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Influência familiar na alimentação infantil

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Academic year: 2021

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INFLUÊNCIA FAMILIAR NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Andreza Calegaro Ferrari

Orientadora: Profª Silvania Moraes Bottaro Nutrição

2012

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA – DC Vida Rua do Comércio, 3000 - Bairro Universitário

Caixa Postal 560

Fonte: (55) 3332-0200 - Fax: (55) 3332-9100 www.unijui.edu.br

CEP 98700-000 Ijuí – RS Brasil

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ANDREZA CALEGARO FERRARI

INFLUÊNCIA FAMILIAR NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Artigo de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Nutrição Clínica, do Departamento de Ciências da Vida (DC Vida), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Nutrição Clínica.

Orientadora: Profª Silvania Moraes Bottaro

Ijuí, RS 2012

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SUMÁRIO RESUMO ... 3 ABSTRACT ... 3 INTRODUÇÃO... 4 METODOLOGIA... 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 10 REFERÊNCIAS ... 11

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INFLUÊNCIA FAMILIAR NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Andreza Calegaro Ferrari1 Silvania Moraes Bottaro2

RESUMO

O presente artigo consiste numa revisão bibliográfica sobre a Influência familiar na

alimentação infantil. Trata-se de uma revisão de literatura, entre 2000 e 2010, de artigos online e livros. Os artigos selecionados contêm no mínimo um dos descritores definidos,

abordando sobre a Alimentação e Nutrição Infantil, na faixa etária de zero aos seis anos de idade. Nesse contexto, cabe destacar que a família, inegavelmente, constitui-se no principal elemento na formação do hábito alimentar das crianças, sendo fator determinante em suas escolhas quando adulto. Observa-se que já na fase do aleitamento materno e na alimentação complementar há interferências socioculturais. O mesmo se ressalta na alimentação e nutrição das crianças a partir de um ano. As influências da mídia em geral têm sido persuasivas nas escolhas alimentares da família e, por sua vez, levando as crianças a adotarem hábitos pouco saudáveis. Conclui-se que os pais desempenham papel fundamental na educação alimentar de seus filhos, nos primeiros anos de vida, quando a criança tem o primeiro contato com a diversidade de alimentos. Porém, as influências sociais, midiáticas e ambientais mudaram o comportamento alimentar da família brasileira.

Palavras-chave: Alimentação. Criança. Educação Alimentar. Escola. Família. Mídia.

ABSTRACT

This article consists of a literature review on family influence on infant feeding. This is a review of the literature between 2000 and 2010, articles online and books. Selected articles containing at least one of the descriptors defined, addressing on Food and Nutrition, aged zero to six years old. In this context, it is worth noting that the family undeniably constitutes the main element in shaping the eating habits of children, being a determining factor in their choices as an adult. It is observed that in the phase of breastfeeding and complementary feeding for interference sociocultural. This also underscores the feeding and nutrition of children from one year. The influences of the media in general has been persuasive in family food choices and, in turn, leading children to adopt unhealthy habits. We conclude that parents play a key role in food education for their children in the early years of life, when the child has the first contact with the diversity of food. However, social influences, and environmental media have changed the feeding behavior of the Brazilian family.

Keywords: Food. Child. Nutrition Education. School. Family. Media.

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Graduada em Nutrição pela Universidade de Passo Fundo-UPF, em 2010. E-mail: andrezapm.nutri@yahoo.com.br

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Nutricionista. Doutora em Ciências Médicas – Pediatria. Professora do Curso de Nutrição, do Departamento de Ciências da Saúde, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ).

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INTRODUÇÃO

A primeira infância, a fase do aleitamento materno, alimentação complementar e idade pré-escolar são etapas da vida das mais ricas e plenas pelas quais passa o ser humano. Nesse período, o crescimento e desenvolvimento da criança são dinâmicos, envolvendo fatores biológicos, emocionais e sociais que preparam a criança para a vida adulta.

