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Vista do Gestão pública e prestação de contas: uma análise do índice de transparência | Acta Negócios

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UMA ANÁLISE DO ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA

Juliana Tammy Koga Bezerra1

Ricardo de Queiroz Machado2

Levi Morgan3

José Francisco Calil4

Submissão: 11/04/2017 Aceite: 22/04/2017

Resumo: A gestão pública possui diversas formas e ferramentas que auxiliam na transparência da prestação de contas. A população se torna uma das peças que contribui no ato de fiscalizar. Um fator primordial nessa conexão é a tecnologia da informação, pois é tão necessária quanto ter as leis para auxílio na fiscalização

1 Graduada em Administração pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

E-mail: ju-tammy@hotmail.com

2 Mestre em Ciências Econômicas pela USP-SP, professor do Centro Universitário

Adventis-ta de São Paulo (Unasp). E-mail: ricardo.machado@ucb.org.br

3 Doutorando em Administração pela Unimep, coordenador do curso de Ciências Contábeis

do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). E-mail: levi.morgan@ucb.org.br

4 Doutor pela FGV, professor do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGA) da

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dos gastos públicos. O objetivo deste trabalho foi identificar o índice de transpa-rência na prestação de contas pelos portais dos municípios paulistas de Campinas, Limeira, Americana, Sumaré e Hortolândia. A metodologia definida por Bider-man e Puttomatti (2011), foi a ferramenta utilizada para a análise das informações, através dos sites governamentais. Após coleta, tabulação e análise dos dados verifi-cou-se um maior índice de transparência na divulgação das informações nos sites dos municípios de Campinas, Americana e Limeira. Os municípios de Sumaré e Hortolândia apresentaram um menor índice de transparência no ano de 2015. Palavras-chave: Gestão pública; Transparência; Prestação de contas;

Ac-countability; Fiscalização.

PUBLIC MANAGEMENT AND ACCOUNTABILITY:

AN ANALYSIS OF THE TRANSPARENCY INDEX

Abstract: Public management has several forms and tools that help transparency of accountability. The population becomes one of the pieces that assists in the act of supervising. A key factor in this connection is information technology, as it is as necessary as having the laws to aid in the surveillance of public spending. The objective of this work was to identify the transparency index in the rendering of accounts by the portals of the municipalities of Campinas, Limeira, Americana, Sumaré and Hortolândia. The methodology defined by Biderman and Puttomat-ti (2011), was the tool used for the analysis of informaPuttomat-tion, through government websites. After collecting, tabulating and analyzing the data, a greater index of transparency in the disclosure of information was found on the websites of the municipalities of Campinas, Americana and Limeira. The municipalities of Su-maré and Hortolândia had a lower transparency index in the year 2015.

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Introdução

O aparato estatal possui diversas formas e ferramentas que auxiliam na transparência da prestação de contas. A população se torna uma das pe-ças que contribui no ato de fiscalizar e informar se tais informações estão sendo repassadas de forma clara, precisa e concisa.

Com novas tecnologias, a administração pública vem se modernizan-do no cenário mundial. Este novo modelo de gestão está obtenmodernizan-do mudan-ças que lhe agregam valor e geram transparência. Nessas transformações, a crescente utilização da internet por empresas, governos e cidadãos é uma oportunidade ímpar para que o Governo crie novos serviços, com melhor qualidade e menor custo, e para que a sociedade possa participar de uma forma mais efetiva na gestão governamental, seja questionando-a, seja con-tribuindo com esta, ou de ambas as formas. A população se torna um ele-mento fundamental na fiscalização quando há a união da tecnologia da informação e a Accountability (prestação de contas) na gestão pública.

A participação contínua da sociedade civil na gestão pública é um di-reito garantido constitucionalmente, possibilitando ao cidadão não apenas sua participação na formulação das políticas públicas, mas a fiscalização

rigorosa da aplicação dos recursos públicos.5

Nesse sentido, pergunta-se: qual o índice de transparência da presta-ção de contas de alguns municípios próximos da Faculdade Adventista de Hortolândia?

