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MARCELO HIGOR RODRIGUES, Verificação da macro e microtextura em protótipos de pavimentos em revestimento TSD moldados em laboratório

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Academic year: 2021

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Verificação da macro e microtextura em protótipos de pavimentos em revestimento

TSD moldados em laboratório

Verification of macro and microtexture in prototypes of pavements in DSD surfaces

shaped in laboratory

Marcelo Higor Rodrigues1, Ana Elza Dalla Roza2

Resumo: Este estudo se orienta na verificação das texturas surperficiais de protótipos de pavimentos em

revestimento TSD – Tratamento Superficial Duplo moldados em laboratório. A base foi composta por solo laterítico, cascalho encontrado na região de SINOP - MT, os protótipos foram compactados, imprimados e por fim realizado as camadas do TSD, com dois banhos de RR2C, o ligante betuminoso de ruptura rápida, brita 1, pedrisco e para a capa selante o pó de pedra. Após os protótipos prontos realizou-se os ensaios da mancha de areia e do pêndulo britânico, para verificar a macro e microtextura. Os resultados da mancha de areia, obtiveram uma média aritmética de HS = 1,44 , já a média dos valores de resistência a derrapagem foram de 46. Conclui-se para a macrotextura dos protótipos em TSD uma classificação de muito grosseira ou muito aberta e a microtextura classificada como insuficientemente rugosa.

Palavras-chave: pavimentação; textura; aderência; macrotextura; microtextura.

Abstract: This study is aimed at verifying the surficial textures of prototypes in DSD (Double Surface Dressing)

surfaces shaped in laboratory. The base was composed of lateritic soil, gravel found surrounding SINOP - MT, the prototypes were compacted, primed and finally carried out the DSD layers, with two RR2C baths, the rapid rupture bituminous binder, gravel 1, hail and for the sealing layer the stone powder. After the execution of the prototypes, the sand stain and British pendulum tests were carried out to verify the macro and microtexture. The results of the sand stain obtained an arithmetic mean of HS = 1.44, while the mean values of slip resistance were 46. The macrotexture of the prototypes in DSD is classified as very coarse or very open and the microtexture classified as insufficiently rough.

Keywords: paving; texture; adhesion; macrotexture; microtexture. 1 Introdução

Segundo pesquisas da CNT - Confederação Nacional do Transporte, no ano de 2017 a classificação do pavimento (extensão total avaliada) do estado é, em sua maioria, classificada como regular seguida de porcentagens semelhantes em ótima e ruim o que é ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Qualidade dos pavimentos no estado do MT. Fonte: CNT (2017).

A qualidade das rodovias interfere diretamente na segurança. A textura do pavimento é uma das principais características que influenciam o número de acidentes. A superfície do pavimento deve apresentar textura adequada para que haja um contato pneu-pavimento satisfatório para evitar a hidroplanagem (NODARI 2003).

1 Graduando em Engenharia Civil, UNEMAT, Sinop-MT, Brasil, marcelohigor.rodrigues@outlook.com

2 Mestre, Professora assistente, UNEMAT, Sinop, Brasil, Ana.roza@unemat.br

Segundo o DETRAN 2015, órgão responsável pelo trânsito, a hidroplanagem dos pneus está associada diretamente com a velocidade em que o veículo se encontra, o tipo de pista, a calibragem dos pneus e a profundidade da água no pavimento.

Para evitar a hidroplanagem são estabelecidos limites para valores da textura do pavimento. Os limites são impostos para a microtextura e a macrotextura, definidas pela norma ASTM E867 que define a microtextura como sendo desvios da superfície de um pavimento relacionada a uma superficie verdadeiramente plana, com dimenões de amplitude e comprimento de onda menores que 5mm. E para a macrotextura como sendo desvios da superfície de um pavimento com relação a uma superfície plana, de dimensões de comprimento de onda e amplitudes que variam de 5 mm até uma dimensão que não danifique mais na influência pneu-pavimento.

O estabelecimento de limites para a textura do pavimento garantem a qualidade de rolamento e segurança do usuário. Neste contexto é importante os parâmetros de macro e microtextura em revestimentos. Está pesquisa teve como objetivo avaliar a macro e microtextura de pavimentos moldados em laboratório, a fim de verificar a aplicabilidade da metodologia para projeto de pavimentos novos.

