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Licenciamento ambiental de PCHs no Estado de Santa Catarina: Estudo de caso da PCH Santa Luzia Alto - SC

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA: ESTUDO DE CASO PCH SANTA LUZIA ALTO – SC. Maurício Zanchet Rodrigues. Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina para Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental. Orientadora Profa. Dra. Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto. Florianópolis (SC) Novembro de 2008.

(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA: ESTUDO DE CASO PCH SANTA LUZIA ALTO. MAURÍCIO ZANCHET RODRIGUES. Trabalho submetido à Banca Examinadora como parte dos requisitos para Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental – TCC II BANCA EXAMINADORA:. Florianópolis (SC) Novembro de 2008.. 2.

(3) AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente a minha família por sempre acreditar em mim. À Professora Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto pela orientação. Ao Engenheiro Rodrigo Sulzbach Chiesa pela co-orientação, A todos os professores que contribuíram para minha formação. À minha namorada Vanessa pela paciência e compreensão. Aos meus amigos pela força, companheirismo. A empresa e aos colaboradores da Terra Consultoria em Engenharia e Meio Ambiente pelas informações cedidas para a elaboração do trabalho. E a todos que de alguma forma contribuíram para a conclusão deste trabalho.. 3.

(4) RESUMO A principal forma de geração de energia elétrica no Brasil é a hidrelétrica, que é uma fonte de energia renovável. Entre as usinas hidrelétricas, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) vêm ganhando espaço no Estado de Santa Catarina devido ao menor impacto ambiental relacionado à sua implantação e operação. O licenciamento ambiental é um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente e visa à preservação e manutenção da qualidade ambiental. Empreendimentos hidrelétricos causadores de significativo impacto ambiental estão sujeitos ao processo de licenciamento ambiental. A premissa do presente trabalho é abordar os aspectos legais do processo licenciamento ambiental de PCHs, através de revisões bibliográficas e fundamentação teórica conceitual, averiguando os principais Estudos Ambientais solicitados e a legislação estadual ligada a este processo, além de listar os principais impactos ambientais levantados para a implantação e operação da PCH Santa Luzia Alto, localizada no Rio Chapecó no Oeste do Estado de Santa Catarina. Através deste trabalho foi possível concluir que o órgão ambiental estadual conta com um considerável aparato legal para regular o licenciamento ambiental. Finalizando, os estudos ambientais solicitados neste processo são importantes para a manutenção da qualidade ambiental da área afetada durante todo o processo de implantação e operação do empreendimento. Palavras-chave: Licenciamento Ambiental, Pequenas Centrais Hidrelétricas, Legislação Ambiental, Impacto Ambiental. ABSTRACT The main way of generating electricity in Brazil is hydroelectric, which is a renewable energy source. Among the hydroelectric power plants, the Small Hydroelectric Power Plants are gaining space in the state of Santa Catarina because of lower environmental impact related to its implantation and operation. The environmental licensing is an instrument of the National Policy of the Environment and aims to preserve and maintain the environmental quality. Hydroelectric works causing significant environmental impact are subject to the environmental licensing process. The main idea of this paper is to address the legal aspects of the environmental licensing process for Small Central Hydroelectric Power Plants, through theoretical basis and literature reviews, ascertain the main Environmental Studies requested and state legislation related to this process, as well as list the main environmental impacts posed for the implantation and operation of the Santa Luzia Alto Small Hydroelectric Power Plant, located in the Chapeco’s river in the western state of Santa Catarina. Through this study was possible to conclude that the state environmental agency has considerable legal apparatus to regulate the environmental licensing. Finalizing, the environmental assessments requested in this process are important for maintaining the environmental quality of the affected area during the entire process of implantation and operation of the hydroelectric works. Keywords: Environmental Licensing, Small Hydroelectric Power Plant, Environmental Legislation, Environmental Impact.. 4.

(5) SIGLAS AIA – Avaliação de Impactos Ambientais ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica APP – Área de Preservação Permanente ART – Anotação de Responsabilidade Técnica AuC – Autorização de Corte CEURH – Cadastro Estadual de Usuários de Recursos Hídricos CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear CNUA – Cadastro Nacional de Usuários de Água CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente EIA – Estudo de Impacto Ambiental ECA – Estudo de Conformidade Ambiental FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FATMA – Fundação do Meio Ambiente FCEI – Formulário de Caracterização do Empreendimento Integrado IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis IN – Instrução Normativa IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional LAI – Licença Ambiental de Instalação LAO – Licença Ambiental de Operação LAP – Licença Ambiental Prévia PBA – Plano Básico Ambiental PCH – Pequena Central Hidrelétrica PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente RIMA – Relatório de Impacto Ambiental SDS – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Santa SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente SLA – Sistema de Licenciamento Ambiental TR – Termo de Referência UTM – Projeção Universal Transversa de Mercator. 5.

(6) SUMÁRIO 1.  INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8  2.  OBJETIVOS ............................................................................................................. 10  2.1.  OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 10  2.2.  OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 10  3.  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 11  3.1.  SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................................................................................ 11  3.2.  FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA .............................................................................. 11  3.2.1.  Energia Solar .................................................................................................. 13  3.2.2.  Biomassa .......................................................................................................... 13  3.2.3.  Energia Eólica ................................................................................................ 14  3.2.4.  Energia Nuclear ............................................................................................. 14  3.2.5.  Gás Natural ..................................................................................................... 15  3.2.6.  Carvão Mineral .............................................................................................. 15  3.2.7.  Petróleo ............................................................................................................ 15  3.2.8.  Energia Hidráulica ....................................................................................... 16  3.3.  USINAS HIDRELÉTRICAS .......................................................................................... 16  3.4.  MINI E MICRO CENTRAIS HIDRELÉTRICAS .......................................................... 17  3.5.  PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS ................................................................ 17  3.6.  LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................................ 19  4.  REFERENCIAL METODOLÓGICO .............................................................. 24  4.1.  PESQUISA EXPLORATÓRIA ....................................................................................... 24  4.2.  PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 24  4.3.  ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 25  5.  RESULTADOS ........................................................................................................ 26  5.1.  LEGISLAÇÃO AMBIENTAL INCIDENTE SOBRE O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE PCHS ................................................................................................................... 26  5.2.  LICENCIAMENTO PRÉVIO ......................................................................................... 32  5.3.  LICENCIAMENTO DE INSTALAÇÃO ......................................................................... 41  5.4.  LICENCIAMENTO DE OPERAÇÃO ............................................................................ 43  5.5.  CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO – PCH SANTA LUZIA ALTO ...... 44  5.6.  ESTUDO DE CASO: PCH SANTA LUZIA ALTO – SC ........................................... 47  5.7.  ESTUDOS AMBIENTAIS SOLICITADOS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA PCH SANTA LUZIA ALTO ............................................................................................................ 49  5.7.1.  Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental. . 50  5.7.2.  Inventário Florestal ...................................................................................... 51  5.7.3.  Levantamento Fitossociológico ................................................................. 52  5.7.4.  Inventário Faunístico ................................................................................... 53  5.7.5.  Levantamento Arqueológico ...................................................................... 55  5.7.6.  Cadastro Sócio-Econômico ........................................................................ 55  5.7.7.  Reposição Florestal ...................................................................................... 56  5.7.8.  Plano Básico Ambiental. ............................................................................. 57 . 6.

