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Aula1

Conceitos iniciais

Capital (C): é qualquer valor expresso na moeda corrente de um país e disponível para uma operação financeira (CASTANHEIRA, MACEDO, 2008, p. 14). É o montante ou quantia existente no instante inicial da operação financeira. Pode aparecer também como valor presente, valor atual, principal. O capital também é tratado na matemática financeira como Valor Presente (PV = Present Value) e o montante como Valor Futuro (FV = Future Value).

Botão Tempo (n): também chamado de período, prazo, número de períodos. Corresponde ao tempo que determinado capital ficará aplicado ou, ainda, à quantidade de parcelas ou períodos de capitalização.

Botão Juros (i): é o valor (remuneração) que o capital receberá pelo tempo que ficará aplicado. Mas também pode representar a remuneração do capital que é utilizado nas atividades da empresa. O cálculo dos juros é realizado com a aplicação de uma taxa sobre o capital empregado, pelo tempo da operação.

Botão Montante (M): é o valor do capital inicial acrescido dos juros, calculados de acordo com o período de tempo da operação. É conhecido como o valor futuro do capital.

Os cálculos que seguirão como exemplos nas questões de matemática financeira utilizam todas as casas decimais. No texto, em função do espaço, aparecem somente 4 a 5 casas após a vírgula, mas o cálculo foi desenvolvido com a

utilização de todas as casas possíveis. Se por acaso você for refazer os exemplos e não chegar exatamente no valor, não se assuste! Refaça a questão com todas as casas após a vírgula, não somente as 4 ou 5 casas que aparecem no texto da resolução das questões.

Juros Simples e Compostos

O cálculo dos juros pode ser pela Capitalização Simples ou Composta, conhecidos como Juros Simples e Juros Compostos.

Juros Simples

A taxa de juros incide somente sobre o capital inicial, não incidindo sobre os juros acumulados no período (VIEIRA SOBRINHO, 2008, p. 21). Os juros calculados não são somados ao capital para se calcular os próximos juros. A equação para o cálculo dos juros simples é: J = C . i . n

Se quisermos calcular o montante, usa-se a equação: M = C . (1 + n . i) OBS: também é possível calcular a taxa utilizando = i = J / C . n

Juros Compostos

Um empréstimo é contratado a juros compostos quando, no final de cada período, os juros devidos são pagos ou incorporados ao capital. Se forem incorporados ao capital, os próximos juros incidirão sobre o capital e os juros incorporados (HUMMEL, TASCHNER, 1995, p. 35). Usa-se a equação: J = C . [(1 + i )n -1]

E o montante é calculado com: M = C . (1 + i)n

Em alguns casos, é solicitado capital, a taxa de juros ou o período. Nesse caso podemos usar as seguintes fórmulas:

Capital: Taxa: Tempo:

OBS: para a resolução das fórmulas pode ser utilizada calculadora financeira ou o Excel para os cálculos. Taxa de Juros Efetiva e Nominal

A taxa nominal ocorre quando a taxa de juros é calculada em um determinado período, por exemplo anual, mas a capitalização dos juros é mensal. O período de referência dos juros é diferente do período de capitalização da taxa. A taxa efetiva ocorre quando o período de tempo de referência da taxa é igual ao período de capitalização dos juros. É a taxa real da operação.

Para o cálculo dos juros compostos e montantes, é utilizada a taxa efetiva. Se a taxa estiver nominal, pode-se transformar a mesma em taxa efetiva, dividindo-se pelo período de meses da taxa de capitalização. É a taxa proporcional ao período efetivo. Exemplo: se a taxa for de 24% ao ano com capitalização mensal, a taxa efetiva será de 2% ao mês.

Taxas Equivalentes

Duas ou mais taxas são equivalentes se, ao mantermos constantes o capital e o prazo de aplicação do capital, o montante resultante da aplicação for o mesmo, quaisquer que sejam os períodos de capitalização (CASTANHEIRA, MACEDO, 2008, p. 58).

Como exemplo, vamos utilizar uma taxa de 24% ao ano com capitalização mensal, que é diferente da taxa de 2% ao mês pela capitalização dos juros compostos. Para que as taxas sejam equivalentes, devem produzir o mesmo montante no final do período.

Equação para determinar taxas equivalentes: iq = (1 + it)q/t – 1

Na qual:

iq = taxa para o prazo que quero; it = taxa para o prazo que eu tenho;

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q = prazo que eu quero; t = prazo que eu tenho. Fluxo de Caixa

Mês Receitas (entradas) Despesas (saídas) Caixa Líquido

Janeiro 100.000,00 60.000,00 40.000,00 Fevereiro 120.000,00 70.000,00 50.000,00 Março 80.000,00 60.000,00 20.000,00 Abril 100.000,00 70.000,00 30.000,00 Maio 110.000,00 80.000,00 30.000,00 Junho 100.000,00 60.000,00 40.000,00 Efeitos inflacionários

Inflação é o aumento generalizado dos preços. A inflação precisa ser considerada em cálculos financeiros, para se apurar qual é a taxa de juros global e a taxa de juros real. Vamos ver cada uma dessas taxas:

a) Taxa de Juro Global

Algumas modalidades de cálculos levam em conta um indexador (para levar em conta a inflação nos cálculos financeiros) e uma taxa de juros. É a correção monetária para compensar o efeito inflacionário nos preços. Exemplo: o rendimento da caderneta de poupança é determinado pela Taxa Referencial (TR), acrescido de 0,5% ao mês. A TR é utilizada para compensar os efeitos inflacionários e a taxa de 0,5% ao mês é o ganho proporcionado pela poupança.

A equação para determinar a taxa global é a seguinte: i global = [ (1 + i1) . (1 + i2) – 1 ] . 100

Onde i global = é o rendimento total da taxa da operação (não é a soma das taxas). i1 = taxa de correção monetária.

i2 = taxa de juros efetiva. b) Taxa de Juro Real

Taxa de Juros Real é a taxa efetiva, após excluídos os efeitos inflacionários. É o ganho real proporcionado por determinada aplicação, após excluídos os efeitos da perda monetária pela inflação.

É determinado pela equação:

Exemplo: vamos supor que, em determinado período, uma roupa sofreu os seguintes aumentos: 1º - 2% 2º - 4% 3º - 7%

Vamos comparar com a inflação do período, que foi de: 1º - 2% 2º - 3% 3º - 5%

a) Qual foi a taxa de aumento global do período?  i global = [ (1 + 0,02) . (1 + 0,04) . (1 + 0,07) – 1 ] . 100  i global = [ (1,02) . (1,04) . (1,07) – 1 ] . 100

 i global = [ (1,1351) – 1 ] . 100

 i global = [ 0,1351 ] . 100 = 13,51% de aumento no período. b) Qual foi a taxa de aumento global da Inflação do período?  i global = [ (1 + 0,02) . (1 + 0,03) . (1 + 0,05) – 1 ] . 100

 i global = [ (1,02) . (1,03) . (1,05) – 1 ] . 100  i global = [ (1,1031) – 1 ] . 100

 i global = [ 0,1031 ] . 100 = 10,31% de aumento no período. Série de Pagamentos

Consiste em uma série de pagamentos ou desembolsos, em períodos diferentes. Castanheira e Macedo (2008, p. 92) classificam uma série ou renda de acordo com quatro parâmetros:

Quanto ao prazo:

Temporária, quando a duração é limitada. Perpétua, quando a duração é ilimitada.  b) Quanto ao valor:

Constante, quando todos os pagamentos ou recebimentos, ou saques ou depósitos têm valores iguais; 

Variável, quando os pagamentos ou recebimentos, ou saques ou depósitos não têm todos os valores iguais. 

c) Quanto à forma:

Imediata, quando o primeiro pagamento ou recebimento, ou saque ou depósito ocorre no primeiro período, podendo 

ser: postecipado, quando a ocorrência é no final do período, ou seja, sem entrada; ou antecipado, quando a ocorrência é no início do período, ou seja, com entrada (considerando essa entrada igual às demais parcelas);

Diferida, quando o primeiro pagamento ou recebimento, ou saque ou depósito não ocorre no primeiro período, 

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após o término da carência ou diferimento; ou antecipado, quando o primeiro movimento coincide com o final de carência ou diferimento.

d) Quanto à periodicidade:

Periódica, quando a periodicidade entre os pagamentos ou recebimentos, ou saques ou depósitos é igual; 

Não periódica, quando a periodicidade entre os pagamentos ou recebimentos, ou saques ou depósitos não é igual 

entre as parcelas.