O objetivo deste trabalho foi identificar o índice de transparência na prestação de contas pelos portais dos municípios paulistas de Campinas, Limeira e Americana, Sumaré e Hortolândia.

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Método

O tipo a pesquisa realizada é bibliográfico e documental. Em primei-ro lugar será traçado o estado da arte do tema “Gestão Pública”. As fontes serão livros, artigos etc. para contextualizar o leitor. Em seguida, serão pes-quisados os sítios governamentais com o objetivo de identificar quais estão sendo elaborados como forma de transparência da gestão municipal.

A presente pesquisa é realizada de acordo com a metodologia defini-da por Biderman e Puttomatti (2011), e a ferramenta utilizadefini-da é a análise das informações, através dos sites governamentais. Foram utilizados dados fornecidos (sites das prefeituras) das cidades de Campinas, Sumaré, Hor-tolândia, Americana e Limeira ao longo de 2015. O índice de transparência estudado é composto pelos seguintes critérios:

Quadro 1: Elementos avaliados para o índice de transparência

Tema Parâmetros Itens

Conteúdo

Execução orçamentária (valores) Dotação Inicial, Autorização, Empenhado, Liquidade, Liquidado, Pago, Resto a Pagar, Pagos, Total Desembolsado e Restos a Pagar

Classificação orçamentária

Institucional, Municípios, Órgãos e Uni-dade Orçamentária, Funcional Progra-mática (Função, Subfunção, Programa, Ação e Subitítulo); Natureza Despesa (Categoria Econômica, Grupo de Natu-reza da Desp., Modalidade de Aplicação, Elemento de Desp., Sub-Elem. Despesa). Detalhamento Pessoal e Encargos Sociais ( Nome dos funcionários, cargo/função e salário) e Fonte de Recursos

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Conteúdo (cont.)

Documento de empenho (NE) Número da NE, Data Empenho, Unidade Gestora Emitente, favorecido do Empenho, Valor do Empenho e Descrição do Empenho Documento de pagamento (OB) Número, Data, Unidade Gestora Emitente, Favorecido, Valor e observação Beneficiário do pagamento (pessoa

físisca ou jurídica) Lista completa e Lista individual

Procedimento licitatório

Edital (Integra, Modalid. Licitação, Data Realiz., Órgão/UO/UG Licitante, nº/ano Edital e Obje-to). Participantes (Razão Social das empresas, CPNJ's e Valores). Contrato (Unid. Gestora, Razão Social da Contratada, Data Publicação, Vigência, Valor Contratado, Objeto, nº Contrato, Programa de Trab., Natureza Despesa e Empenho) Convênios/Contratos de Repasses/

Termo de Parceria

Número de convênio, Concedente, Respon-sável concedente, Convenente, ResponRespon-sável convenente, Data da celebração, Data da publicação, Vigência, Objeto, Justificativa, Situação do convênio, Valor da transferência, Valor Contrapartida, Valor pactuado (total) Receita Órgão/Unidade Gestora, Tipo de Receita, Previ-são valor, Lançamento valor e Arrecadação valor

Série histórica e frequência de

atualização

Série histórica Análise de 1 à 5 anos

Atualização Online (24hs) à 180 dias

Usabilidade Interação

Manual de Navegação, Glossário, Perguntas Frequente, Fale conosco (e-mail e telefone) Possibilidade de download ServiceDownload Excel e/ou CSV e Download Wed

Fonte: Biderman e Puttomatti (2011)

Os municípios foram escolhidos por terem mais de 100 mil habitantes e por estarem próximos ao Unasp campus Hortolândia.

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As pontuações foram estabelecidas por observação dos itens cons-tantes no Quadro 1 e ponderadas conforme Quadro 2, e os municípios que não disponibilizaram dados, receberam nota 0 (zero). Os resultados foram tabulados, analisados e apresentados.