(7) 5.7.9.  Relatórios Técnicos da Execução dos Programas Ambientais ........ 59  5.8.  IMPACTOS AMBIENTAIS LEVANTADOS PARA A IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DA PCH SANTA LUZIA ALTO E AS MEDIDAS MITIGADORAS ADOTADAS. ...................... 59  6.  CONCLUSÕES ....................................................................................................... 65  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 67 . 7.

(8) 1. INTRODUÇÃO O setor elétrico brasileiro teve seu período de crescimento nas décadas de cinqüenta, sessenta e setenta, com destaque para a criação das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), das Centrais Elétricas do Sul do Brasil (Eletrosul) e o Programa Nuclear Brasileiro. A partir do final da década de 70, ocorreu um declínio no setor elétrico nacional, devido à recessão, endividamento das estatais e estagnação da demanda. Duas décadas depois, desde 1993 o governo brasileiro vem abrindo caminho para reestruturação do setor elétrico e com isso um novo paradigma surgiu com a introdução da concorrência e a privatização das empresas estatais e federais do setor, retirando o papel de empreendedor do estado e transferindo-o para a iniciativa privada. A economia moderna é extremamente dependente da energia elétrica. Segundo Plano Decenal de Expansão da Eletrobrás para o período de 1999/2008 a demanda de energia elétrica cresce em uma ordem de 4,5% ao ano, devendo atingir 104.600MW já em 2008. O crescimento da demanda, bem como a escassez de oferta, restrições financeira, socioeconômicas e ambientais, tornam indispensável o maior aproveitamento das fontes alternativas de energia bem como o uso racional dos recursos energéticos, principalmente os não renováveis. Entre as principais formas de geração de energia elétrica no Brasil pode-se destacar entre as fontes não renováveis a nuclear os combustíveis fósseis tipo petróleo, carvão e gás e entre as fontes renováveis a energia eólica, biomassa, energia solar, hidrelétrica e a energia proveniente do aproveitamento das marés. Apenas duas fontes de energia, a hidráulica e o petróleo, são aproveitadas em larga escala no Brasil, sendo a hidráulica responsável pela maioridade do suprimento de energia elétrica nacional. O Brasil possui no total 1.749 usinas, destas 696 são usinas hidrelétricas em operação. Segundo dados de 2008 do Banco de Informações de Geração (BIG) o Brasil possui um grande potencial hidrelétrico, cerca de 260.000 MW, sendo boa parte deste ainda inexplorado, uma vez que a geração de energia atual é de 101.557 MW que significa menos da metade do potencial existente. A geração de energia hidroelétrica está entre as alternativas que apresenta reduzido custo para sua geração em relação a outras formas de geração como a solar, nuclear e eólica. A energia hidrelétrica é tida como uma forma de geração de energia que envolve tecnologia de engenharia de baixo risco, pois se tem domínio do processo de planejamento, construção e operação. A alternativa das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) apresenta uma série de vantagens em relação às grandes barragens como menor impacto ambiental em relação às grandes barragens, já que tem área alagada reduzida; menor custo para implantação, possibilitando a inclusão de pequenos e médios empreendedores no processo, prazo de maturação reduzido, cerca de dois anos para implantação de uma PCH. Uma das prioridades atuais da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no que se refere ao aumento da oferta de energia elétrica no Brasil é implantação de PCHs. Medidas como descontos na tarifa do uso do sistema de transmissão ou distribuição, possibilidade de atender mercados livres de energia, que são aqueles acima de 500 kW, como indústrias, shoppings que representam 20% do mercado brasileiro, garantia da compra da energia elétrica pela ELETROBRAS por 20 anos;. 8.

(9) são exemplos da política de priorização na implantação de PCHs no Brasil por parte da ANEEL. A implantação de uma PCH resulta em diversos impactos ambientais, sócioeconômicos e políticos, não só local como em muitos casos estendendo-se também por toda uma região. A fim de mitigar e reduzir estes impactos negativos, existem mecanismos de licenciamento ambiental para a implantação destes empreendimentos. A Constituição Federal em seu Artigo nº 225 garante o direito a todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Publico garantir este equilíbrio. O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e é através deste que o Poder Público pode garantir este objetivo. O licenciamento ambiental, esta definido pela Resolução CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997 como um procedimento administrativo pelo qual é analisado o empreendimento proposto para posterior emissão da licença ambiental. Existe uma série de parâmetros a serem observados ao se iniciar o processo de licenciamento ambiental de um empreendimento, começando pela competência do licenciamento, passando pelos estudos ambientais necessários, entre outros. Para tal, a legislação ambiental deve ser consultada e respeitada, tanto pelo empreendedor quanto pelo órgão ambiental licenciador. Com base no que foi dito anteriormente, o presente estudo fez uma análise do processo de licenciamento ambiental, etapa indispensável para implantação e operação de PCHs, averiguando os estudos ambientais solicitados no processo, analisando a legislação ambiental incidente sobre o licenciamento ambiental para as PCHs. Finalizando, foi realizada uma breve análise dos principais impactos ambientais levantados para a implantação e operação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da PCH Santa Luzia Alto, localizada no Oeste do Estado de Santa Catarina mais especificamente no Rio Chapecó, na divisa entre os municípios de São Domingos e Ipuaçu.. 9.

(10) 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Analisar o processo de licenciamento ambiental de Pequenas Centrais Hidrelétricas em Santa Catarina realizando um estudo de caso da PCH Santa Luzia Alto, localizada na divisa dos municípios de São Domingos e Ipuaçu no rio Chapecó, Oeste do Estado de Santa Catarina.. 2.2. Objetivos Específicos • Analisar a legislação ambiental incidente sobre o licenciamento ambiental de PCHs no Estado de Santa Catarina; • Averiguar os estudos ambientais solicitados no licenciamento ambiental da PCH Santa Luzia Alto no Estado de Santa Catarina; • Analisar os principais impactos levantados para implantação e operação da PCH Santa Luzia Alto no Estado de Santa Catarina.. 10.