2 Fundamentação teórica

Segundo Bernucci et al (2008) o revestimento é a camada da pista que se destina a receber a carga dos

0% 10% 20% 30% 40% Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

Qualidade dos pavimentos no estado do Mato Grosso em porcentagem %.

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veículos e mais diretamente a ação climática. Portanto, a mesma deve ser tanto quanto possível impermeável e resistente aos esforços de contato pneu-pavimento em movimento e transmiti-las de forma atenuada às inferiores, que são variadas conforme a carga e a velocidade dos veículos além de melhorar as condições de rolamento (conforto e segurança). Bernucci et al (2008) diz que os tratamentos superficiais consistem em aplicação de ligantes asfálticos e agregados sem mistura prévia, na pista, com posterior compactação que promove o recobrimento parcial e a adesão entre agregados e ligantes. Umas das principais funções do tratamento superficial são:

• Boa camada de rolamento, baixa espessura alta resistência;

• Impermeabilização do pavimento;

• Alta flexibilidade que possa acompanhar as deformações consideradas relativamente altas da infraestrutura.

No tratamento superficial o responsável pela textura e a cor da pista é o agregado, sendo as principais funções dos agregados:

• Transmitir as cargas até o substrato;

• Resistir à abrasão e à fragmentação pela ação do tráfego;

• Resistir ao intemperismo;

• Assegurar uma superfície antiderrapante; • Promover uma drenagem superficial adequada.

Como a espessura é reduzida, o tratamento superficial não aumenta a resistência estrutural e não corrige irregularidades da pista. Conforme as camadas sucessivas de ligantes e agregados pode-se dividir em 3 tipos: TSS – tratamento superficial simples; TSD – tratamento superficial duplo (o qual é abordado neste trabalho) e por fim TST – tratamento superficial triplo. Segundo Bernucci et al (2008) os tratamentos superficiais duplos podem ser realizados de duas maneiras: direta ou invertida.

• Direta: primeiro uma camada de agregado é espalhada e após isto é aplicada uma camada de ligante betuminoso, executado com emulsão de viscosidade baixa.

• Invertida: este tratamento inicia-se com a aplicação do ligante, sendo de penetração invertida. O que mostra na Figura 2.

Figura 2: Esquema de tratamentos superficiais (sem escala) Fonte: Bernucci, et al. (2008).

2.1 Macrotextura e Microtextura

Bernucci et al (2008), define que no pavimento, um dos aspectos da aderência que os engenheiros rodoviários podem interferir é a textura, este é um dos principais focos das avaliações e medidas desses especialistas. PIARC (The World Road Association) classifica a textura por comprimento de onda ou a distância entre dois picos ou depressões na superfície como mostra a tabela 1.

Tabela 1 – Classificação da textura de um pavimento. Classificação da textura Faixa de comprimento de

onda Microtextura λ < 0,5mm Macrotextua 0,5mm ≤ λ < 50mm Megatextura 50mm ≤ λ < 500mm Irregularidade 0,5m ≤ λ < 50m Fonte: BERNUCCI et al (2008)

Segundo Bernucci et al (2008), a principal responsável pela estabilidade direcional e a aderência em pistas molhadas é a microtextura que também depende da superfície e aspereza dos agregados. Já a macrotextura depende da rugosidade formada pelo conjunto agregados e mastique.

Para avaliar a microtextura a avaliação pode ser feita por um equipamento simples chamado pêndulo britânico (ASTM E 303). E para a macrotextura pode ser determinada de várias maneiras, sendo a mais utilizada o ensaio simples de altura média da mancha de areia (ASTM E 965).

Segundo Ramalho et al (1979), a aderência pneu-pavimento é geralmente verificada pelo coeficiente de atrito existente nesta interação. A força de atrito ocorre quando um corpo sólido desliza sobre outro e consequentemente surge uma força de resistência oposta ao movimento relativo dos corpos. Do ponto de vista microscópico as superfícies em contato são irregulares. Os átomos existentes nestas superfícies em contato interagem com forças Interatômicas e a resultante tangencial dessas interações, quando ocorre o movimento relativo entre as superfícies, é chamada força de atrito. Contudo, a aderência também é composta pela parcela proveniente da textura do pavimento. Portanto, entende-se como aderência pneu-pavimento a junção das características de atrito e textura.

