C E N T R O D E C I Ê N C I A S E T E C N O L O G I A
C O O R D E N A Ç Ã O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM E N G E N H A R I A C I V I L
D I R E T R I Z E S PARA UM ESTUDO DE PROTEÇÃO ECOLÓGICA DE REPRESAS
p o r
ENG9 LAURINDO DE ALENCAR F L O R E N T I N O
CAMPINA GRANDE - P A R A Í B A M a i o , 1 9 8 3
I I
M I N I S T É R I O D A E D U C A Ç Ã O E C U L T U R A U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D A P A R A Í B A C E N T R O D E C I Ê N C I A S E T E C N O L O G I A
C O O R D E N A Ç Ã O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM E N G E N H A R I A C I V I L
D I R E T R I Z E S PARA UM ESTUDO DE PROTEÇÃO ECOLÓGICA DE REPRESAS D i s s e r t a ç ã o a p r e s e n t a d a c o m o e x i g ê n c i a p a r c i a i p a r a o b t e n ç ã o d o g r a u d e M e s t r e em C i ê n c i a ( E n g e n h a r i a C i v i l - S u b - ã r e a S a n e a m e n t o ) â C o m i s s ã o J u l g a d o r a da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d a P a r a í b a , Campus I I , s o b a o r i e n t a ç ã o d o P r o f . J o s é F a r i a s N ó b r e g a . CAMPINA GRANDE - P A R A Í B A M a i o , 1 9 8 3
I I I M I N I S T É R I O D A E D U C A Ç Ã O E C U L T U R A U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D A P A R A Í B A C E N T R O D E C I Ê N C I A S E T E C N O L O G I A C O O R D E N A Ç Ã O D E P Õ S - G R A D U A Ç A O E M E N G E N H A R I A C I V I L APROVAÇÃO ORIENTADOR: P r o f . Jose F a r i a s Nóbrega
CAMPINA GRANDE - PARAÍBA M a i o , 1983
M I N I S T É R I O D A E D U C A Ç Ã O E C U L T U R A U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D A P A R A Í B A C E N T R O D E C I Ê N C I A S E T E C N O L O G I A
C O O R D E N A Ç Ã O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E M E N G E N H A R I A C I V I L
AGRADECIMENTOS
Para a realização d e s t e t r a b a l h o , c o n t o u - s e com a co
laboração e f e t i v a de vários órgãos públicos e e n t i d a d e s p a r t i
c u l a r e s q u e , ao l o n g o de t o d a a p e s q u i s a , f o r a m sempre p r e s t i
-mosos no a t e n d i m e n t o às informações que l h e s f o r a m s o l i c i t a d a s .
E n t r e t a n t o , e s p e c i a l atenção d e d i c a - s e ao P r o f . José F a r i a s Nó
b r e g a que se dispôs a o r i e n t a r e d e b a t e r t o d a s as questões que
se r e v e l a r a m i m p o r t a n t e s no d e c o r r e r da p e s q u i s a .
O A u t o r .
CAMPINA GRANDE - PARAÍBA
M a i o , 1983
RESUMO
O p r e s e n t e t r a b a l h o a n a l i s a os e f e i t o s a m b i e n t a i s
r e l a t i v o s â construção de g r a n d e s r e p r e s a s , as alterações p r o
vocadas na q u a l i d a d e das águas p e l o e f e i t o do próprio r e p r e s a
mento e, p o r f i m , propõe medidas de proteção a esses c o r p o s
de água, através de um p l a n e j a m e n t o r a c i o n a l do uso e ocupa
ção do s o l o da b a c i a de drenagem.
ABSTRACT
The p r e s e n t work a n a l i s e s t h e e f f e c t s r e l a t i v e t o
c o n s t r u c t i o n o f t h e b i g dams, t h e p e r t u r b a t i o n s p r o v o k e d as
q u a l i t y o f t h e d r i n k i n g w a t e r by e f f e c t own dam and, a f t e r
a l l , p r o p o s e s method o f p r o t e t i o n t h i s w a t e r w a y , t h r o u g h o f
p l a n r a t i o n a l o f use and o c u p a t i o n o f s o i l a r e a o f d r a i n a g e .
V I I
S U M Á R I O
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 2
CAPÍTULO I I - REVISÃO DA LITERATURA 5
CAPÍTULO I I I - METODOLOGIA 8
CAPÍTULO IV - EFEITOS DO REPRESAMENTO 31
1.0 - AS REPRESAS E O MEIO AMBIENTE 31
1.1 — F a t o r e s R e l a c i o n a d o s com o A m b i e n t e Físico
( F a t o r e s Abióticos) 3 1
1.1.1 — Paisagístico 3 1
1.1.2 — Geomorf olõgico 3 2
1.1.3 — Climatolõgico 33
1.1.4 — Hidrológico 33
1.2 — F a t o r e s R e l a c i o n a d o s com o A m b i e n t e Biológico
( F a t o r e s Bióticos) 34
1.2.1 - F l o r a e Fauna T e r r e s t r e 34
1.2.2 - F l o r a e Fauna Aquática 34
1.3 — F a t o r e s R e l a c i o n a d o s com o A m b i e n t e Sõcio-eco
nômico e C u l t u r a l 35
1.3.1 — A t i v i d a d e s Econômicas da População 35
1.3.2 - E s t a d o de Saúde Pública 35
1.3.3 — Relocação e Reassentamentos P o p u l a c i o n a i s 36
1.4 — E f e i t o s Benéficos do Represamento 36
2.0 - ÁGUA POTÁVEL - PADRÕES DE QUALIDADE 37
3.0 - QUALIDADE DAS ÁGUAS REPRESADAS 55
3.1 — Estratificação Térmica 57
3.2 — Fotossíntese 60
3.3 — Eutrofização 6 1
3.4 - Cor e T u r b i d e z 64
3.5 - p H 65
3.6 — C l o r e t o s e Bactérias C o l i f o r m e s 66
3.7 — N u t r i e n t e s e P l a n c t o n 6 9
4.0 - FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DAS ÁGUAS 7 1
4.1 — Erosão do Solo 7 4
4.2 — Lançamento de Resíduos de Origem Doméstica 76
4.3 — O u t r o s F a t o r e s que A f e t a m a Q u a l i d a d e da Água 78
5.0 - USO RECREACIONAL DAS REPRESAS 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83
CAPÍTULO V - APRESENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO 86
1.0 - ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO DE REPRESAS 86
1.1 — Caracterização da B a c i a Hidrográfica 88
1.2 — Caracterização do Reservatório 93
1.2.1 — Dados Morfomêtricos e Hidrológicos 93
1.2.2 — Parâmetros Físicos, Químicos e Biológicos 95
IX
1.3 _ Capacidade de Diluição e Autodepuração 1 0 1
1.4 — Limpeza Prévia de T e r r e n o s 107
1.5 — F a i x a de Segurança Sanitária 117
2.0 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO DOS RECURSOS 12 2
2.1 — P l a n e j a m e n t o I n t e g r a d o 122
2.2 — D i s c i p l i n a m e n t o do Uso do S o l o 123
2.3 — Tamanho dos L o t e s - E s g o t o s Sanitários 125
2.3.1 — S i s t e m a Estático 126
2.3.2 — S i s t e m a Dinâmico 138
2.4 — Águas P l u v i a i s 1 4 1
2.5 — C o n t r o l e Sedimentolõgico A f l u e n t e âs Represas 144
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 5 1
CAPÍTULO V I - CONCLUSÃO 156
R E L A Ç Ã O D E T A B E L A S E FIGURAS
C A P Í T U L O III
F i g u r a I I I - l — Divisão do E s t a d o de São P a u l o em Zonas
Hidrográficas 16
F i g u r a I I I - 2 — Área de Estudo - S i s t e m a A l t o Tietê
17
F i g u r a I I I - 3 — Gráficos de V a l o r e s R e f e r e n t e s ao IQA
18
C A P Í T U L O IV
F i g u r a I V - 1 — Curvas de Função de Q u a l i d a d e p a r a cada
Parâmetro 4 3
T a b e l a TV-1 — Aplicação Típica do IQA 42
T a b e l a I V - 2 — Dados de Q u a l i d a d e de Águas 4 4
T a b e l a TV-3 — Medidas de Cor e T u r b i d e z 64
T a b e l a IV-4 — Medidas de C l o r e t o s e Bactérias C o l i f o r m e s .
