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Planejamento em educação física: um estudo de caso na educação de jovens e adultos (EJA)

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO DE CASO

NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

GESSICA BALESTRIN

Ijuí – RS 2015

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GESSICA BALESTRIN

PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO DE CASO

NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Evaldo Fensterseifer

Ijuí – RS 2015

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GESSICA BALESTRIN

PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO DE CASO

NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

____________________________________________ Prof. Dr. Paulo Evaldo Fensterseifer – Orientador

____________________________________________ Prof. Paulo Carlan – Banca

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AGRADECIMENTOS

Nesta caminhada renuncia-se a muitas coisas, mas acredito ser possível acima de tudo, ter vontade para buscar o aprendizado. Valeu a pena por tudo que aprendi e conquistei no decorrer desta jornada acadêmica.

Agradeço a todos os professores, que foram a razão maior do meu aprendizado, que orientaram e acompanharam meu trabalho com muito carinho e dedicação, apostando no meu potencial, criando um vínculo de amizade entre alunos e professores.

Ao meu Professor Orientador Paulo Evaldo Fensterseifer, pela competência, conhecimento, paciência e compreensão, contribuindo diretamente para a construção deste trabalho.

Aos colegas que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade, pelas conquistas, pelo companheirismo, sempre presentes, tanto nas horas de alegrias como nas de angústias, o meu muito obrigado.

Aos meus pais e namorado, que sempre estiveram do meu lado, me apoiando e me dando força no que era preciso.

A Deus, por ter me iluminado, mostrando os rumos certos para a realização da conclusão deste curso.

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa investigou o currículo e a prática pedagógica em Educação Física no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A investigação foi realizada através de uma pesquisa de campo, de natureza exploratória e qualitativa, realizando uma entrevista semiestruturada com o professor de Educação Física do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) da cidade de Itapiranga – SC, além de investigar o currículo da escola. Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa, por meio de categorização, relacionando as informações coletadas e a realidade pesquisada com a literatura. Após a investigação, a um entendimento de como o professor planeja suas aulas para uma turma diferenciada onde se encontra alunos de diferentes classes sociais, idades e objetivos. Para tanto, é possível fazer um bom planejamento, porém deve-se conhecer a realidade da turma antes de planejar. Percebe-se também que o professor prioriza conteúdos relacionados a saúdes, por ser alunos mais velhos demostram mais interesse pelo assunto.

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ABSTRACT

This research investigated the curriculum and teaching practice in physical education in the context of adult education. The research was conducted through field research and case study of exploratory and qualitative nature, conducting a semi-structured interview with the teacher of Physical Education of Youth and Adult Education Center (CEJA) of the city of Itapiranga – SC, and to investigate the school's curriculum. The collected data were analyzed qualitatively by means of categorization, relating the information collected and the reality researched the literature. After research, an understanding of how the teacher plans his classes to a different class where students from different social classes, ages and objectives. Therefore, it is possible to make good planning, however one should know the reality of the class before planning. It is also noticed that the teacher prioritizes related to healths content, being older students demonstrate more interest in the subject.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 7

1 REVISÃO DA LITERATURA ... 9

1.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 9

1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA DO NOTURNO ... 12

1.3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA ... 13

1.4 OBJETIVOS DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA ... 15

2 METODOLOGIA ... 18 2.1 ABORDAGENS DA PESQUISA ... 18 2.2 TIPO DE PESQUISA ... 18 2.3 CONTEXTO DA PESQUISA ... 18 2.4 OS SUJEITOS DA PESQUISA ... 18 2.5 OS INSTRUMENTOS DA PESQUISA ... 19

2.6 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ... 19

3 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 20

3.1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E A EJA ... 20

3.1.1 A Educação Física no CEJA ... 20

3.1.2 Metodologia e Conteúdos ... 21

3.1.3 Avaliação ... 22

3.2 A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA ... 23

3.3 O PLANEJAMENTO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA ... 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 28

REFERÊNCIAS ... 30

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INTRODUÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996, alterada pela Lei nº 12.796/2013), em seu artigo nº 26, §3º, destaca a Educação Física como componente curricular da educação básica da seguinte forma:

A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II – maior de trinta anos de idade; III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da Educação Física; IV – amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; V – (VETADO); VI – que tenha prole.

No entanto, o que se observa nas turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é que a maioria dos alunos tem a prática em Educação Física facultativa amparados por lei, criando a concepção de uma disciplina de pouca importância, desmotivando-os a sua prática. Levando em consideração todas estas dificuldades encontradas na turma da EJA, o objetivo desta pesquisa é investigar o currículo e entrevistar o professor, procurando saber como ele faz o planejamento para esta turma, se ele consegue por em prática este planejamento e que instrumento usa para avaliação.

Sendo assim, parti do seguinte problema: Como o professor planeja as aulas de Educação Física para uma turma de diferentes realidades, objetivos e classe social?

Tendo como objetivo investigar o currículo e a prática pedagógica em Educação Física na EJA.

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Verificando assim, através de investigação ao currículo e questionamento ao professor de Educação Física do CEJA da cidade de Itapiranga – SC, como é construído o planejamento das aulas para estes alunos.

Com este propósito serão seguidos alguns objetivos específicos para subsidiar minha pesquisa:

- investigar o currículo existente na escola;

- investigar as formas de operacionalização dos planejamentos do professor;

- investigar como é avaliado um aluno que amparado por lei não participa das práticas realizadas nas aulas;

- realizar observações juntamente com o questionamento ao professor, buscando saber se o planejamento é aplicado conforme descrito;

- verificar o nível de participação nas aulas de Educação Física.

Foi em meados de 1940 que a EJA se torna uma modalidade de ensino e sua procura foi bastante grande por pessoas de mais idade que não tiveram a oportunidade de estudar, abrangendo também alunos expulsos de escolas públicas, alunos em busca de uma formação para o mercado de trabalho.

Amparados por leis, alunos que estudam na EJA, alunos estes de diferentes idades, culturas e classe social, alunos com objetivos diferentes. Sendo sua prática facultativa tornou a Educação Física uma disciplina pouco importante, desmotivando alunos à sua prática, sem mesmo conhecer os benefícios e conhecimentos que a mesma pode lhes proporcionar.

Foram esses e outros argumentos que me despertaram a este tema, a Educação Física na EJA, como os professores constroem o currículo e planejam estas aulas, levando em consideração as diferenças encontradas na turma. Tive a experiência de trabalhar como professora seis meses com uma turma da EJA, chegando lá me deparei com alunos de diferentes níveis físicos e objetivos, foi uma experiência rápida, mas prazerosa, todos os conteúdos propostos foram bem aceitos e aparentemente novos.