Mattos et al (2010) diz que para caracterizar a aderência deve-se mensurar a textura em duas escalas: a microtextura (atrito) e macrotextura. Microtextura dependendo da aspereza dos agregados usados no revestimento, enquanto que a macro está relacionada com a granulometria e teor de ligante da mistura usada no revestimento do pavimento. Na Figura 3 podemos observar a diferença entre as escalas de textura de cada uma.

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Figura 3: Esquema das texturas da macro e microtextura do pavimento.

Fonte: Mattos, et al. (2010).

O pêndulo britânico é responsável por avaliar a microtextura do pavimento (ASTM E 303), este equipamento é composto por um braço pendular cuja excentricidade tem uma sapata recoberta de borracha para ser atritada contra a superfície do pavimento molhado, (Bernucci et al., 2008). Este determina o VRD – valor de resistência à derrapagem, retirando as 4 últimas medições para a média. A tabela 2 apresenta as classes dos valores de resistência segundo DNIT (2006). A Figura 4 ilustra o pêndulo Britânico.

Figura 4: Pêndulo britânico. Fonte: Acervo pessoal. (2018).

Tabela 2 – Classes de microtextura. Classe VRD - Valor de resistência à derrapagem Perigosa VRD < 25 Muito lisa 25 ≤ VRD ≤ 31 Lisa 32 ≤ VRD ≤ 39 Insuficientemente rugosa 40 ≤ VRD ≤ 46 Medianamente rugosa 47 ≤ VRD ≤ 54 Rugosa 55 ≤ VRD ≤ 75 Muito rugosa VRD > 75 Fonte: DNIT (2006).

É recomendável um valor mínimo de VRD = 47 para garantir no mínimo, uma microtextura medianamente rugosa. A microtextura tem uma característica muito importante para rompimento da película de água e promoção do contato pneu-pavimento para baixas velocidades de deslocamentos, de até mais ou menos 40km/h, (Bernucci et al. 2008).

Para a determinação da macrotextura utiliza-se o ensaio de mancha de areia, é um ensaio simples de ser

realizado de altura média da mancha de areia (ASTM E 965 2006). As especificações da areia segundo a ASTM E965 (2006) são:

• Uniforme, arredondada.

• Passante na peneira N°50 (0,3mm) e retida na peneira N°100 (0,15mm).

• Volume de 25.000mm³.

A areia deve ser espalhada na superfície do pavimento com ajuda de uma base de um pistão circular, de forma circular e homogênea, realizando assim um círculo de areia. Deve-se parar quando surgirem pontas dos agregados. Após o espalhamento fazer a medição do diâmetro do círculo de areia rotacionando em 45° e realizar o cálculo da altura média, (Bernucci et al 2008). Na tabela 3 apresenta as classes da macrotextura. A altura média é determinada pela seguinte equação:

HS= 4V/D²π (Equação 1) Sendo:

HS= altura média de mancha de areia em mm; V= volume constante de areia 25.000mm³ D= diâmetro médio do círculo de areia em mm.

Tabela 3 – Classes de macrotextura.

Classe Altura média de mancha de areia (mm)

Muito fina ou muito fechada HS ≤ 0,20 Fina ou fechada 0,20 < HS ≤ 0,40

Média 0,40 < HS ≤ 0,80

Grosseira ou aberta 0,80 < HS ≤ 1,20 Muito grosseira ou muito

aberta

HS > 1,20

Fonte: ABPv, 1999.

A recomendação para a macrotextura dos pavimentos asfálticos é de 0,6 mm a 1,2 mm de altura média da mancha de areia (ABPv, 1999). O atrito e a macrotextura são diretamente ligados. Uma altura média da mancha de areia menor que 0,6 mm ela assume características de ser fechada e aumentando assim o risco de hidroplanagem. Acima de 1,2 mm possui textura muito aberta, o que causa desgaste excessivo nos pneus, maior consumo de combustível e tendência a maior ruído ao rolamento.

Em um estudo feito por SPECHT et al (2007), os parâmetros utilizados foram segundo a avaliação de Pasque para as avaliações de macrotextura que podem ser observadas na tabela 4, uma classificação para diferentes resultados do HS. Estas definem qual a principal finalidade para cada faixa de classificação do seu pavimento quanto a seu HS obtido pelo ensaio da mancha de areia.