68
C A P Í T U L O V
F i g u r a V - l — Redução de Cor em Reservatórios
113
F i g u r a V-2 — Redução de Organismos Microscópicos
em Reservatórios 114
F i g u r a V-3 — Curva O b t i d a do Andamento Diário do Con
sumo de Oxigênio p e l a Vegetação na Água
(A) e sua Comparação com uma Curva
Nor-mal de D BO de Esgotos a 20°C (B) 115
F i g u r a V-4 — F a i x a de Segurança Sanitária 134
X I
T a b e l a V - l — Balanço de Água no Reservatório
95
T a b e l a V-2 — Quantidades E s t i m a d a s de N e P conforme
várias F o n t e s de Contribuição 97
T a b e l a V-3 — Composição dos Elementos que C o n s t i t u e m
a Matéria Seca da Vegetação 116
T a b e l a V-4 — Distâncias Observadas de Infiltração
H o r i z o n t a l de P o l u e n t e s Químicos 121
T a b e l a V
- 5 — Rendimentos Obtidos em Fossas Sépticas
2
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
A implantação de uma r e p r e s a , q u e r p a r a usos s i n g u
-l a r e s ou mú-ltip-los, p r o v o c a i m p a c t o s a m b i e n t a i s dos mais d i
v e r s o s , dependendo da sua m a i o r ou menor i n t e n s i d a d e do p o r t e
da o b r a construída. Se de um l a d o , e s t e s i m p a c t o s têm p r o v o c a
do alterações a m b i e n t a i s com grandes prejuízos ecológicos, de
o u t r o , têm e x i g i d o grandes esforços dos técnicos no s e n t i d o
de f o r m u l a r medidas que v i s e m a n u l a r e s t e s e f e i t o s sobre o meio
a m b i e n t e e s o b r e a q u a l i d a d e da água que se p r e t e n d e armaze
n a r . Com relação a q u a l i d a d e da água, vários são os f a t o r e s
que i n t e r a g e m s i m u l t a n e a m e n t e no s e i o da massa líquida r e p r e
-sada, p r o v o c a n d o transformações físicas, químicas e biolõg_i
cas que são p r o v e n i e n t e s , t a n t o do próprio r e p r e s a m e n t o
quan-do t r a n s f o r m a o regime hidráulico quan-do c u r s o de água, como das
várias a t i v i d a d e s humanas que são d e s e n v o l v i d a s na b a c i a de
drenagem ou no i n t e r i o r da r e p r e s a , o u , a i n d a , das caracterís
t i c a s físicas e químicas do s o l o da b a c i a de acumulação.
Como se vê, inúmeras são as causas que i n t e r f e r e m
na q u a l i d a d e das águas r e p r e s a d a s ; também inúmeras são as
mo-dificações que a construção de uma r e p r e s a t r a z ao meio
ambi-e n t ambi-e , p r o v o c a n d o , p o r t a n t o , mudanças no m ambi-e s o c l i m a , c i c l o h i ^
drolõgico, lençol freático, e t c .
D i a n t e dessa gama de causas e e f e i t o s , o p r e s e n t e
t r a b a l h o , e l e g e u algumas r e p r e s a s l o c a l i z a d a s no Estado de São
P a u l o , e a l g u n s t r e c h o s do r i o Tietê, como sendo o u n i v e r s o
i d e a l p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o da p e s q u i s a , o r a p r o p o s t a . O c r i
tério p a r a a e s c o l h a d e s t e s c o r p o s de água, baseou-se em d o i s
f a t o r e s f u n d a m e n t a i s que são: o c o n t r o l e de q u a l i d a d e da água
que a CETESB (Companhia de T e c n o l o g i a de Saneamento A m b i e n t a l )
vem r e a l i z a n d o desde 1975 e, também, p e l a d i v e r s i d a d e de u s o
e ocupação do s o l o que cada um a p r e s e n t a em suas b a c i a s de
drenagem.
De posse dos r e s u l t a d o s f o r n e c i d o s pela CETESB e dos
o b t i d o s através de investigações r e a l i z a d a s " i n loco" i n i c i o u
-se a análi-se dos fenômenos i n e r e n t e s ao r e p r e s a m e n t o , das c a u
sas que os produzem e a dimensão dos i m p a c t o s gerados por t a i s
fenômenos. O que c o n s t i t u i o o b j e t i v o do p r e s e n t e t r a b a l h o .
CAPITULO I I
REVISÃO DA LITERATURA
A seleção do m a t e r i a l bibliográfico ê, sem dúvida,
uma das t a r e f a s mais i m p o r t a n t e s de um t r a b a l h o de p e s q u i s a ,
p o i s o sucesso das e t a p a s subseqüentes do t r a b a l h o depende f u n
damentalmente de uma boa q u a l i d a d e e q u a n t i d a d e de informações
disponíveis e acessíveis ao p e s q u i s a d o r . No presente t r a b a l h o ,
o m a t e r i a l bibliográfico f o i v a s t a m e n t e p e s q u i s a d o j u n t o a õr
gãos públicos, e n t i d a d e s e empresas p a r t i c u l a r e s q u e , d i r e t a
ou i n d i r e t a m e n t e , l i d a m com a proteção do meio a m b i e n t e .
Cabe o b s e r v a r , p o r t a n t o , que no d e c o r r e r da p e s q u i
-sa bibliográfica v e r i f i c o u - s e a quase inexistência de t r a b a
l h o s específicos s o b r e a proteção de r e p r e s a s e s o b r e os e f e i _
t o s que e l a s causam ao meio a m b i e n t e . E s t e fatoé bastante cons
t r a n g e d o r quando se sabe que o B r a s i l é um país d o t a d o de um
p o t e n c i a l hidroenergético s u p e r i o r a 53,5 milhões de Kw d i s p o
nível, e c o n t a com um grande número de reservatórios já i m p l a n
t a d o s e em operação que é de 430 e, em f a s e de construção, 29.
Não o b s t a n t e essa escassez de e l e m e n t o s técnicos e
científicos, p r o c u r o u - s e d e s e n v o l v e r o t r a b a l h o c a l c a d o em al_
gumas r e p r e s a s que contassem com a n t e c e d e n t e s s o b r e a q u a l i d a
de de suas águas e s o b r e a evolução da ocupação e s p a c i a l de
sua b a c i a hidrográfica, e s p e c i f i c a n d o as a t i v i d a d e s a l i desen
v o l v i d a s , num período b a s t a n t e r e p r e s e n t a t i v o . A s s i m sendo,
g r a n d e p a r t e da b i b l i o g r a f i a c o n s u l t a d a f o i p r o v e n i e n t e de r e
6
latórios da CETESB (Companhia de T e c n o l o g i a de Saneamento
Am-b i e n t a l ) q u e , desde 1975, vem desenvolvendo um t r a Am-b a l h o de pe£
q u i s a j u n t o as p r i n c i p a i s r e p r e s a s do Estado de São P a u l o . Tam
bém devese d e s t a c a r a experiência de o u t r o s países que a t r a
-vés de publicações científicas ( l i v r o s , r e v i s t a s , a r t i g o s , e t c . ) ,
f o r n e c e r a m informações v a l i o s a s p a r a a solução de questões l e
v a n t a d a s no d e c o r r e r da p e s q u i s a .
8
C A P Í T U L O I I I
METODOLOGIA
Para alcançar as metas e os o b j e t i v o s
prê-estabele-c i d o s no Plano de Tese, f o i neprê-estabele-cessário, a n t e s , a realização
de um e s t u d o p r e l i m i n a r p a r a então se e l e g e r q u a l ou q u a i s as
r e p r e s a s que se e n q u a d r a r i a m ás exigências da pesquisa em ques
tão. Como condição i n i c i a l , porém, e r a i m p o r t a n t e que
houves-se mais de uma r e p r e s a e que e l a s e s t i v e s s e m l o c a l i z a d a s em
áreas não m u i t o d i s t a n t e s umas das o u t r a s , como f o r m a de se
r e d u z i r os c u s t o s o p e r a c i o n a i s da p e s q u i s a . Além d i s s o , tam
bém e r a necessário que as b a c i a s hidrográficas a p r e s e n t a s s e m
uma d i v e r s i d a d e b a s t a n t e a c e n t u a d a q u a n t o ao uso e ocupação
do s o l o , como forma de se a n a l i s a r os d i f e r e n t e s i m p a c t o s s o
b r e a q u a l i d a d e da água r e p r e s a d a . O u t r o f a t o r , não menos i m
-p o r t a n t e no -p r o c e s s o de e s c o l h a , e r a a existência de a n t e c e
d e n t e s hidrológicos e de dados da q u a l i d a d e da água d e t e r m i n a
dos através de análises e exames l a b o r a t o r i a i s , p o r um órgão
de comprovada i d o n e i d a d e técnica, d u r a n t e um período r e l a t i v a
mente l o n g o .
