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A produção do espaço geográfico: o espaço sideral

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Academic year: 2021

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UNIJUI – Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Departamento de Humanidades e Educação

Curso de Geografia

PAULO ROBERTO SANTOS MACHADO

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: O ESPAÇO SIDERAL

IJUÍ / RS

2011

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PAULO ROBERTO SANTOS MACHADO

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: O ESPAÇO SIDERAL

Monografia apresentada ao curso de Geografia da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Geografia

Orientador: Msc. Mario Amarildo Attuati

IJUÍ / RS

2011

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"Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.”

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 6

Capítulo 1 - AS BASES DA OCUPAÇÃO ESPACIAL ... 8

1.1. MODELOS DA TERRA: O GEOCENTRISMO E O HELIOCENTRISMO ... 9

1.2. ESPAÇO SIDERAL OU ESPAÇO EXTERIOR ... 10

1.3. ÓRBITAS TERRESTRES ... 11

1.3.1. ÓRBITA TERRESTRE INFERIOR ... 12

1.3.2. ÓRBITA TERRESTRE MÉDIA ... 12

1.3.3. ÓRBITA TERRESTRE ALTA ... 12

Capítulo 2 - A EXPLORAÇÃO ESPACIAL ... 13

2.1. A CORRIDA ESPACIAL... 14

2.2. A NOVA ERA DA EXPLORAÇÃO ESPACIAL ... 15

2.3. A TERRITORIALIZAÇÃO DO ESPAÇO SIDERAL ... 18

2.3.1. O DIREITO ESPACIAL ... 18

2.3.2. POLÍTICA ESPACIAL BRASILEIRA ... 20

Capítulo 3 - A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO SIDERAL ... 22

3.1. UTILIZAÇÃO DE SATÉLITES ARTIFICIAIS ... 23

3.2. O LIXO ESPACIAL ... 27

3.3. O TURISMO ESPACIAL ... 29

3.4. MINERAÇÃO E AGRICULTURA ESPACIAL ... 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 33

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R

ESUMO

Uma vez que sofra a intervenção humana, apresente as marcas dessa atuação e organização, o espaço surge como espaço geográfico. Na era das grandes navegações, quando novos mundos foram descobertos, coube à Geografia papel importante no entendimento desses novos territórios, sua ocupação e exploração. Com o início da corrida espacial, na década de 60 do século XX, o Homem começa a dar os primeiros passos para o domínio do espaço sideral. Os subsídios técnico-científicos para esta ocupação são fornecidos pela Astronomia. É ela a base do conhecimento para colocar em órbitas próximas à Terra os satélites artificiais, estações espaciais e, em um futuro próximo, enviar missões tripuladas a novos planetas. O espaço sideral passa a apresentar marcas da ocupação humana, tornando-se assim, espaço geográfico e, novamente, caberá à Geografia papel de destaque na análise desta ocupação. Este trabalho busca contextualizar a conquista espacial a partir do início da corrida espacial até a atual concepção, a qual considera a exploração espacial como projeto para a humanidade, com estreita colaboração entre as dezenas de Agências Espaciais espalhadas pelo mundo; identificar os países que estão na liderança e analisar a posição do Brasil neste processo e, para finalizar, pretende identificar os primeiros impactos da exploração espacial nas áreas político-sociais, econômicas e ambientais, tratando a indústria, o turismo, o lixo, a agricultura e a mineração espaciais, os acordos sobre a territorialidade do espaço sideral.

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I

NTRODUÇÃO

As grandes navegações dos séculos XV e XVI ampliaram o objeto de estudo geográfico e foram feitas usando a Astronomia que, com seu conhecimento da dinâmica da esfera celeste e dos instrumentos para a medição e posições dos astros, dava aos navegadores condições de orientação em alto mar onde outros referenciais não haviam. Com o início da corrida espacial, na década de 60 do século XX, o Homem começa a dar os primeiros passos para o domínio do espaço sideral. Assim como as do passado, as navegações para a Lua e as planetárias fazem uso dos subsídios técnico-científicos fornecidos pela Astronomia. A Astronáutica detém a base do conhecimento para colocar em órbitas próximas à Terra os satélites artificiais, as estações espaciais e, em um futuro próximo, enviar missões tripuladas a novos planetas. A humanidade começa a apropriar-se do espaço sideral, modificando-o e deixando nele as marcas da sua atividade. Novamente com apoio da Astronomia, mais especificamente pela Astronáutica, amplia-se o objeto de estudo geográfico.

Mais do que buscar as relações entre Geografia e Astronomia e buscar na Astronáutica temas que possam ser estudados pela Geografia, este trabalho objetiva mostrar que a ocupação do espaço sideral é, ela própria, objeto de estudo da Geografia. A atividade humana no espaço sideral inclui-se em áreas do conhecimento Geográfico – da Geografia da Indústria, da Geografia Econômica, da Geografia Política, meio ambiente, turismo.

Esta pesquisa foi desenvolvida em três capítulos. No primeiro capítulo, se faz uma breve revisão sobre os conceitos fundamentais para o lançamento dos primeiros artefatos ao espaço. Estas informações fazem parte dos conhecimentos básicos da Astronomia e contam com extensa bibliografia, fazendo parte, inclusive, de livros didáticos de Geografia do ensino fundamental. No capitulo dois, é feita uma contextualização histórica da exploração espacial, iniciando com a corrida espacial,

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durante a Guerra Fria, avançando até a nova fase da exploração espacial deste início do século XXI. A questão da territorialização do espaço sideral, com abordagens relativas ao Direito espacial e à política espacial brasileira é tratada também neste segundo capítulo. A conquista espacial encontra farta literatura e a internet conta com milhares de sites, excelentes fontes de pesquisa. No último capítulo, é feita uma análise das questões tecnológicas, econômicas, ambientais, relacionadas ao uso dos satélites artificiais, das questões do lixo espacial, do turismo espacial e da possibilidade futura da agricultura espacial e da mineração de corpos celestes. Há menos livros disponíveis tratando destes assuntos, sendo que a maior fonte de informações faz parte de periódicos, revistas e jornais que foram consultados na internet.