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Tabela 4– Faixas Granulométricas para TSD. Textura superficial Limites de valores Hm (mm) Aplicação do revestimento Mínimo Máximo

Muito fina < 0,2 Não deve ser utilizado Fina 0,2 0,4 Reservado p/ zonas

urbanas V< 80km/h Média 0,4 0,8 Indicado para vias com 80

km/h < V < 120 km/h Grossa 0,8 1,2 Indicado para vias rápidas

com V > 120 km/h Muito grossa > 1,2 Indicado em casos

especiais

Fonte: Specht et al, 2007 apud Pasquet, 1968. 2.5 Resultados da macro e microtextura de pavimentos urbanos e rodovias

Em revestimentos com TSD nos pavimentos do município de Sinop- MT, segundo as pesquisas realizadas por Lima e Dalla Riva (2014), no trecho que corresponde à Avenida Villa Lobos, residencial aquarela Brasil, o HS médio calculado pelo ensaio da mancha de areia foi de 0,73mm com desvio padrão de 0,15mm e coeficiente de variação de 21,92% o que classifica a textura superficial em média 0,40 < HS ≤ 0,80.

Segundo as pesquisar feitas por Serpa e Dalla Riva (2017), no trecho da rodovia estadual MT-449 que liga os municípios de Lucas do Rio Verde e Tapurah com extensão de 148,7 km, com revestimento em TSD, foram encontrados os seguintes valores para macrotextura e microtextura:

• Macrotextura de 0,60 mm, estando dentro dos limites estabelecidos pelo DNIT (2006), classificada como boa.

• Microtextura ficou abaixo de 47 ou 55 o que seria o ideal segundo o Aps (2006) e DNIT (2006). Cubar e Dalla Roza (2015), realizaram estudos da macrotextura com o ensaio da mancha de areia em pavimentos em TSD com diferentes idades. Buscando uma correlação tempo/macrotextura superficial do pavimento estudado na região de SINOP.

SPECHT et al (2007) realizou uma pesquisa sobre a macrotextura em rodovias do Rio Grande do Sul e obeteve um HS alto de 2,3 mm, classificada como mutio aberta.

A ABPv (2009) também realizou a pesquisa da macro e microtextura em um trecho da rodovia rodovia CE 090, obtendo para HS = 1,91 mm e VRD = 47,25, sendo classificadas como uma macrotextura muito grosseira e a microtextura como medianamente rugosa.

3 Metodologia

3.1 Materiais 3.1.1 Solo

O solo utilizado neste trabalho foi o solo laterítico, cascalho, definido como material da base do protótipo de pavimento. Com as características apresentadas na tabela 5.

Tabela 5. Características do solo. CBR (%) Expansão (%) Peso Específico (kN/m³) Umidade ótima (%) 55,5 0,67 20,45 9,75

Fonte: Brunhauser e Dalla Roza (2017). 3.1.2 Agregados

Os agregados utilizados foram de uma empresa de pavimentação de SINOP - MT, sendo os mesmo, brita 1, pedrisco e pó de pedra que faz parte da composição do TSD. Todos os agregados atendem às especificações de granulometria que específica a norma DNER-ES 309/9 mostrado na tabela 6.

Tabela 6– Faixas Granulométricas para TSD. Peneiras FAIXAS Porcentage m em massa, passando ABN T Mm A 1ª cama da B 1ª ou 2ª camada C 2ª cam ada Tolerân cia 1” 25,4 100 - - ±7,0% ¾” 19,1 90-100 - - ±7,0% ½” 12,7 20-55 100 - ±7,0% 3/8” 9,5 0-15 85-100 100 ±7,0% Nº 4 4,8 0-5 10-30 85-100 ±5,0% Nº 10 2,0 - 0-12 10-40 ±5,0% Nº 200 0,07 5 0-2 0-2 0-2 ±2,0% Fonte: DNER-ES 309/09. 3.1.3 Emulsões

As emulsões utilizadas para moldar os protótipos de TSD deste trabalho foram as emulsoes RR2C - para as camadas do TSD e CM30 para imprimação da base. Ambas emulsões foram cedidas pela empresa de pavimentação de SINOP – MT para a realização da pesquisa.