Quando uma série uniforme é simultaneamente Temporária, Constante, Imediata Postecipada e Periódica, temos um Modelo Básico de Renda.

Para calcular séries de pagamentos e recebimentos iguais com termos vencidos (postecipados), as equações a seguir devem ser utilizadas:

 Fator de Valor Atual: quando se tem as prestações e quer calcular o capital atual. As prestações são denominadas de P:

Fator de Recuperação de Capital: quando se tem o valor do capital e quer se calcular as prestações:

 Fator de Acumulação de Capital: quando se tem o valor das prestações e se quer calcular o montante final (futuro):

 Fator de Formação de Capital: quando se tem o valor do montante final (futuro) e se quer calcular as prestações:

Em algumas séries a primeira parcela acontece no momento da operação, no momento zero, corresponde à renda antecipada. É dada uma entrada do mesmo valor das demais parcelas. Nesse caso utilizamos a fórmula:

Descontos simples e compostos

Desconto é um abatimento concedido ao devedor pela antecipação do pagamento de um título. Também é dado

desconto quando um título é resgatado antes do vencimento. No desconto o valor futuro do título é conhecido e se quer determinar o atual valor do título, a diferença representa o desconto na operação. O desconto é aplicado sobre o

montante ou valor futuro.

Desconto Simples (ou Bancário ou Comercial)

A taxa de desconto é aplicada sobre o montante ou valor futuro. O desconto comercial é calculado sobre o valor da dívida no seu vencimento.

A equação para seu cálculo é: D = M x d x n

Para se obter o valor do título (valor presente, sem o desconto), é necessário diminuir o valor do Desconto (D) do Montante do título (M) = Valor presente = M – D OU Valor Presente = M . (1 – i . n)

Desconto Composto

De acordo com Vieira Sobrinho (2008, p. 55) o desconto composto é aquele em que a taxa de desconto incide sobre o montante futuro, deduzido dos descontos acumulados até o período imediatamente anterior.

A taxa de desconto incide, no primeiro período, sobre o valor futuro do título, no segundo período, sobre o valor futuro do título menos o valor do desconto correspondente ao primeiro período, e assim sucessivamente. Sua fórmula é: D = M . [1 – (1 – i)n]

Para se calcular o valor do título, com uma taxa de desconto comercial composto: C = M . (1 – d)n

Sistemas de Amortização de Dívidas

Amortização de dívidas corresponde aos pagamentos periódicos para a quitação das mesmas. O pagamento

compreende a devolução do capital e os juros incidentes no empréstimo. Os dois principais sistemas de amortização são: a) Sistema de Prestação Constante (SPC); b) Sistema de Amortização Constante (SAC).

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É conhecido também por Sistema Francês de Amortização ou Sistema Price. O valor de cada prestação é composto de juros e de uma fração do capital. Nesse sistema a amortização de uma dívida é realizada em prestações periódicas, iguais e sucessivas. O valor das prestações é constante em todos os períodos. Os juros são maiores nas prestações iniciais e menores nas prestações finais, pois a taxa de juros é aplicada sobre o saldo devedor. A seguir é apresentada uma figura demonstrando como se compõem os valores da parcela:

Sistema de Amortização Constante (SAC)

Neste sistema a amortização da dívida (não a prestação) é constante. No Sistema de Amortização Constante, o valor das prestações apresenta-se decrescente e formado por parcelas do capital mais os juros.

Aula2

A Contabilidade, de acordo com Franco (1990, p. 21), é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de fornecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Esse conceito nos indica que todas as operações da empresa são registradas, demonstrando a situação patrimonial e o resultado econômico da entidade. Por meio das demonstrações contábeis, a Contabilidade objetiva fornecer

informações, que auxiliem os diversos usuários na tomada de decisões.

As demonstrações contábeis obrigatórias de acordo com a Lei 6.404/76, no seu art. 176, são: I. Balanço patrimonial;

II. Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III. Demonstração do resultado do exercício;

IV. Demonstração dos resultados abrangentes; V. Demonstração dos fluxos de caixa;

VI. Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Observação: adicionalmente devem ser preparadas Notas Explicativas, para auxiliar na compreensão das informações das demonstrações.

Iremos analisar a estrutura e as informações dos dois principais demonstrativos: Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.

Balanço Patrimonial (BP)

É a demonstração que evidencia a posição patrimonial e financeira de uma entidade, em um determinado momento. O Balanço Patrimonial é uma posição estática, em determinada data, que objetiva demonstrar os bens, direitos e

obrigações da empresa.

O registro das operações da empresa é realizado pelo Regime de Competência, ou seja, o registro ocorre quando a operação (compra ou venda) é realizada, independentemente de ter havido o pagamento ou o recebimento. Uma venda realizada a prazo, por exemplo, é registrada no momento em que ocorre a operação, e não quando o cliente efetua o pagamento.

O BP é dividido em:

I. Ativo: representa os bens (os ativos que a empresa possui) e direitos (valores que a empresa tem a receber);

II. Passivo e Patrimônio Líquido: representam as obrigações com terceiros (as dívidas que a empresa tem com terceiros, conhecidos como capital de terceiros) e obrigações com sócios (conhecidos como capital próprio).

Na sequência, é apresentada uma estrutura básica de um Balanço Patrimonial. Ativo

Passivo + Patrimônio Líquido

Ativo circulante Passivo Circulante

Caixas e Equivalentes de Caixa Fornecedores

Caixa Empréstimos

Bancos Obrigações Trabalhistas

Aplicações Financeiras Obrigações Tributárias

Direitos Realizáveis Provisões

Contas a Receber (Duplicatas a Receber) Passivo Não Circulante

Estoques Fornecedores

Impostos a Recuperar Empréstimos

Despesas de Exercício Seguinte Financiamentos

Ativo Não Circulante Patrimônio Líquido

Realizável à Longo Prazo Capital Social

Créditos com Sócios e Coligadas Reservas de Capital

Investimentos (-) Ações em Tesouraria

Participações em Outras Empresas Reservas de Lucros

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Prédios, Máquinas, Veículos, etc. (-) Prejuízos Acumulados (-) Depreciação Acumulada

Intangível

Marcas, Patentes, Software etc. (-) Amortização Acumulada

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

O total do Ativo será sempre igual ao total do Passivo, representando a equação: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

A seguir, vamos estudar os principais grupos e as características dos mesmos. Ativo Circulante

No Circulante, são classificados: os bens e direitos que se espera que sejam realizados, vendidos ou consumidos no ciclo operacional da entidade; os bens e direitos que são mantidos com o propósito de serem negociados; os que sejam realizáveis até doze meses após a data do balanço. São os itens de curto prazo e sua ordem segue a liquidez com que são transformados em dinheiro. São os bens e direitos com maior giro dentro da empresa, como por exemplo:

 Caixa e Equivalentes de Caixa: recursos em dinheiro ou rapidamente transformáveis em dinheiro, como valores em Contas Bancárias ou Aplicações Financeiras.

 Duplicatas a Receber: também chamadas de contas a receber, pois são os direitos a receber oriundos das vendas a prazo. As vendas a prazo, quando realizadas, configuram-se receitas, mas como não há o recebimento imediato, o registro ocorre como um direito a receber, na conta de Duplicatas a Receber.

 Estoques: bens da empresa que serão comercializados (mercadorias) ou farão parte do processo produtivo (matéria-prima) para a fabricação de produtos (produtos acabados).

 Despesas do Exercício Seguinte: constituem-se despesas pagas e que a empresa irá se beneficiar em períodos futuros. Ex: seguro de máquinas, que é contratado por 12 meses. Em função do regime de competência, o registro como despesa será feito nos 12 meses em que o serviço do seguro estará disponível para a empresa.

