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A aplicabilidade dos crimes eleitorais de menor potencial ofensivo nos juizados especiais criminais.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

EDNELTON HELEJUNIOR BENTO PEREIRA

A APLICABILIDADE DOS CRIMES ELEITORAIS DE MENOR

POTENCIAL OFENSIVO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

SOUSA - PB

2009

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A APLICABILIDADE DOS CRIMES ELEITORAIS DE MENOR

POTENCIAL OFENSIVO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Jurídicas e Sociais do CCJS

da Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientadora: Professora Ma. Maria de Lourdes Mesquita.

SOUSA - PB

2009

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A A P L I C A B I L I D A D E D O S C R I M E S E L E I T O R A I S D E M E N O R P O T E N C I A L O F E N S I V O N O S J U I Z A D O S E S P E C I A I S C R I M I N A I S

T r a b a l h o m o n o g r a f i c o a p r e s e n t a d o ao Curso de Direito do C e n t r o de Ciencias J u r i d i c a s e Sociais d a Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e , c o m o exigencia parcial d a o b t e n c a o do titulo de Bacharel e m Ciencias Juridicas e Sociais. Orientador(a): Prof.(a) Maria de Lourdes Mesquita

B a n c a E x a m i n a d o r a : Data de a p r o v a c a o : 2 4 / 1 1 / 2 0 0 9

Prof.(a) Maria de Lourdes Mesquita Orientador

Prof.(a) Carla Rocha P o r d e u s C o m p o n e n t e da banca

Prof.(a) R u b a s m a t e dos Santos S o u s a C o m p o n e n t e da banca

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que por tantas vezes realizou s o n h o s e m m i n h a vida. Dedico e m especial a minha familia e a minha noiva, que s e m p r e m e a p o i a r a m e m e d e r a m c o n d i c o e s de seguir nesta e e m outras c a m i n h a d a s .

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A g r a d e g o antes de tudo a Deus, por ter m e iluminado e m t o d o s os dias da minha c a m i n h a d a e pela o p o r t u n i d a d e de estar realizando este trabalho.

A o s m e u s pais, Junior e Helena, por toda a confianga, incentivo e colaboragao que m e foi d a d a . Modelos de sabedoria, moral e honestidade, referencias que guardarei para a vida inteira.

A o m e u irmao J o n e pela sua paciencia e m me ajudar na a p r e n d i z a g e m d a pratica do direito e que tanto contribuiu c o m sua experiencia, e as minhas irmas: Barbara e J a c q u e l i n e , pela consciencia das a d v e r s i d a d e s e pela forga que m e d e r a m q u a n d o necessario.

A minha querida noiva, Rivaneide, pessoa especial c o m quern s e m p r e pude contar, pelo apoio que m e dera e m t o d o s os m e u s projetos, pela sua c o m p r e e n s a o s e m p r e q u e precisei.

A t o d o s os mestres do curso de Direito do Centro de Ciencias J u r i d i c a s e Sociais da Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e , que de u m a f o r m a ou de outra c o n t r i b u i r a m s e m p r e c o m o e n g r a n d e c i m e n t o d o c o n h e c i m e n t o necessario para a c o n c l u s a o desse trabalho, e e m especial a m i n h a orientadora, professora Maria de Lourdes Mesquita, que dedicou boa parte de seu t e m p o e m auxilio a e s s e trabalho. A o s m e u s c o l e g a s de t u r m a , que s e m p r e lado a lado contribuiram das mais diversas f o r m a s , e pelas alegrias, tristezas e sufocos que p a s s a m o s s e m p r e juntos, unidos incentivando e a p o i a n d o uns aos outros na b u s c a de u m ideal c o m u m . E m especial ao a m i g o Raul, que d e s d e o inicio do curso j a m a i s m e d i u esforgos s e m p r e que necessitei de sua ajuda.

A o s funcionarios e servidores da universidade que e m s u a s tarefas do dia a dia c o n s t r o e m toda a logistica do estudante, Ihe d a n d o condigoes de se ambientalizar nas d e p e n d e n c i a s da faculdade.

A t o d o o restante de minha familia, e e m especifico a minha tia Zefinha e ao m e u primo L a n d i m , que t o r c e r a m s e m p r e por m i m , m e apoiando na busca d e s s a conquista.

A t o d o s , q u e de maneira direta ou indireta m e a j u d a r a m na c o n c l u s a o do curso e d e s t e trabalho. Ignorante e a q u e l e que acha ser sua vitoria fruto de seu proprio e iinico esforgo, pois ser h u m a n o a l g u m , por mais forte q u e seja, e c a p a z de c a m i n h a r sozinho.

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crimes. O crime eleitoral e urn crime, e urn crime nao justifica outro. A s s i m fica dificil consertar o Brasil!

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Devido a o s a c o n t e c i m e n t o s existentes no piano politico nacional, a pratica de crimes eleitorais se torna cada vez m a i s popular q u a n d o da realizacao d o s pleitos, s e n d o imprescindivel o seu j u l g a m e n t o . A s s i m , o presente estudo busca e x p l a n a r c o m o os J u i z a d o s Especiais, institutos aplicadores d o poder judiciario, t e n t a m a d e q u a r as analises de f u n d a m e n t a c a o d o s crimes de m e n o r potencial ofensivo a realidade dos j u l g a d o s , t e n d o c o m o principal c o n d a o a celeridade no j u l g a m e n t o d o s delitos de m e n o r potencial ofensivo, b e m c o m o busca ainda a elucidacao da q u e s t a o de aplicabilidade d o s crimes de c u n h o eleitoral e m sede de tais j u i z a d o s , vez q u e a sistematizacao e analise dos delitos eleitorais e o seu j u l g a m e n t o nao e tarefa facil, j a que, nao existe regra propria no o r d e n a m e n t o patrio, a p e n a s a l g u m a s p o u c a s lei e s p a r s a s sobre o t e m a . A investigacao d a pesquisa norteou-se pelos objetivos de se abordar q u e s t o e s imprescindiveis s o b r e o t e m a , c o m o por e x e m p l o , determinar conceitos acerca dos j u i z a d o s especiais criminais e d o s crimes eleitorais. A pesquisa c o m p o e - s e e m t e r m o s de r e f e r e n d a teorico, por obras de r e n o m a d o s doutrinadores, pela legislacao existente e pela jurisprudencia, utilizando-se desta feita, do m e t o d o bibliografico e exegetico-juridico, b e m c o m o , pela coleta de d a d o s que se e f e t u o u atraves de pesquisa d o c u m e n t a l . Ha desta maneira tematica relevante, haja vista nao existir p o s i c i o n a m e n t o legal sobre o t e m a a b o r d a d o , s e n d o o problema a b o r d a d o se e possivel se aplicar o j u l g a m e n t o dos crimes eleitorais de m e n o r potencial ofensivo nos j u i z a d o s especiais criminais, s e n d o a resposta a p o n t a d a que s i m , c o m base no que dispoe a natureza juridica dos crimes eleitorais e o disposto contido nas leis e s p e c i f i c a s e na constituicao federal brasileira.

Palavras-chave: Juizados Especiais Criminais. Crimes Eleitorais. P r o c e d i m e n t o Eleitoral.

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En raison d'evenements qui existe au niveau politique nationaux, la pratique des crimes electoraux devient plus populaire que le j o u r des elections, et indispensable a s o n proces. La presente etude c h e r c h e a expliquer c o m m e n t les tribunaux speciaux, les applicateurs des instituts de la magistrature, ont t e n d a n c e a s'adapter a I'analyse des c a u s e s de la realite d e s crimes de potentiel d a n g e r e u x du proces, avec la baguette principale pour accelerer les proces de delits de moindre potentiel offensif, et toujours en quete de I'elucidation de la question de I'applicabilite de crimes de t a m p o n Q G de c a m p a g n e d e ces tribunaux, c o m m e la systematisation et I'analyse des infractions electorales et son proces n'est pas une tache facile, car il n'existe a u c u n e regie d a n s leur terre patrie, s e u l e m e n t quelques rares loi sur le sujet. L'enquete de la recherche etait g u i d e e par les objectifs d'aborder les questions essentielles sur le sujet, par e x e m p l e , de determiner des concepts sur les tribunaux penaux speciaux et les crimes electoraux. La recherche se c o m p o s e de t e r m e s de reference theorique pour les travaux d'universitaires de r e n o m , la legislation existante et les decisions judiciaires, en utilisant cette fois, la m e t h o d e et de la litterature e x e g e t i q u e et juridique ainsi q u e la collecte de d o n n e e s qui a ete accompli grace a recherche d o c u m e n t a i r e . II est done question pertinente, c o m p t e t e n u de I'absence de poste juridique sur la t h e m e discute, le p r o b l e m e etant regie, il est possible d'appliquer les crimes de potentiel d a n g e r e u x electoraux d a n s les tribunaux p e n a u x speciaux, et a souligne I'repondre que oui, en fonction de ce fournit la nature juridique d e s crimes et des dispositions electorales contenues d a n s d e s lois

specifiques et la constitution federale bresilienne.

