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Classes gramaticais

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Academic year: 2021

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Classes gramaticais

Substantivo, adjetivo, verbo e advérbio

Substantivo

• Para identificar o substantivo, vamos nos valer de um critério sintático, ou seja, analisando-o de acordo com as outras palavras que se

relacionam a ele.

• Dessa maneira, só é substantivo, em português, a palavra que se deixar anteceder pelos

determinantes (artigos, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, pronomes indefinidos etc).

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Assim,

somente palavras (independentemente de serem seres ou não) que se deixam anteceder por esses determinantes pertencerão à categoria dos substantivos: Não é função popular impedir reajustes de

preço na próxima temporada.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Não é funçãopopular impedir reajustesde

preçona próxima temporada.

[A, uma, minha, esta] –função

[Os, uns, seus, aqueles] –reajustes

[O, um, nosso, esse] –preço

[A, um, sua, essa, nenhuma] -temporada

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Esse mecanismo é tão forte que pode transformar qualquer palavra de qualquer outra categoria em substantivo:

• Meu sofreré proporcional aos seus nãos.

• O compode ser uma palavra bem

comunicativa.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Adjetivo

• Também o adjetivo possui características mórficas e sintáticas que o diferenciam de palavras pertencentes a outras classes gramaticais.

• Primeiro, em português, somente as palavras que são adjetivos aceitam o sufixo –mente(originando, dessa forma, um advérbio nominal)*. Veja o que ocorre com algumas palavras do português:

*exceto as palavras primeiro, segundo, duplo e triplo, que aceitam o sufixo –mente, mas são numerais.

(2)

POPULAR + -mente = popularmente

PRÓXIMO + -mente = proximamente

PROPORCIONAL + -mente = proporcionalmente COMUNICATIVO + -mente = comunicativamente

adjetivo advérbio nominal

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Pode-se usar um outro critério, que, entretanto, não exclui o anterior. • Por uma regra morfossintática do

português, todo adjetivo é palavra variável em gênero e/ou número (assim como o substantivo) e deixa-se modificar por outra que seja advérbio.

• Assim, podemos testar se a palavra é um adjetivo colocando diante dela um

intensificador (tão, muito, bem) Efazendo

a flexão de gênero e/ou número.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

ASSIM:

• A [uma, minha, esta] FUNÇÃO [tão, bem, muito] POPULAR[es].

• A [uma, sua, essa, nenhuma] TEMPORADA [tão, bem, muito] PRÓXIMA[s]

• Meu [este, seu, nenhum] SOFRER É [tão] PROPORCIONAL[ais]

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• A eficiência desse mecanismo é tanta que até mesmo em contextos em que ocorre adjetivação de palavra substantiva ele funciona:

• Ele não é homem para isso.

• Ele não é tãohomem para isso.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• É importante ressaltar que se a palavra que está recebendo o intensificador é variável em gênero e/ou número e,

também, se está se articulando junto a um substantivo, com o qual forma um “par perfeito”.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Verbo

• SOMENTE os verbos admitem as desinências próprias de número, pessoa, tempo e modo (por exemplo, número -mos; pessoa -ei; tempo -ra; modo -va).

• Ex.: MORA[R] – VA (dmt) – MOS(dnp) • NENHUM verbo deixa-se anteceder pelos

determinantes ou pela palavra tão (ou aceitam o sufixo -mente).

• As formas nominais no infinitivo impessoal, no gerúndio ou no particípio passado, quando se comportam como substantivos ou adjetivos, admitem normalmente esses mesmos critérios: Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

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• O balançardas folhas parecia música. (substantivo)

• Não tome leite fervendo*! (adjetivo)

• Aquele trabalhador parecia esforçado.

(adjetivo)

*A forma nominal do gerúndio não tem, obviamente, flexão de gênero ou número, mas permite ser antecedida por tão/muito quando equivaler a um adjetivo.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Somente os verbos se articulam com os pronomes pessoais do caso reto. Assim, temos:

• Eu: vou, estive, fico, almejo.

• Tu: sabes, estavas, permanecias, vieste, estarás. • Ele: promete, foi, virá, cantava, explodiu.

• Nós: ficávamos, escrevemos, recuperamos, partimos. • Vós: estais, ficastes, pareceis, sois.

• Eles: ficam, demoraram, gostavam, desabariam.

É importante salientar que, independente de suas características morfossintáticas, o verbo, quando inscrito em qualquer contexto, semanticamente expressa algo representado no tempo, daí a necessidade de sua conjugação.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Advérbio

• Em uma construção linear (no eixo sintagmático), sua condição de palavra periférica é bastante perceptível, isto é, funciona como satélite de um núcleo. Por isso, costuma-se inicialmente o

caracterizar como palavra que se vincula a um verbo, a um adjetivo ou a outro advérbio:

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Ela fala bem.

• Ela parece extremamente cansada.