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C

apítulo 1 - AS BASES DA OCUPAÇÃO ESPACIAL

O céu desde sempre foi objeto de fascínio do homem. As últimas cinco décadas foram pródigas no desenvolvimento da tecnologia espacial que já nos permite a ocupação do espaço sideral próximo e poderá, um dia, levar a humanidade a ocupar novos planetas. Mas nem sempre se teve o mesmo entendimento que, hoje, norteia nossas pesquisas e conhecimentos sobre o funcionamento do Universo. Antes da invenção do telescópio, quando o Homem ainda estava limitado a observar o que os seus olhos podiam ver, antes da era “moderna” da Astronomia, os conceitos e teorias sobre o Universo eram fortemente ligados aos mitos e à religiosidade.

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1.1.

MODELOS DA TERRA: O GEOCENTRISMO E O HELIOCENTRISMO

Conforme Souza (2007), o Geocentrismo, modelo em que a Terra estava no centro de tudo, com o Sol e os planetas presos a esferas de cristal girando à sua volta, vigorou por muitos séculos. Dos vários modelos criados com base no Geocentrismo, o de Cláudio Ptolomeu foi o mais completo. Sua proposta era bastante convincente e era suficiente para atender às necessidades da época. Para ele, a Terra estava no centro, e a Lua, o Sol, os planetas e as estrelas estavam colocados à sua volta em conformidade com o tempo que cada astro demorava a dar uma volta na esfera celeste. Assim, a primeira esfera era a da Lua. Logo a seguir, a esfera do Sol. Depois, vinham as cinco esferas dos cinco planetas conhecidos (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno). Na última esfera, vinham as estrelas “fixas”. Eventualmente, pequenas inconsistências surgiam. Por vezes, os planetas diminuíam a velocidade do seu movimento, chegando a parar e mover-e para trás numa inexplicável “laçada” no céu. Num esforço para justificar estes fatos, foram criados os epiciclos1 que justificavam os movimentos estranhos. Quando

mesmo isso não era suficiente, novos epiciclos eram adicionados, até que a reação do astro fosse aquela esperada.

Apesar de inconcebível à teologia de então, havia quem afirmasse que era o Sol, e não a Terra, o centro do Universo. Nicolau Copérnico foi o primeiro a publicar, em 1543, a teoria do Heliocentrismo, um sistema em que o Sol estava no centro de tudo. Observações mostravam que não eram necessários os complicados epiciclos para justificar os movimentos dos planetas, se o Sol estivesse no centro do sistema. Essa idéia não foi aceita até 70 anos depois da publicação de Copérnico, quando Galileu passou a fazer observações do céu com uma luneta e percebeu o movimento em torno de Júpiter de seus quatro maiores satélites, movimentos que contradiziam as bases do Geocentrismo. Ao mesmo tempo, Johanes Kepler deu fundamentação matemática às conclusões de Galileu.

Segundo Costa (2004), Johanes Kepler (1571-1630) é um dos grandes nomes da astronomia. pastor luterano, direcionou o seu grande conhecimento

1 pequeno círculo imaginário da esfera celeste, cujo centro se encontra na circunferência de um outro círculo

maior, ou seja é um círculo que um astro supostamente descrevia em torno de um ponto, o qual, por sua vez, descrevia um outro círculo em torno da Terra, chamado deferente, ou, às vezes, em torno do centro de outro epiciclo.

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matemático para a Astronomia. Em 1600, vai trabalhar como assistente do famoso astrônomo Tycho Brahe, de quem acabou herdando anotações de dezenas de anos de observações atentas, que originaram os mais completos e confiáveis dados referentes aos movimentos de estrelas e planetas. Partidário da teoria herética do Heliocentrismo de Copérnico, Kepler utilizou as anotações de Tycho para definir o que ficou conhecido como “Leis de Kepler sobre o Movimento Planetário”. São três leis que mostram que os planetas movem-se em padrões previsíveis e baseados em princípios matemáticos. Combinando estes princípios como a teoria de Copérnico, chegou a fazer previsões com grande grau de precisão sobre a futura posição dos planetas. A publicação do seu trabalho, em meados de 1650, fez com que o Geocentrismo de Ptolomeu desse lugar ao Heliocentrismo de Copérnico.

Ainda conforme Costa (2004), Isaac Newton foi o primeiro a explicar a causa do movimento dos planetas em torno do Sol como sendo a mesma que nos mantém presos á Terra – a Gravidade. Segundo Newton, “todos os objetos do Universo atraem todos os outros objetos com uma força direcionada ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos, e que é proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da separação entre os dois objetos”. A Lei da Gravitação Universal publicada por Newton no seu Principia

Mathematica é a base da exploração espacial.

1.2.

ESPAÇO SIDERAL OU ESPAÇO EXTERIOR

A Terra, o terceiro planeta a partir do Sol, está envolvida por gases insípidos, incolores e inodoros, presos à sua superfície pela força da gravidade – a atmosfera. A atmosfera terrestre está dividida em cinco camadas: a) Troposfera, onde acontecem praticamente todos os fenômenos meteorológicos, com média de 12 km de espessura; b) Estratosfera, onde circulam a maioria dos aviões a jato e onde está a camada de Ozônio, atingindo até 50 km de altitude; c) Mesosfera, onde se dá a combustão dos meteoróides, entre 50 a 85 km de altitude; d) Termosfera, de 100 a 900 km de altitude, é onde orbitam os satélites artificiais; e) Exosfera, acima da Termosfera, confundindo-se com o espaço exterior.

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O limite onde os efeitos atmosféricos são notáveis fica em torno de 120 km de altitude. Recentemente cientistas canadenses, após experimentos baseados em medições dos efeitos nos ventos da alta atmosfera causados pelos fluxos de energia das partículas vindas do espaço, afirmaram que a fronteira do espaço se encontra a exatamente 118 km de altitude (figura 1).

Figura 1 – Fronteira do espaço

Disponível em:

http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Cientistas_determinam_com_precisao_a_Fronteira _do_Espaco&posic=dat_20090413-091920.inc – acesso em 06/11/2011

1.3.