Para c u m p r i r t o d o esse e l e n c o de exigências, e l e g e u
-se como u n i v e r s o da p e s q u i s a algumas r e p r e s a s do Estado de
São P a u l o , c u j o c o n t r o l e de q u a l i d a d e da água ê f e i t o de f o r
-ma sistemática p e l a CETESB (Companhia de T e c n o l o g i a de
Sanea-mento A m b i e n t a l ) , desde 1975. Essas r e p r e s a s , servem também
de m a n a n c i a i s p a r a a SABESP (Companhia de Saneamento Básico
do E s t a d o de São P a u l o ) , onde m a i s de 10 milhões de h a b i t a n
t e s da Grande São P a u l o , são a b a s t e c i d o s com água potável.
E l a s p e r t e n c e m à I
azona hidrográfica, das o i t o em que f o i d i
v i d i d o o território do E s t a d o de São P a u l o ( v e r F i g u r a I I I - l ) ,
e fazem p a r t e dos s e g u i n t e s c o r p o s de água: Tietê A l t o
Cabe-c e i r a s , Tietê A l t o Zona M e t r o p o l i t a n a , B i l l i n g s , C o t i a , Guará
p i r a n g a e Sistema C a n t a r e i r a , como m o s t r a a F i g u r a I I I - 2 .
V a l e e n f a t i z a r que a CETESB vem r e a l i z a n d o um c o n
t r o l e e f e t i v o das 29 b a c i a s hidrográficas que compõem o t e r r i _
tório e s t a d u a l , desde 1975, quando f o i i m p l a n t a d o o s i s t e m a
de m o n i t o r a m e n t o da q u a l i d a d e das águas i n t e r i o r e s . E s t e c o n
t r o l e é f e i t o através de uma r e d e formada p o r 96 p o n t o s de
amostragem distribuídos e s t r a t e g i c a m e n t e em t o d a s as b a c i a s .
E n t r e t a n t o a área e s c o l h i d a , ou s e j a , p a r t e da I
azona h i d r o
gráfica, detêm 24 do t o t a l de p o n t o s de amostragem, c u j o s r e
-s u l t a d o -s e-stão a p r e -s e n t a d o -s no-s 24 gráfico-s ( d o i -s em cada
pá-g i n a ) , anexos e r e p r e s e n t a d o s p e l a F i pá-g u r a I I I - 3 .
Apenas a título de e s c l a r e c i m e n t o , a CETESB u t i l i z a
p a r a i d e n t i f i c a r os p o n t o s de amostragem, uma codificação que
tem a s e g u i n t e e s t r u t u r a :
• - símbolo gráfico que r e p r e s e n t a o p o n t o de amostragem; e
00SP01BT2200 - a l g a r i s m o alfanumérico p a r a i d e n t i f i c a r o
pon-t o de amospon-tragem, c u j a e s pon-t r u pon-t u r a é a s e g u i n pon-t e :
00 - i d e n t i f i c a o c o r p o de água q u a n t o a sua
n a t u r e z a , como p o r exemplo, 00 - r e p r e s e n
t a os r i o s e 0 1 - r e p r e s e n t a represas, e t c ;
SP - identificação do E s t a d o em que o t r e c h o
10
o p o n t o de amostragem, está l o c a l i z a d o ;
01 - código de identificação da b a c i a hidrográ
f i c a ;
BT - i n i c i a i s que i d e n t i f i c a m o nome do c o r p o
de água (no c a s o , t r a t a s e do r i o B i r i t i
-b a - M i r i m ) ;
2 - n u m e r a l que r e p r e s e n t a a c l a s s e a que p e r
t e n c e o c o r p o de água, segundo o e n q u a d r a
mento da CETESB (no c a s o , p e r t e n c e ã c i a s
se 2) ;
200 - número de três dígitos que r e p r e s e n t a a
distância, em km, do p o n t o de amostragem
até a n a s c e n t e do c o r p o de água.
A s e g u i r será f e i t a uma descrição d e t a l h a d a das ca
racterísticas a t u a i s das b a c i a s hidrográficas desses c o r p o s
de água, extraída de relatórios i n t e r n o s da CETESB:
. Tietê A l t o C a b e c e i r a s
" E s t a parte da bacia do A l t o Tietê estende-se desde as nascentes ato. quase ã entrada de São Paulo, na d i v i s a com
ltaquaqae.cetu.ba. As nascentes do Tietê e de seus a f l u e n t e s maio importantes da margem esquerda como o rio Biritiba-Mimim, r i o JundiaZ e r i o Taiaçupeba, localizam-se no a l t o da Serra do Mar, em região r u r a l com algumas cidades como Salesõpolis e B i r i t i b a - M i r i m . Ã medida que o r i o Tietê s e aproxima da Ca-p i t a l e atravessa Mogi das Cruzes, a Ca-presença de indústrias vai s e acentuando, mercê da c r e s c e n t e urbanização que domina São Paulo.
A qualidade das ãguas da bacia ê acompanhada a t r a ves de c i n c o pontoo de amostragem que são:
BT220 0 - r i o B l r l t l b a - M l r l m - 2 km ã montante da foz
JV2 0 50 - r i o JundlaZ - próximo ã f u t u r a barragem
TE1010 - r i o Tietê - 5 km ã j u s a n t e da barragem de Ponte Nova
TE1040 - r i o Tietê - captação do SMkE de Mogl das Cruzes
T12100 - r i o Talaçupeba - ã j u s a n t e da barragem.
E s t e s pontos cobrem os t r e c h o s da cabeceira do r i o Tietê e a f l u e n t e s p r i n c i p a i s , pertencentes ã zona de Proteção de Mananciais da Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com a L e i 898 , de 18 de dezembro de 7 9 7 5 " .
. Tietê A l t o Zona M e t r o p o l i t a n a
" E s t a bacia abrange o r i o Tietê e seus a f l u e n t e s des_ de a entrada de São Paulo até a barragem de Plrapora. Como s e sabe, e s t a região ê a mais urbanizada e I n d u s t r i a l i z a d a do Bra s l l . Os p r i n c i p a i s r i o s estão enquadrados na classe 4, com exce ção do r i o JuquerZ e alguns outros que fazem parte do sistema de águas da Cantareira. Estima-se que nesta ãrea são geradas cargas no montante de 300 toneladas de VB05 por d i a .
A qualidade das ãguas ê acompanhada através de d o i s grupos de pontos, sendo o primeiro r e l a t i v o aos t r e c h o s poluZ dos do Tietê, TamanduateZ e P i n h e i r o s . 0 segundo abrange cor-pos de ãgua que fazem parte do sistema Cantareira.
12
T i et i :
- r i o JuquerZ - na ponte da rodovia Anhangüera
TA42Q0 - r i o TamanduateZ - a l t u r a do n° 4826 da Ave-nida do Estado [São Caetano do S u l )
TA4500 - r i o TamanduateZ - ponte da Avenida Santos Vumont
TE4020 - r i o Tietê - ponte na estrada Cumblca São M-c guel P a u l i s t a
TE4080 - r i o Tietê - ponte dos Remédios
TE4200 - r i o Tietê - j u n t o ã barragem de Plrapora
TG2200 - represa de Tanque Grande - município de Gua r u l k o s
PN4500 - canal do r i o P i n h e i r o s - j u n t o ã elevatório de P e d r e i r a s .
Sistema C a n t a r e i r a :
J M 2 0 5 0 - represa do JuquerZ - na ponte de "Santa Inês".
. Represa B i l l i n g s
"O reservatório B i l l i n g s faz parte do Sistema A l t o Tietê e além de receber as contribuições dos r i o s Grande e
Pe-queno, r i o Bororó e outros , pode acumular grande quantidade de água oriunda do r i o Tietê, v i a canal de P i n h e i r o s . E s t a s duas águas têm baixa qualidade por receberem toda a carga de esgotos urbanos e I n d u s t r i a i s gerados em São Paulo. Ven t r e os. c o n t r i b u i n t e s , o r i o Grande apresenta alguma poluição de origem I n d u s t r i a l e doméstica e, no braço da B i l l i n g s que l h e corresponde, próximo ã Via Anchieta, s e encontra a
captação do ABC.
