A
DEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
CONTÁBEIS
PROPOSTA DE
UM
SISTEMA
DE CUSTOS
PARA
UMA
TECELAGEM
INDUSTRIAL:
UM
ESTUDO
DE
CASO
WAGNER
DA
SILVA
PEREIRA
PROPOSTA
DE
UM
SISTEMA
DE CUSTOS
PARA
UMA
TECELAGEM
_
INDUSTRIAL:
UM
ESTUDO
DE
CASO
Monografia
apresentada a UniversidadeFederal de Santa Catarina
como
um
dos pré-requisitos para obtenção
do
grau de bacharelem
Ciências Contábeis.'\
FLORIANÓPOLIS
2002
B
TERMO
DE
APROVAÇÃO
WAGNER
DA
SILVA
PEREIRA
PROPOSTA DE
UM
SISTEMA
DE
CUSTOS
PARA
UMA
TECELAGEM
INDUSTRIAL:
UM
ESTUDO DE CASO
Esta
monografia
foi apresentadacomo
trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeisda Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo a nota de .... .., atribuída pela
banca
constituída pelo orientador e
membros
abaixo mencionados. . .Compuseram
a banca:¿~t~
epartamento de %iênc1as Contábeis,UFSC
Nota
atribuída . . . - › . . . z . . ..Prof. Luiz Felipe Ferreira,
M.
Sc.Departamento de šiâncias Contábeis,
UFSC
Nota
atribuída .... .. 4. ... ..Prof.
Niv~o
dosS
tos,M.
Sc.Departamento de ieâci Contábeis,
UFSC
Nota
atribuída... 45900 6 ... _.Florianópolis, agosto de
2002
i
l_ 'Í
Prof. Luiz a,i*1\/I. Scj
Coordenador ._
Á'
D
`
iv
AGRADECIMENTOS
esejo expressar
minha
gratidão às todas as pessoasque
me
auxiliaramno
decorrerdeste trabalho.
Agradeço
aDEUS
pela Vida e por iluminar-me todos os dias.A
minha
A
minha
Ao
profenoiva Cintya, pelo seu apoio e companheirismo.
Família pela compreensão.
ssor Jôisse Antônio Lorandi por sua valiosa orientação, dedicação e conhecimentos
transmitidos.
Aos
professores e fimcionáriosdo
Departamento de' Ciências Contábeis pela presteza deconhecimento e pelo convívio.
Enfim,
a todos que diretaou
indiretamente contribuíram paraque
esta pesquisa fosseLISTA
DE FIGURAS
... .. viiLISTA
DE
QUADROS
... .. viiiRESUMO
... _. ix 1INTRODUÇÃO
... ._ 01 1.1CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
... .. 01 1.2FORMULAÇÃO
DO
PROBLEMA
... ..02
1.3OBJETIVOS
... ..02
1.4JUSTIFICATIVA
... ..02
1.5METODOLOGIA
... .. 03 1.6ORGANIZAÇÃO
DO
ESTUDO
... _.04
1.7LIMITAÇÃO
DA
PESQUISA
... _. os 2FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
... ..06
2.1
CONCEITO
E CLASSIFICAÇÃO
DOS
CUSTOS
... ..O6
2.2SISTEMAS
DE
ACUMULAÇÃO
DE
CUSTOS
... _.O7
2.2.1 Sistemade custeameuto
por
processo ... ..08
2.2.2. Sistema
de custeamento
por
ordem
de produção ou
serviço ... .. 082.3
MÉTODOS
DE
CUSTEIO TRADICIONAIS
... ..09
2.3.1 Custeio
por absorção
... ..09
2.3.1.1
Departamentalização
... _. 10 2.3.2 Custeio diretoou
variável ... ._ 12 3ESTUDO
DE
CASO
... .. 143.1
COLETA DE
DADOS
... .. 143.2
APRESENTAÇÃO
DA
EMPRESA
... .. 143.2.1 Estrutura organizacional ... .. 15
3.2.2 Descrição
do
processode produção
dos tecidos ... .. 173.2.3 Infra-estrutura
de
produção
da
tecelagem ... ..20
3.3
PROPOSTA
DO
SISTEMA
DE
CUSTEIO
PARA
A
TECELAGEM
... .. 233.4
IDENTIFICAÇÃO
DOS
CUSTOSFDE
PRODUÇÃO
... ._ 23 3.4.1Matéria-prima
... ..24
3.4.2
Mão-de-obra
direta ... _.3.4.3
Custos
indiretosde
fabricação ... ..3.4.4 Critérios
de
rateio ... ..3.5
APROPRIAÇÃO DOS
CUSTOS
... ..3.5.1
Apropriação
direta ... .. ... ..3.5.2
Apropriação
indireta ... ..4
CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1:
Esquema
do
custeio por absorçãocom
departamentalização ... .. llFigura 2:
Organograma
da empresa
... .. 17Figura 3:
Fluxograma
de planejamentoda
produção de tecidos ... .. 18Figura 4: Fluxo de
consumo
dosfios
utilizadosna
produção dos tecidos ... ..20
LISTA
DE
QUADROS
Quadro
1:DRE
comparativa dosmétodos
de custeio tradicionais ... .. 12Quadro
2: Imobilizadoda
tecelagem ... .. 21Quadro
3:Consumo
de matéria-prima ref. aomês
06/2002
... ..28
Quadro
4: Bases de alocação dos custos indiretos ... ..29
Quadro
5:Mapa
de rateio dos custos indiretos de fabricação ... ..30
Quadro
6:Mapa
resumo
de apuracãodo
custo unitário dos tecidos ... .. 31RESUMO
Esta pesquisa
tem
como
finalidade proporum
sistema de custos para a tecelagemda
Fábrica de
Rendas
eBordados
Hoepcke
S/A, localizadano