ÓRBITAS TERRESTRES

Órbita é definida pela trajetória fechada (circular ou elíptica) que qualquer objeto descreve em torno de um astro. O experimento mental elaborado por Newton demonstra a relação da força gravitacional com as órbitas planetárias bem como de qualquer outro objeto. Um objeto que alcance a velocidade de pouco mais de 11,26 km/s (aproximadamente 40.536 km/h), mesmo sendo continuamente desacelerado pela gravidade da Terra, será capaz de escapar dela. Para que este objeto mantenha-se em órbita ao redor do planeta, ele precisará atingir altitudes tais que velocidade e força gravitacional fiquem equilibradas. Para colocar um satélite em órbita ao redor da Terra, a uma altitude de 322 km, por exemplo, deve-se

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impulsioná-lo a uma velocidade de aproximadamente 28.962 km/h. O satélite cairá continuamente rumo à Terra atraído pela força da gravidade, mas a superfície curva do planeta não permitirá sua aterrissagem. O satélite estará sempre caindo e sempre “errando” a Terra.

1.3.1. ÓRBITA TERRESTRE INFERIOR

Órbita entre 350 km e 5 mil km de altitude. É onde ocorre a maioria das missões tripuladas do Programa Espacial. Abriga o telescópio espacial Hubble e a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). O sistema de satélites de órbita terrestre baixa (LEO, na sigla em inglês) ocupa uma altitude entre 600 e 2 mil km e é utilizado para telefonia por satélite, sistemas de comunicação pessoais móveis e tráfego de voz.

1.3.2. ÓRBITA TERRESTRE MÉDIA

Localiza-se acima da órbita terrestre inferior, de 10 a 20 mil km acima da Terra. O sistema de satélites de órbita terrestre média (MEO, na sigla em inglês) não mantém uma posição fixa em relação à superfície terrestre. O sistema MEO exige uma maior quantidade de satélites para obter uma cobertura total do globo e são utilizados para navegação.

1.3.3. ÓRBITA TERRESTRE ALTA

Localizada de 25 a 55 mil km acima do nível do mar. Na Astronáutica é conhecida como órbita síncrona geoestacionária (OSG). Nela se concentram as aplicações comerciais do sistema de satélites de órbita geossíncrona (GEO, na sigla em inglês). Os satélites GEO orbitam sobre o equador terrestre, a 35 mil km de altura e tem um período orbital de 24 horas, o que os mantém sempre em uma mesma posição em relação à superfície.

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C

apítulo 2 - A EXPLORAÇÃO ESPACIAL

A história da Astronáutica, a ciência da exploração espacial, tem início no período da II Grande Guerra, quando das primeiras experiências com os foguetes V-1 e V-2 desenvolvidos pelos alemães como novas armas de guerra. No pós-guerra, Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) disputam a hegemonia política, econômica e militar mundial. O período histórico que ficou conhecido como a Guerra Fria – a paz armada – foi de grande desenvolvimento tecnológico, notadamente nos setores energético, comunicações e tecnologia espacial. Criados durante a corrida armamentista entre soviéticos e americanos, os grandes mísseis balísticos intercontinentais foram construídos com base nos foguetes V-2 e são considerados os precursores dos foguetes de lançamento de satélites, sondas e naves espaciais que viabilizaram as primeiras atividades espaciais.

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2.1.

A CORRIDA ESPACIAL

Durante a Guerra Fria, como uma forma de mostrar ao mundo qual o melhor sistema – se o capitalismo americano ou o socialismo soviético – as duas superpotências desencadearam uma acirrada disputa pela conquista do espaço. Durante esta fase, que ficou conhecida como a “corrida espacial”, os primeiros satélites foram colocados em órbita, o homem chegou à Lua, sondas foram lançadas para a exploração do sistema solar, surgiram os veículos espaciais reutilizáveis e as estações espaciais.

Em outubro de 1957 o mundo passou a receber os primeiros sinais do satélite artificial Sputnik, colocado em órbita pelos soviéticos que, contra todas as pressuposições americanas, saíram na frente. Em 3 de novembro de 1957, à bordo da espaçonave Sputnik II, a cadela russa Laika tornou-se o primeiro ser vivo a chegar ao espaço. No ano seguinte, os EUA lançam o seu satélite artificial, o Explorer I, transportando vários aparelhos de pesquisa. Em 1959 a URSS inicia o projeto Luna e obtém as primeiras fotos da superfície lunar. Os soviéticos fizeram também o primeiro vôo tripulado por um humano. Em 1959, a bordo da nave Vostok, o russo Yuri Gagarin orbitou a Terra e proferiu a famosa frase “a Terra é azul!”. O astronauta americano John Glenn faz o primeiro vôo dos EUA ao redor da Terra em 1962. Neste ano a Agência Espacial Americana (NASA, na sigla em inglês) começa o seu projeto de colocar um homem na Lua. Em 20 de julho de 1969, com transmissão pela televisão, os astronautas estadunidenses Edwin Aldrin Jr., Neil Armstrong e Michael Collins, tripulantes da nave espacial Apollo XI, atingiram o solo lunar, fato marcado pela frase de Neil Armstrong “Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade”.

A corrida espacial chega ao fim em 1975, com o projeto cooperativo Apollo-Soyuz, símbolo de uma flexibilização parcial das relações tensas entre a URSS e os EUA. Em 1989, a derrubada do Muro de Berlim foi o ato simbólico que marcou o fim da Guerra Fria. A exploração espacial perde, então, bastante do seu cunho político / militar e passa a ser prioritariamente científica e tecnológica. A motivação política era a garantia dos pesados investimentos públicos necessários para os projetos da conquista do espaço. No atual mundo multipolarizado e

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globalizado, as principais Agências Espaciais lidam com cortes radicais nos seus orçamentos e temem pela continuidade dos seus programas espaciais.

2.2.

A NOVA ERA DA EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Os anos pós Guerra Fria foram pouco produtivos para a Astronáutica. A recessão econômica afetou seriamente as grandes potências mundiais, forçando-as a revisões dos seus planejamentos estratégicos, reduzindo a prioridade da competição espacial.

No final do século XX, os principais programas espaciais (quadro 1) procuram na cooperação internacional e no apoio do capital privado a redução de custos, como alternativas ao simples cancelamento de projetos. Os maiores destaques do período de parcerias são a ISS, o telescópio espacial Hubble, a exploração não tripulada de Marte e a entrada da iniciativa privada na disputa pelo mercado espacial, principalmente do turismo.