A qualidade, de òuaò aguai, ê acompanhada atravêò doò quatro pontoò de amoòtragem:
B I 2 7 00 - represa Bllllngò - ponte da Via Anchieta, j u n t o ã captação do ABC.
8 1 2 5 0 0 - represa Bllllngò - ponte na Rodovia doò Iml granteò
B I 2 9 00 - repreòa Bllllngò - no 'Sumlt ControV GR2100 - r i o Grande ou Jurubatuba - ponte na
Aveni-da Santo André em Rio Grande Aveni-da S e r r a " .
. C o t i a
"0 r i o Cotia poòòul dolò trechoò com caracterZòtlcaò prÕprlaò. 0 A l t o Cotia, ã montante da cidade do meòmo nome, tem òuaò ãguaò repreòadaò em dolò reòervatÔrloò - Pedro Brecht e daò Graçaò. Sua bacia e coberta por uma reòerva floreòtal. 0 A l t o Cotia fornece ãgua para a ETA, da S ABE SP. 0 Baixo Co_ t i a p e r c o r r e região urbanizada onde òe localizam Inúmeraò l n -dúòtrlaò. A ETA de V i l a I z o l d l n a tem captado ãgua deòte t r e c h o .
A qualidade daò ãguaò da bacia ê acompanhada a t r a vêò doò pontoò:
C02030 - r i o Cotia - na ponte da Rodovia Rapoòo Ta-vareò, Km 2 8,5
CO2500 - r i o Cotia - na barragem daò Graçaò".
. G u a r a p i r a n g a
"0 reòervatõrlo de Guarapiranga faz parte do Slòtema A l t o Tietê. Originalmente conòtruZdo para regularização e
ge-14
ração de energia, logo panou a s e r u t i l i z a d o para abasteci mento público de São Paulo, chegando a c o n t r i b u i r com 10% das
águas distribuídas.
Os r i o s Embu-Guaçu e Embu-Mlrlm são seus p r i n c i p a i s c o n t r i b u i n t e s e sua bacia s e encontra em zona protegida con forme L e i Estadual NÇ 898 , de 18 de dezembro de 1975. Há nú c l e o s r e s i d e n c i a i s próximos do reservatório e j u n t o dos con t r l b u l n t e s , além de algumas Indústrias.
A qualidade de suas águas ê controlada através dos seguintes pontos de amostragens:
EG1100 - r i o Embu-Guaçu - ponte na estrada que l i g a Embu-Guaçu ã Fazenda da I l h a .
EMI 200 - r i o Embu-Mlrlm - ponte na estrada M'Bol Ml rim
GA1150 - reservatório de Guarapiranga - no canal de captação da SABESP".
Da descrição acima c o n c l u i - s e que os c o r p o s de água
e s c o l h i d o s r e p r e s e n t a m m u i t o bem o universo e x i g i d o p e l a pesqui.
s a , p o i s além de a p r e s e n t a r uma d i v e r s i d a d e m u i t o grande de
a t i v i d a d e s em suas b a c i a s hidrográficas, estão r e l a t i v a m e n t e
próximos uns dos o u t r o s e e x i s t e , p r i n c i p a l m e n t e , o c o n t r o l e
e f e t i v o da q u a l i d a d e da água, há mais de c i n c o anos.
Como m e t o d o l o g i a de t r a b a l h o , f i c o u e s t a b e l e c i d o que
t o d a s as ações s e r i a m o r i e n t a d a s no s e n t i d o de acompanhar o
t r a b a l h o de m o n i t o r a m e n t o que a CETESB vem r e a l i z a n d o j u n t o a
esses c o r p o s de água, e, com base nesses r e s u l t a d o s , seriam f o r
muladas t o d a s as questões de ordem prática e teórica que com
põem a p r e s e n t e p e s q u i s a .
Assim procedendo, a p e s q u i s a f o i c a l c a d a nos r e l a t o
r i o s i n t e r n o s da CETESB e complementada com as v i s i t a s r e a l i
-zadas a esses c o r p o s de água, em companhia da e q u i p e técnica
da CETESB, d u r a n t e t o d o o ano de 1982. P o r o p o r t u n o é i n t e r e s
s a n t e r e g i s t r a r que a autorização da CETESB, p a r a u t i l i z a r os
seus dados e p e r m i t i r que se acompanhasse a e q u i p e de campo,
sô f o i possível d e v i d o ao Ofício DCCT-PRAI N? 021/UFPb, de 28
de j a n e i r o de 1982.
16
F I G U R A m - 1
D I V I S Ã O DO E S T A D O DE S Ã O P A U L O E M Z O N A S H I D R O G R Á F I C A S
2 - 0ISP05GAII5O IO- OOSPOITI2IOO 3 - 0ISP04CO25OO II - OOSP03GR2IOO 4 - OOSP04C02030 12-OISP02TG2200 5 - OISP03BI 2100 13- 0OSP02TE402O 6 - OOSPOITEIOIO I4-00SP02TA4500 7 - 0OSP01BT2200 15- OOSP02TA4200 8 - OOSPOITE 1040 16-01SP03BI 2 9 0 0 18- 00SP02JQ4500 1 9 - 0OSP02TE4080 2 0 - 0OSP02PN45OO 21 - 0 0 S P 0 5 E M I 2 0 0 2 2 - 00SP05EGI200 2 3 - 0ISP02TE4200 2 4 - 01SP02TE4I00 FIGURA m - 2 : A R E A DE ESTUDO S I S T E M A ALTO T I E T Ê
18
FIGURA E I - 3 : GRAFICO DE VALORES R E F E R E N T E AO I O A
REPRESA LOCAL PONTO
Juque-i
Po»e Sonta Inê* 01SP02JM2050 CLASSE •• i « A ; _ MÉDIA M Ó V E L _
1 5 76 77 78 79 80 81 82
C
O
fioB
B
84
Ótimo BK ActHawl fcnprep rio poralrataman 1c cowwnci »nal100 8 0 52 37 20 O REPRESA : Billings LOCAL ' Anchieta PONTO 01SP03BI21O0 CLASSE • ; BA MEDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
A
h , Ótimoft ê f
BooT
ActltíiBLloipríp ria poro tratojn« te commncfanol
vn pctpila 100 80 52 37 20 0
RIO :Embu. Mirim
LOCAL ^Ponte da Estrado M' Boi M i n » PONTO : 00SP05EMI200 CLASSE IQA MÉDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
i
Ótimo •A
BOO\
n
Ac attife* 1Unpropi no paratratamvn » oomanctonol
inplépna 100 8 0 5 2 37 20 O R E S E R V A T Ó R I O : Guará pirongo
LOCAL canal de Captocão SABESP PONTO '• 01SPO5GAU50 CLASSE MÉDIA M Ó V E L :
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
A a / A / Ótimo BoaV
Ae.tAv.1- rnplíp rí« pan tnlom* rito conwncioral
Impróprio 100 8 0 5 2 37 20 O
2 0
FIGURA J J J - 3 : G R Á F I C O DE V A L O R E S R E F E R E N T E AO IQ A
RIO :Colio CLASSE •-3 LOCAL:Borragem das Croças IOA i _ PONTO ;Oi.SP04C02500 MEDIA M Ó V E L : _
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
NT
Oamo1
V
\
Boa AeeBível Impropr c para tratam»n to eonvenc tonal
impiápr.o
PIO : Embu.Guapu CLASSE LOCAL : Esfrada p/ Fazendo da Ilha IQA
POHTO :OOSP05EG1200 MÉDIA M Ó V E L :
15L
15L
1 A Cti.lW1
Boo1/
Ac* Uivei knpmpr la poio tratam*n to convencionalRI O Grande ou Jurubatuba LOCAL Rio Grande da Serra PONTO OOSP03GR2IOO CLASSE « A MÉDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
-Ótima11a
Boa1
F
W
AceitávelImpfopj ia paratr<rt«n€n lo convencional
snpirfprla 1 0 0 80 5 2 37 2 0 O RIO Cotia
LOCAL Ponte da Rod. Raposo Tavares Km 28.5 PONTO OOSP04C0 203O
CLASSE DA MÉDIA M Ó V E L
J 5 76 77 78 79 80 81 82 83 84
ÓtimaL
J
L
Boam
A aeltdvelV
ImprOF rio pan trata ir* nto convencional
Impraprta 100 80 52 37 20 0
2 2
FIGURA ELT- 3 ! G R A F I C O DE V A L O R E S R E F E R E N T E AO IQA
RIO : T i e t ê
LOCAL : A Jusant* de Ponte Nova PONTO: O O S P O i T E K U O CLASSE IQA MÉDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
A
KA/A A
Ótima\
A
M
V
Boa v 1 Aceitável1
Impropr ia para tratam*!. o convencional kn próprio 100 80 52 37 20 O RIO TietêLOCAL •'Captação do SEMAE-Mogi das Cruzes PONTO. 0 0 S P 0 1 T E I 0 4 0 CLASSE IQA MÉDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
Ò N m Doa Acafta'vat lmp-óp ia pora rroton>*ri ta MLM «aciona)Imprópria 100 80 52 37 20 0
RIO : Birítibo - Mirim
LOCAL : 2 Km c montant» da for PONTO : OOSPCUBT2200 CLASSE IQA MÉDIA M Ó V E L : .