Roçado.O
sistema propostoutiliza a metodologia
do
custeio por absorção, dividindo a fábricaem
departamentos de apoioe de produção. Identificados os custos de produção, os
mesmos
são apropriados aosdepartamentos e posteriormente aos tecidos produzidos,
onde
juntamentecom
os custosdiretos formarão o custo unitário dos tecidos para
fins
de avaliação de estoque.A
pesquisa,também,
apresenta a estrutura de produçãoda
tecelagemda
empresa, descrevendo o processoprodutivo dos tecidos desde o planejamento até a finalização
da
produção,onde
os tecidos fabricados sãoarmazenados no
almoxarifado. Utilizando-secomo
referênciao
período deprodução
do
mês
de junho de 2002, apurou-se o custo unitáriodo
tecido algodão e polyester,onde
constatou-se que o sistema proposto se adaptou aempresa
em
estudo,podendo
amesma
utilizar-se das informações para detenninar o estabelecimento de padrões de custo e
produtividade. Espera-se
que
esta pesquisa, sirvacom
base de informação paraempresa
eque
as considerações relatadas neste_trabalho ofereçam suporte que 'facilite o processo de gestão.1
INTRODUÇÃO
`Tem
por objetivo proporcionaruma
visão geral daabordagem do
trabalho, especificando o tema, a justificativado
estudo e os objetivos que se pretende alcançarcom
o desenvolvimentodo
mesmo,
bem
como
a metodologia utilizada. 'l.l
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
A
sociedade presencia, atualmente, achamada
globalização, responsável peladiminuição de barreiras econômicas, sociais e culturais entre os países. Para adaptar-se e manter-
se neste ambiente, as empresas investem
em
inovações tecnológicas e capacitação pessoal paraalcançar a competitividade e
maximizar
seus resultados.O
novo
ambiente globalizadodemanda
infonnações mais relevantes eem
menor
tempo,relacionadas a custos e
desempenho
de atividades, produtos, processos e serviços.Os
novos
cenários
econômicos
direcionam as empresas brasileiras a buscar continuamente a redução doscustos e aprimorar-se tecnologicamente.
Empresas
inseridasno
setor têxtil já sofreramem
anosanteriores, as conseqüências provocadas pela falta de investimentos
em
tecnologia,"em relação àsempresas estrangeiras.
A
busca contínua pelo controle e redução dos custos está levando asindustrias
do
setor têxtil, a investir cada vez mais,em
sistemas emétodos
de custeio, servindoestes,
como
fonte ‹de infonnação para atomada
de decisão e aprimoramentodo
processooperacional das empresas.
A
A
Contabilidade, quetem
por objetivo quantificar e fornecer informações acerca dasmutaçõese
variações patrimoniais, enfrenta dentro deste contexto globalizadoum
grande desafiode aprimoramento técnico e científico, para atender usuários cada vez
mais
exigentes.Em
especial, a Contabilidade de Custos,
vêm
sofrendo nos últimos anos,um
processode
transição,onde
sua capacidade de informação atravessa a barreira de avaliação de estoques eassume
uma
1.2
FQRMULAÇÃO Do PROBLEMA
Os
sistemas de custeio desenvolvidos pela Contabilidade de Custos,devem
suprir anecessidade de informação de seus usuários, contribuindo de maneira
fidedigna no
auxílio àgestão e análise dos custos.
Um
sistema de custosbem
desenvolvido eadequado
as necessidadesda
empresa,toma
facilitada a tarefa de decisão,como
por exemplo,comprar
ou
fabricardeterminado
componente
de produção, qual produto oferece maior rentabilidade para a empresa,qual o preço
mínimo
de venda, entre outros fatores de decisão.Diante
do que
foi exposto, elaborou-se o seguinteproblema
destamonografia.
Como
adequar
ométodo
de Icusteíopor
absorçãopara
alocação dos custos deuma
tecelagem industrial de
uma
fábrica de rendas ebordados?
1.3
OBJETIVOS
Este estudo
tem
por objetivo geral proporum
sistema de custeio parauma
tecelagem industrial.Decorrem do
objetivo geral, os seguintes objetivos específicos:I Verificar e analisar o processo produtivo;
I Identificar os custos decorrentes
do
processo produtivo;I Propor
um
modelo
demensuração do
custo dos tecidos parafins
de avaliação deestoque.
