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Alocação de banda em sistemas de controle via rede pela barganha de Nash

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FELIPE PEREZ DE OLIVEIRA DIAS

ALOCAC¸ ˜AO DE BANDA EM SISTEMAS DE CONTROLE VIA REDE PELA BARGANHA DE NASH

CAMPINAS 2015

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FELIPE PEREZ DE OLIVEIRA DIAS

ALOCAC¸ ˜AO DE BANDA EM SISTEMAS DE CONTROLE VIA REDE PELA BARGANHA DE NASH

Disserta¸c˜ao apresentada `a Faculdade de En-genharia El´etrica e Computa¸c˜ao da Univer-sidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Engenharia El´etrica, na

´

Area de Automa¸c˜ao.

Orientador: PAULO AUGUSTO VALENTE FERREIRA

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE `A VERS ˜AO FINAL DA DISSERTAC¸ ˜AO DEFENDIDA PELO ALUNO FELIPE PEREZ DE OLIVEIRA DIAS, E ORIENTADA PELO PROF. DR. PAULO AUGUSTO VALENTE FERREIRA.

CAMPINAS 2015

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Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura

Luciana Pietrosanto Milla - CRB 8/8129

Dias, Felipe Perez de Oliveira,

D543a DiaAlocação de banda em sistemas de controle via rede pela barganha de Nash / Felipe Perez de Oliveira Dias. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

DiaOrientador: Paulo Augusto Valente Ferreira.

DiaDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação.

Dia1. Teoria dos jogos. 2. Sistemas de controle. 3. Redes. 4. Alocação de recursos. 5. Otimização. I. Ferreira, Paulo Augusto Valente,1958-. II.

Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Bandwidth allocation in networked control systems via Nash bargaining Palavras-chave em inglês: Game Theory Control systems Networks Resource allocation Optimization

Área de concentração: Automação Titulação: Mestre em Engenharia Elétrica Banca examinadora:

Paulo Augusto Valente Ferreira [Orientador] Juan Francisco Camino dos Santos

Ricardo Coração de Leão Fontoura de Oliveira Data de defesa: 27-11-2015

Programa de Pós-Graduação: Engenharia Elétrica

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COMISS ˜AO JULGADORA - DISSERTAC¸ ˜AO DE MESTRADO

Candidato: Felipe Perez de Oliveira Dias RA: 043423 Data da Defesa: 27 de novembro de 2015

T´ıtulo da Dissertac¸˜ao: ”Aloca¸c˜ao de banda em sistemas de controle via rede pela barganha de Nash”.

Prof. Dr. Paulo Augusto Valente Ferreira (Presidente, FEEC/UNICAMP) Prof. Dr. Juan Francisco Camino dos Santos (FEM/UNICAMP)

Prof. Dr. Ricardo Cora¸c˜ao de Le˜ao Fontoura de Oliveira (FEEC/UNICAMP)

A ata de defesa, com as respectivas assinaturas dos membros da Comiss˜ao Julgadora, encontra-se no processo de vida acadˆemica do aluno.

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Resumo

Nesta disserta¸c˜ao ´e proposto um m´etodo de aloca¸c˜ao de banda para um Sistema de Con-trole via Rede (Networked Control System, em Inglˆes) sem fio com base na solu¸c˜ao cl´assica da Barganha de Nash. NCSs com arquiteturas em malha aberta e fechada s˜ao implemen-tadas para fins de simula¸c˜ao. Caracter´ısticas como atraso, perda de pacotes e dinˆamica de transmiss˜ao s˜ao incorporadas ao modelo do canal de transmiss˜ao da rede. Um procedi-mento de projeto de controladores compat´ıvel com as especifica¸c˜oes da NSC implementada tamb´em ´e formulado. Resultados da simula¸c˜ao envolvendo o m´etodo proposto e m´etodos alternativos para aloca¸c˜ao de banda em NCSs s˜ao apresentados. An´alises comparativas demonstram a viabilidade e eficiˆencia do m´etodo proposto.

Abstract

In this thesis we propose a wireless networked control system (NCS) bandwidth allocation method based on the classical Nash Bargaining Solution. NCSs with open-loop and closed-loop network architectures are described for simulation purposes. Characteristics as time delay, packet loss and transmission dynamics are incorporated to the network channel model. A controller design procedure compatible with the NCS setup implemented is also formulated. Simulation results involving the proposed method and alternative methods for bandwidth allocation in NSCs are presented. Comparative analyses demonstrate the viability and efficiency of the proposed method.

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1 Introduc¸˜ao 9

1.1 Problema Abordado e Metodologia . . . 9

1.2 Revis˜ao da Literatura . . . 11

1.3 Organiza¸c˜ao da Disserta¸c˜ao . . . 13

2 Sistemas de Controle via Rede de Comunicac¸˜ao 14 2.1 Arquiteturas . . . 16

2.2 Linhas de Transmiss˜ao: Modelagem . . . 17

2.3 Atraso . . . 19

2.4 Perda de Pacotes . . . 19

2.5 Modelo Te´orico e Ambiente de Simula¸c˜ao de NCSs . . . 20

2.5.1 Planta e Estrutura de Controle . . . 22

2.5.2 Redes: Modelo e Dinˆamica de Transmiss˜ao . . . 25

2.5.3 Agendamento para Aloca¸c˜ao de Banda em NCSs . . . 28

2.5.4 Aferi¸c˜ao de Desempenho . . . 29

2.5.5 Ambiente de Simula¸c˜ao . . . 30

3 Elementos da Teoria dos Jogos e Barganha de Nash 39 3.1 Preferˆencias e Utilidades . . . 39

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3.1.1 Utilidades . . . 40

3.2 Formula¸c˜ao do Jogo . . . 41

3.3 Jogos n˜ao Cooperativos . . . 42

3.3.1 Equil´ıbrio de Nash . . . 42

3.3.2 Pareto-otimalidade . . . 43

3.4 Jogos Cooperativos . . . 43

3.4.1 Barganha de Nash . . . 43

4 Alocac¸˜ao de Banda em NCSs via Teoria dos Jogos 46 4.1 An´alise de Sistemas de Controle via Rede . . . 46

4.1.1 Projeto de Controladores . . . 47

4.2 O Problema de Aloca¸c˜ao de Banda em NCSs . . . 50

4.3 Aloca¸c˜ao de Banda Utilizando Divis˜ao Igualit´aria . . . 51

4.4 Aloca¸c˜ao de Banda Utilizando M´etodo proposto em Tipsuwan et al. (2009) 63 4.5 Aloca¸c˜ao de Banda Utilizando M´etodo proposto em Yan et al. (2013) . . . 79

4.6 Aloca¸c˜ao de Banda Utilizando M´etodo Proposto . . . 96

4.7 Discuss˜ao de Resultados . . . 112

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Cap´ıtulo 1

Introduc¸˜ao

Sistemas de controle vˆem se tornando cada vez mais comuns devido ao r´apido avan¸co da eletrˆonica e `a larga disponibilidade de equipamentos com poder de processamento elevado. Carros, avi˜oes, processos industriais e, at´e mesmo, o mercado financeiro e sistemas biol´ogicos s˜ao controlados por sistemas de controle cada vez mais complexos.

Um dos arcabou¸cos utilizados para introduzir complexidade aos sistemas e permitir a inte-gra¸c˜ao de diversos subsistemas ´e a utiliza¸c˜ao de redes. Utilizando redes ´e poss´ıvel partilhar informa¸c˜oes, conectar dispositivos e integrar sistemas controlados de formas independen-tes, a fim de promover um controle geral coordenado do que pode ser uma grande planta ou processo.

O objetivo deste trabalho ´e investigar, em espec´ıfico, a ´area de sistemas de controle via redes. A pesquisa ´e focada em verificar quais os m´etodos existentes na literatura cient´ıfica e qual o desempenho de cada um deles no que diz respeito a divis˜ao de recursos de rede durante o per´ıodo de controle. O recurso de rede estudado ´e a aloca¸c˜ao de banda destinada a cada um dos subsistemas conectados em rede.

A apresenta¸c˜ao de uma nova metodologia para aloca¸c˜ao de banda tamb´em faz parte do escopo deste trabalho.

1.1

Problema Abordado e Metodologia

Sistemas de controle via redes podem trazer v´arios desafios, sendo estes associados tanto ao conjunto controlador, atuador, sensor e planta, quanto a limita¸c˜oes de recursos dispon´ıveis na rede. Ao utilizar uma rede para tr´afego das informa¸c˜oes, ´e inevit´avel que a estrutura

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10

da rede seja compartilhada entre diversos dispositivos, que, de uma certa forma competem entre si por recursos e disponibilidade da rede.

As respostas transit´oria e de regime permanente de um sistema dinˆamico s˜ao diretamente afetadas por atrasos e perdas de informa¸c˜oes, al´em de limita¸c˜oes apresentadas pelo uso de redes. Projetos de controladores a serem utilizados em redes devem considerar que a troca de informa¸c˜ao entre os dispositivos do sistema n˜ao ´e imediata como previsto na teoria cl´assica de controle.

Considere, por exemplo, o projeto de um controlador para o qual se estabelece que o tempo de resposta seja o menor poss´ıvel, com o transit´orio mais amortecido poss´ıvel. Eventualmente, quando este sistema for implementado em rede, atrasos podem passar a ocorrer e, o sistema que apresentava comportamento te´orico dentro do especificado pode se tornar inst´avel em rede.

Os sistemas de controle via rede, tamb´em chamados NCS (Networked Control Systems), s˜ao estruturas que utilizam uma ou mais redes compartilhadas para a troca de informa¸c˜oes. No presente trabalho, as principais caracter´ısticas de redes estudadas s˜ao o atraso e a perda de informa¸c˜oes durante a transmiss˜ao. O atraso ´e a resultante da somat´oria de diversos fatores, tais como mecanismos de agendamento, tecnologia de hardware e meio f´ısico de transmiss˜ao, e principalmente, a aloca¸c˜ao da banda dispon´ıvel.