Quadro 1 - Principais Agências Espaciais

PAÍS AGÊNCIA ORÇAMENTO (US$)

EUA NASA - National Aeronautics and Space Administration 18,7 bilhões FRANÇA (sede) ESA – European Space Agency 5,4 bilhões RÚSSIA RKA - Russian Federal Space Agency 3,8 bilhões FRANÇA CNES - Centre National d'Études Spatiales 2,8 bilhões JAPÃO JAXA - Japan Aerospace eXploration Agency 2,4 bilhões ALEMANHA DLR - Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt 2,0 bilhões CHINA CNSA - Chinese National Space Administration 1,3 bilhões ÍNDIA ISRO - Indian Space Research Organization 1,2 bilhões

ITÁLIA ASI - Agenzia Spaziale Italiana 1 bilhão

REINO UNIDO BNSC - British National Space Centre 400 milhões

BRASIL AEB – Brazilian Space Agency 343 milhões

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O crescimento da dívida pública dos EUA no final do século passado acarreta o declínio do programa espacial americano. A NASA, após cinco décadas, se vê sem condições próprias de enviar homens ao espaço. Após a missão Atlantis STS-135, em julho de 2011, último vôo de um ônibus espacial, os EUA passam a contar com a cooperação dos russos para viajar à ISS a bordo das naves Soyuz. Projetos americanos mais ousados, como a construção de uma base na Lua ou uma missão tripulada à Marte, continuam na pauta, mas os investimentos governamentais são cada vez menores. Para os demais governos é igualmente grande a dificuldade em justificar os valores envolvidos na exploração espacial. Ainda que os benefícios já obtidos pelo desenvolvimento da tecnologia espacial sejam indiscutíveis, a expansão da conquista do espaço e a continuidade das agendas dos programas espaciais governamentais são assuntos de debates acirrados em todo o mundo. As sociedades questionam os investimentos em atividades espaciais sendo que existem tantos outros problemas que precisariam da atenção dos governantes, como a fome na África, para citar apenas um. Mesmo entre os especialistas existem divergências, por exemplo, quanto aos benefícios da expedição tripulada à Marte, e nem mesmo a construção da ISS tem a aprovação unânime por parte dos cientistas.

A dinâmica no setor espacial do ocidente é cada vez mais dependente do setor privado. A exploração espacial movida pelo setor privado adquire um ritmo cada vez mais célere. Diversas empresas estão empenhadas em projetos visando lançadores de satélites e astronautas e os vôos suborbitais com espaçonaves reutilizáveis. O mercado em disputa é, principalmente, o turismo espacial, mas os governos também esperam poder usufruir do desenvolvimento de alternativas tecnológicas mais baratas de exploração espacial. Em junho de 2011, a SPACEX tornou-se a primeira empresa do setor privado a construir um foguete com capacidade de levar astronautas ao espaço – o Falcon 9 com a cápsula Dragon. A companhia americana Virgin Galactic é a primeira agência de viagens espaciais, dispondo de uma espaçonave reutilizável para vôos suborbitais, a SPACESHIPONE. A Bigelow Aerospace trabalha para finalizar um projeto de estações espaciais mais econômicas com base em módulos infláveis. A Galactic Suite Limited anuncia sua pretensão em investir somas consideráveis na construção de um hotel espacial.

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Evidentemente, o capital privado visa rentabilidade financeira em projetos de curto prazo. A agenda espacial para 2011 – 2020 (quadro 2) mostra atividades de empresas privadas com missões equivalentes às dos programas espaciais das principais Agências Espaciais.

Quadro 2 – Agenda Espacial para 2011-2020

AGÊNCIAS MISSÃO DATA

NASA

Sonda Dawn – visita de um ano ao asteróide Vesta Jul / 2011 Sonda Juno - exploração de Júpiter Ago / 2011 Sonda Grail – retorno americano à Lua Out / 2011 Mars Science Laboratory (Curiosity) – procura de evidências de vida

microbiana em Marte Nov / 2011

Nuclear Spectroscopic Telescope Array - procura por buracos

negros, explosões de supernovas e estudo de galáxias distantes Fev / 2012 Sonda Maven – estudo da atmosfera da Marte Nov / 2013 NASA/ESA/CSA James Webb Space Telescope – sucessor do telescópio Hubble 2018 NASA/ESA

Mars Sample Return Mission – coleta de amostras do solo de Marte 2018 Europa Jupiter System Mission – exploração dos satélites de Júpiter

com foco em Europa e Ganymede 2020

ESA Gaia – câmera digital para mapeamento da Via Láctea 2013 ESA/JAXA BepiColombo – exploração do planeta Mercúrio 2014 ROSCOSMOS Luna-Grunt – coleta de material do solo lunar 2014 Venera-D – pesquisa do planeta Vênus 2016 ROSCOSMOS

ISROS

Chandrayaan-2 – sonda para testes de novas tecnologias e

condução de novos experimentos 2014

ISROS ISRO Orbital Vehicle – missão indiana tripulada ao espaço 2016 CNSA Laboratório Espacial Chinês – módulo I – módulo teste para

construção de uma estação espacial Out / 2011 CNSA Laboratório Espacial Chinês – módulo II – segundo módulo teste

para construção de uma estação espacial 2013 CNSA Laboratório Espacial Chinês – módulo III – terceiro módulo teste para

construção de uma estação espacial 2015 CNSA Estação Espacial Chinesa - início da construção 2020 SpaceDev Dream Chase – veículo comercial capaz de levar carga e

astronautas à ISS 2014

Space X Falcon Heavy – foguete comercial com o dobro da capacidade de

carga dos desativados ônibus espaciais americanos 2013

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2.3.

A TERRITORIALIZAÇÃO DO ESPAÇO SIDERAL

Na liderança do setor espacial, tanto na área militar como no mercado comercial de serviços de satélites ou de lançamentos desde o fim da Guerra Fria, estão os Estados Unidos. Este domínio se deve também aos tratados que restringem a transferência de conhecimento, tecnologia, produtos e componentes que podem ser usados tanto para lançamento de satélites quanto para uso com armamento nuclear. O Brasil é um dos países que se ressente dos embargos impostos ao seu programa espacial, ainda que o mesmo seja declaradamente pacífico. Outros países, no entanto, passam a despontar no setor devido ao desenvolvimento de suas tecnologias espaciais. Em destaque, o caso da China, que em 2003 colocou um homem em órbita e em 2008 realizou uma caminhada no espaço. Os chineses estão em avançado processo de criar sua própria estação espacial e buscam, em breve, fincar a bandeira chinesa na Lua. Também a Índia surge no cenário da exploração espacial, tendo concluído com sucesso uma missão não tripulada à Lua e, até 2012, pretende colocar um astronauta no espaço.