1.4
JUSTIFICATIVA
A
busca pela competitividadeem
mercados
cada vezmais
globalizados,tem
levadomuitas empresas da intensificar
mudanças
em
suas estruturas operacionais,
com
o objetivo dereduzir custos e
maximizar
seus lucros.O
pressuposto básico para que as empresas inseridas nestenovo
cenário econômico,3
associado a
um
rigoroso controle e precisãona forma
de apuração dos custos quedecorrem
dosprocessos produtivos e operacionais
da
empresa.Nesse
contexto, a informação produzida pela Contabilidade de Custos, toma-seuma
dasprincipais ferramentas de gestão, pois todo sistema de apropriação de custos faz parte
do
conjunto de informações' gerenciaisque
auxiliam nosmecanismos
de planejamento,acompanhamento
e avaliação dos processos e atividadesda
empresa.1.5
METODOLOGIA
A
preocupaçãocom
o conhecimento éuma
constantena
vidado
serhumano.
Assim,conforme
MINAYO
(1998, p.10), “a ciência é aforma
hegemônica
de construçãoda
realidade,considerada por muitos críticos
como
um
novo
mito, por sua pretensão de únicopromotor
ecritério de verdade”.
A
atividade básicada
ciência é a pesquisa.De
acordocom
DEMO
(1996, p.34),pesquisar é
um
“processo formal e sistemático de desenvolvimentodo método
científico.O
objetivo fundamental
da
pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante 0emprego
deprocedimentos científicos”.
RICHARDSON
(1989, p.16),aduz
que,“como
ferramenta para adquirir conhecimento,a pesquisa
pode
ter os seguintes objetivos: resolver problemas específicos, gerar teoriasexistentes.
Em
termos gerais,não
existe pesquisasem
teoria, seja explícitaou
implícita, ela estápresente
em
todo processo de pesquisa”.V
A
partir da relação existente entre o conhecimento e a ciência, lembrandosempre que
ciência
tem
como
atividade básica a pesquisa, infere-seque
o conhecimento poderá ser adquiridotambém
pela pesquisamonográfica,
pois, segundoLAKATOS,
MARCONI
(1992, p.l51), “amonografia
é o primeiro passoda
atividade científicado
pesquisador”.De
acordocom
KERSCHER
(1999, p.47), “amonografia
defim
de curso objetivadesenvolver o hábito de pesquisa, o sentido crítico, a capacidade de análise, o poder de síntese e a
criatividade
no
campo
profissional”.-
O
método
a ser utilizado nestamonografia,
consistenum
estudo de caso.A
escolhado
indústria têxtil necessita para analisar e controlar seus custos de produção, particularmente a
produção de tecidos. Será realizada
uma
identificação preliminardo
sistema de custeio utilizadopela empresa, para posterior análise e crítica dos dados,
bem
como,
se necessáriouma
proposta de reestruturaçãodo
sistema existente.Segundo
GIL
(1993, p.58), “o estudo de caso é caracterizado pelo estudoprofimdo
e exaustivo deum
ou
depoucos
objetos, de maneiraque
permita o seuamplo
e detalhado conhecimento”.1.6
ORGANIZAÇÃO
DO
ESTUDO
Com
o objetivo de facilitar o entendimentodo
presente trabalho, este foi divididoem
capítulos, sendo estes subdivididos
em
seções.O
primeiro capítulo, refere-se a introdução desta pesquisa. Primeiramente, é apresentadaas considerações iniciais, a formulação
do
problema, os objetivos, a justificativa, e a metodologiaaplicada.
H
No
segtmdo
capítulo, realiza-se a ftmdamentação teóricado
presente estudo. Estecapítulo, é subdividido
em
três seções.Na
primeira seção é enfocado 0 conceito e classificaçãodos custos.
Na
segunda seção evidencia-se a importância e a definição dos sistemas deacumulação
de custos. Porfim,
são expostos osmétodos
de custeio tradicionais e suascaracterísticas.
_
O
terceiro capítulo, contempla através deum
estudo de caso, urna tecelagem industrialde
uma
fábricade
rendas e bordados. Primeiramente, faz-seuma
apresentaçãoda
empresa
e desuas atividades.
Na
seqüência descrevesse o processo produtivoda
tecelagem,onde
se faz aidentificação dos elementos formadores dos custos de produção dos tecidos.
Na
última seção é proposto ométodo
de custeio aplicado, identificando os custos decorrentesdo
processo de produção,bem
como,
aforma
de apropriação dos custos referentes àestrutura
da
tecelagemda
empresa.Por
fim,
o quarto capítulo apresenta as conclusões sobre o estudo e asrecomendações
5
1.7
LIMITAÇÕES
DA
PESQUISA
Por
se tratar deum
estudo de caso, os resultados obtidos se restringirão àempresa
em
análise, considerando suas características e particularidades.
No
entanto, relações ecomparações
com
outras empresasdo
setor são aceitáveis.O
presente estudo não se lança a inferências e,no que
diz respeito a conclusões, écauteloso, pois, se limita a concluir aquilo
que
é permitidocom
as informações elaboradas, apartir dos dados coletados
no
instrumento de pesquisa (estudo de caso) e restrito aos elementosexaminados.
