FORMAS DE SOLUÇÃO
DOS
CONFLITOS TRABALHISTAS
• Conflitos, tem o significado de combater, lutar,
designando posições antagônicas.
• Analisando os conflitos por um ângulo sociológico,
pode-se dizer que as controvérsias são inerentes à vida
humana, tendo como exemplo as guerras.
DO PONTO DE VISTA
TRABALHISTA
Os conflitos são também denominados:
Controvérsias
ou
dissídios
(tendo
sido
utilizados,
na
prática,
com
o
mesmo
significado).
A CLT usa a palavra dissídio,
distinguindo-se em:
• Dos Dissídios Individuais
(art. 837 a 855, CLT)
• Dos Dissídios Coletivos
• São os conflitos existentes entre uma ou mais pessoas, de um lado, e uma ou mais pessoas, de outro, postulando direitos relativos ao próprio indivíduo;
• São discutidos interesses concretos, decorrentes de normas existentes;
• Os beneficiários dos dissídios individuais são pessoas determinadas, individualizadas.
Exemplo: a reclamação trabalhista (com um empregado de um lado e um empregador de outro).
Individuais
Não será exatamente o número de
pessoas que irá distinguir o dissídio
em individual ou coletivo, mas a
natureza dos interesses discutidos.
Individuais
Não tratam de interesses concretos, mas abstratos, pertinentes a toda categoria;
Tais conflitos são aplicáveis a pessoas indeterminadas, representadas por um sindicato da categoria profissional
Exemplo: Sindicato dos trabalhadores de um lado e o sindicato da categoria econômica, de outro.
Podem os conflitos coletivos ser divididos em:
• econômicos ou de interesse e
• jurídicos ou de direito.
Coletivos
ECONÔMICOS OU DE INTERESSE:
• são aqueles em que os trabalhadores reivindicam novas
condições de trabalho ou melhores salários
• visam criar ou modificar condições de trabalho.
Exemplo: celebração das CCTs.
JURÍDICOS OU DE DIREITO:
• visam a interpretação ou aplicação de determinada norma jurídica ao caso em exame.
• tem por objeto apenas a declaração da existência ou • inexistência da relação jurídica controvertida.
As formas de solução dos conflitos trabalhistas classificam-se em:
• autodefesa
• autocomposição e
• heterocomposição
•
As próprias partes procedem à defesa de
seus interesses;
•
O conflito só é solucionado quando uma
parte cede à imposição da outra;
Exemplo:
A greve e o lockout.
Autodefesa
É uma forma de solução dos conflitos trabalhistas realizada
pelas próprias partes;
Elas mesmas chegam à solução de suas controvérsias sem
a intervenção de um terceiro;
Pode-se dividi-la em:
• Unilateral = é caracterizada pela renúncia de uma das partes a sua pretensão.
• Bilateral = ocorre quando cada uma das partes faz concessões recíprocas, ao que se denomina de transação.
Exemplo: acordos e as convenções coletivas.
Autocomposição
Verifica-se quando a solução dos conflitos
trabalhistas é determinada por um terceiro.
Temos três espécies:
• Mediação
• Arbitragem
• Tutela (ou Jurisdição)
• Ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes,
vem a solucionar o conflito, propondo a solução às
mesmas;
•
O mediador pode ser qualquer pessoa, como até
mesmo
um
padre,
não
necessitando
de
conhecimentos jurídicos;
• O que interessa é que a pessoa venha a mediar o
conflito, ouvindo as partes e fazendo propostas, para
que se chegue a um termo;
• O mediador ouve e interpreta o desejo das partes.
Aconselha, faz sugestões às partes;
Mediação
• As partes não estarão obrigadas a aceitar as
propostas, mas poderá haver a composição
mediante o acordo de vontades;
• O mediador não tem poder de coação ou de
coerção (Repressão, coibição) sobre as partes;
• não toma qualquer decisão ou medida, apenas
serve de intermediário entre as partes;
• A mediação geralmente é extrajudicial.