Uma nova corrida espacial se anuncia. O espaço é um ativo estratégico e o acesso ao ambiente espacial é essencial não só para elevar a influência de um país, mas também porque os produtos espaciais estão entre os de maior valor agregado no mercado mundial. O espaço tem, cada vez mais, potencial para embates e conflitos entre as nações.

2.3.1. O DIREITO ESPACIAL

Tratar das situações de conflitos de interesses, tanto de ordem interna como internacional são de responsabilidade do Direito. A partir do lançamento do Sputnik, em outubro de 1957, a questão da regulamentação do espaço sideral passa a ser premente. De que modo o espaço seria ocupado, quais as finalidades desta ocupação, como trabalhar o direito de posse, são temas de fundamental importância e estão sob responsabilidade das Nações Unidas.

Os fundamentos do Direito Espacial Internacional surgiram em 1964. São resultado direto da 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e

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Desenvolvimento (CNUCD), realizada em Genebra em março daquele ano - altura na qual o mundo já havia ingressado definitivamente na Era Espacial. Na 1ª CNUCD, o Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço aprovou na Assembléia Geral da ONU a Resolução 163 de 13 de dezembro de 1963, com destaque para recomendação de um acordo destinado a reger as atividades espaciais. Desta Resolução originou-se o Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes. O “Tratado do Espaço” entrou em vigor em 10 de outubro de 1967. Ele é composto por 17 artigos que regulamentam o uso do espaço pelas nações ainda nos dias de hoje, dos quais valem destacar:

Artigo 1º

A exploração e o uso do espaço cósmico, inclusive da Lua e demais corpos celestes, só deverão ter em mira o bem e interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico e científico, e são incumbência de toda a humanidade.

O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados sem qualquer discriminação, em condições de igualdade e em conformidade com o direito internacional, devendo haver liberdade de acesso a todas as regiões dos corpos celestes.

O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, estará aberto às pesquisas científicas, devendo os Estados facilitar e encorajar a cooperação internacional naquelas pesquisas.

Artigo 2º

O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, não poderá ser objeto de apropriação nacional por proclamação de soberania, por uso ou ocupação, nem por qualquer outro meio.

Artigo 3º

As atividades dos Estados partes deste tratado relativas à Exploração e uso do espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes deverão efetuar-se em conformidade ao direito internacional, inclusive a Carta das Nações Unidas, com a finalidade de manter a paz e a segurança internacional e de favorecer a cooperação e a compreensão internacional.

Artigo 4º

Os Estados-Partes do Tratado se comprometem a não colocar em órbita qualquer objeto portador de armas nucleares ou de qualquer outro tipo de armas de destruição em massa, a não instalar tais armas sobre os corpos celestes e a não colocar tais armas, de nenhuma maneira, no espaço cósmico (...).

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2.3.2. POLÍTICA ESPACIAL BRASILEIRA

As questões aeroespaciais dizem respeito à forma de observar, à distância, as atividades humanas e as atividades da natureza e são, juntamente com as nucleares e a de tecnologia da informação, áreas tidas como estratégicas pela Secretaria de Assuntos Estratégicos e o ministério da Defesa na edição da Estratégia Nacional de Defesa.

O programa espacial brasileiro sofreu um processo de militarização durante o regime militar. Hoje é declaradamente civil e pacífico, não recebendo verbas dos órgãos de defesa, ficando seus recursos a cargo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ligado ao Ministério de Ciências e Tecnologia. A responsabilidade pela formulação e coordenação da política espacial está a cargo da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia federal criada no ano de 1994, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O atraso no caso do desenvolvimento do seu veículo lançador de satélites, parte do programa que é de responsabilidade dos militares, é a principal causa do atraso do programa espacial brasileiro. Os obstáculos estão relacionados às crises econômicas, mudanças das políticas domésticas e externas, espionagem, concorrência no mercado espacial e o boicote de países como os Estados Unidos na transferência de tecnologia. Apesar de todas as declarações de uso pacífico da tecnologia espacial, a questão da não proliferação de armas na área de mísseis ainda é um grande obstáculo à importação de equipamentos, sistemas e subsistemas para foguetes.

As aplicações civis são menos suscetíveis às mudanças de governo e da oposição dos EUA, tendo na cooperação internacional seu maior aliado para o desenvolvimento tecnológico.

Assim como nos demais países, o Estado também analisa a necessidade do ingresso da iniciativa privada na execução do seu programa espacial. A idéia é estimular o desenvolvimento da indústria para a produção dos componentes espaciais objetivando recuperar o atraso no desenvolvimento dos veículos lançadores.

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O Brasil não faz parte do Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e em outros Corpos Celestes de 1979, tendo assinado e ratificado outros quatro grandes tratados que regulamentam as atividades espaciais:

• Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes, de 1967;

• Acordo sobre o Salvamento de Astronautas e Restituição de Astronautas e de Objetos lançados ao Espaço Cósmico, de 1968;

• Convenção sobre Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais, de 1972;

• Convenção Relativa ao Registro de Objetos Lançados no Espaço Cósmico, adotada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas em 12 de novembro de 1974, e pelo Brasil em 17 de março de 2006.

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apítulo 3 - A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO SIDERAL

Nos últimos 50 anos a humanidade deixou de ser uma espécie limitada à superfície da Terra. Pessoas caminharam sobre a superfície da Lua, sondas não-tripuladas exploraram todos os planetas do nosso sistema solar, milhares de satélites artificiais foram colocados em órbita e temos residência fixa no espaço a bordo da ISS (SOBREIRA, 2005).

A ciência e a tecnologia desenvolvidas para a exploração do espaço sideral trouxeram significativos avanços em praticamente todos os setores da sociedade, como a Indústria, as comunicações, os sistemas de defesa dos Estados, o meio ambiente, a economia, a medicina, a educação e outros.

