TINTVERSIDADE DE
ÉVORA
Departamento
de Pedagogia e Educação.Mestiàdo
em Educação-
Variante
de Supervisão PedagógicaConsensos
e
contradições
no
ensino, aprendizagem
e
avaliaçáo
sumativa externa
de
Língua
Portuguesa,
no
9"
ano:
\m
estudo de
caso
Paulo Tapadas
f
3224Orientador: Prof. Doutor José Reis-Jorge
I i
I
t' / IUNTVERSIDADE DE
ÉVORA
Departamento
de Pedagoga e EducaçãoMestrado
em Educação-
Variante
de Supervisão PedagógicaConsensos
e
contradições
no
ensino,
aprenüzagem e
avaliaçáo sumativa externa
de
Língua
Portuguesa,
no
9o
ano:
tm
estudo de
caso
K§
)(eL
158
Paulo Tapadas
f
3224Orientador: Prof. Doutor José Reis-Jorge
Éron
q,AcnaoECrMENTos
As
palawas
de abertura desta dissertaçãoforam
as últimasa ser
escrttas.Ficaria
inacabado otqto
se não se mencionasse o contributo de todos quantos acompanharameste percarso que a.gora se conclui.
A
todos a minha profunda grattdão.Ao Prof,
Dr.
Reis-Jorge,pela
orientação sempre atenta, dedicada e rigorosa,pelo
interesse
que,
desde
o
prtrueiro
montento,
manifestoupor
este
estudo
e
pelas manifestações de amizade.A
todos os docentes do curso de mestrado,por
todos os ensinatnentos inestimáveisque proporctonaram. À
frol.
Dra.
Marília
Cid e àProf.
Dra. Ângela Balça. Ao Prof.Dr.
António Neto,pelos
sans (sempre bons) conselhos.À
Prof.
Dra.
Glória
Ramalho, enquantoDirectora do
GAVE; aoDr.
PauloFqttor
Pinto,
Director
daAPP;
aoDr.
António Alves da Delegação Regional do Alentejo da IGE.À Alexandra.
A
todos os colegas do carso de mestrado. Às Anas. À Sara e ao Miguel.À
Celeste, à Cristina e à Madalena.Ao John, ao Paul, ao George e ao Ríngo. À Pipoca.
Ao Dtogo. À minha mã.e.
Por fi.m,
à
direcção da escola onde efectuámos este estudo e, sobretudo,a
todos osfÍfUf,O:
Consensos e contradições no ensino, aprendizagem e processo de avaliaçãosumativa externa de Língua Portuguesano 9" ano de escolartdade: um estudo de caso
PALAYRAS-CHAVE:
Avaliação sumativa extema; Competências em língua matema; Currículo de língua maúerna; Ensino e aprendizagem de língua matema; Representações de alunos; Representações e práticas de professoresRBstruo
O discurso
oficial
legitima o processo de avaliação sumativa externa que, nofinal
do9o ano, ocorre em Língua Portuguesa, atribuindo-lhe, como firnções, a certificação das
aprendizagens
e
competênciasadquiridas
pelos
alunos,
a
regulaçÍlo
das
pnáticaseducativas e a promoção da melhoria sustentada das aprendizagens.
Acompanhando a forma como decorreu, nuÍna escola da cidade de
Évorq
nofinal
do ano lectivo de 200512006, a segunda edição do Exame Nacional de Língua Portuguesa, o presente estudo de caso procura conhecer as representações e expectativas dos alunos e professores acerca da prova de avaliação sumativa externq analisar as classificações de exame obtidas pelos alunos, e identificar possíveis coÍNensos e conffadições entre o que se pretende que seja, no discursooficial,
e o que pÍrece ser, na realidade, o processo de avaliação sumativa extema.O
estudocontou com a
participação das professorasde
Língua Portuguesae
dosalunos das seis tunnas de 9o ano de escolaridade da escola em questão. Recolheram-se dados de natweza mista, quantitativa e qualitativa, affavés de questionários, enfrevistas semi-estruturadas, consulta de pautas de avaliação, bem como
a
análise detalhada do conteúdo daprova de exame.Os resultados do estudo apontam para a existência de connadições
ente
o plano dasintenções
e aprítica:
o
Exame Nacional de Língua Portuguesa é pouco certifiicativo, a sua função reguladora é, cumulativamente, condicionadora elimitativa
depúticas
e, tal como tem sido concebido, o processo de avaliação sumativa externa nofinal
do 3o ciclo do ensino básico pouco pode confribuir para a melhoria das aprendizagens.TITLE:
Consensusand
contradíctions around teaching, learntng
and the
extemal assessment in Portuguese Language the 9th grade: a case studyKEWYORDS:
Summative external
assessment;Skills
in
Ll;
Ll
curriculum;
Ll
teaching and leanring; students' representations; teachers' representations andpractices.
Ansrnacr
The implementation
of
the processof
extemal assessmentin
Portuguese Language, atthe
endof
the9th
grade has beenofficially
supportedon
the account thatit
serves three main purposes: the certification of the knowledge and skills acquiredby
students; the regulationof
educational practices; and the promotionof
sustained improvementof
learning.By
focusing
on
the
secondedition
of
the
National Exarrination
of
Portuguese Languagewhich took
place at the endof
the school year 200512006, the present study aimsto:
(a)
uncoverthe
students' and teachers' representationsof,
and expectations about the external evaluation examination;(b)
analyse and discuss the studentso results on the exÍlm; and (c)identiff
possible consensus and contradictions between theofficial
discourse and what the process
of
extemal evaluation seerui to be in realtty.The study was conducted
with
the teachers and students of the 9th gradein
a schoolin
the cityof
Évora, Poúugal.Multiple
sourcesof
quantitative and qualitative data were usedfor
the purposeof
data collection. These included questionnaires, semi-stnrcfired interviews and the published resultsof
the exaÍnination, alongwith
a detailed analysisofthe
Portuguese language test.The findings
of
the study point to the existenceof
contradictions between theofficial
rhetoric andúe
real
effectsof
the national examinationon
the teaching and learning process:in its
current format, the processof
extemal assessment at the endof
the 9tr gradefails
to
serve the purposesof
certification,
imposes a numberof
limitations
on teachers' practicesand
falls
short
of
contributing positively
to the
improvementof
learning.Ixorcn
cERAL
Índice de Quadros.... Índice de Figuras...,r
-TNTRODUÇÃO.
ix
x
1.Nota
deAbertura...
2. Relevância doEstudo.
3.Objecto
doEstudo
4.Orgrnização do Trabalho..
II
-LnIHAS
DE FTTNDAMENTAÇÃO
rpÓnrCA
1. Da Correcção à
Adequação:
a Competência Comunicativa...2. Recepção, Produção e
Explicitação: Três
Modalidades, Três Gramdticas... 3. Exclusão e SolidariedadeLinguísticas: Modalidades
doOral
e do Escrito...4. Do
Programa
de
Língua
Portuguesa
às
Qempetências Essenciais
doCurrículo:
Continuidade
eRupfura...
5. Do
Ensino
àAprendizagem
emLíngua
Poúuguesa...6.
