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O impacto de uma intervenção psicomotora sobre o desenvolvimento de crianças com dificuldades de aprendizagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO - PPG

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE CLÍNICA E

ESCOLAR

SABRINA KAREN GOMES DE SOUZA

O IMPACTO DE UMA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA SOBRE O

DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

NATAL/RN 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO - PPG

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE CLÍNICA E

ESCOLAR

SABRINA KAREN GOMES DE SOUZA

EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA SOBRE O

DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Projeto de Pesquisa apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Psicomotricidade Clínica e Escolar, orientado (a) por Juan Mila Demarchi; Coorientado por Kesley Pablo Morais Azevedo

NATAL/RN 2018

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RESUMO

A psicomotricidade potencializa o desenvolvimento infantil, e tem por finalidade aprimorar a cognição, o emocional, simbólico, psicolinguístico e motor, e ainda o processo de maturação e aprendizagem, através de atividades lúdicas organizadas e integradas. O presente estudo tem como objetivo analisar o efeito de uma intervenção psicomotora sobre o desenvolvimento motor de crianças com dificuldades de aprendizagem. A população do estudo serão todos os alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem da rede pública de ensino da cidade de Acari/RN, encaminhadas ao serviço de atendimento psicológico. Serão acompanhadas 20 crianças subdivididas em dois grupos: Grupo Intervenção (n=10) e o Grupo Controle (n=10). Os dados serão apresentados por meio de medidas de tendência central e dispersão acompanhados pela análise inferencial através do teste Anova One-Way para medidas repetidas ou o teste de Friedman, as entrevistas serão analisadas pelo Alceste.

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ABSTRACT

Psychomotricity enhances the child development, and has the achievement to

improve the cognition, the emotional feelings, symbolic,

psycholinguistic and motor actions. Also, there is still the mature and learning process through well organized and integrated playful activities. This work has as an objective to analyze the efect of psychomotricity intervention over the motor development of children with learning problems. The population of the study is going to be constituted by students diagnosed with learning problems under the public education system of Acari city. Furthermore, the study results will be sent to the psychological care. There will be 20 children divided into two groups: intervention group (n=10) and the control group (n=10). The data will be presented by the virtue of measures of central tendency and dispersion, which is followed by the interferential analysis via Anova One-Way test to repeated actions or the test of Friedman. Consequently, the interviews will be analyzed by Alceste.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 6 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 6 1.2 OBJETIVOS ... 7 1.2.1 OBJETIVO GERAL ... 7 1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 8 1.3. JUSTIFICATIVA ... 8

1.4. HIPÓTESES (QUANTITATIVO) OU PRESSUPOSTOS (QUALITATIVO) ... 8

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 9

2.1. DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ... 9

2.2. PSICOMOTRICIDADE E AS INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS ... 11

3. METODOLOGIA ... 13

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 13

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 14

3.3. INSTRUMENTOS DE PESQUISA ... 14

3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ... 16

3.5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ... 17 4. RECURSOS ... 18 4.1. RECURSOS HUMANOS ... 18 4.2. RECURSOS MATERIAIS ... 18 4.3. RECURSOS FINANCEIROS ... 18 4.5. CRONOGRAMA ... 19 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 21

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6 1. INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Sabe-se que o desenvolvimento humano é um caminho de transformação que ocorre com o indivíduo desde a sua vida intrauterina. Desta forma, o conceito de promoção da saúde e prevenção de doenças deve atentar para a influência dos fatores biológicos, ambientais, econômicos e sociais, sendo necessário o acompanhamento no processo de desenvolvimento como forma de identificar precocemente atrasos no desenvolvimento motor de crianças expostas a possíveis fatores de riscos (ALVES; FORMIGA; VIANA, 2012).

Entende-se que o comportamento humano, contempla os domínios motor, cognitivo e afetivo, que por sua vez estão interligados e são influenciados simultaneamente por variações biológicas e ambientais. Ainda assim, em algumas fases, uma área pode ter mais protagonismo do que as outras, sem deixar de coabitar, a toda o instante, sendo que em cada uma delas, pais, bebê e genética têm o seu papel fundamental (CAETANO et al., 2016).