Quadro 2 — Ponderação do índice de transparência

Índice de transparência

Temas/Parâmetros Pontuação %

1. Conteúdo 1400 70

1.1 - Execução orçamentária (valores) 100 5

1.2 - Classificação orçamentária 500 25

1.3 - Documento de empenho (NE) 100 5

1.4 - Documento de pagamento (OB) 100 5

1.5 - Beneficiário do pagamento 100 5

1.6 - Procedimento licitatório 300 15

1.7 - Convênios/Contratos de Repasses Termos de Parceria 100 5

1.8 - Receita 100 5

2 - Série Histórica e Frequência de Atualização 200 10

2.1 - Série Histórica 100 5

2.2 - Atualização 100 5

3 - Usabilidade 400 20

3.1 - Interação 100 5

3.2 - Possibilidade de download 100 5

3.3 - Delimitação temporal das consultas 100 5

3.4 - Facilidade de navegação 100 5

Pontuação total 2000 100

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Gestão Pública

No início da década de 1990, o Estado brasileiro teve uma grande trans-formação. Ele se tornou um estado gerencial, isto é, houve uma mudança, que o transformou em responsável direto no que tange ao desenvolvimento econômi-co e social (CAMPOS et al., 2013).

A gestão pública governa e administra minuciosamente as ações de gover-nantes. Nessa realidade, seus atos são explicitamente impostos à população. O autor ainda retrata que a sociedade foi se consolidando com o passar dos anos. Primeiramente, o Estado se tornou um governo patrimonialista, depois se transformou em um modelo burocrático e agora é um modelo gerencial, sendo visto de nova forma, que agrega para todos (GOMES, 2014). O Patrimonialis-mo perdurou durante todo o período colonial, imperial e a Primeira República, abrangendo os anos de 1500 até 1930. (DRUMOND et al., 2014)

No entanto, Gomes (2006) rebate dizendo que a administração pública abrange os três modelos de forma que todas são utilizadas no mesmo instante, então podendo dizer que os modelos patrimonialista, burocrático e gerencial estão presentes ao mesmo tempo.

No entanto, Gomes (2006) rebate dizendo que a administração pública abrange os três modelos de forma que todas são utilizadas no mesmo instante, então podendo dizer que os modelos patrimonialista, burocrático e gerencial estão presentes ao mesmo tempo.

Kettl (2006) observa que o modelo gerencial têm objetivos a serem alcança-dos e está elencado na busca do melhor. Martins (2007) resume os três modelos: o patrimonialista com herança de cultura lusitana que se apossa dos bens públi-cos; o burocrático na maneira de modernizar a administração pública e construir uma nação melhor ao implantar formas democráticas; e o gerencial em ter um elo entre a política e a administração, mas visando modernizar o aparato estatal.

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Akutsu e Pinho (2002) observam que houve diversos casos na gestão pública em que a ausência da accountability acarretou em análise minucio-sa no Governo e nos seus gestores, realizada propriamente pela administra-ção pública, para averiguar os gastos. A sociedade também tem a opadministra-ção de auxiliar neste controle. Esses mecanismos vêm sendo visto de forma posi-tiva, pois há estudos que mostram melhorias no setor administrativo. Para quem o administra, a accountability é um recurso que auxilia os gestores e ajuda a sociedade a ter mais informação.

Embora esse termo ainda seja alvo de discussões por não ser traduzido para língua portuguesa, ele está relacionado com o processo de prestação de contas por parte do setor público. Ou como Abrucio e Loureiro (2004) afirmam, são mecanismos por meio dos quais os governantes são constran-gidos a responder por seus atos e omissões perante a seus governados.