Apesar
disso, sua validade científica resideno
fato de detectaruma
realidade objetiva e,ao examiná-lo abre-se
caminho
para outros trabalhos queexplorem
0mesmo
tema
sob óticasPara
um
entendimento dos termos adotadosno
presente estudo, apresentam-se, primeiramente, as nomenclaturas e classificação de custos.Na
seqüência caracterizam-se os sistemas deacumulação
de custos. Por último, abordam-se osmétodos
de custeio consideradostradicionais. '
2.1
CONCEITO
E
CLASSIFICAÇÃO
DOS
CUSTOS
No
que diz respeito a custo,MARTINS
(2000, p.25), defineque
custo é o “gasto relativoa
bem
ou
serviço utilizadona
produção de outros bensou
serviços.”Por sua vez,
PADOVEZE
(1997, p.214), diz que custos são os “gastos,não
investimentos, necessários para fabricar os produtos
na
empresa.São
os gastos efetuados pelaempresa que
farão nascer os seus produtos.”Portanto, custos
podem
ser conceituadoscomo
os sacrifícios financeiros utilizadosno
processo produtivo de
um
bem
ou
serviço.Podem
ser classificados de diversas formas,de
acordocom
a relação existentecom
os produtosou
a produção.Quanto
à classificação dos custos,MARTINS
(2000, p.53), dizque
alguns custospodem
ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver
uma
medida
deconsumo, que
sãochamados
de custos diretos, outrosnão
oferecemuma
condição deuma
medida
objetiva e qualquer tentativa de alocaçãotem
de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária,que
são os custos indiretos.
PADOVEZE
(1997, p.228) classificacomo
custos diretos “os custos quepodem
serfisicamente identificados para
um
segmento
particular sob consideração. Assim, se oque
está sobconsideração é
uma
linha de produtos, então os materiais e a mão-de-obra envolvidosem
suamanufatura seriam
ambos
custos diretos.”Os
custos diretos são aqueles quantificáveis nos portadores finais dos custos,ou
seja,do
objeto de custeio, neste sentido, os custos diretos
mais
comuns
são: a matéria-prima identificadaao produto e a mão-de-obra utilizada
na
produção.Segundo
LEONE
(1997, p.49), “os custos indiretos são aqueles custosque não
são facilmente identificadoscom
o objetodo
custeio.”7
De
acordocom
CREPALDI
(1998, p.59), os custos indiretos “são os que, paraserem
incorporados aos produtos, necessitam
da
utilização dealgum
critério de rateio”.Pode-se inferir, portanto,
que
os custos indiretos são os gastos incorridosna produção de
determinado
bem
ou
serviço,que não
podem
ser identificados diretamente ao produto.Quanto
aocomportamento
dos custosem
relação a variação de volume, eles seclassificarn
em
custosfixos
e variáveis, queconfomre
PADOVEZE
(1997, p.229), “são aevolução de
como
tais gastosacontecem
em
alguma
relaçãocom
dados fisicosde
produção,venda ou
outra atividade.”De
acordocom
CREPALDI
(1998, p.60), “custosfixos
são aqueles cujo totalnão
variaproporcionalmente ao
volume
produzido.”LEONE
(1997, p.55) dizque
os custosfixos
“não variamcom
a variabilidadeda
atividade escolhida. Isto é, o valor total dos custos
permanece
praticamente igualmesmo
que
abase de
volume
selecionadacomo
referencial varie”.HORNGREN
(1989, p.253)aduz
que, os custos variáveis “são os que se esperaflutuem,
em
seu total, à razão direta das vendas, aoVolume
de produçãoou
a qualquer outramedida
deatividade.”
Por sua vez,
LEONE
(1997, p.53), conceituaque
os custos variáveis são aqueles“que
variam de acordo
com
osvolumes
das atividades.Os
volmnes
das atividadesdevem
estarrepresentados por bases de volume,
que
são geralmentemedições
físicas”.Portanto, os custos
fixos
teoricamentepermanecem
inalterados, dentro de certos limites,independente das variações
da
atividade, por sua vez, os custos variáveis variamproporcionalmente de acordo
com
as variações ocorridasno volume
de produçãoou
em
outramedida
de atividade.2.2
SISTEMAS
DE
ACUMULAÇÃO
DE
CUSTOS
É
atravésde
um
sistema de custos que se consegue determinar o custodos
produtos, processos e atividadesda
empresa.A
escolha deum
sistema de custos dependerá dasparticularidades de cada organização,
onde
primeiramente deve ser analisado o processoprodutivo e operacional, para posteriormente definir a
forma
de apuração e alocação dos custosPortanto, a escolha
do
sistemadepende
do
objetivo que se pretende atingir;o
seu nívelde detalhes e de quanto se gastará para sua obtenção.