Em estudos realizados com crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem, observa-se valores abaixo do padrão idealizado como ideal nas avaliações do desenvolvimento motor, solidificando a ideia de como os déficits motores podem ocasionar uma dificuldade de aprendizagem (LAUX; OLIVEIRA, CORAZZA, 2016; MEDINA-PAPST; MARQUES, 2009). Sobre isso, Medina-Papst e Marques (2009) apontam que crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente residem sobre as áreas de percepção, atenção, memória, associação e fixação de informações, os quais podem se estender na vida jovem e adulta.

De acordo com Torres, Soares e Conceição (2016) :

a dificuldade de aprendizagem está ligada a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico, raramente, elas devem ser atribuídas a uma única causa, pois muitos aspectos diferentes podem prejudicar o funcionamento cerebral, e os fatores psicológicos dessas crianças frequentemente são complicados, até certo grau, por seus ambientes domésticos e escolares, sendo enquadrada a depender do grau de severidade como: moderadas, graves, profundas e múltiplas. (TORRES; SOARES; CONCEIÇÃO, 2016, p.116)

Por tudo isso, durante anos muitos estudiosos e pesquisadores, estudaram sobre as dificuldades de aprendizagem e sobre o fracasso escolar (VERRET et al.,

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2012). Diante dessas demandas, como solução para esses problemas a psicomotricidade, foi aos poucos se consolidando e delineando suas áreas de atuação e seus enfoques: respectivamente, áreas clínica e escolar e enfoques preventivos e terapêuticos. A psicomotricidade tem diferentes âmbitos de aplicação: preventivo, educativo, terapêutico (ROSA NETO, 2015).

O ato de brincar na estimulação psicomotora é um instrumento de trabalho muito eficaz com a criança, pois tem uma função motivadora na aprendizagem, aumentando a concentração e ajudando na interação (DONATO et al., 2008). Entretanto, apesar de muitos estudos destacarem a importância da psicomotricidade no desenvolvimento cognitivo, na aprendizagem da leitura e escrita e na formação da inteligência, a escola tem dado pouca importância a essa área. (FÁVERO, 2015)

Sendo assim, a intervenção psicomotora potencializa o desenvolvimento infantil, e tem por finalidade aprimorar a cognição, o emocional, simbólico, psicolinguístico e motor, e ainda o processo de maturação e aprendizagem, através de atividades lúdicas organizadas e integradas (MOREIRA, 2015).

Por tudo isso, torna-se relevante inserir uma intervenção baseada numa abordagem psicomotora, tendo em vista os benefícios sobre o desenvolvimento motor e aprendizagem de crianças com necessidade educativas especiais, para elucidar o impacto sobre as variáveis investigadas como também fortalecer a prática da psicomotricidade.

Diante disso, o presente estudo tem por objetivo verificar se uma intervenção psicomotora produzirá benefícios sobre o desenvolvimento motor de crianças com dificuldades de aprendizagem?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito de uma intervenção psicomotora sobre o desenvolvimento de crianças com dificuldades de aprendizagem em escolas municipais na cidade de Acari, Rio Grande do Norte.

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1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Analisar o desenvolvimento psicomotor das crianças com dificuldades de aprendizagem submetidas a intervenção psicomotora.

- Comparar o desenvolvimento motor das crianças com dificuldades de aprendizagem antes, durante e após a intervenção psicomotora.

1.3. JUSTIFICATIVA

Quando investigamos sobre o desenvolvimento infantil nos deparamos com inúmeras variáveis, porém quando se avalia porque uma criança não está conseguindo aprender muitos se desesperam e já supõe que seja um transtorno de desenvolvimento que dificulte o aprendizado infantil.

