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Medição e modelação de difusividades em CO2 supercrítico e etanol

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Universidade de Aveiro Departamento de Qu´ımica 2015

Joana

Duarte Cordeiro

Medi¸

ao e modela¸

ao de difusividades em CO

2

supercr´ıtico e etanol

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Universidade de Aveiro Departamento de Qu´ımica 2015

Joana

Duarte Cordeiro

Medi¸

ao e modela¸

ao de difusividades em CO

2

supercr´ıtico e etanol

Disserta¸c˜ao apresentada `a Universidade de Aveiro para cumprimento dos re-quisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Engenharia Qu´ımica, realizada sob a orienta¸c˜ao cient´ıfica do Doutor Carlos Manuel Santos Silva, Professor Auxiliar do Departamento de Qu´ımica da Universidade de Aveiro.

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o j´uri

presidente Doutora Maria Inˆes Purcell de Portugal Branco

Professora Auxiliar do Departamento de Qu´ımica da Universidade de Aveiro

Doutor Carlos Manuel Santos da Silva

Professor Auxiliar do Departamento de Qu´ımica da Universidade de Aveiro

Doutora Patr´ıcia Ferreira Lito

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agradecimentos Desejo agradecer aos meus pais pela oportunidade que me proporcionaram de frequentar um curso superior e por todo o apoio e paciˆencia demonstrados ao longo destes anos.

Ao Professor Doutor Carlos Manuel Silva gostaria de agradecer pela oportuni-dade que me deu de realizar esta disserta¸c˜ao, todo o apoio e orienta¸c˜ao.

`

A Doutora Ana Magalh˜aes gostaria de agradecer por toda a ajuda prestada. A todo grupo Egichem desejo agradecer pelo bom ambiente de trabalho que me proporcionaram, nomeadamente ao Ivo gostaria de agradecer por toda a ajuda.

Por fim, os meus agradecimentos a todos os meus colegas e amigos de curso, ao Cristofe por toda a ajuda, apoio demonstrado ao longo da realiza¸c˜ao da presente tese, `a Ana Arˆede, Ana Martins, S´ergio, Mariana, Marta Reinas, Ana Filipa, Frederico Relvas, por toda a amizade e companheirismo demonstrados ao longo destes anos e `as minha colegas de casa Maria e Patr´ıcia gostaria de agradecer toda a boa disposi¸c˜ao e apoio nestes ´ultimos meses.

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Palavras-chave CIR, CPB, Coeficiente de difus˜ao, Complexos acetilacetonato met´alicos, Di´oxido de Carbono Supercr´ıtico, Etanol, Medi¸c˜ao experimental, M´etodo cromatogr´afico, Mo-dela¸c˜ao.

Resumo Apesar da sua grande importˆancia e necessidade em diferentes ´areas cient´ıficas e in-dustriais, existe ainda uma falta de dados experimentais de coeficientes de difus˜ao em di´oxido de carbono supercr´ıtico (SC-CO2) e outros solventes. Por esta raz˜ao, o principal objetivo deste trabalho foi a medi¸c˜ao de difusividades, D12, de complexos acetilacetonato met´alicos em SC-CO2e em etanol, recorrendo a dois m´etodos croma-togr´aficos.

A medi¸c˜ao experimental de D12 do acetilacetonato de cr´omio, Cr(acac)3, em SC-CO2foi efetuada pelo m´etodo de Resposta a um Impulso Cromatogr´afico, CIR. Esta metodologia foi at´e agora explorada unicamente pelo grupo do Professor Funazukuri no Jap˜ao, e com esta disserta¸c˜ao tornamo-nos no segundo grupo a implement´a-la a n´ıvel mundial. A valida¸c˜ao do equipamento e do procedimento experimental foi feita medindo difusividades de Pd(acac)2e de fenol em SC-CO2, para os quais h´a valores de D12 publicados na literatura; para o efeito foram preparadas misturas de fenol em acetona e de Pd(acac)2 em clorof´ormio. As difusividades do Cr(acac)3 em SC-CO2 foram determinadas no intervalo de temperaturas 308.15–333.15 K e no intervalo de press˜oes 125–250 bar, encontrando-se os seus valores entre 0.570×10−4 cm2/s e 1.529×10−4 cm2/s.

Numa segunda parte do trabalho experimental, as medi¸c˜oes de D12 do Cr(acac)3, Pd(acac)2, Ni(acac)2e VO(acac)2em etanol l´ıquido foram feitas `a press˜ao atmosf´erica, entre 308.15 e 333.15 K, pelo m´etodo de Abertura do Pico Cromatogr´afico, CPB. Em termos te´oricos, realizou-se um estudo detalhado dos dados obtidos, analisando-se as suas dependˆencias com a temperatura, press˜ao, densidade do solvente e coordenadas de Stokes-Einstein. Compararam-se ainda os valores obtidos com os de outros comple-xos acetilacetonato met´alicos reportados na literatura. Seguidamente estimaram-se as difusividades dos v´arios solutos com v´arios modelos. Verificou-se que os diversos mo-delos em estudo produziram genericamente bons resultados em SC-CO2(erros m´edios entre 1.95 e 3.8 %), `a exce¸c˜ao da correla¸c˜ao de Reddy-Doraiswamy (erro de 98.0 %), de Tyn-Calus (erro de 13.2%), Wilke-Chang (erro de 8.9 %) e Catchpole-King (erro de 7.81 %) . No caso dos dados em etanol os melhores resultados foram fornecidos pelas equa¸c˜oes de Magalh˜aes et al.. Em termos mecan´ısticos, confirmou-se que as difusividades seguem um comportamento hidrodinˆamico e s˜ao bem interpretadas pela teoria do volume livre. Mostrou-se ainda que os diˆametros efetivos dos solutos estu-dados dependem apenas da temperatura. Por ´ultimo, com o objetivo de superar as limita¸c˜oes das express˜oes da literatura, trabalhou-se no desenvolvimento de um mo-delo estat´ıstico para D12, e para tal completou-se uma base de dados j´a existente, constitu´ıda por 156 sistemas e 4425 pontos, tendo-se acrescentado v´arios descritores

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Abstract Despite their importance and necessity in different scientific and industrial areas, there is a lack of experimental diffusion coefficients in supercritical carbon dioxide (SC-CO2) and other solvents. For this reason, the main objective of this work was the measurement of diffusivities, D12, of metallic acetilacetonate complexes in SC-CO2 and ethanol, by two chromatographic methods.

The D12 experimental measurements of chromium acetilacetonate, Cr(acac)3, in SC-CO2were performed by Chromatographic Impulse Response method , CIR. This metho-dology has been, so far, solely explored by Professor Funazukuri’s group in Japan, us becoming the second group to implement it at a worldwide level with this dissertation. The validation of experimental equipment and procedure was carried out by measu-ring the diffusivities of Pd(acac)2and phenol in SC-CO2, for which various D12 data are published in the literature; for this, solutions of phenol in acetone and Pd(acac)2 in chloroform were prepared. The diffusivities of Cr(acac)3 in SC-CO2were determi-ned in the temperature range of 308.15-333.15 K and pressure range of 125-250 bar, providing D12 values between 0.570×10−4 cm2/s and 1.529×10−4 cm2/s.

On the second part of this experimental work, the D12measurements of the Cr(acac)3, Pd(acac)2, Ni(acac)2 e VO(acac)2 in ethanol liquid were performed at atmospheric pressure, between 308.15 and 333.15 K, by the Chromatographic Peak Broadening method, CPB.

In theoretical terms, a detailed study to the dependencies of D12 upon temperature, pressure, density and Stokes Einstein coordinates was performed. Additionally, a com-parison of the obtained values with other metal acetylacetonate complexes, reported in the literature, was made. Then, the diffusivities of the different solutes were esti-mated with various models. It was found that the models provided good results for SC-CO2 data (average error between 1.95 and 3.6 %) with the exception of Reddy-Doraiswamy (error 98.0 %), the Tyn-Calus (error 13.2%), Wilke-Chang (error 8.9 %) and e Catchpole-King (error 7.81 %). Regarding ethanol’s data, the best results were achieved by the equations of Magalh˜aes et al.. In mechanistic terms, it was confirmed the diffusivities follow a hydrodynamic behaviour and are well interpreted by the free volume theory. It was also shown that the effective diameters of the studied solutes depend solely on the temperature. Finally, in order to overcome the literature expres-sions limitations, work was made on developing a D12 statistical model, for which a data base comprised of 156 systems and 4425 points was completed with the molecular descriptors of solutes and solvents.

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Conte ´udo

Conte ´udo i

Lista de Figuras iii

Lista de Tabelas v

Nomenclatura vii

1 Introduc¸˜ao 1

2 Medic¸˜ao experimental de coeficientes de difus˜ao bin´aria, D12 5

2.1 M´etodo de dispers˜ao de Taylor . . . 5

2.2 M´etodo de dispers˜ao de Taylor modificado . . . 11

2.3 M´etodo cromatogr´afico de resposta a um impulso . . . 11

3 Modelac¸˜ao 15 3.1 Equac¸˜ao Wilke-Chang . . . 15

3.2 Equac¸˜ao Wilke-Chang modificada . . . 16

3.3 Equac¸˜ao de Tyn-Calus . . . 16

3.4 Reddy-Doraiswamy . . . 17

3.5 Modelo de Volume Livre de Dymond . . . 17

3.6 Correlac¸˜oes emp´ıricas e semi-emp´ıricas . . . 17

3.7 Correlac¸˜ao de Catchpole-King . . . 18

3.8 Modelo TLSM . . . 19

3.9 Modelo universal de base molecular . . . 20

4 Trabalho experimental 23 4.1 Descric¸˜ao do equipamento . . . 23

4.2 Procedimento experimental . . . 25

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5 Resultados e discuss˜ao 27

5.1 Determinac¸˜ao do diˆametro da coluna . . . 27

5.2 Validac¸˜ao do equipamento experimental . . . 27

5.2.1 Determinac¸˜ao de D12do Fenol e Acetona em SC-CO2 . . . 28

5.2.2 An´alise dos resultados obtidos e comparac¸˜ao com valores existentes na literatura 28 5.2.3 Comparac¸˜ao dos valor experimentais com valores obtidos atrav´es modelos da literatura . . . 30