As
Provas
de
Exame Nacional
de
Língua
Poúuguesa: Provas
lguais,
Resultados Diferentes?
m -
EM
BUSCA DE
CONSENSOSE
CONTRADTÇÔES:
O
ESTTTDODE
I
I
2 5 6l5
2l
8 9 11l3
25 34 34 34 35 39 40 42 42 42l.
Objectivos
doEstudo...
2. Opções Metodológicas... 3.Estratégiade
Estudo de Caso.4.
Caracterizryio
do Caso e Participantes... 5. Procedimentos de Recolha e AnáIise de Dados..5.1. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados... 5.1.1. As Pautas de Avaliação Final...
5.1.3. O Exame Nacional de Língua Portuguesa (9o Ano,2006)... 5.1.4. As Enfrevistas...
5.2. Procedimentos de
Aúlise
de Dados 5.2.1.A
Análise Estatística.5.2.2.
A
Análise Documental...5.2.3.
A
Anrâlise deConüeúdo
54rv
-APRESENTAÇÃO
E DTSCUSSÃO DOS RESTTLTADOS.1.
Das
Representaçõesde
Professoras
e
Alunos
da
prova
de
Avaliação
Sumativa Bxterna...
2. Das Expectativas de Professoras e
Alunos quanto
ao Conteúdo do Exame. 3. Da Provagsalizada.
3.1. O Grupo I.. 3.2. O Grupo tr... 3.3. O Grupo
III....
4.Da
Distância
entre Prova Esperada e Prova Realizada.5.
Das Diferenças entre
Classifrcaçõesde
Frequência
e
Classifrcações de5.1. Língua Portuguesa e Matemática. 6. Das Possíveis Explicações...
7.
De
Contradições
e
de
Consensosno
Processo
de Avaliação
Sumativa
Externa....
8889
9t
93
7.3.
A
Promoção da Melhoria Sustentada das Aprendizagens?v
-
CoNSIDERAÇÕES
FrNArS...
1.Principais
Conclusões..2.
Limitações
do Estudo...3. Implicações e
Linhas para Futuras
Investigações...4
45 50 50 53 57 58 65 70 70 73 75 78 79 80 827.l.Uma
Prova Certificativa de Aprendizagens?7.2.Um Instumento
de Regulação dasHücas?
95 95 97 99 101
RETERÊNCIAS BIBLIOGNÁIUCAS...
AIIEXOS.
Anexo
I
Anexo 2 Anexo 3 Anexo 4 Anexo 5 Anexo 6 108Pedido
de
colaboraçãoà
escola para
realiz.aqãode
habalho
de investigação com indicação de parecerfavoúvel
da parte do Conselho Executivo da escolaPedido
de
colaboraçãoaos
encaxregadosde
educaçãodos
alunos participanÍes na investigaçãoEnunciado da prova de Exame nacional de Língua Poúuguesa, 2006, lo chamada
Questionário
sobre
gm,o
de
satisfação
e
auto-avaliação
de competências em Língua PortuguesaGuião das entrevistas a alunos e aprofessores Protocolos
A3
e P3hrorcn
DE
euADRos
QUADRO
I:
Distribüção de
tempos lectivos pelos vários domíniose
actiüdades, determinadaa
par1ir da proposta de "gestãoglobal"
do Programa deLíngua Portuguesa (Ministério da Educagão,199L,p.
56)...
ZOQUADRO
IIz
Médias de nível das classificações de frequência e de exame, em LínguaPortuguesa (9o ano), nacional, no distrito de Évora e no concelho de Évora, em2005
e2006(JúriNacionaldeExames,2005,2006)...
..
27 QUADROIII:
Itens de compreensão literal e de compreensão inferencial nas provas deexame de Língua Portuguesa de 2005 e de 2006...
QUADRO
[V:
Uma escola, seis turmas de 9o ano, três professoras de Língua Portuguesa...QUADRO
V:
Procedimentos de recolha e análise dos dados...QUADRO
YI:
Quadro-resumo da aruílise estatística...QUADRO
VII:
Língua Portuguesa: resposta cognitiva e resposta afectiva(n:
62)...QUADRO
YIII:
As competências do currículo: resposta cognitiva e resposta afectiva(n:
62).
6t
QUADRO
IX:
Compreensão da leitura na pÍova de Exame Nacional de Língua Portuguesa(9o ano,2006).... 72
QUADRO
X:
Conhecimento explícito da língua na prova de Exame Nacional de LínguaPortuguesa (9o ano,
2006)...
73 QUADRO)il:
Expressão escrita na prova de Exame Nacional de Língua Portuguesa(9'
ano,2006).. 76
80
81 84
QUADRO
)ilI:
Diferengas entre Cf e CE em Língua Portuguesa..QUADRO
)ilII:
Diferenças entre Cf e CE emMatemática...QUADRO
)([V:
Leitura - tipos de texto: resposta cognitiva e resposta afectiva(n:
92)...QUADRO
XV:
Leitura-
tipos de texto: resposta cognitiva; resultados da aplicação do teste de comparação multipla de médias-
teste Scheffé(n:92)...
QUADRO
XVI:
Leitura - tipos de texto: resposta afectiva; resultados da aplicação do testede comparação múltipla de médias
-
teste Scheffé(n:92)...
QUADRO
XVII:
Conhecimento explícito da língua-
conteúdos esperados e conteúdos testados: resposta cognitiva (n:
79) e resposta afectiva (n:
81)...QUADRO
XVIII:
Escrita-
tipos de texto: resposta cognitiva(n:87)
e resposta afectivaQUADRO
XD(:
Evolugão das classificações emLíng*
Portuguesa: da frequência à final,passando pelo exame (n
:
117)....QUADRO
)O(:
Evolução das classificaçõesem
Matemática:da
frequênciaà
final,32 39
4l
53 59 85 86 87 88 90 90Ír.rorcn
DE
FrGuRAs
Figura 1. Um projecto de investigação deseÍrvolüdo em três fases....
F'igura 2. Proposta de "gestão globaf' (adaptado) do Programa de Língua Portuguesa
(Ministffo
da Educação,1991, p. 56)...Figura 3. Representação esquemática do estudo de caso e da interligação entre os vários
intervenientes (as várias unidad.es de
análise).
38Figura 4. Percentagem de alunos por nível de classificação em Língua Poúuguesa (Cf e
CE) na escola em estudo, no ano lectivo 2005/2006 (n
: 117)...
79 f igura 5. Percentagem de ahrnos por nível de classificação em Matemática (Cf e CE)no ano lectivo 200512006 (n
:
117).8l
6
I
-
IlwnoouçÃo
1. Nota de
Abertura
ViagemAparelhei o barco da ilusão E reforcei a fé de mariúeiro.
Era longe o meu soúo, e traiçoeiro O mar...
(Só nos é concedida Esta üda
Que ternos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso que perdemos.) Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida, A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação Numa errante e alaÃa sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventuÍa,
O que importa é partir, não é chegar.