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A R T . Artigo A R T s . Artigos C C J C o m i s s a o de Constituigao e Justiga C E C o d i g o Eleitoral C F Constituigao Federal CF/88 Constituigao Federal de 1988 C P P C o d i g o de P r o c e s s o Penal INC. Inciso J e C R I M J u i z a d o Especial Criminal J e C R I M ' s J u i z a d o s Especiais Criminais LC Lei C o m p l e m e n t a r LE Lei d a s Eleigoes

L O J E ' s Leis de Organizagao Judiciaria Estaduais M P E Ministerio Publico Eleitoral

O A B O r d e m dos A d v o g a d o s do Brasil PT Partido d o s T r a b a l h a d o r e s S T F S u p r e m o Tribunal Federal S T J Superior Tribunal de Justiga T A C r i m Tribunal de Algada Criminal T C E T e r m o Circunstanciado Eleitoral T R E Tribunal Regional Eleitoral T S E Tribunal Superior Eleitoral

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1 I N T R O D U C A O 10 2 DOS J U I Z A D O S E S P E C I A I S C R I M I N A I S 12

2.1 D A C R I A Q A O DOS J U I Z A D O S ESPECIAIS E SUA N O V A O R D E M

J U R I S D I C I O N A L 13 2.2 PRINCIPIOS PROCESSUAIS N O R T E A D O R E S DOS J U I Z A D O S ESPECIAIS 17

2.3 A C O M P E T E N C I A DOS J U I Z A D O S ESPECIAIS C R I M I N A I S 21 3 C R I M E S E L E I T O R A I S 24 3.1 N A T U R E Z A J U R I D I C A DOS CRIMES E L E I T O R A I S 25 3.2 L E G I T I M I D A D E P A R A A G I R NOS PROCESSOS E L E I T O R A I S 26 3.3 PRINCIPIOS D A JUSTICA E L E I T O R A L 28 3.4 C L A S S I F I C A g A O DOS CRIMES E L E I T O R A I S 30 4 D I V E R G E N C I A D E C O M P E T E N C I A S E A R E A L P O S S I B I L I D A D E D E A P L I C A B I L I D A D E DOS C R I M E S E L E I T O R A I S NOS J E C R I M ' S 35 4.1 DO P R O C E D I M E N T O E L E I T O R A L 35 4.2 DOS CRIMES E L E I T O R A I S D E M E N O R P O T E N C I A L OFENSIVO E O PROJETO

D E C R I A g A O DOS J U I Z A D O S ESPECIAIS E L E I T O R A I S 39 4.3 D A C O M P E T E N C I A DOS J U I Z A D O S ESPECIAIS C R I M I N A I S P A R A PROCESSAR

E J U L G A R OS CRIMES E L E I T O R A I S 43

5 C O N C L U S A O 47

R E F E R E N C I A S 49 A N E X O S 52

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1 I N T R O D U C A O

C o m o a d v e n t o da lei 9.099 de 2 6 de s e t e m b r o de 1995, surge no cenario juridico nacional os j u i z a d o s especiais criminais, criados c o m o intuito de dar u m a nova visao ao p r o c e d i m e n t o de j u l g a m e n t o dos crimes c o m m e n o r relevancia juridica, estes tidos c o m o s e n d o os de m e n o r potencial ofensivo, e que e m c o n f o r m i d a d e ao novo p r o c e d i m e n t o d e v e r i a m ter a a p u r a c a o p r o c e d i m e n t a l , b e m c o m o a a p r e c i a c a o ser realizada c o m o m a x i m o de rapidez possivel, d a n d o a s s i m u m a resposta rapida a s o c i e d a d e e m relacao aqueles que praticaram os delitos a b o r d a d o s nos j u i z a d o s .

Surge neste a m b i t o o p r o b l e m a de quais seriam as e s p e c i e s de crimes a s e r e m j u l g a d o s por esses j u i z a d o s , e m se tratando da materia do m e s m o , v e z que a definigao de crimes de menor potencial ofensivo a b r a n g e t o d a s as areas de a t u a c a o do poder judiciario, surgindo ainda a problematica a se levantar se tal p r o c e d i m e n t o deveria alcancar os crimes eleitorais, e se sim, c o m base e m q u e ?

C o m o f o r m a de alcangar tais metas, adotou-se o m e t o d o dedutivo, utilizando-se c o m o tecnica da pesquisa bibliografica e jurisprudencial.

No primeiro capitulo e a b o r d a d o o conceito dos J u i z a d o s Especiais Criminais, c o m o se d e u o seu s u r g i m e n t o e a n e c e s s i d a d e de u m a nova ideia jurisdicional, bem c o m o a obrigatoriedade d o s e s t a d o s na criagao d e s s e s novos institutos o r d e n a d o r e s f a c e lei especifica e u m a e x p l a n a g a o s o b r e os principios norteadores do p r o c e d i m e n t o a d o t a d o pelos novos j u i z o s .

A s s i m , e m decorrencia constata-se no s e g u n d o capitulo q u a n t o a apresentagao e o conceito dos crimes eleitorais que c o n s u b s t a n c i a a existencia de tais praticas delituosas, sua natureza juridica e qual a c o m p e t e n c i a para o j u l g a m e n t o d e s t e s , b e m c o m o qual d e v e ser o p r o c e d i m e n t o normal a ser a d o t a d o e a legitimagao para agir nos p r o c e s s o s c o n d i z e n t e s c o m os m e s m o s , tudo norteado pelos principios da justiga eleitoral e as especies normativas d o s delitos eleitorais, pelas m a i s diversas leis especificas, tratando ainda sobre s u a s penas.

Por derradeiro, e e m analise aos e x p o s t o s nos capitulos a n t e c e d e n t e s , o terceiro capitulo apresenta-se t o m a n d o por b a s e a possibilidade d e aplicagao d o s crimes eleitorais e m sede d o s j u i z a d o s especiais, surge a problematica se estes

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d e v e m ou nao s e r e m j u l g a d o s pelo novo o r d e n a m e n t o juridico, nascido c o m a Lei n° 9.099/95, s e n d o a b r a n g i d o assim no trabalho a divergencia de c o m p e t e n c i a s e a real possibilidade de aplicabilidade dos crimes eleitorais nos J e C r i m ' s , utilizando para tanto u m a analise dos s i s t e m a s normativos existentes no o r d e n a m e n t o patrio e o p o s i c i o n a m e n t o dos tribunals superiores, d e t a l h a n d o ainda por m e i o de a p r e c i a c a o dos ritos a t u a l m e n t e utilizados, sua natureza j u r i d i c a e o presente p r o c e d i m e n t o adotado.

Partindo do p r o b l e m a a p r e s e n t a d o e e m decorrencia ao disposto analisado, o objetivo desta pesquisa levanta a problematica q u e j a se explicita e m importantes d e b a t e s nos mais diferentes pianos aplicadores do direito brasileiro, principalmente no que c o n c e r n e a n e c e s s i d a d e de existencia de u m a n o r m a t i z a c a o sobre a aplicagao d o s crimes eleitorais de m e n o r potencial ofensivo nos j u i z a d o s especiais criminais, s e n d o esta ainda a principal justificativa do trabalho ora a b o r d a d o .

A s s i m , nao existem duvidas de que a Lei n° 9.099/95 representa urn marco revolucionario no Direito Penal brasileiro, c o m a instituigao do J u i z a d o Especial Criminal, c o n t u d o , a m e s m a se torna o m i s s a e m alguns pontos, e m especial q u a n d o da n e c e s s i d a d e de s e relatar sobre os tipos q u e r e a l m e n t e d e v e m ser abrangidos pelos referidos juizados, a d e q u a n d o - s e a atual pratica forense, evitando desta feita a burocratizagao a t u a l m e n t e existente q u a n d o se trata do j u l g a m e n t o d o s tipos eleitorais. Dessa f o r m a , apresenta-se o p r o b l e m a e a hipotese, aqui p r e v i a m e n t e e l e n c a d o s , quais s e j a m : e possivel se julgar os crimes eleitorais nos j u i z a d o s especiais criminais, s e n d o a hipotese levantada c o m b a s e na propria lei dos j u i z a d o s e e m s e u s principios, b e m c o m o pelos tipos penais analisados, para u m a conclusao logica.

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2 D O S J U I Z A D O S E S P E C I A I S C R I M I N A I S

O s J u i z a d o s Especiais Criminais, t a m b e m c o n h e c i d o s c o m o J e C R I M ' s sao o r g a o s do Poder Judiciario criados a partir d a Lei n° 9.099 de 26 de s e t e m b r o de 1995. Sao c o m p e t e n t e s para julgar as c o n t r a v e n g o e s penais e os crimes de m e n o r potencial ofensivo, ou seja, t o d o s a q u e l e s q u e tern sua pena m a x i m a nao superior a dois anos, p r i m a n d o pela rapidez e informalidade, b u s c a n d o de f o r m a celere a reparacao do d a n o sofrido pela vitima ou a aplicagao de p e n a s alternativas c o m o m e d i d a de reprimenda do Estado.

T a i s Juizados Especiais Criminais tern c o m p e t e n c i a para processar e julgar as infragoes dos c h a m a d o s crimes de bagatela, q u e sao aqueles de m e n o r importancia juridico-social, b e m c o m o ainda p r o m o v e r a conciliagao, e a e x e c u g a o d e s s a s

infragoes penais, p o d e n d o ser c o m p o s t o por j u i z e s t o g a d o s e leigos.

A c o m p e t e n c i a dos Juizados Especiais Criminais e ratione materiae, a s s i m , portanto, tida c o m o absoluta, s e n d o e s t a b e l e c i d a pela Constituigao Federal de 1988, e m s e u artigo 98. S u r g e m c o m o t e n d e n c i a politico-criminal, q u e j a vinha s e n d o aplicada e m varios p a i s e s da Europa e da A m e r i c a , q u a n d o b u s c a v a - s e u m m e c a n i s m o c a p a z d e a d e q u a r a realidade social de u m a maneira mais branda e celere primordialmente q u a n d o se t r a t a s s e m de crimes que c a u s a v a m m e n o r repercussao juridica.