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
KA
m/T
Ótima\
fS
Vov ^
Boa1
Aceitávelimpropr ia para tratam» n 0 convoncional
Imprópria 100 8 0 52 37 20 RIO : Jundiaí
LOCAL: Próximo à futura barragem
PONTO : OOSP01JD2050
75 76 77 78
79
80 81 82 83 84
Ótima
h À
A
A
BoaV
rV
Aceitava!tnprópr ia para tratam» n to convencional
kn própria CLASSE = 1
IQA • MÉDIA MÓVEL' _
2 4
FIGURA U I - 3 : G R Á F I C O DE VALORES REFERENTE AO I Q A
RIO • Taioeupebo ' CLASSE : i •
LOCAL : A Jusant* dn R c r r r r ™ in*
PONTO : O0SP01TI21OO MEDIA MÓVEL :
100 80 52 37 20 o
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
100 80 52 37 20 o dam 100 80 52 37 20 o Boa 100 80 52 37 20 o Acoltovol 100 80 52 37 20 oknpmpt 'ia para trata m 1« cofwoncioael 100 80 52 37 20 o Imprópria 9K> : Juouavi CLASSE : 3 LOCAL •' Ponfe da Rodovia Anhaguera IQA 1 _ _ _ _ _
PONTO : 0OSP02JQ450O MECHA M Ó V E L :
100 80 52 37 20 r\
75 76 77 78 79 80 81 82_ _83 84
100 80 52 37 20 r\ Ótima 100 80 52 37 20 r\ Boa 100 80 52 37 20 r\h
1 A
iA
Acaitd—I 100 80 52 37 20 r\V
yy
MA
Inprópi ia para trataman to oonvancloaal 100 80 52 37 20 r\ i v Y\f V ¥ V Imprópria KJLOCAL Município do Gurulho» K5A PONTO 01SP02TG22O0 MEDIA MOVEI
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
= A a j A / v Crfimc
V—V ' V f. ,
Boo A c a l t m l
Impróp 1a poro t rrj*c*fn«?n' o c-nvaix-wnal
Ifftp^oprla
RIO Pinheiro» CLASSE LOCAL Elevtorio de Pedreiro ***
PONTO O0SP02PN450O MÉDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
ÓtaraBoo
i
AceitávelA
Aa
knprap rta para tratam «rt to convvn cneeJ1— w *
2 6
FIGURA m - 3 : G R Á F I C O DE VALORES REFERENTE AO I Q A
RIO : Tietê CLASSE : 4 LOCAL Ponte da Estrada C u m N c a . S õ o Miguel Paulista IQA : _ PONTO O O S P 0 2 T E 4 0 2 0 MEDIA MOVEU
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
Ótimo
Boa Acaitaval
Impiopr ta para tratam»n to coiwancional
t » *J V
tmpropric
\
RIO •• T i e t ê CLASSE :
LOCAL-' Ponte dos Remédios IQA PONTO- OOSPO2TE4080 MEDIA MÓVEL:.
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
Ótima
Boa AcwtávaJ
keprop ic para tratamati to eomMncioral
RIO • Tamanduatai CLASSE i 4 LOCAL : Av. do E»tado _ Altura do n* 4826 IQA i PONTO: O0SP02TA420O . MEDIA MÓVEL
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
Otímo
Boo Actitovol
Irnprópr c poro trotem» n to comanciona.
V
RIO i Tomanduatoi CLASSE 4 LOCAL Pont» da Av. Santo» Dumont IQA :
PONTO : OOSP02TA45OO MEDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83
4
0'tfma
Boa
• Acoltával
|mpro'p< ia poro trotam on la copwancionaJ
2 8
FIGURA rjJ-3 : G R Á F I C O DE VALORES REFERENTE AO I Q A
REPRESA • Billings LOCAL s Imigrante» PONTO ••O1SP03BI25OO CLASSE IQA MÉDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
1 o'timoi
• Boa\
Mjr
A
Aceitável V^ v W
-lmpropr ia para traiam «n o convencional
Imprópria 100 80 52 37 2 0 O REPRESA 'Billings
LOCAL : "Summit Control' PONTO :01SPO3BI2900 CLASSE I 2 IQA ; _ MÉDIA M Ó V E L ! _
_ 5 76 77 78 79 80 81 82_ _83 84
ÓtimaK
a / Boa AcaitovolV
Lm prop! i a para tratam»n lo con v«nc tonal imprópria 100 80 52 37 20 ORIO ;Tietõ
LOCAL: Reservtorio Edgard de Souza
PONTO !0iSPO2TE41OO CLASSE IQA MEDIA M Ó V E L
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
Ottma Boab A.
Ae«itáv*lferipropi ic poro trctamari to conv«nck>na1
Y
Irreprópría 100 8 0 52 37 20O
RIO T i e t ê CLASSE LOCAL : Barragem d e Piraporc IQAPONTO : O I S P 0 2 T E 4 2 O 0 METJIA MÓVEL-.
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84
Ótimo
A
BooM
g
\
AcoHtfvolWiprop ria pa rat ratam an te convencionei
CAPITULO I V
EFEITOS DO REPRESAMENTO
Os c o n c e i t o s e m i t i d o s n e s t e capítulo f o r a m baseados
nos r e s u l t a d o s do m o n i t o r a m e n t o da q u a l i d a d e da água, d e s e n v o l
v i d o p e l a CETESB, através dos 2 4 p o n t o s de amostragem já i d e n
tifiçados no capítulo a n t e r i o r .
1.0 - AS REPRESAS E O MEIO AMBIENTE
O r e p r e s a m e n t o das águas de um modo g e r a l , causam p r o
f u n d a s modificações no meio a m b i e n t e , podendo t r a z e r e f e i t o s
a d v e r s o s (às vezes irreversíveis) à f l o r a e ã f a u n a l o c a l . Es^
t e s e f e i t o s assumem m a i o r ou menor proporção dependendo do v u l
t o da o b r a hidráulica construída, p o i s , q u a n t o m a i o r a o b r a ,
m a i o r será as modificações das condições n a t u r a i s que a n t e s
e x i s t i a nas circunvizinhanças do l o c a l onde f o i i m p l a n t a d a a
r e p r e s a . O p r o b l e m a a m b i e n t a l c r i a d o p o r essas o b r a s ê a b r a n
g e n t e , e i n c l u i f a t o r e s r e l a c i o n a d o s t a n t o com o a m b i e n t e
fí-s i c o q u a n t o o biológico, além de i n t e r f e r i r nafí-s a t i v i d a d e fí-s hu
manas e, p o r t a n t o , sõcio-culturais.(1)
1.1 _ F a t o r e s R e l a c i o n a d o s com o A m b i e n t e Físico
( F a t o r e s Abióticos)
1.1.1 — Paisagístico
Com o r e p r e s a m e n t o de um c u r s o d'água, dependendo do
p o r t e da o b r a hidráulica construída, e x t e n s a área será i n u n d a
32
da e, conseqüentemente, o ambiente adquirirá uma nova e b e l a
paisagem formada p e l o e s p e l h o da massa d'água r e p r e s a d a . En
t r e t a n t o , c u i d a d o s e s p e c i a i s deverão s e r tomados com v i s t a s a
p r o t e g e r às margens da r e p r e s a p a r a que se e v i t e a formação
de f a i x a s com áreas p a n t a n o s a s d e c o r r e n t e s da oscilação do ní
v e l d
1água que poderá a t i n g i r grandes variações em função do
volume de água a s e r c a p t a d o ( p a r a f i n s d i v e r s o s ) , t o r n a n d o
mais g r a v e esse fenômeno, nos períodos de e s t i a g e m p r o l o n g a
da. O u t r o a s p e c t o que deve s e r c r i t e r i o s a m e n t e e s t u d a d o é a
vocação a t u a l e f u t u r a da b a c i a , i n s p i r a d a p e l a presença da
própria r e p r e s a , e v i t a n d o s e , a s s i m , a implantação d e s o r d e n a
-da de l o t e a m e n t o s , e t c , que n e c e s s a r i a m e n t e concorrerá p a r a
o desmatamento da área, t r a z e n d o conseqüências danosas ã p a i
-sagem e â q u a l i d a d e da água armazenada. ( 1 ) ; (2)
1.1.2 — Geomorfolôgico
Na e s c o l h a do l o c a l p a r a implantação de uma b a r r a
gem é necessário que se faça uma série de t e s t e s geotécnicos,
e s t r a t e g i c a m e n t e distribuídos p o r t o d a área da b a c i a e no l o
-c a l de implantação da barragem, a f i m de que se possa -conhe
cer as d i v e r s a s características do s o l o , como por exemplo: t e x
t u r a , e s t r u t u r a , composição química, g r a u de a c i d e z ou a l c a l i _
n i d a d e , e n t r e o u t r a s . P o i s bem, essa b a t e r i a de t e s t e s d e f i n e
com razoável precisão, não só a e s t a b i l i d a d e do maciço (nas
b a r r a g e n s de t e r r a ) , mas também as características químicas
da água a s e r armazenada e as regiões da b a c i a que carecem de
m a i o r atenção no combate aos fenômenos da erosão e o conseqüen
t e assoreamento do reservatório.