- Miguel Torga
Não
se
estranhe esteinício
de
dissertação.Ele
constitui
apenasuma
espécie de indicador do espírito que conduziu esta nossa, também, via,gem e de organizadorpréüo
do relato das escalas que nela fomos fazendo.Iniciar
uma investigaçáo é comoiniciar
uma qualquer aventurai pÍep)ara-seo
barco da ilusão (a ideia) e fortalece-seafé
de marinheiro (a espemnça de descobrir a solução paÍa um problema); mas está-se ciente de que étraiçoeiro
omír
(a investigaçiio pode, ao invés de fornecer respostas, lançar ainda mais dúvidas...).E assim se diz adans ao cais: atentos aos sinais, de sentidos despertos, mantendo um espírito de abertura.
Afinal,
a revolta íruensidão pode transformar dia a dia a ertbarcação (há que contaÍ sempre como
imprevisto, com os novos caxninhos que podem abrir novas perspectivasà
investigação, conduzindo-apor
vias
inesperadas).Mas,
mesmo assim,é
necessário cortar as ondas sem desantmar. Porque o que importa épartir,
não é chegar.É
quea
chegada tornar-se-ámúto
mais aliciante
quandoela constituir
um
novo ponto de partida...2. Relevância do
Estudo
No
Currículo nacional
do
ensinobasico.
Competências essenciazs(Ministério
da Educação, 2001)1, a aprendizagem da língua mater:ra apaÍece definida como sendo 'fum importante factor de identidade nacional ecultural"
(p. 31), prevendo-se paÍa esteciclo
de estudos e na
disciplina
de Llagpa Portuguesa2, como meta,o
desenvolvimento nos alunos de competências dos domínios da oralidade (compreensãodo oral
e expressão oral), da escrita (compreensão e produção) e do conhecimento explícito da língua.Através
do
desenvolvimento progressivo destas cinco competências nucleares, que assentamnas várias
modalidades
verbais que
o
uso
da
língua
comporta
-
a compreensãodo oral e da leitura
(modalidadesde
recep@o),a
expressãooral e
aexpressão escrita (modalidades de produção)
e o
conhecimentoexplícito
da lÍngua-,
com
o
ensino da língua matema, pretende-secontribuir
paxa o crescimento linguístico que há-de conduzir a um determinado nível de mestrialingústica
considerado desejável nofinal
da educação básica @elgado-MaÍtins e Ferreira, 2006;Ferraz,2007).Parte-se assim
do princípio de
que
o'aproficiência
linguística, nas suas diversas componentes, é o grande factor de sucesso, escolar e social, do indivíduo e que é fimção da escola promover esse mesmo sucesso" (Sim-Sim, Duarte e Ferraz,1997, p.l0l).
Trata-se, aliás, de
um princípio,
cuja dimensão, arriscar-nos-emosa
rlizer,assure
contornosde
universalidade:enhe as
necessidades educativas básicasdefinidas
na Declaraçã.o rnundial sobre educaçãopara
todos (LINICEF, UNESCO, PNUD e BancoMundial,
1990), a leitura, a escrita e a expressão oral apaÍecem definidas comoinstrumentos
de
aprendizagem essenciais(...)
necessários aos seres humanos para poderem sobreviver, desenvolver plenamente as suas capacidades,viver
ehabalhar com dignidade, participar
por
inteiro no desenvolvimento, melhorar a qualidadedas
suasvidas, tomar
decisões fundamentadase
prosseguira
suaaprendizagem. (pp. 10-l 1)
No
recente DebateNacional
sobre Educação(Azevedo, 2007), promovido
pela Assembleiada
República, coqiuntamentecom
o
acfual Governo,e
organizado peloI
Doravante referenciado, abreviadamente, como Currículo nacional do ensino básico (Ministério da Educação,2001).2
Não é indiferente auü7iza@o que, ao longo do texto, fizernos dos termos Língua Porttguesa, Português
e língua naterna. A designação Língua Portugaesa refere-se especificamente ao nome da disciplina
çe
consta no plano de estudos do 3o ciclo do Ensino Básico; quanto aos restantes teÍmos, utiliámo-los paranos referirmos, genericamente, à disciplina escolar e às áreas científicas que se dedicam a questões relacionadas com o estudo do Português como língua materna.
Conselho
Nacional
de
Educação,o
domínio
da
língua
portuguesaé
considerado"imprescindível,
semo
qual não só não será possível exercer-se acidadaniq
mas se éexclúdo dos direitos
fundamentais"(p.
33)
e
apaÍecereferido como
um
dos
oito"súeres
e competências que serão necessiários para o cidadão do século)O(f'
@.47).Não admirq
portanto,
que
o
ensino desta
disciplina
assumauma
posição
departicular
relevânciano
plano
de
estudos previsúo parao
3ociclo do
ensino básico. Constituem manifestações desse estatutoprivilegiado,
a
que apenasa
Matemiúrca seequiparará, factos como os que
a
seguir se enumeÍarn: aLíllrgua Portuguesa é uma dasdisciplinas com
maior
cdr9a horária semanal; assume-se a sua aprendizagem como uma competência geral de fransversalidade disciplinar; e, desde o anolectivo
de 20M12005, é sujeita a processo de avaliação externa através de prova de exame nacional, are,alizar nofinal
do 9" ano.Todavia,
não
obstante
esse estatuto privilegiado,
é
frequente
apontarem-se defici&rciasno
ensinoe no
desempenho dos alunos em Portuguêsno
final
do
ensino básico e oosão muitas as vozes que se levantam a dar conta de que muita coisa vai mal no ensino e na aprendizagem daLngua
Matema" (Ferraz,2007,p.
l3).
Refira-se,
por
exemplo, que,
hrânão
múto
tempo, em Avaliação integrada
das escolas. Relatório nacional, a Inspecção-Geral da Educação (2002) alertava para o facto de cercade2l%
dos alunos que terminavam o ensino básico o fazerem sem aprovação a língua matema, o que implicava um domínio insuficiente das competências linguísticas básicas.Daqú
decorrem consequências negativas com repercussõesa
curto, médio e longo prazoi desdelogo, o
restante percurso escolar destes alunos é afectado(Amor,
200$;
porouto
lado, sendo o domínio destas competências essencial para aceder à informaçãoe
transformá-laem
conhecimento, serexclúdo
desse acessoconstitui um
entave
aodesenvolvimento
indiüdual
e colectivo (Sim-Sim e Silva,2006).Estudos realizados
a nível
nacional, comoA
literacia
emPortugal,
resultados de urna pesquisa extensiva e monográfica (1996), promovido pelo Conselho Nacional de Educação e pela Fundação Calouste Gulbenkian, ou a nível internacional, como o PISA-
Prograrnmefor
the
international
student ossessntent-,
da
Arganaaçáo
pana a Cooperaçãoe
Desenvolvimento Económico(OECD,
2002,2003),
ao
alertarem para baixos níveis de literacia nofinal
da escolaridade obrigatória.Também as classificações no Exame Nacional de Língua Portuguesa para os alunos de 9o ano, realizaÁa, como
já
se referiu, pela primeira vez em 2005, revelaram que, deuma
tarr.ade
aprovaçãode
77Yona
primeira
edição daprovq
se passoua
54%o de classificações positivas, em 2006@iário
DigitaUlusu
2006, I 2 de Julho).Todos estes factos parecem
confirmar
o
quadro que temosvindo
a
tacrar 'ode quemúta
coisa vaimal"
(Ferraz,2007,p.