A Geografia beneficia-se diretamente da tecnologia espacial ao contar com uma grande gama de satélites artificiais cujas informações são largamente utilizadas na cartografia, na climatologia e no monitoramento ambiental, caso dos sistemas GPS e de sensoriamento remoto. No entanto, mais do que se utilizar das ferramentas disponibilizadas pela tecnologia espacial, cabe à Geografia analisar outras questões relevantes que surgem a partir da corrida espacial, como a questão do desenvolvimento da indústria aeroespacial dos últimos 50 anos; as políticas dos Estados no que se relaciona à apropriação do espaço sideral; a nova vertente econômica da exploração comercial do uso de satélites, do turismo espacial, da agricultura espacial e da possibilidade de mineração de corpos celestes como a Lua e Marte. As ações do homem no espaço sideral incorporam objetos sociais ao “território sideral” – estações espaciais, espaçonaves, sondas, tecnologias que são desenvolvidas para o espaço sideral e que são também usadas na superfície do planeta, etc. O espaço territorializado é dotado de uma estrutura, uma organização espacial, é espaço geográfico, é objeto de estudo da Geografia.

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3.1.

UTILIZAÇÃO DE SATÉLITES ARTIFICIAIS

Satélites artificiais são veículos espaciais que podem ou não contar com uma tripulação, colocados pelo homem em órbita de um planeta, de um satélite natural ou mesmo de uma estrela. Independentemente de ser de uso civil ou militar, sua função básica é receber e enviar informações para a Terra. Mais da metade dos satélites em órbita são satélites de comunicação, usados para telefonia, internet e televisão, mas existem também os meteorológicos, astronômicos, os do sistema de navegação (GPS), monitoramento ambiental, mapeamento geográfico, espionagem, destruição de alvos orbitais ou terrestres, além das sondas planetárias e estações espaciais.

Desde o início da corrida espacial, estima-se que mais de 5 mil satélites tenham sido lançados e cerca de mil estão operacionais (figura 2). Pouco mais de uma centena deles pode ser visto a olho nu a partir da superfície terrestre devido ao reflexo da luz solar no metal do satélite. Esta modificação na “paisagem” do firmamento é a mais evidente marca da transformação do espaço sideral pelo homem.

Figura 2 – Satélites artificiais em uma só imagem

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A capacidade de construção e lançamento de satélites é a plataforma básica dos programas espaciais e parâmetro que afere o desenvolvimento dos países nas atividades espaciais neste início do século XXI. As nações já não podem prescindir do seu uso. Eles são essenciais para telecomunicações, espionagem, experimentos científicos, meteorologia, sensoriamento remoto, navegação entre outros. Os serviços disponibilizados pelos satélites são o mais evidente ganho da tecnologia espacial e eles são responsáveis por grandes disputas comerciais e políticas no mundo moderno (quadro 3).

As aplicações comerciais estão concentradas no sistema GEO – órbitas circulares, equatoriais, com altitudes de seis vezes o raio da Terra e período orbital de 24 horas. A ocupação da órbita síncrona geoestacionária (OSG) é regulamentada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), porém a questão é regida pela premissa de que “o primeiro a chegar será o primeiro a ser servido”. Como são necessárias grandes distâncias de afastamento entre os satélites da OSG, esta órbita comporta um número limite de satélites e sua ocupação está relacionada a questões geopolíticas que exigem intensas negociações e planejamento estratégico por parte dos Estados, principalmente daqueles mais atrasados na tecnologia de lançamentos de satélites.

Segundo a UIT, em 2008 os serviços de telecomunicações geraram uma receita de 143,31 bilhões de dólares, incluídos aí serviços de telecomunicações e transmissões de televisão. Somente operando na OSG, estima-se uma população entre 150 e 180 satélites comerciais e espera-se que até 2015 sejam construídos e lançados outros 176 (dos quais 20% para atender a China e outros 22% para servir aos Estados Unidos), com valores da ordem de 28,3 bilhões de dólares.

O Brasil representa 50% do mercado sul americano do sistema GEO, sendo que a maior demanda pelos serviços de satélites de comunicação no Brasil é do Estado Brasileiro - Forças Armadas, Ministérios das Comunicações, Ministério da Justiça, Ministério da Educação, Bancos Estatais (INPE, 2006).

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Quadro 3 – Satélites artificiais ativos em órbita por países

PAÍSES QUANTIDADE

Estados Unidos 443

Russia (ex União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 101

China 69 Multinacionais 46 Japão 41 Índia 26 Reino Unido 21 Alemanha 20 Canadá 17 França 16

ESA – Agencia Espacial Européia 16

Luxemburgo 16 Holanda 10 Arábia Saudita 10 Israel 9 Itália 9 Espanha 9 Brasil 8 Indonésia 7 Argentina 5 Austrália 5 Turquia 5 Egito 4 Malásia 4 México 4 Coréia do Sul 4 Suécia 4 Tailândia 4 Nigéria 3 Paquistão 3 Emirados Árabes 3 Suíça 2 Iran 1 Kazaquistão 1 África do Sul 1 Ucrânia 1 Algéria 1 República Checa 1 Venezuela 1 Dinamarca 1 Grécia 1 Total 965

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Como ferramentas da Geografia, os Sistemas de Posicionamento Global (GPS, na sigla em inglês) e os sistemas de sensoriamento remoto são os principais. O sistema GPS adotado no Brasil é o americano NAVSTAR. Desenvolvido para uso militar e hoje disponível gratuitamente para uso civil, conta com uma rede de 24 satélites ativos e outros 3 como reservas, monitorados a partir de bases terrestres. Este sistema deixou de ter aplicação unicamente para navegação aérea, marítima e terrestre e vem sendo largamente utilizado em levantamentos topográficos, trabalhos de prospecção e exploração de recursos naturais, na geologia, na arqueologia, na defesa civil, na agricultura de precisão e outros.

Já o monitoramento do território é feito com o uso de satélites de sensoriamento remoto. Os sensores colocados nos satélites possibilitam a obtenção de informações de extensas áreas terrestres através do registro da interação da radiação eletromagnética com a superfície. As imagens obtidas são utilizadas, por exemplo, para o controle de desmatamento e queimadas, na expansão agropecuária, no monitoramento de recursos hídricos, no crescimento urbano, na ocupação do solo. O Brasil, antes dependente de imagens fornecidas por equipamentos estrangeiros, depois do programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), aparece como um dos maiores distribuidores de imagens de satélites do mundo. O principal órgão atuante na área é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O emprego geopolítico dos satélites pode ser exemplificado no Brasil pelo Serviço de Vigilância da Amazônia (SIVAM), projeto elaborado pelos órgãos de defesa brasileiros com objetivo de proteger pontos estratégicos da região amazônica contra invasores estrangeiros por via aérea. O SIVAM não é totalmente militar. Sua parte civil é o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), desenvolvido para integrar informações e gerar conhecimentos atualizados para articulação, planejamento e coordenação de ações globais de Governo na Amazônia Legal Brasileira, visando a proteção, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável da região (FAB – SIVAM, agosto/2006). Para um completo monitoramento da região, o SIPAM conta com um grande aparato tecnológico instalado na região, que inclui subsistemas integrados de sensoriamento remoto, radares, estações meteorológicas e plataformas de coletas de dados.