t e pressões hidrostáticas e l e v a d a s ao s o l o , forçando uma
no-va adaptação das formações geológicas na área i n u n d a d a q u e ,
p o r sua v e z , s o f r e também influência da infiltração da água
através dos espaços ocupados a n t e r i o r m e n t e p e l o a r .
Presume-se que esPresume-ses f a t o r e s são os responsáveis p e l o s a b a l o s sísmi
cos que o c o r r e m nas zonas próximas da r e p r e s a que a n t e s eram
l i v r e s de t a i s fenômenos.(2).
1.1.3 — Climatolõgico
Os grandes reservatórios inundam e x t e n s a s áreas f o r
mando grande superfície de água q u e , dependendo da região o n
-de são i m p l a n t a d o s , p e r m i t e m uma m a i o r ou menor evaporação da
massa líquida. Nas regiões de c l i m a desértico a p l u v i o s i d a d e
ê aleatória e não o c o r r e t o d o s os anos; p o r i s s o haverá m a i o r
evaporação e, conseqüentemente, aumento da umidade r e l a t i v a
do a r . Enquanto que, as regiões que dispõem de uma densa
co-b e r t u r a v e g e t a l o c l i m a a p r e s e n t a uma t e m p e r a t u r a média mais
b a i x a , uma umidade média mais e l e v a d a , movimentos do a r m u i t o
a t e n u a d o , iluminação r e d u z i d a , e t c . . . , c o n c o r r e n d o assim p a r a
um menor volume de água a s e r e v a p o r a d o . Assim sendo, com a
implantação de reservatórios poderá o c o r r e r mudanças no
meso-c l i m a , t r a z e n d o meso-conseqüênmeso-cias indesejáveis, p r i n meso-c i p a l m e n t e às
regiões com densa c o b e r t u r a v e g e t a l . ( 2 ) ; (3)
1.1.4 — Hidrológico
As modificações hidrológicas v e r i f i c a d a s nos c u r s o s
d'água, com a implantação de uma r e p r e s a , são: mudança no r e
-gime hidráulico do r i o , ou s e j a , transformação de l o c a i s de
c o r r e n t e z a em ambientes lênticos; alteração na t e m p e r a t u r a da
água; m a i o r v e l o c i d a d e de sedimentação das partículas em sus
34
pensão d e v i d o ao repouso da massa líquida; alterações r e l a c i o
nadas com o nível do lençol freático, e t c . . . O u t r a s m o d i f i c a
ções poderão o c o r r e r dependendo do uso da água, como p o r exem
p i o , oscilações c o n s t a n t e s do nível d'ãgua da r e p r e s a . ( 2 ) ; ( 3 )
1.2 — F a t o r e s R e l a c i o n a d o s com o A m b i e n t e Biológico
( F a t o r e s Bióticos)
1.2.1 — F l o r a e Fauna T e r r e s t r e
Na implantação de r e p r e s a s , além do desmatamento ne
cessãrio da b a c i a de acumulação do reservatório, poderão o c o r
r e r o u t r o s na sua b a c i a hidrográfica, s e j a p a r a o uso i n t e n s i
vo de a t i v i d a d e s a g r o p a s t o r i s ou h o r t i g r a n j e i r a s , o u , a i n d a ,
p a r a implantação de núcleos urbanos d e v i d o as novas condições
a m b i e n t a i s c r i a d a s p e l a r e p r e s a . Como conseqüência d i s t o , t o r
nase inevitável o d e s a p a r e c i m e n t o da f a u n a l o c a l , p r i n c i p a l
mente os a n i m a i s de m a i o r p o r t e . E n s e j a n d o , a s s i m , o a p a r e c i
-mento de o u t r a s espécies, t a i s como r o e d o r e s e o u t r o s , d e v i d o
ao desequilíbrio do e c o s s i s t e m a . ( 1 ) ; ( 4 ) ; ( 5 )
1.2.2 — F l o r a e Fauna Aquática
As modificações g e n e r a l i z a d a s das condições b i o g e o
-lõgicas n a t u r a i s do t e r r e n o , ou s e j a , o s o l o sem proteção
na-t u r a l ã ação de agenna-tes de erosão, provocam um aumenna-to no
ín-d i c e ín-de c o r e t u r b i ín-d e z , que, ín-d i m i n u i n ín-d o a transparência ín-da
massa líquida, d i f i c u l t a m ou impedem a penetração da l u z ne
c e s s a r i a às reações de fotossíntese do p l a n c t o n . O u t r o f a t o r
de d e s t a q u e ê a transformação de l o c a i s de c o r r e n t e z a em ambi_
e n t e s lênticos, p e r m i t i n d o o aumento da t e m p e r a t u r a das
cama-das s u p e r f i c i a i s . Dependendo da p r o f u n d i d a d e do reservatório,
poderá o c o r r e r uma estratificação térmica ou química, c o n d i c i o
nando a seleção de s e r e s característicos nas f a i x a s ou cama
das que são: epilímnio, metalímnio e hipolímnio. A l i a d o a es
t e s f a t o r e s , o u t r o s poderão i n f l u e n c i a r n e g a t i v a m e n t e a v i d a
aquática, como p o r exemplo, o acúmulo de s a i s m i n e r a i s i n c r e
-mentado p e l o b a r r a m e n t o dos r i o s , alterações no pH d e v i d o a
presença de c e r t o s t i p o s de d e s p e j o s e a eliminação p a r c i a l
ou t o t a l do oxigênio d i s s o l v i d o na água em decorrência da de
composição da matéria orgânica ( t a x a s de oxigênio d i s s o l v i d o
i n f e r i o r e s a 1,0 mg/£ são p r e j u d i c i a i s â m a i o r i a dos s e r e s
aquáticos).(3);(4);(6)
1.3 — F a t o r e s R e l a c i o n a d o s com o A m b i e n t e Sécio-econômico
e C u l t u r a l
1.3.1 — A t i v i d a d e s Econômicas da População
A implantação de uma g r a n d e r e p r e s a , s e j a p a r a
apro-v e i t a m e n t o hidroelétrico, s e j a p a r a regularização de apro-vazões
de um c u r s o d'água de c e r t a importância, inundam extensas áreas,
que a n t e r i o r m e n t e eram ocupadas p o r a t i v i d a d e s econômicas da
região, como, p o r exemplo, áreas agrícolas, p a s t o r i s e/ou a t i
v i d a d e s e x t r a t i v a s . Além d e s t a s , poderá o c o r r e r a inundação
p a r c i a l ou t o t a l de c e n t r o s urbanos com i n f r a e s t r u t u r a p r e
-e x i s t -e n t -e , como: -edifícios, l i n h a s d-e transmissão d-e -e n -e r g i a ,
telegráficas e telefônicas, s i s t e m a s de a b a s t e c i m e n t o de água,
r e d e de e s g o t o s , e t c . ( l ) ; ( 7 )
1.3.2 - Estado de Saúde Pública
Como os reservatórios podem t e r usos múltiplos, e,
dependendo d e s t e s , poderá o c o r r e r m a i o r ou menor variação do
36
nível d'água. Para grandes variações de níveis, s u r g e o i n c o n
v e n i e n t e de t o r n a r as margens p a n t a n o s a s , podendo se c o n s t i
t u i r em a m b i e n t e s propícios a proliferação de v e t o r e s de doen
ças endêmicas, como, p o r exemplo, a r e p r e s a B i l l i n g s , em São
P a u l o , q u e , quando de sua inundação e até p o r v o l t a de 1940,
e r a um dos f o c o s de malária da região. Quando do e n c h i m e n t o
