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Práticas porosas nas zonas de fronteira do nordeste transmontano entre 1957 e 1974

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LAS FRONTERAS

ANTE SUS ESPEJOS

RELATOS TRANSFRONTERIZOS

SOBRE EUROPA, AMÉRICA,

ASIA Y EL MAGREB

Enrique José Varela Álvarez Celso Cancela Outeda

Coordinadores C OLEC CIÓN CIENCIA POLÍTICA Y DE L A ADMINIS TR A CIÓN

SERIE CONGRESOS, JORNADAS Y SEMINARIOS

C OLEC CIÓN CIENCIA POLÍTICA Y DE L A ADMINIS TR A CIÓN

CONGRESOS, JORNADAS Y SEMINARIOS

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COLECCIÓN CIENCIA POLÍTICA Y DE LA ADMINISTRACIÓN

Serie Congresos y Seminarios

Editores:

Enrique José Varela Álvarez y Celso Cancela Outeda Universidade de Vigo

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COMITÉ CIENTÍFICO

Rosío Barajas

Colegio de la Frontera Norte, México

Óscar Briones Gamarra

Univeresidade de Vigo

Celso Cancela Outeda

Universidade de Vigo

Constantino Cordal Rodríguez

Universidade de Vigo

José Luis de Castro Ruano

Universidad del País Vasco

Esther del Campo,

Universidad Complutense de Madrid

Antoni Durà Guimerà

Universidad Autónoma de Barcelona

Isabel María Estrada Carvalhais

Universidade do Minho

Joaquim Filipe Ferraz Estévez de Araujo

Universidade do Minho

Antón Lois Fernández Álvarez

Universidade de Vigo

Francisco Lara Valencia

Universidad de Arizona

Álvaro Xosé López Mira

Universidade de Vigo

Mónica López Viso

Universidade de Vigo

Fernando Martínez Arribas

Universidade de Vigo

Andrea Noferini

Universidad Pompeu Fabra

José António Passos Palmeira

Universidade do Minho

Carles Ramió Matas

Universidad Pompeu Fabra

Rosa Ricoy Casas

Universidade de Vigo

Argimiro Rojo Salgado

Universidade de Vigo

Enrique José Varela Álvarez

Universidade de Vigo

Manuel Villoria Mendieta

Universidad Rey Juan Carlos

Pablo Wong-González

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LAS FRONTERAS

ANTE SUS ESPEJOS

RELATOS TRANSFRONTERIZOS SOBRE

EUROPA, AMÉRICA, ASIA Y EL MAGREB

2016

ENRIQUE JOSÉ ÁLVAREZ CELSO CANCELA OUTEDA

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© Andavira Editora, S. L., 2016

Vía de Édison, 33-35 (Polígono del Tambre) 15890 Santiago de Compostela (A Coruña) www.andavira.com · info@andavira.com

© Los autores

Diseño de cubierta: Dixital 21, S. L.

Impresión y encuadernación: Tórculo Comunicación Gráfica, S. A. Impreso en España · Printed in Spain

Reservados todos los derechos. No se permite la reproducción total o parcial de esta obra, ni su incorporación a un sistema informático, ni su transmisión en cualquier forma o por cualquier medio (electrónico, mecánico, fotocopia, grabación u otros) sin autorización previa y por escrito de los titulares del copyright.

La infracción de dichos derechos puede constituir un delito contra la propiedad intelectual.

Diríjase a CEDRO (Centro Español de Derechos Reprográficos) si necesita fotocopiar o escanear algún fragmento de esta obra. Puede contactar con CEDRO a través de la web www.conlicencia.com o por teléfono en el 91 702 19 70 / 93 272 04 47.

Andavira, en su deseo de mejorar sus publicaciones, agradecerá cualquier sugerencia que los lectores hagan al departamento editorial por correo electrónico: info@andavira.com.

Depósito legal: C 2095-2016 ISBN: 978-84-8408-932-2

Financiado por el Proyecto COOPERACIÓN TERRITORIAL EN ESPAÑA Y LA UNIÓN EUROPEA: SELECCIÓN DE EXPERIENCIAS DE EXCELENCIA E INNOVACIÓN PARA EL PERIODO 2014-20.