5.3 Determinac¸˜ao do D12de complexos acetilacetonatos met´alicos em SC-CO2 . . . 31

5.3.1 Medic¸˜ao do D12do Acetilacetonato de Pal´adio em SC-CO2 . . . 31

5.3.2 Determinac¸˜ao do D12do acetilacetonato de cr´omio em SC-CO2 . . . 32

5.3.3 Comparac¸˜ao dos valores experimentais com valores estimados atrav´es de mo-delos da literatura . . . 40

5.3.4 Comparac¸˜ao dos valores de D12 do Cr(acac)3 com os valores de D12 do Pt(acac)2, Pd(acac)2e Co(acac)3 . . . 42

5.4 Determinac¸˜ao do D12de complexos acetilacetonatos met´alicos em Etanol . . . 44

5.4.1 Determinac¸˜ao D12em etanol . . . 44

5.4.2 Comparac¸˜ao dos valor experimentais com valores obtidos atrav´es modelos da literatura . . . 48

5.4.3 Modelac¸˜ao . . . 48

5.4.4 Comparac¸˜ao dos valores de D12do Ni(acac)2, Pd(acac)2, Cr(acac)3e VO(acac)2 com os valores de D12do Li(acac), Rh(acac)3, Ru(acac)3e Co(acac)3 . . . . 50

6 Conclus˜oes e sugest˜oes de trabalho futuro 51

Bibliografia 53

A Reagentes usados i

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Lista de Figuras

1.1 Variac¸˜ao da densidade do CO2com a press˜ao para as temperaturas 33, 35, 40, 50, 70

e 100oC, adaptado de [18]. . . 2 2.1 Representac¸˜ao esquem´atica do modelo de Taylor, adaptado de [30]. . . 6 2.2 Representac¸˜ao esquem´atica do fluxo secund´ario presente numa coluna enrolada em

bobina, adaptado de [34]. . . 9 2.3 Esquema do equipamento usado na t´ecnica CPB. . . 11 2.4 Representac¸˜ao esquem´atica do m´etodo de Taylor modificado, adaptado de [19]. . . . 12 2.5 Representac¸˜ao esquem´atica do m´etodo cromatogr´afico de resposta a impulso (CIR),

adaptado de [19]. . . 12 4.1 Equipamento experimental: 1-Banho de ´agua; 2-Bomba do SC-CO2; 3-Bomba de

solvente ou cossolvente; 4-Estufa; 5-Detetor UV-vis; 6-V´alvula de injec¸˜ao; 7-BPR; 8-Medidor de bolha de sab˜ao. . . 24 4.2 Programa de aquisic¸˜ao de dados LabVIEWr. . . 25 4.3 Diagrama representativo da instalac¸˜ao experimental, onde:1-Garrafa de CO2; 2-Bomba

de seringa; 3-Banho de ´agua; 4-Dep´osito de solvente ou Cossolvente; 5-Bomba se-ringa; 6-Coluna de pr´e-aquecimento e pr´e-mistura; 7-Injetor; 8-Estufa; 9-Coluna de difus˜ao; 10-Detetor UV-Vis; 11-BPR; 12-Computador; 13-Medidor de bolha de sab˜ao. 26 5.1 Resposta experimental para medic¸˜ao da difusividade da acetona (1osinal) e do fenol

(2osinal) em SC-CO2a 175 bar e 323.15 K. . . 28

5.2 Comparac¸˜ao entre valores de D12 experimentais (a cheio) e os dados da literatura

(sem preenchimento) para o fenol e a acetona. . . 30 5.3 Curva de resposta experimental para medic¸˜ao da difusividade do clorof´ormio (1osinal)

e do Pd(acac)2(2osinal) em SC-CO2a 250 bar e 333.15 K. . . 31

5.4 (a)-Coeficiente de difus˜ao bin´aria do Pd(acac)2em SC-CO2(dados experimentais, a

cheio, e dados da literatura, sem preenchimento)); (b)-Desvios relativos dos dados experimentais em relac¸˜ao aos dados da literatura. . . 33

(16)

5.5 Representac¸˜ao da variac¸˜ao do valor de D12do C(acac)3em SC-CO2, (a) e k (b) com

o comprimento de onda, `a press˜ao de 150 bar e `a temperatura de 313.15 K. . . 34 5.6 Curva resposta experimental para medic¸˜ao da difusividade do etanol (1osinal) e do

Cr(acac)3(2osinal) em SC-CO2`a press˜ao de 250 bar e `a temperatura de 333.15 K. . 35

5.7 Valor de D12, exp(a) e k (b) para 10 injec¸˜oes de Cr(acac)3 em SC-CO2, `a press˜ao de

150 bar e `a temperatura de 333.15K. . . 37 5.8 Coeficiente de difus˜ao bin´aria do Cr(acac)3em SC-CO2 em func¸˜ao da press˜ao, para

v´arias temperaturas. . . 37 5.9 Coeficiente de difus˜ao bin´aria do Cr(acac)3em SC-CO2em func¸˜ao da temperatura,

para v´arias press˜oes. . . 38 5.10 Coeficiente de difus˜ao bin´aria do Cr(acac)3em SC-CO2em func¸˜ao da densidade do

solvente . . . 39 5.11 Coeficiente de difus˜ao bin´aria do Cr(acac)3em SC-CO2representado em coordenadas

de Stokes-Einstein. . . 39 5.12 Efeito da press˜ao (a) e da densidade (a) do SC-CO2no valor de k. . . 40

5.13 Comparac¸˜ao das difusividades experimentais do Cr(acac)3em SC-CO2com os

valo-res calculados pelos modelos de Wilke-Chang, Catchpole-King e Wilke-Chang mo-dificado. . . 41 5.14 D12/T em func¸˜ao η1para Pt(acac)2, Pd(acac)2, Cr(acac)3e Co(acac)3[70, 71]. . . . 42

5.15 Variac¸˜ao de D12com o valor de M2`a press˜ao 150 e 200 bar e `a temperatura de 313.15

e 333.15 K. . . 43 5.16 Coeficiente de difus˜ao bin´aria de Cr(acac)3; Pt(acac)2; Pd(acac)2e Co(acac)3em

SC-CO2em func¸˜ao do diˆametro de Lennard-Jones do soluto. . . 44

5.17 Dependˆencia de D12, ε e Absorvˆancia normalizada (Absm´axima/ ´Areapico) com o

com-primento de onda do acetilacetonato de n´ıquel (a), (c) e (e) e do acetilacetonato de vanadilo (b), (d) e (f). . . 46 5.18 Coeficientes de difus˜ao bin´aria do Ni(acac)2, Pd(acac)2, Cr(acac)3 e VO(acac)2 em

etanol em func¸˜ao da temperatura, a press˜ao atmosf´erica. . . 47 5.19 Representac¸˜ao gr´afica de D12/T do acetilacetonato de cr´omio (a) e acetilacetonato

pal´adio(b) em func¸˜ao da viscosidade do solvente, etanol e CO2supercr´ıtico (-)

repre-senta a equac¸˜ao (5.1), (valores de D12 de Pd(acac)2 em SC-CO2 retirados de [70]).

. . . 49 5.20 Dependˆencia do D12 do Ni(acac)2, Pd(acac)2, Cr(acac)3, VO(acac)2, Li(acac)[80],

(17)

Lista de Tabelas

4.1 Caracter´ısticas das colunas de difus˜ao utilizadas nas experiˆencias. . . 24 5.1 Tempos de sa´ıda do tolueno e do diclorometano, para caudal do solvente (n-hexano)

de 0.15mL/min. . . 27 5.2 Condic¸˜oes experimentais e valores de coeficientes de difus˜ao do fenol e acetona em

SC-CO2medidos. . . 29

5.3 Tabela comparativa dos valores de D12experimentais e os valores presentes na literatura. 29

5.4 Tabela comparativa dos AARDs de cada modelo, para as medic¸˜oes do D12do fenol e

da acetona em SC-CO2. . . 30

5.5 Valores de D12 do Pd(acac)2 obtidos experimentalmente e respetivos desvios em

relac¸˜ao a valores reportados na literatura. . . 32 5.6 Condic¸˜oes experimentais e valores de difusividade do Cr(acac)3em SC-CO2obtidos

experimentalmente. . . 36 5.7 Tabela comparativa dos AARDs de cada modelo, para as medic¸˜oes do D12do Cr(acac)3

em SC-CO2. . . 41

5.8 Massa molecular e parˆametros de Lennard-Jones (σLJ,2, εLJ,2/kB) dos compostos puros. 43

5.9 Condic¸˜oes experimentais e valores de difusividade do Ni(acac)2, Pd(acac)2,Cr(acac)3

e VO(acac)2em etanol obtidos experimentalmente. . . 47

5.10 Tabela comparativa dos AARDs de cada modelo, para as medic¸˜oes do D12do Cr(acac)3,

do Pd(acac)2, do Ni(acac)2e do VO(acac)2em etanol. . . 48

5.11 Parˆametros otimizados da equac¸˜ao (5.1) para determinac¸˜ao do D12, coeficiente de

determinac¸˜ao (R2) e AARD. . . 49 A.1 Lista de reagentes usados, f´ormula de estrutura, fornecedores e pureza. . . i B.1 Propriedades dos compostos puros. . . ii

(18)
(19)

Nomenclatura

Lista de S´ımbolos

¯u Velocidade m´edia do solvente

¯t Tempo m´edio

∑v,1 Volumes difusivos

di diˆametro interno da coluna

F12 Fator de correc¸˜ao do sistema de esfera r´ıgida

VD Constante relacionada com solvente, modelo de Dymond

Ca Concentrac¸˜ao m´edia aproximada do soluto

D12 Coeficiente de difus˜ao bin´aria

ED Energia de ativac¸˜ao para o processo de difus˜ao

g(σ12,eff) Func¸˜ao distribuic¸˜ao radial no ponto de contato

J Fluxo

kB Constante de Boltzmann

M Massa molecular

Na Constante de Avogadro

P Press˜ao

Rg Constante universal dos gases

Vbp Volume molar `a temperatura normal de ebulic¸˜ao

W0.607 Meia largura do pico a 60.7 %

(20)

A Area da secc¸˜ao´

B Constante caracter´ıstica do solvente-soluto, modelo de Dymond

C Concentrac¸˜ao

D1 Autodifusividade

De N´umero de Dean

F Fator corretivo da autodifusividade, modelo de Catchpole-King H Altura do prato te´orico