Ativo Não Circulante

Registra os bens e direitos cuja realização será no prazo superior a doze meses. Neste grupo são registrados: os bens e direitos utilizados para as atividades da empresa e bens que permanecem na empresa e são destinados ao

funcionamento normal da entidade. Divide-se em:

 Realizável à Longo Prazo: registram-se nesse grupo os bens e direitos com características de Ativo Circulante, mas que serão realizados (transformados em dinheiro) após 12 meses do encerramento do balanço. Ex: uma venda a prazo, com recebimento previsto para 24 meses, deve ser registrada no Ativo Não Circulante.

 Investimentos: neste grupo, registram-se as participações e investimentos de caráter permanente que a empresa mantem para valorização econômica ou para renda. Ex: empresas que compõem um grupo econômico podem possuir participação em outras empresas, denominadas de coligadas e controladas.

 Imobilizado: destina-se à manutenção das atividades da empresa e possui caráter permanente. São ativos fixos utilizados pela empresa para a realização de suas atividades. Os bens do ativo imobilizado sofrem com o desgaste, obsolescência, perda tecnológica, etc., e o registro da diminuição de sua capacidade é feito nas contas de depreciação acumulada, exaustão acumulada e amortização acumulada.

 Intangível: representa os bens incorpóreos, sem substância física, mas destinados à manutenção das atividades da empresa. Ex: direitos de exploração de uma marca.

Passivo Circulante

No Passivo Circulante, são classificadas: as obrigações que se espera que sejam liquidads durante o ciclo operacional normal da entidade; obrigações mantidas essencialmente para a finalidade de ser negociado; e que devem ser

liquidadas no período de até doze meses após a data do balanço. São as obrigações de curto prazo, como por exemplo:  Fornecedores: registram as compras a prazo de mercadorias, matéria-prima e serviços. Também chamados de

duplicatas a pagar.

 Empréstimos: valores captados junto a instituições financeiras, no qual a empresa necessita devolver o principal com acréscimos de juros.

 Obrigações Trabalhistas: representam os valores de salários a pagar, férias, 13º salário, bem como encargos incidentes sobre a folha de pagamento.

 Obrigações Tributárias: registram os valores que a empresa tem que pagar como impostos e contribuições, para entes governamentais federais, estaduais e municipais.

 Provisões: representam valores e despesas que serão pagos futuramente, provêm de eventos que já ocorreram, mas que irão requerer a saída de recursos no futuro. Exemplo: provisões trabalhistas.

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São obrigações com terceiros assumidas pela empresa e que serão pagas no longo prazo, superior a 12 meses. Exemplos: fornecedores, empréstimos e financiamentos que possuem a data de vencimento superior a 12 meses.

Patrimônio Líquido Registram-se as obrigações para com sócios da empresa. Evidencia os capitais próprios disponibilizados pelos sócios para a entidade. Também registram-se nesse grupo os acréscimos de patrimônio da mpresa, fonte da sua atividade, na forma dos lucros gerados na atividades e não distribuídos, permanecendo na empresa sob a forma de reservas.

Origens e Aplicações de Recursos

O Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido também se constituem nas origens e aplicações dos recursos da empresa. A origem dos recursos provém de duas fontes de capitais registradas no Patrimônio Líquido e no Passivo, respectivamente: Próprios; ou de Terceiros.

Os capitais próprios correspondem aos valores colocados na empresa pelos sócios ou ainda os recursos das próprias operações da empresa (lucro):

a. Sócios ou acionistas: quando uma empresa é constituída, existe a entrega de recursos por parte dos sócios ou acionistas, na forma de dinheiro, bens ou direitos. Este valor é registrado no Patrimônio Líquido da entidade, sendo o Capital Social da mesma. Posteriormente, pode ocorrer um novo aporte de capital por parte dos sócios, que aumentará o capital social;

b. Lucros gerados pela empresa: quando as receitas superam os custos e despesas de um período, a empresa obtém lucro. O lucro é registrado no Patrimônio Líquido e, não havendo a distribuição do mesmo aos sócios e acionistas, esse recurso é utilizado nas operações da empresa.

Os capitais de terceiros correspondem aos recursos disponibilizados à empresa por terceiros. Pode-se citar os: a. Empréstimos;

b. Financiamentos; c. Debêntures;

d. Arrendamento Mercantil; e. Outros.

Os capitais próprios distinguem-se dos capitais de terceiros pelo:

I. Grau de prioridade na liquidação: os capitais de terceiros devem necessariamente ser quitados antes;

II. Grau de certeza quanto ao valor: os recursos emprestados por terceiros são regidos por contratos com valores determinados, ao contrário dos capitais próprios, que serão remunerados (sob a forma do lucro) se a empresa obtiver resultado positivo.

III. Grau de certeza quanto à data: os mesmos contratos que determinam os valores também determinam as datas que os empréstimos e financiamentos devem ser quitados. O sócio ou acionista não tem uma data, dependerá dos

resultados da empresa (se a mesma tiver resultado positivo = lucro).

Os bens e direitos registrados no Ativo representam as aplicações dos recursos. O Passivo e o Patrimônio Líquido

originam os recursos (de terceiros e próprios) e os mesmos são aplicados na forma de bens, estoques, direitos, caixa etc. no Ativo da Companhia.

Demonstração do Resultado (DR)

A Demonstração do Resultado evidencia o resultado econômico da empresa em um determinado período de tempo, normalmente 12 meses. Evidencia se a empresa apresentou lucro ou prejuízo após a realização de suas atividades, pois confronta as receitas com os custos/despesas necessários para a realização das receitas. Se as receitas forem maiores que os custos/despesas, a empresa apresenta lucro no exercício. Se as receitas forem menores que os custos/despesas, a empresa apresenta prejuízo no período.

Os registros efetuados na Demonstração de Resultado são realizados seguindo o princípio de competência, que, como já foi visto, evidencia as operações mesmo que não tenha ocorrido ainda o recebimento (nas vendas) ou pagamentos (nos custos e despesas).

A estrutura de uma Demonstração do Resultado está apresentada na sequência e depois detalhada, com base na Lei nº 6.404/76 e normas da CVM. Clique no botão abaixo para visualizar:

A seguir, vamos dividir em tópicos e olhar as

características de cada grupo. (+)

Receita Operacional Bruta

Venda de Produtos, Mercadorias e Serviços

(-) Deduções de Vendas

Devoluções / Abatimentos / Impostos Sobre Vendas

(=) Receita Líquida

(-) Custos dos Produtos Vendidos, Mercadorias ou Serviços

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(+/-) Receitas e Despesas 0peracionais

(-) Despesas com Vendas

(-) Despesas Administrativas

(-) Outras Despesas Operacionais

(+) Outras Receitas Operacionais

(+) Resultado de Equivalência Patrimonial

(=) Resultado antes do Resultado Financeiro e dos Tributos

(+/-) Resultado Financeiro

(=) Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro

(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro

(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas

(+/-) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas

(=) Lucro/Prejuízo do Período

Receita Operacional Bruta

Neste grupo, são registradas todas as vendas efetuadas pela empresa, pelo princípio de competência, ou seja, registram-se tanto as vendas à vista, quanto as vendas a prazo, dentro de um determinado período de tempo, o exercício social da empresa.

 Vendas das empresas indústrias = Vendas de Produtos;  Vendas das empresas comerciais = Vendas de Mercadorias;

 Vendas de empresas prestadoras de serviços = Prestação de Serviços. Deduções das Vendas

As deduções das vendas são operações que reduzem diretamente das vendas, como: I. Vendas Canceladas;

II. Devoluções de Vendas; III. Abatimentos Sobre Vendas; IV. Descontos Incondicionais; V. Impostos Sobre Vendas.

Os impostos sobre vendas incidem diretamente sobre a receita operacional bruta, e citamos os seguintes (clique nos botões):

Federal: Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI); Programa de Integração Social (PIS); Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

Estadual: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS).

Municipal: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

A incidência do imposto dependerá do tipo de empresa. Sobre as vendas das empresas industriais, incidirá o IPI, PIS, COFINS e ICMS. As empresas comerciais recolhem PIS, COFINS e ICMS. Nas vendas das empresas prestadoras de serviços incide o PIS, COFINS e o ISS.