(11) 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Setor Elétrico Brasileiro O setor elétrico Brasileiro que após anos de endividamento e crise, a partir dos anos 90 implantou uma nova política na tentativa de constituir um novo modelo institucional, com a privatização como plano de fundo. Citando De Abreu (1999, p.16): “a nova legislação para o setor permitiu a introdução do produtor independente e do autoprodutor em maior escala, os quais entraram em competição direta com as empresas já existentes”.. Diante a necessidade da expansão da matriz energética Brasileira, o governo Brasileiro renovou a legislação e abriu o mercado para empresas multinacionais, na esperança de resolver os problemas do setor elétrico nacional. O Brasil possui um dos maiores e melhores potenciais energéticos do mundo, destacando-se o potencial de aproveitamento hidráulico, contando ainda com potenciais da irradiação solar, da biomassa, da força dos ventos e das marés em abundância. Segundo Pires (2000) a base geradora de energia elétrica tem a característica de ser predominantemente hidráulica, sendo que à geração térmica cabe uma função de complementaridade nos momentos de pico do sistema. De acordo com ELETROBRAS (2003) em seu Plano Decenal de Expansão 2003/2012, que tem importância conjuntural, estrutural e no gerenciamento do setor elétrico Brasileiro, no setor se observará crescimento médio anual de 5,7% no consumo de energia elétrica faturado pelas concessionárias, atingindo os 510.000.000 MWh.. 3.2. Fontes de energia elétrica Uma fonte de energia pode ser considerada renovável quando não é possível estabelecer um fim na escala de tempo para sua utilização. Pode-se citar como exemplos o calor emitido pelo sol, a existência dos ventos, marés e dos cursos da água. As principais vantagens resultantes da sua utilização consistem no fato de não serem poluentes e poderem ser exploradas localmente. A utilização da maior parte das energias renováveis não conduz à emissão de gases poluentes. A exploração local das energias renováveis contribui para reduzir a necessidade de importação de energia, ou seja, atenua a dependência energética relativamente aos países produtores de petróleo e gás natural. As fontes de energia renováveis, com exceção da energia hidráulica, ainda são pouco utilizadas no Brasil devido aos custos de instalação, à inexistência de tecnologias bem desenvolvidas e redes de distribuição experimentadas e, em geral, ao desconhecimento e falta de sensibilização para o assunto por parte dos consumidores e dos municípios (AMBIENTE BRASIL, 2008). Como pode ser visto na Tabela 1, é predominante o número de empreendimentos em operação do tipo hidráulica (696), seguido pelas usinas tipo petróleo (615). No. 11.

(12) quesito capacidade instalada a predominância é também dos empreendimentos tipo hidráulica com 70,50% do total seguido pelo Gás com 10,39% do total. Com a reestruturação do setor elétrico nacional, as fontes de energia elétrica renováveis ganham força e tendem a ocupar maior espaço na matriz energética nacional (ANEEL 2005). Tabela 1– Empreendimentos em operação no Brasil, 2008.. TIPO. EMPREENDIMENTOS EM OPERAÇÃO Capacidade Total Instalada % N.° de N.° de (kW) (kW) Usinas Usinas 696 85 29. 77.353.107 10.223.982 1.181.028. 70,50 9,32 1,08. Óleo Diesel. 594. 3.302.324. 3,01. Óleo Residual. 21. 1.341.494. 1,22. Bagaço de Cana. 251. 3.293.463. 3. 13. 859.217. 0,78. 27 3. 231.207 41.59. 0,21 0,04. 4. 21.208. 0,02. 2. 2.007.000. 8 16. Hidráulica Gás. Petróleo. Biomassa. Natural Processo. Licor Negro Madeira Biogás Casca de Arroz. Nuclear Carvão Mineral. Carvão Mineral. Eólica Paraguai Argentina Importação Venezuela Uruguai Total. 1.749. %. 696. 77.353.107. 70,50. 114. 11.405.010. 10,39. 615. 4.643.818. 4,23. 298. 4.446.685. 4,05. 1,83. 2. 2.007.000. 1,83. 1.455.104. 1,33. 8. 1.455.104. 1,33. 247.05 5.650.000 2.250.000 200 70 109.727.774. 0,22 5,46 2,17 0,19 0,07 100. 16. 247.05. 0,22. 8.170.000. 7,45. 109.727.774. 100. 1.749. Fonte: Banco de Informações de Geração, Agosto de 2008. Modificado.. A seguir apresentam-se os principais tipos de energia utilizadas no Brasil.. 12.

(13) 3.2.1.. Energia Solar. A maioria das diversas fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos – são indiretamente fontes de energia solar (ANEEL 2005). O Sol irradia anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela população mundial neste mesmo período. É uma fonte de energia renovável e praticamente inesgotável. Seu aproveitamento como fonte de calor e luz é uma das alternativas energéticas mais promissoras para o século 21 (AMBIENTE BRASIL, 2008). Dentre os métodos de aproveitamento da energia solar atualmente mais comumente utilizados, segundo ANEEL (2005), são o aquecimento de água – através de coletores solares, usada principalmente no setor residencial – e a geração fotovoltaica de energia elétrica – devido ao efeito termoelétrico e fotovoltaico que a radiação solar tem sobre determinados materiais. No Brasil, citando ainda ANEEL (2005), “existem diversos projetos em curso e em operação para o aproveitamento de energia solar no Brasil, particularmente para sistemas de geração fotovoltaica”. O Brasil é um país privilegiado em termos de quantidade de radiação incidente e apesar de ser uma fonte de energia “gratuita”, renovável, limpa e aparentemente inesgotável, é uma fonte de energia que necessita do uso de grandes áreas para captação de energia, devido à baixa eficiência dos sistemas de conversão de energia (PORTAL EXAME, 2008).. 3.2.2.. Biomassa. A definição de biomassa do ponto de vista energético é toda matéria orgânica (vegetal ou animal) que pode ser utilizada na produção de energia elétrica. A produção de energia elétrica a partir da biomassa, atualmente, é muito defendida como uma alternativa importante para países subdesenvolvidos. Segundo (CTEnerg 2001, p.02): “A biomassa tem sido usada de forma crescente no mundo como insumo energético muito mais para usos finais como energia térmica, mas já de forma importante como geradora de energia elétrica, e de forma também crescente como origem de combustíveis líquidos (etanol).”. O etanol (álcool etílico) é o mais comum dos alcoóis e, obtido por meio da fermentação de amido e outros açúcares. Seu uso como fonte de geração de energia elétrica é algo novo, e as tecnologias de aproveitamento energético do etanol estão em desenvolvimento, sendo que o Brasil tem posição de destaque no desenvolvimento de tecnologias e na utilização desta fonte renovável de geração de energia elétrica. Segundo dados da FAPESP (2007) o Brasil é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo. Embora seja uma excelente aposta para o futuro, existem alguns problemas a serem observados, citando Ambiente Brasil (2008):. 13.