P r o p u g n a - s e entao, c o m o m e d i d a norteada pelos principios basilares dos Juizados alcangar o objetivo de ressocializar o delinquente e fazer surgir na propria s o c i e d a d e u m a sensagao de c u m p r i m e n t o do d e v e r judicial, atraves nao so d a celeridade q u e prima o instituto penalizador, c o m o t a m b e m pela aplicagao de s u a s penas, que muitas v e z e s tern u m carater alternativo pela pratica d a transagao penal q u e e tipica d e s s e s j u i z o s .

O p r e s e n t e capitulo tern por objetivo analisar a criagao d o s j u i z a d o s especiais no o r d e n a m e n t o juridico brasileiro, b e m c o m o a p r e s e n t a r quais principios norteiam o j u l g a m e n t o d e s s e s orgaos judiciarios, a l e m de definir a c o m p e t e n c i a q u e rege tal

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2.1 D A C R I A Q A O D O S J U I Z A D O S E S P E C I A I S E S U A N O V A O R D E M J U R I S D I C I O N A L

O atual sistema penal brasileiro, regido pelo C o d i g o de P r o c e s s o Penal, Decreto-Lei n° 3.689, d a t a d o de 03 de outubro do ano de 1 9 4 1 , ha muito ja solicitava u m a inovacao legislativa, b u s c a n d o a d a p t a r - s e ao c o n t e x t o social ao qual esta inserido, t e n d o a finalidade de tentar atualizar os pontos referenciais p r o c e s s u a i s q u e , c o m o passar do t e m p o , t o r n a r a m - s e ultrapassados, e m decorrencia de falhas na organizagao judiciaria, deficiencia na f o r m a c a o de j u i z e s e a d v o g a d o s ; e precariedade das c o n d i c o e s de trabalho, q u e c a u s a v a m u m a s e n s a c a o de q u e u r g e n t e m e n t e se n e c e s s i t a v a m m u d a n c a s na orbita juridico-social. Destarte o exposto, ficavam os delitos tidos c o m o de m e n o r potencial ofensivo, s e m p r e d e s l o c a d o pelos aplicadores do direito, pela sua ineficacia q u a n t o a aplicabilidades dos dispositivos criminais.

Desta feita, p a s s o u - s e a s s i m a exigir a qualificacao do p r o c e d i m e n t o penal que a b a r c a s s e instrumentos mais a d e q u a d o s a tutela de t o d o s os direitos e que viesse a garantir a real n e c e s s i d a d e d a s d e c i s o e s judiciais, a b r a n g e n d o ainda m e c a n i s m o s judiciais rapidos, simples e e c o n o m i c o s , d e maneira a reduzir a m o r o s i d a d e ocorrida nos j u l g a m e n t o s d e ilicitos m e n o r e s , f a z e n d o u m d e s a f o g o na justica criminal, a p e r f e i c o a n d o d e s t a feita a aplicagao da lei a q u e l e s crimes

acautelados c o m o m a i s g r a v o s o s a o s valores igualitarios da s o c i e d a d e .

P a r a l e l a m e n t e a e s s a n e c e s s i d a d e , havia-se c o m p r e e n d i d o q u e a solugao de d i s c u s s o e s penais e m d e t e r m i n a d a s infragoes de p e q u e n a m o n t a poderia ser alcangada pelo m e t o d o c o n s e n s u a l . D e s s e m o d o , p r e o c u p a d o c o m esta situagao e sensivel a b u s c a de se evitar a i m p u n i d a d e nos ilicitos m e n o r e s , traz o legislador q u a n d o d a i m p l e m e n t a g a o da Constituigao d a Republica Federativa do Brasil de 1988 - C F / 8 8 , e m seu artigo 98, inciso I, a criagao, pela Uniao, pelo Distrito Federal, pelos Territorios e pelos Estados m e m b r o s , de J u i z a d o s Especiais, c o m p o s t o s por j u i z e s t o g a d o s e leigos, d a n d o - l h e s a prerrogativa d e foro c o m p e t e n t e para a conciliagao, j u l g a m e n t o e e x e c u g a o de c a u s a s de m e n o r c o m p l e x i d a d e . S e n d o os m e s m o s d o t a d o s de c o m p e t e n c i a judiciaria para tratarem sobre as infragoes penais tidas c o m o de m e n o r potencial ofensivo, a p r o v e i t a n d o - s e da experiencia j a utilizada

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e m diversos p a i s e s , c o m o os Estados Unidos e a Italia, destinados a desburocratizagao do f u n c i o n a m e n t o , c o n f o r m e cita Pellegrini (1999, p. 31):

Ao mesmo tempo, a experiencia processual penal apontou, em outros paises, para modelos de Justica consensual e despenalizadora, merecendo ser apontada a Lei Italiana 689, de 14 de novembro de 1981, intitulada "Modificacoes ao Sistema Penal. Descriminaliacao", permitindo que o juiz, a pedido do acusado e apos manifestacao favoravel do Ministerio Publico, aplicasse a sancao, com a subsequente extincao da punibilidade, com registro de pena exclusivamente para o efeito de impedir um segundo beneficio (art. 77 et seq.); bem como o Codigo de Processo Penal portugues, de 17 de fevereiro de 1987, que no art. 392 et seq., permite que o Ministerio Publico requeira ao tribunal a aplicagao de pena multa ou pena alternativa, funcionando ao mesmo tempo como representante da vitima para formular o pedido de indenizacao civil. Aceita a proposta, a homologacao judicial equivale a uma condenacao.

B u s c a o legislador brasileiro, no direito estrangeiro, regras de normatizagao q u e v i e s s e m a beneficiar o sistema judiciario nacional, simplificando neste sentido a c o m p l e x i d a d e d a Justiga Penal, ate e n t a o vigente no o r d e n a m e n t o patrio brasileiro. Tal e n t e n d i m e n t o n a s c e u de d e b a t e s calorosos q u e v i n h a m s e n d o e s t u d a d o s j a ha a l g u m t e m p o por r e n o m a d o s doutrinadores e aplicadores do direito da e p o c a . A s s i m ve-se c o m o historico o fato de que durante os trabalhos d a A s s e m b l e i a Constituinte, o s m a g i s t r a d o s do e s t a d o de S a o Paulo, Pedro Luiz Ricardo Gagliardi e Marco A n t o n i o M a r q u e s d a Silva, a p r e s e n t a r a m junto a associagao paulista de m a g i s t r a d o s u m a minuta de anteprojeto que visava constituir u m a lei federal, disciplinando a materia referente a tais J u i z a d o s de dissidios criminais.

C o m o advento da p r o m u l g a c a o da Constituigao Federal Brasileira de 1988, o entao presidente do Tribunal de A l g a d a Criminal do Estado de S a o Paulo, M a n o e l V e i g a de Carvalho, constitui u m g r u p o de trabalho v i s a n d o a proposta do anteprojeto a p r e s e n t a d o , constituido pelos j u i z e s do T A C r i m A n t o n i o Carlos V i a n a dos S a n t o s , M a n o e l Carlos Vieira M o r a e s , Paulo Costa M a n s o , Ricardo A n t u n e s A n d r e u c c i e R u b e n s G o n g a l v e s , t e n d o sido c o n v i d a d a a integrar o grupo a professora A d a Pellegrini Grinover, titular da disciplina de P r o c e s s o Penal da Universidade de Sao Paulo, s e n d o esta ultima a e n c a r r e g a d a de e x a m i n a r e apresentar o resultado de viabilidade do projeto e n t a o analisado.

O A n t e p r o j e t o , a p o s previa analise da C o m i s s a o responsavel foi enriquecido, t e n d o recebido s u g e s t o e s de a p r i m o r a m e n t o de t o d a s as categorias juridicas existentes no estado paulista, s e n d o manifesto o p o s i c i o n a m e n t o da O A B do Estado

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de S a o Paulo, da Magistratura Estadual paulista, do Ministerio Publico, dos d e l e g a d o s de policia, dos m e m b r o s da Procuradoria do Estado de Sao Paulo e D e f e n s o r e s Publicos, inclusive t e n d o relevante apoio da c o m u n i d a d e a c a d e m i c a .

C o n d u z i d o a u m a p e r f e i g o a m e n t o , o A n t e p r o j e t o foi e n c a m i n h a d o a m e s a do D e p u t a d o Federal, Michel T e m e r , q u e , c o m o representante do povo, t r a n s f o r m o u a proposta do T A C r i m paulista no Projeto de Lei n° 1.480/89, precedido pela m e s m a exposigao motivacional e l a b o r a d a pelo grupo de trabalho, m a n t e n d o inclusive no projeto os n o m e s de s e u s redatores. Outras propostas ja haviam inclusive sido a p r e s e n t a d a s a m e s a d a C a m a r a d o s D e p u t a d o s , c o n f o r m e preconiza Mirabete ( 1 9 9 8 , p.17):

Na camara dos deputados haviam sido apresentados outros projetos relativos as causas civeis de menor potencial de complexidade e as infragoes penais de menor potencial ofensivo: os de ns. 1.129/88, do Deputado Jorge Arbage; 1.708/89, do Deputado Manoel Moreira; 2.959/89, do Deputado Daso Coimbra; 3.883/89, do Deputado Gonzaga Patriota; 3.698/89, do Deputado Nelson Jobim. O relator da Comissao de Constituigao e Justiga, Deputado Ibrahim Abi-Ackel selecionou, dentre todos, O Projeto Michel Temer, no ambito penal, e o projeto 3.698/89, do Deputado Nelson Jobim, na esfera civel, determinando a unificacao de ambos em um substitutivo, que foi aprovado na Camara dos Deputados e encaminhado ao Senado.