A aloca¸c˜ao de banda da rede ´e o principal tema desta estudo da pesquisa, uma vez que a perda de informa¸c˜oes ´e assumida como um fenˆomeno completamente aleat´orio. Para a determina¸c˜ao de estruturas e mecanismos da distribui¸c˜ao da banda s˜ao utilizados conceitos da Teoria dos Jogos.

A estrutura dinˆamica dos diversos componentes da rede ´e modelada como um jogo

coope-rativo, mais especificamente uma barganha. Os jogadores disputam parcelas da largura de

banda, sofrendo menos com as deficiˆencias da rede quando recebem parcelas maiores. O tema alvo da pesquisa ´e Aloca¸c˜ao de banda em NCS usando barganha de Nash.

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O encadeamento das disciplinas te´oricas abordadas neste trabalho pode ser visualizada na Figura 1.1.

Figura 1.1: Mapa de conceitos de teorias abordadas no trabalho.

Em estudos sobre Teoria dos Jogos, t´opicos comumente encontrados s˜ao, por exemplo,

Preferˆencias e Utilidades, Resultados de Jogos e implica¸c˜oes de utiliza¸c˜ao de Desenho de Mecanismos (Mechanism Design). J´a no campo de pesquisa de NCSs, Algoritmos de Agendamento e Aloca¸c˜ao de Banda, Atraso, Perda de Pacotes, Desempenho, Parˆametros de Controle e Arquitetura de Sistema s˜ao temas recorrentes.

1.2

Revis˜ao da Literatura

Aloca¸c˜ao de recursos em redes ´e um tema frequente em v´arias ´areas da Engenharia. Se-gundo Hespanha et al. (2007), qualquer comunica¸c˜ao via rede pode carregar uma quan-tidade finita de informa¸c˜ao por unidade de tempo, ou seja, em muitas aplica¸c˜oes esta limita¸c˜ao pode ser uma importante restri¸c˜ao na opera¸c˜ao de um sistema. Largura de banda e a sua aloca¸c˜ao s˜ao exemplos de fatores que limitam o desempenho de sistemas em redes.

Visando estrat´egias e m´etodos eficientes para aloca¸c˜ao de banda em redes, a utiliza¸c˜ao de mecanismos de Teoria dos Jogos, Leil˜oes e Precifica¸c˜ao ´e um artif´ıcio recorrente na literatura e esta revis˜ao da literatura aborda, em espec´ıfico, a aloca¸c˜ao de banda em redes via Teoria dos Jogos. No estudo de Ya¨ıche et al. (2000), conceitos de Teoria dos Jogos, especificamente Barganha de Nash, s˜ao utilizados para cria¸c˜ao de m´etodos e estruturas de aloca¸c˜ao de banda de maneira dinˆamica, a fim de maximizar a utiliza¸c˜ao dos recursos da rede. Os autores apresentam o conceito de controle de taxa (rate control), que se refere `a modula¸c˜ao de largura de banda no tempo, tornando a atribui¸c˜ao de banda para cada n´o de uma rede uma vari´avel de controle. Para isso, os autores utilizaram m´etodos de precifica¸c˜ao de banda e mecanismos de leil˜ao aplicados a arquiteturas centralizadas e descentralizadas

(12)

12

de controle.

A utiliza¸c˜ao de leil˜oes em redes para divis˜ao de recursos ´e abordada por Jia and Caines (2009). Utilizando t´ecnicas de leil˜oes de segundo pre¸co denominados PSP (progressive

se-cond price), tamb´em desenhadas sob uma estrutura de jogos, os autores prop˜oem m´etodos

num´ericos para a implementa¸c˜ao eficiente de aloca¸c˜ao de recursos em bases de tempo fixas ou vari´aveis.

Aloca¸c˜ao de banda ´e relevante em estruturas de controle denominadas NCS (Networked

Control Systems). Estas estruturas s˜ao sistemas distribu´ıdos nos quais a comunica¸c˜ao entre

sensores, atuadores e controladores ocorre por meio de uma rede compartilhada de comu-nica¸c˜ao (Hespanha et al., 2007). NCSs s˜ao utilizados em aplica¸c˜oes como rob´otica, sistemas embarcados, eletrˆonica veicular e sistemas de potˆencia onde controladores e plantas n˜ao est˜ao diretamente interconectados.

Diferentes arquiteturas podem ser aplicadas a NCSs, mas as mais recorrentes s˜ao as cha-madas de malha aberta e de malha fechada. No caso de arquiteturas de malha aberta, como no trabalho de Tipsuwan et al. (2009), o conjunto controlador atuador-planta est´a diretamente conectado e o sinal de referˆencia ´e enviado via rede. Em arquiteturas de malha fechada, como em Senol et al. (2011) e Jungers et al. (2013), o controlador est´a conectado ao atuador por meio da rede. Em ambos os casos, os atrasos de transmiss˜ao da rede podem levar `a instabilidade do sistema de controle.

Segundo an´alise apresentada por Tipsuwan et al. (2009), atrasos em comunica¸c˜ao depen-dem de fatores como protocolos de agendamento e condi¸c˜oes de tr´afego. A influˆencia de atrasos em NCSs ´e estudada por Wang and Wang (2013), com foco em m´etodos num´ericos para a manuten¸c˜ao da estabilidade do sistema e distribui¸c˜ao ´otima dos controladores. Outra caracter´ıstica presente em NCSs ´e a perda de pacotes, que pode ser causada por colis˜ao de pacotes, alto tr´afego e at´e mesmo deficiˆencia e limita¸c˜ao de hardware. Esta situa¸c˜ao ´e modelada por Hespanha et al. (2007), considerando a disponibilidade do canal de transmiss˜ao como uma vari´avel aleat´oria. A maneira de modelar a transmiss˜ao dos dados na rede considerando a amostragem dos sinais e tempo de transmiss˜ao tamb´em ´e importante. Tal modelagem ´e proposta por Bars et al. (2006) considerando redes digitais e intervalos amostrais fixos com retentores de ordem zero. Sob esta ´otica, Hespanha et al. (2007) prop˜oem que dados mais antigos sejam descartados, uma vez que n˜ao s˜ao relevantes para o estado atual do sistema controlado.

Aloca¸c˜ao de banda aplicada a NCSs ´e o foco do estudo de Tipsuwan et al. (2009). Os autores sugerem um m´etodo baseado em leil˜ao e precifica¸c˜ao para determina¸c˜ao dinˆamica da propor¸c˜ao de banda para cada agente da rede, e o compara com m´etodos cl´assicos que

(13)

utilizam estruturas de Teoria dos Jogos. Os autores concluemx que o m´etodo sugerido ´e vi´avel e eficiente em NCSs.

Contudo, ainda n˜ao s˜ao muitos os estudos que utilizam abordagens cl´assicas de Teoria dos Jogos a problemas de aloca¸c˜ao de banda em NCSs. Uma solu¸c˜ao pela Barganha de Nash, abordada em detalhes em Osborne and Rubinstein (1994), poderia ser a essˆencia de um algoritmo de aloca¸c˜ao de banda em NCSs, como ´e feito no estudo de Dias and Ferreira (2015). Solu¸c˜oes alternativas da Barganha de Nash, tema do trabalho de Kalai and Smorodinsky (1975), tamb´em poderiam ser usadas com o mesmo prop´osito.

Um ponto que pode ser explorado ´e a constru¸c˜ao de uma solu¸c˜ao utilizando Barganha de Nash na forma axiom´atica, e a modelagem de preferˆencias e fun¸c˜oes utilidades usando parˆametros como QoS (quality of service) e QoC (quality of control).

O prop´osito desta pesquisa experimental ´e verificar como mecanismos baseados em Teoria dos Jogos podem ser usados na aloca¸c˜ao de banda de sistemas de controle via rede (NCSs). O recurso aloca¸c˜ao de banda ser´a tratado como o objeto de um jogo de barganha, em que cada um dos agentes (controlador-planta) disputar´a tempo de transmiss˜ao na rede. O desempenho do sistema ser´a comparado com outras metodologias propostas na literatura.

1.3

Organizac¸˜ao da Dissertac¸˜ao

No capitulo 2 desta disserta¸c˜ao ´e apresentada a estrutura de NCS utilizada bem como o problema de aloca¸c˜ao de banda naqueles sistemas. ´E descrito tamb´em neste cap´ıtulo o ambiente de simula¸c˜ao utilizado para os experimentos realizados.

No capitulo 3, ´e elaborada uma revis˜ao dos t´opicos de Teoria dos Jogos mais relevantes para este trabalho. O cap´ıtulo 4 ´e destinado a descrever condi¸c˜oes de controle em NCSs e os m´etodos de aloca¸c˜ao de banda abordados neste estudo. Os resultados espec´ıficos e gerais tamb´em s˜ao apresentados e discutidos neste cap´ıtulo.

(14)

14

Cap´ıtulo 2

Sistemas de Controle via Rede de

Comunicac¸˜ao

Sistemas de controle via redes vˆem se tornando mais complexos, assim como a necessidade de integra¸c˜ao e compartilhamento de recursos. De acordo com Senol et al. (2011), esta integra¸c˜ao ´e suportada pela estrutura computacional, de comunica¸c˜ao e controle entre diferentes n´ıveis de m´aquinas/opera¸c˜oes e informa¸c˜oes dos processos.