K Coeficiente de dispers˜ao k Fator de retenc¸˜ao

L Comprimento do tubo

m Quantidade de soluto injetada

Q Caudal volum´etrico

R Raio interno do tubo

r Coordenada radial Rc Raio da bobina Re N´umero de Reynolds S10 Fator de simetria Sc N´umero de Schmidt T Temperatura tR Tempo de retenc¸˜ao V Volume

X Fator corretivo da autodifusividade, modelo de Catchpole-King

x Coordenada axial

Lista de Abreviaturas

AARD Desvio absoluto m´edio relativo, AARD(%) = NDP100 ∑NDPi=1

D12,calc−D12,exp D12,exp i

(21)

BPR Back pressure regulator

CIR M´etodo de resposta a impulso cromatogr´afico Co(acac)3 Acetilacetonato de Cobalto

CPB M´etodo Cromatogr´afico por abertura do pico Cr(acac)3 Acetilacetonato de Cr´omio

Me(acac)x Complexo met´alico de acetilacetonato

NDP N´umero de pontos experimentais Ni(acac)2 Acetilacetonato de N´ıquel

Pd(acac)2 Acetilacetonato de Pal´adio

Pt(acac)2 Acetilacetonato de Platina

RD Desvio relativo, RD(%) = D12,exp−D12,lit

D12,lit × 100

Rh(acac)3 Acetilacetonato de R´odio

Ru(acac)3 Acetilacetonato de Rut´enio

SC-CO2 Di´oxido de Carbono supercr´ıtico

TLSM Modelo de determinac¸˜ao do coeficiente de difus˜ao bin´aria derivado por Liu, Silva e Macedo

VO(acac)2 Acetilacetonato de Vanadilo

Letras Gregas

δ (x) Func¸˜ao delta de Dirac εi,LJ Parˆametro de Lennard-Jones

η Viscosidade

λ Comprimento de onda

φ Fator adimensional de associac¸˜ao do solvente

ρ Densidade

σ2 Variˆancia

(22)

σi Diˆametro do componente i

τ Tens˜ao superficial

ε Raiz quadrada do erro quadr´atico m´edio

Subscrito 1 Solvente 12 Bin´ario 2 Soluto bp Propriedade de ebulic¸˜ao c Propriedade cr´ıtica

calc Valor calculado

eff Diˆametro efetivo da esfera r´ıgida

exp Experimental

i Mol´ecula i

lit Valor apresentado na literatura

LJ Lennard-Jones

opt Propriedade ´otima

Sobrescrito

(23)

Cap´ıtulo 1

Introduc¸˜ao

Em diversas ´areas da ind´ustria e tecnologia como a qu´ımica, farmacˆeutica, metal´urgica e a am-biental, o conhecimento de propriedades de transporte, nomeadamente difusividade, viscosidade e condutividade t´ermica, ´e essencial para modelac¸˜ao, projeto, otimizac¸˜ao e scale-up adequados de pro-cessos que envolvam fen´omenos de transferˆencia de massa, calor e quantidade de movimento [1]. O transporte molecular ´e um dos fatores limitantes mais frequentes dos processos de engenharia qu´ımica que envolvem transferˆencia de massa, como por exemplo processos de absorc¸˜ao, extrac¸˜ao e reac¸˜oes qu´ımicas heterog´eneas [2].

Entende-se por difus˜ao o processo no qual mol´eculas, i˜oes ou part´ıculas pequenas se movimentam espontaneamente de regi˜oes de maior concentrac¸˜ao para regi˜oes de menor concentrac¸˜ao, sendo por isso um fen´omeno resultante de um gradiente de concentrac¸˜ao existente no sistema, o qual ´e descrito matematicamente pela lei de Fick:

J2,x= −D12

dC2

dx (1.1)

onde J2,xrepresenta o fluxo difusivo, C2a concentrac¸˜ao de soluto e D12o coeficiente de difus˜ao do

soluto (2) no solvente (1).

Esta admite que o coeficiente de difus˜ao, representa uma proporcionalidade entre um fluxo difu-sivo e um gradiente de concentrac¸˜ao. A estimativa de fluxos difudifu-sivos e perfis de concentrac¸˜ao, pela lei de Fick, pressup˜oe um conhecimento pr´evio dos valores de difusividade para o sistema em es-tudo, no entanto a inexistˆencia de uma teoria universal adequada, torna a sua obtenc¸˜ao limitada. Esta situac¸˜ao exige que, para um grande n´umero de sistemas, seja fundamental a medic¸˜ao experimental dos valores de difusividade [3].

A presente dissertac¸˜ao tem como objetivo principal a obtenc¸˜ao experimental de coeficientes de di-fus˜ao bin´aria de complexos acetilacetonato met´alicos em di´oxido de carbono supercr´ıtico e etanol. Os complexos acetilacetonato met´alicos s˜ao complexos organomet´alicos constitu´ıdos por ani˜oes acetila-cetonatos e cati˜oes met´alicos, normalmente metais de transic¸˜ao. Estes compostos s˜ao caracterizados pela sua invulgar estabilidade t´ermica, volatilidade e solubilidade em l´ıquidos orgˆanicos, garantido,

(24)

CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

estas caracter´ısticas, diversas aplicac¸˜oes em processos industriais, como por exemplo: como cata-lisador em reac¸˜oes orgˆanicas[4–6], nas ind´ustrias das borrachas, pol´ımeros, pl´asticos e tintas como aditivos, nos processos de extrac¸˜ao e separac¸˜ao de metais e como semicondutores [7–11].

A combinac¸˜ao da qu´ımica organomet´alica com fluidos supercr´ıticos apresenta uma vasta gama de aplicac¸˜oes potenciais [12–15]. Fluidos supercr´ıticos s˜ao fluidos cuja temperatura e press˜ao se encontra simultaneamente acima do ponto cr´ıtico. Estes podem penetrar-se num s´olido e dissolver compostos como um l´ıquido. Uma outra caracter´ıstica importante ´e o facto de, perto do ponto cr´ıtico, a viscosidade e a densidade destes fluidos se alterarem drasticamente com pequenas alterac¸˜oes de press˜ao e temperatura, como apresentado na Figura 1.1, tornando f´acil o ajuste das suas propriedades. Nos ´ultimos anos os fluidos supercr´ıticos tˆem vindo a receber um especial destaque devido `as suas comprovadas aplicac¸˜oes nas ind´ustrias qu´ımica, farmacˆeutica, alimentar e petrol´ıfera [16]. O aspeto crucial para o projeto e otimizac¸˜ao de processos que envolvam fluidos supercr´ıticos ´e a disponibili-dade de dados precisos e fidedignos de coeficientes de solubilidisponibili-dade e transferˆencia de massa, como por exemplo D12. O di´oxido de carbono supercr´ıtico ´e o fluido supercr´ıtico mais usado em aplicac¸˜oes

industriais e na ´area da investigac¸˜ao, uma vez que apresenta baixa toxicidade, n˜ao ´e inflam´avel, ´e inerte e apresenta baixo custo. Al´em disso ´e considerado um solvente verde e vers´atil, apresentando uma temperatura e uma press˜ao cr´ıticas relativamente baixas (Tc= 31.05oC e Pc= 73.90 bar), sendo

por isso uma boa alternativa aos solventes convencionais[17]. Assim, torna-se essencial a obtenc¸˜ao experimental das suas propriedades de transporte, nomeadamente coeficientes de difus˜ao, de modo a ser poss´ıvel estimar as suas propriedades de transferˆencia de massa e se possam aplicar no desenvol-vimento de processos `a escala comercial.

Figura 1.1: Variac¸˜ao da densidade do CO2com a press˜ao para as temperaturas 33, 35, 40, 50, 70 e

(25)

CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

Estrutura da dissertac¸˜ao

A dissertac¸˜ao encontra-se dividida em seis cap´ıtulos. No Cap´ıtulo 2 encontram-se descritas as diferentes t´ecnicas experimentais de medic¸˜ao do coeficiente de difus˜ao bin´ario, D12, sendo feita uma

an´alise pormenorizada do m´etodo cromatogr´afico, que ´e o utilizado no presente trabalho, e a todas as suas vertentes.

No Cap´ıtulo 3 s˜ao apresentados diversos modelos de D12, os quais foram testados com os dados

obtidos, por forma a avaliar a sua validade e aplicabilidade.

O equipamento experimental utilizado e o procedimento realizado para a medic¸˜ao dos valores de difusividades experimentais encontra-se descrito no Cap´ıtulo 4.

No Cap´ıtulo 5, ´e inicialmente feita a validac¸˜ao da metodologia experimental utilizada, posterior-mente s˜ao apresentados e discutidos os resultados das medic¸˜oes, ´e tamb´em efetuada uma comparac¸˜ao dos valores de D12obtidos experimentalmente com os valores de D12estimados por modelos

presen-tes na literatura, seja para as medic¸˜oes em di´oxido de carbono supercr´ıtico seja para etanol.

As principais conclus˜oes retiradas do trabalho realizado e algumas propostas de trabalho futuro encontram-se compiladas no Cap´ıtulo 6.

(26)
(27)

Cap´ıtulo 2

Medic¸˜ao experimental de coeficientes de

difus˜ao bin´aria, D

12

A medic¸˜ao de coeficientes de difus˜ao bin´aria, D12, de v´arios compostos orgˆanicos em fluidos

su-percr´ıticos e em solventes orgˆanicos tem vindo a ser estudada h´a aproximadamente quatro d´ecadas [19], existindo v´arios m´etodos experimentais para a sua determinac¸˜ao, podendo estes ser classificados em cinco diferentes categorias: m´etodo de abertura do pico cromatogr´afico, usualmente designado apenas de m´etodo cromatogr´afico (CPB); t´ecnica de dissoluc¸˜ao de s´olidos (SD); espectroscopia de foto-correlac¸˜ao (PCS); ressonˆancia magn´etica e nuclear (NMR); resposta a tracer radioactivo (RTR) [20]. No presente trabalho recorreu-se ao m´etodo cromatogr´afico, sendo as suas bases te´oricas anali-sadas de seguida.