V e - s e que o projeto surge b e m aceito no poder legislativo nacional, s e n d o a s s i m a p r o v a d o pelo D e p u t a d o Ibrahim A b i - A c k e l , relator de t o d a s as propostas na C o m i s s a o de Constituigao de Justiga da C a m a r a dos D e p u t a d o s , o n d e a p o s previa a p r o v a g a o nesta referida c a s a legislativa, s e g u e ao S e n a d o , pelo q u e , depois de i m p l e m e n t a d o e modificado e m alguns pontos pelo S e n a d o r J o s e Paulo Bisol, volta a C a m a r a dos D e p u t a d o s . N o v a m e n t e distribuido ao relator d a C C J , o qual preferiu m a n t e r o projeto original a p r e s e n t a d o pelo D e p u t a d o Michel T e m e r , e que resultou na Lei n° 9.099 de 26 de s e t e m b r o de 1995, a qual c o n t a ainda c o m a disposigao relativa a o s Juizados Especiais Civeis.

E m sua amplitude, a Lei 9.099/95 posiciona-se c o m o um m a r c o revolucionario no sistema processual penal brasileiro. Surge nao a p e n a s c o m o u m a lei que viabiliza u m a nova m o d a l i d a d e p r o c e d i m e n t a l , m a s vigora e m s e u integro a criagao de u m a nova o r d e m jurisdicional por parte do Estado, criando e m principio u m novo orgao q u e atua nas esferas civeis e criminais. C o n t u d o , para q u e se possa aplicar a referida lei, o orgao jurisdicional devera estar constituido c o m o J u i z a d o Especial e m

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c o n f o r m i d a d e a Lei de O r g a n i z a c a o Judiciaria Local, s e m o q u e , estara d e s c u m p r i n d o - s e o objetivo pretendido q u a n d o da criagao d a lei d o s J u i z a d o s Especiais.

A s s i m deflui-se da propria lei, q u e incube aos Estados a criagao dos J u i z a d o s Especiais Criminais, c o m c o m p e t e n c i a para julgar as infragoes de m e n o r potencial ofensivo. De f o r m a a p a r e n t e , e e m c o n s o n a n c i a ao que trata o artigo 2 4 , XI d a C F / 8 8 , p o d e , a lei estadual dispor, c o n c o r r e n t e m e n t e c o m a Uniao, sobre p r o c e d i m e n t o s e m materia p r o c e s s u a l , a p e s a r de nao ter legitimidade para legislar e m materia penal, vez q u e o q u e se trata e a materia processual penal e nao a materia penal p r o p r i a m e n t e dita. Neste sentido, aduz o professor M i r a b e t e (1998, p. 24) sobre o t e m a :

Na lei que dispuser sobre a composicao dos Juizados Especiais nos Estados e preciso que se determine quern exercera a jurisdicao. Pode a lei conferi-la aos Juizes de Direito, como tambem char cargos especificos para os magistrados que devem prover tais orgaos estaduais. Nao podera ser esta exercida exclusivamente por leigo, ja que e obrigatorio que faca parte dos Juizados Especiais juiz togado.

A s s i m v i s l u m b r a d o , os J u i z a d o s Especiais Criminais sao e l e m e n t o s processuais que tern sua c o m p e t e n c i a d e t e r m i n a d a por lei federal, c a b e n d o a Uniao, m e s m o porque, esta e o unico e n t e que pode dispor sobre lei penal. S e n d o entao de c o m p e t e n c i a dos Estados m e m b r o s , m e d i a n t e suas L O J E ' s , instituir a criagao dos j u i z a d o s locais, para que se p o s s a dar aplicabilidade ao disposto e m lei especifica, vez q u e aos Estados so e permitido legislar sobre p r o c e s s o penal, e ainda assim se p r e v i a m e n t e autorizados por lei c o m p l e m e n t a r .

S e n d o de c o m p e t e n c i a c o n c o r r e n t e m e n t e da Uniao e dos Estados a criagao d o s J u i z a d o s Especiais, tanto na esfera cfvel q u a n t o na esfera criminal, pelo que d e t e r m i n a a Lei n° 9.099/95, t e m - s e que e s s e dispositivo vital possui a caracteristica de u m a n o r m a constitucional de eficacia limitada, ja q u e exige c o m p l e m e n t a g a o por meio de legislagao infraconstitucional, para q u e p o s s a surtir os efeitos essenciais visados pelo Constituinte. A s s i m , d e p e n d e m d e lei e s p e c i f i c a as materias relativas a alteragao e c o m p o s i g a o dos J u i z a d o s , b e m c o m o s u a s regras procedimentais inerentes ao sistema procedimental local. Dispoe neste sentido o p o s i c i o n a m e n t o do doutrinador Joel Dias (2000, p.53):

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O legislador nao deixou qualquer duvida a respeito de sua intencao na determinacao impositiva da criacao dessas unidades jurisdicionais especialissimas, ao dispor com clareza que "os Estados, Distrito Federal e

Territorios criarao e instalarao os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contarda vigencia desta le!'. (grifos do autor)

Preleciona-se desta maneira q u e , se dispoe c o m o s e n d o i m p o s s i v e l a criagao destes orgaos da justiga ordinaria se nao por lei e s p e c i f i c a , nao s e n d o viavel para tanto a instituigao por m e i o d e resolugoes ou p r o v i m e n t o s d o s Tribunals Estaduais.

C o n f o r m e d e c i s a o t o m a d a pela C o m i s s a o Nacional d a Magistratura, as resolugoes e p r o v i m e n t o s d o s Tribunals Estaduais so d e v e m referir-se as q u e s t o e s adicionais de organizagao da Justiga Estadual e de regulamentagao de s e u s orgaos e servigos auxiliares, incluindo-se, portanto, as n o r m a s d e s s a e s p e c i e no que tange aos J u i z a d o s Civeis e Criminais, d e s d e que j a instituidos por lei e s p e c i f i c a .

2.2 P R I N C I P I O S P R O C E S S U A I S N O R T E A D O R E S D O S J U I Z A D O S E S P E C I A I S

Partindo d a ideia de q u e principios processuais sao os f u n d a m e n t o s que originam e orientam o p r o c e s s o , nao existe duvida no tocante ao que traz o artigo 2° da lei d o s J u i z a d o s Especiais Criminais, q u a n d o d e s c r e v e e m s e u texto que "o processo orientar-se-a pelos criterios d a oralidade, simplicidade, informalidade, e c o n o m i a processual e celeridade, b u s c a n d o , s e m p r e q u e p o s s i v e l , a conciliagao ou a transagao". Neste contexto, posiciona-se Ferreira (2008, p.37):

O artigo 2° da Lei 9.099/95 - Lei dos Juizados Especiais - utiliza a palavra

criterios, que, contudo, sao autenticos principios que constituem as bases

do novo procedimento e as diretrizes que norteiam toda a interpretacao da norma a eles aplicaveis. (grifos do autor)

A s s i m , as f o r m a s tradicionais de c o n d u g a o processual d e v e m ser s e m p r e afastadas, d a n d o e n f a s e e m seu lugar a o s principios f u n d a m e n t a l s e norteadores do p r o c e d i m e n t o especial. Deflui-se neste sentido q u e , a l e m d o s principios basilares processuais de carater obrigatorio e m t o d a s as agoes penais, impoe a lei q u e o juiz se guie no caso concreto d a s agoes penais de c o m p e t e n c i a d o s Juizados Especiais, e m h a r m o n i a , ou ate m e s m o e m prevalencia sobre os outros, pelos principios n o r t e a d o r e s da contengao especial, por se t r a t a r e m da essencia do referido instituto

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processual penal. Sao estes, por sua vez, os principios da oralidade, simplicidade, d a informalidade, da e c o n o m i a processual e d a celeridade p r o c e s s u a l .

O principio d a oralidade, a b o r d a d o pela lei, c o m o criterio objetivo de aplicagao nos p r o c e s s o s de algada dos J u i z a d o s Especiais, preconiza a adogao da f o r m a oral q u a n d o da aplicagao p r o c e d i m e n t a l . Tal criterio nao estabelece o a f a s t a m e n t o total da escrita neste p r o c e d i m e n t o criminal, m e s m o q u e a oralidade exista c o m o principio norteador, t u d o d e v e ser tornado a t e r m o pelo juiz q u a n d o da realizagao dos atos inerentes.

N o t a d a m e n t e , o legislador nao quis afastar o sistema escrito, m a s d e t e r m i n o u a s u p e r i o r i d a d e da f o r m a oral a escrita na c o n d u g a o do processo, v e z q u e , as experiencias j a d e m o n s t r a v a m que o processo oral se traduz mais de acordo c o m os dias atuais, pelo que reflete maior presteza.

A d u z - s e q u e , a oralidade e u m principio q u e traz e m seu seio diversos valores aplicaveis no m o d o de ser da relagao processual e e m sua atividade basilar, c o m o intuito categorico de a p r o x i m a r os sujeitos q u a n d o da realizagao dos atos processuais, m a n i f e s t a n d o - s e a s s i m , atraves de u m a atividade cognitiva q u e e a audiencia de instrugao e j u l g a m e n t o , d e s t i n a d a a produgao de prova oral, e tida c o m o a d e m o n s t r a g a o d a participagao d e m o c r a t i c a na formagao do c o n s e n s o e na produgao do discurso. Neste sentido, traz a Lei n° 9.099/95, e m s e u artigo 64, §3°, que "serao objeto de registro escrito e x c l u s i v a m e n t e os atos havidos por essenciais", d e t e r m i n a n d o d e s t a feita o p r e d o m i n i o da palavra falada sobre a escrita, s e m que esta seja por c o m p l e t o e x c l u i d a .