(14) “Existem problemas que precisam ser resolvidos para que o álcool torne-se realmente uma alternativa sócio e ambientalmente sustentável. Problemas esses, gerados pela monocultura da cana-deaçúcar, pela condição social e trabalhista da mão de obra empregada, pelo primitivo processo de colheita que obriga a queima da cana, entre outros”.. Segundo dados da ANEEL (2005) as projeções são de que a geração mundial de eletricidade a partir da biomassa deverá passar de 27.000.000 MWh em 2008. Apesar de ser uma fonte de energia renovável, limpa e promissora, a baixa eficiência termodinâmica e o relativo alto custo de transporte das matérias primas são ainda entraves ao maior desenvolvimento deste tipo de geração de energia elétrica, sendo necessários aprimoramentos e desenvolvimento de novas tecnologias de conversão energética de biomassa.. 3.2.3.. Energia Eólica. A geração de energia a partir dos ventos é uma promissora fonte renovável de energia. A partir da energia cinética contida nas massas de ar em movimento, a turbina eólica gera energia rotacional e então é convertida em energia elétrica (MONTENEGRO, 2000). No Brasil medidas de incentivo vêm sendo tomadas a fim de incentivar o uso da energia eólica no Brasil. Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (Eletrobrás, 2001) a capacidade de produção de energia por meios eólicos no país é de 143.500 MW. O alto custo dos equipamentos envolvidos – instalação e manutenção – faz com que esta fonte de geração de energia elétrica ainda não seja muito difundida no Brasil. No entanto os avanços tecnológicos têm reduzido e melhorado tanto desempenho e confiabilidade dos equipamentos, levando-nos a crer que esta será muito mais competitiva economicamente (ANEEL, 2005). O custo de geração eólica é elevado, custando em torno de R$220,00 por MW/h e o Parque Eólico de Osório no Rio Grande do Sul, por exemplo, está comercializando o MW/h por R$240,00 (VENTOS DO SUL ENERGIA, 2008).. 3.2.4.. Energia Nuclear. A energia nuclear consiste na fissão de urânio em reator nuclear para obtenção de energia para realizar movimento, calor e geração de energia elétrica. É uma fonte de energia não renovável. A energia nuclear, segundo Eletronuclear (2008) “ocupou o terceiro lugar entre as fontes de geração de energia no mundo, entretanto atualmente a geração de energia elétrica a partir de reatores nucleares não tem um futuro muito promissor sendo alvo de constantes críticas por parte da sociedade em geral, fato este devido ao risco de contaminação da água, ar e solo com os resíduos radioativos gerados”.. 14.

(15) No Brasil o estado do Rio de Janeiro é dependente da geração de energia de duas usinas nucleares (ANGRA I e II) e este ano foi concedida a licença prévia para a ANGRA 3 com previsão de geração de energia em torno de 10,6 milhões de MWh por ano (ELETRONUCLEAR 2008).. 3.2.5.. Gás Natural. O gás natural é, similarmente aos demais combustíveis fósseis, uma mistura de hidrocarbonetos leves, considerado uma fonte de energia limpa e utilizado principalmente como insumo básico da indústria gasoquímica e também como fonte de geração de energia elétrica (ANEEL 2005). Com a participação de 10,39% do total da produção de energia elétrica o gás natural pode ser categorizado como uma fonte de energia ainda em desenvolvimento. Segundo Ambiente Brasil (2008) o gás natural apresenta vantajosas características como a facilidade de transporte e manuseio, baixo impacto ambiental por produzir uma combustão limpa e fácil dispersão em caso de vazamento por ser mais leve que o ar, no entanto existem segundo ANEEL (2005) impactos indesejáveis ao meio ambiente, como por exemplo, a elevada quantidade de água necessária para o sistema de resfriamento.. 3.2.6.. Carvão Mineral. O Carvão mineral é formado a partir do soterramento, decomposição e fossilização, de componentes orgânicos sólidos, caracterizando-se como uma fonte de energia não renovável. Atualmente é responsável por cerca de 1,33% de toda a energia elétrica gerada no Brasil. No âmbito mundial, apesar dos graves impactos ambientais relacionados com o uso desta fonte de energia, o carvão ainda é uma importante fonte de energia (ANEEL, 2005). Apesar das vantagens da utilização do carvão mineral como fonte de geração de energia elétrica e de ter importante contribuição na matriz energética mundial com 39,1% de toda a eletricidade gerada no mudo, o uso energético do carvão mineral no Brasil é ainda restrito, correspondendo a 1.455 MW (ANEEL 2005).. 3.2.7.. Petróleo. O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos, proveniente da decomposição de matéria orgânica causada pela ação de bactérias em meios com teor de oxigênio baixo. O petróleo, considerado uma fonte de energia não renovável, é utilizado principalmente na geração termelétrica de energia elétrica (AMBIENTE BRASIL, 2008). Dados da ANEEL (2005) mostram que “em 2002 existiam poucas centrais termelétricas a óleo combustível, apenas 15, em operação no Brasil e 355 usinas de geração termelétrica a óleo Diesel”.. 15.