Vários estudiosos já investigaram a causa da falha na aprendizagem e perceberam como a psicomotricidade tem influência em diversas áreas do desenvolvimento humano, desde a infância até a velhice. Nessa perspectiva, será relevante investigar aspectos que influenciam o estilo de vida das crianças, que diretamente estão estudando e, não são poucas as pesquisas que já focam suas áreas nesta fase. Com isso, trazer estes conhecimentos trará novos subsídios para que se possa planejar e estruturar, estudos longitudinais e programas de intervenção com foco no desenvolvimento psicomotor das crianças, respeitando suas individualidades. Os benefícios para as crianças serão visíveis, visto que elas não serão diagnosticadas erroneamente e terão o foco no seu atraso psicomotor. Desta forma, com base nos resultados podemos auxiliar em estratégias que busquem intervir em comportamentos que proporcionem um estimulo psicomotor mais forte tanto na escola como em outras áreas, impactando numa possível diminuição de atrasos escolares em decorrência disso.

1.4. HIPÓTESES (QUANTITATIVO) OU PRESSUPOSTOS (QUALITATIVO)

De acordo com o objetivo de pesquisa e tipo de estudo, a seguir citamos as hipóteses.

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9 H0= a intervenção psicomotora não trará efeitos positivos sobre o desenvolvimento motor das crianças com dificuldades de aprendizagem.

H1= a intervenção psicomotora trará efeitos positivos sobre o desenvolvimento motor das crianças com dificuldades de aprendizagem.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

O desenvolvimento biológico no humano, depende de sua maturação neurológica e desenvolvimento social, que consequentemente irá incorporar experiências sociais e culturais, a sociogênese, que são condições que necessitam um do outro (Wallon 1937, 1950, 1969, 1970ª, apud FONSECA 2008).

A motricidade na infância está presente até na aquisição da linguagem, tornando-se a primeira estrutura de relação e de correlação com o meio em que vive. Wallon (1937, 1950, 1969, 1970a apud FONSECA 2008) em seus estudos afirma que a motricidade aparece até mesmo no desenvolvimento intrauterino sendo assim uma forma de interação com o envolvimento eterno.

Segundo o Wallon (1970b apud FONSECA 2008) os bebês humanos mantêm-se durante os primeiros memantêm-ses com uma motricidade visceral extremamente aperfeiçoada, que são as agitações irregulares dos membros, porém antes de possuir uma motricidade autônoma ele revela a motricidade relacional. Durante esses processos a criança começará a criar sustentação no tônus muscular evoluindo aos poucos, desde o se arrastar até chegar a postura bípede que é uma posição importante para o envolvimento da criança com o mundo.

Cada fase é de suma importância para a evolução de uma pessoa, e para Wallon (1925, 1930, 1932, 1938, 1963, 1968, 1970 apud FONSECA 2008):

(...) a evolução da criança processa-se em uma dialética de desenvolvimento na qual entram em jogo inúmeros fatores: metabólicos, morfológicos, psicotônicos, psicoemocionais, psicomotores e psicossociais. Nos aspectos psicomotores mais específicos, Wallon realça os seguintes estádios: impulsivo, tônico-emocional, sensório-motor, projetivo, personalístico, da puberdade e da adolescência. (Wallon, 1925, 1930, 1932, 1938, 1963, 1968, 1970 apud FONSECA, 2008, p. 22).

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Ou seja, a criança deve ser estimulada para se desenvolver de forma saudável e no seu tempo. A forma como a criança é tratada também influenciará em seu desenvolvimento, por exemplo, segundo Wallon (1970a, 1970b1925, 1930, 1932, 1938, 1963, 1968, 1970 apud FONSECA 2008) a tonicidade está ligada com as relações afetivas da criança, pois tudo será filtrado no tônus, se foi caricias ou traumatismo, voz calma ou gritos, alegrias ou sofrimentos, etc. Assim pode-se perceber que a motricidade não se reduz apenas a ações musculares, o emocional está interligado.

Rubinsthein (1973 apud FONSECA 2008), defende que o desenvolvimento motor não só se estabelece ligações ativas e interativas com os adultos, como também com os objetos por ele fabricados, através da motricidade, se diferenciando do objeto vindo a manipula-lo e transforma-lo.

Porém quando a criança não é bem estimulada, ela irá ter atraso em sua motricidade e consequentemente será prejudicada em algumas áreas de sua vida. Segundo Ayres (1978, 1977, 1972 apud FONSECA 2008) se a criança não é capaz de reconhecer qual função de cada parte do corpo ela apresentará muita dificuldade para aprender ou fazer coisas novas.