de reservatórios, o d e s l o c a m e n t o da f a u n a será decorrência na
t u r a l da elevação do nível da água, podendo r e s u l t a r no aumen
t o do r i s c o de a t a q u e , ã população, de a n i m a i s peçonhentos.(2)
1.3.3 — Relocação e Reassentamentos P o p u l a c i o n a i s
A experiência em p r o j e t o s a n t e r i o r e s ( r e p r e s a s de
Boa Esperança e S o b r a d i n h o ) , tem demonstrado que um dos p r o
blemas mais complexos d e c o r r e n t e s da implantação de uma g r a n
-de r e p r e s a , ê, sem dúvida, o r e p r e s e n t a d o p e l a relocação e
r e a s s e n t a m e n t o das populações r i b e i r i n h a s . Os órgãos r e s p o n s a
v e i s deverão l e v a r em consideração as aspirações das p o p u l a
ções quando da e s c o l h a dos l o c a i s dos novos núcleos e
dotá-l o s de t o d a a i n f r a - e s t r u t u r a ; a b a s t e c i m e n t o d'água, s i s t e m a
de e s g o t o s , r e d e elétrica, p r o p o r c i o n a n d o segurança e c o n f o r
-t o aos h a b i -t a n -t e s . A m a i o r preocupação das a u -t o r i d a d e s r e s p o n
sáveis p e l o r e a s s e n t a m e n t o da população, ê, que cada h a b i t a n
-t e r e l o c a d o s e j a capaz de a s s e g u r a r sua subsis-tência na nova
l o c a l i d a d e . ( 1 ) ; ( 7 )
1.4 — E f e i t o s Benéficos
Nos i t e n s p r e c e d e n t e s f i c o u c a r a c t e r i z a d o , em l i n h a s
g e r a i s , os e f e i t o s n e g a t i v o s que as r e p r e s a s causam ao meio
a m b i e n t e , porém, não se pode negar que e f e i t o s p o s i t i v o s , tam
bém, poderão a d v i r com a implantação de b a r r a g e n s p a r a f o r m a
ção de grandes reservatórios a r t i f i c i a i s . Por exemplo, a g e r a
ção hidroelétrica ê o de menor c u s t o ecológico por não a p r e s e n
t a r nenhum dos problemas de poluição típicos do p r o c e s s o de
combustão. A utilização c r e s c e n t e dos r e c u r s o s n a t u r a i s é c o n
f l i t a n t e com a preservação do meio a m b i e n t e , mas não se deve
p r e c o n i z a r a a t i t u d e i m o b i l i s t a , ou s e j a , de " c r e s c i m e n t o z e
-r o " , h a j a v i s t a a p-róp-ria t e -r -r a c o n s t i t u i -r um s i s t e m a
dinâmi-co que e v o l u i c o n t i n u a m e n t e e a b i o s f e r a deve c o n s t a n t e m e n t e
a d a p t a r s e a essa evolução. A exemplo d i s s o , podem s e r o b s e r
-v a d a s , no passado, e-voluções n a t u r a i s danosas e/ou benéficas
ao homem, ou s e j a , regiões que possuíam e x u b e r a n t e s matas e
h o j e estão t r a n s f o r m a d a s em d e s e r t o s e v i c e - v e r s a . Há a s s i m
n e c e s s i d a d e i m p e r i o s a de se e s t a b e l e c e r ou c o n s o l i d a r normas
básicas de p r o c e d i m e n t o p a r a o uso dos r e c u r s o s n a t u r a i s d i s
-poníveis na n a t u r e z a . ( 1 ) ; ( 8 )
2.0 - ÁGUA POTÁVEL - PADRÕES DE QUALIDADE
A água, p a r a s e r c o n s i d e r a d a potável, deve obedecer
a r e q u i s i t o s estéticos e sanitários. Os p r i m e i r o s dizem r e s
p e i t o â ausência de c o r , t u r b i d e z , s a b o r , o d o r , e t c . . . , c a r a c
terísticas que, embora sejam p r e j u d i c i a i s apenas de um p o n t o
de v i s t a psicológico, têm que s e r l e v a d o s em c o n t a sob pena
de r e c u s a pública de consumo da água. O homem não se r e c u s a a
t o m a r b e b i d a s de c o r a c e n t u a d a , como chã ou café, porém tem
repugnância p o r águas l i g e i r a m e n t e amareladas ou t u r v a s . O
m a i o r i n c o n v e n i e n t e da distribuição de águas com mau a s p e c t o
estético (embora saudáveis do p o n t o de v i s t a bacteriológico e
químico) é o de f a z e r com que o c o n s u m i d o r p r o c u r e s e r v i r - s e
38
de águas de f o n t e s ou de poços, freqüentemente m a l p r o t e g i d o s ,
as q u a i s , embora c r i s t a l i n a s e t r a n s p a r e n t e s são, freqüente
mente, c o n t a m i n a d a s , podendo t r a n s m i t i r doenças t a i s como h e
-p a t i t e i n f e c c i o s a , f e b r e tifóide, e t c .
Quanto aos padrões sanitários p r o p r i a m e n t e d i t o s ,
e s t e s se r e f e r e m e s p e c i f i c a m e n t e a ausência de m i c r o r g a n i s m o s
patogênicos e substâncias tóxicas. São e x i g i d o s , além d i s s o ,
a l g u n s r e q u i s i t o s r e f e r e n t e s ao pH, d u r e z a ( t e o r de c a r b o n a
t o s ) e t c , com o f i m de e v i t a r fenômenos de corrosão ou obs
trução das tubulações na r e d e de distribuição de água potável.
D i f i c i l m e n t e as águas " i n n a t u r a " , de r i o ou de l a
-go, obedecem a t o d o s os padrões estéticos e sanitários acima
r e f e r i d o s . Por essa razão, as águas de a b a s t e c i m e n t o público
são, em g e r a l , s u b m e t i d a s a um t r a t a m e n t o prévio, em estações
de t r a t a m e n t o de água, com as f i n a l i d a d e s básicas de remover
c o r , t u r b i d e z , matéria orgânica e s e r e s patogênicos. Em alguns
c a s o s , porém t o r n a - s e necessário c o r r i g i r outros f a t o r e s , t a i s
como s a b o r , o d o r , excesso de f e r r o , de c a r b o n a t o s , e t c .
Além dos padrões estéticos e sanitários da água p a
-r a consumo humano, o u t -r o s também são e x i g i d o s p a -r a as águas
" i n n a t u r a " , quando um c o r p o de água ê enquadrado nas c l a s s e s
1 , 2, 3, ou 4, c u j o s padrões são f i x a d o s p e l a P o r t a r i a GM/N9
0013, de 15 de j a n e i r o de 1976, anexa.
O enquadramento de um c o r p o de água, numa dessas
c l a s s e s , v i s a a manutenção de uma q u a l i d a d e mínima e x i g i d a em
função do uso da água. E n t r e t a n t o , p a r a se m a n t e r um c o r p o de
água d e n t r o d a q u i l o que a r e s p e c t i v a c l a s s e e x i g e , são n e c e s
sárias algumas medidas de proteção, p r i n c i p a l m e n t e , com r e l a
-ção a implanta-ção e d e s e n v o l v i m e n t o de c e r t a s a t i v i d a d e s numa
nas na b a c i a de drenagem ou no próprio c o r p o de água. É neces
sário, também, que o órgão responsável p e l a execução da
polí-t i c a a m b i e n polí-t a l , manpolí-tenha um c o n polí-t r o l e e f e polí-t i v o s o b r e as c o n d i
ções a t u a i s e as tendências da q u a l i d a d e da água.