O principio da simplicidade, t a m b e m d e n o m i n a d o c o m o principio d a simplificagao, t a m b e m se c o n s u b s t a n c i a c o m o essencial para a eficacia do f u n c i o n a m e n t o d o s Juizados Especiais. Pela adogao deste criterio, busca o legislador diminuir tanto q u a n t o se torne possivel os materiais q u e s a o j u n t a d o s aos a u t o s do processo, s e m q u e , c o m isso, v e n h a a se perder ou prejudicar o resultado d a prestagao jurisdicional. A s s i m , d e v e - s e trazer ao p r o c e s s o a p e n a s aquilo que seja essencial e m materia de m a s s a d o c u m e n t a l . Desta m a n e i r a , t e n d e - s e ao aplicador do direito simplificar os atos, nao se f u r t a n d o ao c o m p l e x o institucional e m que se traduz o p r o c e s s o c o m o u m todo. O Juiz d e v e colacionar nos autos, de maneira mais d i n a m i c a possivel, aquilo que tenha real valia, e que seja indispensavel para a

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resolucao da lide, de f o r m a que possa ser c o m p r e e n d i d o por qualquer jurisdicionado, por m e n o s instruido no c a m p o do direito que ele o seja.

Alias, por isso a propria lei afasta d a c o m p e t e n c i a d o s J u i z a d o s aquelas c a u s a s que requeiram maior c o m p l e x i d a d e , e que exijam maior investigacao, j u s t a m e n t e por nao s e g u i r e m o que d e t e r m i n a o criterio d a simplicidade q u e objetiva-se c o m o s e n d o de e n o r m e importancia para a validade do p r o c e d i m e n t o simplificado.

Por sua vez, o principio da informalidade traduz-se na d e s n e c e s s i d a d e d a adogao no p r o c e s s o de f o r m a s tidas c o m o s a c r a m e n t a i s ; explicitando de f o r m a visivel a p r e o c u p a c a o c o m a deformalizagao, na esteira do ja aplicado e m outros p a i s e s . A p l i c a - s e e m c o n s o n a n c i a c o m este principio, nos Juizados Especiais Criminais, a regra c o n s t a n t e do C o d i g o de P r o c e s s o Penal brasileiro, q u e traz e m s e u artigo 5 6 3 q u e " n e n h u m ato sera d e c l a r a d o nulo, se da nulidade nao resultar prejuizo", a f i r m a n d o assim q u e nao se enfatizara, n e m se d e t e r m i n a r a n e n h u m a e s p e c i e de nulidade, s e m que haja u m real prejuizo anterior, c o n s t a t a d o c o m o de verdadeira c a u s a de improcedencia do ato.

E m c o n s o n a n c i a ao principio d a oralidade, faz-se essencial que so se t o m e a t e r m o e m registros escritos os atos c o n s i d e r a d o s essenciais, inclusive s e n d o d i s p e n s a n d o o relatorio q u a n d o proferida a s e n t e n c a pelo juiz. Por isso, q u a n d o se vislumbra na Lei n° 9.099/95 q u e os J u i z a d o s Especiais Criminais sao regidos por u m a caracteristica q u e t o m a por b a s e o criterio informal, tal disposto d e v e ser c o m p r e e n d i d o c o m o u m r e s u m o do principio da aplicabilidade das f o r m a s , e n s e j a n d o que a d e c l a r a c a o de nulidade devera ser evitada ao m a x i m o , i n d e p e n d e n t e da f o r m a utilizada, salvo evidente prejuizo d a s partes.

O principio d a e c o n o m i a p r o c e s s u a l , por sua vez, busca a o b t e n c a o do m a x i m o de r e n d i m e n t o da lei, c o m o m i n i m o d e atos processuais exercidos, i m p o n d o desta f o r m a , que o j u l g a d o r seja e x t r e m a m e n t e pragmatico na c o n d u g a o do processo criminal ora a b a r c a d o .

A l i a d o aos principios d a simplicidade e da informalidade, o principio da e c o n o m i a processual impoe ao j u l g a d o r que este seja no m i n i m o cauteloso q u a n d o da c o n d u g a o do processo, b u s c a n d o por ventura a f o r m a simplificadamente mais viavel e a d e q u a d a a pratica do ato p r o c e s s u a l , evitando-se q u e este resulte e m novos e p o s t e r g a d o s incidentes no d e c u r s o do processo. O q u e se b u s c a e uma

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tentativa de a p r i m o r a m e n t o dos m e c a n i s m o s processuais, f a z e n d o c o m q u e a atividade processual v e n h a a ser realizada c o m o m e n o r dispendio de esforgo das partes, a b r a n g e n d o por sua feita o m e n o r custo e c o n o m i c o possivel, realizando satisfatoriamente os efeitos e s p e r a d o s na orbita judicial.

A t r a v e s do principio d a celeridade processual procura-se efetuar atos mais ageis e rapidos, c o m a p r e s e r v a c a o da finalidade de se conseguir a prestagao jurisdicional no d e c u r s o do m e n o r t e m p o possivel. Neste m e s m o sentido, a lei d o s j u i z a d o s especiais e especifica no tocante de q u e os atos p r o c e s s u a i s p o d e m ser praticados a qualquer hora e m o m e n t o , inclusive a noite, t u d o c o m o f o r m a de se agilizar a tutela juridica exercida pelo poder judiciario.

No caso dos J e C R I M ' s , e m se c o n s e g u i n d o reduzir o t e m p o entre a pratica da infragao penal e o seu respectivo resoluto por parte do judiciario, evita-se uma provavel i m p u n i d a d e ocorrida pela prescrigao criminal. Importando desta feita e m u m a resposta mais rapida a s o c i e d a d e q u a n d o da efetivagao real d a justiga penal p r o c u r a d a , i m p o n d o de imediato u m a resposta ao reclame social no q u e t a n g e a resolugao dos conflitos que se i m p o e a perturbar a tranquilidade coletiva q u e d e v e existir.

Por isso, e b u s c a n d o alcangar u m a resposta rapida do poder judiciario, todas as autoridades envolvidas nas c e l e u m a s p r o c e s s a d a s d e v e m , por c o n s e g u i n t e , atender ao principio da celeridade c o m o f o r m a d e prestagao jurisdicional, d e s d e que e m c o n f o r m i d a d e legal d o s s e u s atos. A s s i m posiciona-se o doutrinador Mirabete (

1998, p. 2 6 ) :

Por isso, preve a lei que a autoridade policial, tomando conhecimento da ocorrencia, deve lavrar o termo circunstanciado, remetendo-o com o autor do fato e a vitima, quando possivel, ao Juizado. Estando presentes estes no Juizado, ja se pode realizar a audiencia preliminar propondo-se a composicao e em seguida a transacao, que obtidas serao homologadas pelo juiz.

C o n s t a t a - s e q u e , nao a p e n a s o poder judiciario d e v e r a exercer s e u s atos p r i m a n d o pela rapidez e agilidade. Tal principio c o m p e t e ainda a autoridade policial, por ser p l e n a m e n t e cabivel e necessario que se prime por tal feito na b u s c a d a agilidade do j u l g a d o , a b r a n g e n d o assim o q u e procura o principio e m questao q u a n t o a sua eficacia a b a r c a d a pela n o r m a e s p e c i a l .

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2.3 A C O M P E T E N C I A D O S J U I Z A D O S E S P E C I A I S C R I M I N A I S

O J u i z a d o criminal e c o m p o s t o por j u i z e s t o g a d o s ou t o g a d o s e leigos e pode contar c o m o a p o i o de conciliadores. O s j u i z e s leigos sao auxiliares da justica, nao e x e r c e n d o qualquer fungao jurisdicional. C a b e a eles conduzir e n t e n d i m e n t o entre as partes envolvidas, v i s a n d o a u m a c o m p o s i c a o , que d e v e r a ser h o m o l o g a d a pelo juiz t o g a d o .

A p e s a r de d o t a d o s d e lei propria reguladora de materia especial, os J u i z a d o s Especiais tern sua aplicabilidade expressa ainda na Constituigao Federal, a s s i m disposto e m seu artigo 98. A propria n o r m a constitucional delimita o q u e esta na algada destes j u i z a d o s , c o m o por e x e m p l o , as infragoes de m e n o r potencial ofensivo, q u e s a o a q u e l a s tidas c o m s e n d o as de m e n o r g r a v i d a d e , m e d i a n t e os p r o c e d i m e n t o s oral e s u m a r i s s i m o , permitidos ainda, nas hipoteses previstas e m lei, a t r a n s a g a o e o j u l g a m e n t o de recursos por t u r m a s de j u i z e s de primeiro g r a u .

O artigo 61 d a Lei n° 9.099/95 - Lei d o s J u i z a d o s Especiais - delimitou a esfera de algada para os crimes e m q u e a lei c o m i n e pena nao superior a u m ano, salvo tal normatizagao nos c a s o s e m que a lei preveja p r o c e d i m e n t o especial. T a l dispositivo surge r e c e b e n d o i n u m e r a s criticas d a doutrina e dos aplicadores do direito, vez que, a p e s a r do e n o r m e p r o g r e s s o e f e t u a d o q u a n d o d a i m p l e m e n t a g a o d a lei, o rol de crimes a b a r c a d o s pela m e s m a se torna bastante inferior aquilo que se b u s c a q u a n d o do d e s a f o g o do judiciario criminal.