2.1

M´etodo de dispers˜ao de Taylor

O m´etodo cromatogr´afico, tamb´em conhecido por m´etodo de dispers˜ao de Taylor, baseia-se no trabalho desenvolvido por Taylor [21–23] e mais tarde reformulado por Aris [24]. Giddings e a sua equipa de trabalho foram os primeiros a aplicar este m´etodo na determinac¸˜ao de difusividades, comec¸ando por tratar misturas gasosas a baixas press˜oes [25], posteriormente gases densos [26], estendeu-se depois o estudo a l´ıquidos [27] e mais recentemente a fluidos supercr´ıticos [28]. ´E um m´etodo de resposta transiente relativamente r´apido e de execuc¸˜ao f´acil [20], fornecendo valores de di-fusividade precisos [29], quando comparado com os m´etodos que operam sob condic¸˜oes estacion´arias. Esta t´ecnica assenta na dispers˜ao de um pulso de soluto numa corrente de solvente a circular em escoamento laminar Newtoniano, ao longo de um tubo circular, como representado na Figura 2.1.

(28)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

Figura 2.1: Representac¸˜ao esquem´atica do modelo de Taylor, adaptado de [30].

A dispers˜ao do pulso deve-se `a ac¸˜ao combinada da convecc¸˜ao axial do solvente e da difus˜ao molecular na direc¸˜ao radial, sendo o perfil de concentrac¸˜ao do soluto descrito matematicamente pela seguinte equac¸˜ao: D12  ∂2C ∂ r2 + 1 r ∂C ∂ r + ∂2C ∂ x2  =∂C ∂ t + 2 ¯u  1 − r 2 R2  ∂C ∂ x (2.1)

onde D12 representa o coeficiente de difus˜ao bin´aria, C a concentrac¸˜ao de soluto, R o raio interno

do tubo, r e x representam as coordenadas radial e axial, respetivamente, t o tempo e ¯ua velocidade m´edia do solvente.

Taylor demonstrou que o efeito da difus˜ao axial pode ser desprezado quando se observam n´umeros de Peclet, Pe = L ¯u/D12, elevados. Assim, pode-se desprezar o termo de dispers˜ao axial e reescrever

a equac¸˜ao (2.1) como se segue:

D12  ∂2C ∂ r2 + 1 r ∂C ∂ r  =∂C ∂ t + 2 ¯u  1 −r 2 R2  ∂C ∂ x (2.2)

A condic¸˜ao inicial, onde se introduziu a func¸˜ao δ de Dirac, e as condic¸˜oes fronteira de simetria radial e impermeabilidade das paredes do tubo, da equac¸˜ao (2.2), s˜ao dadas por:

para t = 0 e x = 0, C= m

π R2δ (x) (2.3)

para t > 0 e r = 0 e r = R, ∂C

∂ r = 0 (2.4)

para t > 0 e x = ±∞, C= 0 (2.5)

(29)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

secc¸˜ao reta de coluna ´e dada por

¯ C= 2 R2 Z R 0 Crdr (2.6)

O comportamento assimpt´otico da equac¸˜ao (2.2) foi descrito por Taylor e Aris atrav´es do modelo de dispers˜ao axial representado na seguinte equac¸˜ao:

∂Ca ∂ t + ¯u ·∂Ca ∂ x = K ∂2Ca ∂ x2 (2.7)

onde a velocidade ¯u ´e constante, independente de qualquer coordenada espacial, Carepresenta a

con-centrac¸˜ao m´edia aproximada do soluto, K representa o coeficiente de dispers˜ao efetivo de Taylor, o qual combina o efeito parab´olico da velocidade axial com o efeito da difus˜ao molecular radial, e ´e dado por:

K= D12+

R2u¯2 48D12

(2.8) Os dois primeiros termos da equac¸˜ao (2.7) correspondem a um fluxo pist˜ao em estado n˜ao esta-cion´ario e o terceiro termo representa o mecanismo de difus˜ao. Pela relac¸˜ao presente na equac¸˜ao (2.8) conclui-se que o aumento da velocidade e/ou do raio da coluna leva ao aumento da dispers˜ao, dimi-nuindo esta com o aumento da difusividade molecular, pelo menos enquanto (R2u¯2)/(48D12)  D12.

Considerando que x0= x − ¯ute substituindo na equac¸˜ao (2.7), chega-se a:

∂Ca

∂ t = K ∂2Ca

∂ x02 (2.9)

que apresenta as seguintes condic¸˜oes inicial e fronteira:

para t = 0 Ca=

m π R2δ (x

0) (2.10)

para x0= ±∞, Ca= 0 (2.11)

A equac¸˜ao (2.9) representa a segunda lei de Fick, que quantifica a difus˜ao em estado transiente, sendo a sua soluc¸˜ao anal´ıtica dada por:

Ca C0 = 1 2√π Ktexp  −(x − ¯ut) 2 4Kt  (2.12) a qual descreve um perfil de concentrac¸˜ao Gaussiano, onde C0 representa a concentrac¸˜ao inicial do

soluto injetado.

(30)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

quando a seguinte condic¸˜ao se verifica: D12 ¯ uL + R2u¯ 48D12L < 0.01 (2.13)

O perfil de concentrac¸˜ao do pico, no final da coluna, pode ser tamb´em descrito matematicamente atrav´es da sua variˆancia:

σ2=2KL ¯ u = 2D12L ¯ u + R2uL¯ 24D12 = LH (2.14)

onde σ2 ´e a variˆancia do pico em unidades de comprimento ao quadrado, H ´e a altura do prato te´orico e L ´e o comprimento da coluna. O primeiro termo do terceiro membro representa a abertura do pico devida `a difus˜ao e o segundo termo contabiliza a dispers˜ao devida ao perfil parab´olico de velocidades e `a difus˜ao radial.

As equac¸˜oes (2.13) e (2.14) foram especificamente derivadas para o caso de colunas retas. Con-tudo, devido `a extens˜ao da coluna que normalmente ´e usada na determinac¸˜ao experimental dos coe-ficientes de difus˜ao, esta ´e enrolada em forma de bobina dentro de um banho ou forno, cuja func¸˜ao ´e manter homog´enea a temperatura do fluido que circula na coluna [20]. Devido ao enrolamento da coluna, o perfil de velocidades sofre um alongamento, levando a uma maior dispers˜ao do pico e consequentemente a valores de D12 mais baixos [32, 33]. Ocorre tamb´em formac¸˜ao de um

movi-mento secund´ario circulat´orio, perpendicular `a direc¸˜ao do fluxo, provocado pela existˆencia de forc¸as centr´ıfugas. Este movimento aumenta a mistura dos compostos e assim aumenta os efeitos de di-fus˜ao, o que leva `a obtenc¸˜ao de picos mais estreitos e maiores valores de D12[33]. Uma vez que ´e

no centro da coluna que o fluido apresenta a sua velocidade m´axima, ele ´e atirado para fora e como, naturalmente, n˜ao pode ocorrer acumulac¸˜ao de massa, h´a formac¸˜ao de um fluxo na direc¸˜ao contr´aria de modo a compensar o fluxo para fora, formando-se assim um movimento circulat´orio esquemati-zado na Figura 2.2. Havendo assim um desvio ao modelo de Taylor-Aris, este ´e func¸˜ao dos n´umeros adimensionais de Reynolds (Re) e Schmidt (Sc) e da raz˜ao de curvatura definida por λ = Rc/R, onde

Rc ´e o raio da bobina e R ´e o raio interno da coluna. Sob certas condic¸˜oes, Re e λ n˜ao s˜ao vari´aveis

independentes, sendo a relac¸˜ao De = Re/√λ a que determina o comportamento dispersivo. Este grupo ´e o n´umero adimensional de Dean e expressa a relac¸˜ao entre as forc¸as centr´ıfugas e de in´ercia. Assim, para que o modelo de Taylor-Aris seja aplic´avel a colunas enroladas, ´e necess´ario satisfa-zer a seguinte condic¸˜ao:

DeSc0.5< 10 (2.15)

Assim podem-se desprezar os efeitos do fluxo secund´ario para raios de bobina elevados, onde De representa o n´umero de Dean e Sc representa o n´umero de Schmidt (Sc = µ/(ρD12), sendo ρ e µ a

densidade e a viscosidade do fluido, respetivamente) [34]. Funazukury e a sua equipa s˜ao um pouco mais conservadores e recomendam que se satisfac¸a DeSc0.5< 8, para garantir erros inferiores a 1%,

(31)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

Figura 2.2: Representac¸˜ao esquem´atica do fluxo secund´ario presente numa coluna enrolada em bo-bina, adaptado de [34].

no valor de D12[19, 35].

Segundo Van der Laan [36], as perturbac¸˜oes resultantes da diminuic¸˜ao da press˜ao e temperatura existente no percurso entre a coluna e o detetor podem ser desprezadas caso se observe a condic¸˜ao:

¯ uL

K > 1000 (2.16)

Uma vez verificadas todas as condic¸˜oes acima referidas, o coeficiente de difus˜ao bin´aria (D12)

pode ser determinado com seguranc¸a. Para tal existem v´arios m´etodos, entre eles o m´etodo gr´afico, m´etodo dos momentos e o m´etodo de ajuste [29].

Pelo m´etodo gr´afico o coeficiente de difus˜ao bin´aria ´e determinado pela seguinte equac¸˜ao:

D12= ¯ u 4 " H±  H2−R 2 3 1/2# (2.17) onde H=LW 2 0.607 t2 R (2.18) sendo W0.607a meia largura do pico a 60.7 % da sua altura e tRcorresponde ao tempo de retenc¸˜ao.