A Lei de Acesso à Informação6 tem uma meta a ser atingida, que é divulgar

para qualquer pessoa os procedimentos realizados pelos gestores públicos, com a ideia de favorecer a sociedade e ter benefícios na gestão pública (MAZZA, 2013). Antes mesmo da imposição da referida lei, a gestão pública já seguia algu-mas noralgu-mas. “O Portal Transparência Brasil, criado em 2004, serviu de referên-cia aos demais portais, funcionando como um instrumento de prestação de con-tas e, desse modo, incentivando o controle social” (CAMPOS et al., 2013, p.422). Contudo, a transparência na informação ainda deixa a desejar. Com me-lhoria contínua há de terem-se os dados e informações repassadas por completo. Neste sentido, o controle do cidadão é essencial para ampliação do sistema e melhorias. (CAMPOS et al., 2013).

Os autores que observam a transparência no âmbito público relatam que ela vem sendo deixada de lado pelos gestores, acarretando perda financeira e de

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115 tempo, isto é, por mais que existam todas essas normas, não são praticadas e há

um desfalque no âmbito público. (CAMPOS et al., 2013).

Segundo Freitas e Luft (apud FREY, 2002; RUEDIGER, 2002; HOL-ZER; KIM, 2005; MELLO, 2009; MELLO; SLOMSKI, 2010; CUNHA, FREGA; LEMOS, 2011; JANOWSKI, PARDO; DAVIES, 2012; BEUREN, MOURA; KLOEPPEL, 2013), o governo eletrônico está voltado para um futuro em que a governabilidade tenha o intuito de prosperar, mostrando como se realizam as operações do trabalho da administração pública, em que a sociedade realiza seu papel de democracia, certificando-se de que tenha o acesso e a participação no que diz respeito à transparência da di-vulgação das contas públicas. No entanto, a governança eletrônica abran-ge mais áreas. Até então, o tema governo eletrônico também se encontra na esfera do assunto da governança eletrônica, tendo como objetivo os afazeres gerenciais e interação com a população. Assim, podemos dizer que a governança eletrônica abrange o setor do Governo (tanto a parte eletrônica, quanto a política).

Há uma distinção em relação à governança eletrônica e governo ele-trônico. Ambos estão interligados à gestão pública, porém cada um têm seu conceito diferenciado (FREITAS; LUFT, 2014).

No entanto, a tecnologia da informação e comunicação são utilizadas em ambas as esferas. Para Mello e Slomski (2010), se aplicam tanto na go-vernança eletrônica, quanto no governo eletrônico.

Na mesma linha de raciocínio, Mello (2009) analisa que os serviços disponibilizados pelo gestor público transmitem confiança aos cidadãos e mostram uma gestão pública mais completa e eficiente, mas o intuito da governança eletrônica não é só este. As tecnologias da informação e co-municação abrangem muito mais a esfera pública. Além de ter o apoio da população, os governantes têm credibilidade em função das informações

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repassadas com transparência e seus governados têm mais segurança e con-trole com o que se pode observar nos portais do governo.

Para Mello e Slomski (2010), governança eletrônica, governo eletrôni-co e a democracia eletrônica são assuntos interligados, ou melhor, governo eletrônico e a democracia eletrônica estão dentro do tema da governança eletrônica. O governo eletrônico é definido como a prestação de serviços que o Estado presta para a população; a democracia eletrônica nada mais é que a interação da população com o Governo. Assim, a governança eletrô-nica, para existir, necessita dos dois.

A tecnologia alavancou de tal forma que a internet está sendo uti-lizada de forma indispensável para acessar informações fornecidas pela administração pública, provocando assim uma nova administração e aproximando consumidor e prestador de contas, prestando serviços de maneira inovadora (MEDEIROS, 2004).

Arakaki (2008, p.11) define que “este movimento é chamado eletronic

government, que traduzido para o português é governo eletrônico, sendo

comum também à substituição da expressão pelo termo e-gov”.