A influência familiar pode ser um fator determinante nos hábitos saudáveis, pois são iniciados e cultivados no contexto familiar, sendo a família considerada como um dos principais fatores de âmbito social capaz de influenciar, entre outros, o comportamento alimentar de seus filhos (SALLIS; PROCHASKA; TAYLOR, 2000; HALLAL et al., 2006; ANDERSSEN; WOLD; TORSHEIM, 2006; GONÇALVES et al., 2007; SILVA et al., 2008; SEABRA et al., 2008).

Nas últimas décadas, a mudança nos hábitos alimentares tem acompanhado as mudanças conferidas à sociedade atual. Observa-se o declínio no consumo de alimentos básicos e tradicionais da dieta dos brasileiros, como no arroz e no feijão e aumento no consumo de produtos industrializados, além do excessivo consumo de açúcar, gorduras saturadas e trans e insuficiente de frutas e hortaliças (LAVY-COSTA et al., 2005).

O desenvolvimento da preferência alimentar está relacionado com a cultura do ambiente em que a criança vive. Entretanto, a sensibilização do hábito alimentar da criança pode ter início a partir da vida intrauterina. Isso porque a exposição do feto ao líquido amniótico materno influencia precocemente o registro de sabores (ALMEIDA, 2010).

Com o nascimento do bebê, a amamentação deve ser estimulada com ênfase na relação da promoção-proteção-apoio, que são essenciais para o vínculo mãe e filho (ALMEIDA, 2004). Porém, o desmame precoce tem sido um fator predominante na descontinuidade do aleitamento materno nas últimas décadas, quadro este que poderá favorecer uma nutrição e imunidade não adequada à criança, predispondo a anemia ferropriva, carências nutricionais e obesidade infantil, entre outras complicações (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000).

Importante salientar que, a maioria das crianças forma seu hábito alimentar quando ocorre a transição entre a oferta do leite materno e a inserção dos alimentos complementares. Nesse momento, a família tem um papel preponderante na introdução dos novos alimentos, uma vez que a criança vai conhecer os diferentes alimentos por meio do que lhe for oferecido. Já a partir da idade escolar, a criança socializa suas escolhas em contato com os colegas na escola e se torna capaz de determinar se seguirá ou não o hábito alimentar da família.

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Portanto, é adequado e necessário que os pais e/ou educadores recebam orientações nutricionais desde o nascimento da criança, favorecendo o processo de educação alimentar, bem como a necessidade de mudanças comportamentais por parte desses indivíduos (OLIVEIRA et al., 2003).

Deste modo, o presente estudo tem como objetivo discutir a influência da família na formação dos hábitos alimentares da criança de zero a seis anos de idade, que corresponde à fase pré-escolar e início da fase escolar, período considerado marcante na fixação dos hábitos alimentares.

METODOLOGIA

O estudo consiste em uma revisão bibliográfica sobre a influência familiar na alimentação infantil de crianças de zero a seis anos de idade. Segundo Noronha e Ferreira (2000, p. 191), a revisão bibliográfica “analisa a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório sobre um tópico específico”.

Os critérios de seleção elencados para a busca dos artigos foi a disponibilidade de bibliotecas online, sendo a publicação entre o período de 2000 a 2010, devendo conter, no mínimo, um dos descritores definidos. Também foram utilizados livros da área com abordagem sobre a Alimentação e Nutrição Infantil. Como o estudo foi focado na influência da família brasileira no hábito alimentar de seus filhos se priorizou a redação dos artigos em português.

As palavras-chave utilizadas para a busca dos artigos foram: alimentação, família, TV, mídia, alimentação infantil, pré-escolar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Parece óbvio que a alimentação da criança sofre influência direta da família da qual é descendente. No entanto, a influência que a família exerce sobre a alimentação da criança é transmitida pela cultura a qual se encontra inserida, sendo modificada pelos aspectos sociais e situacionais do consumo alimentar. O consumo de alimentos, por sua vez, se atrela a categorias que estabelecem a identidade de pobreza e riqueza determinada pela família (ROMANELLI, 2006). Do mesmo modo, é inquestionável que a alimentação/nutrição da

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criança é um aspecto fundamental para a promoção de sua saúde, bem como prevenir uma série de doenças (ROSSI et al., 2008). Contudo, as práticas alimentares e, consequentemente, o ato de nutrir-se são práticas sociais e não podem ser abordadas por um único aspecto, pois o significado do ato extrapola a ótica biológica (ROTENBERG; VARGAS, 2004). Por essa razão, torna-se necessário analisar até que ponto as experiências familiares influenciam o hábito alimentar infantil, pois hoje a criança se encontra exposta a tantas interferências do mundo moderno.