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3.2.

O LIXO ESPACIAL

O avanço dos programas espaciais acarreta o crescimento do número de detritos na órbita da Terra, o chamado lixo espacial (figura 3). Estes detritos são formados por espaçonaves obsoletas ou partes delas, pedaços da tinta liberada pelo estresse térmico, efluentes sólidos dos foguetes e até mesmo uma mala de ferramentas perdida por uma astronauta da estação espacial internacional durante uma caminhada no espaço. A Space Surveillance Network (SSN), rede

norte-americana de rastreamento do lixo espacial, estima em 17.300 o número de escombros ou lixo espacial com dimensão maior que 10 centímetros de diâmetro e mais de 300.000 objetos no espaço que medem entre 1 e 10 centímetros e incontáveis bilhões de pedaços menores. A cada ano são adicionados de 70 a 100 satélites no espaço, agravando continuamente o problema.

Figura 3 – Visão esquemática da Terra e do lixo espacial

Fonte: NASA - disponível em http://eternosaprendizes.com/2009/02/17/o-problema-do-lixo-espacial-em-imagens/ acesso em 21 de novembro de 2011

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As órbitas já abarrotadas de satélites favorecem os choques espaciais. O primeiro acidente de maior monta foi registrado em 2009. Um satélite de telecomunicações da Iridium e um satélite russo desativado colidiram 789 quilômetros acima da Sibéria, aumentando em milhares os detritos em órbita (agência Reuters, setembro de 2011). Em 2007 a China já havia destruído um de seus satélites climáticos fora de uso como parte de um criticado teste de mísseis anti-satélites.

O lixo espacial não é tratado como um problema ambiental, mas como um problema de segurança. Se o lixo em órbita não afeta o meio-ambiente e é pequena a probabilidade de detritos que resistam à queima na reentrada da atmosfera causarem danos / vítimas na superfície do planeta, o risco de colisões no espaço é ameaça constante para os astronautas e os satélites.

Nos últimos 50 anos muitas possíveis soluções já foram cogitadas, mas muitas são técnica / financeiramente inviáveis, como construção de uma rede gigantesca ou um veículo para arrastar e coletar lixo. Em 2007 o Subcomitê Técnico-Científico do Comitê da ONU para Uso Pacífico do Espaço Interno (COPOUS, na sigla em inglês) aprovou uma série de diretrizes para tentar reduzir a incidência de lixo em órbita. Devido aos altos custos envolvidos, as medidas, que vão desde a limitação de dejetos espaciais liberados durante os lançamentos até a minimização dos riscos de desintegração e a reentrada controlada dos satélites no final da sua vida útil, acabam não sendo implementadas, principalmente pelos países em desenvolvimento.

A solução adotada na OSG e que parece ser a alternativa mais viável é a remoção do satélite para órbitas mais distantes antes do término do seu combustível – uma “órbita-cemitério”. Mas, mesmo no caso da OSG, novamente pelas questões de custos elevados, muitos satélites são lançados sem um motor que permita sua operação ao final de sua vida útil.

Existe a possibilidade, conforme a Síndrome de Kessler, físico da NASA, que o número de detritos espaciais chegue a tal ponto que inviabilize o uso do espaço para as necessidades da humanidade. Quanto mais objetos em órbita, maior a chance de choques. Quanto maior o número de choques, maior o número de objetos em órbita, numa reação em cadeia. O assunto é hoje motivo de

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preocupação internacional e a maioria das agências espaciais possui um núcleo para tratar especificamente do lixo espacial. Estes núcleos costumam recomendar práticas ideais, mas como as agências não têm força de lei, raramente estas práticas são adotadas.

3.3.

O TURISMO ESPACIAL

“Na História da Humanidade existiu sempre um forte impulso para explorar e viajar para novos e fantásticos sítios. A exploração espacial entrou em foco nos últimos 30 anos e as pessoas começaram a questionar-se se e quando deveriam aventurar-se no Espaço” (Lappas, 2006:157 apud Devile, 2007).

As viagens espaciais sem objetivos científicos, por puro lazer, são um fenômeno recente e ainda privilégio de poucos mega-milionários. Ao preço de milhões de dólares, a empresa norte-americana Space Adventures oferece transporte ao espaço em naves russas Soyuz. O americano Denis Tito foi o primeiro turista espacial do mundo. Ele foi até a ISS em 30 de abril de 2001. Este começo despertou várias companhias para o que pode ser uma indústria muito lucrativa no século XXI. Várias empresas privadas planejam construir veículos suborbitais e até mesmo cidades orbitais nas próximas décadas. Recentes estudos chineses apontam o turismo espacial como uma indústria de 10 bilhões de dólares por ano.

Em 2004, a companhia americana Virgin Galactic conseguiu, em duas semanas, lançar por duas vezes ao espaço uma espaçonave reutilizável tripulada. A SPACESHIPONE ganhou o prêmio de 10 milhões de dólares oferecido pela Ansari X PRIZE. Essa foi a primeira missão de um programa espacial completada com sucesso sem apoio do governo e a sinalização de que a corrida para o turismo espacial havia começado. A Virgin Galactic é a primeira agência de viagens espaciais e já dispõe de uma lista de reservas para as primeiras viagens turísticas ao espaço.

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Mas não é apenas a indústria do turismo que tende a ganhar com os investimentos da iniciativa privada na área. A disponibilidade de naves comerciais permitirá até mesmo vôos diários. Com isso, projetos espaciais paralisados pelos sucessivos cortes de orçamento governamentais serão alavancados. Cientistas poderão utilizar este serviço privado para levar seus experimentos ao espaço mais rapidamente e com maior freqüência do que poderiam fazer utilizando as Agências Espaciais.