Com a utilização das tecnologias, a gestão da administração alavancou e prosperou. Houve uma diferenciação do enquadramento do país, agregando ao Governo e auxiliando as empresas. Todo esse procedimento transformou a forma de conduzir o Estado, em que os cidadãos contribuem, as empresas auxiliam e o Governo melhora (AKUTSU; PINHO, 2002).

Nesse sentido, Santos et al. (2013) subtendem que governo eletrônico possui diversas definições, porém, seguindo a linha de raciocínio no fator evolução e mudanças, o modo de execução se estabelece em, sobretudo, aprimorar seus pro-cessos, garantir excelência no atendimento, além “de garantir os fundamentos de valores democráticos como participação, transparência, atenção à dignidade hu-mana, representatividade e controle dos agentes públicos pela sociedade” (p. 725).

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117 Com esses portais, o contato ficou mais fácil e a publicidade das

contas públicas mais claras. A sociedade poderá observar tudo que o Governo realiza, divulga, até mesmo as normas para conhecimento ge-ral, os princípios a serem seguidos, além da avaliação e da participação coletiva. Assim, o Governo recebe o feedback e identifica as necessida-des da população (PINHO, 2008).

Contudo, a transparência nos sites do Governo tem como princípio a publicidade e clareza das informações, com o intuito de estabelecer contro-le entre Estado e cidadãos (PLATT NETO, 2005).

Torres e Agune (2009) afirmam que a democracia por parte dos cida-dãos, realizadas nos sites governamentais, não ocorre como o esperado. O Estado oferece meios para a análise das contas, mas as pessoas não têm a preocupação com que é feito pela administração pública. Ou seja, não há participação suficiente dos governados.

O Portal da Transparência Brasil, criado em 2004, serviu de referência aos demais portais, funcionando como um instrumento de prestação de contas da administração pública e, desse modo, incentivando o controle so-cial. “Seguindo os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a ideia desse portal foi a de que os cidadãos pudessem acompanhar a execução dos programas e ações do Governo” (CAMPOS et al., 2013, p.11).

A pilastra que sustenta a democracia nos portais do Governo não vem de uma política deliberada de abertura de dados, mas por consolidações que interpõe para os gestores, e estão expressos em leis. Além disso, há de ter a legislação, custos e a arrecadação por meios eletrônicos (SANTOS, 2007).

A observação da população é tão fundamental quanto o ato de pres-tação de contas do Governo, pois um depende do outro. A participação da população é primordial para que haja transparência. Deve haver a interação dos cidadãos (RAUPP; PINHO, 2011).

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Resultados

Neste capítulo apresenta-se a tabulação dos dados, bem como a sua aná-lise. O tema referente ao conteúdo é classificado com os seguintes parâmetros: execução orçamentária, classificação orçamentária, análises do documento de empenho (NE) e do documento de pagamento (OB), beneficiários do paga-mento, procedimento licitatório, convênios ou contratos de repasse ou termos de parceria e dados referentes à receita, apresentando os seguintes resultados:

Quadro 3: Conteúdo do índice de transparência

Índice de Transparência

Temas/Parâmetros Campinas Sumaré Hortolândia Americana Limeira

1 - Conteúdo 1230 890 955 1250 1250 1. 1 - Execução orçamentária (valores) 90 60 90 90 90 1.2 - Classificação orçamentária 390 340 340 390 390 1.3 - Documento de empenho (NE) 100 0 0 100 100 1.4 - Documento de pagamento (OB) 100 40 40 100 100 1.5 - Beneficiário do pagamento (Pessoa física

ou jurídica) 100 100 100 100 100 1.6 - Procedimento licitatório 270 210 240 270 270 1.7 - Convênios/Contratos de Repasses/Termos de Parceria 100 80 85 100 100 1.8 - Receita 80 60 60 100 100

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119 Percebe-se que no parâmetro “beneficiário do pagamento”, a

pon-tuação total foi atingida pelos cinco municípios analisados. Porém, de-ve-se ressaltar que, nos municípios de Sumaré e Hortolândia, as análises foram realizadas por documentos anteriores aos demais municípios, de 2011 e 2012 respectivamente, por serem os últimos disponíveis quando realizada a pesquisa.