A equac¸˜ao (2.17) ´e quadr´atica em D12 apresentando assim duas soluc¸˜oes poss´ıveis, no entanto

apenas uma possui significado f´ısico. Segundo o trabalho realizado por Giddings and Seager [25], para velocidades abaixo da velocidade ´otima ( ¯uopt), deve-se considerar a raiz positiva, enquanto que

para velocidades acima de ¯uopt apenas a raiz negativa ´e v´alida. Em geral, l´ıquidos e fluidos

su-percr´ıticos apresentam valores de velocidades ´otimas muito baixos. Assim, para estes casos, a raiz negativa ´e aquela que apresenta significado f´ısico. Entende-se por velocidade ´otima a velocidade que minimiza a altura do prato te´orico, sendo determinada pela seguinte equac¸˜ao:

¯ uopt=

√ 48D12

(32)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

Quanto ao m´etodo dos momentos, o coeficiente de difus˜ao ´e determinado pela equac¸˜ao (2.20), sendo esta uma simplificac¸˜ao da equac¸˜ao (2.14). Uma vez que os coeficientes de difus˜ao dos flui-dos supercr´ıticos s˜ao tipicamente da ordem flui-dos 10−4 cm2/s, a equac¸˜ao (2.14) pode ser simplificada considerando o termo 2D12L ¯ u ≈ 0, ficando: D12= R2¯t 24σ2 (2.20)

sendo o erro desta simplificac¸˜ao inferior a 1 % [2, 29]. O tempo m´edio, ¯t, e a variˆancia, σ2, s˜ao calculados atrav´es de trˆes momentos temporais (zero, primeiro e o segundo) da curva de distribuic¸˜ao de concentrac¸˜oes: S= Z ∞ 0 C(t)dt (2.21) ¯t = 1 S Z ∞ 0 tC(t)dt (2.22) σ2=1 S Z ∞ 0 (t − ¯t)2C(t)dt (2.23)

Pelo m´etodo do ajuste, o ¯t e σ2 s˜ao determinados atrav´es do ajuste da curva de concentrac¸˜oes te´orica `a curva de concentrac¸˜oes obtida experimentalmente de forma a minimizar a raiz quadrada do erro quadr´atico m´edio, ε, definido por:

ε = Rt2 t1(Cexp−Ca) 2dt Rt2 t1(Cexp) 2dt (2.24)

onde Cexprepresenta o perfil de concentrac¸˜oes medido experimentalmente no fim da coluna, Ca

repre-senta o perfil de concentrac¸˜oes calculado e [t1− t2] ´e o intervalo de tempo escolhido no qual a curva

resposta est´a 10% acima da altura do pico. Obtidos os valores de ¯t e σ2 determina-se D12usando a

equac¸˜ao (2.20).

Comparando o m´etodo do ajuste com o m´etodo dos momentos ambos s˜ao bastante usados na determinac¸˜ao do coeficiente de difus˜ao bin´aria, D12, verifica-se que o primeiro ´e mais preciso do que

o segundo [19, 36].

Na Figura 2.3 encontra-se representado esquematicamente o equipamento usado no m´etodo cro-matogr´afico, CPB. Este ´e constitu´ıdo por: uma bomba de admiss˜ao de solvente (2); uma coluna de difus˜ao (9) enrolada em forma de bobina e isolada num ambiente a temperatura constante (forno ou banho termostatizado (8)); um injetor (7); um detetor (10); um regulador de press˜ao e um sistema de aquisic¸˜ao de dados (12).

(33)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12 7 10 11 1 2 8 6 9 12 3

Figura 2.3: Esquema do equipamento usado na t´ecnica CPB.

Este m´etodo apresenta como principais vantagens o facto de possibilitar a obtenc¸˜ao de coeficientes de difus˜ao experimentais precisos num curto espac¸o de tempo [20], bem como o facto de serem necess´arias pequenas quantidades de soluto [37]. No entanto este m´etodo n˜ao ´e apropriado para medic¸˜ao de D12em condic¸˜oes pr´oximas do ponto cr´ıtico, devido `a reduc¸˜ao do poder solvente do fluido

supercr´ıtico [16]. Outra limitac¸˜ao apresentada por este m´etodo prende-se com a impossibilidade/ dificuldade de fazer injec¸˜oes de solutos s´olidos/ viscosos. Geralmente, estes solutos s˜ao dissolvidos em solventes orgˆanicos ou fluidos supercr´ıticos, sendo injetados na forma de soluc¸˜oes, o que traz dois obst´aculos: o primeiro relacionado com o facto de a solubilidade mudar drasticamente com a press˜ao, sendo dif´ıcil determinar a quantidade adequada de soluto a injetar; o segundo prende-se com o facto de as curvas resposta do soluto e do solvente n˜ao serem detetadas separadamente, embora a curva resposta n˜ao seja influenciada oticamente pelo solvente. Para ultrapassar as dificuldades relacionadas com a injec¸˜ao de solutos s´olidos ou viscosos foram desenvolvidos dois m´etodos de resposta a um impulso, para determinac¸˜ao dos coeficientes de difus˜ao: o m´etodo de dispers˜ao de Taylor modificado e o m´etodo de resposta ao impulso cromatogr´afico (CIR) [19].

2.2

M´etodo de dispers˜ao de Taylor modificado

No m´etodo de dispers˜ao de Taylor modificado, ´e instalada uma coluna com um revestimento polim´erico antes da coluna n˜ao revestida, o que faz com que o soluto e o solvente sejam separados cromatograficamente antes de entrarem na coluna sem revestimento, como representado Figura 2.4. A curva resposta ´e medida tanto na entrada como na sa´ıda da coluna sem revestimento, o coeficiente de difus˜ao ´e determinado pela diferenc¸a da variˆancia dos dois picos [16, 19].

2.3

M´etodo cromatogr´afico de resposta a um impulso

No m´etodo cromatogr´afico de resposta a um impulso (CIR), proposto por Lai e Tan [38], a soluc¸˜ao ´e injetada num fluxo laminar de uma fase m´ovel que circula ao longo de uma coluna capilar revestida por um material adsorvente que apresenta maior afinidade ou interac¸˜ao com o soluto ou com o

(34)

sol-CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

Figura 2.4: Representac¸˜ao esquem´atica do m´etodo de Taylor modificado, adaptado de [19].

vente. Assim, como representado na Figura 2.5, a mistura de soluto e solvente ´e separada enquanto circula ao longo da coluna devido a diferentes fatores de retenc¸˜ao ou fatores de capacidade, que s˜ao definidos pelo r´acio de soluto na fase polim´erica e o da fase m´ovel [19], sendo deste modo poss´ıvel determinar os coeficientes de difus˜ao dos dois compostos simultaneamente [38–40].

Figura 2.5: Representac¸˜ao esquem´atica do m´etodo cromatogr´afico de resposta a impulso (CIR), adap-tado de [19].

Quando um impulso de soluto ´e injetado numa coluna circular revestida polimericamente, na qual um solvente circula em regime laminar, o perfil de concentrac¸˜ao ´e descrito pela mesma equac¸˜ao que o m´etodo CPB, equac¸˜ao (2.2). Considerando o modelo linear de adsorc¸˜ao, as condic¸˜oes fronteira s˜ao agora dadas por:

para r = R, k∂C ∂ t = − 2D12 R · ∂C ∂ r (2.25) para r = 0, ∂C ∂ r = 0 (2.26)

(35)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

para t > 0 e x = ±∞, C= 0 (2.27)

sendo k o fator de retenc¸˜ao, assumindo-se que o seu valor ´e constante independentemente da posic¸˜ao, radial e axial, na coluna e do tempo, variando com a press˜ao e temperatura [19, 40]. ´E assumido tamb´em que o soluto atinge instantaneamente o equil´ıbrio entre a camada polim´erica e o fluido adja-cente. Assim a condic¸˜ao inicial para a injec¸˜ao do impulso ´e a seguinte:

para t = 0 C=  m

π R2 δ (x)

1 + k (2.28)

A concentrac¸˜ao m´edia de soluto, por ´area de secc¸˜ao de coluna, ´e definida pela equac¸˜ao (2.6). Sendo para este caso aproximada uma soluc¸˜ao anal´ıtica do tipo Gaussiano dada por:

Ca=  m π R2  1 (1 + k)√4πatexp " − x− ¯ ut 1+k 2 4at # (2.29) onde a= D12 1 + k+ 1 + 6k + 11k2 (1 + k)3 R2u¯2 48D12 (2.30) Os valores de k e de D12podem novamente ser calculados recorrendo ao m´etodo do ajuste ou ao

m´etodo dos momentos. No m´etodo de ajuste, a determinac¸˜ao dos parˆametros k e D12tem por base

a minimizac¸˜ao da raiz quadrada do erro quadr´atico m´edio, ε, para a curva resposta medida (Cexp)

e calculada (Ca) entre t1 e t2, definido pela equac¸˜ao (2.24). O valor de k ´e determinado atrav´es da

medic¸˜ao do tempo de retenc¸˜ao (tr) do pico, por:

k= (tr− t0) t0

(2.31) O valor do coeficiente de difus˜ao bin´ario determina-se atrav´es de:

D12=  1+6k+11k2 1+k   R2u¯ 24a(1+k)  1 + r 1 − h 1+6k+11k2 1+k   R2u¯ 12a2(1+k) i (2.32)

Pelo m´etodo dos momentos, os parˆametros D12e k s˜ao calculados por:

k= 4 − 2(σ 2/¯t2) 3 + [1 + 4(σ2/¯t2)] ¯ u¯t L − 1 (2.33) D12= 2β α + (α2− 4β )0.5Lu¯ (2.34)

(36)

CAP´ITULO 2. MEDIC¸ ˜AO EXPERIMENTAL DE COEFICIENTES DE DIFUS ˜AO BIN ´ARIA, D12

equac¸˜ao (2.22) e equac¸˜ao (2.23), e α e β s˜ao dados por:

α = 2(σ 2/¯t2) − 1 + [1 + 4(σ2/¯t2)]0.5 8 − 4(σ2/¯t2) (2.35) β = 1 + 6k + 11k 2 (1 + k)2 R2 48L2 (2.36)

(37)

Cap´ıtulo 3

Modelac¸˜ao

Os coeficientes de difus˜ao podem ser calculados por modelos existentes na literatura. Neste tra-balho foram selecionados doze modelos para determinac¸˜ao de D12, os quais ser˜ao usados

posterior-mente para comparac¸˜ao com os dados experimentais: as correlac¸˜oes hidrodinˆamicas de Wilke Chang, de Tyn-Calus e de Reddy-Doraiswamy, a correlac¸˜ao de Cachpole e King, o modelo de Dymond, as correlac¸˜oes semi-emp´ıricas de Magalh˜aes et al., um modelo universal de base molecular de Lito et al. e o modelo de volume livre Liu-Silva-Macedo.

´

E importante referir que os modelos de D12 da literatura apresentam diversas limitac¸˜oes, como

o facto de serem bastante condicionados pela polaridade do soluto e/ou solvente, e serem aplic´aveis em intervalos estreitos de temperatura e densidade. Um outro fator que limita a sua aplicabilidade, ´e a necessidade de parˆametros espec´ıficos do sistema. Assim, propˆos-se neste trabalho um modelo estat´ıstico para estimar D12 em SC-CO2 onde as vari´aveis independentes seriam a temperatura e a

densidade do solvente e os inputs propriedades do soluto como a temperatura cr´ıtica (Tc), a press˜ao

cr´ıtica (Pc), volume cr´ıtico (Vc), volume molar `a temperatura normal de ebulic¸˜ao (Vbp), massa molar e

constantes de Lennard-Jones (que podem facilmente ser estimadas a partir de correlac¸˜oes existentes na literatura) e descritores moleculares. Para tal completou-se uma base de dados de 156 sistemas, com o total de 4425 pontos, com descritores das mol´eculas de soluto e de solvente, tendo-se tamb´em divido os solutos por grupos funcionais que os constituem.