(16) Entre os impactos ambientais provenientes da utilização do petróleo como fonte de geração de energia elétrica, podemos citar a emissão de poluentes atmosféricos como um dos mais graves.. 3.2.8.. Energia Hidráulica. “A energia primária da água é a energia potencial gravitacional – proveniente do represamento da água – que antes de se tornar energia elétrica, deve ser convertida em energia cinética de rotação. Quem realiza todo esse processo de conversão é a usina hidrelétrica” (BRASIL ESCOLA, 2008). Historicamente no Brasil a relação de interdependência entre a água e energia tem contribuído significativamente para o desenvolvimento do país. O setor elétrico brasileiro, desde o século XX foi fortemente baseada na geração hidrelétrica de energia. Segundo Mielnik e Neves (1988, p.18) “em 1910, a capacidade instalada no país já era de 159.890 kW, dos quais 86% eram de origem hidráulica”. É uma fonte de energia renovável que atualmente, segundo dados do BIG (2008) tem uma expressiva participação na Matriz de Energia Elétrica Nacional com 70,50% do total. Com a reestruturação do setor hidrelétrico brasileiro, uma nova modalidade de aproveitamento hidroelétrico está sendo estimuladas, as pequenas centrais hidrelétricas, mais conhecidas no meio técnico como PCHs.. 3.3. Usinas Hidrelétricas Uma usina hidrelétrica pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia elétrica. O potencial hidráulico é proporcionado pela vazão hidráulica e pela concentração dos desníveis existentes ao longo do curso de um rio (UNESP, 2008). Segundo dados da ANEEL (2005, p.58): “Em setembro de 2003, havia registro de 517 centrais hidrelétricas em operação no Brasil, das quais 378 eram empreendimentos de pequeno porte – micro e pequenas centrais hidrelétricas.”. Ainda assim as usinas acima de 30 MW correspondem a 98,4% da capacidade hidrelétrica instalada no País e continuarão a desempenhar um papel predominante na matriz elétrica brasileira, estimando-se que em 2015 elas serão responsáveis por aproximadamente 75% da eletricidade no país (Banco Mundial, 2008). As usinas hidrelétricas representam uma boa alternativa de geração de energia elétrica, uma vez que usam uma fonte de energia renovável e limpa. No entanto existem impactos significativos devido à implantação destas como, por exemplo, o alagamento, que gera impactos nos meios físicos, biótico e sócio-econômico (mudanças no clima local, diminuição da vazão no rio no trecho de vazão reduzida, supressão da vegetação, etc.).. 16.

(17) Cabe aqui ainda citar dados referentes ao Relatório Principal nº 40995-BR do Banco Mundial (2008) que compara o valor de geração hidrelétrica com a termelétrica dizendo que “A hidreletricidade é ainda a fonte de geração mais econômica para o país, custando R$ 123,00 MW/h, quando comparada com fontes de geração tradicionais, como a termelétrica que custa R$ 135,00 MW/h”.. 3.4. Mini e Micro Centrais Hidrelétricas De acordo com ELETROBRAS (2008) pode-se classificar as centrais hidrelétricas com capacidade menor ou igual a 1.000 kW, em relação a sua potência, em: • Microcentrais Hidrelétricas: 10 < Potência ≤ 100 kW; • Minicentrais Hidrelétricas: 100 kW < Potência ≤ 1000 kW. As Microcentrais Hidrelétricas (MCH) utilizadas principalmente no passado para abastecimento de pequenas comunidades podem ser uma alternativa simples e viável ao fornecimento de energia a comunidades rurais isoladas.. 3.5. Pequenas Centrais Hidrelétricas O termo “Pequena Central Hidrelétrica” (PCH) é usado atualmente para classificar centrais geradoras de hidroeletricidade de pequeno porte, ou seja, empreendimentos com as seguintes características, segundo Resolução nº 625 de 09 de dezembro de 2003 da ANEEL: • Hidrelétricas com potência superior a 1.000 kW e igual ou inferior 30.000 kW, destinado a produção independente, autoprodução ou produção independente autônoma; • Área de reservatório inferior a 3 km2. Vale ressaltar ainda que segundo a mesma resolução, existem exceções com relação à área do reservatório, desde que se satisfaçam as condições especificadas no Artigo 4º inciso I da mesma, que diz que “O aproveitamento hidrelétrico que não atender a condição para a área do reservatório de que trata o artigo anterior, respeitados os limites de potência e modalidade de exploração, será considerado com características de PCH, caso se verifique pelo menos uma das seguintes condições:” I - atendimento à inequação: A < 14,3 x P Hb Sendo: P = potência elétrica instalada em (MW); A = área do reservatório em (km2); Hb = queda bruta em (m), definida pela diferença entre os níveis d'água máximo normal de montante e normal de jusante.. 17.

(18) É importante ressaltar que nesta condição a área do reservatório não poderá ser superior a 13,0 km2. Inciso II – reservatório cujo dimensionamento, comprovadamente, foi baseado em outros objetivos que não o de geração de energia elétrica. A construção de PCHs surgiu com o começo da geração hidrelétrica no Brasil, no fim do século XIX. A primeira vez que esta definição (PCH) foi citada na legislação nacional do setor elétrico foi em 1982, através da portaria DNAEE nº 109 (MONTENEGRO, 2000). Segundo dados da ANEEL (2005), “nos próximos anos espera-se adicionar cerca de 3.000 MW de potência ao sistema elétrico nacional, com os 238 futuros empreendimentos de pequeno porte”. O número de PCHs vem crescendo continuamente nos últimos anos no Brasil. Segundo a Tabela 2 atualmente temos 310 PCHs em operação, sendo estas responsáveis por uma potência de 2.208.848 kW (2,13% do total). Segundo dados do BIG (2008) teremos a adição de 238 PCH nos próximos anos (77 em construção e 261 outorgadas que ainda não iniciaram sua construção), sendo estas responsáveis pelo aumento em 3.658.960 kW da potencia proveniente de PCHs no Brasil. Tabela 2– Tipos de empreendimentos de geração de energia em operação.. EMPREENDIMENTOS EM OPERAÇÃO Potência Potência Tipo Quantidade Outorgada Fiscalizada (kW) (kW) Central Geradora 227 119.809 119.187 Hidrelétrica Eólica 16 248.25 247.05 Pequena Central 310 2.208.848 2.166.989 Hidrelétrica Solar 1 20 20 Usina Hidrelétrica 159 74.572.295 75.066.931 de Energia Usina Termelétrica 1.035 24.629.715 21.950.616 de Energia Usina 2 2.007.000 2.007.000 Termonuclear Total 1.75 103.785.937 101.557.793. %. 0,12 0,24 2,13 0 73,92 21,61 1,98 100. Fonte: Banco de Informações de Geração, 2008. Modificada.. 18.