13) e retiram alguma subjectividade a afirmações frequentes do senso comum, oriundas de denfro e de fora da Escola, como as de que os alunos não sabem ler, nem escrever,nemfalar...
Esta situação
é
mesmo assumida aonível
do
discursooficial
e
várias medidas deiniciativa
governamental,definidas como
desígnios nacionais,têm
sido
tomadas no sentido de melhorar o status quo.Enfe
as mais recentes, conta-se o Plano Nacional de Leitura,que tem como objectivo
cental
elevar os níveis de literacia dos portugueses ecolocar o país a par dos nossos parceiros europeus. (...) tO Plano] Constitui uma resposta
institucional
à preocupação pelos níveis de litsracia da população emgeral
e,
em
particular, dos jovens,
significativamente
inferiores
à
média europeia. Concretiza-senum
conjuntode
estratégias destinadasa
promover o desenvolvimentode
competênciasnos domínios da leitura
e
da
escrita, bem comoo
alargamentoe
aprofundamento dos hábitos de leitura, designadamenteente
a população escolar. (Alçada, 2006,p.l)
O
Despachon"
54612007de
II
de
Janeiro
do
Ministerio
da
Educaçãocria
o Programa Nacional de Ensino do Português com vista àmelhoria das condições de ensino e aprendizagem da língua portuguesa
(...) LI
valonzaçãodas
competênciasdos
professores desta áreadisciplinar
[e]
emreforço
da
premência
da
tomada
de
medidas
urgenês que
melhorem
osdesempenhos
dos
alunosem
competências referentesao
domínio da
língua matema. Gr. 899)Para 2007,
anunciou-seum
conjunto
de
Medidaspara
o
ensino
do
Português(Ministério
da
Educação
e
Direcção-Geral
de
Inovação
e
de
DesenvolvimentoCuricular,
2007), salientando-se quea prioridade dada a esta matéria justifica-se pelo papel detenninante do domínio
e
conhecimentoda língua
matsmaquer
numa perspectivade
participação ecidadania, quer numa perspectiva de futura confiibuição qualificada dos alunos
que todos os anos frequentam as escolas, para o desenvolvimento do país.
(p.
1)Multiplos,
de ordem e peso variados, hão-de ser os factores a contribuir para o estado de coisas que acabámos de descrever, que poderemos classificar de enorme acúdade eque não deixarrá ninguém indiferente, sobretudo quando se é professor da disciplina. Por isso, além
do
interesse í1uea
temâttca nos suscita, somos tambémparte
ínteressada e daía
opçãopelo temq
de
cujo
estudo se apresentaaqui
o
relatório da
dissertação, realizado pam o Curso de Mestrado e,m Supenrisão Pedagógica.3.
Objecto
doEstudo
Parece-nos evidente que apostar
num
ensinode
qualidadejustifica
a
rcalaa$o
deestudos que:
o
contibuam paÍa a
compreensão dos desempenhos dos alunos e,m situações deavaliação externa: dela surgirão "indicações importantes sobre as aprendizagens
dos
examinandose
sobre
a
situaçãodo
ensino
e
apre,ndizagemtanto
naglobalidade
do
país, como
localmente,
ao nível da
escola" (Gabinete
deAvaliação Educacional, 2006, p. 5);
o
permitamreflectir
sobre as concepções manifestadas pelos docentes aonível
dasopções
na
gestilodo
currículo
e
nas práticas pedagógicas quelevam
a
cabo(Lobo,
2001),visto
que, segundoAlarcão
e
Tavares (2003),o
"conhecimentodos
membrosda
escolae
das
suas característicascomo indivíduos
e
comogrupos
(representações,valores,
concepções,níveis
de
desenvolvimento, aspirações, potencialidades, atitudes,limitações)"
G). 150) deveconstituir
uma das componentesa incluir
num progftlma
de
strpervisãoque
se pretende devaloizaçio da
pessoae
ooda aprendizagem experiencial,da
reflexão
sobre a prâticae paÍaaprâticd'ftr.
153).Partindo
destes pressupostos, pretendíamos,com
este
estudo,perceber
o
querevelavam
os
desempenhosdos
alunos
na
prova de
Exame
Nacional
de
LínguaPortuguesa
e
em
que
medida poderiam
esses
dese,mpenhosser
associados
arepresentações e a expectativas que professores e alunos tinham da prova; pretendíamos tambem analisar os efeitos que a existência de uma prova de avaliação sumativa extema
no final
do 3ociclo
do ensino básico provocaria aonível
e daspúticas
implementadas em sala de aula pelos professores, bem como aonível
das classificações dos alunos; porfim,
era nossa intenção compreenderem
quemedida
se cumpririaÍn,no
terreno,
osobjectivos que, oficiahnente, se invocam para legitimar uma prova deste teor.
Para a consecução destes objectivos, optámos pelarcalizaqão de um estudo de caso, centado numa escola da cidade de Évora. Duas ordens de razões motivaram essa opção:
decorreria o processo de avaliação extema uma escola pertencente a um distrito que, na
primeira
edição
do
Exame
Nacional de Língua
Portuguesq
obtivera os
melhores resultados anível
nacional;por
oufuo, a conveniência resultante do nossocoúecimento
da região, aspecto que contribuiria para um melhor enquadramento do caso em estudo epara uma maior facilidade de acesso aos dados que recolheríamos para o efeito.
4. Organtzação do
Trabalho
Por
trabalho,
entenda-se, neste contexto, não apenaso
relatório da dissertação que agoÍa apresentamos, mas também o desenho da investigação que a ele conduziu.Como se deixa representado na
Figrra
l,
o
processo de investigação pressupôs, noseu todo, um desenvolvimento nulna esfrutura trifásica, correspondendo as Fases
I
etr
amomentos da investigação em que
foi
necessário, utilizando as palavras deAltet
(2000),"isolar
elementospaÍa
compÍeendera
realidade"(p.
153); na FaseIII,
por
seu lado,adoptou-se
uma
perspectiva
que
aquela
autora apelida
de
"convergência
dasdivergências"
G.
I53).
t Análhe do desempenho: a classificação intema, a classificação de examê e a classificaSo finalI
2t
J
As representaSes, as expectativas e as práticas dos proÍessores As representações e as expectativas dos alunosAssim, a Fase
I
consistiu nurna descrifao dos desempenhos dos alunos na prova deexame:
consensosou
contadições entre
classificaçõesno
exaÍne
e
classificações internas?Seguiu-se o estudo das concqlções de professores e alunos relativamente à prova de exame de Língua Portuguesa: que consensos/conhadições no discurso de uns, de
outos,
e de uns relativamelrte aos
outos?
-
FaseII.
Por
fim,
a
FaseIII,
que,ao
contrário
do
quetalvez
fosseexpectixel,
foi
não omomento das
conclusões,mas
o
tempo
propício
para
múltiplas
interrogações que conduziram a outras tantas reflexões. Tratava-se de procurar evidências que ajudassem a cfitzalr resultados decorrentes das duas primeiras fases, tentando estabelecer possíveis relações: seriam os dados obtidos na FaseI
de algum modo determinados pelos factores apontados na FaseII?