Mediação
• O § 1º do art. 616 da CLT dispõe que o Delegado Regional do Trabalho pode ser mediador dos conflitos coletivos, tendo o poder de convocar as partes, a fim de que compareçam à mesa-redonda para tentativa de negociação e possibilidade de acordo;
• Essa mediação não é obrigatória para a propositura do dissídio coletivo;
• Obrigatória é a tentativa de conciliação.
• A função mediadora nas negociações será exercida pelas DRT que poderá delegá-la a um servidor do MTE, mesmo no curso das negociações
Mediação
• O árbitro é geralmente um particular, não
sendo um órgão do Estado;
• O árbitro não pode determinar às partes
o cumprimento forçado da sentença, pois
não tem essa faculdade.
É a forma de solucionar os conflitos por meio da interveniência do Estado, gerando o processo judicial;
O Estado diz o direito no caso concreto submetido ao judiciário, impondo às partes a solução do litígio;
• A Justiça do Trabalho fica incumbida de solucionar os conflitos
trabalhistas;
• Nas Varas do Trabalho processam-se os dissídios individuais (art.
652/653 CLT)
• Nos Tribunais Regionais do Trabalho e no Tribunal Superior do
Trabalho são ajuizados os dissídios coletivos. (art. 678, I CLT)
Tutela ou Jurisdição
• Relembrando:
Na jurisdição, o juiz diz o direito no caso concreto a ele submetido, pois está investido dessa forma como órgão do Estado. O juiz não é um particular, mas um funcionário do Estado.
Na arbitragem , o árbitro é geralmente um particular, não sendo um órgão do Estado.
O juiz pode determinar às partes o cumprimento forçado da sentença. O árbitro não tem essa faculdade.
Jurisdição x Arbitragem
DISSÍDIOS INDIVIDUAIS
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
ORIGEM ADMINISTRATIVISTA DO INSTITUTO;
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
- Simplicidade;
- Informalidade.;
- Oralidade;
- Celeridade;
- Conciliação
JUS POSTULANDI
• Art. 791 e 839, a, CLT – reclamante e reclamado podem reclamar
pessoalmente, DESDE QUE PROCESSO DECORRA DE RELAÇÃO DE EMPREGO: IN 27/05, TST
• até que instancia há o exercício do jus postulandi?
• SUMULA 425, TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO.
ALCANCE - Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
RECLAMAÇÃO VERBAL
• Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.• § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
• § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias
datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
O artigo 732 é hipótese de perempção trabalhista.
JUS POSTULANDI…
CONSEQUENCIA DO JUS POSTULANDI:- Inexistência de honorários de sucumbência na JT para relação de emprego, exceto nas hipóteses da S. 219 e 329, TST
• SÚMULA 219 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem pre-juízo do próprio sustento ou da respectiva família. (ex-Súmula nº 219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985)
II - É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/1970. (ex-OJ nº 27 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)
JUSTIÇA GRATUITA X ASSISTENCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA
- ART. 790, § 3º:
É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.
JUSTIÇA GRATUITA PARA EMPRESA?
• SUMÚLA 86, TST DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EMLIQUIDAÇÃO EX-TRAJUDICIAL - Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de
depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se
aplica à empresa em liquidação extrajudicial.
ATENÇÃO PARA IN 27 DE 2005
Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da
relação
de
emprego,
os
honorários
advocatícios são devidos pela mera
sucumbência.
29
PETIÇÃO INICIAL
30
CONCEITO
• Também denominada “Reclamação Trabalhista”
• Ato Processual que dá início ao processo trabalhista
• Apresenta o rol de pedidos e os fatos que leva aos
pedidos
DENOMINAÇÕES
• Reclamante Autor
• Reclamado Réu
MODIFICAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
• art. 294/CPC
• Emendas à inicial
• Aditamento da inicial
33
FORMA
• Art. 840 da CLT
ESCRITA
VERBAL - será reduzida a termo por órgão auxiliar da
Justiça do trabalho
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REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 840, § 1º da CLT
• Designação da Vara (Juiz do Trabalho)
• Qualificação do Reclamante
• Qualificação do Reclamado
• Exposição dos fatos
• Pedido
• Data
• Assinatura do Reclamante ou de seu representante
a) Juiz ou Tribunal a que é dirigida
b) Qualificações do Reclamante e do Reclamado c) Fatos e fundamentos jurídicos do Pedido d) Pedido
e) Valor da Causa
f) Provas que precisa produzir g) Requerimento para citação do Réu
Art. 282 do CPC
a) DESIGNAÇÃO DO JUIZ OU TRIBUNAL
• Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ª Vara do Trabalho
de _________
• Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador do Tribunal
Regional do Trabalho da __a Região
• Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Tribunal
Superior do Trabalho
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- Reclamante (empregado)
• Nome
• Nacionalidade
• RG.