3.1

Equac¸˜ao Wilke-Chang

A equac¸˜ao de Wilke-Chang [20, 41, 42] consiste numa modificac¸˜ao da relac¸˜ao de Stokes-Eisntein e ´e dada por:

D12= 7.4 × 10−8T √

φ M1

η1Vbp,20.6

(3.1) onde φ corresponde ao fator adimensional de associac¸˜ao do solvente, η1 ´e a viscosidade do solvente

(38)

CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO

temperatura normal de ebulic¸˜ao em cm3/mol.

3.2

Equac¸˜ao Wilke-Chang modificada

Magalh˜aes et al. [43] propuseram alterac¸˜oes `a equac¸˜ao de Wilke-Chang. Na nova equac¸˜ao foi introduzida a influˆencia da massa molar do soluto (M2), sendo dada por:

D12= 1.335 × 10−6  T η1 0.8468 1 (M2Vbp,2)0.2634 (3.2)

3.3

Equac¸˜ao de Tyn-Calus

Tyn e Calus [42, 44, 45] propuseram a seguinte relac¸˜ao, baseada tamb´em na relac¸˜ao de Stokes-Eisntein: D12= 8.93 × 10−8 Vbp,2 V2 bp,1 !1/6  P1 P2 0.6 T η1 (3.3)

onde Vbp,1representa o volume molar do solvente `a temperatura normal de ebulic¸˜ao, em cm3/mol e

P1e P2identificam os paracores do solvente e soluto, que se relacionam com a tens˜ao superficial do

l´ıquido da seguinte forma:

Pi= Vbp,iτbp,i1/4 (3.4)

onde τbp,i ´e a tens˜ao superficial `a temperatura normal de ebulic¸˜ao, em g/s2, dada por:

τbp,i= P 2/3 c,i T

1/3

c,i (0.132αc,i− 0.279)(1 − Tbp,ir)11/9 (3.5)

αc,i= 0.9076  1 −Tbp,irln(Pc,i/1.013) 1 − Tbp,ir  (3.6) sendo Pc,i(bar), Tc,i(K) e Tbp,ir= Tbp,i/Tc,i, s˜ao a press˜ao cr´ıtica, a temperatura cr´ıtica e a temperatura

normal de ebulic¸˜ao reduzida do solvente (i = 1) ou do soluto (i = 2), respetivamente.

Para muitos solventes orgˆanicos ´e usada, para o c´alculo, uma aproximac¸˜ao da equac¸˜ao (3.3) [42]:

D12= 8.93 × 10−8 Vbp,10.267 Vbp,20.433 T η1 (3.7)

(39)

CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO

3.4

Reddy-Doraiswamy

O modelo hidrodinˆamico de Reddy-Doraiswamy ´e dado por [42, 46]:

D12= β × T √

M1 η1(Vbp,1Vbp,2)1/3

(3.8) onde β ´e dado por:

Vbp,1 Vbp,2 ≤ 1.5 =⇒ β = 10 × 10−8 Vbp,1 Vbp,2 > 1.5 =⇒ β = 8.5 × 10 −8

3.5

Modelo de Volume Livre de Dymond

O modelo de Dymond [20, 47, 48] baseia-se na teoria do volume livre e apresenta dois parˆametros ajust´aveis: o B, que caracteriza o par solvente-soluto, em mol/(cm · s ·√K) e o VD, uma constante

relacionada com o solvente, representada em cm3/mol. O coeficiente de difus˜ao bin´aria ´e expresso em func¸˜ao do volume molar do solvente (V1) de acordo com:

D12= B√T(V1− VD) (3.9)

3.6

Correlac¸˜oes emp´ıricas e semi-emp´ıricas

Magalh˜aes et al.[49] apresentam v´arias correlac¸˜oes emp´ıricas e semi-emp´ıricas onde a difus˜ao do soluto (2) no solvente (1) ´e definida atrav´es da dependˆencia do D12 (cm2/s) com a temperatura

(K), a viscosidade do solvente (cP) e a densidade do solvente (g/cm3). As correlac¸˜oes encontram-se divididas em quatro grupos distintos, de acordo com as vari´aveis independentes envolvidas no c´alculo. Para este trabalho foi escolhida uma equac¸˜ao de cada grupo:

(i) Grupo 1- vari´aveis independentes: T e η1

ln D12 T



= a3ln(η1) + b3 (3.10)

(ii) Grupo 2- vari´avel independente: η1

D12= a5

1 η1

(40)

CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO

(iii) Grupo 3- vari´aveis independentes: T , ρ1

D12

T = a7ρ1+ b7 (3.12)

(iv) Grupo 4- vari´aveis independentes: T , ρ1, η1

D12

T = a9ρ1+ b9

η1

(3.13) onde ai e birepresentam parˆametros de ajuste das v´arias express˜oes.

3.7

Correlac¸˜ao de Catchpole-King

Catchpole e King [50] desenvolveram um modelo de previs˜ao do coeficiente de difus˜ao bin´aria na regi˜ao supercr´ıtica, considerando uma correc¸˜ao da autodifusividade do solvente. Deste modo, o coeficiente de difus˜ao pode ser determinado por:

D12= 22/3D1F/X (3.14)

onde F e X representam fatores corretivos da autodifusividade do solvente (D1). O fator X ´e um

parˆametro de raz˜oes massa e tamanho definido por:

X =[1 + (V2,c/V1,c)

1/3]2

p1 + M1/M2

(3.15) e o fator F ´e um fator de correc¸˜ao definido de acordo com dois grupos principais de sistemas:

(i) Sistemas da classe 1: Todos os alif´aticos exceto cetonas e (para o etileno) naftaleno em: di´oxido de carbono. Neste caso o fator F ´e independente do parˆametro X, estando correlacionado como:

F= 1.0 ± 0.1, 2 < X (3.16)

(ii) Sistemas da classe 2: Todos os arom´aticos, cetonas e tetracloreto de carbono em di´oxido de carbono; todos os arom´aticos e (para CClF3) 2-propanona, (para SF6) tetracloreto de carbono

em: propano, hexano, dimetilbutano, CClF3 e SF6. Neste sistema o fator F j´a ´e func¸˜ao de X,

como representado pela seguinte equac¸˜ao:

F= 0.664X0.17± 0.1, 2 < X < 10 (3.17) A correlac¸˜ao final para a determinac¸˜ao do coeficiente de difus˜ao foi obtida considerando as

(41)

CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO

correlac¸˜oes de Dymond [51] e de Erkey et al. [52] sendo dada por:

D12= 5.152D1,cT1,r(ρ1,r−2/3− 0.4510)F/X (3.18)

D1,c ´e o coeficiente de autodifus˜ao no ponto cr´ıtico o qual ´e estimado pela correlac¸˜ao emp´ırica modi-ficada de Fuller-Schettler-Giddins [53]: D1,c=4.300 × 10 −7M1/2 1 Tc0.75 (∑v,1)2/3ρ1,c (3.19) onde ρ1,c representa a densidade cr´ıtica do solvente em kg/m3, Tc temperatura cr´ıtica em K, M ´e a

massa molar em g/mol e ∑v,1 ´e o chamado volume de difus˜ao do solvente.

3.8

Modelo TLSM

O modelo para determinac¸˜ao do coeficiente de difus˜ao, baseado na teoria do volume livre, deri-vado por Liu, Silva e Macedo [1, 54, 55], TLSM, ´e dado pela seguinte equac¸˜ao:

D12= 21.16 ρ1σeff,122  1000RgT M12 1/2 exp − 0.75ρ ∗ eff,1 1.2588 − ρeff,1∗ − 0.27862 T12∗ ! (3.20)

onde Rg ´e a constante universal dos gases (8.3144 J/molK) e ρ1´e a densidade do solvente (cm−3). A

densidade reduzida do solvente (ρ1∗), a temperatura reduzida (T12∗) e a massa molecular reduzida do sistema (M12) s˜ao calculadas pelas seguintes equac¸˜oes:

ρ1∗= ρ1σeff,123 (3.21) T12∗ = T εLJ,12/kB (3.22) M12= M1M2 M1+ M2 (3.23) σ12,effrepresenta o diˆametro efetivo da esfera r´ıgida sendo calculado por:

σi,eff(Ti∗) = σi,LJ× 21/6[1 + (1.3229Ti∗)1/2]1/6, i= 1, 2, 12 (3.24)

sendo esta express˜ao a mesma para o solvente (i = 1), soluto (i = 2) e para o sistema bin´ario (i = 12). O diˆametro (σ12,LJ) e a energia de interac¸˜ao (ε12,LJ) bin´aria de Lennard-Jones s˜ao dados por:

σ12,LJ=

σ1,LJ+ σ2,LJ

(42)

CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO ε12,LJ kB = r ε1,LJ kB ×ε2,LJ kB (3.26) Os valores de εi,LJe σ2,LJpodem ser estimados pelas correlac¸˜oes generalizadas seguintes:

εi,LJ kB = 0.744Tc,i, i= 1, 2 (3.27) σ2,LJ3 = 0.17791 + 11.779 Tc,2 Pc,2  − 0.049029 Tc,2 Pc,2 2 , se Tc,2 Pc,2  ≤ 100 (3.28) σ2,LJ= 0.809Vc,21/3, se  Tc,2 Pc,2  > 100 (3.29)

Tc,i, Pc,i e Vc,i correspondem `a temperatura cr´ıtica (K), a press˜ao cr´ıtica (bar) e o volume cr´ıtico

(cm3/mol), respetivamente.