De
queforma
teriam as concepções de alunose
de professores afectado os desempenhosno
exame? O que predominaria ao longo da investigação: os consensos ou as contradições?Espelhando o peÍcurso da investigação assim desenhado, organizámos este relatório em cinco partes: após este
primeiro
momento, em queexplicitártos
as motivaçõespor
deüás
da
opção pela temática que
escolhemosinvestigar,
numa
segunda parte, caracterizamosas
grandeslinhas de
fundamentaçãoteórica que
nortearamo
nosso projecto; na terceira, referimo-nos aos objectivos do estudo e às opgões metodológicas: a abordagem uttlizaÁa, a estratégia seguida, acaractefização do caso e os participantes,os
procedimentosde
recolha
e
análisede
dados;na
quartaparte,
apresentamos e discutimos os resultados provenientes demútiplas
fontes, procedendoa ulna
anáIisesistemicq
nuÍna perspectivaque
Altet
(2000) define como
sendoa
de
"reunir
para compreender a complexidade"(p.
153); finalmente, emjeito
de conclusão, damos conta das principais tendências quefoi
possível detectar,em
resultadodo
cntzamento dos vários resultados que obtivemos.II
-
Lnuras
DE
FUNDAMENTAÇÃo
rsóRlca
O
referencialteórico
do
projecto que
aqui
se apresenta baseou-sena revisão
deliteratura
considerada relevantepara
o
estudo.Na
sua apresentação, uttlizámos umcritério
temático, abordagem que nos pareceu a mais indicada para, de atgum modo, podermos enquadrar teoricamente a complexidade característica deste (ou de qualquer outro) acto educativo.Descrever
aqúlo
que designamos comoo
ensinoe a
aprenüzagemde
Portuguêsimplica
ter em conta que se frata de urn processo de natureza holística, sendo, por isso,ineütável
a
convocatória deum
coqjunto de temáticas do âmbito da Metodologia do Ensino/Diúáctica do Português que, pensámos, poderiam contribuir paraa compreensãoda multiplicidade de aspectos a observar.
Dito
de oufro modo eutilizando
a imagem de Dabêne (citadopor Amor,
2002),foi
necessário
invocar
vma constelação didá.cticapüa
que, dessa forma, e ainda de acordo com o mesmo autor, pudéssemos enfatizar não apenas o papel dos conteúdos a ensinar edas disciplinas científicas que constituem a fonte de qualquer diúáctica específica, mas também dos contextos (educativo e social), das representações e das práticas.
Na
mesmalinha
de
pensarnento,Neto
(2003)
refere-seà(s) Didáctica(s)
"como espaço integrador de saberes, mas uma integração reconstruíd4 uma produção nova" (p.562) e inscreve na sua agenda
acções
como a
de consolidar marcosteóricos
mais consistentes e, sobretudo,gerar
uma
investigação
capazde
atenuaro
fosso ainda existente enfre
a produção teórica, üsando não tantoo
desenvolvimento de ideias gerais sobre o ensinoe
a
aprendiz.agem,mas
a
compreensáoe a
melhoria
das pníticas deensino efectivas.
G.
563)Foi
tarnbém esseo
nrmo
que
haçámospaÍa
o
enquadramentoteórico da
nossa investigaçiio, ao pretendermos que ela se insira numalinha
de estudos que, de acordo com Dionísio e Casho (2005), apresentart como objectivo fulcral a análise dossignificados pedagógicos, culturais e sociais das diferentes formas de entender e
praticar
contemporaneamenteo
ensinodo
Português,atavés do
exame dos sistemas de valores que participarn na sua (re)configuração.(p.
l0)
Numa
tenrtaliva
de
acompanhar
esse pÍocesso, dinâmico
e
complexo,
de (re)confi.guração dasÍorrnas de
entender epratícar o
ensinodo
Portuguâ,
fraçrámosum itinerário
que procurou observaro
grau
de coerênciaente
vários
intervenientesnesse percur§o.
Começámos
por
nos
referir
às
questõesda
Metodologiado
Ensino/Didáctica do Poúuguês, enquantodisciplina
com identidade e objecto próprios e também enquanto espaçomultidisciplinar,
pelo relacionarnento constante que mantém com áreas do saber que lhe são afins, oomo a Linguística, os Estudos Literários, a Psicologia ou as Ciências da Educação (Castro, 1995).Em seguid4
daÁa a sua intenção reguladora, passámos àanrálise dos textos programáticos. Detivemo-nos
dqlois
ao nível daspúücas
levadas a cabopelos
professores.A
derradeira escala, dedicrámo-la ao processode
avalia$o
externa que, desde 2005, é aplicado em Língua Portuguesa, no 9o ano.Estes foram os motivos que nos levararn a optar pelo estudo destas cinco "formas de entender e praticar o ensino do Português"
@ionísio
e Casfro, 2005,p.
10). Apesar de, por mera questilo organizativa, as apresentanrtos sepaÍadamente, elas só farão sentido se contribuírem para umaúsão
do todo, de que não pretendemos abdicar, tanto mais que só essa perspectiva de conjunto podená dar conta da totalidade sistémica do processo§eto,2003).
Não sendo
um
caminhofácil
de palmilhar, seú, anúes, uma"long
andwinding
road"(Irnnon
eMcCartney,
1970),o
que, neste percurso, se tomou interessante observar éque
à
reconfiguração corresponde sempÍe uma reconstrução,e
que, como tivemosjá
oportunidadede frisar
nouto
contexto, tambémaqui,
cadaponto de
chegada püece constituir novo momento de partida, reiniciando-se o ciclo em cada uma das escalas.1.
Da
Correcção à Adequação: a CompetênciaComunicativa
Cabe à
Diúíctica
do Português, de acordo comAmor
Q004), um "papel orientador e regulador das pnâticas"G.
9), visto
fratar-sede ,rma disciplina
que
focaliza
a
suaatenção nos
saberes
e
saberes-fazerespecíficos
(...)
inscritos
em
actos
de
ensino
eaprendizagem,
no
contexto escolarformal,
(..)
[e que] se caracteizapor
umamatiz (...)
que
articula
e
unifica
objectos/objectivosfundamentais
(por exemplo, nas ultimas décadas, o desenvolvimento da competência comunicativaou,
noutros termos,a
produgãoe a
recepçilo dos discursosorais
e
escritos).Este
nível, dos
objectos/objectivosfundamentais
do
ensino
de língua
matema, constitui hoje rrma área onde imperam os coÍseruros: pretende-se o desenvolvimento da competênciacomunicúiva
dos alunos (por exemplo,Amor, 2002,2003;
Castro, 1995, 2005; Conselho da Europa, 2002; Dionísio, Bastos, Passos e Pime,lrta" 2005; Figueiredo,2005;
Lobo,
2001
Lomas, 2003; Lomas, Osoro
e
Tuson, 2003),
ou
sejq
o desenvolvimento de capacidades "para compreender e produzir enunciados adequados a intenções diversas de comunicação em contextos comunicativos heterogéneos" (Lomas,2003,p.17).