• CPF
• data de nascimento
• Profissão
• Estado civil
• Endereço com CEP
• Filiação
• PIS/PASEP
b) Qualificações do Reclamante e do Reclamado
- Reclamado (Empregador)
• Razão social completa
• CNPJ
• Endereço
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• Ocorrência do mundo concreto, real, do mundo fenomênico
• Relação FATO x DIREITO
• A narração dos fatos é que levará à conclusão do
enquadramento do mesmo numa norma jurídica
• Importância da correta narração dos fatos
c) Exposição dos fatos
• Demonstração de que o fato narrado se enquadra
numa norma jurídica que prevê um direito ao
Reclamante
• Alegação de que o direito concedido pela norma não
foi cumprido pelo Reclamado (Empregador)
d) Exposição dos Fundamentos Jurídicos do Pedido
• é o rol de direitos reivindicados na reclamação
trabalhista
Espécies de pedidos:
1. Cumulados > art. 292/CPC
2. Pedidos sucessivos > art. 289/CPC
3. Pedidos alternativos > art. 288/CPC
41
• não consta do rol do artigo 840, § 1º, da CLT
• Consta do artigo 282, V, do CPC
• Obrigatoriedade do valor da causa (inclusive para
verificação do procedimento a ser adotado)
f) Valor da causa
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• não consta do rol do artigo 840, § 1º, da CLT
• Consta do artigo 282, V, do CPC
• Apontar por cautela artigo 769 do CPC
g) Requerimento de produção de provas
• citação no Processo do Trabalho recebe o nome de Notificação • não consta do rol do artigo 840, § 1º, da CLT
• Consta do artigo 282, VII, do CPC
• Processo do Trabalho => notificação automática (art. 841,” caput” da CLT)
• Por cautela, requerer a Notificação
h) Requerimento de citação
AUDIÊNCIA TRABALHISTA
• presença obrigatória das partes: art. 843 e 844, CLT• Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado
importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
• Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o
presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.
SUM-122 REVELIA. ATESTADO MÉDICO
• A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do
AUDIÊNCIA UNA E BIPARTIDA
O juiz pode determinar o procedimento da
audiência
UNA: Decide incidentes, recebe a defesa,
colhe provas e julga. Tudo em uma única
audiência.
DIVIDIDA:
INICIAL
E
INSTRUÇÃO:
Na
primeira audiência o juiz colhe a defesa e dá
prazo para réplica. Na segunda audiência
colhe provas testemunhais.
45
AUDIÊNCIA UNA E BIPARTIDA
46PARTES AUSENTES NA AUDIÊNCIA EM PROSSEGUIMENTO CLT: Reclamante ausente→ ARQUIVAMENTO.
SÚMULA 9 TST: JULGA NO ESTADO
AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa
arquivamento do processo.
SÚMULA 74 TST: CONFISSÃO
CONFISSÃO Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria
depor.
ATRASO NO COMPARECIMENTO
• Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará
aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou escrivão a
chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que
devam comparecer.
• Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora
marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido,
os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido
constar do livro de registro das audiências.
• OJ-SDI1-245 REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA
Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de
comparecimento da parte na audiência.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
ABERTURA DA AUDIÊNCIA
►Chamamento Pregão das partes ► Não há tolerância
para atraso.
► Se o advogado chegar atrasado não há qualquer repercussão.
- O advogado assume a audiência no estado em que se encontra.