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1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Para melhor entendermos a Educação Física Escolar farei um breve histórico baseado no autor Soler (2004). Segundo ele a Educação Física surgiu na Europa no fim do século XVIII e início do século XIX. Sendo neste século que surge no Brasil com o nome de ginástica, ligada à classe militar e médica, em decorrência da necessidade de formar homens fortes, preparados para guerra e também em auxílio à medicina higiênica (combater surtos epidêmicos) e a medicina eugênica (buscar a raça pura, forte e sadia).

No final do século XIX surgiu outro termo para as aulas de ginástica: Educação Física, que é usado até hoje. A Educação Física por muito tempo até o fim da escravidão era privilégio da elite dominante que tinha acesso à educação escolar. A partir do ano de 1920, com a invenção dos métodos ginásticos europeus (sueco, alemão e francês, que eram fundamentados pelos princípios biológicos), a Educação Física era exclusivamente prática, o que a afastava do currículo escolar.

Até 1939 todos os profissionais de Educação Física tinham apenas formação militar, foi nesta época que foi criada a primeira escola civil de formação de professores de Educação Física.

Em 1971 surge o Decreto-Lei nº 69.450/71, que marginaliza a Educação Física Escolar, pois considerou essa disciplina como “atividade, que, por seus meios, processos e técnicas que desenvolvem e aprimoram forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando”. O decreto dava ênfase para a aptidão física e ao esporte na busca de novos talentos. A Educação Física Escolar dessa época seguia os modelos esportivos, excluindo os alunos menos aptos para a prática esportiva.

Nos anos 80 acontece um novo marco na Educação Física Escolar, surgindo idealizadores que começam falar, discutir, propor e escrever uma nova proposta para essa disciplina: abrangente da cultura corporal e inclusiva, contando com a participação de todos.

É nesta época que a Educação Física passa por uma crise positiva como forma de voltar-se para dentro e mudar. A concepção do professor treinador já não é bem-vinda. É necessário o educador tar consciente de seu papel como mediador de conhecimentos, visando a formação de um ser humano integral. É abolida a ideia

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que a Educação Física Escolar é responsável por ganhar troféus e elevar o nome da escola. Surgem, nessa época, livros, trabalhos e artigos que discutem de forma mais filosófica e pedagógica os rumos da Educação Física Escolar.

Nos anos noventa foi possível sentir a evolução da Educação Física Escolar, surgindo novas propostas de trabalho e profissionais com uma nova consciência da responsabilidade da disciplina.

A história da Educação Física brasileira foi marcada pelo seu caráter obrigatório. Segundo Catellani (apud CORRÊA; MORO, 2004, p. 42):

A obrigatoriedade da Educação Física tem seu marco no parecer nº 224 de 1882, de Ruy Barbosa. [...]. A Educação Física obrigatória é regulamentada pelo decreto nº 64.459/71, que estende a sua obrigatoriedade a todos os níveis de ensino e a caracteriza como uma atividade desportiva e recreativa escolar. Assim, a inclusão da Educação Física na escola é dada por lei.

No entanto, com o passar dos anos a Educação Física deixa de ser obrigatória para aqueles que já trabalhavam para quem estivesse cumprindo serviço militar obrigatório, para mulheres com prole e para alunos maiores de 30, a Educação Física torna-se facultativa.

Com a Lei nº 9.394/96, a Educação Física mantém-se obrigatória, porém ajustando-se às faixas etárias e às condições da população, sendo ela facultativa nos cursos noturnos.

Para Catellani (apud CORRÊA; MORO, 2004, p. 43) a obrigatoriedade da Educação Física fazia sentido a uma sociedade industrial que se apoiava na necessidade da capacitação física do trabalhador ao lado daquela natureza técnica. Assim tinha a Educação Física a finalidade de:

Formatação do corpo produtivo, portanto, forte e saudável, que fosse ao mesmo tempo dócil o bastante para submeter-se a lógica do trabalhador fabril sem questioná-la, portanto, obediente e disciplinado nos padrões hierárquicos da instituição militar.

Destaco que a Educação Física Escolar continua em estudo e estruturação, pois ainda existe uma forte tendência do esporte predominar como conteúdo, sem acontecer uma fundamentação teórica das práticas corporais que são executadas. Mas em relação ao passado já aconteceu uma grande evolução e há tendência de

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melhora cada vez mais pelos estudos que vem se desenvolvendo sobre a Educação Física Escolar.

Outras formas culturais aparecem nos currículos de Educação Física, não sendo mais uma disciplina preocupada somente com os esportes de competições, mas envolvendo outros componentes da cultura corporal do movimento: lutas, danças, esportes, jogos, ginásticas, atividades expressivas e atividades na natureza. Junto a isso surge a necessidade de abordar conteúdos de conhecimento científico, de forma a entender o que está praticando, pois qualquer movimento é resultado de uma manifestação cultural, trabalha a saúde do corpo relacionada à aptidão física e as habilidades motoras.

E falando em Educação Física Escolar destaca-se também a importância da mesma e o papel do educando. A Educação Física Escolar não trata apenas do esporte, mas sim do conhecimento do movimento humano, de uma prática socioeducativa, vinculada com a educação para a saúde e o esporte. Para atingir estas demandas o profissional desta área deve buscar aperfeiçoamento didático pedagógico para atender as diferentes demandas sociais e culturais dos nossos alunos.

Na atualidade, pensar as funções da escola, significa, na medida do possível, adequar práticas e princípios do ensino à realidade local, para que a instituição assuma sua autonomia na elaboração de seu Projeto Político Pedagógico, respeitando a base comum conforme determina a lei, de acordo com os anseios e necessidades sociais e intelectuais da comunidade escolar, contando com a participação e o comprometimento de todos de forma democrática, tanto nas exigências dos direitos como no cumprimento dos deveres.

Falando sobre de quem é a responsabilidade de educar Schonardie Filho (2001, p. 11-12) relata:

Na escola, não é só a Educação Física a responsável pelas informações e prática de atividade física em benefício da saúde e do esporte. As demais disciplinas, bem como todos os setores da escola, também são responsáveis em beneficiar e informar o aluno e a comunidade em geral. A escola é mais um veículo de informações que pode fornecer aos seus usuários, professores, alunos, funcionários, parentes e comunidade de modo geral, os quesitos necessários para que o interessado tenha uma vida ativa. Todo o sujeito que tem uma vida ativa e adquire o hábito de praticar atividade física na escola e fora dela, tem menor chance de ter distúrbios orgânicos comparados com as pessoas sedentárias. Além disto, pode abolir ou evitar o hábito do tabagismo, do álcool e outros vícios prejudiciais à saúde.