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INDICE

Presentación del alcalde de Pontevedra ... 9

Fotos de Pontevedra ... 11

Presentación ... 15

Prólogo. Quince relatos para comparar fronteras ... 19

Fronteras en una Europa Multinivel ... 27

Argimiro Rojo Salgado Fronteras, migración internacional y globalización: la amenaza de una re-fronterización en la Unión Europea ... 43

Pablo Wong-González Evolución y actualidad de las políticas de la Unión Europea en el Magreb ... 53

José Miranda Bonilla y Enrique López Lara Flujos migratorios, territorios transfronterizos e integración en Europa y las Américas: apuntes y preguntas frente a un mundo que está cambiando ... 67

Dario Conato Integración regional, segmentación y especialización productiva en los espacios de frontera ... 75

María del Rosio Barajas Escamilla Gobernanza estratégica para fronteras seguras México-Estados Unidos: aportaciones y problemas ... 85

José María Ramos ¿Hacia la transnacionalización de la política en América Latina? ... 95

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LAS FRONTERAS ANTE SUS ESPEJOS

Las Eurociudades de la Raia: de Valença de Minho a Ayamonte. Experiencias de investigación ... 103

María Lois Barrio, Pedro Limón López y Marina Díaz Sanz

Experiencias de micro-cooperación transfronteriza

en la frontera galaico-portuguesa: las eurociudades ... 121

Celso Cancela Outeda

Fronteras: territorio y memorias ... 139

Sergio Claudio González García

Práticas porosas nas zonas de fronteira do nordeste

transmontano entre 1957 e 1974 ... 147

João Baía

Miguel Hernández um símbolo de resistência na raia hispano-portuguesa: fenómenos de emblematização

e usos políticos do passado ... 155

Dulce Simões

¿Fronteras comparadas en un mundo global? De la cooperación a la no cooperación. Asia como caso de estudio ... 165

Xulio Ríos

Comparando fronteras entre Europa y EE.UU: el proyecto internacional BORDERGOV

La presentación de los casos europeos... 173

Andrea Noferini, Franceso Camonita y Antoni Durà

¿Es posible crear una agenda de estudios sobre fronteras comparadas? Entre la complejidad epistemológica

y la innovación académica ... 185

Enrique José Varela Álvarez

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PRÓLOGO. QUINCE RELATOS PARA COMPARAR FRONTERAS

la curiosidad, incluso por aquel que encuentren más alejado de su marco de análisis habitual… en esto consiste la comprensión de las fronteras, alejadas de los centros de poder y conocimiento tra-dicionales. Si siguen este camino, su complejidad ya no será tal, y su realidad habrá pasado a formar parte de su propio conocimien-to, diferente, sin duda, de aquel que los Estados nos imponen.

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Práticas porosas nas zonas

de fronteira do nordeste

transmontano entre 1957 e 1974

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João Baía

E-mail: joao.baia@ics.ulisboa.pt

Doutorando em migrações - Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e investigador associado do IHC-UNL

Resumo: As práticas ambíguas do governo no controlo dos fluxos

fronteiriços influenciam atividades como contrabando, ou emigra-ção irregular, facilitando certos tipos de fluxos de mercadorias e pessoas, mas impedindo outros tipos. Alguns testemunhos indi-cam situações que exigem uma reconfiguração de práticas como o passador que teve de emigrar para escapar às autoridades ou o ex-emigrante irregular que veio a Portugal de férias e levou al-guém de forma irregular na sua viagem de regresso a França. As redes sociais e os fluxos são cruciais para compreender as zonas de fronteiras. No entanto, é difícil traçar uma fronteira clara entre as práticas de fronteira relacionadas com a emigração irregular, porque esses papéis e atividades misturavam-se frequentemente.

Abstract: The government's ambiguous practices in the

manage-ment of border flows influence activities such as smuggling and irregular migration, facilitating certain types of flows of goods and people, but preventing other types. Some testimonies indicate si-tuations that require a reconfiguration of practices such as dowel

1Esta apresentação resulta da participação enquanto investigador do projecto “Cooperación transfronteriza y (des)fronterización: actores y discursos geopolí-ticos transnacionales en la frontera hispano-portuguesa (CSO2012-34677)” e en-quanto bolseiro do projecto "Além do fracasso e do maquiavelismo. A emigração irregular portuguesa para a França, 1957-1974- PTDC/HIS-HIS/103810/2008" no IHC/FCSH-UNL.