De
ente
vários modelos descritivos dos componentes da competência comunicativa encontadosna literatura,
destacamos a propostade
Lomas (2003)por
nos paÍecer amais englobante. Segundo este autor, a competência comunicativa adquire-se quando se
possú um "coqiunto
de conhecimentos, deshezas e normas'', imprescindíveis para um "comportarrento comunicativo não só correcto, mas também, e sobretudo, adequado àscaracterísticas do contexto e da situação em que te,m lugar o intercâmbio comunicativo" e
inclú
uma competência linguística ou gramatical; uma competência sociolinguística; uma competência textual; uma competência estratégica.A
este leque, Lomas acrescenta ainda,"pelo
seu
significado
pedagógicoespecial"
(ry.
18-19),
uma
competência literária e uma competência semiológica.Tarnbém a propósito do conceito de competência comunicaíva, Castro (1995, 2005)
refere
fatar-se
de um
factor que confiibuiu para
que
uma
determinadavisão
da educação linguística, qualificada pelo autor de redutora e que assenta no paradiEma da correcção, fosse superada, passandoa
adoptar-sea
perspectivade
mútos
linguistas, segundo a qual, de acordo com Delgado-Martins e Ferreira (2006), a lÍngua é sncarada como"algo
que está em contínua evolução como consequência do uso que dela fazem os seus falantes" (pp. 15-16).Daí assumir-se que usos linguísticos e contextos
derealiza$o
devam ser entendidos como planos indissociáveis (Casno, 1995) e que, como
ensino da língua matema, sepretenda
contribuir
paÍa'oo domÍnio das destezas linguísticas maishúituais
(escutar, falar, ler, entender, escrever) navida.las
pessoas, (...) nas diversas situações e contextosde
comunicação" (Lomas, 2003,
p.
15) de forrra
a
garantir
"ao
indivíduo
o
uso estratégico da língua em situação" (Amor,2003,p.
l9).
De
igual modo, nas
orientaçõesfornecidas
pelo
Quadro
europeu comum
de referênciapara
a,s línguascom vista à definição
de programas de línguas, de linhascurriculares
e
de
perfis
de
competênciasdos
utilizadores/aprendentes, documentoelaborado
pelo
Conselho
da
Europa
Q002) com
o
objectivo
de
se
conseguir uma'\armonização
do ensino e da aprendrzagem das línguas vivas na grande Europa"(p.7),
se preconiza
uma
"úordagem
linguística
orientada püraa N@o",
precisando-se que competênciacomunicativa
é
aqúlo
que permite
o'arm
indivíduo
agir
utilizando especificamente meios linguísticos" (p. 29).A
mesmalinha
de
conceptualização da educação linguística pode encontrar-se noprojecto
de
investigaúo
Português
2002,
da
responsúilidade
da
Associação
deProfessores de Português, onde se defende que
a
escola deveproporcionar
[aosalunos]
o
desenvolvimentoda
competênciacomunicativa
e
instrumental
da língua.
Compete-lhefazer
com que
sejamcapazes de
exprimir
o
que pensÍmr,o
que sentem,o
que sabem, adequando odiscurso
ao
contexto,
aprendendoa
usaÍ
a
língua
como
meio de adquiú
conhecimento, compreendendo-a na sua dupla especificidade de instrumento de comunicação e de interpretação do real.
(Lobo,2002,p.29)
2. Recepção, Produção e
Explicitação:
Três Modalidades,Três
GramáticasA
competênciacomunicatíva
é
activaÃamediante
o
desempenhode
multiplas actiüdadesverbais que
o
uso
da
língua
comporta,reflexo de
capacidadescomo
oreconhecimento, a produção e a elaboração e que, por sua vez, *derivam da organiz-aqãa e funcionamento da mente humana" (Sim-Sim et
a1.,1997,p.l2).
Fala-se,
enti[o, em
processosde
reconhecimento, percep@oou
recepção, eüê consistemna
atribuição
de
significados
a
cadeias linguísticas;
em
pÍocessos de produção,ou
seja,a
enunciaçãoo\
a
Í@lizÂqãode
cadeiaslinguísticas
dotadas designificado;
e
em
processosde
elaboraçilo
ou
explicitação,
eu€ se
referem
à sistematização e conscienciahzaÇn do conhecimento que um utilizador detém da língua@elgado-Martins,
1992; Sim-Sim
et
al.,
1997).
O
Quadro
europeu comum
de referênciapara
6
línguas (Conselho da Europa, 2002) refere-se ainda a um processo de interacção,visto
que o'aprender a interagirinclui
mais do que aprender a receber e aproduzir
enunciados"G.
36),
e
a
um
pÍocessode
mediação,para as
actividadeslinguísticas
de
interpretaçãoe
de
fradução,Íluê,
"ao
(re)processÍremum texto
já
existente, ocupam um lugar importante no funcionamento linguístico normal das nossas
sociedades" (p. 36).
São
estes processos
que
devem
conduzir
à
definição
das
experiências
de aprendizagemlevadas
a
cabo
na
aula
de
língua
e
que
passampelo treino
dasmodalidades de
recqlção,
o ouvir
e
o ler,
das modalidades de produção,o
falar e
o escrever,e, por fim, da
capacidaÃede
elaboração,que se revela
ao nível
do conhecimentoexplícito
da língua @elgado-Martins, 1992; Delgado-Martins e Fe,rreira, 2006; Sim-Simet
al.,
1997).É
partindo deste esquema que Sim-Sim etal.
(1997) sereferem a
cinco
competênciasnucleares
a
desenvolverna
área curricúar
da
língua materna:a
compreensãodo oral e a
leitura,
a
expressiiooral e a
expressão escrita, e o conhecimentoexplícito,
que alimenta especificamente cada uma dasquafio ouffas competências. (p.12)
Definindo
competência comoum
"saber-em-uso'0, que advém das capacidades de reconhecimento, produção e elaboração,a
quejâ
aludimos, e Í1ue requer "freino e ensinoformal"
@.
l2),
Sim-Sim etal.
(1997) advogam queo
grau de mestrialingústica
de cada um é determinado pelo nível atingido naquelas cinco competências: a compreensãodo
oral,
"competência responsávelpela
a.tribuiçãode
significado
a
cadeias fonicas produzidas de acordo coma
gramánca de umalíngua"
(p.
26); a leitura, 'oo processo interactivoente
o leitor e o texto, afavés do qual o primeiroreconstói
o significado do segundo"(p.27);
a expressão oral,"capacidade paraproduzir
cadeias fónicas dotadas de significado e conformes à gramática de uma língua" (p. 28); a expressão escrita, que "consisteno
processocomplexo de
produçãode
comunicaçãoescrita"
(p. 29); e
o conhecimentoexplícito,
entendido como
sendo"a
progressiva consciencialização esistematização do conhecimento
implícito
no uso da língua- (p. 30).Relativamente a este conjunto de modalidades verbais, argumenta-se,
por ttm
[ado, queé
conveniente mantera
sua distinção: além de, comojá
referimos, resultarem de processosdistintos,
"a
que podem
corresponder gramáticasdiferentes"
@elgado--MaÍtins
e Ferreira,2006,p.37),
é importante ainda salientar que vários autores(Amor,
2003; Colomer,
2003;Delgado-Martins,
1992;Ferraz,2007;
Sim-Sim
et
al.,
1997) distinguem,para
a
apropriaçãolinguística, entre
modalidadesque
resultamde
um processo de aquisição-
as específicas do oral-,
e modalidades que, por envolverem a escrita, exigemum
pÍocessode
aprendizagem,o
contacto com documentos escritos euma escolaridade formal: a leitura e a expressão escrita.