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Já na opinião de Bracht et al. (2003), a Educação Física Escolar é referida como a única disciplina inerente ao discurso de formação integral do ser humano.

Segundo Bracht et al. (2003, p. 54):

Um deles diz respeito à contribuição da Educação Física para formação integral do ser humano. O discurso da “formação integral” não é excluído da Educação Física, nem mesmo se constitui em um argumento recente na história da educação. Porém, em termos de história recente da Educação Física, ele foi usado com um sentido peculiar.

1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA DO NOTURNO

Segundo Teixeira (2006), analisando os fatos sobre a Educação Física Escolar, é possível justificar a Lei nº 10.793/2003, a qual tornou a Educação Física como componente curricular obrigatório no Ensino Médio noturno, no momento em que a escola, o professor e o aluno tenham um entendimento da função pedagógica da disciplina e que considerem esta prática como formadora e responsável por ensinar conhecimentos específicos de forma participativa e consciente, acontecendo uma relação de troca entre professor e aluno, cada um sendo consciente de sua função e nesse conjunto de relações contribuírem para uma educação cidadã e potencializadora da sociedade.

A Educação Física no noturno pode conquistar seu espaço justificando a importância desse componente curricular nas funções educativas, produtoras de saberes e construtora da sociedade. Assim é possível que a disciplina deixe de ser vista como responsável pela formação integral do aluno, compensatórias das atividades em sala de aula e passe a ser vista e entendida como responsável por trabalhar conhecimentos específicos de sua área de forma significativa, tematizada e progressiva, contribuindo como as demais disciplinas na formação intelectual, social e cultural do ser humano.

Falando em Educação Física no noturno, as discussões são muitas, pois o docente que vai trabalhar no noturno tem este período de trabalho como um complemento salarial. Também os menos experientes na profissão de docente são indicados para ministrar estas aulas de Educação Física no noturno. Ainda hoje na realidade que vivemos existem escolas que não consideram a disciplina de Educação Física como outra qualquer. Com relação aos discentes, este justifica o desinteresse pelas aulas após uma jornada de trabalho. Também, o pouco

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conhecimento da diversidade de atividades que a disciplina pode lhes proporcionar, a falta de orientação sobre a importância da prática de atividades físicas.

Segundo Silva e Silva (2007, p. 1):

No Brasil segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), artigo 26, §3º, a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; que seja maior de trinta anos de idade; que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigada à prática da Educação Física; que seja amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1961 e que tenha prole.

Percebe-se aí que na história a Educação Física foi perdendo a importância, não é a escola que decide se o aluno deve ou não praticar Educação Física, é a legislação que os ampara. Percebe-se que a maioria dos alunos que estudam à noite é porque trabalham durante o dia, sendo assim, não precisam praticar atividades impostas pelos professores e cabe a nós professores respeitar a decisão.

Martins (apud LIMA, 2012, p. 26) ressalta que o fato de a Educação Física ser uma disciplina facultativa no ensino noturno é um dos pontos negativos para esta disciplina que já é discriminada e tem tão pouco espaço e valor nas escolas. Porém, se o professor desenvolver um bom trabalho, conquistando assim seus alunos e provando a todos que a aula de Educação Física não é só para descansar os professores de outras disciplinas, tapar buraco de outra aula, esta disciplina tem suas especificidades, objetivos e valores, daí a importância do profissional da área defendê-la e a melhor forma de se fazer isso é trabalhando e mostrando a todos que o espaço conquistado na escola não é por acaso, portanto, toda a oportunidade dada à disciplina de Educação Física precisa ser abraçada, tendo sempre claro que o mais importante nisso tudo é o aluno, é ele quem precisa ser valorizado.

Com estes alertas sobre a Educação Física no período noturno buscaremos informações sobre o objetivo da Educação Física na EJA.

1.3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA

A educação vem sofrendo grandes mudanças ao longo dos anos, nos tempos passados a educação era apenas para pessoas da elite socioeconômica, sendo assim, muitas pessoas se tornavam adultos analfabetos.

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Apenas em meados de 1940 a EJA se torna uma modalidade de ensino e sua procura foi bastante grande por pessoas mais velhas que não tiveram a oportunidade de estudar.

A educação para todos se tornou um direito garantido por lei em 1988 pela instituição da Constituição Federal como podemos observar no capítulo III que diz respeito à educação, cultura e desporto, seção I da educação no artigo 205, onde se encontra escrito nas seguintes palavras:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (GOMES; SILVA; GUNTHER, 2009, p. 3).

Sendo a educação um direito de todos, a procura foi maior, pois pessoas que não tiveram acesso à rede de ensino no passado estão à procura e sua inserção é na EJA. Não há somente pessoas desta classe inserida na EJA, há também jovens que trabalham durante o dia e estudam à noite, há também alunos que foram expulsos da educação básica por disciplina, enfim alunos de idades diferentes, culturas diferentes e objetivos diversos.

E a Educação Física como é vista nesta modalidade de ensino? Como já mencionado anteriormente a legislação ampara a não obrigação da atividade física para alunos maiores de 30 anos e alunos que trabalham seis horas ou mais durante o dia, dando assim o direito ao aluno de optar pela realização ou não da prática. Levando isto em consideração, a Educação Física é vista como uma disciplina menos importante, pois sua prática é facultativa e isto acaba desmotivando o professor da mesma e, consequentemente, os alunos. Muitas vezes professores sem formação na área, que consideram este trabalho noturno como um “bico”.

Tudo isso mencionado leva a um agravamento muito grande, professores desmotivados, alunos desmotivados, alunos que muitas vezes não sabem os benefícios que uma atividade física pode trazer para a saúde, muitas vezes prejudicando alunos que estão ali em busca de um saber, proporcionando um mau entendimento sobre a disciplina, entendendo a mesma como diversão e descontração.

Nesta concepção, a EJA, pela sua complexidade, tem aspiração resumida em: aprender a conviver, aprender a ser e aprender a fazer.

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Hoje se tem a concepção de que a Educação Física tem enorme contribuição no desenvolvimento intelectual, porém ainda existam valores retrógrados em relação a sua prática.

Menciono aqui o problema como o professor planeja suas aulas para uma turma diferenciada, onde se encontra alunos de diferentes classes sociais, idades e objetivos?

1.4 OBJETIVOS DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA

A Educação Física trabalha com o movimento humano, alicerçando-se na crença de que este contribui para a promoção da saúde, mas na escola este componente curricular deve assumir outras funções educativas e formadoras que vão além da área de saúde.

