade Fiquem Sabendo. De acordo com o instituto Datafolha, 35% das mulheres brasileiras dizem já ter sido vítimas de algum tipo de assédio; 22% sofreram assédio físico.

Outros delitos comuns são os atos de vandalismo (depredação e /ou incêndio) que colocam em risco a vida e a segurança dos motoristas e passageiros, geram danos ao patrimônio e prejuízos à empresa de transporte.

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Boletim de ocorrência

É fundamental o registro do Boletim de Ocorrência (B.O) para o planejamento das operações de transporte, avaliação e gerenciamento de riscos, e para intervenção dos órgãos de segurança pública.

O Boletim de Ocorrência é o documento com o qual os órgãos das Polícias Militar, Civil e Federal, além dos Bombeiros e das Guardas Municipais fazem o registro do fato delituoso. Para as Polícias Federal e Civil, o B.O. permite que se instaure o inquérito policial destinado à apuração dos fatos.

Caso algum delito ou crime for cometido durante o seu período de trabalho, você deve orientar o passageiro a fazer o Boletim de Ocorrência. O B.O. fornece dados fundamentais para as estatísticas do Poder Público, que podem então desenvolver políticas destinadas a combater o problema relatado. O documento também orienta as autoridades sobre a importância de aumentar a fiscalização e a presença de policiais em certos locais ou em veículos de transporte de passageiros.

Na hora de fazer o B.O., é necessário relembrar todos os detalhes do que ocorreu: as características de quem cometeu o delito, local, horário, etc. Se houver testemunhas, elas podem ajudá-lo a reconstituir o que aconteceu. Em alguns Estados o B.O. pode ser feito on-line, no site das Secretarias de Estado da Segurança, em casos de roubos em que não haja danos e/ou vítimas de lesão corporal e morte, furto ou perda de documentos e de celular.

Atenção para a credibilidade das bases de dados sobre os delitos no transporte de passageiros

A questão dos delitos e crimes no transporte público é motivo de muita desinformação. Tome cuidado com os locais em que você busca se informar sobre o assunto. A Confederação Nacional do Transporte (CNT), entidade que representa as empresas do setor de transporte e logística, é responsável pela publicação periódica de artigos, pesquisas, estudos e boletins que trazem dados e estatísticas sérios sobre o tema em todo o país.

Outras fontes confiáveis são os sites das Secretarias de Estado da Segurança e dos Sindicatos dos Rodoviários de cada região.

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Não esqueça de que se informar corretamente é uma das formas mais eficientes de evitar delitos e crimes, praticando a direção defensiva.

ATENÇÃO!

- Siga as instruções de segurança da sua empresa ou do seu sindicato; - Ao fazer trajetos de longa distância, assegure-se de que tem uma lista atualizada de contatos úteis para acionar em situações de emergência;

- Informe-se sobre a situação do trecho antes de iniciar a viagem.

IMPORTANTE!

- Comunique ao setor de segurança da empresa sobre atividades suspeitas que tiver conhecimento ao longo da rota.

Os perigos do uso do álcool e de outras

drogas

Um dos grandes obstáculos para a direção defensiva é o uso de álcool e drogas. Dirigir sob o efeito dessas substâncias provoca, no motorista, dificuldade de prestar

atenção no trânsito e reduz a capacidade de resposta, reflexo, coordenação motora e equilíbrio.

Além disso, dirigir alcoolizado é crime. O motorista que for apanhado nessa condição perde pontos na carteira, sofre

multa gravíssima e pode até perder a carteira de habilitação. Muito mais sério do que as consequências burocráticas, dirigir alcoolizado é assumir o risco de acidentes, lesões e de mortes.

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Legislação específica sobre o transporte

de passageiros

A Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro – CTB) e Resoluções Complementares regulamentam o trânsito no Brasil. Cada Estado brasileiro completa a legislação por meio de portarias e decretos. Os órgãos municipais de trânsito também regulam aspectos do trânsito local.

Segundo o Código de Trânsito, o motorista que pretende conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de transporte escolar, de emergência ou de produtos perigosos deve se habilitar na categoria D e precisa preencher os seguintes requisitos:

I - ser maior de 21 anos de idade; II - estar habilitado:

a) no mínimo, há dois anos na categoria B ou, no mínimo, há um ano na categoria C, quando pretender se habilitar na categoria D;

b) no mínimo, há um ano na categoria C, quando pretender se habilitar na categoria E.