Do ponto de vista da sociabilidade familiar e a relação ao consumo alimentar à dimensão afetiva que o alimento representa simbolicamente está associada às escolhas alimentares, muitas vezes, de forma mais forte do que os benefícios nutricionais que o alimento concebe. Além disso, a afetividade demonstrada por determinados alimentos tende a perpetuar-se por meio de gerações. Ainda, oferecer um alimento que tem uma razão afetuosa se traduz para os pais e filhos em demonstração de afeto, mesmo que à custa da contenção da aquisição de outros bens, às vezes, mais necessários para a família como um todo (ROMANELLI, 2006).

Pode-se dizer que o caráter social e afetivo da alimentação está presente desde o nascimento, por meio do aleitamento materno, que envolve o contato do filho com do corpo da mãe, mediado pelo seio. O ato de amamentar faz com que a alimentação também esteja associada à proteção, oferecendo maior possibilidade do cuidado em geral com a criança (ROMANELLI, 2006). A composição do leite materno proporciona benefícios funcionais e afetivos, sendo insuperáveis quando o aleitamento materno acontece de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança, sendo complementada apenas depois desse período (GIUGLIANI, 2000).

Estudos mostram que a duração do aleitamento materno depende da situação econômica das mulheres. Observa-se que em sociedades tradicionais praticamente a maioria das mulheres amamenta seus filhos, mas o desenvolvimento faz com que as mulheres deem preferência à mamadeira. Na atualidade, no entanto, constata-se que as mulheres com mais escolaridade valorizam mais o aleitamento materno, enquanto as pertencentes às camadas menos privilegiadas da população e da zona rural aderem à amamentação à medida que a sociedade reconhece a prática do aleitamento materno como benéfica para o crescimento e desenvolvimento da criança (BOTTARO; GIUGLIANI, 2008; ALMEIDA, 2004).

Outro fator que compromete o tempo em que a criança fica exposta ao aleitamento materno exclusivo é a situação da mãe que sai de casa para trabalhar. Muitas vezes, se obriga

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a deixar a criança fora do seu ambiente para frequentar a escola infantil, que nem sempre está preparada para oferecer a alimentação que a criança necessita nesta fase (ROSSI et al., 2008). No entanto, nesse caso, as crianças estabelecem suas primeiras relações com o meio externo, acontecendo várias descobertas, entre elas, as relacionadas com o alimento fora do ambiente familiar (BOCK, 2011).

Também vale dizer que a dimensão afetiva do processo da alimentação na família vai além da escolha por determinados alimentos, se estabelece, também, na relação com o outro, nos momentos de encontro, de conversação e de troca de informações. Contudo, a sociabilidade familiar não se caracteriza unicamente pela relação positiva, harmoniosa e de solidariedade. Ao contrário, não elimina a presença do conflito e vice-versa (ROMANELLI, 2006).

A partir de um ano de idade, a alimentação da criança é livre. Porém, essa liberdade deve estar fixada no consumo de alimentos saudáveis, considerando a disponibilidade, aceitabilidade e preferência alimentar (WARDIE, 2007). A criança está cercada de influências capazes de gerar hábitos não tão saudáveis e também não é fácil convencê-la a aceitar uma alimentação variada, a partir de preferências adquiridas na formação de um hábito alimentar adequado. Muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e sabores. O medo de consumir alimentos novos denomina-se neofobia alimentar, comum em crianças com idade entre um e sete anos. Nessa idade, é comum a criança rejeitar o alimento sem nem antes prová-lo, o que não quer dizer que sempre haverá a recusa. Cabe aos pais oferecer em outra ocasião, pois se compreende que a maturidade do paladar vai depender da variedade de experiências. Para tanto, a educação nutricional é eficaz na idade pré-escolar, fase em que a família deve ter maior interferência no comportamento alimentar da criança, pois é quando outros fatores determinantes nas escolhas da criança começam alcançá-lo. Além do fato de que a criança já tem condições de fazer suas escolhas, de maneira que a família tem que ficar atenta (RAMOS; STEIN, 2000).