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LAS FRONTERAS ANTE SUS ESPEJOS

that had to emigrate to escape the authorities or irregular former emigrant who came to Portugal on vacation and took someone erratically in his return trip to France. Social networks and flows are crucial to understand the boundaries of areas. However, it is difficult to draw a clear boundary between border practices rela-ted to irregular migration, because these roles and activities are often intermingled.

Palavras chave: Migrações, trajectórias migratórias, fronteira,

prá-ticas fronteiriças, redes sociais.

Keywords: Migration, migratory paths, border, border practices,

social networks.

1. Presentação

Pretende-se neste texto questionar se havia porosidade na frontei-ra entre as diferentes práticas fronteiriças, nomeadamente entre o auxílio à emigração clandestina, a emigração clandestina e o con-trole de fronteiras, a partir da análise de três testemunhos orais de dois passadores e de uma emigrante irregular e de documentação consultada em arquivos nacionais e locais. As zonas a que os três casos se referem situam-se na raia molhada entre Mogadouro e Bruçó e na raia seca em Paradela.

Nestes três casos identificam-se porosidades entre as diferentes práticas fronteiriças.

Decidi restringir esta análise ao período entre o ano 1957 e 1974. De 1957 a 1974 um milhão e meio de portugueses dei-xou o seu país. Mais de metade desta emigração, um pouco mais de 900.000 dirigiu-se para França. Destes 900.000 apenas 350.000 entraram legalmente em França. O ano de 1957 corresponde ao ano em que se sentiram os efeitos de uma mudança de política migratória francesa, que em 1956, segundo Victor Pereira, facilitou a imigração clandestina “regularizando quasi-automaticamente os estrangeiros que tivessem entrado no território francês irregular-mente. Estas práticas administrativas e as oportunidades ofereci-das pelo mercado de emprego francês provocaram a criação ou a reactivação das redes migratórias que se tinham constituído após 1916” (Pereira, 2009a: 46). No ano de 1974 terminam 48 anos de ditadura em Portugal, quebrando-se a política restritiva perante a

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PRÁTICAS POROSAS NAS ZONAS DE FRONTEIRA DO NORDESTE TRANSMONTANO ENTRE 1957 E 1974

emigração e ao mesmo tempo inicia-se uma política migratória da parte da França mais restritiva a partir de 1973 motivada pelo choque petrolífero.

Nos três testemunhos orais, que escolhi, encontrei práticas fronteiriças ambíguas e porosas.

Um testemunho de um taxista passador, de terras de Miranda referiu que houve um guarda-fiscal seu amigo que o ensinou a in-terpretar o quadro das patrulhas onde assinalavam os locais, onde eles iriam fazer patrulha:

“Tinha um amigo pessoal da terra dele e então ele expli-cou-me a maneira para eu saber onde os guardas estavam à noite. Eu sabia sempre onde os guardas estavam à noite. Às vezes iam até ao quartel ver o Sr. cabo Ribeiro. Estáva-mos a olhar para a pauta e tinha aquela zona da pauta que mostrava os lugares onde os guardas estavam. Um alfinete, dois alfinetes estavam lá. Um alfinete vermelho estava con-trolado. Então eu ia ali, só olhava para a pauta e já sabia.. Hoje aqui não se pode passar, que está lá a guarda” (Taxista de Ifanes, 2011).

Seria o equivalente às operações stop hoje em dia. A polícia hoje não pode fechar uma cidade grande, da mesma maneira na-quela altura não havia guardas suficientes para patrulhar toda a fronteira, por isso optavam por escolher pontos diferentes todas as noites de forma a tentar surpreender algum movimento clandesti-no de pessoas ou mercadorias.

Um dos agentes da PIDE do posto de fronteira de Vila Verde da Raia estava casado com uma filha do proprietário de um pequeno estabelecimento na fronteira que se dedicava ao contrabando. Se-gundo uma informante, ele estava ao corrente do que ali se pas-sava. A mulher desse agente ia buscar o dinheiro do contrabando a Espanha. Em documentação consultada na torre do tombo no arquivo da PIDE/DGS este agente por causa de um caso de emi-gração política é acusado de ser ou mau profissional ou estar liga-do a alguma rede de engajamento, neste caso política2.