• Ela fala muito bem.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Em relação ao vínculo com o adjetivo, os advérbios têm uma atuação muito peculiar: constantemente surgem como seu intensificador • (muito feia, ignorante demais, mais/menos

esperto) ou como seu modificador. Nesse caso, pode-se mesmo afirmar que, se o adjetivo é o grande modificador do substantivo, o advérbio é o grande modificador do adjetivo Com a

combinação de adjetivos e advérbios

modificadores, é possível conseguir uma gama muito interessante de efeitos de sentido:

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Ser meigamente atuante. • Ser absurdamente inteligente. • Estar estonteantemente vestido. • Estar preocupantemente sonolento. Nesse tipo de combinação, fica evidente

que o núcleo adjetivo é que se flexionará em gênero e/ou número, e nunca seu advérbio modificador ou intensificador: Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

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• Em uma relação sintagmática, os advérbios, assim como os adjetivos, também se deixam anteceder por um intensificador e, devido à soma de dois critérios, é possível afirmar,

genericamente, que ADVÉRBIO é toda palavra invariável em gênero e/ou número que se deixa anteceder por "tão” (ou bem ou muito, dependendo do contexto).

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Observe como isso funciona:

• Caminhávamos depressa, pois era tarde. • (= Caminhávamos tãodepressa/era tãotarde.) • Longe ficava a casa e nós precisávamos chegar

cedo.

• (= Bem/tãolonge ficava a casa e nós precisávamos chegar bem/muitocedo.)

• Ela precisa falar agora. (= Ela precisa falar bem agora.)

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Esse mecanismo de reconhecimento que associa a invariabilidade de flexão do advérbio à aceitabilidade de um intensificador funciona muito bem nos casos em que acontece a adverbialização de adjetivos

• Observe a diferença em:

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Elas/Eles devem falar claro a respeito do roubo. (claro = advérbio - deixa-se anteceder por tão e é invariável)

• Ele fez um relato claro à polícia.

(claro = adjetivo - deixa-se anteceder por tão e é variável)

• Não pagamos tão caro por frutas tão caras. (caro = advérbio e é invariável; caras = adjetivo e é variável)

• As meninas cantavam forte o hino nacional. (forte = advérbio - deixa-se anteceder por tão e é invariável)

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

• Há alguns advérbios de natureza nominal (que funcionam como nomes) e alguns de natureza pronominal (que funcionam à maneira dos pronomes) que, por constituírem um inventário fechado, são mais fácil ou exclusivamente reconhecidos por essa estratégia. É o caso de advérbios como agora, hoje, ontem, amanhã, nunca e sempre, no primeiro caso, e de aqui, lá, acolá (os pouco usados alhures, algures e nenhures), no segundo caso". Advérbios como meio, mais, menos e demais não se deixam anteceder por tão, mas seguem as mesmas condições de serem invariáveis e articularem-se com adjetivo ou verbo (ela está meio

cansada/ela falou menos).

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Exercício

O mundo é feito de consumidores, servido por alguns criadores. O desequilíbrio é dramático, e só não determina a frustração universal porque não nos damos conta de nossa impotência criadora, e até nos iludimos, atribuindo-nos uma potência imaginária. (Carlos Drummond de Andrade) 1. Vamos separar os morfemas lexicais ou lexemas (palavras semanticamente carregadas em relação ao mundo biossocial/antropo-cultural) dos morfemas gramaticais ou gramemas (palavras que só têm significado no mundo gramatical).

(5)

• Lexemas: mundo, feito, consumidores, servido, criadores, desequilíbrio, dramático, determina, frustração, universal, damos, conta, impotência, criadora, iludimos, atribuindo, potência, imaginária.

• Gramemas: o, é, de, por, alguns, o, é, e, só, não, a, porque, não, nos, de, nossa, e, até, nos, nos, uma.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

2. Do conjunto dos lexemas, separar, agora, aqueles que pertencem às categorias dos substantivos (palavras que se deixarem anteceder por determinantes – o , a, os, as, esse, essa, meu, minha, seu, sua etc.), adjetivos (palavras variáveis que se deixarem anteceder por tão) e verbos (palavras que se articulam com os pronomes retos):

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

substantivos (palavras que se deixarem anteceder por determinantes – o , a, os, as, esse, essa, meu, minha, seu, sua etc.):

mundo, consumidores, criadores, desequilíbrio, frustração, conta, impotência, potência;

adjetivos (palavras variáveis que se deixarem anteceder por tão): feito, servido, dramático, universal, criadora, imaginária; OBS.: na verdade,feito e servido, no contexto, são formas nominais (particípio passado) dos verbos fazer e servir e constituem as locuções verbais é feito, é servido. Perceba, porém, como assumem as mesmas características mórficas e sintáticas de um adjetivo. verbos (palavras que se articulam com os pronomes retos): determina, damos, iludimos, atribuindo.

Adaptado de: SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri: Manole, 2004.

Referência

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