A representação do alimento para a família, a forma com que os apresenta para a criança, faz com que a criança o aceite, ou não. Por sua vez, a criança tende a aceitar determinado alimento, associando-o a um jogo de atrações e repulsas estabelecido nos hábitos da infância, partindo tanto do disponível quanto da forma como ele foi oferecido (ROMANELLI, 2006).

No domínio da afetividade, as lembranças dos alimentos são temperadas por costumes, que marcam a vida humana, por recordações de felicidade e tristeza, sabores de

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saudades, doce ou amargo gosto do passado (VARGAS, 2000). A preferência por alimentos saudáveis pode estar ligada a situações boas ou más, sendo o ambiente familiar um dos principais espaços para boas práticas alimentares, no cotidiano da família, oportunizando a introdução correta dos alimentos na infância (WARDIE, 2007).

A exposição de forma sistemática dos alimentos é muito importante para educar a palatabilidade da criança. Ressalta-se que a escolha por diferentes tipos de alimentos está vinculada ao sabor transmitido pelo leite materno. Isso porque possivelmente o leite produzido nas glândulas mamárias possui o sabor residual dos alimentos que fazem parte da dieta da mãe. Assim, o leite materno aumentará a familiaridade com alimentos saudáveis, se a dieta da mãe for adequada (REA; TOMA, 2000).

Contudo, a família mudou a sua forma organizacional no curso da história e a ruptura do modelo familiar tradicional afetou as práticas alimentares, refletindo na alimentação infantil. Hoje, é difícil a família que mantém na mesa os alimentos habitualmente consumidos, como: feijão, arroz, carne. Também é difícil se reunir no horário das refeições. No geral, as refeições são feitas fora de casa e, quando realizadas em casa, na maioria das vezes, são improvisadas em frente da televisão ou do computador, em diferente lugar da casa (ROMANELLI, 2006).

Vale também considerar que as sensíveis mudanças no sentido do preparo do alimento, que se encontra ligadas ao universo feminino, estão vinculadas às influências sociais e econômicas. Hoje, o processamento das refeições ainda é uma tarefa, principalmente feminina, mas, dependendo da classe social, difere a função da mulher em prover a alimentação (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002). Ainda é comum a mulher ocupar uma posição fundamental na alimentação da família, considerando que controlam o orçamento doméstico, as compras de alimentos, seu processamento, socializam os filhos para aceitá-los e distribuem o alimento entre os componentes da família.

Importante salientar que as mulheres estão mais atentas do que os homens às informações acerca da alimentação, provenientes de várias fontes e de programas diversos de orientação. Portanto, as mulheres são mediadoras entre universos nos quais predominam regras alimentares diversificadas e podem ser agentes transformadores de hábitos alimentares (ROMANELLI, 2006). Entretanto, existe uma contradição, pois em muitas situações a mãe tende a oferecer ao seu bebê somente os alimentos que lhe atraem sem compromisso nutricional (BRASIL, 2002).

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Nesse sentido, depois da mãe, as avós maternas representam a maior influência na alimentação da criança. Atualmente, é muito comum a criança ficar aos cuidados da avó, parentes próximos ou berçários de escolas infantis quando a mãe sai para trabalhar (VITOLO, 2008). No entanto, o hábito alimentar da criança pode trazer consigo valores, crenças e os hábitos do período em que as avós nasceram e foram educadas. Assim, quanto maior for o tempo de permanência da criança com a avó, maior será sua influência sobre o hábito alimentar do neto (SUSIN; GIUGLIANI; KUMMER, 2005).