Sob a ´otica proposta por Senol et al. (2011), os sistemas de controle se tornam mais distribu´ıdos, com sensores, atuadores, plantas e controladores n˜ao necessariamente conec-tados fisicamente. Hespanha et al. (2007) definem NCSs como sistemas distribu´ıdos em que a comunica¸c˜ao de sensores, atuadores e controladores ocorre por meio de uma rede compartilhada, como mostrado na figura abaixo:

Rede

Planta1 PlantaN

Controlador1 ControladorN

Atuator Sensor Atuator Sensor

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Para melhor referˆencia dos elementos da rede, Zhang et al. (2013) definem como n´os de

rede dispositivos como sensores, atuadores e controladores.

Exemplos de utiliza¸c˜ao de NCSs na literatura s˜ao v´arios. A considera¸c˜ao de diversos agen-tes em rede oferece vantagens potenciais em desempenho, robustez, e versatilidade para atividades orientadas a sensoriamento, como busca, inspe¸c˜ao, explora¸c˜ao e mapeamento (Ogren et al., 2004). Ainda segundo este ´ultimo trabalho, uma rede cooperativa de ve´ıculos, sendo cada um deles equipado com um ´unico sensor, tem o potencial de desempenhar estas atividades mais eficientemente, como o fazem, por inspira¸c˜ao, grupos de animais.

A abordagem de NCSs para controle de ve´ıculos tamb´em ´e citada por Seiler and Sengupta (2001), ao fazerem men¸c˜ao a sistemas denominados como Automated Highway Systems

(AHSs) e controle coordenado de ve´ıculos a´ereos n˜ao tripulados (UAVs). Para sistemas

como os AHSs, o objetivo ´e evitar colis˜ao entre os ve´ıculos. J´a na utiliza¸c˜ao de UAVs, cada ve´ıculo deve trabalhar em conjunto em prol de um interesse coletivo.

Ainda utilizando ve´ıculos como motiva¸c˜ao para aplica¸c˜oes envolvendo NCSs, Zhang et al. (2013) discutem um interessante exemplo de integra¸c˜ao de componentes veiculares em rede. Neste caso, a comunica¸c˜ao por rede contribui para a elimina¸c˜ao do problema de ca-beamento excessivo em espa¸co limitado no ve´ıculo. Componentes como ABS (anti-locked

breaking system), controle dos airbags, travas autom´aticas das portas, entre outros,

com-partilham a mesma rede, tornando o ve´ıculo totalmente integrado.

Outra aplica¸c˜ao interessante discutida em Zhang et al. (2013) ´e a engenharia de controle de processos por rede, ilustrada na Figura 2.2. Para esta aplica¸c˜ao, redes como Fieldbus,

Industrial Ethernet e outras s˜ao utilizadas para conectar dispositivos controladores (PLCs)

a informa¸c˜oes de campo, como n´ıvel da ´agua, pH, temperatura, etc. Estas redes tamb´em conectam os controladores a plantas, como motores, resistˆencias el´etricas, v´alvulas e outros equipamentos.

(16)

16 switch switch switch switch PLC PLC PLC PLC PLC HMI SCADA SCADA Anel Gigabit Industrial Ethernet Fieldbus

Figura 2.2: NCS para aplica¸c˜ao em redes industriais.

2.1

Arquiteturas

Sistemas controlados via rede (NCSs) podem assumir, basicamente, dois tipos de arqui-teturas. S˜ao elas: controle com realimenta¸c˜ao por rede ou em malha fechada (closed-loop

feedback) e controle sem realimenta¸c˜ao por rede ou em malha aberta (open-loop feedback).

A diferen¸ca entre as duas arquiteturas ´e muito simples: na primeira delas o controlador est´a conectado ao conjunto atuador-planta via rede; na segunda o controlador est´a conec-tado diretamente ao conjunto atuador-planta, e apenas o sinal de referˆencia ´e enviado via rede.

Estudos utilizando arquiteturas sem realimenta¸c˜ao via rede s˜ao mais comuns na litera-tura (Hespanha et al., 2007). Contudo, mesmo sendo mais simples do que arquitelitera-turas com realimenta¸c˜ao via rede, arquiteturas sem realimenta¸c˜ao via rede tamb´em capturam

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importantes caracter´ısticas de NCSs, como limita¸c˜ao de banda, atrasos e perda de pacotes. Uma abordagem de NCSs com arquitetura em malha aberta pode ser encontrada no estudo de Tipsuwan et al. (2009). No trabalho de Senol et al. (2011) ´e utilizada uma arquitetura do tipo malha fechada.

Um exemplo de arquitetura em malha fechada encontra-se ilustrada na Figura 2.1. J´a um exemplo de arquitetura do tipo malha aberta pode ser vista na Figura 2.3.

Rede

Planta1 PlantaN

Referˆencia1 ReferˆenciaN

Controlador1 ControladorN

Atuator Sensor Atuator Sensor

Figura 2.3: Arquitetura de NCS em malha aberta.

2.2

Linhas de Transmiss˜ao: Modelagem

O estudo de sistemas de controle vi rede envolve, essencialmente, duas bases te´oricas. A primeira ´e a teoria de controle, que re´une modelos e ferramentas para constru¸c˜ao de controladores, modelamento de plantas, especifica¸c˜ao de sensores e atuadores. A segunda ´e a teoria de comunica¸c˜oes que permite modelar os canais de transmiss˜ao de informa¸c˜ao, estudar efeitos de perda de informa¸c˜ao e a dinˆamica durante a transmiss˜ao.

Para o presente estudo ´e muito importante estabelecer premissas sobre os canais de co-munica¸c˜ao, assim como, problemas e restri¸c˜oes associados `a transmiss˜ao. Estas premissas s˜ao importantes para uma an´alise da aplicabilidade dos resultados a serem apresentados a sistemas de comunica¸c˜ao reais.

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18

em algumas hip´oteses. A primeira delas ´e que, por se tratar de um sistema de controle, informa¸c˜oes antigas e desatualizadas n˜ao s˜ao relevantes e n˜ao s˜ao transmitidas pela rede, condi¸c˜ao que foi abordada por Hespanha et al. (2007). No estudo de Zhang et al. (2013), os autores relatam que a maneira mais objetiva de evitar problemas como atrasos e perdas de pacotes ´e descartar informa¸c˜oes antigas quando informa¸c˜oes atualizadas j´a estiverem dispon´ıveis.

Por conta disto, a primeira considera¸c˜ao sobre o modelo de linha de transmiss˜ao ´e que qual-quer sinal transmitido pela rede s´o ´e atualizado quando uma nova informa¸c˜ao ´e enviada. Caso n˜ao haja envio de informa¸c˜oes atualizadas, o sinal transmitido n˜ao sofrer´a varia¸c˜ao, permanecendo o ´ultimo valor transmitido. Essa m´etrica de modelagem permite que atrasos por buffers na transmiss˜ao sejam ignorados e que o NCS se aproxime ao m´aximo de um sistema tempo real, uma vez que n˜ao ´e necess´ario sincronismo entre envio e recebimento de informa¸c˜oes. A Figura 2.4 esquematiza como a informa¸c˜ao mais recente ´e retida at´e que uma nova informa¸c˜ao esteja dispon´ıvel.

Rede Planta

Retentor Amostragem

Controlador

Figura 2.4: NCSs com retentor de informa¸c˜ao acionado por transi¸c˜ao, segundo Hespanha et al. (2007).

Outra hip´otese muito relevante para o modelamento da rede de transmiss˜ao ´e o conceito de amostragem. O tempo considerado como de amostragem ´e o per´ıodo necess´ario para que os sensores possam transformar um est´ımulo em um sinal. No presente trabalho, os tempos de amostragem s˜ao desconsiderados, uma vez que as tecnologias dispon´ıveis fornecem per´ıodos de amostragem muito pequenos se comparados com a dinˆamica do canal de comunica¸c˜ao. Por fim, a ´ultima hip´otese considerada para o modelamento do canal de transmiss˜ao ´e o formato como a informa¸c˜ao ´e transmitida. No contexto de redes ´e comum a utiliza¸c˜ao de unidades de informa¸c˜ao chamadas de pacotes. Estes pacotes s˜ao a unidade m´ınima fechada de informa¸c˜ao que trafega na rede, e o seu formato e tamanho dizem quanta informa¸c˜ao

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sobre sinais de controle est˜ao sendo entregues.

Para este trabalho, considera-se que um pacote consegue transmitir o valor de um dado sinal em um dado per´ıodo de amostragem e o instante de tempo de amostra (timestamp). Nas se¸c˜oes seguintes ser˜ao apresentadas as estruturas de pacote e a forma como a in-forma¸c˜ao ´e quantizada.

2.3

Atraso

Em sistemas de comunica¸c˜ao o atraso ´e um fator muito importante. No contexto de siste-mas de controle via rede, o atraso torna-se uma quest˜ao central (Jungers et al., 2013). Em Tipsuwan et al. (2009), Senol et al. (2011) e Yan et al. (2013), o atraso de transmiss˜ao ´e o resultado de v´arios processos que ocorrem na rede, como aloca¸c˜ao de banda, processo de agendamento, e atraso de transmiss˜ao e processamento de dados. Sob esta ´otica, Zhang et al. (2013) define atraso em NCSs como a composi¸c˜ao de tempos de processamento, disponibilidade de acesso, tempo de espera em fila na rede e tempo de transmiss˜ao do meio f´ısico.

Para o desenvolvimento do presente trabalho, o atraso captura apenas os tempos de trans-miss˜ao de informa¸c˜ao, uma vez que pacotes desatualizados n˜ao s˜ao enviados. Considera-se que os tempos de processamento e transmiss˜ao no meio f´ısico s˜ao desprez´ıveis se compara-dos ao tempo de amostragem, e o atraso na linha de transmiss˜ao pela rede depende apenas da velocidade de transmiss˜ao da rede para envio de um pacote. Desta forma, a constante de atraso τ ´e o tempo despendido para enviar um pacote de um n´o para outro na rede.