Em termos piagetianos o desenvolvimento psicomotor nem sempre ocorre de forma natural, e ao lidar com crianças que apresentam imaturidade e dificuldades de desenvolvimento e de aprendizagem, ele sugere que possivelmente o cérebro dessas crianças apresentam problemas em integrar sensações e ações.

Vygotsky (1993 apud FONSECA 2008) afirma que as crianças portadoras de deficiências, transtornos, dificuldades ou desvantagens são seres sociais que também precisam se comunicar e interagir entre si. Ou seja, não é porque elas não conseguem aprender da forma ensinada que se deve desistir delas, cada criança tem um jeito único de adquirir conhecimentos novos, e descobrir o que está dificultando esse processo é essencial.

É importante se atentar para fatores culturais quando se fala em uma criança que está em atraso psicomotor, de acordo com Curtis (1977 apud FONSECA 2008) se uma criança for criada com indivíduos que não falam e não leem consequentemente elas não irão desenvolver essas áreas. Portanto ao se avaliar uma criança é importante a investigação para que o indivíduo não seja diagnosticado de

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forma errônea, pois ele pode ter a capacidade motora e só precisa ser estimulada corretamente.

Segundo Kirk (1962 apud Fonseca 2008)

A dificuldade de aprendizagem (DA) refere um atraso, desordem ou imaturidade em um ou mais processos da linguagem falada, leitura, ortografia, caligrafia ou aritmética, resultante de uma possível disfunção cerebral, de distúrbios de comportamento ou de distúrbios emocionais, mas não dependentes de um atraso mental (mental retardation), de uma privação sensorial (visual ou auditiva), cultural ou pedagógica. (KIRK, S.A In “Education Exceptional Children” 1962 ,apud FONSECA, 2008. p.566)

Portanto percebe-se que os problemas de atraso motor dependem da cultura e da competência dos adultos, que muitas vezes não dão atenção adequada as necessidades das crianças. Porém existem questões de desigualdades sociais, culturais, econômicas ligadas as condições que as crianças venham a ter um desenvolvimento motor adequado. Falta de espaço na casa, na rua ou até mesmo na escola, a estimulação precoce dos hábitos motores também podem desencadear um desenvolvimento motor menos harmonioso. (FONSECA, 2008).

2.2. PSICOMOTRICIDADE E AS INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS

O termo psicomotricidade ainda gera muitas dúvidas do que se é, ou do que se estuda ou faz, porém pode-se citar de forma clara o que a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade relata: “Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das

aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto . Pode-se dizer que a psicomotricidade é uma ciência e área de intervenção profissional, área do sistema nervoso central e, também como etapa de desenvolvimentos psicomotor. (COQUEREL, 2012).

A psicomotricidade é uma área que foi moldando-se aos poucos, uma área complexa e diversificada, podendo-se dizer ser uma ciência encruzilhada (COSTA, 1978, apud COQUEREL, 2012).

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A psicomotricidade poderá atuar em três níveis de atuação: educação, reeducação e terapia psicomotora. A educação psicomotora começou com crianças que sofriam deficiências graves, porém a psicomotricidade foi moldando-se e, hoje é uma ação educativa, que está presente em crianças em desenvolvimento. (LOREZON,1995)

Assim como a educação, segundo Lorezon (1995) a reeducação começou como uma prática adaptada para crianças infradotadas, baseadas em exercícios e avaliação em vista da ‘recuperação da criança deficiente’. De acordo com M. Daher (1988, apud Lorezon) a reeducação visa uma reorganização de engramas através da psicomotricidade, e observa-se a existência de alterações relacionadas ao afetivo, neurológico, sensorial, o psíquico.

A terapia psicomotora é um local de expressão do corpo, que pode acontecer acompanhada de linguagem verbal ou não. Nessa prática não se abordará o sintoma diretamente, criará situações onde por meio do diálogo tônico se resgate e libere situações mal vividas a nível inconsciente, que causaram os sintomas (LOREZON, 1995).