(19) *Os valores de porcentagem são referentes à Potência Fiscalizada. A Potência Outorgada é igual à considerada no Ato de Outorga. A Potência Fiscalizada é igual à considerada a partir da operação comercial da primeira unidade geradora. O incentivo por parte do governo é um dos principais motivos para esse aumento no número de PCHs. Medidas já citadas neste estudo, como descontos na tarifa de uso do sistema de transmissão ou distribuição, a garantia de compra da energia elétrica gerada pela Eletrobrás por 20 anos e a autorização para atendimento de mercados livres, são apenas alguns exemplos destes incentivos. Além dos incentivos governamentais, diversas vantagens como o menor número de impactos ambientais negativos em relação às grandes usinas, ao menor custo para implantação, o reduzido prazo de maturação e a vantagem de investimento em uma fonte de energia renovável e assim contribuir com o desenvolvimento sustentável; estão contribuindo para o aumento no interesse e investimento em PCHs.. 3.6. Licenciamento Ambiental A Constituição Federal de 1988 demonstra preocupação com a sustentabilidade, quando em seu artigo 255º dispõe que “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida”. Neste mesmo artigo, § 1º, inciso IV prevê como uma das obrigações do Poder Público assegurar a efetividade do meio ambiente ecologicamente equilibrado devendo “exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” A maneira que o Poder Público tem para assegurar o meio ambiente ecologicamente equilibrado é através da Lei nº 6.938 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e assim elencou o licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras como um dos seus instrumentos, a fim de manter equilíbrio ambiental e buscar o desenvolvimento sustentável destas atividades. Citando Trennepohl (2007, p.1) podemos definir licenciamento ambiental como; “o processo de concordância do Poder Público com as obras ou atividades condicionadas à aprovação do Estado”.. O licenciamento ambiental, esta definido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), através de sua resolução nº 237 de 19 de dezembro de 1997, e diz que “Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual a administração pública, por intermédio do órgão ambiental competente, analisa a proposta apresentada para o empreendimento e a legitima, considerando as disposições legais e regulamentares aplicáveis e sua interdependência com o meio ambiente, emitindo a respectiva licença”. Este procedimento administrativo visa à obtenção de licenças ambientais necessárias para implantação de atividades causadoras de impactos ambientais. Segundo o artigo 1º da Resolução CONAMA 237/97 “Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar. 19.

(20) empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental”. O Decreto Federal n° 99.274/90, suplementado pela Resolução CONAMA n° 237/97, define três tipos de licença ambiental, sendo estas a Licença Ambiental Prévia (LAP), Licença Ambiental de Instalação (LAI) e finalmente a Licença Ambiental de Operação (LAO). A LAP deve ser emitida na fase preliminar do planejamento da atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implantação. A LAI autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem o motivo determinante. A LAO autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. A Figura 1, apresenta resumidamente as etapas a serem seguidas para o licenciamento ambiental de projetos hidrelétricos, desde a concepção do projeto de engenharia até a obtenção da licença de operação.. Figura 1 – Etapas do licenciamento ambiental ao longo de um projeto de engenharia. Fonte: Banco Mundial 2008, alterado.. 20.

(21) Citando a Resolução CONAMA n° 237, no que refere as competências do licenciamento ambiental, leva-se em consideração o grau de impacto, pertencendo ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) os empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber: • Localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União; • Em dois ou mais Estados; • Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; • Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN; • Bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada à legislação específica. Segundo Trennepohl (2007, p.16): “Importa salientar que, nos casos em que se conclui pela competência da União para o licenciamento ambiental, não significa que esta deva, obrigatoriamente, ser exercida pelo órgão federal de meio ambiente. No entanto, a delegação de competência aos órgãos estaduais deve ser precedida de exigências e parâmetros mínimos, funcionando como termos de referência, visando garantir a prevalência do interesse nacional. Esta é a única maneira de evitar que interesses econômicos ou políticos sobreponham-se à cautela e à precaução.”. Voltando a citar a Resolução CONAMA n° 237/97 define-se que os órgãos ambientais estaduais de meio ambiente, são responsáveis pelo licenciamento daqueles empreendimentos localizados ou desenvolvidos: • em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; • nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; • cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios; • delegados pela União, por instrumento legal ou convênio. A Resolução supracitada apresenta em seu artigo 6º a possibilidade de licenciamento ambiental municipal quando dispõe que “compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito. 21.

(22) Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio”. É de fundamental importância para o processo de licenciamento ambiental a definição de impacto ambiental e segundo a Resolução CONAMA no 306 de 05 de julho de 2002, impacto ambiental é “Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota e a qualidade”. Ainda referente a esta Resolução, conforme o inciso II do artigo 6º. “o impacto ambiental pode ser positivo (trazer benefícios) ou negativo (adverso), e pode proporcionar ônus ou benefícios sociais”. Pode-se definir impacto ambiental como “qualquer modificação dos ciclos ecológicos em um dado ecossistema, afetando a estabilidade preexistente dos ciclos ecológicos, fragilizando-a ou fortalecendo-a (MACEDO, 1995). Através da definição, estudo e análise dos impactos ambientais, avaliam-se as conseqüências das ações que venham a causar um impacto ambiental e interferir na qualidade de um ambiente, buscando-se assim a mitigação dos impactos ambientais negativos e promovendo a melhoria ou manutenção da qualidade do ambiente afetado e ainda a potencialização dos impactos positivos. Existem diferentes metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). Segundo De Almeida e Bastos (1999) “devido à diversidade de métodos de AIA existentes, faz-se necessário que, sob nossas próprias condições, sejam estes selecionados, adaptados, revisados e modificados para que sejam estes realmente úteis na tomada de decisão de um projeto, ficando a critério de cada equipe técnica a seleção daquele(s) método(s) mais apropriado(s), ou parte dele(s), de acordo com as atividades propostas”. Ainda segundo De Almeida e Bastos (1999), basicamente temos: metodologias espontâneas (Ad Hoc); Listagens (Check-list); Matrizes de interações; Redes de interações (Networks); metodologias quantitativas; modelos de simulação; mapas de superposição (Overlays); projeção de cenários, entre outras. É importante selecionar metodologias na medida em que estas possam ser usadas e/ou adaptadas às condições específicas de cada Estudo Ambiental. A Resolução CONAMA nº 01 de 23 de janeiro de 1986 estabelece a obrigatoriedade da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) bem como seu Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para empreendimentos modificadores do meio ambiente. Os Estudos Ambientais são uma das atividades que dão suporte AIA. A definição exata para Estudos Ambientais está expressa da seguinte maneira na Resolução CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997: “São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental,. 22.

(23) plano de manejo, plano de recuperação da área degradada e análise preliminar de risco”. Os estudos ambientais, por serem complexos e de elevado custo, devem ser executados com prudência, tem-se como exemplo a citação de De Cunha e Bastos (1999), “os estudos ambientais devem desenvolver um conjunto de atividades em uma determinada ordem, para apresentação mais adequada, sendo algumas destas interdependentes e outras se processando ao longo de todo o estudo, podendo, à medida que se desenvolvam os trabalhos, ser aperfeiçoadas”.. 23.