2.4

Perda de Pacotes

Qualquer canal de transmiss˜ao, simples ou elaborado, est´a sujeito a falhas de transmiss˜ao de informa¸c˜ao. Em sistemas de transmiss˜ao digital a taxa de falha de bits ´e conhecida como BER (bit error ratio). A falha no envio de informa¸c˜oes em redes pode se dar por colis˜ao de sinais, falta de sincronismo entre emissor e receptor, entre outros fenˆomenos. Trabalhos como Zhang et al. (2013) e Hespanha et al. (2007) defendem que a perda de pacotes em uma NCS pode ser modelada como um processo aleat´orio (Papoulis and Pillai, 2002) de Bernoulli θ(i) ∈ {1,0}, ∀i ∈ N, onde θ(i) = 1 significa que o sinal yi enviado no instante i atingiu o seu destino com sucesso; θ(i) = 0, caso contr´ario. O processo aleat´orio

(20)

20

de perda de pacotes utilizando BER ´e definido por

p = BER := P [θ(i)= 0] ∈ [0,1), ∀i ∈ N,

sendo p a probabilidade de falha no envio de um dado bit.

2.5

Modelo Te´orico e Ambiente de Simulac¸˜ao de NCSs

No presente estudo foi necess´ario estabelecer um modelo te´orico de NCSs que capturasse todas as nuances abordadas nas se¸c˜oes anteriores, permitindo assim a realiza¸c˜ao de expe-rimentos para teste das hip´oteses que ser˜ao apresentados oportunamente.

Primeiramente, seguindo a metodologia de desenho de experimento proposta em Creswell (2013), foram definidas as vari´aveis principais do estudo, resumidas no quadro a seguir.

Tabela 2.1: Vari´aveis estudadas.

Vari´avel Tipo da Vari´avel

Taxa de Amostragem/

Velocidade de Transmiss˜ao Controle Arquitetura do Sistema Controle Parˆametros de Controladores

e Plantas Controle

Aloca¸c˜ao de Banda Independente

Desempenho Dependente

Como trata-se de um experimento que procura estabelecer uma rela¸c˜ao de causa e efeito, ´e importante definir quais s˜ao as vari´aveis independentes (aquelas que geram as causas) e as vari´aveis dependentes (aquelas que os efeitos podem ser observados). ´E importante tamb´em observar quais s˜ao as vari´aveis de controle, ou seja, parˆametros que devem ser controlados durante o experimento para que interfiram o m´ınimo na rela¸c˜ao de causa e efeito das vari´aveis independentes e dependentes.

(21)

Referˆencia1 Referˆencia2 Referˆencia3 Controlador1 Controlador2 Controlador3 Rx T x Wireless Router Planta1 Planta2 Planta3

Figura 2.5: Modelo de NCS com arquitetura tipo malha aberta.

Referˆencia1 Referˆencia2 Referˆencia3 Controlador1 Controlador2 Controlador3 Rx Rx T x T x Wireless Router Planta1 Planta2 Planta3

Figura 2.6: Modelo de NCS com arquitetura tipo malha fechada.

Nos modelos propostos, a rede modelada ´e do tipo sem fio. Em redes sem fio, a banda de transmiss˜ao ´e um recurso muito mais escasso do que em redes com fio. O wireless router, elemento respons´avel pela roteiriza¸c˜ao de pacotes e aloca¸c˜ao de banda, ´e o elo de liga¸c˜ao entre os n´os da rede.

A modelagem com arquitetura tipo malha aberta ´e inspirada na sugerida no estudo de Tipsuwan et al. (2009); a modelagem com arquitetura tipo malha fechada ´e uma extens˜ao proposta pelo autor do presente estudo.

Nota-se que no modelo utilizando arquitetura malha aberta, o tr´afego de pacotes na rede segue um fluxo unidirecional (sempre da referˆencia para o conjunto controlador-planta).

(22)

22

Em contra-partida, no modelo utilizando arquitetura malha fechada, o tr´afego de pacotes na rede ´e bidirecional.

No caso de tr´afego bidirecional, o fato do meio f´ısico de transmiss˜ao ser compartilhado deve ser levando em conta. N˜ao pode haver transmiss˜ao simultˆanea de pacotes na rede em dire¸c˜oes opostas, mesmo que se considere para fins de modelagem que existem dois canais de transmiss˜ao, um para cada sentido de fluxo.

´

E importante frisar que essas hip´oteses de estudo n˜ao devem ser generalizadas para quais-quer tecnologias de rede sem fio. ´E sabido que em diversas tecnologias sem fio, ´e poss´ıvel trabalhar com v´arios canais de transmiss˜ao, n˜ao sendo necess´ario o compartilhamento de meio f´ısico. Contudo, como o foco da presente pesquisa ´e a verifica¸c˜ao do impacto de aloca¸c˜ao de banda em sistemas com redes compartilhadas, hip´oteses s˜ao feitas para evidenciar ao m´aximo limita¸c˜oes quando ´e necess´ario o compartilhamento de recursos.

2.5.1

Planta e Estrutura de Controle

Como qualquer estrutura de controle, NCSs s˜ao compostas de sinais de referˆencia,

contro-ladores, atuadores e plantas. As entidades do problema de controle escolhidas no presente

estudo s˜ao inspiradas nas apresentadas por Tipsuwan et al. (2009) e Yan et al. (2013). Trata-se de um sistema de controle em que as plantas s˜ao motores DC (Maxon A-max

226802 ), que podem perfeitamente representar aplica¸c˜oes pr´aticas na ind´ustria, como po-sicionamento de eixos e velocidade de esteiras. A vari´avel a ser controlada ´e a velocidade angular no eixo dos motores, medida em rad/s.

Os atuadores considerados s˜ao dispositivos que fazem a interface entre o controlador e a planta. Para o modelamento das plantas (motores DC), ´e utilizado o diagrama eletro-mecˆanico ilustrado na Figura 2.7.

+ − v R i L + − e J T b ˙θ θ

J Momento de In´ercia do Eixo

b Atrito Viscoso

T Torque do Motor

θ Posi¸c˜ao Angular do Eixo do Motor

e For¸ca Contra-Eletromotriz

R Resistˆencia da Armadura

L Indutˆancia da Armadura Figura 2.7: Modelo do motor DC.

(23)

Considerando kt a constante de torque do motor e ke a constante de for¸ca contra-eletromotriz, as equa¸c˜oes dinˆamicas do sistema s˜ao descritas a partir das rela¸c˜oes b´asicas

T = kti, e = ki˙θ.

(2.1)

Combinando as express˜oes (2.1) com as equa¸c˜oes el´etricas e mecˆanicas do sistema, obtemos

J ¨θ + b ˙θ = kti, Ldi

dt + Ri = V − ke˙θ.

(2.2)

Tomando a transformada de Laplace de (2.2) e condi¸c˜oes iniciais nulas, tem-se que

s(Js + b)Θ(s) = ktI(s), (Ls + R)I(s) = V (s) − kesΘ(s), implicando que isΘ(s) = ktI(s) Js + b, V (s) = (Ls + R)I(s) + kesΘ(s). (2.3)

De posse da representa¸c˜ao dinˆamica do sistema, chega-se ao diagrama de blocos ilustrado na Figura 2.8, que relaciona velocidade angular referencial

ref

(s) na entrada do atuador com a sa´ıda da planta Ω(s), obtida como a derivada da posi¸c˜ao angular θ presente no modelo f´ısico abordado na Figura 2.7.

A(s) P (s)

ref

(s)

V (s)(s)

(24)

24

Na Figura 2.8, C(s) ´e o controlador do sistema, A(s) ´e o atuador e P (s) ´e a planta, no caso o motor DC, que recebe uma entrada em tens˜ao (V ). O atuador tem o papel de elevar a potˆencia do sinal de sa´ıda do Controlador (implementado digitalmente, por exemplo), podendo estar integrado ao hardware do motor ou n˜ao, e possui uma dinˆamica que ser´a usada mais adiante no projeto dos controladores. A fun¸c˜ao de transferˆencia da planta ´e

P (s) =(s)

V (s) =

kt

(Js + b)(Ls + R) + kekt

. (2.4)

A fun¸c˜ao de transferˆencia do atuador ´e

A(s) = P (0) −1 cs + d = bR + kekt kt(cs + d) . (2.5)

Os parˆametros do motor DC considerado est˜ao indicados na Tabela 2.2, e foram extra´ıdos de Maxon Motor (2013).

Tabela 2.2: Parˆametros motor DC.

J 1,29 x10−6 kg.m2 b 304,12 x10−6 N.m.s/rad ke 12,20 x10−3 V.s/rad kt 12,20 x10−3 N.m/A R 490 mΩ L 44 µH

Para o controle da planta ´e utilizado um controlador proporcional-integral-derivativo, com filtro derivativo. O controlador tem sua fun¸c˜ao de transferˆencia dada por

C(s) = KP +KI

s +

KDp

1 +p/s, (2.6)

(25)

Neste estudo, o controlador ´e conectado `a planta e sempre ´e utilizado um sinal de reali-menta¸c˜ao. O sinal de realimenta¸c˜ao pode vir diretamente do sensor da planta (arquitetura malha aberta) ou via rede (arquitetura malha fechada).

O diagrama esquem´atico do sistema controlador-atuador-planta com sinal de reali-menta¸c˜ao ´e apresentado na Figura 2.9.

C(s) A(s)P (s)

ref

(s)

ǫ(s)

+

Figura 2.9: Diagrama de blocos: Controlador-Atuador-Planta com realimenta¸c˜ao.