Sabendo disso conseguimos diferenciar o que cada área da psicomotricidade realiza, porém o que é Intervenção psicomotora? Entende-se como a forma que se abordará cada área, permitindo reeducar, recuperar, readquirir e reintegrar um estado de ajustamento sustentado, funcional e adaptativo da pessoa com dificuldades, permitindo o indivíduo se reajustar em todos os níveis. (FONSECA, 2010b, apud DOMINGUES 2017).

Para uma abordagem terapêutica a psicomotricidade tem dois tipos, a psicomotricidade relacional e a instrumental. A psicomotricidade relacional baseia-se no vínculo emocional que o psicomotricista deve criar com o indivíduo levando em consideração situações tónico-emocionais (REVIÈRE, 2010 apud DOMINGUES 2017). Já psicomotricidade instrumental seria a aplicação de testes psicomotores para avaliar quais áreas precisam de maior atenção (ARAGÓN, 2007, apud DOMINGUES 2017).

Mas é possível que se realize psicomotricidade nas escolas, que se insira em disciplinas jogos que estimule o aprendizado e ao mesmo tempo o desenvolvimento psicomotor. Fonseca (1999), afirma que a psicomotricidade tem um papel fundamental

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na educação infantil, pois a relação motora, afetiva e intelectual insere a criança no meio sociocultural, por isso a relação de psicomotricidade com a aprendizagem contribui para o desenvolvimento da criança.

Porém, quando se fala de criança que apresentam dificuldades para aprender requer um cuidado diferenciado, Fonseca (1999) cita Quirós e Schrager (1978), que diz que de cada três tipos de problemas relacionados a aprendizagem, se destaca os de caráter perceptivo e os de caráter psicomotor. Os de caráter psicomotor especificamente estão relacionados a noção corporal, estruturação espaciotemporal, praxia global e fina.

Então pode-se dizer que intervenções psicomotoras podem melhorar significativamente o desenvolvimento motor nas crianças, de acordo com o que já foi abordado.

Para se trabalhar psicomotricidade nas escolas, aplica-se jogos psicomotor, e que seja diferentes tipos de jogos para trabalhar diferentes competências (Boulch, 1987). De acordo com Martins (2011, apud MOREIRA 2015) os jogos recomendados são:

Jogos de exercício (funcionais ou sensório-motores) harmonizando os gestos e aumentando a sua eficácia; jogos simbólicos ou de imaginação, que favorecem a passagem do nível sensório-motor ao nível da representação; jogos de construção, que têm origem nos jogos simbólicos e evoluem para uma adaptação mais adaptada à realidade e jogos de regras ou sociais, caracterizados por certas regras comuns permitindo a cooperação e a descontração (MARTINS, 2011 apud MOREIRA, 2015, p. 13).

3. METODOLOGIA

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Trata-se de um estudo experimental com abordagem quantitativa e qualitativa com intuito de verificar alterações no desenvolvimento motor de crianças com DA submetidas a uma intervenção psicomotora. De acordo com Medronho (2008) os estudos experimentais, são estudos em que o pesquisador provoca uma modificação intencional em algum aspecto do estado de saúde dos indivíduos, através da introdução de uma intervenção ou terapia.

O projeto será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN).

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3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo serão todos os alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem da rede pública de ensino da cidade de Acari/RN, encaminhadas ao serviço de atendimento psicológico. Para o recrutamento amostral, adotaremos o critério de amostragem não probabilística por conveniência, aonde serão inseridas 20 crianças que serão randomizadas através do software Research Randomizer® em dois grupos estabelecidos: Grupo Intervenção (n=10) e o Grupo Controle (n=10).

3.3. INSTRUMENTOS DE PESQUISA

O instrumento para avaliação psicomotora escolhido foi o produzido pelo autor Francisco Rosa Neto, que desenvolveu a partir de observações em sua formação acadêmica, experiência profissional. Segundo Rosa Neto (2015), os testes motores para obter amostras de comportamento requer procedimentos sistemáticos, e são ferramentas que busca um meio para alcançar um fim.