O próximo passo depois dos vôos suborbitais regulares serão as estações espaciais privadas. A Bigelow Aerospace trabalha para finalizar um projeto de módulos infláveis para estações espaciais mais econômicas. Uma estação inflável pode ser lançada ao espaço vazia, ocupando pouco espaço em um foguete, e ser inflada no espaço. A Galactic Suite Limited anunciou que pretende investir 3 bilhões de dólares na construção de um hotel espacial com capacidade para hospedar até dois hóspedes e afirma ter 40 mil clientes potenciais no mundo todo com capacidade para pagar pela experiência.

O turismo espacial é uma realidade desde 2001. Mas é um cenário complexo, que implica em elevado grau de desenvolvimento tecnológico e somente em algumas décadas, quando a indústria aeroespacial chegar ao nível em que hoje se encontra a indústria da aviação, poderemos ver concretizada a indústria do turismo espacial (DEVILE, 2007).

3.4.

MINERAÇÃO E AGRICULTURA ESPACIAL

Obter os recursos para vida sustentável fora do planeta, ainda que estejamos longe da tecnologia necessária, já faz parte de estudos de organismos internacionais. Sociedades vivendo no espaço em tempo integral, em estações espaciais ou mesmo em outro planeta, indústrias de extração de minérios, indústrias químicas e outras de atividades poluentes e predatórias instaladas no espaço, hoje exclusividade da ficção científica, podem ser uma solução para os problemas relacionados ao esgotamento dos recursos naturais da Terra.

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Para sobrevivência de humanos no espaço por longos períodos, dois grandes desafios precisarão ser enfrentados primeiro: o cultivo de plantas no espaço – a agricultura espacial, e a mineração de corpos celestes. Uma vez que desenvolva a capacidade de produção agrícola no espaço e a capacidade de extração de minérios de corpos celestes, a humanidade terá resolvido seus maiores problemas para viabilizar a colonização do espaço: alimentação e energia para abastecer transportes e para sustentação dos equipamentos de suporte à vida. A ISS é o primeiro grande laboratório para pesquisas em condições de aprofundar estudos nesse sentido.

No ano de 2011, o presidente dos EUA manifestou a intenção de instalar uma base permanente na Lua. A exploração da energia contida no elemento hélio-3, abundante na Lua e indisponível naturalmente na Terra, é o primeiro impacto entre as possibilidades desta ocupação do satélite. Cientistas da Universidade Wisconsin-Madison afirmaram que a Lua possui toda a energia que a Terra necessitará nesse milênio (conforme o site Inovação Tecnológica). A Lua também poderia ser uma excelente fonte de recursos que poderiam ser transformados em materiais úteis aos astronautas, como o oxigênio e a água, que poderiam ser obtidos a partir das rochas e do solo lunar. No interior das crateras lunares poderia ser encontrado gelo e gases como o hidrogênio, hélio e nitrogênio.

Além da Lua, os asteróides têm um enorme potencial para a indústria de mineração. Segundo John S. Lewis, autor do livro de mineração do espaço Explorando o Céu, um asteróide com o diâmetro de um quilômetro deveria ter massa aproximada de 2 bilhões de toneladas e conteria 30 milhões de toneladas de níquel, 1,5 milhões de toneladas de cobalto e 7.500 toneladas de platina. Somente a platina valeria mais de 200 bilhões de dólares (conforme o site HowStuffWorks). A NASA estima que as riquezas minerais do cinturão de asteróides ultrapassem os 100 bilhões de dólares para cada habitante da Terra.

As atuais pesquisas da agricultura espacial estão direcionadas às soluções para contornar alguns elementos que afetam o crescimento das plantas no espaço, como a microgravidade, a iluminação artificial (dentro das estações espaciais), os contaminantes (o ar e a umidade diferentes das condições da Terra), a redução de espaço e o meio de fixação das plantas.

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Uma vez que o objetivo é a produção de uma fonte de alimentos regenerativa que venha a possibilitar uma exploração espacial de longo prazo, as experiências em andamento são com plantas que têm muitas partes comestíveis, como a lentilha, o trigo, folhas verdes e a soja,

Os impactos das conclusões destas pesquisas podem ter também aplicações na vida da Terra, aumentando nosso conhecimento sobre a agricultura. Dados detalhados de como as plantas crescem podem nos ajudar na produção de plantas mais resistentes, com plantações de melhor qualidade, safras melhores, estufas e sistemas agrícolas melhor controlados.

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C

ONSIDERAÇÕES FINAIS

O objeto de estudo da Geografia tem se limitado aos Reinos da Terra. Sobre os processos, lugares, tempo e espaço, redes e fluxos, principalmente na superfície da Terra. Com o avanço da tecnologia espacial, a conquista do espaço vai, lentamente, se tornando uma realidade. A humanidade está deixando de ser uma espécie exclusivamente terrestre.

Se, num primeiro momento, a conquista do espaço tinha como único objetivo a demonstração de superioridade tecnológica, a exploração espacial é hoje fundamental em termos estratégicos e de desenvolvimento, podendo vir a ser fonte abundante de energia, água, minerais, produtos agrícolas e até abrigar colônias humanas quando os recursos naturais da Terra se tenham, finalmente, exauridos.

A tecnologia espacial já produz satélites, foguetes, sondas, espaçonaves, estações espaciais, afeta as economias dos países, produz lixo, conflitos de interesses entre as nações, novas indústrias e um sem fim de produtos e tecnologias de uso diário no planeta.

Com a territorialização, o espaço sideral torna-se lugar de relações sociedade-natureza e homens-homens, torna-se espaço de ação e poder (Dallabrida, 2002). O Tratado Espacial define o espaço sideral como território da humanidade. Nenhuma nação poderá requerer posse do espaço, da Lua ou de qualquer outro corpo celeste. A Geografia tem papel importante na análise da ocupação espacial que tende a se intensificar nas próximas décadas. Ela deve ser capaz de evitar que, nesse processo, se repitam os problemas sócio-político-ambientais que temos hoje no planeta. Mudanças climáticas, recessão econômica, secas, inundações, terremotos, pessoas sem acesso a água limpa. A Geografia precisa se envolver nas questões do uso do espaço sideral, estar bem preparada, ter conhecimento e planejamento para responder onde, como, porque e como isso se relaciona com a sociedade num meio de grande escala?

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R

EFERÊNCIAS

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Referências

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