Dependendo do tipo de prestação de serviço realizadas pelas empresas prestadoras de serviços, incidirá também ICMS. Receita Líquida

É o resultado das receitas brutas menos as deduções, descritas no tópico anterior. Corresponde ao valor que a empresa recebe pelas vendas de seus produtos, após as deduções, e que será confrontado com os custos e despesas, para a apuração do resultado do período.

Custo dos Produtos Vendidos, Mercadorias Vendidas e Serviços Prestados

Em uma empresa industrial, corresponde aos gastos realizados pela empresa para a fabricação de um produto, desde os insumos diretos, como a matéria-prima e mão de obra direta, até os gastos indiretos de fabricação, como aluguel da fábrica, mão de obra indireta, depreciação dos equipamentos, entre outros. Já em uma empresa comercial, corresponde basicamente ao custo de aquisição da mercadoria para revenda. As prestadoras de serviços apresentam seus custos principalmente de mão de obra, mas podem também ter custos de materiais, se fornecerem os mesmos na prestação de serviço.

Os produtos e mercadorias são registrados inicialmente no estoque da empresa e, por ocasião da venda, baixados do estoque e transferidos para as contas de custo da DR. Nas próximas aulas, vamos explorar mais os gastos, custos e despesas.

Lucro Bruto

É o resultado da Receita Líquida menos os custos (CPV/CMV ou CSP). Demonstra o lucro da empresa após deduzidos os custos, mas, antes das despesas e receitas operacionais. Demonstra quanto de lucro a empresa tem para o pagamento das despesas.

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Receitas e Despesas Operacionais

Neste item, são considerados todos os valores referentes às despesas, necessárias para a empresa desenvolver suas atividades, mas não diretamente relacionadas ao produto vendido. Como exemplos de despesas, temos as

administrativas, com vendas, marketing, dentre outras.

Nesse grupo, também figuram as outras receitas operacionais, que não são as receitas das atividades principais da empresa, como a venda de produtos, mercadorias ou prestação de serviços. Como outras receitas podemos citar: as vendas dos ativos imobilizados, investimentos e intangíveis; os resultados da Equivalência Patrimonial (investimento em outras empresas); e receitas eventuais.

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos

Corresponde ao resultado do lucro bruto menos as receitas/despesas operacionais. É o resultado da empresa antes das receitas/despesas financeiras e o valor dos impostos sobre o resultado da empresa (imposto de renda e contribuição social).

Resultado Financeiro

Compreende as receitas financeiras, como receitas com juros, descontos obtidos, variações cambiais, variações monetárias, dentre outros; e as despesas financeiras, como os pagamentos de juros, descontos concedidos, variações cambiais passivas, variações monetárias passivas. Esse grupo objetiva demonstrar as operações financeiras realizadas pelas empresas.

Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro

São impostos federais que incidem sobre o lucro do exercício. O lucro tributado é denominado de lucro fiscal. Resultado Líquido das Operações Continuadas

Compreende o resultado (lucro ou prejuízo) das operações que a empresa pretende continuar nos próximos períodos. A divisão entre operações continuadas e descontinuadas permite que o usuário da informação contábil identifique

operações que a empresa não manterá, ou ainda, aquelas que ela já não mantém. Resultado Líquido das Operações Descontinuadas

Uma operação descontinuada é um componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda. Pode ser uma linha separada de negócios, uma área geográfica de operações, uma controlada que foi adquirida com objetivo de revenda, entre outras. Compreende as receitas e despesas das operações que a entidade determinou como descontinuadas, ou seja, que não permanecerão sob controle da entidade.

Lucro ou Prejuízo do Período

É o resultado contábil do período analisado. O lucro ou prejuízo é o ganho destinado aos sócios ou acionistas. A sua destinação é determinada pela lei, pelo estatuto ou contrato social da empresa. Para as empresas Sociedades Anônimas, a DR demonstra o lucro ou prejuízo por ação.

Para saber mais:

Aprofunde seus conhecimentos sobre a Demonstração do Resultado do Exercício e seu relacionamento com o Balanço Patrimonial, assista ao vídeo abaixo. Em seguida, veja outro modelo de Demonstração do Resultado, clicando no botão a seguir.

Gastos

É a aquisição de um bem, produto, mercadoria ou serviço, mediante o sacrifício da troca. Os gastos implicam em saídas de recursos da empresa, e os pagamentos realizados para a aquisição de um bem ou serviço representam os

desembolsos. Os desembolsos podem ocorrer antes, durante ou, ainda, após o bem ou serviço ser adquirido. Gastos podem ser:

I. Investimentos; II. Custos; III. Despesas. Investimentos

É um gasto que é ativado pela empresa, representando bens, direitos, estoques, dentre outros. Os investimentos compreendem os ativos fixos da empresa, que são adquiridos para geração de renda, permanecendo na empresa durante a sua vida útil (exemplo: Ativo Imobilizado), ou em função dos benefícios futuros que os mesmos

proporcionarão à empresa (exemplo: matérias-primas). Custos

É um gasto reconhecido como custo no momento em que há o efetivo consumo dos fatores produtivos no processo de produção.

Uma matéria-prima, ao ser adquirida e permanecer no estoque, é um investimento realizado pela empresa. Quando a matéria-prima é consumida no processo de fabricação de um novo produto, torna-se nesse momento um custo para a fabricação do bem. Os custos não são somente os bens tangíveis (corpóreos) utilizados no processo de produção, mas tudo o que é necessário à fabricação do produto. Como exemplo, temos a mão de obra direta, a energia elétrica, a depreciação, dentre outros.

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Quando o produto fabricado estiver concluído, passa novamente a ser um investimento para a empresa, com o objetivo de gerar resultados futuros.

Despesas

É um gasto que a empresa tem que representa um sacrifício com o objetivo de gerar renda, e não um produto. São gastos necessários para que a empresa consiga vender e distribuir os produtos, mercadorias ou serviços. As despesas não estão diretamente relacionadas com a fabricação dos produtos da empresa, mas, são gastos necessários para que se consiga gerar renda com a venda do item.

Perdas

A perda é um evento de natureza anormal, involuntária e imprevisível, que uma empresa sofre em relação aos seus recursos produtivos/investimentos que, por sua vez, lhe prejudica de alguma forma; por exemplo: incêndios, furtos, greves etc. Não é um sacrifício realizado com o objetivo de obter renda, portanto, não é considerado custo ou despesa. Se a empresa tiver desperdícios no seu processo produtivo, por exemplo sobras ou rebarbas de matéria-prima,

consideradas necessárias e “normais” no processo de fabricação, as mesmas não são consideradas perdas, mas integrantes do processo de produção.

Custos e suas nomenclaturas

Vamos, agora, analisar os custos e suas classificações. As principais classificações dos custos são em: (i) Diretos ou Indiretos; e (ii) Variáveis ou Fixos.

Custos Diretos

São gastos facilmente identificados quanto aos produtos a que pertencem, como por exemplo a matéria-prima e a mão de obra direta. Relacionam-se com os produtos fabricados, sendo facilmente alocados direta e objetivamente.

Custos Indiretos

São os custos de natureza mais gerais dentro da empresa, não sendo elementos que participam diretamente na produção de um ou mais de um produto. Não é possível alocá-los de modo direto ou objetivamente aos produtos fabricados pela empresa.

Nesse caso, a atribuição de tais custos aos produtos deve ser feita com a utilização de critérios de alocação ou rateios. Algumas vezes, os critérios tornam-se arbitrários, mas existe a necessidade de adotar critérios que não distorçam a divisão dos custos entre os produtos ou linhas de produtos. Como exemplo, pode-se citar a mão de obra da supervisão da fábrica ou linha de montagem.

Esses custos não são ligados diretamente a um determinado produto, mas, sim, ao conjunto completo de produtos. Nesse caso, precisa ser alocado utilizando critérios de rateio.

Exemplos de Custos Diretos e Indiretos: a) Custos Diretos:

 Matéria-prima direta;  Mão de obra direta;

 Materiais consumidos diretamente no processo produtivo;  Materiais de embalagem;

 Componentes do processo de produção;

 Energia elétrica que possa ter seu consumo mensurado no processo de produção etc. b) Custos Indiretos:

 Mão de obra indireta;  Supervisão da Fábrica;

 Manutenção dos Equipamentos;  Depreciação dos Equipamentos;  Energia gasta na iluminação da fábrica;  Água;

 Material de expediente;  Aluguel etc.