Trata-se de uma oposição
muito
próxima da separação conceptual levada a cabopor
Vygots§
enüe
conceitos
espontâ.neose
conceitos científicos.
Às
semFetências associadas às modalidades do oral, porque adquiridas natural e espontaneame,lrte,fruto
de uma práttca quotidiana, corresponderiâm os conceitos espontâneos; e, por caÍeceremde
interacçãoe
cooperaçãocom
outos
sujeitos(o
professor, nomeadamente),ou,
seqúsermos,
de
aprendizagem
formal,
às
modalidades específicas
do
escrito corresponderiamos
conceitoscientíficos.
Osprimeiros
fornece,mos
alicercespaÍa
a construçãodos
segundos,gre, por
suavez,
constituemo
motor de
uma consciênciareflexiva,
configurando-se a Escola como o espaço e o tempo propícios à construção de processos psicológicos gradualmente superiores (Fontes e Freixo, 2004; Neto, 1998).3. Exclusão e
Solidariedade Linguísticas: Modalidades
doOraI
e doEscrito
Não
se
depreendado
que
ficou
expostoque,
deüdo
a
essa distinção,hazer
as modalidadesdo oral
paÍaa
aula de
língua maternaconstituiria
tarefa redrmdante. O mesmo poderia, aliás, depreender-se relativamente às modalidades do escrito, uma vez que, apartir
do momento em que se soubesseler
e escrever, deixaria de fazer sentidoum plano
de estudos emlíngua
matema assenteno
desenvolvimento da competência comunicativa.É
por
isso
que
Ferraz(2007)
lembra que
os
professoresde
Língua
Portuguesa "ouviramjá
a alunos do 3ociclo,
ou aoufos,
a pergunta: para que servem estas aulas sejá
sabemosfalar,
ler
e
escrever?"ftr.
23).A
respostaa
esta questiio parece estar nasseguintes palavras
de
Fonseca (citadapor
Amor,
2003),ao
defender que,na
aula de Português, se deve asseguÍar quea aqúsição e
o
aperfeiçoamento das várias competências inerentes à prática da língua se processem no espaço-aula com características que se diferenciem dasque tem a aqúsição não programada dessas competências no âmbito
daprâíca
habituale
quotidiana dalíngua.
Por outras palarnas:a
aula de língua materra não é <onais um>» lugar em que se realiza a actividade linguística, é um espaço específico de consciencíalizaqáo eteino
intencional dessa actividade.G.
13)Só
criando esse espaço destinadoà
consciencíalizaçãoe ao
teino
intencional da actividade linguística (Fonseca, citadapor Amor,
2003) se conseguiní"dar
sentido às aprendizagens"@erraz,2007,
p.
23)
dos
alunos.Daí
que,ro
Programa de
Língua PorÍuguesa.Plano
de organização do ensino-aprendizagem. VolumeII.
Ensino basico. 3" ctclo(Ministério
daEducação,lggl)3,
se recomende, em temlos de peso relativo, umeqúlíbrio
enfre as aprendizagens relacionadas com o ouvir/falar, oler
e o escrever, e se3
Doravante referenciado, abreüadamente, como Programa de Língua Portuguesa (Ministério dasugira uma "passagem gradual de
um
conhecimento empírico, simples e concreto para um conhecimento mais elaborado, complexo e conceptualizado" (p. 10).No
entanto, apesarde
se preconizar esse tratamentoequilibrado
ente
os
vários dornínios(o
ouvir/falar,
o
ler
e o
escrever),é
frequente,como se
de um
qualquermovimento
de
resistênciamais
ou
menos inconscientese
fratasse, escamotear-se o treino das modalidades do oral.A
causada
escassez de espaçoe
de tempo que se concede,ta
prâttcalectiva,
àsactividades linguísticas relacionadas com
o
oral(Amor,
2003; Figueiredo, 2005) pode, justamente,residir na
oposiçãoa
que fizemos
referênciano
ponto anterior enfre
oadquirido e
o a
aprender. Como possíveis factores responsáveispor
esta situação de exclusão linguística, Figueiredo (2005) elenca arnda os seguintes:a dificuldade em objectivar e avaliar os desempenhos dos alunos; o desconforto dos professores diante do ensino e da avaliação da comunicação ora[; a ausência de material didáctico claro; a utilização de métodos de ensino intuiüvos; a falta de precisão de definição de objectivos; a confusão entre o oral escolar
(...)
e o oral em situação escolar. (p. 51)Assinale-se tarrbém que a prova de Exame Nacional de Língua Portuguesa, rcalizada no
final
do ensino biísico, contempla unicamente as competências do escrito: aleitur4
o conhecimentoexplícito da
língua
e a
escrita.
Poder-se-ão alegar razõesde
ordemlogística
paraa não
zujeiçãoa
avalia@o externa daquelas competências(não
se'rií,cerüamente,
tarcfa
fácil
organiz,ar,por
exemplo,
a
avaliaçãoda
expressãooral
aosmilhares de alunos submetidos a exame). De igual modo, et
pour
catse, neste frabalho, restringimos a nossa atenção às competências sujeitas a prova de exame.Assim,
se, porum
[ado, e como acúiámos de ver, a especificidade de cada uma dasmodalidades
implica
que elas sejam objecto deteino
particular e eqúlibrado, porouto,
issonão
deveinviúilizar
um
trabalho numa perspectiva intermodal: mesmo quando praticadas autonomamente, há efeitos recíprocos de cada uma delas nas restantes e, em consequência, no desenvolvimento linguístico global dos alunos(Amor,
2003;Delgado--Martins,
1992; Delgado-MaÍtinse
Ferreira, 2006;Figueiredo,2005; Sim-Sim et
al., 1997). Assume-se, pois, que, não obstante oheino
específico que cada uma requer, asmodalidades referidas funcionam como um todo, estabelecendo-se
enfe
elas multiplas ep ermanentes inter-relações.
Preconizando-se esta perspectiva de complementaridade, esbaúe-se uma certa visão
dicotómica
utrlizaÃa frequentementena
apresentação das várias modalidades(o
oralversus
o
escrito;a
produção versus a recq)ção; a expÍessão versusa
compresnsão; aaquisição versust a aprendizagem...). Cremos fratar-se de mera amtmação terminológica
a
que
correspondem
não
processos
contaditórios,
mas
antes
dimensões linguisticamente solidárias.Em
síntese,e
como refere Figueiredo Q005),
a
missãoda
didácticada
llngm
é"contribuir
püa
um
ensinoe
uma aprendizagemda língua
caÁavez
melhorese
mais adequados ao mundo complexo, ríinâmico e mutante em que vivenxos'o(p.
l5).E,para
que
tal
sucedqa
autora propõe queo
trabalho em sala de aula se façano
sentido deproporcionar
aos
alunos
a
capasidaÃede
relacionamentocom
a
língua
enquanto "objecto de conhecimento (aspectocognitivo)",
enquanto "objecto defrnição
(aspectolúdico-afectivo
[e
estético, se nos épermitido
o
acrescento])" e enquanto"objecto
decomunicação (aspecto pragmático-social)"
(p.