A CETESB i m p l a n t o u o s i s t e m a de m o n i t o r a m e n t o da
q u a l i d a d e das águas através de d i s t i n t o s parâmetros
físico-químicos, bioquímicos e biológicos d e t e r m i n a d o s p a r a as
amos-t r a s c o l e amos-t a d a s , mensal ou b i m e s amos-t r a l m e n amos-t e , o que l h e p e r m i amos-t e
acompanhar s i m u l t a n e a m e n t e as condições a t u a i s e as tendências
das águas s u p e r f i c i a i s do E s t a d o de São P a u l o . Os dados o b t i .
dos de cada amostra são o r g a n i z a d o s e s i n t e t i z a d o s através de
um índice d e s t i n a d o a f o r n e c e r uma visão g l o b a l da q u a l i d a d e
da água.(9)
0 índice de Q u a l i d a d e das Águas u t i l i z a d o p e l a CETESB
ê d e t e r m i n a d o em função de um p r o c e s s o m u l t i p l i c a t i v o que e n
-v o l -v e 09 (no-ve) parâmetros: OD, DB05, C o l i f o r m e F e c a l ,
Temper a t u Temper a , pH, NitTemperogênio T o t a l , FósfoTempero T o t a l e T u Temper b i d e z , d e f i
-n i d o p e l a s e g u i -n t e expressão:
i q a
= ;
q iw .
i = l
onde:
IQA = índice de q u a l i d a d e das águas, um número e n t r e 0 e 10 0;
= q u a l i d a d e do iêsimo parâmetro, um número e n t r e 0 e 1 0 0 ,
o b t i d o do " g r a f i c o de q u a l i d a d e " r e s p e c t i v o em função
de sua concentração ou medida;
40
função da importância desse parâmetro para a conformação
g l o b a l da q u a l i d a d e , um número e n t r e 0 e 1 ;
n
tt w^=l - sendo n, número de parâmetros que entram no
cálcu-l o do IQA.
As c u r v a s da função de q u a l i d a d e de cada parâmetro
u t i l i z a d a nos cálculos do IQA e os r e s p e c t i v o s pesos estão
a p r e s e n t a d o s na F i g u r a I V - 1 .
Com os r e s u l t a d o s d e t e r m i n a d o s p a r a cada parâmetro
nos r e s p e c t i v o s gráficos de q u a l i d a d e , a v a l i a - s e os q.^, p o r
exemplo, p a r a 80% de saturação de OD, obtém-se no r e s p e c t i v o
gráfico q^ = 86. E l e v a s e e s t e v a l o r ao expoente i g u a l ao p e
-0 17
so atribuído ao OD que ê 0,17 e obtém-se 86 ' = 2 , 1 3 . Repe
t i d a e s t a operação p a r a os demais parâmetros, e f e t u a - s e o p r o
d u t o d e l e s . O r e s u l t a d o será o IQA da a m o s t r a .
A q u a l i d a d e das águas i n d i c a d a p e l o IQA, numa e s c a
l a de 0 a 100, tem o s e g u i n t e s i g n i f i c a d o p a r a o a b a s t e c i m e n
-t o público como água b r u -t a :
80 - 100 - q u a l i d a d e ótima
52 -
79 - q u a l i d a d e boa
37 -
51 - q u a l i d a d e aceitável
20 -
36 - imprópria p a r a t r a t a m e n t o s c o n v e n c i o n a i s
0 -
19 - imprópria
Embora o IQA a p l i c a d o p e l a CETESB p e r m i t a c o n s i d e
r a r a t e m p e r a t u r a através do gráfico de q u a l i d a d e de água c o r
r e s p o n d e n t e , e s t e parâmetro só ê utilizável em casos p a r t i c u
-l a r e s onde e x i s t e um nítido d e s v i o de t e m p e r a t u r a em re-lação
â que s e r i a n o r m a l (ou de equilíbrio) no momento da c o l e t a .
Como e s t e caso não f o i a i n d a c a r a c t e r i z a d o nos
pon-t o s de amospon-tragem, e s pon-t a pon-t e m p e r a pon-t u r a pon-tem e n pon-t r a d o no cálculo do
IQA com d e s v i o z e r o , p a r t i c i p a n d o , p o r t a n t o , com o v a l o r c o r
-r e s p o n d e n t e ã m e l h o -r q u a l i d a d e .
Para l e v a r em c o n t a os e l e m e n t o s tóxicos ( m e t a i s pe
sados) que não são incluídos no j o g o de parâmetros que compõem
o IQA, a d o t o u - s e um i n d i c a d o r b i v a l e n t e que assume v a l o r ze
r o , caso q u a l q u e r parâmetro tóxico do c o n j u n t o c o n s i d e r a d o u l
t r a p a s s e o l i m i t e p e r m i t i d o , ou 1 (um), quando nenhum
elemen-t o elemen-tóxico excede o l i m i elemen-t e . A s s i m , a n o elemen-t a f i n a l de um c o r p o
d'água num d e t e r m i n a d o p o n t o de amostragem deve r e s u l t a r do
p r o d u t o do IQA ( c a l c u l a d o em função dos 09 parâmetros m e n c i o
-nados) p e l o I T - índice de T o x i c i d a d e . Essa n o t a f i n a l c o n f i r
ma a n o t a atribuída p e l o IQA, ou é a n u l a d a em f a c e da p r e s e n
-ça de substâncias tóxicas em concentração acima das
permissí-v e i s .
A título de ilustração, a p r e s e n t a - s e , na tabela I V - 1 ,
uma aplicação típica do IQA. T r a t a - s e do cálculo do IQA p a r a
a a m o s t r a c o l e t a d a no d i a 03.01.79, âs 15:00 h o r a s , no p o n t o
01SP05GA1150, da Rede Básica de Amostragem. E s t e p o n t o está
l o c a l i z a d o no Reservatório de G u a r a p i r a n g a , mais p r e c i s a m e n t e
no c a n a l de captação da SABESP.
O v a l o r do IQA, c a l c u l a d o na t a b e l a I V - 1 , aparece na
c o l u n a c o r r e s p o n d e n t e ao mês de j a n e i r o ( t a b e l a IV-2) que mos
t r a os r e s u l t a d o s dos Parâmetros e I n d i c a d o r e s de Q u a l i d a d e
das Águas p a r a 12 amostras c o l e t a d a s em 1979, no reservatório
de G u a r a p i r a n g a .
42
TABELA I V - 1
APLICAÇÃO TÍPICA DO IQA
CÁLCULO DO IQA DA AMOSTRA COLETADA EM 03.01.79 ÁS 15:00 HORAS
NO PONTO 01SP05GA 1150 - RESERVATÓRIO DE GUARAPIRANGA, NO
CA-NAL DE CAPTAÇÃO DA SABESP.
Parâmetros
V a l o r e s
Observados
Avaliação
I n d i v i d u a l
da Q u a l i
-dade
Pesos
(w
i)
Avaliação
G l o b a l da
Q u a l i d a d e
(q.w.)
T e m p e r a t u r a da
Água (°C)
27
94
0,10
1,58
pH
6,3
83 ,8
0,12
1,67
OD (% de s a t u r a
ção)
90 ,6
93,4
0,17
2,16
DBO 5,20 (mg/l)
3
68,0
0,10
1,52
C o l i - F e c a l (NMP/
lOOml)
27
54,8
0,15
1,82
Nitrogênio T o t a l
(mg/l)
0,68
92,9
0,10
1,57
Fósforo T o t a l
(mg/l)
0,029
97,8
0,10
1,58
Resíduo T o t a l
(mg/l)
75
86 ,5
0 ,08
1,43
T u r b i d e z (UFT)
40
43,9
0,08
1,35
IQA =
Tf q ± 1= 76
i = l
FONTE: ( 9 ) .
Coliformes p e c o u pH Demanda Bloauenlca «o Oiiçên» s-ero i » 1 poro 1 • * pare l • 3
E s c a l a logorftm iea j g 5^ para interpolação Nitrogênio Total para i » 4 O IO 33 30 * 0 30 6 0 TO SO 90 IOC N.T. » g / L Neta. s . H T > IOO.0 q4» 1.0 « 4 " 0,10 P O - - T m g / L Nota-, se P 04 - T > 10.0 o^ « 5 . 0 0.10 Temperature
i Afastamento da Temperatura i e Equlibrie) para l e t ] 90 8 0 TO 1, 90 8 0 TO
/
V 90 8 0 TOn
/
» 4 0 VI r » 4 0 VI » 4 0 VI 2 0 Ml O .5 IC At. * C Notai se A t < - 5 . 0 . a ' indefinido so 4 t > 15.0. a • 9j0 w6- O . I O Tyrbidei para 1 » 7 Resíduos Total para i > 8 Oxigénio Dissolvido para i • 9 O 10 Z 0 3 O 40 30 6 0 70 80 9 C I O 0 Tarkidez . U F T .Note- s e torbidei > lOO, c,7 • 5 . 0
w7 s 0 . 0 « 9C1 7< çr