No entanto, o objetivo nunca foi só manter e promover a saúde, mas atingir o pleno desenvolvimento do que podemos chamar de potencialidades do homem, do ser humano. Isso porque um dos importantes instrumentos identificados pelos médicos para concretizar seus objetivos era a educação do povo, por isso a promoção da saúde foi, por assim dizer, pedagogizada. Dessa forma, as afirmações e conclusões da medicina são interpretadas pedagogicamente e traduzidas em estratégias de ações que envolvem também a escola, a educação do povo para a saúde. [...] dentro dessa perspectiva, a Educação Física vai ser considerada importante instrumento da promoção da saúde do povo (BRACHT, 2001, p. 69-70).

A Educação Física não pode ser vista como um fazer por fazer. Deve ter objetivos claros, conteúdos selecionados integrados à proposta pedagógica da escola, a realidade social que a instituição escolar está inserida e as expectativas e necessidades dos alunos, para que o educando possa vivenciar práticas corporais de forma reflexiva, crítica e construtora de saberes.

A Educação Física é um componente curricular como os demais obrigatórios que tem a função de criar condições de aprendizagens. É uma área de conhecimento que movimenta, educa, tematiza, questiona, critica e busca formar pessoas humanas e cidadãs, o que diferencia da prática da atividade física fora da escola. No ambiente escolar não pode existir um fazer por fazer. Devem-se estabelecer objetivos, propondo uma prática planejada em que o educando possa conhecer a diversidade da cultura corporal de movimento, seu corpo e refletir sobre a prática que executa.

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Como qualquer outra disciplina a Educação Física na EJA também tem seus objetivos, como consta no portal do Ministério da Educação estes objetivos são:

- Valorizar a participação e a integração de todos os alunos, disponibilizando espaço para vivência de práticas esportivas. - Valorizar, apreciar e desfrutar da cultura corporal de movimento. - Perceber e compreender as relações entre a cultura corporal e o exercício. - Usufruir do lazer, resgatando o prazer enquanto aspecto fundamental para a saúde e melhoria da qualidade de vida. - Valorizar, por meio do conhecimento sobre o corpo, a formação de hábitos de autocuidado. - Compreender e ser capaz de analisar criticamente os valores sociais como os padrões de beleza, as relações de gênero e preconceitos da cidadania.

Na linha do construtivismo temos Freire (apud SILVA; SILVA, 2007, p. 1) que coloca, em relação ao seu papel pedagógico, que a Educação Física deve atuar como qualquer outra disciplina da escola e não desintegrada dela. As habilidades motoras precisam ser desenvolvidas, sem dúvida, mas devem estar claras quais serão as consequências disso do ponto de vista cognitivo, social e afetivo. Sem se tornar uma disciplina auxiliar de outras, a Educação Física precisa garantir que, de fato, as ações físicas e as noções lógico-matemáticas que a criança usará nas atividades escolares e fora da escola possam se estruturar adequadamente.

Observa-se que quando o professor de Educação física entra na sala de aula ele se depara com diferentes realidades, muitas vezes não sabendo que conteúdo trabalhar que possa envolver a todos, percebesse aí uma necessidade de investimento nas áreas de macroplanejamento, sendo que as medidas impostas nas propostas de reformas curriculares exigem mudanças na seleção.

O que se observa como fim para a educação e para a Educação Física é o desenvolvimento das competências básicas, que permita desenvolver a capacidade de continuar aprendendo. Isto demanda sistematizar um conjunto de disposições e atitudes como pesquisar, selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar, negociar significados, de forma que o aluno possa participar do mundo social e político, incluindo-se a cidadania, o trabalho e a continuidade dos estudos (COSTA; JESUS; SILVA, 2007, p. 18).

E tratando de objetivos ressaltamos aqui também a importância que a mesma tem para nossas vidas. A Educação Física é muito mais do que práticas repetitivas de movimentos com objetivo de desenvolver qualidades físicas.

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Considerando essa perspectiva a Educação Física para a EJA, poderia ter como objeto de estudo e pesquisa, o homem e sua produção cultural, no tocante a reflexão sobre o corpo, a sociedade, a ética, a estética e as relações inter e intrapessoais (COSTA; JESUS; SILVA, 2007, p. 27).

Os objetivos da educação física escolar contemplam o desenvolvimento motor, afetivo-social e cognitivo, que podem assumir diferentes relações nos conteúdos, conforme a faixa etária dos alunos. Portanto, espera-se que os alunos por meio da Educação Física Escolar, possam melhorar, adquirir, ampliar e ter acesso a alguns componentes essenciais da Educação Física Escolar.

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2 METODOLOGIA

2.1 ABORDAGENS DA PESQUISA

A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, ou seja, busca descrever a complexidade de determinado problema e a interação de certas variáveis, compreendendo e classificando os processos dinâmicos e suas particularidades. A pesquisa qualitativa envolve “a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório” (GIL, 2009, p. 133).

2.2 TIPO DE PESQUISA

De acordo com Gil (2009), a pesquisa de campo procura o aprofundamento de questões propostas a partir de características da população pesquisada, segundo determinadas variáveis. Estuda um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ressaltando a interação entre seus componentes. Já o estudo de caso, conforme Gil (2009, p. 54) “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”.

Assim, optou-se pela abordagem exploratória que tem como objetivo:

[...] proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito [...]. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado (GIL, 2009, p. 41).

2.3 CONTEXTO DA PESQUISA

Assim, para esta pesquisa, o contexto de estudo foi o CEJA, localizada no município de Itapiranga – SC. O universo diz respeito a professores de Educação Física do Ensino Fundamental da EJA.

2.4 OS SUJEITOS DA PESQUISA

A entrevista foi realizada com o professor de Educação Física do Ensino Fundamental da EJA, da cidade de Itapiranga – SC.

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2.5 OS INSTRUMENTOS DA PESQUISA

Segundo Gil (1999), entrevista é uma técnica de pesquisa que visa obter informações de interesse a uma investigação, onde o pesquisador formula perguntas orientadas, com um objetivo definido, frente a frente com o respondente e dentro de uma interação social.

A entrevista foi realizada por meio de diálogo e questionário que foi aplicado ao professor de Educação Física da EJA.

2.6 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Inicialmente foram escolhidas a escola e a turma que fizeram parte da pesquisa. Em seguida foi contatado com cada um deles sobre a disponibilidade de participarem da pesquisa. A partir da aceitação da direção, professor e alunos, os mesmos preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B) para ser entregue à pesquisadora.

Num segundo momento foi analisado o currículo da escola, após observação das aulas da Educação Física e em seguida entrevista semiestruturada com o professor de Educação Física. O professor não precisou se identificar no questionário, garantindo o anonimato de sua participação.

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3 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos nessa pesquisa foram interpretados com base na revisão bibliográfica. Desta forma, foram analisadas de forma individual e posteriormente global as informações recolhidas com as observações e entrevistas semiestruturadas com o sujeito da pesquisa.