I 5).4. Do
Programa
deLíngua
Portuguesa às Competências Específrcas doCurrículo:
Continuidade
eRuptura
Se, como vimos, no que
diz
respeito às finalidades do ensino e da aprendizagem dalíngua
materna, se registaum
alargado consenso,o
modo como seplanificam
essasfinalidades,
dando-lhesa
forma
de
currículoa
oficial,
constitui
um
momento
depotenciais conhadições
(Lomas
et al.,
2003).
O
facto
de
se tratar
do
discurso pedagógicooficial
não significa que a isso não deixe de corresponder, simultaneamente, trma visão particular convertida em matéria prece,ptiva, por força do estatuto que detém:cada programa
ou
currículo
de
Língua
e
Literatura
responde sempÍe(...)
à concepçãodo planificador
sobreo
seu ensino(...).
Os problemas começÍun a surgir apartir
do momeirto em qlreaqúlo
queé
uma visão particular, mais ou menos documentada mas sempre discutível, se converte em materia preceptiva.@.62)
Nesse sentido, Fenaz Q007) lembra que,
quando
se
publicam
programas
de
Português,
bá
sempre
reacções fundamentadaserr
razões de natureza diversa.Há
quemprivilegie
a leitura do texto litenário (...). Ouhos (...) apontam a necessidade de ssremlidos
textos de natttrezadiversa.
Há
docentesque
consideramque
a
gramártrcanão
devea Utiliámos o úermo cunículo como sinónimo de conjunto de aprendizagens e competências definidas a
constituir objecto de
aprendizageÍn,surgindo
esporadicamentequando
seja necessáriopara explicaÍ
a
origem de
um
emo
(...).
Outros
consideram-na essencial paÍa o conhecimento da língua. Há quem defenda que a capacidade de expressãooral
não deve ser incluída nos objectivos programáticos, outros... E quando está em causa a indicação de autores, cujos textos devem ser conhecidos pelos alunos, as opiniões disparam sm diversas direcções.@.67)
A
polémica em torno do lugard'
Os Lusíadas e, de um modo geral, do texto ütenário nos novos programasdo
ensino secundfuioou, mais
recentement€ ainda, a discussão provocada pelaTLEBS
atestam essa quebra de consenso e revelam aquilo que Dionísio eCasto
(2005) desienam de "enorme sensibilidade educacional, cultural epolítica
dasquestões relativas ao ensino da língua portuguesa"
@.7).
No
entanto, dadaa
sur
intenção reguladorade
acções pedagógicasao
nível
dasorientações metodológicas, da selecção de conteúdos e da sugestilo de modalidades e dispositivos de avaliação, os textos programáticos constituem uma peça
fulcral
neste sistema, em que os significados pedagógicos se vão reconfigurando. Foi, por isso, nossa intenção recoÍrer àleitura
dos textos cuja finalidade é regularaquilo
que acontece nointerior
da
salade
aula,e
que, segundo Casho (2005), embora criados exfra-escola, configuram universos de referência dapráútca pedagógica, umavez
que"aquilo
que as aulas sãoé
tarnbémefeito de uma
específica relação dos sujeitos que nelas operam discursivamentecom
instânciaslocalizadas
para
lá
das
suasfronteiras"
(p.
34), operações discursivas que aquele autor apelida de instituintes.O
Programa deLíngua
Portuguesa(Ministerio
da Educação,l99l)
e
o
Currículo
nacional
do
ensino báxico
(Ministério da
Educação,2001) são
os dois
principais documentos que, à data, regulam o ensino ea
aprendaagem de Língua Portuguesa no 3ociclo
do ensino básicos. Tratando-se de dois documentos com uma década de diferença, importa perceber como se complementam, que práticas de ensino se estabelecem paÍa adisciplina e que carga reguladora instituem.
Em
ügor
desde 1991, o Programa de Língua Portuguesa(Ministério
da Educação)é,
seguramente,um
casoraro de
longevidadeno
panoramaeducativo nacional.
A
5
A estes dois documentos há que adicionar o estudo Língua materna na educaçãa basica (Sim-Sim er a/., 1997), bem como a TLEBS (Terminologia linguística para os ensinos básico e secundário), em processo de revisão científica e aÃapta$o pedagógica. Relativamente ao primeiro título, ainda que as suas autoras
insistam em afirmar que'hão se tata de novos prograna§', mas "instrumentos de habalho, pontos de
apoio à pútica dos professores" (p. 8), o Currícttlo nacional do ensino ádsico (Ministério da Educação,
2001) remete inúmeras vezes paÍa essa obra, que foi, aliás, púlicada pelo Ministério da Educação, em
resultado de um estudo encomendado pelo Departamento de Educação Básica, o que lhe confere um
publicação, dez anos depois,
do Curríatlo
nacional do
ensinobasico (Ministério
da Educação)veio,
segundo Abrantes(s. d.),
enquadraro
maisantigo
dos úextose
nãoimplicou
a
sua
anulação, funcionando
antes como parte
de um
processo
que pressupunhauma tansformação
gpdual do tipo
de
orientações curriculares formuladas a nível nacional: de programas por disciplina e por ano de escolaridade, baseadosem
tópicos
a
ensinar
e
indicações metodológicas
correspondentes,paÍa
competênciasa
desenvolvere
tipos
de
experiênciasa
proporcionarpor
área disciplinar epor
ciclo e considerando o ensino básico como um todo. (Abrantes,s. d., panígrafo 3)
Não nos paÍece exagero
afirmar
que os dois documentos a que temosvindo a
fazq
referênciatêm
coexistido
pacificamente. Cremosmesmo ser possível
afirmar
que,apesar dos dez anos que os separam, a finalidade que se preconizapara o ensino e para a aprendizagem
da língua
matema é,no
essencial,a
mesma.No
Programa de
LínguaPortuguesa
(Ministério da
Educação, 1991), indicam-se "conteúdos
relativos
aosdomínios
ouvir/falar,
ler
e
escrever,(...)
entendidosnuma
perspectiva funcional", aconselhando-seque
"a
reflexão
sobre
o
funcionamentoda língua
acompanhe efavoreça o desenvolvimento das competências dos alunos nos três domínios" (p. 9); no
Currículo nacional
do
ensinobasico (Ministerio da
Educagão,2001), a finalidade
é o'gar,antiÍ (...) o desenvolvimento de competências específicas no domínio do modo oral(compreensão
e
expressãooral), do
modo escrito
Qeiturae
expressiio escrita)e
do conhecimento explícito da língua" (p. 32).Em
ambosos
casos, entende-sea
disciplina de
Língua
Poúuguesacomo
áreacurricular cuja fimção é desenvolver nos alunos a competÊncia comunicativa em língua maternq através
do
treino das competências de recepção (orale
escrita), de produgão (oral e escrita) e docoúecimento
explícito.Um
olhar mais atento permite, contudo, detectar diferenças. Elas surgem ao nível da nomenclatura usada (o termo domínios é substituído por competências; ofuncionarnento da língua de 1991 passa a conhectmento explícito da língua, em 2001, para daÍ apenasdois exemplos), da organização e dacargareguladora subjacente aos dois textos.
Sinal dos tempos e de que, de facto,