Rosa Neto (2015) afirma que o teste é capaz de avaliar dificuldades particulares como: transtorno na coordenação motora, transtorno específicos de desenvolvimento neuropsicomotor, hiperatividade, alterações de conduta e, o principal que esse trabalho procura que é, dificuldades de aprendizagem escolar. A escala de desenvolvimento motor (EDM) é composta pelos seguintes testes:

- Motricidade fina (óculo manual); - Motricidade global (coordenação); - Equilíbrio (postura estática);

- Esquema corporal (imitação de postura, rapidez); -Organização espacial (percepção do espaço);

-Organização temporal (linguagem, estruturas temporais); - Lateralidade (mãos, olhos e pés).

A EDM é validada e é uma escala brasileira que tende a colaborar para a avaliação completa e elucidativa do desenvolvimento motor. Contêm um conjunto de

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provas com dificuldades graduadas, com níveis progressivos abrangendo diferentes áreas do desenvolvimento motor (ROSA NETO, 2015).

O teste é aplicado de forma individual, dura entre 30 a 45 minutos, a população indicada para o teste são os escolares matriculados no ensino regular (educação infantil e ensino fundamental) e educação especial, indica-se também para crianças com dificuldades na aprendizagem escolar, atrasos no desenvolvimento psicomotor, problemas na fala, escrita e cálculo; problemas de conduta (hiperatividade, ansiedade, falta de motivação); alterações neurológicas, mentais, sensoriais etc.

O resultado está dividido em classificações por idade e nível de escolaridade, no caso a criança que estiver abaixo do seu nível motor estará apresentando atraso na psicomotricidade. Porém deve-se atentar para quais testes são indicados a cada faixa etária para que a criança não seja prejudicada por uma má aplicação. O resultado irá classificar se a criança tem algum fator de risco ou não, caso tenha é classificado em: risco leve, risco moderado e risco grave, e a partir do resultado será montado a intervenção psicomotora.

O material do teste é composto por livro de manual de avaliação psicomotora, cubinhos, corda pequena, agulha, linha, papel seda, bolinha, imagens para reproduzir a pose, imagens para reproduzir ritmo, bastões com corda, formas (circulo, triangulo e quadrado), um cubo grande, um retângulo cortado ao meio e outro inteiro. O material é utilizado de acordo com a prova que será realizada, com um grau de dificuldade dependendo da faixa etária da criança, e do que o avaliador quer avaliar.

Para se saber o resultado da prova se fará uma soma dos resultados positivos obtidos nas provas motoras, e a idade será expressa em meses. O resultado positivo é representado pelo número 1 e o negativo pelo número 0. O resultado da idade motora geral se dará pela soma das 6 idades motoras, que serão cada área que será avaliada, dividida por 6. Terá também o resultado do quociente motor geral (QMG), que é a divisão da idade motora geral e a idade cronológica multiplicada por 100.

Ao final das intervenções, serão realizadas uma entrevista com pais e professores sobre a percepção desses adultos em relação os possíveis benefícios da intervenção psicomotora baseados em três tópicos norteadores.

1- Como você descreve a interação social dele antes e após a participação no programa de intervenção psicomotora?

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2- Como você descreve o desenvolvimento motor do seu filho antes e após a participação no programa de intervenção psicomotora?

3- Você percebeu melhoria na aprendizagem escolar após a intervenção psicomotora?

Para o registro das informações obtidas no discurso do pais e/ou responsáveis e do professor, será utilizado um gravador digital para transcrição e, logo a após as gravações serão excluídas para maior preservação de sigilo dos participantes da pesquisa.

3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

As avaliações serão realizadas em uma sala reservada com espaço suficiente para realização dos testes da escala de desenvolvimento motor (ROSA NETO, 2015). Inicialmente, serão aplicados os testes motores antes do início da intervenção (Pré-intervenção), na oitava semana de intervenção e no final da intervenção (Pós-intervenção) (FIGURA 1).

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Serão realizadas sessões semanais com duração de 40 a 50 minutos. A Avaliação será individual. Porém a intervenção ocorrerá em grupos, dividido por faixas etárias e o público alvo. No final do procedimento será realizado uma nova avaliação para observar se o atraso motor detectado, foi resolvido.