A
implantaçãodo
sistemadeve
serna
medida do
possível, gradativa,não
necessariamente impostacom
osmesmos
detalhes esofisticações
em
todos os departamentos e níveis.Também
é necessário que sejam estudadas evencidas as reações à implantação
do
sistema,com
pessoal preparado para atender sua utilidade etreinado para fazê-lo funcionar. ~
Os
sistemas básicos deacumulação
de custos,que
se destinam a custear produtos são osseguintes: sistema de custeamento por processo e o sistema de custeamento por
ordem
de produção.2.2.1
Sistema
de custeamento
por
processoDe
acordocom
LEONE
(1997, p.204), o sistema por processotem
-como principalobjetivo acumular os custos dos processos de produção,
num
certo período de tempo, dividindo-se os custos
acumulados
pela produçãodo
período,onde
o processopode
seruma
fase,uma
seção,
um
departamentoou
um
setor fabril.Por sua vez,
HORNGREN
(1989, p.103),menciona
que nestemétodo
de custeamento“há a produção
em
massa
de unidades iguais que geralmentepassam
de maneira contínua poruma
série de fases uniformes de produçãochamadas
operaçõesou
processos.”O
sistema por processo é aforma
de custeamentoonde
aempresa
produz os bens deforma
contínua e padronizada,acumulando
os custos de produção aos departamentos e extraindoa
média do
custo unitário, dividindo-se o total dos custos pela produção de determinado período.2.2.2
Sistema
de custeamento por
ordem
de
produção ou
serviçoLEONE
(1997, p.l92) conceituaque
o sistema de custos porordem
deprodução
“éum
sistema
no
qual cada elemento de custo éacumulado
separadamente,segundo
ordens específicas de fabricação, emitidas pela área industrial, de serviçosou
comercial.”9
Segundo
HORNGREN
(1989, p.102), “osmétodos
de custeio porordem
de serviço sãousados pelas empresas cujos produtos são facilmente identificados por unidades individuais,
partidas
ou
em
lotes, recebendo cadauma
delas diferentes graus de atençãoou
técnicas”.Por
sua vez,MARTINS
(2000, p.124), diz que se aempresa
“produz atendendo aencomendas
dos clientes,ou
então, produztambém
paravenda
posterior,mas
de acordocom
determinações intemas especiais,
não
deforma
contínua, já se terá incluído entre as deprodução
por ordem”. A
A
característica principal deste sistema, consistena acumulação
dos custosem
uma
conta específica para cadaordem
de produçãoou
de serviço.2.3
MÉTODOS
DE
CUSTEIO TRADICIONAIS
De
acordocom
PADOVEZE
(l997; p.233), o custeamentodo
produto é “o processode
identificar o custo unitário de
um
produto partindo dos custos diretos e indiretos”.Assim, custeio significa
método
de apropriação de custos. Existem doismétodos
decusteio tradicionais contemplados
na
literatura: o custeio por absorção eo
custeio variável.2.3.1 Custeio
por absorção
Segundo
MARTINS
(2000, p.4l), 0 custeio por absorção “consistena
apropriação detodos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos
ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos”.
De
acordocom
CREPALDI
(1998, p.83), 0 custeio por absorção “consistena
apropriação de todos os custos (sejam eles
fixos ou
variáveis) à produçãodo
periodo.Os
gastosnão fabris (despesas) são excluídos”.
O
custeio por absorção é derivadoda
aplicação dos princípios fundamentais decontabilidade geralmente aceitos, sendo adotado
também,
pela legislaçãodo
Imposto deRenda
em
vigorno
Brasil.A
distinção principalno
custeio por absorção é o tratamento diferenciado2.3.1.1
Departamentalização
A
departamentalização consistena
divisãoda
fábricaem
departamentos, tendocomo
objetivo
um
melhor
direcionamento e controle dos custos.Segundo
MARTINS
(2000, p.70), “departamento é a unidademínima
administrativa para a Contabilidade de Custos, representada porhomens
emáquinas
(na maioria dos casos)que
desenvolve atividades
homogêneas”.
-O
Os
departamentospodem
ser classificadoscomo
produtivosou
de apoio.IUDÍCIBUS
(1998, p.l29) conceitua
que
“departamentosou
centros de custo produtivos são os responsáveis pelo trabalho de conversãoda
matéria-primaem
produto, através da incorporaçãode mão-de-
obra e pela utilização
da
capacidade instalada,mensurada
pelos custos indiretos.É
onde o
produto é fabricado,
mais
especificamente”._
Os
departamentos que prestam serviços àprodução
sãodenominados
departamentos deapoio
ou
serviço.CREPALDI
(1998, p.65)aduz que
os departamentosou
centros de custode
apoio “são centros de prestação de serviço aos centros de custo produtivos
ou
àquelesde
suaespécie, possibilitando a continuidade das condições de produção”.