2.5.2

Redes: Modelo e Dinˆamica de Transmiss˜ao

No desenvolvimento desta pesquisa, a rede considerada ´e sem fio e centralizada. Isto sig-nifica que tanto a aloca¸c˜ao de banda quanto o direcionamento de pacotes s˜ao feitos pelo

wireless router, e que todos os n´os da rede se conectam ao wireless router para ter acesso

aos demais n´os.

De forma geral, o wireless router determina a todo instante quais n´os da rede se comuni-car˜ao, e qual ser´a o sentido desta comunica¸c˜ao. Isto ´e chamado aloca¸c˜ao de banda.

A rede de comunica¸c˜ao ´e estruturada de forma que os n´os se conectam em instantes nos quais existe aloca¸c˜ao de banda para os mesmos. Quando isto ocorre, a informa¸c˜ao transmitida passa por um canal modelado como uma linha de transmiss˜ao.

Supondo que exista aloca¸c˜ao do canal de transmiss˜ao entre dois n´os da rede, a informa¸c˜ao que deixa o n´o emissor chega ao n´o receptor apenas ap´os um certo tempo, se considerado o atraso de transmiss˜ao. Este atraso ´e dependente da velocidade de transmiss˜ao de dados da rede.

O atraso de transporte pode ser modelado pela seguinte fun¸c˜ao de transferˆencia

(26)

26

onde τ ´e a contante de atraso em segundo, ou seja, o tempo transcorrido entre a informa¸c˜ao deixar o n´o emissor e chegar ao n´o receptor.

Outra considera¸c˜ao importante ´e que, devido `as informa¸c˜oes serem enviadas no formato de pacotes e de que informa¸c˜oes desatualizadas n˜ao s˜ao transmitidas pela rede, a amostragem de informa¸c˜oes no n´o emissor acontece no mesmo per´ıodo determinado pelo atraso de transmiss˜ao. Esta dinˆamica ´e abordada no estudo de Wang and Wang (2013).

Finalmente, o canal de comunica¸c˜ao est´a sujeito a falhas de transmiss˜ao e a sua dispo-nibilidade pode ser modelada como uma vari´avel aleat´oria Bernoulli. Esta vari´avel tem probabilidade de falha igual a taxa de falha de transmiss˜ao (BER).

O modelo geral utilizado neste trabalho para o canal de comunica¸c˜ao da rede ´e mostrado no diagrama da Figura 2.10.

T x Rx

θ

ZOH e−τ s

Figura 2.10: Diagrama do canal de transmiss˜ao da rede.

Outro aspecto importante que deve ser considerado ´e a dinˆamica do wireless router para as tarefas de aloca¸c˜ao de banda e processamento de informa¸c˜oes durante um per´ıodo, aqui denominado per´ıodo total de opera¸c˜ao, TO.

Seguindo o modelo proposto por Tipsuwan et al. (2009), verifica-se a necessidade de comu-nica¸c˜ao dos n´os da rede com o wireless router para solicita¸c˜ao de banda durante o per´ıodo total de opera¸c˜ao. Esta tarefa acontece durante o per´ıodo de tomada de solicita¸c˜oes, TP. Ap´os o per´ıodo de tomada de solicita¸c˜oes, o wireless router precisa de um tempo para processamento das solicita¸c˜oes por meio do mecanismo de aloca¸c˜ao de banda escolhido. Este per´ıodo ´e chamado per´ıodo de aloca¸c˜ao, TA.

O restante do per´ıodo total de opera¸c˜ao ´e usado para a comunica¸c˜ao entre os n´os da rede. Este per´ıodo ´e chamado per´ıodo de transmiss˜ao, TT. Neste trabalho, o per´ıodo de amostragem TS ´e o tempo considerado como janela m´ınima de aloca¸c˜ao de banda utilizada no sistema.

(27)

Tempo[s]

TOi−1 TOi TOi+1

TP TA TT

Figura 2.11: Diagrama de tempo da NCS.

Valores t´ıpicos considerados para cada per´ıodo s˜ao indicados na Tabela 2.3.

Tabela 2.3: Per´ıodos de aloca¸c˜ao utilizados.

TO 0,500 s TP 0,030 s TA 0,005 s TT 0,465 s TS 0,005 s

Outros fatores importantes para a modelagem da dinˆamica da rede s˜ao o formato dos pacotes e as taxas de transferˆencia e falha de transmiss˜ao. A estrutura de pacote utilizada neste estudo ´e a mesma sugerida por Tipsuwan et al. (2009), com os 14 primeiros bytes usados como preˆambulo, seguido de 2 bytes indicando o in´ıcio do pacote, 2 bytes para o endere¸co e 4 bytes para os dados. O pacote ´e encerrado com 2 bytes CRC (Cyclic

Redundancy Check) para verifica¸c˜ao de erros. O tamanho total do pacote l ´e de 24 bytes,

como ilustra a Figura 2.12.

Preˆambulo In´ıcio Endere¸co Dados CRC

14 bytes 2 bytes 2 bytes 4 bytes 2 bytes

Figura 2.12: Formato do pacote de rede segundo Tipsuwan et al. (2009).

(28)

28

Tabela 2.4: Taxas utilizadas.

Taxa de Transferˆencia, γ 38.400 bits/s Taxa de Falha na Transmiss˜ao (BER) 10−5

Adotando a estrutura acima e sabendo que cada byte ´e composto de 8 bits, ´e poss´ıvel calcular a contante de atraso da rede τ como

τ = 8l

γ. (2.8)

2.5.3

Agendamento para Alocac¸˜ao de Banda em NCSs

Em NCSs o algoritmo de agendamento de transmiss˜ao de pacotes ´e t˜ao importante quanto a quantidade de banda que se deve alocar a cada n´o da rede. Como o foco do presente trabalho ´e verificar a eficiˆencia de diferentes m´etodos na aloca¸c˜ao de banda, o agendamento da banda alocada deve ser um parˆametro de controle do experimento.

A primeira premissa ´e a de que os pacotes podem ser agendados para transmiss˜ao apenas durante o tempo TT. Logo, durante o restante do per´ıodo TO n˜ao h´a agendamento. A fun¸c˜ao agendamento de banda tem como argumento um vetor X, composto por compo-nentes xk, que representa a por¸c˜ao de banda que ser´a alocada para o conjunto controlador-planta k. A posi¸c˜ao startP osition ´e o primeiro instante do tempo TT em que ´e poss´ıvel alocar banda para transmiss˜ao de pacotes; a posi¸c˜ao endP osition ´e o ´ultimo instante. Os slots alocados para cada elemento k comp˜oem o vetor Lk. O conjunto dos vetores Lk representa a aloca¸c˜ao de banda agendada de tempo TT.

O algoritmo de agendamento utilizado neste estudo ´e uma varia¸c˜ao do algoritmo

(29)

Algoritmo 1 Agendamento de banda.

1: procedure BandwidthScheduling(X)

2: f irstP osition = startP osition

3: for each k in X do

4: #slots(k) = f loor((endP osition − startP osition − 1) ∗ xk) 5: end for

6: for each k in X do

7: index = k Where xk= max(X)

8: lastP osition = f irstP osition

9: while #slots(k) > 0 do

10: pointer = lastP osition

11: Lk← Lk+ {pointer} 12: #slots(k) ← #slots(k) − 1

13: lastP osition ← lastP osition +

P

kSize(#slots(k))−Size(#slots(k))

Size(#slots(k))

14: if lastP osition > endP osition then

15: lastP osition = f irstP osition

16: end if

17: end while 18: end for 19: end procedure

No caso de arquiteturas malha fechada aloca-se 1 slot adicional para cada conjunto controlador-planta referente ao sinal de realimenta¸c˜ao.

2.5.4

Aferic¸˜ao de Desempenho

A fixa¸c˜ao de crit´erios de desempenho de NCSs ´e essencial para a avalia¸c˜ao da eficiˆencia dos m´etodos de aloca¸c˜ao de banda estudados no presente trabalho.

O indicador b´asico de desempenho em sistemas de controle ´e o erro, expresso pela diferen¸ca entre o sinal de referˆencia r(t) e sinal de sa´ıda da planta y(t), sendo

e(t) = r(t) − y(t). (2.9)

(30)

30

integra¸c˜ao T dada por

¯ V = T R 0|r(t) − y(t)| dt T . (2.10)

Outro parˆametro de erro importante ´e a integral do tempo multiplicada pelo valor do erro absoluto eIT AE, que ´e dado por

eIT AE= T

Z

0

t | e(t) | dt. (2.11)

Por fim, estabelece-se o parˆametro final de desempenho ¯Q, dado pela m´edia da somat´oria

dos ¯Vks de todos os agentes do NCS durante todo o per´ıodo de simula¸c˜ao Ttotal, sendo

¯ Q = Ttotal R 0 P k ¯ Vk(t) ! dt Ttotal . (2.12)

Quanto maior ¯Q, pior o desempenho do sistema.

2.5.5

Ambiente de Simulac¸˜ao

Nesta pesquisa, a ferramenta escolhida para a simula¸c˜ao ´e o software Matlab R2013a e sua extens˜ao Simulink. Foram implementadas duas vers˜oes do ambiente de simula¸c˜ao, cada uma delas referente a uma arquitetura de NCS (malha aberta e malha fechada). Todos os blocos foram desenvolvidos pelos autores, e os diagramas esquem´aticos das implementa¸c˜oes s˜ao mostrados nas Figuras 2.13 e 2.14.

S˜ao considerados para os experimentos realizados no presente trabalho sinais de referˆencia senoidais rk descritos por 2 + sin(αkt/TS), com diferentes frequˆencias αkt/TS, onde TS ´e a

frequˆencia de amostragem da NCS. Os valores de αk para cada subconjunto referˆencia, controlador, atuador e planta k (k = 1,2,3) foram 0,1, 0,01 e 0,001. Cada experimento realizado consiste em arbitrar anteriormente um m´etodo de aloca¸c˜ao de banda e executar a simula¸c˜ao durante um tempo de 10 segundos.