3.9

Modelo universal de base molecular

Lito at al. [56] propuseram um modelo universal para estimar o valor do coeficiente de difus˜ao bin´aria para sistemas polares e apolares. Este modelo ´e adequado para as fases gasosa, l´ıquida e supercr´ıtica, e ´e bastante preciso numa larga gama de temperaturas e press˜oes, sendo dado por:

D12,Real= 3 8ρ1σ12,eff2 ×  kBT 2πm12 1/2 × F12 g(σ12,eff) × exp  − ED RgT  (3.30) onde kBa constante de Boltzmann, ED´e a energia de ativac¸˜ao do processo de difus˜ao, Rg´e a constante

universal dos gases dada por Rg= NakB, g(σ12,eff) corresponde `a func¸˜ao distribuic¸˜ao radial no ponto

de contacto, sendo calculada pela equac¸˜ao de Mansoori et al.[57]

g(σ12,eff) = 1 (1 − ϕ12,eff)3 1 − ϕ12,eff+ 2ϕ12,eff 1 +σ1,eff σ2,eff ! × (3.31) × 1 − ϕ12,eff+ ϕ12,eff 1 +σ1,eff σ2,eff !

Para N1esferas ocupando um volume V, o fator ϕ12,eff ´e dado por:

ϕ12,eff= N1π σ1,eff3 6V = π 6ρ1σ 3 1,eff= π 6ρ ∗ 1,eff (3.32)

(43)

CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO et al. [58]: F12= F11+ (ρ1,eff∗ )1.7[a × ln  σ2,eff σ1,eff  + b × ln2σ2,eff σ1,eff  + c × lnm2 m1  ] 1 + (ρ1,eff∗ )3.0[d × lnσ2,eff σ1,eff  ] (3.33)

onde os coeficientes a, b, c e d s˜ao func¸˜oes lineares da densidade reduzida do solvente (ρ1,eff∗ ):              a= −1.676382ρ1,eff∗ + 1.638561 b= −8.516830ρ1,eff∗ + 8.631539 c= −1.320347ρ1,eff∗ + 1.351067 d= −5.062546ρ1,eff∗ + 5.409662 (3.34)

e F11 ´e dado por:

F11= 1 + 0.94605(ρ1,eff∗ )1.5+ 1.4022(ρ1,eff∗ )3− 5.6898(ρ1,eff∗ )5+ 2.6626(ρ1,eff∗ )7 (3.35)

O m12representa a massa reduzida do sistema e ´e dado por:

m12= m1m2 m1+ m2 = 1 Na M1M2 M1+ M2 (3.36) O εi,LJe o σi,Lrepresentam os parˆametros de Lennard-Jones (energia e diˆametro, respetivamente),

onde i representa 1, 2 e 12. Estes parˆametros s˜ao calculados pelas equac¸˜oes descritas no modelo anterior (equac¸˜oes:3.24; 3.25; 3.26 3.27; 3.28; 3.29).

(44)
(45)

Cap´ıtulo 4

Trabalho experimental

4.1

Descric¸˜ao do equipamento

Para a determinac¸˜ao experimental dos coeficientes de difus˜ao em SC-CO2recorreu-se ao m´etodo

de CIR [40, 59, 60], as medic¸˜oes do D12em etanol foram efetuadas pelo m´etodo de CPB. O

equipa-mento experimental ´e constitu´ıdo por duas bombas de seringa, uma atrav´es da qual o CO2 ´e

alimen-tado ao sistema (Teledyne ISCO model 260D de 266.05mL) e outra que bombeia outros solvente ou cossolventes, neste caso o etanol (Teledyne ISCO model 100D de 102.93 mL); um banho de ´agua para regular a temperatura de entrada do di´oxido de carbono; trˆes colunas: uma em ac¸o, de pr´e-aquecimento e pr´e-mistura e duas de difus˜ao, uma revestida polimericamente (coluna 2) (UACW – 30W-1.0F) e outra de PEEK (coluna 3), as quais se encontram dentro de um forno (Venticell); um detetor UV-Vis (Smartline UV-Detector 2500); um regulador de press˜ao (BP-2080 Plus) e um medi-dor de bolha de sab˜ao de 50.0 mL, que tem como func¸˜ao confirmar o valor do caudal volum´etrico de solvente definido na bomba. Na Figura 4.1 encontra-se apresentado o equipamento experimental utilizado no presente trabalho.

Inicialmente o di´oxido de carbono ´e admitido ao cilindro da bomba, no qual a temperatura ´e mantida constante atrav´es de um banho de ´agua evitando deste modo variac¸˜oes de densidade do CO2.

Posteriormente o di´oxido de carbono ´e alimentado `a coluna de ac¸o onde sofre um pr´e aquecimento, seguindo depois para a coluna de difus˜ao. O soluto ´e introduzido na coluna de difus˜ao atrav´es de uma v´alvula de injec¸˜ao, a qual cont´em um loop de 0.1 µL, para o carregamento do soluto. A variac¸˜ao de concentrac¸˜ao ao longo do tempo ´e registado atrav´es da monitorizac¸˜ao das absorvˆancias pelo detetor UV-Vis, a um comprimento de onda espec´ıfico. O detetor encontra-se ligado a um computador com um programa de aquisic¸˜ao de dados (LabVIEWr), Figura 4.2, que guarda os valores de absorvˆancia, sendo estes posteriormente analisados usando um programa codificado em Matlab 2011ar. Por fim a press˜ao do sistema ´e regulado atrav´es de um BPR (back pressure controller).

As caracter´ısticas da coluna de difus˜ao influenciam significativamente os valores experimentais de difusividades, deste modo foi necess´ario determinar os valores de comprimento e o diˆametro da coluna, o seu diˆametro de enrolamento e o caudal do solvente, independentemente dos valores

(46)

facul-CAP´ITULO 4. TRABALHO EXPERIMENTAL

Figura 4.1: Equipamento experimental: 1-Banho de ´agua; 2-Bomba do SC-CO2; 3-Bomba de

sol-vente ou cossolsol-vente; 4-Estufa; 5-Detetor UV-vis; 6-V´alvula de injec¸˜ao; 7-BPR; 8-Medidor de bolha de sab˜ao.

tados pelo fornecedor. Assim, o comprimento exato da coluna foi medido antes de esta ser enrolada. Posteriormente, confirmou-se que o valor de velocidade definido na bomba era o valor de velocidade real do fluido na coluna, atrav´es do medidor de bolha de sab˜ao. Por fim, determinou-se o raio da coluna atrav´es do tempo de residˆencia m´edio de v´arios pulsos de diferentes solutos n˜ao adsorv´ıveis na coluna, pela seguinte express˜ao:

¯t =L ¯ u = L Q× π di2 4 ⇔ r = r Q¯t Lπ (4.1)

onde L representa o comprimento da coluna e Q o caudal volum´etrico do solvente. As caracter´ısticas das colunas de difus˜ao utilizadas nas experiˆencias s˜ao apresentadas na Tabela 4.1.

Tabela 4.1: Caracter´ısticas das colunas de difus˜ao utilizadas nas experiˆencias. Coluna 2 Coluna 3a

Material de construc¸˜ao coluna Ac¸o PEEK

Revestimento Polietileno Glicol (PEG)

-Espessura do revestimento (µm) 1.0

-Comprimento da coluna (cm) 1685.9 1024.3

Diˆametro interno da coluna (cm) 0.0526 0.0522

Diˆametro de enrolamento (cm) 30.0 30.0

(47)

CAP´ITULO 4. TRABALHO EXPERIMENTAL

Figura 4.2: Programa de aquisic¸˜ao de dados LabVIEWr.

4.2

Procedimento experimental

O procedimento experimental para a medic¸˜ao de D12em SC-CO2 ´e o seguinte:

1. Ligar o banho de ´agua e introduzir a temperatura desejada (≈ 21oC).

2. Ligar o forno e o BPR, fixando a temperatura e a press˜ao desejadas, respetivamente. No pre-sente trabalho as temperaturas consideradas foram 308.15, 313.15, 323.15 e 333.15 K e as press˜oes foram 125, 150, 175, 200, 220, 250 bar.

3. Abrir a v´alvula de entrada de CO2na bomba seringa e esperar que o cilindro desta fique cheio,

isto ´e, at´e que a press˜ao dentro do cilindro seja aproximadamente igual `a press˜ao da garrafa de CO2.

4. Fechar a v´alvula de entrada de CO2 na bomba, depois abrir a v´alvula de sa´ıda e deixar que o

CO2escoe at´e chegar ao BPR.

5. Definir um caudal de CO2de forma a pressurizar a coluna at´e se atingir a press˜ao desejada.

6. Definir o caudal desejado no controlador da bomba e iniciar o escoamento a um caudal cons-tante de CO2.

7. Iniciar a leitura de dados do sinal adquirido no detetor.

8. Deixar o sistema estabilizar at´e se verificar o m´ınimo de ru´ıdo do sinal, isto ´e, uma linha de base aproximadamente constante (≈1.5-2h).

(48)

CAP´ITULO 4. TRABALHO EXPERIMENTAL

10. Injetar o soluto na coluna de difus˜ao, atrav´es de um movimento r´apido de modo a garantir que a entrada se aproxima de um impulso.

11. Registar e tratar os dados obtidos no detetor UV-Vis, recorrendo ao programa desenvolvido em Matlab 2011ar.

O procedimento para as medic¸˜oes de difusividades em etanol ´e semelhante ao descrito n˜ao sendo necess´ario pr´e-aquecer o etanol atrav´es do banho de ´agua.

Na figura 4.3 encontra-se apresentado um diagrama desta unidade experimental.

7 10 11 4 1 5 2 13 8 6 9 12 3

Figura 4.3: Diagrama representativo da instalac¸˜ao experimental, onde:1-Garrafa de CO2; 2-Bomba

de seringa; 3-Banho de ´agua; 4-Dep´osito de solvente ou Cossolvente; 5-Bomba seringa; 6-Coluna de pr´e-aquecimento e pr´e-mistura; 7-Injetor; 8-Estufa; 9-Coluna de difus˜ao; 10-Detetor UV-Vis; 11-BPR; 12-Computador; 13-Medidor de bolha de sab˜ao.

4.3

Reagente usados

A lista de todos os reagentes usados encontra-se apresentada na Tabela A.1, na qual s˜ao apresen-tadas as estruturas, pureza e fornecedores. Todos os compostos foram usados diretamente, sem pr´evia purificac¸˜ao.

(49)

Cap´ıtulo 5

Resultados e discuss˜ao

5.1

Determinac¸˜ao do diˆametro da coluna

Uma vez que o diˆametro da coluna apresenta uma grande influˆencia no resultado final do coe-ficiente de difus˜ao, a sua determinac¸˜ao exata ´e bastante importante. Deste modo, foram realizadas experiˆencias, nas quais se mediu o tempo m´edio de sa´ıda de dois diferentes solutos, tolueno e di-clorometano, tendo-se usado como solvente o n-hexano, `a temperatura e press˜ao ambiente e com um caudal de 0.15 mL/min. Os 2 solutos s˜ao bastante diferentes, pelo que, se os seus tempos de residˆencia forem os mesmos, eles tˆem que ser iguais ao tempo de passagem. Com o tempo de pas-sagem, o comprimento da coluna e o caudal de solvente pode-se calcular o diˆametro de coluna. Os resultados dos tempos se sa´ıda encontram-se apresentados na Tabela 5.1.