3.2 Metódos

3.2.1 Moldagem da base

Para a moldagem dos protótipos, foi utilizada uma bandeja de espessura de 4,75mm com as dimensões: 20cm x 20 cmx 15 cm, como mostra a Figura 5. O solo foi compactado por uma prensa estática, hidráulica, estando na umidade ótima, até atingir uma camada de aproximadamente de 7,5 cm para servir de base para os protótipos de TSD.

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Figura 5- Detalhe da bandeja. Fonte: Brunhauser e Dalla Roza (2017).

Após compactado as bases as mesmas foram imprimadas a uma taxa de 1 l/m² com o CM30, e deixadas por no mínimo 24h, como mostra na Figura 6.

Figura 6- Bases para os protótipos imprimadas. Fonte: arquivo pessoal (2018). 3.2.2 Moldagem do TSD

Com as bases compactas e imprimadas, foram realizados as camadas do TSD. O solo compactado e impramado foi novamente enformado e aplicado o primeiro banho de RR-2C, mostrado na Figura 7 abaixo:

Figura 7- Aplicação do primeiro banho do ligante RR-2C. (a) base somente imprimada. (b) primeiro banho de RR-2C.

Fonte: arquivo pessoal (2018).

Logo em seguida foi realizado a primeira camada composta por britas 1 e compactado na prensa hidráulica, apresentados na Figura 8 a seguir:

Figura 8- Aplicação e compactação da primeira do TSD. (a) camda de brita 1. (b) compactação da primeira camada.

Fonte: arquivo pessoal (2018).

Executada a primeira camada do TSD, aplicou-se o segundo banho de ligante e colocado a segunda camada de pedrisco e novamente compactada, por fim espalhado a capa selante no protótipo mostrados na Figura 9.

Figura 9- Aplicação e compactação da segunda camada. (a) segunda camada de pedrisco. (b) camada de pó de pedra,

capa celante. Fonte: arquivo pessoal (2018).

Foram feitos no total 11 protótipos de TSD, mostrado na Figura 10, para a realização dos ensaios da mancha de areia e do pêndulo britânico. A Figura 11 ilustra a base e a camada do pavimento em TSD, finalizada e preparada para os ensaios.

Figura 10- Protótipos de TSD prontos para os ensaios. Fonte: arquivo pessoal (2018).

a

b

a

b

b

a

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Figura 11- Protótipo de TSD. Fonte: arquivo pessoal (2018). 3.2.2 Ensaio da mancha de areia

Para avaliar a macrotextura dos protótipos de TSD feitos em laboratório, foi retirada o excesso de pó de pedra varrendo os protótipos e assim conseguir realizar o ensaio da mancha de areia. A areia utilizada para o ensaio atende a faixa granulométrica exigida em norma e com todos os materais necessários. Para formar a mancha de areia deve-se espalhar de forma circular até a areia preencher todos os espaços vazios, posteriormente são realizadas 4 medições do diâmetro com intervalos de 45°, mostrada da Figura 12, realizado três vezes em cada ensaio.

Figura 12- Mancha de areia no protótipo. Fonte: arquivo pessoal (2018). 3.2.2 Ensaio do pêndulo britânico

As etapas do ensaio foi constituida em primeiro calibrar o pêndulo, conseguir deixa-lo na mesma altura dos protótipos e deixar uma fina camada de água sobre o protótipo de TSD. Como ilustra na Figura 13. O primeiro valor de VRD é descartado e anota-se os 4 seguintes resultado e calculado sua média aritimética.

Figura 13- Ensaio do pêndulo Britânico. Fonte: arquivo pessoal (2018).

4 Resultados

4.1 Pêndulo Britânico

A Tabela 7 ilustra os resultados dos ensaios do pêndulo classificando a microtextura do TSD moldado em laboratório.

Tabela 7. Resultados da microtextura. PROTÓTIPO VRD CLASSIFICAÇÃO A 40 Insuficientemente rugosa B 40 Insuficientemente rugosa C 39 Lisa D 46 Insuficientemente rugosa E 53 Medianamente rugosa F 48 Medianamente rugosa G 62 Rugosa H 41 Insuficientemente rugosa I 46 Insuficientemente rugosa J 50 Medianamente rugosa K 44 Insuficientemente rugosa Fonte: Arquivo pessoal (2018).