Uma emigrante que deu o “salto” com dois filhos e com o mari-do que veio de França buscá-la, paganmari-do a um passamari-dor, descreve

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LAS FRONTERAS ANTE SUS ESPEJOS

assim a sua experiência que mostra como a fronteira ou distinção entre ser passador ou emigrante para quem controlava as frontei-ras também poderia ser difícil de traçar podendo o emigrante ser confundido com um passador ou vice-versa:

“Fomos passar à fronteira de Mogadouro e passámos um rio sem fundo, custou muito. Descemos e subimos duas gran-des montanhas. Atravessámos o rio num colchão de bor-racha, colchão de ar. Primeiro atravessou o meu filho mais pequenito às costas do meu marido, que ele foi lá fazer 4 anos (...) o outro que já tinha quase nove anos, foi sozinho no colchão. E depois fui eu. Depois o meu marido voltou para trás a Mogadouro, nós passámos, fomos para Espa-nha com um Senhor que eu nunca tiEspa-nha visto. Um bocado duro. Com duas crianças. Isto de madrugada, saímos era meia noite e chegámos ao rio estava a amanhecer e depois fomos para casa de uns espanhóis, eles deram-nos comer e beber e o meu marido, ao ir buscar as malas, que as tinha deixado na estação, prenderam-no. E lá, não sei como é que foi, lá desconfiaram dele, e prenderam-no. Esteve todo o dia preso. Depois o que valeu foi que ele disse: “a minha mulher e os meus filhos estão todos os três na Espanha, com um senhor que eles nunca viram. Se lhes acontecer alguma coisa, os senhores são os responsáveis. Então, se não me deixam passar para França, vão-me buscar a minha mulher e os meus filhos”. Depois falou-lhes num Sr. Cortesão, que é um grande homem, temos aqui um que também já morreu que era primo dele, um vizinho com quem nos dávamos muito bem, e foi assim que ele se safou. Chegou ao pé de nós já de noite, eu chorei muita lágrima. Eu não sabia se ele estava morto se estava vivo” (Emigrante irregular, São Silvestre, 2011).

A partir dos testemunhos destes e de outros informantes com-provou-se a relação que Eduarda Rovisco estabeleceu entre o con-trabando e a emigração irregular, nomeadamente entre os conta-bandistas e os passadores:

“Para além do contrabando de gado e de café, muitos con-trabandistas de Penha Garcia envolveram-se ainda no

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auxí-PRÁTICAS POROSAS NAS ZONAS DE FRONTEIRA DO NORDESTE TRANSMONTANO ENTRE 1957 E 1974

lio à emigração clandestina na década de sessenta, no con-trabando de pessoas (…) A inclusão de práticas de auxílio à emigração clandestina nas narrativas sobre contrabando e a designação de ‘contrabando de pessoas’ atribuída a esta prática revela de forma muito expressiva a importância do contrabando nesta aldeia” (Rovisco, 2009: 113-114).

Relativamente à Guarda Fiscal e à sua actuação perante o con-trabando, Paula Godinho identifica práticas fronteiriças porosas:

“Habituados a viver com essa presença, muitos habitantes locais estabeleciam as constantes do comportamento quo-tidiano dos guardas, inserindo-as no esboço das tácticas do contrabando. Convivia-se com a cumplicidade e a condes-cendência inerentes ao reconhecimento mútuo, numa rela-ção pautada pela ambiguidade. A tensão e o receio emer-giam com a mudança de guardas e sobretudo de chefias, havendo que reconhecer as novas condições e que adequar as modalidades do contrabando nos tempos seguintes. Os guarda fiscais não eram completamente estranhos e envere-dar pela profissão constituía uma possibilidade para alguns habitantes da fronteira” (Godinho, 2009: 37).

Dulce Simões corrobora a conivência das autoridades locais com o contrabando através de uma carta expedida de um gover-nador civil a defender o contrabando como uma forma de com-pensar os baixos salários na agricultura, acrescentando,

“Esta conivência com o contrabando dos seus assalariados rurais contribuiu não apenas para a melhoria das condições de vida de uma classe subalternizada, mas também para conter um descontentamento social que lhes poderia ser adverso” (Simões, 2009: 191).