Tabela 5.1: Tempos de sa´ıda do tolueno e do diclorometano, para caudal do solvente (n-hexano) de 0.15mL/min.

Injec¸˜ao Soluto Tempo de sa´ıda (min) Tempo m´edio (min)

1 Tolueno 24.47

24.50

2 Tolueno 24.47

3 Diclorometano 24.50

4 Diclorometano 24.58

Determinado o tempo de passagem m´edio passou-se ao c´alculo do diˆametro da coluna atrav´es da equac¸˜ao (4.1), tendo-se usado os valores dos parˆametros da coluna apresentados na Tabela 4.1. O valor diˆametro obtido foi 0.0526 cm.

5.2

Validac¸˜ao do equipamento experimental

Iniciou-se o trabalho experimental pela validac¸˜ao do procedimento e do equipamento. Para tal mediu-se experimentalmente o coeficiente de difus˜ao do fenol e da acetona a v´arias press˜oes e

(50)

tem-CAP´ITULO 5. RESULTADOS E DISCUSS ˜AO

peraturas, atrav´es m´etodo CIR. Posteriormente, comparou-se os valores de D12 obtidos com valores

existentes na literatura publicados por Funazukuri et al. [62, 63]. ´E importante referir que no presente trabalho foi aplicado o m´etodo do ajuste para a determinac¸˜ao do valor de D12uma vez que este ´e mais

preciso do que o m´etodo dos momentos [19, 36].

5.2.1 Determinac¸˜ao de D12do Fenol e Acetona em SC-CO2

A determinac¸˜ao dos coeficientes de difus˜ao do fenol e da acetona foi realizada a uma temperatura, T de 323.15K, e a trˆes press˜oes, P igual a 150, 175 e 200 bar. O caudal de CO2adotado foi de 0.125

mL/min, tendo-se injetado uma soluc¸˜ao de fenol em acetona de concentrac¸˜ao 0.0523 g/mL. A curva de resposta foi registada `a sa´ıda da coluna com o detetor UV-Vis, ao comprimento de onda de 271nm [62]. Na Figura 5.1 encontra-se representada a resposta a uma injec¸˜ao, atrav´es da qual se pode observar que houve total separac¸˜ao do sinal dos dois compostos, sendo poss´ıvel observar tamb´em que o tempo de residˆencia do composto mais polar (fenol) ´e maior devendo-se este facto `a maior adsorc¸˜ao deste composto na coluna.

0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 A b so rv â n ci a (A U ) Tempo(s)

Figura 5.1: Resposta experimental para medic¸˜ao da difusividade da acetona (1osinal) e do fenol (2osinal) em SC-CO

2a 175 bar e 323.15 K.

Na Tabela 5.2 encontram-se apresentadas as condic¸˜oes operat´orias e os resultados obtidos. O valor de D12,exp listado, para cada condic¸˜ao de operac¸˜ao, representa a m´edia de cerca de 7 pontos

experimentais obtidos. ´E ainda de referir que todos os pontos considerados apresentam desvios (ε) inferiores a 3% e fatores de simetria (S10), isto ´e a raz˜ao entre cada meia largura do pico a 10% de

altura, inferiores a 1.1 , sendo deste modo v´alidos segundo a literatura [20, 40, 64–66].

5.2.2 An´alise dos resultados obtidos e comparac¸˜ao com valores existentes na literatura

Analisando os valores obtidos verifica-se a tendˆencia esperada, isto ´e, com o aumento da press˜ao, a temperatura constante, d´a-se uma diminuic¸˜ao do valor de coeficiente de difus˜ao.

Comparando o valor de difusividade dos dois compostos, observa-se que o valor de D12do fenol

(51)

CAP´ITULO 5. RESULTADOS E DISCUSS ˜AO

Tabela 5.2: Condic¸˜oes experimentais e valores de coeficientes de difus˜ao do fenol e acetona em SC-CO2medidos.

Solvente Soluto T P ρ1a η1b D12,exp

(1) (2) (K) (bar) (g/mL) (cP) (10−4cm2/s) SC-CO2 Fenol 323.15 150 0.6998 0.0565 1.58 175 0.7493 0.0633 1.46 200 0.7843 0.0687 1.36 SC-CO2 Acetona 323.15 150 0.6998 0.0565 1.89 175 0.7493 0.0633 1.72 200 0.7843 0.0687 1.64

a Calculado pela equac¸˜ao de R. Span e W. Wagner [67]

b calculado pela correlac¸˜ao de Fenghour et al. [68]

vez que, analisando a massa molar do fenol (M=94.11g/mol) e a massa molar da acetona (M= 58.08 g/mol), verifica-se que o fenol apresenta maior massa molar, e mol´eculas com maior massa molar tendem a difundir-se mais lentamente, do qual resulta menores valores de D12[20].

Na Tabela 5.3 encontram-se apresentados, para condic¸˜oes de operac¸˜ao semelhantes, os valores de D12 obtidos no presente trabalho e os valores de D12 reportados na literatura. Comparando ambos,

observam-se baixos desvios, como ´e observ´avel na Figura 5.2.

Assim, atrav´es dos resultados obtidos, conclui-se que os valores de D12 obtidos, atrav´es

equipa-mento experimental usado, s˜ao v´alidos.

Tabela 5.3: Tabela comparativa dos valores de D12experimentais e os valores presentes na literatura.

Solvente Soluto T P D12 Referˆencia

(1) (2) (K) (bar) (10−4cm2/s) SC-CO2 Fenol 323.15 149.8 1.62 [62] 150.0 1.58 Presente trabalho 174.0 1.49 [62] 175.0 1.46 Presente trabalho 196.1 1.41 [62] 200.0 1.36 Presente trabalho SC-CO2 Acetona 323.15 151.2 1.90 [63] 150.0 1.89 Presente trabalho 175.0 1.72 Presente trabalho 214.1 1.60 [63] 200.0 1.64 Presente trabalho

(52)

CAP´ITULO 5. RESULTADOS E DISCUSS ˜AO 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800 1.900 2.000 100 150 200 250 D1 2 (1 0 -4 cm 2/s ) P(bar) Acetona Fenol

Figura 5.2: Comparac¸˜ao entre valores de D12 experimentais (a cheio) e os dados da literatura (sem

preenchimento) para o fenol e a acetona.

5.2.3 Comparac¸˜ao dos valor experimentais com valores obtidos atrav´es modelos da literatura

Posteriormente, os valores de D12, exp foram comparados com valores calculados atrav´es de

mo-delos presentes na literatura, para tal foi necess´ario usar as propriedades dos compostos puros em estudo, encontrando-se estas apresentadas na Tabela B.1.

A Tabela 5.4 mostra os desvios m´edios absolutos (AARD) entre os valores experimentais e os valores estimados pelos modelos, sendo poss´ıvel verificar que em geral o resultados obtidos s˜ao bons, `a excec¸˜ao dos calculados atrav´es do modelo de Reddy-Doraiswamy para o qual AARD=83.4% e 85.7% para o fenol e acetona, respetivamente.

Tabela 5.4: Tabela comparativa dos AARDs de cada modelo, para as medic¸˜oes do D12do fenol e da

acetona em SC-CO2.

Modelo AARD (%) AARD (%)

Fenol Acetona Wilke-Chang 20.7 7.1 Tyn-Calus 15.0 6.2 Reddy-Doraiswamy 83.4 85.7 Dymond 0.4 1.6 Catchpole-King 2.1 14.7 Modelo universal 2.9 1.6

Modelos emp´ıricos: Eq. (3.10) 1.8 3.7

Eq. (3.11) 4.8 0.7

Eq. (3.12) 1.0 6.1

(53)

CAP´ITULO 5. RESULTADOS E DISCUSS ˜AO

5.3

Determinac¸˜ao do D

12

de complexos acetilacetonatos met´alicos em

SC-CO

2

Nos ´ultimos anos tˆem vindo a ser medidos experimentalmente coeficiente de difus˜ao bin´aria de diversos complexos de acetilacetonato met´alicos [69–71]. Neste trabalho efetuou-se a medic¸˜ao de difusividades do acetilacetonato de cr´omio em CO2supercr´ıtico, a diversas press˜oes e temperaturas,

recorrendo-se `a metodologia CIR. Assim, de modo a garantir que os valores de D12 obtidos para o

Cr(acac)3s˜ao corretos, comec¸ou-se por medir o coeficiente de difus˜ao de um composto j´a reportado

na literatura, o acetilacetonato de pal´adio, de modo a verificar se o sistema reproduzia os valores publi-cados. ´E importante ressaltar que esta t´ecnica foi implementada pela 1avez no grupo de investigac¸˜ao Engichem com esta dissertac¸˜ao e que h´a apenas um grupo de investigac¸˜ao no mundo (liderado pelo Prof. Funazukuri, Jap˜ao) a utiliz´a-la.

5.3.1 Medic¸˜ao do D12 do Acetilacetonato de Pal´adio em SC-CO2

Para a determinac¸˜ao do coeficiente de difus˜ao bin´aria do Pd(acac)2, injetou-se na coluna uma

soluc¸˜ao de Pd(acac)2em clorof´ormio, com uma concentrac¸˜ao igual a 0.004 g/mL, tendo-se registado

o sinal, no final da coluna, atrav´es de um detetor UV-Vis no comprimento de onda de 220 nm [70]. Uma vez que os dois compostos apresentam fatores de retenc¸˜ao diferentes, obteve-se os picos do Pd(acac)2e do clorof´ormio separadamente, como se ilustra na Figura 5.3. Deste modo foi poss´ıvel

determinar os valores de difusividades do Pd(acac)2apresentados na Tabela 5.5. Os valores de D12,exp

apresentados representam uma m´edia de cerca de 6 pontos experimentais, todos com S10< 1.09 e

ε < 1.28. -0.001 0.009 0.019 0.029 0.039 0.049 0 500 1000 1500 2000 2500 A b so rv â n ci a (A U ) tempo (s)

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