OJ SDI-II TST Nº 245 REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inserida em 20.06.01 Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
PUBLICIDADE DAS AUDIÊNCIAS
►REGRA: ABERTA AO PÚBLICO
►SEGREDO DE JUSTIÇA
→ Deve ser requerido
pela parte
→ IMPORTANTE:
Danos morais.
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
PRIMEIRA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO
CONCILIAR É LEGAL!
► Art. 846 - Aberta a audiência,
o juiz ou presidente proporá a conciliação. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
50
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
PRIMEIRA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO
O juiz usa meios adequados de persuasão!
Em qualquer fase do processo!
►Art. 852-E. Aberta a sessão,
o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)
51
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
NEGOCIAÇÃO DO ACORDO
O juiz pode ser ativo nas intervenções.
Cuidado com os argumentos.
►ARGUMENTOS DE NATUREZA PERIGOSA:
“Melhor aceitar este acordo porque a empresa
está indo para a falência”.
►RISCO ?
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
NEGOCIAÇÃO DO ACORDO
O juiz pode ser ativo nas intervenções.
Cuidado com os argumentos.
►ARGUMENTOS DE NATUREZA PERIGOSA:
“Melhor aceitar este acordo porque a empresa
está indo para a falência”.
►RISCO: PARTE CONTRÁRIA REQUER QUE A
DECLARAÇÃO CONSTE EM ATA E REQUER
IMEDIATAMENTE UMA CAUTELAR DE
ARRESTO COM BASE NA DECLARAÇÃO DA
PRÓPRIA RÉ!
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
HAVENDO ACORDO
→ LAVRA-SE A ATA
→ NO ACORDO PODE SER CONVENCIONADO
TUDO QUE É LEGAL.
→Cuidado com pedido de pagamento com
cheque pré-datado!
→Multa de 200% pelo inadimplemento!
→ HOMOLOGA-SE O ACORDO
►TERMINA A FASE DE CONHECIMENTO
► Desconstituir o acordo homologado só por
rescisória!
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
NÃO HAVENDO ACORDO
→ PROSSEGUE A AUDIÊNCIA
→ A RECLAMADA ENTREGA A DEFESA
►Forma-se a
“LITIS CONTESTATIO”.
CONSEQUENCIAS:
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
QUESTÕES INCIDENTAIS ANTES DE APRESENTAR A DEFESA DE MÉRITO
►ADITAMENTO DA INICIAL
►Não requer autorização da ré.
Dica:
-Indicar verbalmente o pedido e requerer
prazo para apresentar petição e contra-fé.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
QUESTÕES INCIDENTAIS ANTES DE APRESENTAR A DEFESA DE MÉRITO
►DESISTÊNCIA DE PEDIDOS
►Não requer autorização da ré.
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
QUESTÕES INCIDENTAIS ANTES DE APRESENTAR A DEFESA DE MÉRITO
►NÃO HAVENDO DESISTÊNCIA NESSE
MOMENTO
→SÓ PODERÁ HAVER DESISTÊNCIA COM A
CONCORDÃNCIA DA PARTE CONTRÁRIA.
►DEPOIS DE APRESENTADA A DEFESA SÓ
PODERÁ HAVER A RENÚNCIA DE DIREITOS
SEM A AUTORIZAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA
DESISTÊNCIA: DO PEDIDO NA AÇÃO
RENÚNCIA: DO DIREITO EM QUALQUER
AÇÃO
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
QUESTÕES INCIDENTAIS ANTES DE APRESENTAR A DEFESA DE MÉRITO
►Exceções em razão de lugar.
►O juiz pode instruir a exceção.
Dica:
Apresentar em petição apartada
Caso deferida, requerer ao Juiz o direito de
apresentar a defesa no foro correto.
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
QUESTÕES INCIDENTAIS ANTES DE APRESENTAR A DEFESA DE MÉRITO
►Exceções em razão de pessoa e matéria
são questões de mérito e não impedem a
entrega da defesa de mérito.
Dica:
Realçar o pedido de apreciação da exceção.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
QUESTÕES INCIDENTAIS ANTES DE APRESENTAR A DEFESA DE MÉRITO
►Citação intempestiva
►Testemunhas convidadas
não compareceram na
forma do CLT,825.