C o m o a d v e n t o d a Lei n° 1 0 . 2 5 9 / 2 0 0 1 , que define as infragoes de m e n o r potencial ofensivo no a m b i t o dos Juizados Especiais Federals, e m seu artigo 2°, ocorreu u m a modificagao substancial no que a b r a n g e a Lei n° 9.099/1995, inclui-se e m s u a orbita de c o m p e t e n c i a os crimes a q u e a lei c o m i n e p e n a m a x i m a nao superior a dois anos, surgindo u m conflito de n o r m a s , pelo qual se s u b t e n d e tornar-se r e v o g a d o o artigo 61 d a Lei n° 9.099/95, t e n d o e m vista que a existencia de dispositivos distintos na o r d e m j u r i d i c a interna aplicada aos moldes atuais estaria a configurar flagrante violagao ao principio constitucional da isonomia.

Importante frisar que a p e s a r de resolvida tal divergencia, a doutrina marjorante ainda conflita e m u m sentido c o m u m no q u e tange a aplicabilidade dos Juizados Especiais Criminais aos crimes d a algada especial, c o m o por e x e m p l o , os da Justiga Militar e os da Justiga Eleitoral. T e m - s e desta natureza, e m c o n f o r m i d a d e

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a letra da lei q u e , t o d o s os crimes cuja pena m a x i m a nao seja superior a dois anos, sao d a algada d o s J u i z a d o s Especiais Criminais, exceto os sujeitos a p r o c e d i m e n t o especial.

Pelo que trata a literalidade d a Lei n° 9.099/95, posteriormente e m e n d a d o pela Lei n° 1 0 . 2 5 9 / 2 0 0 1 , e da c o m p e t e n c i a d o s J u i z a d o s Especiais Criminais a conciliagao (transacao e c o m p o s i c a o ) , o j u l g a m e n t o e a e x e c u c a o nas c a u s a s e m q u e o crime que a deu ensejo t e n h a sua pena m a x i m a nao superior a dois anos, s e n d o esta c o m p e t e n c i a absoluta a p e n a s e m razao d a materia (ratione materiae). Portanto, viola o texto constitucional, o j u l g a m e n t o de infragoes de c o m p e t e n c i a do j u i z o c o m u m pelos J u i z a d o s Especiais Criminais. C o m o tal disposigao acarreta

afronta e x p r e s s a a u m a regra constitucional, o c a s i o n a inexistencia do processo, t o r n a n d o o ato, por c o n s e g u i n t e , nulo de pleno direito. Em sentido identico, se pronuncia Mirabete (1998, p. 28):

A competencia dos Juizados Especiais Criminais restringe-se as infracoes de menor potencial ofensivo conforme a Carta Constitucional e a lei. Como tal competencia e conferida em razao da materia, ela e absoluta, de modo que nao e possivel sejam julgados nos Juizados Especiais Criminais outras infracoes, sob pena de declaracao de nulidade absoluta.

Resta salientar q u e , e da c o m p e t e n c i a dos J e C R I M ' s o j u l g a m e n t o dos c r i m e s , nas c a u s a s e m q u e , a p e s a r de nao ocorridas a c o m p o s i g a o ou a transagao, p o s s a ser proposta a s u s p e n s a o condicional do processo, c o m o no caso d o s crimes e m q u e sua pena seja m e n o r q u e u m a n o . E o q u e traz o artigo 89 d a lei 9.099/95 ao se referir aos c r i m e s " a b r a n g i d o s ou n a o " por esta lei, b e m c o m o as p e n a s de multa d e c o r r e n t e s dos delitos de m e n o r complexibilidade.

A s s i m , a p e n a s p o d e m ser j u l g a d o s nos J u i z a d o s Especiais Criminais os crimes de m e n o r potencial ofensivo e as c o n t r a v e n g o e s penais, s e n d o q u e , se a l g u m outro crime for p r o c e s s a d o e j u l g a d o nesta esfera judicial, t e m - s e o ato praticado c o m o s e n d o nulo de pleno direito, nao g e r a n d o eficacia e n e m r e p e r c u s s a o no m u n d o juridico.

C o n t u d o , a p e s a r de ja ter sido d e t e r m i n a d o o s u r g i m e n t o , o f u n c i o n a m e n t o e a c o m p e t e n c i a d o s J u i z a d o s Especiais Criminais, existe ainda a c e l e u m a ja anteriormente a b o r d a d a pelo p r o b l e m a , que condiz na n e c e s s i d a d e de aplicabilidade d o s J u i z a d o s Especiais Criminais aos crimes de p r o c e d i m e n t o especial, f a z e n d o

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surgir d e s s a f o r m a a real possibilidade de tais j u i z a d o s s e r e m p r e p o n d e r a t e s q u a n d o do p r o c e s s a m e n t o e j u l g a m e n t o d o s crimes eleitorais.

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3 D O S C R I M E S E L E I T O R A I S

C r i m e s Eleitorais s a o aqueles praticados c o m agoes divergentes a regra juridica eleitoral constituida, tipificados e m legislacao especifica e que b u s c a m burlar o s i s t e m a eletivo, atingindo as eleigoes e m qualquer d a s s u a s f a s e s , quer seja d e s d e o m o m e n t o d a inscricao do eleitor ate a d i p l o m a c a o do postulante ao cargo publico, v i n d o a causar q u a l q u e r e s p e c i e de desequilibrio j u n t o ao pleito.

C o m base no conceito a c i m a descrito, extrai-se q u e se faz necessaria a caracterizacao dos crimes eleitorais, enfatizando desta f o r m a que a p e s a r da c o n o t a c a o anteriormente e x p o s t a , os crimes e n q u a d r a d o s na esfera eleitoral nao atingem n e c e s s a r i a m e n t e t o d o o universo politico. Desta f o r m a posiciona-se o professor Ribeiro (1999, p. 6 8 9 ) :

O problema que juridicamente merece ser examinado com esmerado cuidado refere-se aos crimes eleitorais, sendo necessario o previo reconhecimento de que eles nao atingem a todo o universo politico, mas somente a tipos que se correlacionem a infragoes que repercutam com ofensa as atividades de participacao popular, impulsionadoras do processo eleitoral, atraves do sufragio universal, ativando-se desse modo, a funcionalidade democratica, com as suas variantes eletivas ou deliberativas diretas.

Posto isto, levanta-se a afirmativa que os crimes de natureza eleitoral d e v e m dispor de p e n a s e s a n c o e s a s s e m e l h a d a s e compatibilizadas c o m o tipo de infracao e a relevancia c o m a qual fora praticada, induzindo a d e s e s t i m u l a r a reincidencia e m materia de t r a n s g r e s s a o penal eleitoral, garantindo deste m o d o o f u n c i o n a m e n t o do regime politico d e m o c r a t i c o .

O Direito Eleitoral, por s u a vez, tern sua propria legislacao criminal, d e s v i n c u l a d a d o direito penal c o m u m . Tais tipos penais estao disciplinados nos artigos 2 8 9 a 354 do C o d i g o Eleitoral Brasileiro, b e m c o m o e m leis e s p e c i f i c a s que integram a legislagao nacional e m seu sentido a m p l o , c o m o a Lei 7.2021, de 06 de

s e t e m b r o de 1982; Lei 6 . 0 9 12, de 15 de agosto de 1974; a Lei 6.9963, de 07 de j u n h o

de 1982; a Lei C o m p l e m e n t a r n° 6 44, de 18 de maio de 1990; e principalmente a Lei

Estabelece o modelo de cedula unica para as eleigoes.

2 Disciplina o fornecimento gratuito de transportes, em dias de eleigoes a eleitores residentes em zonas rurais,

e da outras providencias.

3 Disciplina o processamento eletronico de dados nos servigos eleitorais.

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9.504, de 30 de s e t e m b r o de 1997, v e z que esta ultima versa sobre as n o r m a s para as eleigoes.

3.1 N A T U R E Z A JURJDICA D O S C R I M E S E L E I T O R A I S

Q u e s t a o bastante discutida diz respeito a d e t e r m i n a g a o d a natureza j u r i d i c a d o s crimes eleitorais, s e n d o controversos os p o s i c i o n a m e n t o s doutrinarios acerca de se estes seriam crimes c o m u n s ou de natureza especial. C o m o e o c a s o d o s crimes politicos.

Parte d a doutrina leciona q u e os crimes eleitorais c o m p o e m u m a e s p e c i e d o s crimes politicos, q u e ao lado dos crimes militares, o q u e justificar-se-ia a existirem d u a s justigas especializadas c o m p e t e n t e s para julgar e processar tais p r o c e d i m e n t o s tidos c o m o de caracteristicas especiais, quer s e j a m estas, a Justiga Eleitoral e a Justiga Militar. Q u a n t o ao t e m a posiciona-se Ribeiro (1999, p. 620) q u a n d o explana q u e :

Os crimes eleitorais compoem subdivisao dos crimes politicos. Entre nos brasileiros, comportaria, presentemente, dividir os crimes politicos em duas categorias, estando a primeira ocupada pelos crimes militares, ficando a segunda com os crimes eleitorais.

Tal determinagao sobre a natureza j u r i d i c a d o s crimes eleitorais a c i m a descrita, diz respeito ao proprio c e r n e d a e s p e c i e delitiva e m estudo. A s s i m , e s s e s ilicitos a f e t a m i m e d i a t a m e n t e o povo e m s e u poder natural, seja o poder participativo no t o c a n t e a constituigao e administragao d a nagao ou ainda a organizagao d o p r o c e s s o d e m o c r a t i c o eleitoral, seja atraves de instituigoes representatives da organizagao politica d e m o c r a t i c a do Estado de Direito.