(24) 4. REFERENCIAL METODOLÓGICO A pesquisa aqui utilizada pode ser classificada quanto seus objetivos, segundo Gil (2002) como pesquisa exploratória, sendo esta desenvolvida com base na fundamentação teórica conceitual, revisões bibliográficas, buscando-se investigar os problemas de acordo com os objetivos aqui propostos. Em relação aos procedimentos técnicos utilizados, ainda segundo o autor supracitado esta se classifica como estudo de caso e pesquisa bibliográfica.. 4.1. Pesquisa Exploratória Essa categoria de pesquisa tem segundo Gil (2002, p.41): “objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou constituir hipóteses”.. Para Malhotra (2001), o objetivo principal é possibilitar a compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador. A pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o problema com maior precisão e identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais antes que se possa desenvolver uma abordagem. O planejamento desta categoria de pesquisa é bastante flexível e envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoal com experiência com o problema e análise de exemplos para melhor compreensão do mesmo. Apesar desta flexibilidade no desenvolvimento da pesquisa exploratória, usualmente assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso (GIL, 2002). O levantamento bibliográfico efetuado neste trabalho considerou o licenciamento da PCH Santa Luzia Alto, em Santa Catarina, buscando levantar a legislação ambiental relacionada aplicável no estudo de caso. Buscaram-se ainda informações sobre os Estudos Ambientais exigidos no licenciamento do empreendimento objeto do estudo, bem como os impactos ambientais relacionados nas fases de implantação e operação deste.. 4.2. Pesquisa Bibliográfica A pesquisa bibliográfica é caracterizada por seu meio de desenvolvimento, com base em materiais já elaborados, como legislação ambiental – neste caso específico – livros, publicações periódicas e artigos científicos. Apresenta como principal vantagem a cobertura de gama de fenômenos mais ampla que a pesquisa direta. No entanto é necessário estar alerta principalmente para fontes secundárias que possivelmente apresentem dados coletados ou processados equivocadamente (GIL, 2002). O levantamento bibliográfico realizado foi de fundamental importância, norteando o desenvolvimento do presente trabalho, uma vez que permitiu o acesso às informações necessárias para a conclusão do mesmo.. 24.

(25) 4.3. Estudo de Caso O estudo de caso para Gil (2002) é o estudo exaustivo e aprofundado de um ou alguma situação em particular ou de um ambiente, de maneira a permitir o amplo e detalhado conhecimento deste. Visa o fornecimento de uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que influenciam ou por ele são influenciados. O estudo de caso é usado com diversos propósitos, como exploração das situações da vida real com limites não claramente definidos; descrição da situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; formular hipóteses ou desenvolvimento de teorias e explicação das variáveis causais de determinado fenômeno em situações complexas que não permitem a utilização de levantamentos e experimentos (GIL, 2002). Para sua realização não são definidos procedimentos metodológicos rígidos, sendo recomendável o cuidado especial na análise e interpretação dos dados obtidos. O estudo de caso justifica-se aqui pela necessidade de se apresentar uma visão geral do processo de licenciamento ambiental em Santa Catarina aplicado a um empreendimento existente e consolidado, confrontando a base de dado levantada com o empreendimento em questão. No desenvolvimento deste trabalho foram utilizados dados referentes aos estudos ambientais e ao processo de licenciamento ambiental da PCH Santa Luzia Alto, localizada na Bacia Hidrográfica do Rio Chapecó, no Oeste do Estado de Santa Catarina e na divisa dos municípios de São Domingos e Ipuaçu. O Licenciamento Ambiental foi realizado pela empresa Terra Consultoria em Engenharia e Meio Ambiente entre os anos de 2006 a 2008.. 25.

(26) 5. RESULTADOS A exposição dos resultados obtidos a partir da pesquisa exploratória e bibliográfica aqui realizada será exposta em quatro subtítulos, iniciando com a discussão em torno da legislação ambiental incidente sobre o licenciamento ambiental de PCHs em Santa Catarina, partindo para uma breve descrição do empreendimento escolhido e do processo de licenciamento ambiental ao qual este foi submetido. A terceira etapa será a averiguação dos Estudos Ambientais solicitados no licenciamento da PCH Santa Luzia Alto e finalizando, no quarto subtítulo, uma breve análise dos principais impactos levantados para implantação e operação da PCH Santa Luzia Alto.. 5.1. Legislação Ambiental Ambiental de PCHs. Incidente. Sobre. o. Licenciamento. O crescimento da conscientização ambiental no mundo a partir da década de 60 nos países industrializados levou as comunidades a demandar uma melhor qualidade ambiental (De ALMEIDA e BASTOS, 1999). Como ponto de partida para a legislação ambiental pode-se destacar a Conferência das Nações Unidas, realizada em Estocolmo/Suécia em 1972 (TRENNEPOHL, 2007). Segundo Monosowski (1989, p.16): “A adoção, em 1934, do Código das Águas, do Código da Mineração e do Código Florestal, e também a criação, em 1937, do Parque Nacional de Itatiaia e da legislação de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional marcam o início das ações governamentais no campo das políticas ambientais”.. O autor supracitado diz ainda que “a partir de 1975, o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento – PND – definiu prioridades como, por exemplo, a adoção de normas antipoluição para o controle da poluição industrial. Esta tendência foi consolidada pelos decretos nº 1.413 de 14 de agosto de 1975 e o decreto nº 76.389 de 03 de outubro de 1975. Estes definem as medidas de prevenção e controle da poluição ambiental”. O fato importante relacionado a estes decretos é que estes autorizam a criação de sistemas de licenciamento nos estados e municípios para a instalação e o funcionamento das atividades industriais potencialmente poluidoras. No Brasil a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 (alterada pelas Leis 7.804/89 e 8.028/90; regulamentada pelos Decretos 89.336/84, 97.632/89 e 99.274/90), estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. A referida Lei define o licenciamento ambiental como um instrumento de controle prévio da PNMA, destinado a verificação da observância das normas de Direito Ambiental antes do início da atividade controlada (Nogueira, 2005). Para isso, ficou definido que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de quaisquer estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos naturais, considerados efetiva. 26.