Assim sendo, os dados foram analisados com base em uma análise de conteúdo. A análise de conteúdo tem como objetivo captar um saber que está por trás da superfície textual, onde o pesquisador se propõe a desvendar a subversão escondida, procurando reproduzir e disseminar a realidade encontrada, ou seja, verificar uma determinada realidade.

3.1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E A EJA

Com este título, neste capítulo será apresentada a estrutura da escola, o seu funcionamento, as principais intenções e a realidade da EJA descrita e praticada.

Considerando os parágrafos 1º e 2º do artigo 1º da LDB nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, observa-se que a educação escolar vê o aluno como sujeito que em sua vivência cotidiana se organiza de forma social por ser este seu instinto natural. A educação é, então, um meio de agilizar os processos formativos do ser humano em suas diferentes organizações, inclusive no mundo do trabalho.

Conforme a mesma Lei em seu art. 4º, inciso VII, a oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades, deixa bem claro que o trabalho pedagógico a ser desenvolvido com os mesmos deve respeitar suas origens, seu projeto de vida, seu desenvolvimento cognitivo até então complementado pelas vivências sociais ou de ofício/trabalho.

Nesta concepção o trabalho com jovens e adultos deve ser norteado por um planejamento coletivo e uma avaliação participativa.

3.1.1 A Educação Física no CEJA

Considerando o Projeto Político Pedagógico e o regimento escolar do CEJA vê-se no componente curricular Educação Física as responsabilidades iguais aos

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demais componentes da escola. A escola, em seu programa, destaca o seu papel com o aluno: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, complementada pela Lei nº 170/98, Sistema Estadual de Educação de Santa Catarina, atribui aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar a sua proposta pedagógica, abrindo possibilidades para a introdução de mudança de novas práticas, visando uma aprendizagem de qualidade.

Na construção desse processo, a legislação pressupõe que todas as instâncias do sistema de ensino, num processo de construção coletiva, busquem a partir da discussão, da análise e da interpretação dos dispositivos legais, a consolidação do Projeto Político Pedagógico, onde conste e assegure os direitos e princípios, para uma educação dinâmica que corresponda às necessidades individuais e coletivas.

Além de representar um desafio para a comunidade escolar envolvida, representa uma importante decisão política, pois estabelece um compromisso de fortalecimento para a cidadania e constitui-se num instrumento de gestão democrática.

Esse instrumento organizará e orientará toda a ação da escola e deverá retratar efetivamente a realidade escolar, contribuindo para a formação de sua identidade e a sua autonomia.

O Projeto Político Pedagógico objetiva nortear todo o trabalho da comunidade escolar, contribuindo para o crescimento e a legitimidade do processo de ensino e aprendizagem, com adoção de critérios próprios de organização da vida escolar, enfatizando a produção e a socialização do conhecimento das ciências, das letras, das artes, da política e da cultura, capaz de participar do processo de construção da sociedade.

Embora as aulas de Educação Física na EJA sejam ministradas na sexta-feira à noite (quatro períodos de 45 minutos de duração), elas são diversificadas de conteúdos e participativas, segundo o professor é um tempo bom onde consegue passar a teoria e a prática.

3.1.2 Metodologia e Conteúdos

As aulas partiram do princípio do diálogo, da exposição, com espaço para vivências em torno do tema abordado. Segundo a metodologia as aulas são

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ministradas de forma diversificada, levando em consideração a fase motora dos alunos, usando metodologias para despertar nos alunos o interesse e a vontade de aprender. Os conteúdos são trabalhados através de aulas expositivas, dialogadas, teoria associada com a prática individual, coletiva, pequenos e grandes grupos e jogos de interação.

Conforme programação elaborada pelo professor para o desenvolvimento no bloco D (03/10 a 12/12) ficam estabelecidos os seguintes conteúdos:

- voleibol de quadra e areia (fundamentos, teoria e prática, toques, recepção, levantamento, saque, manchete, bloqueio, cortada, fundamentação tática de defesa/ataque e regras);

- atletismo (fundamentação teórica e prática, corridas, revezamento com bastão, salto em altura e distância, arremesso de peso, dardo, disco, martelo e regras);

- jogos de raciocínio lógico (baralho, trilha, dama, dominó, banco imobiliário, stop, três Marias e general, fundamentação teórica e prática). Conteúdos estes descritos no plano de estudo do professor e repassados nas aulas observadas, porém um jogo repassado não consta no plano que é o taco. Em questionamento ele relata que o plano foi feito no início do ano e com o andar das aulas resolveu trazer algo diferente que foi o taco, jogo que os alunos demonstraram muito interesse em aprender.

3.1.3 Avaliação

Compreendida como processo dinâmico, a avaliação aconteceu na produção e vivências, tanto individual como em grupo. Despertar o interesse de cada aluno para as provas individuais e em grupos, pela pesquisa e pela reflexão coletiva, principalmente no final de cada aula.

Para avaliar o desempenho e participação dos alunos foram estabelecidos os seguintes critérios:

- avaliação – será constante, contínua e gradativa;

- comportamento, postura, interesse, dedicação, respeito, responsabilidade, esforço, participação, relacionamento, criatividade, conhecimento e assiduidade;

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- empenho e desenvolvimento nas aulas práticas; - pontualidade na entrega dos trabalhos;

- alunos com problema de saúde devem apresentar atestado médico; - roupas adequadas para a prática.

Durante as aulas observadas foram avaliados todos estes critérios.

Em entrevista foi questionado como acontece a avaliação dos alunos que amparados por lei não participam da prática:

Até o momento todas as turmas que trabalhei e trabalho não teve este problema, claro teve atestado, já tive um caso de aluno com dor muscular que não participou pela dor, não porque não queria fazer, por preguiça, não, todos sempre participaram, a avaliação destes alunos com dor muscular foi a mesma que os demais alunos que participam da prática (PROF. CARLOS).

Como visto anteriormente a maioria dos alunos tem sua pratica facultativa, mas mesmo assim participam e demostram interesse pelas aulas de Educação Física do professor Carlos.

3.2 A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA

Em relação ao professor Carlos ele relata que é casado, tem 34 anos e não possui filhos.

E falando da sua formação ele relata que o curso de graduação de Educação Física, realizado na Universidade do Noroeste de Santa Catarina (UNOESC), concluído no ano de 2004, lhe proporcionou uma boa capacitação, a base necessária, porém não foi o bastante, teve que buscar mais conhecimento para se sentir mais seguro para dar aula.

Sobre sua formação a luz das demandas de trabalho em seu início de carreira, relata que teve bastantes dificuldades, por ser tudo novo, porque muita coisa não havia visto na faculdade e teve que correr atrás, hoje se sente mais seguro pela questão da experiência que adquiriu.