C o n t u d o , tal q u e s t i o n a m e n t o c h e g o u a ser a b o r d a d a pelos tribunals superiores, inclusive s e n d o debatido no S u p r e m o Tribunal Federal. C o m a d e c i s a o advinda do S T F pacificou-se o e n t e n d i m e n t o s e g u n d o o qual o crime eleitoral e e s p e c i e de c r i m e c o m u m . Tal e n t e n d i m e n t o derivou-se d a assertiva de q u e o crime eleitoral e m e s p e c i e nao se situa entre os d e m a i s crimes politicos, c o m o os praticados contra a seguranga nacional e, portanto, nao tern rito processual e nem as m e s m a s penalidades relativas a e s t e s .

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De m o d o inclusivo, os excertos jurisprudenciais d e f i n e m que crime eleitoral e reputado na tecnica constitucional c o m o s e n d o crime c o m u m , c o n f o r m e a b o r d a d o no Boletim Eleitoral 2 5 8 / 5 6 1 - R T J 123/122 6 5 . 4 0 6 , a c o r d a o de 16.11.1987, q u e teve c o m o relator o Ministro Moreira A l v e s , v e z que na tecnica constitucional a e x p r e s s a o crime c o m u m , ditada e m o p o s i c a o a o s crimes de responsabilidade, c o m p r e e n d e entre outros os crimes eleitorais, s e n d o e s s e p o s i c i o n a m e n t o admitido t a m b e m q u a n d o da publicacao d o A c o r d a o de 2 2 . 0 4 . 1 9 7 6 , nas agoes penais 2 1 6 e 217, t e n d o c o m o relator o Ministro T h o m p s o n Flores.

3 . 2 L E G I T I M A Q A O P A R A A G I R N O S P R O C E S S O S E L E I T O R A I S

S e m p r e que se questiona s o b r e a legitimidade "ad causam", d e v e - s e preceder s o b r e as titularidades ativas e p a s s i v a s da agao penal. O polo ativo da agao penal d o s crimes eleitorais s o m e n t e p o d e r a ser a q u e l e ao qual a lei autoriza s e u ingresso c o m a d e m a n d a e m j u i z o . V i d e tal preceito, e e m a c o r d o ao q u e dispoe o artigo 355 do C o d i g o Eleitoral vigente, t e m - s e por d e t e r m i n a d o q u e t o d o s os crimes eleitorais s a o de agao penal publica incondicionada, o n d e o titular da agao penal sera s e m p r e o Ministerio Publico Eleitoral, c o n f o r m e relato do jurista Joel C a n d i d o (2006, p.70):

Principalmente apos a promulgagao da Constituigao Federal de 1988, e indiscutivel a ampla legitimidade do Ministerio Publico para atuar, ora como parte, ora como fiscal da lei, em todo o processo eleitoral. Nao existe a figura do Ministerio Publico como substituto processual em materia eleitoral. Desde o alistamento e seus eventuais incidentes, a diplomagao dos eleitos, e a agoes e aos recursos que dai podem decorrer, e imprescindivel a atuagao do Ministerio Publico Eleitoral nesses feitos.

Inexiste, portanto, o c a b i m e n t o das agoes penais privadas subsidiarias d a publica nos p r o c e s s o s d a s Justigas Eleitorais q u a n d o ocorra a inercia do Ministerio Publico legitimado. S e g u n d o F e r n a n d e s (2007):

A agao penal privada subsidiaria da publica inexiste nos crimes eleitorais, nao se aplicando, supletivamente, os dispositivos do Codigo Processual Penal (arts. 100 a 108). Assim, o exercicio da denuncia cabe ao Ministerio Publico Eleitoral porque ele e o titular da agao penal publica, unico legitimado ao exercicio, nao cabendo queixa do ofendido ou do seu representante legal. Contudo, o art. 356, do CE, determina que todo cidadao que tiver conhecimento de ilicito penal eleitoral deve comunica-lo ao Juiz da respectiva zona, quer seja representagao escrita ou verbal —

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e, neste caso, sera reduzida a termo e assinada pelo juiz, reclamante e duas testemunhas — sendo encaminhada ao Ministerio Publico, que determinara as diligencias necessarias a formacao da sua opinio delicti.

N e s t e t o c a n t e , e n t e n d e - s e a inexistencia d a agao privada nas agoes que d e l i b e r e m s o b r e materia de Direito Eleitoral. T o d o s os crimes eleitorais sao, via de regra, de agao publica incondicionada a representagao do ofendido, j a que o Estado e o sujeito passivo d a lesao a e s s a s n o r m a s . Em sentido igualitario, posicionou-se o D e s e m b a r g a d o r C a r v a l h o Filho do Tribunal Regional Eleitoral - T R E do Estado de S a o Paulo:

Cumpre ressaltar de inicio cuidar-se, na especie, de delito de natureza eleitoral, portanto, de acao publica, a justificar o oferecimento de denuncia por parte do Ministerio Publico, em consonancia com o preceito expresso do art. 355 do Codigo Eleitoral (TRE-SP - RC 66).

O polo passivo da agao penal eleitoral sera, por sua vez, s e m p r e a pessoa fisica que t e n h a praticado e/ou contribuido de a l g u m a f o r m a para a c o n s e c u g a o do delito, v e z q u e na justiga eleitoral nao ha p e r s e c u g a o penal e m f a c e da pessoa juridica. V a l e p r e p o n d e r a r q u e tal preceituagao ja se e n c o n t r a d e f a s a d a e m parte d a doutrina, bem c o m o na jurisprudencia atual. C o n f o r m e preceitua o jurista Ribeiro (2005, p. 704) no d i t a m e do a r g u m e n t o e m q u e s t a o :

A regra do artigo 355 do Codigo Eleitoral nao mais prevalece em termos absolutos, diante do que vem estipulado no artigo 5.°, inciso LIX, da Constituigao Federal, que admite agao privada nos crimes eleitorais caso a agao publica nao seja intentada no prazo legal.

Estabelece a Constituigao Patria e m s e u artigo 5°, inciso LIX q u e , "sera admitida agao penal privada nos c r i m e s de agao penal publica, se esta nao for intentada no prazo legal". Identico e o que d i s p o e o artigo 29 do Diploma Processual Penal vigente, que traz e m s e u texto legislative o seguinte e n u n c i a d o :

CPP: Art. 29 - Sera admitida agao privada nos crimes de agao publica, se esta nao for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministerio Publico aditar a queixa, repudia-la e oferecer denuncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligencia do querelante, retomar a agao como parte principal.

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Em sentido identico esta e x p o s t o o artigo 100, § 3° do Codigo Penal Brasileiro, c o n f o r m e seu texto legal, que preceitua ser e m regra a agao penal publica, salvo q u a n d o a lei e x p r e s s a m e n t e a declara privativa do o f e n d i d o , p o r e m a agao de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de agao publica, se o Ministerio Publico nao o f e r e c e d e n u n c i a no prazo legal.

E p r e d o m i n a n t e o e n t e n d i m e n t o q u e , a p r e s e n t a ser cabivel a agao penal privada subsidiaria da publica q u a n d o a queixa subsidiaria a ser ofertada pelo ofendido e por s e u a d v o g a d o ocorra nos c a s o s de inercia do Ministerio Publico, a qual d e v e confer os m e s m o s e l e m e n t o s d a d e n u n c i a , d e v e n d o o parquet posteriormente a c o m p a n h a - l a e m n o m e do b e m publico a ser defendido.

O S T F , por s u a vez, e m p o s i c i o n a m e n t o e n u n c i a d o no R T 5 7 5 / 4 7 8 e 6 4 7 / 3 4 5 j a decidiu que cabe a agao penal privada subsidiaria d a publica t a m b e m nos casos e m que o Ministerio Publico so se pronuncie pelo a r q u i v a m e n t o a p o s o prazo legal.

Dispoe o artigo 103 d o C o d i g o Penal q u e o prazo para a p r e s e n t a g a o d a queixa na agao privada subsidiaria e de seis m e s e s , salvo e x p r e s s a disposigao e m contrario, s e n d o estes c o n t a d o s do dia e m q u e se esgotar o prazo para q u e se ofertasse a d e n u n c i a , sob pena de d e c a d e n c i a , extinguindo a punibilidade do a c u s a d o , s e n d o este o m e s m o e n t e n d i m e n t o e x p l a n a d o no artigo 38 do C o d i g o de Processo Penal Brasileiro, e m texto identico ao a p r e s e n t a d o pelo C o d i g o Penal.

T e n d o o Ministerio Publico legitimagao para a c o m p a n h a r t o d o s os t e r m o s do processo, s e n d o possivel retoma-lo caso o q u e r e l a n t e negligencie, nao ha de se falar e m perda do direito de d e m a n d a r e m face d a inercia do querelante -p e r e m -p g a o - nas agoes de c u n h o e x c l u s i v a m e n t e -privadas e nas agoes decorrentes de queixa subsidiaria.

3.3 P R I N C I P I O S D A J U S T I Q A E L E I T O R A L

A justiga eleitoral, a p e s a r de tida c o m o justiga d e natureza c o m u m , no q u e a b r a n g e a aplicabilidade de sangao e j u l g a m e n t o de s e u s crimes, tern caracteristicas d e natureza especial e m alguns de s e u s a s p e c t o s , inclusive, no que toca aos seus principios norteadores, s e n d o estes o principio d a obrigatoriedade, o principio d a indisponibilidade, o principio d a indivisibilidade e o principio da oficialidade.

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E m c o n f o r m i d a d e ao que d i s p o e o principio da obrigatoriedade, t a m b e m c h a m a d o por parte da doutrina de principio da legalidade, d e s d e que estejam presentes t o d o s os requisitos legais, o Ministerio Publico, c o m o unico legitimado a propositura da agao contra os crimes eleitorais, se c o n s u b s t a n c i a c o m o o b r i g a d o a propor a agao penal que dela tiver c o n h e c i m e n t o .