Custos Variáveis

Os custos variáveis variam na medida em que ocorrem alterações nos volumes de produção. Esses custos apresentam correlação entre suas quantidades consumidas na produção e as quantidades fabricadas de produto. Quando ocorre um aumento na quantidade produzida, ocorre o aumento do recurso produtivo, utilizado no processo de fabricação do mesmo. Como exemplo principal, temos a matéria-prima.

Custos Fixos

São os gastos que não se alteram em virtude de modificações na quantidade produzida, permanecendo constante, desde que não ocorra um aumento da capacidade instalada da fábrica, o que produzirá um aumento dos custos fixos. Embora sejam custos fixos, os mesmos podem alterar-se. O custo fixo não se altera em função da quantidade produzida,

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mas seus valores podem alterar-se. Um exemplo que podemos citar é o do aluguel da fábrica, que é um custo fixo, mas pode alterar-se em função de reajustes nos alugueis.

O custo fixo pode ser repetitivo (quando é constante em um determinado período) ou não repetitivo (o valor não é o mesmo em todos os períodos).

Outras Classificações: Custos Primários ou de Transformação; Controlável e Não Controlável; Meta e Padrão. Custo dos Produtos Vendidos

Como vimos, a matéria-prima é um custo utilizado no processo de fabricação de um produto final, chamado de produto acabado. O produto acabado enquanto permanecer no estoque da empresa, é um investimento realizado pela

companhia.

Quando o produto é vendido, o mesmo deve ser baixado do estoque e transferido para a Demonstração do Resultado, no Grupo de Custos dos Produtos Vendidos. O Custo dos Produtos Vendidos compõe-se de custos diretos e indiretos, utilizados na fase de produção.

Se for uma empresa comercial, o termo é Custo das Mercadorias Vendidas e se for uma prestadora de serviços, é Custo dos Serviços Prestados. Para a determinação dos custos dos produtos vendidos (ou mercadorias ou serviços), são necessárias três etapas. Envolve encontrar o que foi gasto na produção em determinado período. Utilizaremos a fórmula: CP = MD + MOD + CIF

Na qual:

CP = Custos de Produção MD = Materiais Diretos MOD = Mão de Obra Direta

CIF = Custo Indiretos de Fabricação

Os materiais diretos são os insumos aplicados diretamente nos produtos, como matéria prima, embalagens, materiais de consumo, etc. A mão de obra direta é aquela utilizada diretamente na transformação do produto.

Os custos indiretos são os demais custos, não aplicáveis diretamente ao produto e que necessitam de uma alocação com o uso de critérios específicos para dividir os custos pelos produtos ou linhas de produtos. Por exemplo, para fabricação de móveis, precisamos dos seguintes materiais em determinado período (clique no botão):

a) Materiais Diretos Madeira R$ 1.000,00 Tinta R$ 200,00

Colas R$ 100,00 Parafusos R$ 50,00

b) Mão de Obra Direta Mão de Obra Direta R$ 900,00 c) Custos Indiretos Mão de Obra Supervisão R$ 500,00 Ferramentas R$ 100,00

Depreciação R$ 200,00 CP = MD + MOD + CIF

CP = 1.350,00 + 900,00 + 800,00 CP = R$3.050,00

Custo da Produção Acabada (CPA)

O custo da produção acabada é o valor total que saiu da produção e foi compor o estoque da empresa, como produto pronto. Ele é obtido considerando quanto a empresa já tinha de gasto no período anterior na forma de estoque inicial de produto em processo (EIPP) mais o que foi adicionado no período, isto é, o CP que foi calculado anteriormente menos o que sobrou na produção no final do período (EFPP):

CPA = EIPP + CP - EFPP No qual:

EIPP = Estoque Inicial de Produto em Processo CP = Custo de Produção

EFPP = Estoque Final de Produto em Processo Exemplo:

Utilizando os mesmos valores anteriores, vamos supor que o saldo anterior era de R$ 1.200,00 e o saldo final foi de R$ 1.450,00, em determinado período:

CPA = EIPP + CP - EFPP

CPA = 1.200,00 + 3.050,00 – 1.450,00 CPA = R$ 2.800,00

No período, foram concluídos (terminados ou acabados) produtos no valor de R$ 2.800,00. Custo dos Produtos Vendidos (CPV)

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Corresponde ao custo do produto que foi comercializado no período. É o valor do estoque inicial somado com o custo da produção acabada menos o estoque final de produção acabada. É o valor efetivamente vendido dos produtos no

período. CPV = EIPA + CPA - EFPA No qual:

CPV = Custos dos Produtos Vendidos

EIPA = Estoque Inicial dos Produtos Acabados CPA = Custo dos Produtos Acabados

EFPA = Estoque Final dos Produtos Acabados Exemplo:

Utilizando os mesmos valores anteriores, vamos supor que o saldo anterior era de R$ 1.000,00 e o saldo final foi de R$ 1.200,00, em determinado período:

CPV = EIPA + CPA - EFPA

CPV = 1.000,00 + 2.800,00 – 1.200,00 CPV = R$ 2.600,00

No período foram vendidos bens e o custo dos produtos vendidos foi de R$ 2.600,00.

Como vimos, os gastos em bens como prédios, máquinas e equipamentos, dentre outros, são registrados como um Imobilizado da companhia, e serão utilizados para a geração de renda para a empresa, compondo os investimentos da empresa.

Mas os bens, com o passar do tempo, tem sua capacidade produtiva diminuída, em função de desgaste pelo uso, desgaste pela ação do tempo ou ainda pela própria obsolescência tecnológica. O registro dessa perda no valor dos bens é denominado de depreciação, amortização ou exaustão.

Depreciação

É a diminuição do valor dos bens de uso da empresa, pelo desgaste, ação da natureza ou obsolescência. A depreciação é calculada sobre os bens materiais, corpóreos ou tangíveis, classificados no Ativo imobilizado.

O registro é feito periodicamente, diminuindo-se o valor do bem (por meio da criação de uma conta redutora) e contabilizando-se como Custo ou Despesa, dependendo do uso do bem, se no processo produtivo, para a geração dos produtos, ou utilizados nos processos administrativos, de vendas, dentre outros, necessários à empresa, mas não diretamente ligados à fabricação dos produtos.

Amortização

Corresponde à diminuição de valor de um ativo intangível, ao longo da sua vida útil. Os bens que possuem existência ou duração limitada possuem o registro da diminuição do valor do capital aplicado ao longo do prazo legal ou

contratualmente limitado.

Como exemplo, se a empresa tem uma determinada marca ou patente e pode utilizar por um período de tempo determinado, o valor amortizável desse item será calculado em função do prazo legal ou contratual que poderá utilizar. Exaustão

Exaustão está relacionada com a redução da capacidade de um recurso mineral ou florestal. Os recursos minerais ou florestais possuem sua capacidade física exaurida, à medida que ocorre a extração dos referidos recursos.

Se uma determinada jazida tem seu prazo de uso determinado em contrato (o prazo de concessão), os valores gastos para sua aquisição devem sofrer exaustão no período do contrato. Se a mesma jazida não tem um prazo de extração, mas sabe-se a quantidade possível de minério a ser extraído, o valor da exaustão corresponderá ao percentual extraído do total em determinado período. Ex: se uma mina de carvão tem capacidade de 10.000 toneladas e em determinado período foram extraídas 1.000 toneladas, a quota de exaustão corresponde a 10% do valor de aquisição da mina. Métodos de Cálculo da Depreciação

A partir de 2008, com a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade, existe a depreciação para fins fiscais, com taxas de depreciação determinadas pela Receita Federal e a depreciação com base na vida útil do bem. A vida útil econômica do bem é determinado pela empresa, com base em estudos e na real capacidade de produção do bem. As empresas devem utilizar a depreciação fiscal para o atendimento ao fisco e a depreciação com base na vida útil para a contabilização da Despesa com Depreciação, que, dependendo da utilização do bem, será um custo dos produtos

fabricados ou uma despesa. O cálculo da depreciação é realizado mensalmente e o valor a ser depreciado é chamado de Valor Depreciável, que corresponde ao valor original de aquisição menos o valor residual. O valor residual é o valor que a empresa estima que irá conseguir com a venda do bem no final da vida útil para a empresa. Veremos os principais métodos a seguir.