2. Conclusão

A questão da fronteira porosa entre as práticas dos agentes do Es-tado no terreno também estavam relacionadas com a ambiguidade da posição do Governo no controlo da emigração clandestina. Se

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LAS FRONTERAS ANTE SUS ESPEJOS

por um lado, fazia parecer que reprimia de forma mais implacável do que realmente fazia, através de grandes destaques na imprensa de desmantelamento de redes de passadores apresentados como os exploradores, sem escrúpulos, tentava acalmar parte da sua base de apoio mais conservadora, proprietários agrícolas que co-meçavam a ter menos mão-de-obra disponível para aceitar quais-quer condições de trabalho a qualquais-quer preço.

Por outro lado, ao não reprimir e ao não travar de forma deci-dida estes fluxos clandestinos de pessoas estava a tentar agradar ao sector mais modernizador que considerava que as remessas seriam úteis e que um menor controle da emigração clandestina diminuiria a tensão social. Com o início da guerra de facto as re-messas dos emigrantes tornaram-se fundamentais para aguentar o esforço económico de uma guerra muito dispendiosa. Alguns autores como o historiador Victor Pereira integram a emigração clandestina na modalidade de “resistência quotidiana”:

“Das resistências quotidianas descritas por Scott, a emigração é sem dúvida, a mais eficaz, pois, “a repressão da emigra-ção clandestina, largamente ineficiente, não se assemelhou à repressão das outras formas de subversão”, permitindo à maior parte dos emigrantes clandestinos “melhorar as con-dições de vida” (Pereira, 2009b: 483-484).

Apesar de alguns autores criticarem a noção de resistência quo-tidiana de Scott por se poder cair no risco de considerar tudo resis-tência, considera-se que esta noção permite olhar os subalternos como pessoas com agência e não apenas como actores passivos que se adaptam aos constrangimentos. Sandro Mezzadra propõe que se foque a subjectividade dos migrantes e propõe o conceito “direito de fuga” para salientar que, apesar das causas que estão na origem das migrações provocadas pelas guerras, por questões po-líticas, económicas ou culturais, “para que as migrações ocorram, é necessário existir um movimento individual (efectuado de forma concreta por uma mulher ou um homem concretos, inseridos em redes familiares e sociais, mas ainda assim capazes de iniciativa individual)” (Mezzadra, 2010: 319). Se Mezzadra refere, em relação às migrações contemporâneas que o “direito de fuga” trata-se, na sua maioria de forma inconsciente, de “uma crítica material de di-visão internacional do trabalho” (Mezzadra, 2010: 319), no caso da

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PRÁTICAS POROSAS NAS ZONAS DE FRONTEIRA DO NORDESTE TRANSMONTANO ENTRE 1957 E 1974

emigração irregular portuguesa, na sua maioria também de forma inconsciente, tratava-se de uma crítica às profundas desigualdades sociais presentes no meio rural e urbano de Portugal durante o período em análise, uma crítica ao atraso económico, ao não de-senvolvimento industrial, à pobreza, à guerra colonial e à ditadura que perseguia e reprimia os seus opositores políticos.

3. Fontes Orais

Entrevista realizada em 2011, em São Silvestre, a uma emigrante irregular.

Entrevista realizada em 2011, em Miranda do Douro, a Taxista e passador.

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LAS FRONTERAS

ANTE SUS ESPEJOS

RELATOS TRANSFRONTERIZOS

SOBRE EUROPA, AMÉRICA,

ASIA Y EL MAGREB

LA S FR ONTER A S ANTE SU S E SPEJOS REL AT OS TR ANSFRONTERIZ OS SOBRE EUROP A, AMÉRICA, A SIA Y EL MA GREB

Enrique José Varela Álvarez Celso Cancela Outeda

Coordinadores C OLEC CIÓN CIENCIA POLÍTICA Y DE L A ADMINIS TR A CIÓN

SERIE CONGRESOS, JORNADAS Y SEMINARIOS AUTORES

SERIE CONGRESOS, JORNADAS Y SEMINARIOS

ISBN 978 84 8408 xxx x

María del Rosio Barajas Escamilla

João Baia

Tiziana Bertaccini

Franceso Camonita

Celso Cancela Outeda

Dario Conato

Marina Díaz Sanz

Antoni Durà

Sergio Claudio González García

Pedro Limón López

María Lois Barrio

Enrique López Lara

José Miranda Bonilla

Andrea Noferini

José María Ramos

Xulio Ríos

Argimiro Rojo Salgado

Dulce Simões

Enrique José Varela Álvarez

Referências

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