►Testemunhas intimadas
não compareceram.
► Requer redesignação de audiência.
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
ANTES DA ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►DEFESA ORAL
▪ Pode ser apresentada
→ 20 minutos.
CLT, 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.(Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
►Documentos:
→ Apresentados na audiência.
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
JUNTO COM A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►APRESENTAÇÃO DE RECONVENÇÃO
▪ O juiz deve dar prazo para a parte autora
reconvinda apresente réplica.
▪ A parte autora reconvinda pode, apreciando
os termos da reconvenção e entendendo não
exigir ou necessitar provas que não possui no
momento, assim de manifesta, valendo como
termos de defesa, e pede para prosseguir a
audiência.
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AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
APÓS A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►O JUIZ LÊ A DEFESA
►O JUIZ PASSA A DEFESA PARA A
PARTE AUTORA TER CONHECIMENTO DO
CONTEÚDO.
► NÃO HÁ BASE LEGAL PARA O DIREITO À
MANIFESTAÇÃO À DEFESA. A CLT É
OMISSA.
► O JUIZ PODE CONCEDER PRAZO PARA
MANIFESTAÇÃO ORAL OU POR ESCRITO.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
APÓS A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►SEGUNDO MOMENTO PARA
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA.
CPC, 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
65
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
APÓS A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►SEGUNDO MOMENTO PARA PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA.
CPC, 273. ...
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
►Linha de defesa:
DEVO NÃO NEGO.
PAGO QUANDO PUDER!
►Requerida verbalmente
e o pedido deve contar em ata.
66
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
APÓS A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►O JUIZ E OS ADVOGADOS PODEM
CONVENCIONAR A FIXAÇÃO DAS PROVAS
DE AUDIÊNCIA.
67
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
APÓS A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►HAVENDO PEDIDO DE PERÍCIA O
ADVOGADO DEVE REALÇAR VERBALMENTE.
► HAVENDO CONTROVÉRSIA SOBRE LOCAL
E FUNÇÃO O JUIZ PODE INSTRUIR A
QUESTÃO.
►O JUIZ PODE PRIMEIRO FAZER A PERÍCIA E
DEPOIS A INSTRUÇÃO OU VICE-VERSA.
► PODE SER REQUERIDO O
ACOMPANHAMENTO DO RECLAMANTE
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
INÍCIO DA INSTRUÇÃO
►DESDE LOGO A PARTE QUE PRETENDE
OITIVA DE TESTEMUNHA POR CARTA
PRECATÓRIA OU ROGATÓRIA AVISA O JUIZ.
► O Juiz tem possibilidade de direcionar os
trabalhos, inclusive dividindo a audiência.
(audiência inicial e instrução).
►Fundamentando, por exemplo, na
complexidade do caso, o juiz pode aceitar a
defesa e designar nova audiência de
instrução.
69
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL
►PELO CPC: 10 DIAS DE PRAZO
►PELA CLT: NÃO HÁ PRAZO INDICADO.
→ CUIDADO: MOSTRAR OS DOCUMENTOS
DA DEFESA AO AUTOR.
→ SE A INSTRUÇÃO FOR ENCERRADA
PODERÁ NÃO SER ACEITA A ALEGAÇÃO DE
FALSIDADE DOCUMENTAL.
70
AUDIÊNCIA TRABALHISTA –TEORIA E PRÁTICA
APÓS A ENTREGA DA DEFESA DE MÉRITO
►HAVENDO PEDIDO DE PERÍCIA O
ADVOGADO DEVE REALÇAR VERBALMENTE.
► HAVENDO CONTROVÉRSIA SOBRE LOCAL
E FUNÇÃO O JUIZ PODE INSTRUIR A
QUESTÃO.
►O JUIZ PODE PRIMEIRO FAZER A PERÍCIA E
DEPOIS A INSTRUÇÃO OU VICE-VERSA.