MARTINS
(2000, p.71) associa o conceito de departamento aode
centro de custoobservando que “na maioria das vezes
um
departamento éum
centro de custo,ou
seja, nele sãoacumulados
os custos indiretos para posterior alocação aos produtos (departamentos de produção)ou
a outros departamentos (departamentos de serviços)”. . _De
acordocom
HORNGREN
(1989, p.l02), centro de custos “é omenor
segmento
deatividade
ou
área de responsabilidade para o qual seacumulam
custos”.Os
centros de custospodem
ser definidoscomo
as unidadesou
departamentosda
empresa,
onde
sãoacumulados
os custos de produção, processos e atividades.Normalmente,
um
departamento é
um
centro de custos, porém,um
departamentopode
ter doisou
mais centros decustos, esta classificação é
definida
de acordocom
a estruturada
empresa.A
figura
a seguirCustos de Produção Despesas de Administrgão, de Vendase Financeiras indiretos Comuns
El
Departamento ServiçoA RR
= Rateio:
Departamento 4 Departamento ProduçãoI‹
C Departamentoaa
ProduçãoD Alocáveis diretamente aosDepartamentos ProdutoX ProdutoY Estoque Custo dos Produtos Vendidos Vendas
V
V
i ResultadoFigura
1:Esquema
do
custeiopor
absorçãocom
departamentalização
2.3.2 Custeio direto
ou
variávelMARTINS
(2000, p.216)define
o custeio diretoou
variávelcomo
o sistemaonde
“sósão alocados aos produtos os custos variáveis,
ficando
osfixos
separados e consideradoscomo
despesas
do
período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão,como
conseqüência, custos variáveis”.
u
.
Segundo
CREPALDI
(1998, p.1 1 1), o custeio variável “éum
tipo de custeamentoque
consisteem
considerarcomo
custo de produçãodo
período apenas os custos variáveis incorridos”.O
fundamento
principaldo
custeio variável consisteem
considerarcomo
custo dosprodutos somente os gastos variáveis decorrentes
do
processo produtivo, sendo os gastosfixos
apurados
como
despesasdo
período.A
legislaçãodo
Imposto deRenda
proíbe a utilização destecritério para
fins
de avaliação de estoques.Apesar
disto, sua associação ao conceito demargem
de contribuição, eleva suacondição de
método
de alocação de custos, sendo utilizadocomo
uma
importante ferramentagerencial para a
tomada
de decisões.A
seguir, seráapresentadauma comparação
entre o custeiovariável e o custeio por absorção, através da estrutura de urna
DRE
(Demonstraçãodo
Resultadodo
Exercício): `.
Quadro
1:DRE
comparativa dos métodos de
custeios tradicionaisCusteio Variável Custeio
por
Absorção
Vendas
Vendas
(-) Custos e despesas variáveis dos produtos (-) Custo dos produtos vendidos (fixos e
vendidos variáveis)
(=)
Margem
de contribuição (=)Lucro
Bruto(-) Custos e despesas
fixas
(-) Despesas operacionais (fixas e variáveis)(=) Resultado (=) Resultado
13
A
principal diferença entre o custeio variável para o custeio por absorção, resideno
fato, deque
os custosfixossão
descarregadoscomo
despesasdo
período. Enquanto,que no
custeiopor absorção todos os custos
fixos
e variáveis são alocados aos produtos, destaforma
os custossão ativados
no
estoque de produtos acabados até omomento
da
venda.Quanto
às vantagensda
aplicaçãodo
custeio direto, pode-seafirmar
que os trabalhosde
apuração são facilitados
em
faceda
eliminação das operações contábeis de rateios de custosfixos
de produção.
O
custeamento direto identificatambém,
para a empresa, omix
maisadequado
devendas, proporcionando conhecimento
da
margem
de contribuição dos produtos.A
principaldesvantagem
do
sistema de custeio direto é a restrição deordem
tributária, por considerar todos os custosfixos
indiretoscomo
despesasdo
período, causandouma
3.1
COLETA DOS
DADOS
A
coleta dos dados foi realizada durante o pen'odo de agosto de 2001 até julho de 2002,onde
o pesquisador desenvolveu atividades de estágiona
empresa,com
o objetivo de proporum
sistema de apuração de custos, decorrentes
do
processo de produção.A
propostado
sistema de custos desenvolvidana
empresa, envolveu, a fábricacomo
um
todo, porém, o presente trabalho se restringirá a definir
como
objeto de custeio a tecelagemda
empresa. '
'
' `
As
informações foram obtidas, através de entrevistas informaiscom
o supervisorda
tecelagem, o Sr. Osvaldino Portela, que descreveu o processo de produção dos tecidos,
transmitindo os dados relacionados a matéria-prima utilizada, a
fomia
de requisição dosmateriais, as funções dos colaboradores
na
tecelagem, entre outras informações relacionadas afabricação dos tecidos.
As
informações relacionadas aos valores envolvidosno
fluxo
deprodução
dos tecidos,
foram
obtidas dos relatórios contábeis de estoque, deconsumo
de materiais,do
registroda
folha de pagamento,do
contas a pagar edo
livro razão.3.2
APRESENTAÇÃO
DA
EMPRESA
O
movimento
industrial de Santa Catarina,que
se iniciou a partirda
décadade
1910, foi opano
de fimdo para o surgimentoda
Fábrica deRendas
e Bordados, três anos depois.A
empresa
foi fundadaem
01 de outubro de 1913, por Carl Hoepcke, Ricardo Ebel, e outros visionáriosda
iniciativa privada,com
onome
Ricardo Ebel&
Cia.,com
a finalidade deindustrializar produtos têxteis. Instalada nos altos
da
rua Felipe Schmidt,no
centro deFlorianópolis, desenvolveu suas primeiras operações
com
cincomáquinas
de bordar erespectivos acessórios, todos originários
da Alemanha.