O principio d a o b r i g a t o r i e d a d e d a agao penal eleitoral tern tanta forga no o r d e n a m e n t o juridico brasileiro q u e , se o m e m b r o do Ministerio Publico Eleitoral nao vier a oferecer a d e n u n c i a no prazo estabelecido e m lei, d e t e r m i n a o Codigo Eleitoral Nacional, e m s e u artigo 342, q u e a autoridade judiciaria o represente perante o P r o c u r a d o r Regional Eleitoral, q u e d e v e r a p r o c e d e r a a p u r a g a o sobre e v e n t u a l ilicito penal do promotor o m i s s o .

O principio da indisponibilidade d a agao, t a m b e m elucidado na doutrina c o m o principio d a indesistibilidade p r o c e s s u a l versa que u m a vez d a d o inicio a agao penal, o M P E nao mais dela p o d e r a desistir. A s s i m , pela aplicabilidade d e tal principio, nao se a d m i t e que o Ministerio Publico desista de a l g u m recurso interposto. T e m - s e d e s t a maneira q u e , u m a vez proposta a agao penal, p o d e r a o Ministerio Publico propor a s u s p e n s a o condicional do processo, d e s d e q u e presentes t o d o s os requisitos legais necessario, m a s nao propor desistencia do dissidio.

C o m efeito, s e n d o proposta a agao penal eleitoral, por parte do Ministerio Publico Eleitoral, esta devera ser dirigida de f o r m a igualitaria a t o d o s os infratores. S e n d o a s s i m , a q u e l e que d e qualquer m o d o t e n h a concorrido para a pratica do delito eleitoral, d e v e r a r e s p o n d e r pelos s e u s atos, incidindo nas p e n a s c o m i n a d a s . Este e o c o n t e u d o representative do principio da indivisibilidade. C a b e r a , portanto, o a d i t a m e n t o da d e n u n c i a , caso a l g u m infrator v e n h a a ser e x c l u i d o do p r o c e s s o , por qualquer motivo q u e tenha e n s e j a d o tal falha.

O principio d a oficialidade, por sua vez, d i s p o e q u e c o n j u n t a m e n t e a Justiga Eleitoral, existem orgaos oficiais destinados a persecugao penal. Na fase investigativa, atua a policia judiciaria, quer seja a policia federal ou a policia civil, de a c o r d o c o m a esfera na qual a natureza do crime se p r o p a g o u . Na fase processual incube, de f o r m a privativa ao Ministerio Publico Eleitoral, a p r o m o g a o d a agao penal. Por sua vez, na f a s e terminativa p r o c e s s u a l , c o n h e c i d a t a m b e m c o m o fase decisoria, c o m p e t e a Justiga Eleitoral a aplicagao da pena ou m e d i d a de seguranga ao infrator, d a n d o garantia oficiosa a t o d o s os atos decorridos do curso p r o c e s s u a l .

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3 . 4 C L A S S I F I C A Q A O D O S C R I M E S E L E I T O R A I S

C a l o r o s o discurso existe na doutrina q u a n t o a classificagao d o s crimes eleitorais, a t u a n d o os d o u t r i n a d o r e s e m correntes divergentes, d e s t a f o r m a se torna p r a t i c a m e n t e imposslvel absolver u m a sistematizacao logica oficial s o b r e as e s p e c i e s n o r m a t i v a s d o s tipos penais e m materia eleitoral, pela verticalidade de t o d o s ao objeto apreciado.

C o n t u d o , s e g u i n d o - s e a doutrina majoritaria, pode-se c h e g a r a u m a classificacao basica d o s c r i m e s eleitorais, c o n f o r m e a preceituada pelo e m i n e n t e doutrinador C a n d i d o (2006), que diz s e r e m o s m e s m o s classificados e m : Crimes contra a organizagao administrativa d a justiga eleitoral; crimes contra os servigos d a justiga eleitoral; crimes contra a p r o p a g a n d a eleitoral; crimes contra o sigilo ou o e x e r c i c i o do voto e contra crimes contra os partidos politicos. T a l classificagao b u s c a arrimo no tocante ao objeto v i s a d o pelo sujeito passivo do delito e m especie.

O s c r i m e s classificados c o m o crimes contra a organizagao d a justiga eleitoral s a o a q u e l a s e s p e c i e s delitivas q u e tern a agao de intervir, interceder, bagungar, d e s o r g a n i z a r ou d e s o r d e n a r os t r a b a l h o s da m e s a receptora das segoes eleitorais. E m s u m a , tais especies so se caracterizarao se o a g e n t e vier a c o m e t e r o crime d u r a n t e o horario de f u n c i o n a m e n t o d a m e s a receptora, no dia d e s i g n a d o a votagao, iniciando-se a p o s a liberagao d o s votos ate q u e se lacrem as urnas.

A s s i m , e crime c o m u m , v e z q u e varios sao os a g e n t e s q u e p o d e m vir a praticar o tipo incriminador, c o m o m e s a r i o s ; o presidente da m e s a ; u m a autoridade estranha a m e s a receptora, m e s m o se tratando de autoridade eleitoral; ou ainda qualquer eleitor ou p e s s o a , d e s d e que c o m a intengao de vir a prejudicar o pleito atraves da atividade c r i m i n o s a . S a o os tipos inseridos nos artigos 3 0 5 , 306, 310, 3 1 1 , 3 1 8 e 340, t o d o s do C o d i g o Eleitoral ( A N E X O 1).

Sao crimes praticados contra os servigos da Justiga Eleitoral aqueles que v i s e m atrapalhar ou retardar de q u a l q u e r f o r m a o a n d a m e n t o razoavel d a Justiga Eleitoral. T a l e s p e c i e pode vir a ser praticada e m qualquer p e r i o d o , seja antes do p e r i o d o eletivo, no dia d a votagao, ou e m q u a l q u e r outra e p o c a , nao s e n d o necessario para a sua c o n s u m a g a o q u e se esteja e m pleito eleitoral. Este tipo penal e de natureza de crime c o m u m , p o d e n d o vir a ser praticado por qualquer p e s s o a , ou

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ate m e s m o por j u i z e s ; m e m b r o s do Ministerio Publico; funcionarios d a esfera judicial; i m p r e n s a ; e f o r n e c e d o r e s de bens e servigos; d e s d e q u e v i s e m conturbar d e q u a l q u e r maneira a c o n d u g a o d a s eleigoes. E c a b i v e l sua m o d a l i d a d e culposa, q u a n d o praticados por o m i s s a o dos a g e n t e s judiciarios, se e s t e s e s t i v e r e m i n c u m b i d o s do d e v e r de agir e a s s i m nao o f i z e r e m .

A s e s p e c i e s contidas no tipo sao as que v i s a m a pratica de inscrigao fraudulenta ou indugao a inscrigao indevida, inclusive q u a n d o praticada pelo juiz; a l e m da e m i s s a o de negativa de inscrigao eleitoral anterior; perturbagao do alistamento por qualquer m e i o e m p r e g a d o ; d e s o r d e m eleitoral; m a j o r a g a o de pregos nas eleigoes ou e m sua p r o x i m i d a d e ; ocultagao ou recusa de f o r n e c i m e n t o de bens e servigos d u r a n t e as eleigoes; r e t a r d a m e n t o d e publicagoes eleitorais e o m i s s a o do Ministerio Publico. Tais tipos e n c o n t r a m s e u arrimo legal nos artigos 2 8 9 , 2 9 0 , 2 9 1 , 2 9 2 , 2 9 3 , 2 9 6 , 303, 304, 3 4 1 , 3 4 2 , 3 4 3 , 344, 345, 3 4 6 e 347 do C o d i g o Eleitoral, artigo 11 e m s e u s incisos I ao V da Lei 6 . 0 9 1 / 1 9 7 45, b e m c o m o no artigo 7 2 , inciso III

d a Lei d a s Eleigoes - LE. ( A N E X O 2)

O s crimes contra a fe publica eleitoral sao aqueles tipos incriminadores a c o n t e c i d o s q u a n d o o a g e n t e se utiliza de m e i o s ardilosos e artificiosos para de m a n e i r a volitiva vir a burlar o resultado das eleigoes, ou forgar a q u e se levantem f u n d a d a s suspeitas sobre vicios no pleito. Tais crimes c o n s u b s t a n c i a m - s e q u a n d o o a g e n t e , de maneira intencional, dificulta por qualquer m e i o o b o m a n d a m e n t o d o pleito, a n t e s ou durante a eleigao, nao importando neste caso o t e m p o e m q u e o c r i m e fora praticado, m a s a intengao c o m a qual fora exercido o ato.

A s e s p e c i e s d e s s e tipo criminal s a o as o m i s s o e s d e e x p e d i e n t e de boletim de urna e/ou recolhimento de c e d u l a ; alteragoes indevidas nos boletins ou m a p a s de a p u r a g a o ; recusas indevidas d e consignagao e m protestos; falsificagao de d o c u m e n t o s , s e j a m estes publicos ou particulares; a pratica d a falsidade ideologica eleitoral; o falso r e c o n h e c i m e n t o de firma ou assinatura; o uso de d o c u m e n t o s falsos e apuragao indevida de v o t o s . U m e x e m p l o claro desta e s p e c i e de crime eleitoral e aquela e m q u e o eleitor s a b e n d o ter d o c u m e n t o eleitoral e m outra c o m a r c a , alista-se n o v a m e n t e b u s c a n d o o b t e n g a o de u m novo d o c u m e n t o v i s a n d o v o t o e m c o m a r c a distinta.

5 Dispoe sobre o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleicao, a eleitores residentes nas zonas

Referências

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