O parâmetro “documento de empenho (NE)”, só se pode verificar dos municípios paulistas de Campinas, Limeira e Americana. Os demais municípios (Sumaré e Hortolândia) não puderam ser contrastados por falta de objeto apresentado no site.

Compondo o parâmetro “documento de pagamento (OB)”, os mu-nicípios de Sumaré e Hortolândia mostram na transparência, somente 40% do esperado, lembrando que, ambos os municípios, somente tiveram as pontuações apresentadas por que detalharam os itens analisados com orçamentos de três e dois anos atrás, respectivamente para as cidades. Po-rém, os três municípios que tiveram as melhores pontuações computaram 100% do parâmetro.

Já o parâmetro “Convênios/Contratos de repasses/Termos de parce-ria”, foram bem apresentados por Campinas, Limeira e Americana, todas atendendo cada parâmetro, mas Sumaré e Hortolândia não relatavam a vigência e valor da contrapartida e somente o município de Sumaré não apresentou a justificativa no documento.

Campinas deixou a desejar no quesito da arrecadação do valor em “Re-ceita” em relação à Limeira e Americana. Sumaré e Hortolândia, além de não ter pontuação também neste item, deixaram de lançar a previsão de valor.

Em “Execução Orçamentária”, Sumaré atingiu 60% da pontuação e os demais, 90%. Também foi analisado o tema “série histórica” e a tabela 3 apresenta os resultados:

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Quadro 4: Série Histórica e Frequência de Atualização

Temas/Parâmetros Campinas Sumaré Hortolândia Americana Limeira

2 - Série Histórica e

Frequência de Atualização 560 300 400 500 500

2.1 - Série Histórica (capturar

informação com a data) 100 50 60 100 100

2. 2 - Atualização (despesa) 460 450 340 400 400

Fonte: Dados da pesquisa.

Neste aspecto, pode-se observar que Campinas obteve a melhor pontua-ção (560 pontos), em comparapontua-ção com os demais. Foi o único município que se atentou em deixar registrado em sites oficiais dados que os demais não alcança-ram por completo. Os três primeiros colocados (Campinas, Americana e Limei-ra) cumpriram a obrigação imposta do inc. II do art. 48 da Lei Complementar n°101/20007, ou seja, as atualizações e as informações devem ocorrer no prazo de

24 (vinte e quatro) horas e simultaneamente. Os resultados da análise de usabili-dade estão sintetizados no Quadro 5.

Quadro 5:Análise da "Usabilidade" do cidadão

Temas/Parâmetros Campinas Sumaré Hortolândia Americana Limeira

3 - Usabilidade 340 220 260 320 320 3.1 - Interação 100 30 80 80 80 3.2 - Possibilidade de download 40 0 0 40 40 3.3 - Delimitação temporal das consultas 100 90 80 100 100 3.4 - Facilidade de navegação 100 100 100 100 100

Fonte: Dados da pesquisa.

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121 No parâmetro “interação” foram utilizados os seguintes itens: manual de

navegação do portal, perguntas frequentes e fale conosco (e-mail e telefone). Os municípios de Sumaré e Hortolândia não permitem downloads das contas públi-cas, somente as do próprio site. Ao contrário de Campinas, Americana e Limeira, que além de fornecerem no próprio site, oferecem arquivos para download.

No parâmetro “delimitação temporal das consultas”, Campinas, America-na e Limeira seguem de maneira eficiente, porém Sumaré e Hortolândia ficam apenas com 10 e 20 pontos respectivamente, por falta de consultas trimestrais em ambas e bimestrais em Hortolândia.

Contrastando as pontuações, e somando-as, obtém-se os valores consolida-dos do “índice de transparência”.