Método Linear ou Constante

São aplicadas taxas constantes durante o tempo de vida útil estimada para o bem. É o método mais utilizado. A depreciação por esse método é calculada dividindo-se o valor depreciável pelo tempo de vida útil do bem, e é representado pela seguinte fórmula:

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Clique no botão a seguir para ver um exemplo! Valor do Bem = R$10.000,00

Valor Residual = R$ 2.320,00

Valor a ser depreciado = R$ 7.680,00 Vida útil estimada = 4 anos

Depreciação Anual = 7.680,00 / 4 = 1.920,00 Depreciação Mensal = 7.680,00 / 48 = 160,00

Método da Soma dos Dígitos ou soma dos algarismos dos anos

Neste método as taxas são variáveis, determinadas pela soma dos algarismos que formam o tempo de vida útil do bem, que representam o denominador da fração. A depreciação é maior no início e menor no final, representando a maior produtividade no início do período e menor produtividade nos anos seguintes.

Valor do Bem = R$10.000,00 Valor Residual = R$ 2.320,00

Valor a ser depreciado = R$ 7.680,00 Vida útil estimada = 4 anos

Soma dos dígitos = 1 + 2 + 3 + 4 = 10

1º ano = (4 / 10) x 7.680,00 = 0,4 x 7.680,00 = 3.072,00 2º ano = (3 / 10) x 7.680,00 = 0,3 x 7.680,00 = 2.304,00 3º ano = (2 / 10) x 7.680,00 = 0,2 x 7.680,00 = 1.536,00 4º ano = (1 / 10) x 7.680,00 = 0,1 x 7.680,00 = 768,00 Método das Horas de Trabalho / Utilizadas

Existem equipamentos que tem a vida útil estimada em horas de trabalho e nesse caso a depreciação pode ser calculada com base nas horas trabalhadas. A quota anual de depreciação é expressa pela seguinte fórmula:

Valor do Bem = R$10.000,00 Valor Residual = R$ 2.320,00

Valor a ser depreciado = R$ 7.680,00

Quota de depreciação anual (1º período) = 800 / 10.000 horas = 0,08 ou 8% Depreciação 1º período = 7.680,00 x 0,08 = 614,40

Quota de depreciação anual (2º período) = 1.200 / 10.000 horas = 0,12 ou 12% Depreciação 2º período = 7.680,00 x 0,12 = 921,60

E assim sucessivamente até depreciar todas as 10.000 horas disponíveis para uso da máquina. Método das Unidades Produzidas

Esse método determina a taxa de depreciação com base no número de unidades produzidas. É utilizado para o cálculo da depreciação de equipamentos que possuem sua limitação em relação ao total de unidades produzidas. A quota anual de depreciação é expressa pela seguinte fórmula:

Valor do Bem = R$10.000,00 Valor Residual = R$ 2.320,00

Valor a ser depreciado = R$ 7.680,00

Quota de depreciação anual (1º período) = 60.000 / 600.000 unidades = 0,10 ou 10% Depreciação 1º período = 7.680,00 x 0,10 = 768,00

Quota de depreciação anual (2º período) = 80.000 / 6000.000 unidades = 0,13333 ou 13,33% Depreciação 2º período = 7.680,00 x 0,13333 = 1.024,00

E assim sucessivamente até depreciar todas as 600.000 unidades que forem produzidas. Aula3

Análise das Demonstrações Contábeis

Nas aulas anteriores, vimos os dois principais demonstrativos contábeis: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, e a existência dos fornecedores de recursos que aplicam os recursos nas atividades da empresa. Os recursos aplicados pela empresa são utilizados pela mesma para a geração de lucro e caixa, que por sua vez são utilizados para remunerar os recursos de terceiros (com os juros) e os recursos próprios (com o lucro). Para que a empresa possa alcançar seus objetivos, sejam econômicos, sociais, operacionais, dentre outros, precisa gerar lucro suficiente para pagar os fornecedores de capital e para atender seus objetivos.

Neste contexto, as demonstrações contábeis podem fornecer análises sobre a situação da empresa:

“[A análise de balanços] visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição

econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras” (ASSAF NETO, 2010, p. 35).

Passaremos agora a interpretar as demonstrações para calcular:  Análise horizontal e vertical

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 Indicadores de liquidez

 Indicadores de endividamento  Indicadores de rentabilidade  Indicadores de atividade  Capital circulante

Viram que não são poucos? Vamos a eles! Análise Horizontal

A análise horizontal compara os grupos e contas das demonstrações buscando estabelecer o crescimento em períodos. Pode ser utilizado para traçar tendências.

É obtido tomando-se o ano mais antigo como base e comparando os demais períodos com a base: Variação = (Valor Atual / Valor Base) x 100

Exemplos: Conta 2013 2014

Ativo Circulante 12.000 18.000

Cálculo: (18.000 / 12.000) x 100

Conta 2013 Período Base 2014 Análise Horizontal

Ativo Circulante 12.000 100 18.000 150

Análise Vertical

Utilizada também para comparação, no entanto, a comparação é realizada entre uma conta com um valor base, dentro do mesmo período. Quando analisada ao longo do tempo mostra a evolução entre os diferentes períodos.

O cálculo é realizado verticalmente, calculando a participação de uma conta em relação a outra. Variação = (Valor Comparado / Valor Base) x 100

Exemplos: Conta 2013 2014

Ativo Circulante 12.000 18.000

Estoques 7.000 12.000

Cálculo: (18.000,00 / 12.000,00) x 100 Indicadores de Liquidez

No Balanço Patrimonial, vimos que, no lado do Ativo, são registrados os bens e direitos da empresa e, no lado do Passivo, registram-se as obrigações.

Os indicadores de liquidez analisam a relação entre o ativo circulante e não circulante e o passivo circulante e não circulante, evidenciando a situação financeira da empresa, se a mesma possui recursos para quitar suas obrigações. Divide-se em: Liquidez imediata; corrente; seca e geral.

Indicador de Liquidez Imediata

Também chamado de índice de liquidez imediata. Analisa os recursos que a empresa tem no Caixa e Equivalentes de Caixa (Caixa, Bancos e Aplicações de curto prazo) para fazer frente às obrigações de curto prazo (Passivo Circulante). A fórmula é: Liquidez imediata: Caixa e Equivalentes de Caixa / Passivo Circulante

Indicador de Liquidez Corrente

Compara o ativo circulante com o passivo circulante de determinado período. Sua fórmula é: Liquidez Corrente: Ativo Circulante / Passivo Circulante

Indicador de Liquidez Seca

Como foi explicado no item anterior, alguns valores do Ativo Circulante compõem o estoque e, para serem convertidos em dinheiro, precisam passar pela fabricação do produto (se uma indústria), ser vendido e, se for venda a prazo, terá o tempo do pagamento a prazo do cliente para se transformar em caixa.

Para analisar a situação da empresa sem esses itens, a fórmula é:

Liquidez Seca: (Ativo Circulante – Estoques – Desp. Exercício Seguinte) / Passivo Circulante Indicador de Liquidez Geral

Demonstra a saúde financeira de longo prazo da empresa ao analisar o Ativo Circulante e o Realizável a Longo Prazo (grupo do Ativo Não Circulante).

No grupo Realizável a Longo Prazo, são lançados valores que normalmente se encontram no curto prazo (por exemplo, Contas a Receber de vendas a prazo), mas serão convertidos em recursos financeiros pela empresa após 12 meses. Esses valores são comparados com todas as obrigações que a empresa tem com terceiros, representado pelos valores do Passivo Circulante e o Não Circulante.