A intervenção será realizada através de atividades lúdicas, prevendo serem realizadas durante 16 semanas, em uma sala adaptada com recursos para atendimento psicomotores. O programa abordará atividades que serão executadas durante as sessões estimulando os domínios: Motricidade fina (óculo manual); Motricidade global (coordenação); Equilíbrio (postura estática); Esquema corporal (imitação de postura, rapidez); Organização espacial (percepção do espaço); Organização temporal (linguagem, estruturas temporais); lateralidade (mãos, olhos e pés).

3.5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

A normalidade dos dados será verificada através do teste de normalidade Shapiro Wilk. Logo após, os resultados serão apresentados por meio da análise descritiva (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo). Além disso, para verificar as variações no desenvolvimento motor de acordo com o tempo da intervenção, usaremos o Anova One Way ou o Kruskal Wallis e por fim aplicaremos o delta de variância (Δ%). Para todas as análises será adotado o nível de significância de p menor ou igual a 0,05.

Para a análise das entrevistas, utilizaremos o software de análise de dados textuais o Alceste, versão educação 2012- Analyse Lexicale par Contexte d’um Esemble de Segments de Texte. Ao realizar a análise léxica de um conjunto de dados textuais, o Alceste agrupa raízes semânticas definindo-as por classes, levando em consideração a função da palavra dentro de um dado texto. Assim, tanto é possível quantificar, como inferir sobre a delimitação das classes. O Alceste trabalha com cálculos efetuados sobre a co-ocorrência de palavras em segmentos de texto, buscando distinguir classes de palavra que representem formas distintas de discurso sobre o tópico de interesse da intervenção.

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18 4. RECURSOS

4.1. RECURSOS HUMANOS

Tabela 1. Recursos humanos

Ordem Recurso Quantidade Valor

unitário R$

Valor subtotal R$

01 Monitores 2 400,00 800,00

4.2. RECURSOS MATERIAIS

Tabela 2. Recursos materiais

Ordem Recurso Quantidade Valor

unitário R$ Valor subtotal R$ 01 Gravador digital 1 182,74 182,74 02 Kit EDM 1 900,00 900,00 4.3. RECURSOS FINANCEIROS Tabela 3. Recursos financeiros

Ordem Recurso Valor

subtotal R$

01 Humanos 800,00

02 Materiais 1082,74

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19

TOTAL DE RECURSOS 1882,74

4.5. CRONOGRAMA

Tabela 4. Exemplo de cronograma para 5 meses (meramente ilustrativo) Ago 2018 Set 2018 Out 2018 Nov 2018 Dez 2018

Comitê de Ética X Revisão de literatura X Estudo piloto X Treinamento para coleta de dados X Coleta de dados no pré-teste X Intervenção psicomotora X Coleta de dados no pós-teste X

Tabulação dos dados X

Análise dos dados Formatação final do

relatório de pesquisa X

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20

Submissão de artigo para publicação

periódica

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21 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÁLVAREZ IC. Bases genéticas del autismo. Acta Pediatr. Mex. 2010; 31(1): 22-28. ALVES A.P.V; FORMIGA CKMR; VIANA F.P. Correlação entre as características do perfil e desenvolvimento sensório-motor de crianças com síndromes genéticas. Eletr. Enf, 2012: abr/jun; 14(2): 322-9.

BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

DOMIGUES, Vanessa Sobreiro. O papel da Intervenção Psicomotora no Desenvolvimento Infantil e na Intervenção Precoce. Universidade de Lisboa Faculdade de Motricidade Humana, 2017

DONATO, B. F. et al. Crescendo e Aprendendo no Lar. In: Nobre S. L. e Lima J. M., (1ª Ed.). Segundo Encontro do Núcleo de Ensino de Presidente Prudente. São Paulo: Universidade Estatual Paulista, 2008.

FÁVERO, M. T. M. Psicomotricidade e dificuldades de aprendizagem: uma revisão sistemática dos últimos 5 anos. Grupo de Trabalho – Educação na infância. UNESPAR/FAFIPA, 2015.

FONSECA, V. d. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem [recurso eletrônico] / Vitor da Fonseca. Dados eletrônicos. Porto Alegre: Artmed, 2008. FONSECA, V. d. Insucesso escolar - Abordagem Psicopedagógica das Dificuldades de Aprendizagem. Âncora Editora, 1999.

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Referências

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