Evidenciando uma microtextura em sua maioria classificada como insuficientemente rugosa. De maneira geral apenas quatro protótipos avaliados atingiram um VRD igual ou maior á 47 exigido por DNIT (2006), sendo o protótipo G assumindo caracteríticas de uma textura rugosa com o maior VRD de 62 e os outros três, protótipos E, F e J, classificaram como medianamente rugosa com valores entre 47 ≤ VRD ≤ 54. Segundo Bernucci et al (2008) valores de resistência a derrapagem iguais ou acima de 47 garantem uma boa aderência pneu – pavimento em casos de água sobre a pista, pois a mesma vence a camada de água e promove o atrito.

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Dentre os onze protótipos feitos em laboratório como ilustrado na Figura 14, foram verificados que sete ficaram abaixo do valor de VRD = 47 recomendado pela norma, sendo eles, seis entre 40 ≤ VRD ≤ 46 o que classifica como insuficientemente rugosa, ou seja, não possui uma camada que vá garantir uma capacidade de aderência quando possuir uma fina camada de água sobre o pavimento. Ainda um dos protótipos de TSD verificados assumiu característica de liso com um VRD de 39, o que evidência uma camada de rolamento sem uma boa aderência quando em contato com a água.

Figura 14- Resultados da microtextura. Fonte: arquivo pessoal (2018).

A média da microtextura dos protótipos de pavimento em revestimento TSD apresentaram um valor de resistência de 46, obteve um desvio padrão de 6,89 VRD, classificada como Insuficientemente rugosa enquanto o recomendado pela norma é de 47 no mínimo. A Figura 15 mostra em porcentagem as classificações encontradas na microtextura

Figura 15- classificação da microtextura. Fonte: arquivo pessoal (2018).

Os valores de Serpa e Dalla Riva (2017) para a microtextura ficaram menores que os 47 exigido pela norma, podem ser explicados pelas intervenções na rodovia que são realizadas com microrevestimento, e neste incluem areia, afetando a microtextura. A ABPv (2009) encontrou valor de VRD de em um trecho da rodovia do Ceará de 47. Enquanto os protótipos obtiveram um VRD de 46.

4.2 Mancha de areia

A tabela 8 e a Figura 16 abaixo apresenta os resultados dos ensaios da mancha de areia caracterizando a macrotextura do protótipo de pavimento em TSD.

Tabela 8. Resultados da macrotextura.

PROTÓTIPO HS CLASSIFICAÇÃO

A 1,03 Grosseira ou aberta B 1,44 Muito grosseira ou muito aberta C 1,69 Muito grosseira ou muito aberta D 1,57 Muito grosseira ou muito aberta E 1,19 Grosseira ou aberta F 1,47 Muito grosseira ou muito aberta G 1,72 Muito grosseira ou muito aberta H 1,31 Muito grosseira ou muito aberta I 1,66 Muito grosseira ou muito aberta J 1,4 Muito grosseira ou muito aberta K 1,33 Muito grosseira ou muito aberta

Fonte: Arquivo pessoal (2018).

Figura 16- Resultados da macrotextura. Fonte: arquivo pessoal (2018).

Destaca-se em sua maioria uma textura classificada como muito grosseira ou muito aberta, tendo 9 protótipo com esta classificação, e outros dois ficaram dentro da faixa recomendada pela ABPv, (1999) de 0,6mm a 1,2mm. Embora os outros 9 protótipos tenha caracterizado como uma textura muito aberta, pode-se observar uma pequena variação, com o desvio padrão de aproxidamente 0,22 mm. A Figura 17 traz em porcentagem a classificação da macrotextura.