E sobre sua chegada nesta escola relata que faz um ano que está no CEJA. Esteve afastado por um tempo e este ano retornou, a sua expectativa mudou um pouco na questão da carga horária, trabalha 10 horas por semana, sendo que são

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quatro aulas por noite, ele salienta que na questão do planejamento mudou bastante, porque anteriormente trabalhava em escola do município onde havia três aulas de Educação Física por semana em dias diferentes. Na EJA trabalha com duas turmas, Ensino Fundamental e Médio. O Ensino Fundamental é dividido em dois blocos, o C e o D, que correspondem ao 8º e 9º anos, e o Ensino Médio é dividido em três blocos, A, B e C, que são 1º, 2º e 3º anos, isso fecha a carga horária de 10 horas semanais, quintas e sextas à noite.

Sobre suas aulas o professor menciona que trabalha bastante com a teoria, por serem alunos mais velhos preferem mais a teoria, principalmente relacionados com a saúde.

Complementando ele esboça que é de suma importância o profissional estar sempre em busca de conhecimentos. Assim sendo relata sobre suas buscas:

Sempre que possível faço cursos, quando tenho dúvidas de algo antes de repassar para o aluno vou pesquisar. Considero muito importante o professor estar sempre em busca de conhecimento, mas confesso, deveria ler mais, devido a minha carga horária, a compromissos externos, família, estou buscando muito pouco conhecimento (PROF. CARLOS).

As evidências encontradas em relação à ênfase pela formação continuada podem ser sustentadas por Fensterseifer e Silva (2011, p. 124):

A formação do professor é um ato contínuo, não termina ao concluir a graduação ou qualquer outra etapa de seu processo formativo, estende-se, na literal acepção do termo “processo”, por toda sua trajetória profissional, que é, portanto, “singular”.

Por ter se formado há 10 anos apenas relata que na sua formação não teve prioridades de disciplinas, foram trabalhadas todas as disciplinas por igual.

Apesar de estar trabalhando na EJA, uma experiência nova em sua vida, relata que nunca pensou em desistir, apesar das dificuldades. “Nada é mais

satisfatório para mim do que fazer a prova final e ver que o aluno foi bem, que realmente ele aprendeu alguma coisa, que meu trabalho não foi em vão” (PROF.

CARLOS).

Enfim, o professor tem um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem e está muito além da simples transmissão de informação, pois mesmo

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com todos os recursos eletrônicos e didáticos, nada substituirá a capacidade de dar afeto, passar emoção, vibrar com cada conquista do aluno, isso sim é privilégio.

3.3 O PLANEJAMENTO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Em entrevista com o professor Carlos ele menciona que o planejamento deve ser feito, e que pelo fato da idade deles ele prioriza conteúdos sobre a qualidade de vida:

Eu planejo e considero o planejamento algo para qualificar meu trabalho. O próprio aluno percebe se você planejou ou não, isso é uma coisa clara, você percebe nitidamente, e aqui no CEJA como são cinco aulas por noite, por serem alunos com mais idade a gente foca muito a questão da teoria sobre qualidade de vida, com eles então meu planejamento é dividido nesta questão de idade deles e pelo tempo que tenho em sala para trabalhar (PROF. CARLOS).

Relata que chegou a esta conclusão através de experiências de trabalho, não só no CEJA, mas em outras escolas que atua e atuou.

Além do mais, salienta que jamais pensou em se acomodar em seu trabalho por falta de apoio da equipe diretiva ou pela desvalorização da sua disciplina por parte dos outros profissionais do ensino:

Jamais pensei em me acomodar, a equipe diretiva sempre me auxiliou no que foi preciso. Muitas vezes acontecia, principalmente anos atrás, o pessoal achar que a Educação Física qualquer um pode vim aqui e dar essa aula, hoje está se percebendo que não é bem assim, tem que ter conhecimento na área para passar para os alunos, não é simplesmente chegar lá e fazer o que eles querem. O pessoal hoje em dia eu vejo que estão valorizando um pouco mais esta área (PROF. CARLOS).

Em sua graduação relata que teve uma disciplina que tratou de planejamento que era a didática, mas teve muito pouco, não era tão valorizado. No entanto, relata que como aprendeu na graduação e como faz tem diferença, porque muita coisa teve que buscar, teve muita pouca vivência neste tema. Menciona também que como fazia no começo e faz agora também tem diferença, porque muita coisa se vai vendo com outros olhos e buscando ao longo dos anos.

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Além do mais, utiliza como suporte pedagógico para o planejamento de suas aulas, PCNs de Educação Física e alguns livros que adquiriu durante sua graduação. Acrescentando, afirma que o planejamento é realizado individualmente, cada um faz o seu, até porque ele é o único professor de Educação Física na EJA:

Não temos nenhum planejamento específico da Educação Física, cada um faz o seu. O plano de estudo é feito e entregue à direção da escola no começo do ano, passando por uma autoavaliação, já o plano de aula cada professor fica com o seu (PROF.CARLOS).

Além do mais, menciona que na escola acontece um planejamento participativo, onde todos os professores participam, mas este planejamento trata de assuntos gerais da escola e não o planejamento em si.

Questionado se leva em consideração os planos de anos anteriores, ele cita que: “Não levo em consideração, porque tudo depende da realidade da turma, tem

turmas que tu vai trabalhar de uma maneira, e ano que vem pega outra realidade bem diferente, tendo que mudar todo o planejamento” (PROF. CARLOS).

Acrescentando, ele também fala que para planejar leva em consideração conhecimentos anteriores, a realidade social e motora dos alunos, relata que por serem de idades diferentes, condições físicas, antes de planejar entra em contato com a turma para ver a realidade dos alunos e depois planeja.

Em relação à priorização de conteúdos, ele salienta que trabalha bastante teorias ligadas à qualidade de vida e saúde, priorizando a saúde, pois é uma turma com alunos mais velhos, gostam mais da teoria e demonstram bastante interesse pelo tema. Também ressalta que a equipe pedagógica da escola não interfere no seu planejamento, ficando a critério de cada professor sua forma de trabalhar.

O professor Carlos, questionado sobre o planejamento de suas aulas, relata que costuma fazer isso em casa, nos finais de semana, pois na escola não tem hora atividade. Em relação a isso menciona que isto é uma das suas dificuldades, pois o único tempo que você tem para ficar com a família tem que planejar e corrigir provas.