Em
1917, CarlHoepcke
e filhospassam
a ser os maiores sócios quotistasda
empresa
einvestem
novos
recursos paracompra
de novas máquinas, dotando-a demodemos
processos detecnologia industrial à época.
Sua
razão social passa a ser Fábrica deRendas
eBordados
'15
Em
data de22
demarço
de 1929, foi registrada,na
Junta Comercialdo
Estado, asociedade por cotas “Fábrica de
Rendas
eBordados
Hoepcke
Limitada”, sendonomeado
seudiretor presidente o filho de Carl, Carlos
Hoepcke
Júnior.Sempre
em
constante evolução, passa a vender seus produtos para outros países,destacando-se, a partir de então,
como
uma
dasmais
tradicionais empresas catarinenses deexportação.
Em
face ao seu crescimento econômico, transformou-senuma
SociedadeAnônima,
em
18 de janeiro de 1942,
com
onome
de Fábrica deRendas
eBordados Hoepcke
S/A. Asstune apresidência
da
Fábrica,no
final destemesmo
ano, o Dr. AderbalRamos
da
Silva,num
momento
delicado
em
razãoda
Segunda
Guerra Mundial.Em
1979,uma
segunda área industrial de 10.227m2
foi construídano Roçado,
mtmicípio de
São
José - SC, (Grande Florianópolis)onde
passou a funcionarcom
sua linha deprodução e administração. Esse processo de re-localização é completado
com
a instalaçãode
uma
tecelagem, restaurante, creche, sala de mostruário e escritório central.
Em
setembro de 1991, SilviaHoepcke
da
Silva (bisneta, de Carl Hoepcke),assumiu
apresidência
da empresa
e, desde então, norteia seu desenvolvimento.Ao
completar oitenta anos, aFábrica contava
com
duas unidades fabris,somando
ao todo 35máquinas
de bordar.No
finaldo
ano2000
a Fábrica transfere seu maquinárioda
unidade de Florianópolispara o Roçado,
em
São
José,unificando
assim todoo
seu processo produtivo,onde
trabalhamatualmente
430
funcionários. '3.2.1 Estrutura organizacional
A
Fábrica deRendas
eBordados
Hoepcke
S/A, é socialmente constituída sob aforma de
Sociedade
Anônima
de capital fechado, e atualmente, está divididaem
dois blocos industriais, oda
bordagem
e oda
tecelagem,que
se ligam diretamente, já que a tecelagem produzuma
das matérias-primasda bordagem,
ou
seja, os tecidos.A
estrutura organizacionalda empresa
apresentaum
organograma
de cargos e fmições defonna
verticalizada,que
pressupõeuma
forma
centralizada de gestão empresarial,onde
ahierarquia estabelece as responsabilidades e subordinações dos colaboradores e setores
da
organização.
A
administraçãoda
empresa
é exercida diretamente pela diretoriacomposta
pelapresidência e vice-presidência,
que contam
com
uma
assessoria jurídica para assuntos legais eLuna assessoria técnica
que
auxilia nos assuntos relativos a produção.As
gerenciasde
produção,financeira, administrativa, comercial e de marketing estão diretamente subordinadas a vice-
presidência
da
empresa. Estasformam
o elo de ligaçãoda
administraçãocom
as outras divisõesda
fábrica.i
i
A
tecelagemda empresa
está subordinada diretamente ao departamento de produção,que dentre as suas atribuições, exerce a função de planejamento
da
produção de tecidos,bem
como
o controledo
nível de estoque dos tecidos produzidos e disponíveisno
almoxarifadoda
empresa.
.A contabilidade é exercida
na
própria empresa, que conta atualmentecom
um
contadore dois auxiliares, tendo sua atenção voltada principalmente para a área financeira, inexistindo praticamente a contabilidade gerencial.