(31)
(32)

32

(33)

Verifica-se que cada parte do sistema modelado utilizando os conceitos apresentados ante-riormente ´e representada por blocos. De maneira gen´erica, os sinais de referˆencia gerados s˜ao enviados aos conjuntos controlador-planta utilizando a rede, neste caso representada pelo bloco Wireless Router.

O desempenho individual dos conjuntos controlador-planta ´e aferido, assim como o desem-penho geral. Os mesmos blocos de aferi¸c˜ao de desemdesem-penho fornecem dados para o bloco de implementa¸c˜ao do algoritmo de aloca¸c˜ao de banda.

O Wireless Router captura o modelo utilizado para a rede e implementa a aloca¸c˜ao de banda. O seu funcionamento consiste em estabelecer conex˜ao entre as respectivas entradas e sa´ıdas atrav´es da rede durante o tempo de simula¸c˜ao, respeitando a aloca¸c˜ao de banda estabelecida. ´E ilustrado na Figura 2.15 o seu diagrama esquem´atico para a arquitetura malha aberta, e na Figura 2.16 o elemento Router, que roteiriza os pacotes na rede.

(34)

34

Figura 2.16: Router.

A implementa¸c˜ao da linha de transmiss˜ao modelada na Se¸c˜ao 2.5.2 ´e mostrada na Figura 2.17.

Figura 2.17: Implementa¸c˜ao da linha de transmiss˜ao.

Para a arquitetura malha fechada, utilizam-se os mesmos conceitos apresentados anteri-ormente. Por´em, neste caso, existe troca de informa¸c˜oes em ambos os sentidos. Detalhes s˜ao mostrados nos diagramas esquem´aticos das Figuras 2.18 e 2.19.

(35)

Figura 2.18: Wireless Router (malha fechada).

(36)

36

Para a verifica¸c˜ao e c´alculo dos ´ındices de desempenho, foi criado o bloco da Figura 2.20, que ´e replicado para cada um dos agentes.

Figura 2.20: Verifica¸c˜ao de parˆametros de desempenho.

Para as simula¸c˜oes da presente pesquisa, foi considerado que no primeiro per´ıodo total de opera¸c˜ao TO n˜ao deve haver c´alculo dos parˆametros ¯Vks e ¯Q. Esta defini¸c˜ao foi tomada para evitar que os ´ındices de desempenho sejam sensivelmente afetados durante o per´ıodo transit´orio inicial da simula¸c˜ao.

(37)

Por fim, o bloco respons´avel pela aloca¸c˜ao da banda para cada um dos agentes ´e mostrada na Figura 2.21.

Figura 2.21: Bloco de aloca¸c˜ao de banda.

Para as simula¸c˜oes da presente pesquisa, tamb´em foi considerado que no primeiro per´ıodo total de opera¸c˜ao TOo m´etodo de aloca¸c˜ao de banda utilizado deve ser a divis˜ao igualit´aria de banda, a ser abordada na Se¸c˜ao 4.3. Isto porque nos primeiros instantes n˜ao existem informa¸c˜oes de realimenta¸c˜ao satisfat´orias que ser˜ao os subs´ıdios dos m´etodos de aloca¸c˜ao de banda.

(38)

38 Iniciar simula¸c˜ao i = 1 tempo ≤ i.TO i = +1 M´etodo de Aloca¸c˜ao de Banda Aloca¸c˜ao de Banda Agendamento de Banda

Encerrar simula¸c˜ao Tempo encerrado?

n˜ao sim

sim

n˜ao

(39)

Cap´ıtulo 3

Elementos da Teoria dos Jogos e

Barganha de Nash

A Teoria dos Jogos (Osborne and Rubinstein, 1994) ´e um campo de estudo que aborda pro-blemas de tomada de decis˜ao por m´ultiplos decisores. Cada tomador de decis˜ao, tamb´em chamado de jogador ou agente, disp˜oe de um conjunto de a¸c˜oes e a combina¸c˜ao das a¸c˜oes dos diferentes jogadores determina o resultado do jogo. Para cada um dos poss´ıveis resul-tados existe um retorno espec´ıfico para cada jogador.

Os jogadores tˆem interesses pr´oprios e s˜ao considerados racionais, isto ´e, levam em consi-dera¸c˜ao as condi¸c˜oes do meio, as estrat´egias dos demais jogadores e as suas preferˆencias para sua tomada de decis˜oes

A Teoria dos Jogos ´e utilizada em uma ampla variedade de ´areas de conhecimento, como por exemplo em Economia, Pol´ıtica, Biologia, Sociologia e Engenharia.

3.1

Preferˆencias e Utilidades

Para detalhamento dos modelos propostos, o mecanismo de tomada de decis˜ao de jogado-res racionais precisa ser explicitado. Cada jogador disp˜oe de estrat´egias para tomada de decis˜ao, e estas estrat´egias s˜ao baseadas em suas preferˆencias e expectativas.

Contudo, expressar todas estas informa¸c˜oes em um modelo te´orico ´e uma tarefa complexa. Por este motivo, ´e institu´ıdo um mecanismo que relaciona as a¸c˜oes do jogador ao conjunto de suas preferˆencias.

(40)

40

interferir na tomada de decis˜ao do jogador. Preferˆencia ´e expressa como uma rela¸c˜ao bin´aria entre poss´ıveis resultados do jogo. N˜ao ´e importante saber o que levou um jogador a preferir um resultado a outro, e sim saber qual a¸c˜ao ser´a tomada com o intuito de se atingir um resultado de maior preferˆencia.

O conceito b´asico de preferˆencia pode ser interpretado como um operador comparativo entre duas alternativas, retornando qual ´e prefer´ıvel a outra. Dado um conjunto X de poss´ıveis resultados de um jogo e um jogador qualquer k, as preferˆencias podem ser ex-pressas de duas formas distintas:

i Preferˆencia estrita: x1≻kx2; ii Preferˆencia fraca: x1k x2.

A diferen¸ca b´asica entre preferˆencia estrita e fraca ´e que na preferˆencia fraca pode haver indiferen¸ca entre as op¸c˜oes. Na preferˆencia estrita, n˜ao existe qualquer possibilidade de indiferen¸ca.

Duas hip´oteses sobre preferˆencias devem ser observadas:

i Sem Efeito de Ordem: A preferˆencia deve se manter independente da ordem em que as a¸c˜oes aparecem:

x1≻k x2 ≡ x2≺kx1.

ii Transitividade: A associa¸c˜ao de diferentes preferˆencias sempre deve ser consistente e verdadeira:

Se x1≻kx2 e x2≻kx3 ⇒ x1≻kx3.

3.1.1

Utilidades

Uma vez definido o conceito de preferˆencia, ´e simples perceber que `a medida que o n´umero de jogadores cresce e os poss´ıveis resultados de suas a¸c˜oes tamb´em, o conjunto de com-para¸c˜oes uma-a-uma fica muito grande. Por este motivo, ´e conveniente definir uma Fun¸c˜ao Utilidade, que explicita todas as preferˆencias sobre os poss´ıveis resultados. Tal fun¸c˜ao ´e definida por

(41)

Entende-se que a fun¸c˜ao utilidade uk(x1) do jogador k para um dado resultado x1 ´e superior a uk(x2) para um resultado x2 quando existe preferˆencia pelo resultado x1 ao x2, ou seja

x1 x2 ⇒ uk(x1) ≥ uk(x2).

Como utilidades s˜ao fun¸c˜oes que projetam as preferˆencias de cada jogador, estas fun¸c˜oes tˆem comportamento ordinal e n˜ao s˜ao ´unicas.

Fun¸c˜oes utilidade devem respeitar todas as hip´oteses sobre preferˆencias. No caso espec´ıfico de transitividade, o Teorema de Debreu estabelece que

x1 x2 e x2 x3,

⇒ uk(x1) ≥ uk(x2) ≥ uk(x3).

(3.1)

3.2

Formulac¸˜ao do Jogo

A formula¸c˜ao matem´atica de um jogo parte de um conjunto de M jogadores, N = {1,2,...,M }, sendo k ∈ N um jogador gen´erico. O conjunto dos poss´ıveis resultados do jogo ´e representado pelo produto cartesiano X = Mk=1Xk, e o conjunto de a¸c˜oes dos jogadores ´e representado produto cartesiano A =Mk=1Ak, onde Xk e Ak s˜ao os conjuntos de resultados e a¸c˜oes do jogador k.

Os jogadores interagem para a obten¸c˜ao de um resultado contido em X, fazendo escolhas contidas em A. O jogo ´e definido formalmente como

g : A → X; uk : X → IR.

(3.2)

Existem basicamente duas abordagens para jogos: Jogos na forma normal e jogos na forma extensa. A abordagem normal de um jogo pressup˜oe que os jogadores definem suas escolhas e as apresentam simultaneamente, gerando um ´unico resultado. N˜ao existe altera¸c˜ao da a¸c˜ao de um jogador devido `a a¸c˜ao de algum outro jogador ou um fator dinˆamico de ofertas e contra-ofertas.

(42)

42

A abordagem de jogos na forma extensa prevˆe uma intera¸c˜ao dinˆamica entre os jogadores. O jogo ´e desenrolado em rodadas, ao longo das quais os jogadores podem fazer escolhas. Neste cen´ario, as escolhas dos outros jogadores e o hist´orico do jogo s˜ao levados em conta.

3.3

Jogos n˜ao Cooperativos

Jogos tamb´em podem ser classificados de acordo com a sua natureza e, um dos tipos denomina-se Jogos n˜ao Cooperativos. Nestes jogos os jogadores fazem suas escolhas de forma individualizada, visando unicamente maximizar suas fun¸c˜oes utilidades.