Questionado sobre a elaboração do Projeto Político Pedagógico, ele relata:

“Esta pergunta não posso te responder no momento, pois não tenho conhecimento de como acontece a elaboração, nunca participei” (PROF. CARLOS). Continuando,

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da equipe pedagógica, pelo menos enquanto ele está ali. “O Projeto Político

Pedagógico está pronto, o plano de estudo cada um faz o seu e o regimento escolar não tenho conhecimento” (PROF. CARLOS).

De certo modo, o professor Carlos afirma que não tem mais tanta dificuldade de aplicar o planejamento, por questão de tempo de serviço:

Agora no momento por questão de tempo de serviço não vejo mais tanta dificuldade, claro tem coisas que às vezes a gente se depara com turmas diferentes, tendo que mudar o planejamento, mas hoje não me vejo com tanta dificuldade como no início, tipo às vezes você vem com uma modalidade diferente e a turma não se adapta, aí você acaba mudando toda sua metodologia de trabalho, até às vezes você vem com uma modalidade que eles nunca vivenciaram, aí no início até eles compreenderem, conhecerem as regras não é de um dia para o outro que consegue se enturmar toda a turma, conquistar eles é uma realidade que a gente se depara diariamente (PROF. CARLOS).

E, falando sobre planejamento e implementação, relata que sua maior dificuldade é a questão da disparidade da idade deles, tem alunos novos e alguns com idades muito avançada, “então isso é o maior cuidado que devo ter e por isso

sinto dificuldade em planejar” (PROF. CARLOS). E na implementação do

planejamento é esta a dificuldade, segundo ele, principalmente os mais velhos, além da questão da idade, eles vêm muito cansados para a escola por questão de trabalho do dia a dia, então tem que ter um cuidado muito grande para não lesionar ninguém, menciona.

Quando questionado sobre a relação entre planejamento e o professor de Educação Física, o que lhe motiva em realizar um trabalho comprometido e organizado com seus alunos e escola, ele salienta: “O que me motiva é ver que em

todas as aulas eles estão dando conta, é sinal que eu estou vindo com as coisas planejadas e estão tirando notas boas, também a satisfação de ver que estão aprendendo” (PROF. CARLOS).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegar às considerações finais, enfatizo como a Educação Física é vista na EJA, como já mencionado anteriormente a legislação ampara a não obrigação da atividade física para alunos maiores de 30 anos e alunos que trabalham seis horas ou mais durante o dia, dando assim o direito ao aluno de optar ou não pela prática. Foi isto que me instigou a pesquisar este tema, uma turma amparada por lei com alunos de idades muito diferentes, como o professor planeja a aula para esta turma?

Após um estudo de caso se constatou que o planejamento é muito importante e deve ser feito por todos os professores de todas as disciplinas, sem o planejamento você não tem um rumo a seguir, o aluno percebe que você não planejou e dá menos importância para sua aula.

Portanto, o planejamento de aula é algo norteador para as ações docentes e é uma maneira de fortalecer a legitimidade da Educação Física Escolar. Além do mais, o planejamento de aula contribui para um trabalho docente comprometido e ético e, principalmente, para o êxito do processo de ensino e aprendizagem, pois é através dele que serão direcionadas as ações dentro da sala de aula, enfocando o aprendizado e a evolução do aluno.

Apesar das dificuldades encontradas na turma da EJA, por ter alunos com idades diferentes, capacidade física, é possível realizar um trabalho bom, mas é necessário primeiramente conhecer a realidade da turma para depois planejar.

Mesmo conhecendo a realidade da turma o professor encontra dificuldades no planejamento e implementação do mesmo. Por se deparar com uma disparidade da idade, tem alunos novos e alguns com idades muito avançadas, então isso é o maior cuidado que o professor deve ter e por isso sente dificuldades em planejar e

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na implementação do planejamento é esta a dificuldade encontrada, é difícil encontrar um conteúdo onde todos consigam se adaptar.

Mesmo assim, com tantas dificuldades o professor não desiste, não pensa em se acomodar, faz cursos e pesquisas, aprofundando seus conhecimentos para melhor repassar para os alunos, pois sabe que no fim vem a recompensa, a satisfação de ver que seu aluno aprendeu o que lhe foi repassado.

O professor da EJA, durante o diálogo, ressaltou que no período da graduação da licenciatura pouco se tratou sobre EJA. Talvez deva a isso a carência de metodologias voltadas à EJA. Tudo isso dificulta o trabalho do professor em sala de aula. O fato do professor da EJA ter metodologias apropriadas a esta faixa etária é essencial para que ele garanta a permanência desses alunos na escola, usando técnicas e recursos que o façam sentir parte desse novo mundo, o mundo de conhecimentos e oportunidades.

O professor da EJA utiliza muito pouco livro didático, porque não está de acordo com a realidade dos alunos da EJA, visto que possuem tópicos que não inclui o sociocultural dos alunos em questão, por isso ele faz seu próprio material didático, adaptado ao cotidiano dos alunos. Esse planejamento ocorre em casa, pois não tem hora atividade na escola, sendo isto uma das dificuldades citadas por ele.

Sem dúvida é um desafio trabalhar com a EJA, mas com muita dedicação e interesse por parte dos professores é possível realizar um trabalho bom, onde há planejamento e apoio da direção no que for necessário.

As considerações e os resultados obtidos nessa pesquisa (que aborda um estudo de caso sobre planejamento da prática pedagógica na Educação Física da EJA no município de Itapiranga – SC) têm a intenção de contribuir para o campo educacional, principalmente para a reflexão sobre a importância do planejamento na prática pedagógica dos docentes de Educação Física no âmbito escolar. E que possa servir, também, como instrumento útil para debates e reflexões acerca da problemática por mim estudada.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: <http://portal.mec. gov.br/seb/arquivos/pdf/EducacaoFisica.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2014.

CEJA – CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Projeto político pedagógico, 2013.

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GOMES, M. C. F.; SILVA, A. O.; GUNTHER, M. C. C. Educação física na educação de jovens e adultos, e os documentos legais. 2009. Disponível em: <http://www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunicacaooralartigo/artigoco moral4.pdf>. Acesso em: 15 set. 2013.

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TELES, L. A. Breve histórico da EJA no Brasil. 2011. Disponível em: <http:// laiseateles.wordpress.com/2013/01/21/breve-historia-da-eja-no-brasil/>. Acesso em: 23 dez. 2013.

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(34)

ANEXO A – Autorização

AUTORIZAÇÃO

Eu, Gessica Balestrin, RG 5.057.111, matrícula 620202, venho por meio deste, requerer a Eduardo Guarienti, autorização para a realização da pesquisa referente ao desenvolvimento do “Planejamento em educação física: um estudo de caso na Educação de Jovens e Adultos (EJA)”. O período da realização das atividades da pesquisa será de sete dias. O desenvolvimento da referida pesquisa não acarretará qualquer ônus para a instituição. É garantido a Eduardo Guarienti o direito de receber esclarecimentos e informações a qualquer dúvida relacionada com a pesquisa no decorrer da mesma, bem como ter acesso a qualquer momento da análise e interpretação das informações obtidas e aos resultados finais.