(27) ou potencialmente poluidores, bem como capazes sob qualquer forma, de causar a degradação ambiental no Território Nacional, dependem de prévio licenciamento. A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 225º garante o direito a todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Publico garantir este equilíbrio. Nesta diz que “para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público, entre outros, exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.” Em seu artigo 5º, a Constituição Federal dispõe sobre a ação popular com vistas a anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ressaltando assim a importância das audiências públicas presentes no processo de licenciamento ambiental. A Constituição Federal estabelece em seu artigo 20º que são bens da União “os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio”, ou seja, bens públicos. O artigo 21º ainda relata que compete a União “instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.” Através da Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 fica instituída a Política Nacional de Recursos Hídricos, criando também o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Empreendimentos que usem o potencial hídrico ligados à produção de energia elétrica estão sujeito à Outorga de direito de uso dos recursos hídricos, conforme disposto na Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 em seu artigo 12º, inciso IV que diz “estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos: inciso IV – aproveitamento dos potenciais hidrelétricos, sendo a autoridade responsável pela outorga indicada pelo Poder Executivo Federal – para recursos hídricos de domínio da União – e por autoridade designada pelo Poder Executivo dos Estados – para recursos hídricos de domínio Estadual”. Em relação aos Recursos Hídricos no Estado de Santa Catarina temos ainda a Lei nº 9.748 de 30 de novembro de 1994, que instituí a Política Estadual de Recursos Hídricos e esta prevê a implantação do sistema integrado de outorga do uso da água, devidamente compatibilizado com sistemas de licenciamento ambiental e determina ainda a criação do sistema de outorga. A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina – SDS está regularizando o uso dos Recursos Hídricos no Estado, através do Cadastro dos Usuários dos Recursos Hídricos. A Outorga de Uso dos Recursos Hídricos deve ser requerida através do preenchimento do formulário de requerimento e o Cadastro Estadual de Usuários de Recursos Hídricos – CEURH bem como o Cadastro Nacional de Usuários de Água – CNUA, que faz parte do requerimento de Outorga de Recursos Hídricos e encaminhar para a SDS. No formulário de requerimento deve ser informado o Objetivo do uso, o Número do Cadastro Nacional de Usuários de Água, a Finalidade do empreendimento, o Tipo de outorga de direito de uso do recurso hídrico, o Tipo de outorga da obra, a Existência de Autorização Ambiental para a implantação do empreendimento, a posse ou não das licenças ambientais bem como suas datas de validade.. 27.

(28) Deve ser observado que será necessária a ficha técnica das obras hidráulicas quando se tratar de construção de obras que configurem interferência e implique em alteração do regime, da quantidade ou da qualidade da água existente em um corpo hídrico. É necessária a indicação do responsável técnico pela obra, além da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART e ainda a indicação dos documentos de propriedade ou de cessão de uso do terreno onde se situa o empreendimento. Na prática atualmente o procedimento adotado para PCHs é a emissão de uma Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica pela SDS. Nesta são reservadas as vazões naturais afluentes conforme a série de vazões aprovada pela ANEEL para um cenário de 30 anos, considerando os usos múltiplos a montante da bacia e acrescido de um fator de segurança de 50%. Esta reserva não confere o direito de uso dos recursos hídricos e se destina a reservar a vazão a ser outorgada. Isto possibilita ao investidor o planejamento do seu empreendimento. Esta declaração é válida temporariamente, enquanto os estudos para a realização da outorga não está finalizado para todas as Bacias Hidrográficas de Santa Catarina e pode ser suspensa parcial ou totalmente. Como condicionantes desta Declaração temos a necessidade de manutenção de uma vazão mínima e o monitoramento diário das vazões. Esta de A Constituição Estadual de Santa Catarina de 1989 em seu artigo 9º relata que ao Estado compete a proteção do meio ambiente, o combate a poluição em qualquer de suas formas e a preservação das florestas, a fauna e a flora. Compete ainda ao Estado legislar, concorrentemente com a União, sobre: florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição. Em seu artigo 182º, a Constituição Estadual incumbe ao Estado, na forma de lei: “exigir, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudos prévios de impacto ambiental, a que se dará publicidade”.. No Estado existe o Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA, previsto no artigo 103º, inciso II, da Lei nº 8.245, de 28 de abril de 1991, mantido pelo artigo 126º, da Lei nº 9.831, de 17 de fevereiro de 1995, com redação dada pela Lei nº 9.877, de 17 de julho de 1995 é um órgão superior de caráter colegiado, consultivo, normativo e deliberativo, integrante da estrutura organizacional da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. O CONSEMA tem por finalidade orientar as diretrizes da Política Estadual do Meio Ambiente, definidas no Plano de Governo. Voltando ao cenário nacional, embora a Política Nacional do Meio Ambiente tenha sido promulgada em 1981, algumas das determinações contidas na mesma foram somente regulamentadas em 1986 por meio da Resolução nº. 01 do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. Nestas alterações foram atribuídas as responsabilidades e se disciplinaram os meios institucionais que definem e estabelecem o conceito de Impacto Ambiental. É de fundamental importância para o processo de licenciamento ambiental a definição de impacto ambiental e a Resolução CONAMA no 01/86 traz uma definição que diz: “impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas. 28.

(29) e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota e a qualidade dos recursos ambientais.”. Ainda referente a esta Resolução, conforme o artigo 6º, inciso II “o impacto ambiental pode ser positivo (trazer benefícios) ou negativo (adverso), e pode proporcionar ônus ou benefícios sociais”. É muito importante essa separação, uma vez que quando se fala em impacto ambiental, não se pode pensar apenas em mitigar impactos negativos, devendo-se adotar medidas para potencializar os impactos positivos. Em 1994, a Resolução CONAMA nº 11, de 04 de maio já mostrava preocupação com o desenvolvimento de novos procedimentos para o licenciamento ambiental e considerava que o Sistema de Licenciamento Ambiental – SLA tinha sofrido várias regulamentações. Consta ainda nesta resolução que as regulamentações então existentes necessitavam de diretrizes mais claras e adequadas às diversas atividades a serem licenciadas bem como a necessidade de se considerar a realidade regional de cada Estado e município no sistema de licenciamento. Era necessário realizar uma revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente, além da necessidade de regulamentação de aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos nesta, que até então ainda não estavam definidos. Existia ainda a necessidade de ser estabelecidos critérios para exercício da competência para o licenciamento a que se refere o artigo 10 da Política Nacional do Meio Ambiente, além da integração da atuação dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA na execução da Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas competências. Foi assim que no ano de 1997 foi homologada a Resolução CONAMA nº 237 que ainda hoje regula o licenciamento ambiental de atividades modificadoras do meio ambiente a nível federal. Nesta está disposto sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Segundo De Almeida e Bastos (1999) “com o desenvolvimento do sistema de licenciamento, observou-se que os órgãos ambientais não conseguiriam lidar com estudos de avaliação de impactos ambientais de algumas atividades de grande porte, por melhor equipados e preparados que fossem”. Assim se observou a necessidade de reunir e sintetizar estes estudos em um único documento, sendo este o Estudo de Impacto Ambiental. As definições legais de licenciamento, licença ambiental e estudos ambientais estão dispostas no artigo 1º desta resolução dizendo: “I – Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso;. 29.

Referências

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