Neste cenário complexo, a mídia influencia o comportamento alimentar da criança pela veiculação máxima de novos alimentos através do marketing de alimentos. A indústria de alimentos vinculada ao marketing interferiu na forma das pessoas se relacionarem com a alimentação. Atualmente, os hábitos considerados adequados e saudáveis foram se perdendo a ponto do ser humano ter que reconstruir o que foi aprendido cognitiva e ideologicamente sobre a prática alimentar dos sujeitos (ROTENBERG; VARGAS, 2004).

A televisão utiliza recursos, como imagem ilustrativa, com itens coloridos, como brinquedos em geral que encanta a criança. Isso é preocupante, pois esses alimentos, em sua maioria, possuem alto valor calórico, são ricos em açúcares e sódio, podendo provocar sérios riscos à saúde (CRIVELARO et al., 2006).

Interessante é que não só as crianças são influenciadas pelos anúncios da televisão, mas seus familiares também. As crianças, segundo Gomes (2001), como estão em formação psicológica, se deixam influenciar para experimentar e começam a fazer parte da sociedade de consumo. Já os pais, ao serem influenciados pelo apelo de marketing, que procura criar crenças nutricionais, atitudes e padrão de consumo, reproduzem estas escolhas na oferta de alimentos para seus familiares (FICHER, 2005).

Pesquisa realizada, de agosto de 1998 a março de 2000 sobre anúncios publicitários destinados à população infantil, revelou que os comerciais relativos a alimentos são em maior número. Para ter noção do que está acontecendo nutricionalmente vale relacionar que, destes comerciais, 57,8% pertenciam ao grupo das gorduras, óleos, açúcares e doces; 21,2% eram pães, cereais, arroz e massas. Um dado interessante é que no período analisado não havia publicidade relativa a frutas e vegetais (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002). Outro estudo mostra dados semelhantes, mas difere no sentido de que os anúncios foram destinados não somente às crianças, mas também a adolescentes, portanto, dando continuidade ao propósito, usando horários da manhã e noite. Nesses anúncios também não

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houve publicidade sobre frutas e vegetais (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002; SANTOS, 2007).

Com o intuito de melhorar a saúde infantil, a ANVISA estabeleceu, em 15/06/2010, uma nova regulamentação (RDC 24/2010), limitando o consumo excessivo de alimentos considerados prejudiciais à saúde, a partir da veiculação de anúncios publicitários. Merecem maior atenção: Alimentos com quantidade elevada de açúcar, de gorduras, de sódio e de bebidas com baixo teor nutricional (pobre em micro e macro nutrientes); Alimentos que garantem a promoção da saúde se consumidos; Alimentos que induzem a substituição de refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), quando consumidos; Propagandas que estimulam crianças a persuadir os pais e outros a adquirir ou consumir estes alimentos; Propagandas que utilizam figuras, desenhos, personalidades e personagens admirados pelas crianças; O horário de veiculação das propagandas; Propagandas que induzem a aquisição de brindes, prêmios, bonificações e apresentações especiais através do consumo de determinado alimento.

A partir destas iniciativas a ANVISA objetivou principalmente reduzir o índice crescente de obesidade infantil, melhorando assim em seqüência o hábito /consumo alimentar das famílias brasileiras.

O desafio para preservar a saúde da criança, que está cercada de influências capazes de gerar hábitos não tão saudáveis cabe aos pais, que precisam iniciar a aprendizagem e dar continuidade por meio de uma prática saudável, que permita a criança associar a sugestão sensória dos alimentos, que, por sua vez, intensifica o resultado positivo pós-ingesta da alimentação (SALLIS; PROCHASKA; TAYLOR, 2000; HALLAL et al., 2006;

ANDERSSEN; WOLD; TORSHEIM, 2006; GONÇALVES et al., 2007, SILVA et al., 2008; SEABRA et al., 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os pais desempenham papel fundamental na educação alimentar de seus filhos nos primeiros anos de vida, quando a criança tem os primeiros contatos com a diversidade de alimentos. Quando a criança já pode fazer suas escolhas é importante que a família fique atenta às influências negativas sociais, midiáticas e ambientais, capazes de mudarem não só o comportamento alimentar da criança como da família brasileira.

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REFERÊNCIAS

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