Os resultados apresentados no Quadro 5 integram o nível de transparência do município pela metodologia de Biderman e Puttomatti (2011):

Quadro 6: Índice de Transparência dos municípios

Temas/Parâmetros Campinas Sumaré Hortolândia Americana Limeira

1 - Conteúdo 1230 890 955 1250 1250

2 - Série Histórica e

Frequência de Atualização 200 50 60 200 200

3 - Usabilidade 340 220 260 320 320

Pontuação total 1770 1160 1275 1770 1770

Fonte: Dados da pesquisa.

Analisando os resultados verifica-se que os municípios de Campinas, Americana e Limeira, com 1770 pontos (de 2000 pontos possíveis), tiveram

um maior índice de transparência em suas gestões públicas de acordo com a metodologia utilizada. Os municípios de Sumaré e Hortolândia não dis-ponibilizaram no site todos os dados analisados no ano de 2015.

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Considerações finais

Segundo a Lei 12.527, que entrou em vigor em 16 de maio de 2012, qualquer pessoa física ou jurídica, sem necessidade de apresentar motivo, tem direito constitucional de acesso às informações públicas.

Um fator primordial nessa conexão é a tecnologia da informação. Essa ferramenta é tão necessária quanto ter as leis para auxílio na execu-ção dos gastos públicos.

A população se torna um elemento fundamental na fiscalização quan-do existe união entre a tecnologia da informação e a Accountability (presta-ção de contas) na Gestão Pública.

O objetivo deste trabalho foi identificar o índice de transparência na pres-tação de contas pelos portais dos municípios paulistas de Campinas, Limeira e Americana, Sumaré e Hortolândia.

A metodologia definida por Biderman e Puttomatti (2011) foi a ferramen-ta utilizada para a análise das informações, através dos sites governamenferramen-tais.

Após coleta, tabulação e análise dos dados, verificou-se um maior índice de transparência na divulgação das informações nos sites dos municípios de Campinas, Americana e Limeira. Os municípios de Sumaré e Hortolândia apresentaram um menor índice de transparência no ano de 2015.

Importante salientar que os cidadãos têm um papel vital na execução da lei, que apresenta formas explícitas para que se haja transparência no aparato estatal. Em um período anterior, não haviam tantos recursos e ferramentas para tal ato ser acompanhado, no entanto, falta participação da população na fiscalização.

O Governo tem o dever de ser democrático e não há nenhum indivíduo acima da lei. A administração pública tem a responsabilidade de ser transparen-te com os cidadãos; isto é, a administração pública transparen-tem que exercer um Estado Democrático de Direito. Nada supre essa confiança que a população deposita

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123 nos gestores públicos quando se espera a transparência das contas públicas. O

papel de repassar as informações é do gestor, mas a participação da coletividade é fundamental, e a delação deve ser feita formalmente para ter eficácia.

O Ministério Público Federal (MPF) menciona que, para prevenção da corrupção, para que haja transparência e proteção nas informações repassadas, primeiramente, deve-se obedecer aos preceitos da Accountability. Em seguida abduzir agentes que favorecem os desvios na gestão pública, realizar divulgações sobre a participação do cidadão e debelar a corrupção. Também é importante o sigilo, ou seja, não divulgar quem foi o delator.

Este trabalho está limitado ao período e municípios pesquisados. Su-gere-se a continuação das pesquisas em outros municípios e períodos, bem como uma forte campanha de conscientização da população para que fis-calizem a gestão pública.

Referências

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AKUTSU, L.; PINHO, J. A. G. de. Sociedade da informação, accountability e democracia delegativa: investigação em portais de governo no Brasil. Re-vista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 5, p. 723-745, 2002. ARAKAKI, C. O governo eletrônico como instrumento de aproximação do Governo e o cidadão. 2008. 164 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 2008. Dispo-nível em: <http://bit.ly/2FFvYME/>. Acesso em: 23 set. 2017.

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