Figura 17- classificação da macrotextura. Fonte: arquivo pessoal (2018). 0 10 20 30 40 50 60 70 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 VRD N° do protótipo LISA 9% INSUFICIENTEMENTE RUGOSA 55% MEDIANAMENTE RUGOSA 27% RUGOSA 9% 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 HS -a ltu ra d a m a n c h a d e a re ia N° do protótipo MUITO ABERTA ABERTA Grosseira ou aberta 18% Muito grosseira ou muito aberta 82% RUGOSA PERIGOSA MEDIAN. RUGOSA INSUF. RUGOSA LISA MUITO LISA

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A macrotextura dos protótipos obtiveram classificação de muito grosseira ou muito aberta o que em campo pode causar desgaste excessivo nos pneus, maior consumo de combustível e tendência a maior ruído ao rolamento. O coeficiente de variação da mancha de areia resultou em 15,03% aproxidamente, já para os ensaios do pêndulo o coeficiente de variação foi de 14,97%. Ou seja ambos obtiveram coeficiente de varição feitos em laboratório com pequena variação entre os ensaios.

SPECHT et al (2007) obteve como resultado para TSD na pavimentação urbana do estado do Rio Grande Do Sul de 2,3 mm. Lima e Dalla Riva (2014) encontraram um HS de 0,73 mm, já Serpa e Dalla Riva valores acima de 0,6mm, resultados dentro do que se é exigido. Ribas e Crispim (2012) avaliaram a macrotextura em um trecho urbano de SINOP e o resultado do HS de 0,57 mm. A ABPv (2009) obteve um HS em sua rodovia de 1,91 mm. Enquanto que os protótipos obtiveram um HS de 1,44 mm.

Os resultados em campo de Cubar e Dalla Roza (2015) sobre a macrotextura correlacionado à idade dos pavimentos, concluiu que na maioria dos pavimentos houve uma diminuição no seu HS, ou seja, conforme o pavimento se torna mais velho sua macrotextura fica mais fechada.

5 Conclusão.

Pode-se concluir com está pesquisa os seguintes pontos:

• Valor médio de resistência a derrapagem dos protótipos foi de 46 o que indica valor abaixo do recomendado. Um total de 36% das amostras atingira a recomendação de 47 VRD, e os outros 64% ficaram abaixo. • Valor médio HS – altura da mancha de areia

foi de 1,44 mm maior que o máximo da recomendação de 1,2 mm. 82% dos protótipos ficaram com uma macrotextura muito aberta e 18% dentro da faixa recomendada de 0,6mm a 1,2mm.

• VRD verificado em campo e o verificado em laboratório possuem resultados esperados e com relações entre si, uma rugosidade semelhante já obtida em campo. A Mancha de areia também obteve resultados esperados, uma textura mais aberta tipicamente de um pavimento novo de revestimento em TSD.

Sugestões de pesquisas futuras

Pesquisas, estudos e verificações em laboratório promovem dados e possíveis melhoramentos nas taxas de agregados, ligantes e imprimação quanto a resultados para a aderência. Serve para possíveis futuros trabalhos, a alteração e variação das taxas e correlaciona-las com os resultados obtidos para sua textura tanto para macro quanto para microtextura. Serve também para possível trabalho um estudo sobre a sua drenabilidade em laboratório.

Agradecimentos

Agradeço meus pais, Jose Pontes Rodrigues e Odete Aparecida Rodrigues e meus irmãos Everton, Larisa e Eloisa, por todo o apoio durante minha vida acadêmica. Agradeço a meus amigos e colegas de estudo: Andre, Franciele, Luan, Angela, Jhonatan e Gabriela por todo

apoio e conhecimento compartilhado durante estes anos de faculdade. Agradeço especialmente meu amigo Jhonatan Piran pela ajuda no laboratório em todas as etapas da confecção dos protótipos e também na realização dos ensaios e análises dos dados, e também ao Ronaldo Vargas pelo apoio em laboratório. Agradeço a empresa, CONSTRUCAMERA, pelos materiais utilizados nos protótipos e todo apoio e atenção recebido pela empresa e por Wesley o laboratorista da mesma que nos ajudou com os ligantes e agregados.

Agradeço a UNEMAT – Universidade do Estado do Mato Grosso pela oportunidade do ensino gratuito, aos professores Flavio Alessandro Crispim, Augusto Romanini e em especial a minha professora orientadora Ana Elza Dalla Roza pela orientação deste trabalho e toda a atenção que foi dado para que fosse possível a realização do mesmo. Agradeço também a outros que não foram citados aqui, mas que tornaram possível está graduação.

8 REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO

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PAVIMENTAÇÃO. Informativo técnico sobre avaliação da resistência à derrapagem através de aparelhagem portátil. Boletim Técnico, Rio de

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