3.3.1

Equil´ıbrio de Nash

O Equil´ıbrio de Nash (Nash equilibrium, NE, em inglˆes) ´e um conceito muito importante em Teoria dos Jogos. Este tipo de equil´ıbrio pode proporcionar resultados inferiores a outros equil´ıbrios, mas ´e fundamental, pois leva em conta comportamentos auto-centrados nos jogadores.

No contexto de jogos n˜ao cooperativos, a existˆencia de equil´ıbrios de Nash revela preciosas informa¸c˜oes sobre o jogo.

Um conjunto de resultados x= (x

1, x∗2, ..., xM) com xk ∈ Xk, ´e um NE do jogo se

uk(x∗1, x∗2, ..., xk−1, xk, xk+1, ..., xM) ≥ uk(x∗1, x∗2, ..., xk−1, xk, xk+1, ..., xM) ∀xk ∈ Xk, ∀k ∈ N.

(3.3)

De forma simplificada, o equil´ıbrio de Nash ´e tal que nenhum dos jogadores possui incentivo para se desviar unilateralmente do equil´ıbrio.

Um jogo qualquer em sua forma normal possui um NE se para todos k ∈ N , o conjunto de resultados Xk do jogador k for n˜ao-vazio, compacto, convexo e subconjunto do espa¸co Euclidiano, e a sua fun¸c˜ao utilidade uk for cont´ınua e quasi-concava em Xk (Wang et al., 2010).

(43)

3.3.2

Pareto-otimalidade

Uma vez definido o equil´ıbrio de Nash, ´e interessante verificar outras formas de equil´ıbrio existentes em Teoria dos Jogos. Mais do que isso, um questionamento importante a se fazer ´e se estes outros equil´ıbrios oferecem resultados superiores ou inferiores aos do NE. Em um equil´ıbrio Pareto- ´Otimo (PO), nenhum jogador pode tomar um perfil estrat´egico diferente do equil´ıbrio para aumentar sua utilidade sem diminuir a utilidade de pelo menos um dos jogadores.

Seja U ⊆ IRN um conjunto. Ent˜ao u ∈ U ´e Pareto- ´Otimo Fraco se n˜ao existir u∈ U para

qual u

k > uk para todo k ∈ N ; u ∈ U ´e Pareto- ´Otimo se n˜ao existir u∈ U para qual u

k≥ uk para todo k ∈ N e uk > uk para ao menos um k ∈ N (Wang et al., 2010).

Em geral, o equil´ıbrio PO ´e superior ao NE. Entretanto, em um ambiente n˜ao coopera-tivo, jogadores s˜ao frequentemente levados por estrat´egias auto-centradas e fazem escolhas visando aumentar apenas sua pr´opria utilidade. Este tipo de comportamento, nessas si-tua¸c˜oes, acaba convergindo o resultado do jogo para um equil´ıbrio inferior, como ´e o caso do NE.

3.4

Jogos Cooperativos

Ao contr´ario dos jogos n˜ao cooperativos, os Jogos Cooperativos s˜ao aqueles nos quais os jogadores formam coaliz˜oes visando atingir um resultado comum. Jogos cooperativos s˜ao mais frequentes quando existem agentes de sinaliza¸c˜ao, mediadores ou partes externas para aux´ılio `a tomada de decis˜oes.

3.4.1

Barganha de Nash

Dentre os jogos cooperativos, existe uma classe denominada Jogos de Barganha. Neste tipo de jogo, os jogadores buscam uma solu¸c˜ao proveniente de um acordo, que deve ser tomado em consenso entre todos os jogadores, mesmo estes tendo interesses conflitantes.

Esta abordagem foi proposta em Nash (1950) para modelar problemas como, por exemplo, de negocia¸c˜ao entre um ´unico comprador e um ´unico vendedor, de com´ercio entre duas na¸c˜oes e de negocia¸c˜ao entre empregador e sindicato. A estrutura proposta de jogo ´e muito similar `a apresentada nas se¸c˜oes anteriores e ser´a a adotada neste trabalho.

(44)

44

Em Nash (1950), agrega-se ao conjunto de resultados X um ponto de disc´ordia D, que representa os resultados dos jogadores caso n˜ao seja atingido um consenso ao fim do jogo. Ent˜ao, defini-se

d = (u1(D), u2(D), ..., uM(D)),

S = {(s1, s2, ...., sM) : s1= u1(x),s2= u2(x), ..., sM = uM(x)|x ∈ X}.

(3.4)

Logo, os resultados da Barganha de Nash podem ser representados como pares hS,di. Para estabelecer uma solu¸c˜ao anal´ıtica para a Barganha, Nash (1950) propˆos uma abor-dagem axiom´atica, isto ´e, baseada na defini¸c˜ao de axiomas. Quando tais axiomas s˜ao cumpridos, a solu¸c˜ao anal´ıtica do problema ´e garantida.

A abordagem parte de um modelamento do jogo na forma normal, ou seja, o jogo n˜ao ´e visto como um processo dinˆamico, e independente da negocia¸c˜ao que ocorra entre os jogadores, o resultado ´e pr´e-determinado, dadas as utilidades de cada um deles.

Nash (1950) prop˜oe quatro axiomas para estabelecer condi¸c˜oes de imparcialidade, ou

fair-ness, que s˜ao enumeradas a seguir.

I INV (Independˆencia a Transformac¸˜oes Lineares): Dada uma transforma¸c˜ao linear

φ : IRN → IRN, φ(s) = s, com s

k = αksk+ βk, αk > 0, ent˜ao φ(hS, di) = hφ(S), di; II SYM (Simetria): O problema da barganha ´e sim´etrico, ou seja, (s1,s2) ∈ S ⇔ (s2,s1) ∈

S, e se d1= d2, ent˜ao s∗1= s∗2;

III IIA (Alternativas Irrelevantes): Se existe uma solu¸c˜ao para a Barganha de Nash

s∈ S ⊂ T , ent˜ao hS, di = hT, di;

IV PAR (Pareto-otimalidade): Este axioma garante que a solu¸c˜ao da Barganha de Nash ´e Pareto- ´Otima.

Respeitando todos os quatro axiomas, a solu¸c˜ao da Barganha de Nash existe, ´e ´unica e expressa por fN(S, d) = arg max M Y k=1 (sk− dk). (3.5)

(45)

A rela¸c˜ao (3.5) ´e conhecida como Solu¸c˜ao da Barganha de Nash, ou Nash Bargaining

Solution (NBS). Segundo a an´alise de Ya¨ıche et al. (2000), o Axioma I da solu¸c˜ao da

Barganha de Nash implica que ela ´e invariante a fatores de escala, ou seja, a solu¸c˜ao da barganha n˜ao ´e alterada se houver transforma¸c˜oes lineares nas fun¸c˜oes utilidades do problema.

Ainda segundo Ya¨ıche et al. (2000), o Axioma III garante que a solu¸c˜ao da barganha n˜ao ´e afetada pelo crescimento do conjunto de escolhas se a solu¸c˜ao puder ser encontrada em um subconjunto mais restrito. Por fim, o Axioma II garante que a solu¸c˜ao da barganha n˜ao depende de classifica¸c˜oes, ou seja, jogadores com as mesmas preferˆencias e utilidades obter˜ao os mesmos resultados.

s1

s2

Q2

k=1sk

hS,di

Figura 3.1: NBS para um jogo de dois jogadores com dk = 0 para ambos segundo Nash (1950).

A interpreta¸c˜ao gr´afica para a NBS em um jogo de dois jogadores ´e ilustrada na Figura 3.1.

A NBS ´e bem definida, uma vez que QM

k=1(sk − dk) ´e estritamente quasi-cˆoncava em {s ∈ S : sk > dk ∀k ∈ N }, em um conjunto S n˜ao-vazio, espa¸co compacto e convexo. Essas propriedades garantem que a solu¸c˜ao do problema de maximiza¸c˜ao existe e ´e ´unica.

(46)

46

Cap´ıtulo 4

Alocac¸˜ao de Banda em NCSs via Teoria

dos Jogos

Neste cap´ıtulo diferentes metodologias de aloca¸c˜ao de banda em NCSs utilizando Teoria dos Jogos s˜ao apresentadas e os seus resultados comparados.

4.1

An´alise de Sistemas de Controle via Rede

Quando sistemas de controle s˜ao implementados utilizando redes, o per´ıodo de amostragem e comunica¸c˜ao entre componentes torna-se uma quest˜ao muito importante. Segundo Gene F. Franklin and Workman (1998), a sele¸c˜ao da melhor taxa (ou taxas) de amostragem para um sistema de controle digital ´e um compromisso. Em geral, `a medida que a taxa cresce, o desempenho do sistema tamb´em ´e melhorado. Contudo, o custo de uma elevada taxa de comunica¸c˜ao/amostragem ´e, no caso geral, grande.

Desta forma, ´e importante conhecer os limites m´ınimos para as taxas de transmiss˜ao e como estes ir˜ao interferir no desempenho geral do sistema. Ainda em Gene F. Franklin and Workman (1998), um importante conceito ´e estabelecido, no formato de um teorema de taxa m´ınima de amostragem. Este teorema estabelece que a taxa de amostragem de um sistema de controle, ωs, deve ser, no m´ınimo, duas vezes maior que a faixa de passagem do sistema em malha fechada, ωb:

ωs

(47)

´

E importante frisar que este teorema ´e v´alido para sistemas de controle em malha fechada, e ele estabelece um limite m´ınimo de opera¸c˜ao. Atender a este requisito n˜ao garante bom desempenho de sistemas de controle, em geral.

A faixa de passagem de sistemas de controle em malha fechada ωb´e a faixa de frequˆencias em que as componentes dos sinais de referˆencia s˜ao transmitidas, sem sofrer atenua¸c˜ao significativa. Fora da faixa de passagem, essas componentes s˜ao atenuadas e n˜ao s˜ao re-produzidas.