III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima nem ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 meses;

IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em situação de risco, como determina o Contran. Já a Lei de Acessibilidade (Decreto nº 5.296/04) estabelece normas gerais para a promoção da acessibilidade ao transporte das pessoas

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com deficiência ou com mobilidade reduzida. Os coletivos que passaram a circular a partir da promulgação da lei devem ser acessíveis, ou seja, “os seus elementos são concebidos, organizados, implantados e adaptados segundo o conceito de desenho universal, garantindo o uso pleno com segurança e autonomia por todas as pessoas” (Art. 34). Você conhece o Código de Trânsito Brasileiro e as Portarias e Decretos referentes ao seu trabalho? Se ainda não conhece, está na hora de ler sobre os seus deveres e direitos no trânsito. O conhecimento é um dos principais fatores para se praticar uma direção segura.

Para relembrar

No transporte coletivo de passageiros, o motorista deve se certificar de que todos estejam devidamente acomodados em seus assentos e usando o cinto de segurança. O veículo deve atender a todos os requisitos do transporte coletivo de pessoas seja em termos de conforto e segurança seja com relação à higiene. Quando se trata de transporte escolar, de idosos ou pessoas com deficiência, as exigências são ainda maiores. Ao dirigir de forma defensiva, o motorista colabora com a segurança geral do trânsito, beneficiando também os pedestres e ocupantes de outros veículos. Diante de situações adversas, a atenção deve ser redobrada. O uso de álcool e outras drogas é

prejudicial tanto para o motorista como para o bom funcionamento do trânsito. O consumo dessas substâncias atrapalha a coordenação motora, o equilíbrio, os reflexos e, ainda, a tomada de decisões rápidas, em caso de acidente, além de ser uma prática ilegal.

Agora que você conhece mais sobre as responsabilidades e exigências relacionadas ao transporte coletivo de passageiros, que tal colocá-las em prática?

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Referências bibliográficas

ANTT. Resolução nº 4.770, de 25 de maio de 2015. Dispõe sobre a regulamentação da prestação do serviço regular de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de passageiros, sob o regime de autorização. Resolução nº 4.770, de 25 de Junho de 2015. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/40115/ Resolucao_n__4770.html>. Acesso em: 20/2/2017.

ANTT. ANTT disponibiliza cartilha sobre direitos e deveres de passageiros do transporte interestadual. Disponível em: <http:// www.antt.gov.br/index.php/content/view/45017/ANTT_disponibiliza_ cartilha_sobre_direitos_e_deveres_de_passageiros_do_transporte_ interestadual.html>. Acesso em: 21/2/2017.

BRASIL. Estabelece mecanismos e critérios a serem adotados na aplicação do disposto no art. 40 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), e dá outras providências. Decreto nº 5.934, de 18 de outubro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5934.htm>. Acesso em: 21/2/2017.

BRASIL. Constituição. Lei nº 9503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Disponível em: <http://portaldotransito.com.br/downloads/CTB. pdf>. Acesso em: 20/2/2017.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Pena máxima de homicídio culposo no trânsito pode ser triplicada. Disponível em: <http://www2.camara. leg.br/camaranoticias/noticias/TRANSPORTE-E-TRANSITO/200231- PENA-MAXIMA-DE-HOMICIDIO-CULPOSO-NO-TRANSITO-PODE-SER-TRIPLICADA.html>. Acesso em: 19/2/2017.

CTB DIGITAL. Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http:// www.ctbdigital.com.br/?p=InfosArtigos&Registro=569>. Acesso em: 19/2/2017.

DETRAN. Direção Defensiva e Prevenção de Acidentes. Disponível em: <http://www.detran.pe.gov.br/download/cartilha/Cartilha_DETRAN_ Direcao_Defensiva.pdf>. Acesso em: 19/2/2017.

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NORMA BRASILEIRA. Acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/ arquivos/[field_generico_imagens-filefield-description]_25.pdf>. Acesso em: 1º/3/2017.

OBSERVATÓRIO NACIONAL DE SEGURANÇA VIÁRIA. O envelhecimento da população brasileira e a segurança no trânsito. Disponível em: <http://www.onsv.org.br/artigos/o-envelhecimento-da-populacao-brasileira-e-a-seguranca-no-transito/>. Acesso em: 21/2/2017.

TRÂNSITO IDEAL. O passageiro no transporte escolar. Disponível em: <http://www.transitoideal.com.br/pt/artigo/2/passageiro/80/ transporte-escolar>. Acesso em: 19/2/2017.

TRIBUNA DA BAHIA. Cinto de segurança diminui em até 75% o risco de mortes em acidentes. Disponível em: <http://www.tribunadabahia. com.br/2015/06/26/cinto-de-seguranca-diminui-em-ate-75-risco-de-mortes-em-acidentes>. Acesso em: 20/2/2017.

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O tema da palestra foi

Os recursos utilizados na palestra (cartilhas, slides, vídeo, outros) foram

As instalações do local (sala, banheiros, cadeiras, limpeza e organização) são

De modo geral, a palestra pode ser avaliada como

Agradecemos a sua participação!

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