Iudícibus (2010, pág. 96) alerta que os prazos de liquidação do passivo e de recebimento do ativo podem ser os mais diferenciados possíveis, portanto, o índice deve ser utilizado considerando esses prazos diferenciados. A fórmula para o cálculo é:

Liquidez Geral: (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) Indicadores de Endividamento

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Os indicadores de endividamento relacionam as fontes de recursos entre si, demonstrando o capital próprio em relação ao capital de terceiros. Apresentam a relação de dependência que a empresa possui em relação ao capital obtido das fontes de terceiros. Vamos analisar os seguintes indicadores:

 Quociente de participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais;  Quociente de capitais de terceiros sobre capitais próprios;

 Quociente de participação das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total. Quociente de participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais

Apresenta o grau de comprometimento da empresa para com terceiros, em relação ao total das obrigações da empresa (representado por capitais de terceiros e capitais próprios). O índice demonstra o percentual da participação de terceiros sobre o total das obrigações da empresa. Demonstra também a porcentagem do ativo total que é financiada com

recursos de terceiros. Vamos à fórmula:

Endividamento Total com Terceiros: Exigível Total / (Exigível Total + Patrimônio Líquido) Onde o exigível total é igual ao somatório do Passivo Circulante e do Passivo Não Circulante. Quociente de capitais de terceiros sobre capitais próprios

Esse indicador demonstra a utilização de capitais de terceiros em relação aos capitais próprios. Quanto maior for a participação de terceiros na estrutura financeira da empresa, maior seu endividamento e também maior o risco de solvência (CAMARGO, 2007, p. 194).

Iudícibus (2010, p. 98) explica que grande parte das empresas que vão à falência apresenta, durante um período relativamente longo, altos quocientes de Capitais de Terceiros em relação aos Capitais Próprios.

Quando selecionamos uma alternativa de investimentos, devemos projetar os impactos que a política de financiamento terá sobre os resultados futuros. A fórmula para o cálculo é:

Participação de Capitais de Terceiros: Exigível Total / Patrimônio Líquido

Onde o exigível total é igual ao somatório do Passivo Circulante e do Passivo Não Circulante. Quociente de participação das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total

Representa a parcela que vence a Curto Prazo, do Endividamento com terceiros da empresa. Esse indicador demonstra quanto a empresa deve para terceiros no curto prazo, ou seja, vencíveis dentro de 12 meses. Um índice elevado pode demonstrar que a empresa precisará gerar muito caixa no curto prazo para que consiga quitar suas dívidas. Caso não disponha de recursos, pode significar dificuldades financeiras.

Participação da Dívida de Curto Prazo: Passivo Circulante / Exigível Total

Onde o exigível total é igual ao somatório do Passivo Circulante e do Passivo Não Circulante. Indicadores de Rentabilidade

Os Indicadores de Rentabilidade evidenciam o retorno que os investimentos recebem. Demonstram o lucro obtido pela empresa e sua relação com o capital investido, o retorno dos investimentos. Na aula de hoje, estudaremos:

 Margem Líquida;  Giro do Ativo;  Retorno do Ativo;

 Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Margem Líquida

A margem líquida compara o lucro obtido pela empresa com as vendas líquidas. Demonstra a margem da lucratividade da empresa, ou seja, demonstra o lucro obtido para cada R$ 1,00 de receita líquida. A empresa busca sempre o maior lucro possível e isso é mensurado pela margem líquida. Sua fórmula é:

Margem líquida = Lucro Líquido / Receita Líquida

A receita líquida é obtida após diminuirmos as deduções da Receita Bruta. Giro do Ativo

O índice demonstra a relação entre as receitas geradas pela empresa e os investimentos feitos pela mesma, representados pelo Ativo Total. As empresas investem no seu ativo (com estoques, máquinas, instalações etc.)

objetivando gerar a maior receita possível. Quanto maior for o índice, maior é o giro do ativo, pois ela consegue gerar mais recursos utilizando os investimentos realizados no ativo. Se o índice aumenta, significa que a empresa está conseguindo obter mais receitas, ser mais eficiente, com o montante investido no seu ativo. A fórmula é: Giro do Ativo = Receita Líquida / Total do Ativo

A receita líquida é obtida após diminuirmos as deduções da Receita Bruta. Retorno sobre o Ativo

O índice compara o lucro líquido obtido pela companhia no período com os investimentos realizados no seu Ativo. Esse índice demonstra a taxa de retorno sobre os investimentos. A fórmula é:

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Alguns autores aconselham a utilizar o Ativo médio do período, pois podem acontecer aumentos significativos nos últimos meses do ano, que acabam não contribuindo para a geração do lucro naquele período, ou ainda somente em parte do mesmo.

Retorno sobre o Patrimônio Líquido

Os sócios e acionistas da empresa investem para obter retornos sobre os mesmos. O investimento realizado pelos sócios é demonstrado no Patrimônio Líquido da companhia. O índice do retorno sobre o Patrimônio Líquido indica a taxa de retorno que os sócios e acionistas obtém em um determinado período de tempo. Demonstra quanto que os sócios lucram, pois analisa o lucro líquido do período com o capital investido na empresa. Sua fórmula é:

Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro Líquido / Total do Patrimônio Líquido Indicadores de Atividade

Indicadores de Atividade são indicadores que permitem analisar a atividade operacional da empresa utilizando-se os valores do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado. São indicadores que transformam os valores em tempo, dentro do ciclo operacional da empresa. Com base nos indicadores podemos apurar a velocidade que recebemos as vendas, o prazo para o pagamento dos fornecedores e o tempo que os produtos ficam estocados até a sua venda. Dividem-se em:

I. Prazo médio de estocagem; II. Prazo médio de pagamento; III. Prazo médio de recebimento. Prazo médio de estocagem

Indica o tempo médio verificado desde a aquisição da mercadoria junto ao fornecedor até sua venda. Demonstra o tempo médio em dias que a mercadoria fica estocada. O melhor para a empresa é ter um baixo período de estocagem, que significa que ela adquire a mercadoria e rapidamente consegue vender a mesma, transformando em recursos financeiros.

Desse modo, os recursos não ficam parados no estoque e geram receitas para a companhia. Quando utilizarmos demonstrações anuais, o indicador obtido deve ser multiplicado por 360, para demonstrar a rotação em números de dias. Se calcularmos com demonstrações mensais, é necessária a multiplicação por 30, para determinar a rotação dos estoques.

Para empresas industriais, o prazo médio é o período que compreende a compra da matéria-prima, sua transformação e posterior venda do produto acabado. A fórmula é:

Prazo médio de estocagem: Prazo médio de pagamento

Mede desde o momento em que se compra a matéria-prima e mercadorias até o momento do pagamento. O prazo indica o tempo que a empresa dispõe para fazer o pagamento dos seus fornecedores. É calculado em dias e demonstra o crédito que a empresa tem junto aos seus credores. A fórmula é:

Prazo médio de pagamento: Prazo médio de recebimento

Mede do momento em que se vende a mercadoria ou produto até o momento do recebimento das vendas a prazo. O prazo indica o tempo que a empresa concede, em média, aos seus clientes para efetuar os pagamentos. É calculado em dias e demonstra período de tempo que a companhia fica sem os recursos oriundos das vendas. Quanto menor esse prazo, melhor é para a empresa, pois terá com mais rapidez os recursos para fazer frente às necessidades de caixa. A fórmula é:

Prazo médio de recebimento: Ciclo Operacional

Demonstra o prazo que vai desde a compra da matéria-prima ou mercadoria até o recebimento das vendas. A empresa tem um ciclo de comprar as mercadorias, manter estocado, vender e posteriormente receber pelas vendas a prazo. Esse ciclo corresponde ao ciclo operacional da empresa. Compreende o prazo que a empresa consegue comprar e

transformar esses itens em recursos financeiros para que o ciclo inicie novamente. É determinado pela seguinte fórmula: Ciclo Operacional = PME + PMR

Ciclo Financeiro

Demonstra o prazo que vai desde o pagamento dos fornecedores até o recebimento das vendas a prazo. Quanto menor for o ciclo financeiro, melhor será a situação financeira da entidade, pois é menor o período de tempo entre o

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pagamento para o fornecedor e o recurso entrando no caixa, maior será a necessidade da empresa buscar recursos externos para realizar seus pagamentos. É determinado pela seguinte fórmula:

Ciclo Financeiro = CO - PMP Capital Circulante Líquido

O capital circulante líquido é calculado diminuindo-se o Ativo Circulante do Passivo Circulante. Representa o excedente que a empresa tem de recursos a curto prazo em relação às captações de recursos processadas também a curto prazo. Demonstra em valores absolutos os recursos que a empresa tem de sobra (ou falta) na relação ativo circulante e passivo circulante. Representa, também, a folga financeira, quanto maior o CCL, mais valores a empresa possui no seu ativo circulante para fazer frente às obrigações de curto prazo. O BP permite apurar a necessidade de capital de giro da empresa e/ou a qualidade da dívida da empresa. É calculado pela seguinte fórmula:

Capital Circulante Liquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante

Nesse caso, o volume do Ativo circulante – AC (Caixa, direito a receber, estoques, dentre outras contas de curto prazo) apresenta o mesmo valor que o Passivo circulante - PC (Fornecedores, Folha de pagamentos, dentre outras obrigações de curto prazo). Portanto, o mesmo ocorre entre o “Ativo não circulante” - ANC e o “Passivo não circulante (PNC) + Patrimônio Líquido (PL)”. O que isso significa? A empresa apresenta um equilíbrio no curto prazo entre o financiamento e o investimento, assim sua operação apresenta uma situação estável, a qual se reflete em um índice de liquidez corrente igual 1 (para cada R$1,00 de PC ela tem R$ 1,00 de AC).

Nesse caso, temos que o volume do Ativo circulante é maior do que o valor do Passivo circulante. Portanto, o “Ativo não circulante” é menor que o “Passivo não circulante + Patrimônio Líquido”. O que isso significa? A empresa apresenta um desequilíbrio favorável no curto prazo entre a linha de financiamento e o investimento. Ou seja, temos que

financiamento de longo prazo (PNC+PL) está sendo usado no AC, assim a operação desta empresa apresenta um índice de liquidez corrente maior que 1 (para cada R$1,00 de PC ela tem mais de R$ 1,00 de AC para honrar seus

compromissos, ela está tranquila no curto prazo).

Por fim, temos que o volume do Ativo circulante é menor do que o valor do Passivo circulante. Portanto, o “Ativo não circulante” é maior que o “Passivo não circulante + Patrimônio Líquido”. O que isso significa? A empresa apresenta um desequilíbrio desfavorável entre a linha de financiamento de curto prazo e o investimento de curto prazo. Ou seja, temos aqui financiamento de curto prazo sendo usado no ANC, assim a operação desta empresa apresenta um índice de liquidez corrente menor que 1 (para cada R$1,00 de AC ela tem menos de R$ 1,00 de AC para honrar seus

compromissos, por certo, ela terá dificuldade para honrar seus compromissos financeiros). Ponto de Equilíbrio

Vimos anteriormente os conceitos de receitas, custos e despesas. Utilizando esses conceitos e seus valores, conseguimos calcular o ponto de equilíbrio, que representa a quantidade de vendas para qual as receitas são iguais aos custos e despesas. Representa a quantidade mínima de produtos a serem vendidos para que a partir desse momento a empresa gere lucro. No ponto de equilíbrio não há lucro nem prejuízo operacional, os gastos totais (custos totais + despesas totais) são exatamente iguais às receitas totais.

A fórmula para o cálculo do ponto é a seguinte: Custo Fixo

Corresponde a todo custo ou despesa que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Os custos acontecem independente do volume de produção da empresa. Exemplos: salários dos supervisores, aluguel da fábrica, manutenção das máquinas etc.

Custo Variável

É aquele que se altera em relação direta com as modificações do volume de atividade. O custo variável total aumenta ou diminui em decorrência do aumento ou diminuição da produção. Exemplos: matéria-prima, mão de obra direta,

materiais usados diretamente na produção etc. Receita de Vendas

O valor total da receita de venda é determinado pela multiplicação da quantidade vendida pelo preço de venda das mercadorias ou produtos.

Aula4

Olá, caros alunos!

Nesta aula, vamos aprender a elaborar o orçamento e o fluxo de caixa da empresa, instrumentos importantíssimos na análise dos projetos dessa empresa. O fluxo de caixa representa todas as entradas e desembolsos que a empresa terá em determinado período de tempo.

É uma importante ferramenta para a administração financeira da entidade, pois demonstra de forma antecipada os recursos disponíveis pela empresa, ou ainda, em determinadas situações, a falta de recursos.

De acordo com Andrich e Cruz (2013, p. 76), o fluxo de caixa possibilita ao gestor financeiro: I. Antever as necessidades de capital;

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II. Pesquisar fontes mais baratas de financiamento;

III. Programar melhor a aplicação de possíveis saldos de caixa.

O fluxo de caixa relaciona as entradas e saídas (clique nos botões). A seguir, vamos estudar alguns exemplos mais comuns de cada operação.

 Entradas: Vendas à vista; 

Recebimento de vendas a prazo; 

Desconto de duplicatas; 

Rendimentos de aplicação financeira; 

Vendas de ativo; 

Investimentos de capital próprio etc. 

 Saídas

Fornecedores; 

Salários e encargos sociais;  Impostos;  Despesas gerais;  Despesas financeiras;  Compras de ativos. 

Para o desenvolvimento do Fluxo de Caixa, vamos utilizar como exemplo os autores Andrich e Cruz (2013, p. 79 a 86). Serão desenvolvidos orçamentos que demonstram o planejamento e as estimativas de receitas, despesas e

investimentos da empresa em determinado período de tempo.

O orçamento é a representação das metas e os objetivos da empresa, permitindo que ele acompanhe seus resultados. Além de acompanhar os resultados, possibilita comparar com o planejado, tomando ações corretivas se necessário. Vamos desenvolver orçamentos de receitas, custos, estoques e despesas e finalizar com o fluxo de caixa projetado com base nos orçamentos desenvolvidos.

Orçamento de Vendas

Vamos considerar que 10% das vendas são recebidas à vista. O restante corresponde a vendas a prazo, com recebimento em média de 30 dias. O orçamento realizado é para 6 meses, iniciando em fevereiro e finalizando em julho. Os valores projetados dos faturamentos a partir de fevereiro e respectivas entradas no caixa estão descritas a seguir:

Orçamento das Compras

Um dos orçamentos mais importantes e que apresenta valores elevados. Para calcularmos o montante das compras, precisamos determinar o custo das mercadorias vendidas e o saldo que permanecerá no estoque. Os critérios para o cálculo do orçamento serão apresentados a seguir.

Análise de Investimento

Existe uma diversidade de técnicas que podem ser utilizadas para analisar os investimentos e seus retornos. As diferentes técnicas devem ser utilizadas em conjunto para mensurar melhor a viabilidade de determinado projeto ou investimento, utilizando os critérios de análise de modo comparativo.

Vamos a partir de agora estudar alguns desses critérios e técnicas de análise de investimentos, que geram indicadores que auxiliam na seleção das alternativas de investimento que deixam um maior valor para a empresa. Vamos começar analisando a Taxa Mínima de Atratividade.

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Quando realizamos um investimento em um projeto, temos expectativas de retornos que superem o investimento e ainda deixem valores de lucro para a empresa. Mas qual é a taxa aceitável? A menor taxa de juros que a empresa espera ganhar na realização de investimento é descrita como a taxa mínima de atratividade.

A TMA é utilizada para descontar os fluxos de caixa projetados pela empresa para os projetos, trazendo os mesmos para a data zero, para o valor presente. Os investimentos são analisados e, se os mesmos apresentarem retornos superiores a TMA, são projetos rentáveis, pois pagarão a taxa mínima para o projeto e ainda retornos adicionais.

A TMA é determinada pela empresa, com base em suas atividades, suas taxas de captação de recursos financeiros etc. Alguns critérios que devem ser analisados são apontados por Ryba, Lenzi e Lenzi (2011, p.80):

 Rentabilidade;

 Grau de risco e segurança da aplicação;  Liquidez;

 Política de expansão da empresa;

 Cenário do local (país ou estado) do investimento, como estabilidade política e econômica;  Inflação.

Referências

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