Para considera¸c˜oes de projetos de sistemas de controle, procura-se estabelecer uma taxa de amostragem que seja no m´ınimo cerca de vinte vezes a faixa de passagem do sistema. Esta precau¸c˜ao ajuda a minimizar poss´ıveis efeitos indesejados do sistema de controle, e garantir que a resposta do sistema seja coerente, inclusive para sinais com componentes pr´oximas ao limite da faixa de passagem do sistema, ou seja

ωs ωb

≥ 20. (4.2)

Para este trabalho, o per´ıodo de transmiss˜ao TT, estabelecido na se¸c˜ao 2.5.2, ´e o tempo dis-pon´ıvel para troca de informa¸c˜oes entre a referˆencia, o controlador e a planta. Este per´ıodo ´e de 465ms, com per´ıodos de amostragem TS de 5ms. A resultante ´e uma frequˆencia de amostragem de 186Hz. Por´em, essa ´e a frequˆencia m´axima, considerando a disponibilidade de 100% da banda dos canais de transmiss˜ao.

Caso apenas parte da banda total dispon´ıvel seja alocada, a frequˆencia de amostragem diminui `a mesma propor¸c˜ao. Em outras palavras, se houver apenas metade da banda dispon´ıvel, os per´ıodos de amostragem ser˜ao intercalados produzindo um novo per´ıodo de amostragem de duas vezes o tamanho inicial.

4.1.1

Projeto de Controladores

Sabendo que existe um compromisso entre faixa de passagem ωb e frequˆencia de amostra-gem ωs, ´e necess´ario projetar os controladores considerando esta restri¸c˜ao. Para o presente trabalho foi utilizado como ferramenta de projeto o pacote Control Design do Matlab

Simulink.

As premissas levadas em conta para os projetos dos controladores foram estabelecer siste-mas de controle que ofere¸cam melhor tempo de resposta, com caracter´ısticas pr´oxisiste-mas ao

(48)

48

amortecimento cr´ıtico, mantendo a faixa de passagem de cada sistema inferior a 20% da banda total dispon´ıvel, ou seja, 37,2Hz.

Devido a caracter´ısticas ´unicas dos sistemas com arquiteturas em malha aberta e ma-lha fechada, foram realizados dois projetos de controladores distintos. Na Tabela 4.1 s˜ao detalhados os parˆametros para o sistema em arquitetura malha aberta.

Tabela 4.1: Parˆametros de controle para a arquitetura em malha aberta.

c 0,15 d 0,005 kP 11,9344242546087 kI 6,98986061147283 kD -0,0815867806841934 p 94,8169346818867

Na Figura 4.1, pode-se verificar o diagrama de Bode do sistema, com faixa de passagem de 16,0269Hz. Frequencia (Hz) 10−2 10−1 100 101 102 −270 −180 −90 0 Fase (deg) −40 −35 −30 −25 −20 −15 −10 −5 0 5 10

From: Reference 1 To: Atuator Plant

Modulo (dB)

(49)

Na Tabela 4.2 s˜ao detalhados os parˆametros para o sistema em arquitetura malha fechada.

Tabela 4.2: Parˆametros de controle para a arquitetura em malha fechada.

c 5,00 d 1,00 kP 164,261195587973 kI 44,2763862660548 kD -0,698624217804962 p 30,7692307692308

O diagrama de Bode para o sistema com arquitetura em malha fechada pode ser verificado na figura 4.2. A faixa de passagem deste sistema ´e de 6,0558Hz.

Frequencia (Hz) 10−2 10−1 100 101 102 −225 −180 −135 −90 −45 0 Fase (deg) −40 −35 −30 −25 −20 −15 −10 −5 0 5 10

From: Reference 1 To: Atuator Plant 4

Modulo (dB)

Figura 4.2: Diagrama de Bode para o sistema projetado na arquitetura em malha fechada.

Visando estabelecer parˆametros m´ınimos de aloca¸c˜ao de banda que ser˜ao adotados nas pr´oximas se¸c˜oes deste trabalho, ´e definida uma quantidade de banda m´ınima alocada por jogador xmin

(50)

50

Para a arquitetura em malha aberta, basta garantir um per´ıodo de amostragem m´ınimo superior a duas vezes o valor da faixa de passagem, conforme estabelece (4.1).

Contudo, para a arquitetura em malha fechada ´e necess´ario considerar que o per´ıodo m´ınimo de amostragem deve abranger os dois sentidos de troca de informa¸c˜ao pela rede, tanto para o sinal de referˆencia quanto para a realimenta¸c˜ao. Com o intuito de viabilizar pelo menos um ciclo completo de controle durante o per´ıodo de amostragem, como ´e feito na arquitetura em malha aberta, considera-se que o per´ıodo m´ınimo de amostragem na arquitetura em malha fechada deve contemplar dois envios de sinais de referˆencia e dois envios de sinais de realimenta¸c˜ao, intercalados.

Isto permite que a referˆencia enviada pelo controlador seja executada pelo conjunto atuador-planta, que a realimenta¸c˜ao do sinal de sa´ıda da planta seja enviada novamente ao controlador, que o erro entre referˆencia e realimenta¸c˜ao seja calculado, que um novo sinal de referˆencia do controlador seja enviado e, por fim, que um sinal de realimenta¸c˜ao da planta j´a corrigido retorne ao controlador.

Mais uma vez considerando (4.1), ´e necess´ario garantir um per´ıodo de amostragem oito vezes o valor da faixa de passagem do sistema para a arquitetura em malha fechada. Os valores de banda m´ınima xmin

k considerados para os sistemas de controle projetados neste trabalho em malha aberta e malha fechada s˜ao, respectivamente, 0,172366 e 0,260645.

4.2

O Problema de Alocac¸˜ao de Banda em NCSs

Para o melhor estudo e entendimento do problema de divis˜ao de banda em NCSs, primeira-mente ´e necess´ario formul´a-lo explicitaprimeira-mente. Cada subconjunto k composto por referˆencia, controlador, atuador e planta ´e considerado um elemento, ou jogador. O conjunto de todos os subconjuntos ou jogadores da NCS ´e chamado de N .

Estes jogadores ir˜ao competir por uma quantidade finita de banda em cada per´ıodo total de opera¸c˜ao TO, e ao fim do per´ıodo de aloca¸c˜ao TA, ser´a atribu´ıdo a cada um deles uma parcela da banda total. A parcela atribu´ıda a cada jogador k ´e xk∈ [0, 1], tal que

x = [x1, x2, ..., xk, ..., xM −1, xM], M X k=1 xk≤ 1 xk ≥ 0, k =1, 2, ..., M. (4.3)

(51)

O conjunto de todos os poss´ıveis resultados do jogo, ou distribui¸c˜oes de banda, ´e chamado de X.

Este jogo ´e repetido para todo per´ıodo total de opera¸c˜ao TO.

4.3

Alocac¸˜ao de Banda Utilizando Divis˜ao Igualit´aria

O primeiro m´etodo de aloca¸c˜ao de banda considerado no presente trabalho ´e o m´etodo de divis˜ao Igualit´aria. Este m´etodo consiste em dividir a banda dispon´ıvel igualmente entre todos os jogadores, sendo

xk= 1

M k = 1, 2, ..., M. (4.4)

Este ´e um crit´erio que utiliza uma abordagem est´atica para a divis˜ao de banda entre os jogadores, desconsiderando caracter´ısticas dinˆamicas do sistema, e por se tratar de um jogo com apenas 3 jogadores, o crit´erio de banda m´ınima abordado anteriormente ´e satisfeito para ambas as arquiteturas (malha aberta e fechada).

Os resultados individuais de todos os m´etodos abordados no presente trabalho ser˜ao apre-sentados da mesma forma. Os resultados de cada experimento, sendo eles com um m´etodo e uma arquitetura espec´ıficos, trar˜ao uma figura para cada jogador, onde poder´a ser ob-servado o sinal de referˆencia r(t) (linha s´olida) e o sinal da planta y(t) (linha tracejada), o sinal do controlador c(t) (linha tracejada) e o erro e(t) (linha s´olida), o ´ındice de desempe-nho ¯V e a parcela de banda. Quanto maior o ´ındice de desempenho ¯V , pior o desempenho

do sistema. Todos estes resultados s˜ao apresentados como curvas nas quais o eixo das abscissas ´e o tempo de simula¸c˜ao e estes s˜ao sobrepostos de modo que todas as curvas possam ser comparadas.

Os resultados gerais da simula¸c˜ao s˜ao apresentados em formato de tabela e em uma figura. Estes resultados trazem informa¸c˜ao de todos os jogadores (jogador 1 em linha s´olida, jogador 2 em linha tracejada e jogador 3 em linha pontilhada) e permite uma compara¸c˜ao entre eles. Poder´a ser observado os ´ındices de desempenho ¯V , a integral do erro absoluto

multiplicado pelo tempo eIT AE e o parˆametro final de desempenho ¯Q. Para todos estes indicadores, quanto maior s˜ao os valores observados, pior o desempenho do sistema.

(52)

52

Os resultados experimentais utilizando o m´etodo de divis˜ao igualit´aria para a arquitetura malha aberta s˜ao ilustrados nas Figuras 4.3, 4.4 e 4.5.

0 2 4 6 8 10 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 [r d/s ] r(t) y(t) 0 2 4 6 8 10 −5 0 5 10 15 20 [r d/s ] c(t) e(t) 0 2 4 6 8 10 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 V 0 2 4 6 8 10 Tempo [s] 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Parcela de Banda Jogador 1

Figura 4.3: Resultados de simula¸c˜ao para o jogador 1 utilizando divis˜ao igualit´aria em arquitetura malha aberta.

Referências

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