Ijuí, ____ de _______________ de 2014. ________________________________________ Orientador ________________________________________ Pesquisadora ________________________________________ Assinatura do Responsável

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ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Planejamento em educação física: um estudo de caso na Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Pesquisador Responsável: Paulo Evaldo Fensterseifer Autora: Gessica Balestrin

Instituição: UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Telefone para Contato: (49) 9915-6978

Endereço: Basílio da Gama – Pinheirinho do Vale – RS

Convidamos o prezado professor a participar deste estudo, o qual tem como objetivo investigar o currículo e a prática pedagógica em Educação Física na EJA. Este estudo justifica-se entender a prática pedagógica na EJA.

Para se atingir o objetivo desta pesquisa faz-se necessário a realização de entrevista, observação e investigação ao currículo a fim de se adquirir informações para a discussão da presente temática.

Será importante a gravação das entrevistas, se assim aceitarem os sujeitos, para não se perder detalhes importantes das suas falas. Após a realização das entrevistas, elas serão transcritas e devolvidas aos sujeitos, para que esses possam incluir, excluir ou reescrever os seus depoimentos.

O material coletado através das entrevistas será utilizado exclusivamente com caráter científico, sendo lidas apenas pelo pesquisador responsável e pela autora da pesquisa, estando estes, responsáveis por qualquer extravio ou vazamento das informações confidenciais.

O anonimato dos sujeitos será preservado em quaisquer circunstâncias previstas nesta pesquisa, sendo esses livres para desistirem de participar da pesquisa a qualquer momento, sem que isso venha a prejudicá-los, não gerando prejuízos morais, físicos ou custos aos mesmos.

Quanto aos benefícios da pesquisa, objetiva-se entender a prática pedagógica da EJA.

Desde já, informamos que se pretende divulgar os resultados encontrados nesse estudo em periódicos e eventos da área da educação e/ou Educação Física.

Mesmo não sendo a nossa intenção, esse estudo poderá trazer algum constrangimento aos sujeitos do estudo, mas que serão amenizados pelo tratamento ético que teremos com os mesmos.

A autora compromete-se em esclarecer devida e adequadamente qualquer dúvida ou questionamento que os sujeitos venham a ter no momento da pesquisa.

Após ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa, seus propósitos, procedimentos e garantias de confidencialidade e ter esclarecido

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minhas dúvidas, eu _________________________________________, concordo voluntariamente em participar deste estudo e autorizo a realização de entrevista sobre a temática proposta, podendo retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo.

_________________________________________ Assinatura do Entrevistado

CI:

Declaramos, abaixo assinado, que obtivemos de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa para a participação no estudo.

_________________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável RG:

_________________________________________ Assinatura da Autora do Estudo

RG:

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ANEXO C – Aspectos Observados na Atuação do Professor

1. O interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física.

2. A proposta justifica as necessidades de aprendizagem dos alunos? 3. Se o planejamento em questão é aplicado.

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ANEXO D – Roteiro de Entrevista Semiestruturada

1. Inicialmente gostaria que falasse sobre você, nome completo, sua idade, estado civil, filhos...

2. Fale sobre o seu curso de graduação, onde você realizou e o ano que concluiu. Por que você optou pela Educação Física?

3. Descreva a sua caminhada como professor (aprendizagens da experiência). Como foi no início, teve dificuldades? Era algo diferente do que você aprendeu em seu curso de graduação? Como foi a sua adaptação ao ambiente de trabalho, em sala de aula?

4. Fale sobre sua chegada nessa escola, há quanto tempo está aqui e quais eram suas expectativas no início e se mudou alguma coisa.

5. Fale sobre seu trabalho nesta escola, quantas horas semanais frente aos alunos, quais turmas.

6. Em sala de aula, de que maneira você interage com o aluno para alcançar os seus objetivos?

7. Você planeja suas aulas? Você considera o planejamento algo para qualificar seu trabalho ou apenas uma função burocrática? Como chegou a esta conclusão?

8. Você já pensou em se acomodar em seu trabalho por falta de apoio da equipe diretiva ou pela desvalorização da sua disciplina por parte dos outros profissionais do ensino?

9. Em sua formação acadêmica, você teve matérias que abordavam o planejamento? (Ex.: didática). Ele era valorizado?

10. Como você aprendeu e como você faz, tem diferenças? Como você fazia no início do seu trabalho e como você faz atualmente tem diferenças? E como isso foi acontecendo?

11. Como o seu planejamento procede? Em que momento tem feito? 12. Você leva em conta os planos de anos anteriores?

13. Para planejar você leva em consideração a realidade dos alunos, conhecimentos anteriores, outros... realidade motora ou social?

14. O que você toma como referência para planejar? (Ex.: PCNs, referencial do RS, livros...).

15. Que critérios utiliza para selecionar os conteúdos? (Ex.: Municipal, Estadual). 16. Prioriza conteúdos? Que critérios utiliza para isso? Sua formação acadêmica priorizou conteúdos?

17. O planejamento está atrelado à proposta curricular da Educação Física descrita no Projeto Político Pedagógico? Como se dá a elaboração do Projeto Político Pedagógico em sua escola? Você participa?

18. Tem algum processo de autoavaliação do planejamento?

19. Há um planejamento participativo? Quem participa desse processo de planejamento?

20. Como é feito a avaliação dos alunos que amparados por lei não participam da prática?

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21. Tem dificuldades em aplicar o planejamento?

22. Tem algum objetivo a seguir na hora do planejamento?

23. Você costuma fazer leituras pedagógicas? Elas têm contribuído para a sua prática pedagógica?

24. Há a sensibilização dos docentes por parte da equipe pedagógica para a importância do planejamento?

25. A equipe pedagógica interfere no seu planejamento? Como? (Ex.: atividades vinculadas ao calendário escolar... jogos... determina que uma aula seja teoria em sala e a outra prática na quadra).

26. Em quais documentos do planejamento escolar há a participação/elaboração da equipe pedagógica? (Projeto Político Pedagógico, plano de estudos e regimento escolar).

27. A equipe pedagógica cobra o planejamento dos professores de Educação Física? Quais? Acompanha sua execução?

28. Quais as maiores dificuldades no processo de planejamento? E na implementação?

29. Você poderia falar sobre a relação entre planejamento e professor de Educação Física. O que te motiva em realizar um trabalho organizado e comprometido com objetivos seus alunos, sua escola?

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