► PODE SER REQUERIDO O
ACOMPANHAMENTO DO RECLAMANTE
71
PREPOSTO
• CONDIÇÃO DE EMPREGADO
• OBRIGATORIEDADE DE COMPARECIMENTO EM AUDIENCIA UNA, INAUGURAL E EM PROSSEGUIMENTO
• CONHECIMENTO DOS FATOS para o depoimento pessoal
REVELIA. CONFISSÃO FICTA . O Regional, ao condenar a
recorrente, não o fez como consequência da extensão dos
efeitos da revelia aplicados à reclamada NF Trevo. Sua
condenação decorreu do desconhecimento acerca da
matéria por parte do preposto, da análise das provas
juntadas aos autos e da contestação genérica por parte da
recorrente . (Recurso de revista não conhecido. TST RR
-114000-06.2004.5.09.0096. Rel. Min. Augusto César Leite de
Carvalho, 6ª Turma, DEJT 20/08/2010.)
PREPOSTO E CONDIÇÃO DE EMPREGADO
SUM-377 PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO(nova redação) - DJ 28.04.2008, 02 e 05 .05.2008
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do
reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o
reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de
seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 3.7.1979)
§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou
qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas
declarações obrigarão o proponente.
§ 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
TST
-
RR
-
69300-05.2004.5.17.0004
PUBLICAÇÃO: DEJT - 06/08/2010 A C Ó R D Ã
O (Ac. 4.ª Turma) - RECURSO DE REVISTA.
PREPOSTO EMPREGADO. CONFISSÃO FICTA.
Diverge o acórdão regional do entendimento
pacífico desta Corte, consubstanciado na Súmula
n.º 377, no sentido de que, salvo quanto à
Reclamação de empregado doméstico, ou contra
micro ou pequeno empresário, o preposto deve
ser
necessariamente
empregado
da
Reclamada. Exegese do art. 843, § 1.º, da CLT.
Recurso de Revista conhecido e provido.
Igreja Universal é julgada à revelia porque pastor evangélico não era empregado "Um pastor evangélico que compareceu a uma audiência de reclamação trabalhista como representante da Igreja Universal do Reino de Deus não pode ser considerado preposto, pois não era empregado da entidade religiosa. A decisão da Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho reforma acórdão regional que afastou a revelia e pena de confissão aplicada à Igreja Universal pela 4ª Vara do Trabalho de Vitória (ES). (...)A igreja recorreu ao TRT/ES quanto ao aspecto da revelia, sustentando que a sentença violava “os princípios constitucionais da legalidade, do contraditório e da ampla defesa”, com o argumento de que o artigo 843, parágrafo 1º, da CLT não prevê exigência de que o preposto seja empregado, mas apenas que tenha conhecimento do fato. O Tribunal Regional aceitou a alegação e afastou a revelia e a suposta confissão aplicadas na sentença, determinando o retorno dos autos à Vara de origem para a reabertura da instrução e novo julgamento. Em consequência dessa decisão, o encarregado interpôs recurso de revista. A Quarta Turma, então, seguindo o voto da relatora, considerando que o acórdão regional contrariou a Súmula 377 do TST, deu provimento ao recurso e determinou o retorno dos autos ao Regional, para que examine os demais aspectos do recurso ordinário. (RR - 69300-05.2004.5.17.0004"
ADVOGADO
Dois ou mais advogados da reclamada:
violação do Princípio da Paridade das Armas e Art. 36 do
CPC:
A parte será representada em juízo por advogado
legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto,
postular em causa própria, quando tiver habilitação legal
ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar
ou recusa ou impedimento dos que houver;
• Advogado preposto: só se for empregado
AUSÊNCIA DO ADVOGADO NA AUDIÊNCIA NÃO
GERA PREJUÍZO PARA A PARTE
A ausência do advogado à audiência de instrução e julgamento não
enseja a nulidade do julgamento que se segue, eis que é questão
sobejadamente pacificada a prerrogativa das partes em conservarem o Jus postulandi nesta Especializada. (TRT 1.a
Região. 4a. T. RO24487/2001. Rel. Clélio Cavalcante. DJRJ 9.12.2002).
• pregão das partes
• proposta de acordo: se aceito, é reduzido a termo (art.
846, §1, CLT)
• se não houver acordo: leitura da defesa (20 min.) art. 847,
CLT
• oitiva das partes e testemunhas
• comparecimento da testemunha independentemente de
intimação: art. 845, CLT – juiz pode obrigar a apresentar rol
antecipadamente sob pena de preclusão?
• Contradita
• razões finais – art. 850, CLT
JUIZ PODE OBRIGAR A APRESENTAR ROL
ANTECIPADAMENTE SOB PENA DE
PRECLUSÃO?
PRIMEIRA POSIÇAO: Inexistência de lacuna: art. 825 E 845, CLT
• Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência
independentemente de notificação ou intimação.
• Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas,
ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a
condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação.
• Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. CERCEAMENTO DE DEFESA. INTIMAÇÃO DE TESTEMUNHA. O indeferimento de intimação de
testemunha não arrolada pelo reclamante previamente aparenta cercear o direito de defesa, a ensejar o seguimento do recurso de revista para melhor exame. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. CERCEAMENTO DE DEFESA.
INTIMAÇÃO DE TESTEMUNHA. Na Justiça do Trabalho as partes têm assegurado, por lei, o direito de produzir prova testemunhal, sem necessidade de apresentação prévia de rol. É cediço que o art. 825 da CLT dispõe que as testemunhas comparecerão à audiência independentemente de intimação.
Entretanto, o parágrafo único desse mesmo dispositivo assevera que as testemunhas que não compareceram espontaneamente à audiência serão
intimadas de ofício ou, a requerimento das partes, sujeitando-se inclusive à
condução coercitiva. Logo, se a testemunha convidada pela parte deixar de
comparecer à audiência, deve o juiz de ofício ou a requerimento da parte, como no presente caso, intimá-la sob pena de, não o fazendo, cercear-lhe o direito de defesa, com violação ao art. 825, caput, e parágrafo único, da CLT. Recurso de
revista conhecido e provido. (TSTRR - 64740-12.2007.5.03.0131 Data de Julgamento: 24/06/2009, Relator Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, 6ª Turma, Data de Divulgação: DEJT 31/07/2009. )
LACUNA (ONTOLÓGICA) DA CLT
• POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC:
Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audiência, depositar em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, residência e o local de
trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência. AUSÊNCIA DE ADVERTÊNCIA PARA APRESENTAÇÃO DE ROL PRÉVIO DE TESTEMUNHAS. INDEFERIDO ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA PARA INTIMAÇÃO DE TESTEMUNHA FALTANTE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE PROCESSUAL. Não se comprometendo a parte a levar suas testemunhas à audiência de instrução independentemente de intimação, ante a ausência de cientificação ou advertência anterior de que deveria apresentar rol prévio, sob pena de que fossem ouvidas apenas as que se fizessem presentes, deve o Juizo deferir o adiamento da audiência e determinar a intimação das testemunhas faltantes, nos termos do parágrafo único do artigo 825 da Consolidação das Leis do Trabalho, sob pena de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal e consequente decretação de nulidade processual. Recurso adesivo conhecido e provido. (TRT-PR-04818-2008-651-09-00-0-ACO-31652-2009 - 3A. T. Rel.
PROVA E ÔNUS DA PROVA
• Arts. 818 a 830, CLT
• Arts. 332 a 443, CPC cc. 769 da CLT
Conceito: “Meio lícito para demonstrar a veracidade ou não
de determinado fato com a finalidade de convencer o juiz
acerca de sua existência ou inexistência.”
PRINCÍPIOS
1) Contraditório e ampla defesa: art. 5º, inciso LV, CF
2) Necessidade de prova 3) Oralidade da prova: art. 845, CLT 4) Livre convencimento motiva: art. 832, CLT 5) Lealdade da prova: art. 5º., LVI, CF
O QUE É PROVA ILÍCITA? • Prova ilícita: viola norma
de direito material
• Prova ilegítima: viola norma de direito processual
GRAVAÇÃO REALIZADA POR UM DOS INTERLOCUTORES. LICITUDE DE PROVA. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO. A GRAVAÇÃO, SEJA DE CONVERSA OU LIGAÇÃO TELEFÔNICA, NÃO DEVE SER CONSIDERADA PROVA ILÍCITA SE FOR REALIZADA POR UM DE SEUS INTERLOCUTORES. A ILICITUDE EXISTE APENAS NO CASO DE GRAVAÇÃO REALIZADA POR TERCEIRO NÃO PARTICIPANTE, SITUAÇÃO NÃO ADMITIDA PELA LEI 9.296/1996, POR CONFIGURADA A CHAMADA "ESCUTA" OU "INTERCEPTAÇÃO", ADMISSÍVEL APENAS COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. TRATA-SE DE ENTENDIMENTO PACIFICADO, COMO BEM OBSERVOU A DESEMBARGADORA FÁTIMA TEREZINHA LORO LEDRA MACHADO NOS AUTOS TRT-PR-03478-2003-020-09-00-8 (ACÓRDÃO DA 3ª TURMA, DE N°. 19163-2006, PUBLICADO EM 30-06-2006), AO AFIRMAR QUE "O STF, O STJ E O TST FIRMARAM O ENTENDIMENTO DE QUE GRAVAÇÃO DE CONVERSA TELEFÔNICA PODE SER TIDA COMO PROVA VÁLIDA, DESDE QUE UMA DAS PARTES, NA AÇÃO, SEJA INTERLOCUTORA NA CONVERSA GRAVADA, MESMO QUE SEM O CONHECIMENTO DO OUTRO." (TRT-PR-19976-2006-012-09-00-0. 3A. T. REL.: CÁSSIO COLOMBO FILHO. DJPR 28.4.2009)
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
• ART. 818, CLT E 333, CPC
INVERSÃO DO ONUS DA PROVA COM BASE NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR:
MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE HONORÁRIOS PERICIAIS. DEPÓSITO A CARGO DA RECLAMADA. INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA. POSSIBILIDADE. É possível, no interesse público e social, a inversão do ônus da prova, mediante a aplicação subsidiária do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90, art. 6º, VIII), em se tratando de trabalhador hipossuficiente, sobretudo quando vitimado por típico acidente de trabalho. Não viola direito líquido e certo da ex-empregadora
determinação judicial no sentido de que antecipe honorários periciais, nas ações acidentárias. Segurança denegada. (TRT-PR-00617-2008-909-09-00-2-ACO-22270-2009 - SEÇÃO ESP. Rel. BENEDITO XAVIER DA SILVA. DJPR
MOMENTO PARA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA
1ª POSIÇÃO:NA SENTENÇA, MOMENTO DE VALORAÇÃO DA
PROVA PELO JUIZ (STJ);
2ª POSIÇÃO: ANTES DA SENTEÇA
3ª POSIÇÃO: DESPACHO SANEADOR – mas não há no
Processo do Trabalho
MOMENTO PARA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA
O artigo 818 da CLT estabelece textualmente que "o ônus de
provar as alegações incumbe à parte que as fizer".
Essa regra, dada a sua excessiva simplicidade, cedeu lugar, não
obstante a inexistência de omissão do texto consolidado, à
aplicação conjugada do artigo 333 do CPC, segundo o qual cabe
ao autor a demonstração dos fatos constitutivos do seu direito e
ao réu a dos fatos impeditivos, extintivos ou modificativos.
MOMENTO PARA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA
Concluído é possível apontar as seguintes constatações:1) A produção probatória adquire especial relevância no processo do trabalho, sendo o ônus de sua distribuição disciplinado no artigo 818 da CLT, que, por sua simplicidade e pouca técnica, deve ser aplicado concomitantemente com o artigo 333, do CPC;
2) A inversão do ônus da prova é possível no processo do trabalho por aplicação subsidiária do artigo 6º, VIII do CDC, desde que concomitantemente presentes os elementos da verossimilhança das alegações e da hipossuficiência da parte, e os meios de prova necessários estejam na posse do empregador;
3) A inversão do ônus da prova deve ser sempre uma decisão interlocutória, jamais um critério de julgamento.