A
forma
de contabilização dos custos deprodução
é feita deforma
global,onde
os custos incorridosno
processo de produçãoda
tecelagem são registradosconjuntamente
com
os custos de produçãoda bordagem,
já os gastos relativos as vendas,administração e encargos financeiros são registrados
como
despesasdo
período. 'Para se efetuar o registro dos dados, a contabilidade utiliza softwares interligados, de
aquisição e
consmno
de materiais, folha depagamento
e faturamento,onde
os registros sãotransferidos posteriormente para
o
software de contabilidade “Hércules”, desenvolvido pelaempresa
WK
Sistemas.Os
relatórios e demonstrações são preparados e publicados de acordocom
a Lei6.404/76, visando atender principalmente o usuário externo
da
informação contábil.A
forma de
tributação é feita pelo lucro real.A
seguir será apresentado oorganograma
atualda
Fábrica deRendas
eBordados
Hoepcke
S/A.Figura
2:Organograma
da empresa
I I I Departamento Comercial Divisão de Vendas Divisão de Faturammto Departamento de Marketing Divisão de Mercadoe Produtos Divisão de Criação e » Tendências Departamento de Produção Departamento Administrativo e de RH. Departamento Financeiro Divisão de Desenv. de novos produtos Divisão de Bordagem Divisão de Tecelagem Divisão de Manutenção Divisão de Qualidade Divisão de PCP Divisão de Pessoal Divisão de Tesouraria Divisão de Informática Divisãode Contasa Pagar Divisão Psico-Sodal Divisão de Contasa Receber Divisão deí
Serviços Gerais Divisão de Contabilidade e OçammtoFonte: Relatório intemo da administração
3.2.2 Descrição
do
processode
produção
dos tecidosA
tecelagemda
Fábrica deRendas
eBordados
Hoepcke
S/A
produz dois tipos detecidos, o tecido
100%
algodão e o tecido100%
polyester, sendo queambos
possuem
amesma
metragem
de largura (1,50 metros). `O
processo se iniciacom
o planejamentoda
produção,onde
são determinadas asquantidades
(em
metros lineares) de tecidos a serem produzidos durante o período (mês); arecebidos pelo setor comercial, este, repassa a informação para o departamento
de programação
da
produção,onde
é calculada a quantidade de tecidos necessária para atender os pedidosrecebidos pelo setor de vendas dos bordados, pois, os tecidos produzidos pela tecelagem
da
empresa
são fabricados para atender oconsumo
internodo
processo debordagem, não
sendorealizada a
venda
de tecidosnão
bordados.Planejada auprodução, a informação é
encaminhada
ao encarregado da tecelagem,que
calcula a quantidade de
fios
a ser utilizadana
produção dos tecidos; efetuadoo
cálculo, éencaminhada
uma
solicitação decompras
defios
ao setor de aquisição de matérias-primas.Concluída a operação de
compra
dos fios, osmesmos
sãoarmazenados
no
almoxarifadoda
empresa,onde
serão inseridosno
processo produtivoda
tecelagem.,como
demonstra o
fluxograma
abaixo: Departamento Comercial Programação e Controle da Produção Tecelagem Setor de Compras de Matéria-Prima Almoxarifado Recebe os pedidos de venda dos bordados Efetua o cálculo da quantidade de tecidos a serem produzidos Informa o número de pedidos Informa a quantidade em metros, de tecidos a serem produzidos no período (mês) Efetua o cálculo da quantidade de fios necessários para atender a produção planejada Recebe o pedido de compra dosfios e negocia com
os fomecedores
Solicita a compra
dos fios, para iniciar
a produção dos tecidos Informa os dados da compra (quantidade e data de chegada) Recebe e armazena a matéria-prima Aguarda requisição de consumo de fios por parte da tecelagem
Figura
3:Fluxograma
de
Planejamento da
Produção
de
TecidosOs
teares utilizadosna
tecelagemda
empresa,funcionam
pelométodo
de lançadeiras,que
tramam
deformam
horizontal osfios
dispostosem
rolos deforma
vertical. Para preparar os19
urdimento.
O
processo de urdimento consisteno
tratamento dosfios
com
uma
goma
especialque
visa aumentar sua resistência; depois deengomados,
osfios
são alinhados e enroladosem
rolos específicos (rolos deurdume)
para entrarem nos teares.A
fábrica não realiza o processo de urdimentoem
suas instalações, pornão
dispordo
maquinário específico para realizar esta atividade, sendo portanto, o processo de urdimento
terceirizado.
O
processo de urdimento dosfios
é realizado pelaempresa
Buettner, que recebe os fios,a
goma
e os rolos vaziosdo
almoxarifadoda Hoepcke,
transformando a matéria-primaem
rolosde urdume. Concluído o processo de urdimento, os rolos
retomam
ao almoxarifadoda
fábrica,onde
através de requisições deconsumo
de matéria-prima serão inseridosno
processo produtivo.Normalmente,
a quantidade defios
enviada para industrialização não é totalmenteconsumida
no
processo de urdimento, verificada essa sobra, osfios
são enviados pela Buettnerpara outra
empresa
(Faden), que repassa as sobras defios
para as rocas originaisonde
posteriormente, poderão ser aproveitados
no
procedimento de trama.O
processo de trama consisteem
trançarde forma
horizontal os rolosde
urdume
inseridos nos teares. Para se processar a trama dos rolos de urdume, o
fio
deve ser inseridona
lançadeira enrolado
em
pequenos
rolos (espulas).Os
fios
utilizadosna
trama são requisitados diretamentedo
almoxarifadoda
empresa,onde
então, são repassados para as espulas, já que osfios
vêm
enroladosem
cones (rocas)que
não
permitem
sua entrada diretamente nas lançadeiras.Depois
de repassados para as espulas, osfios
estão preparados para tramar os rolos deurdume
dispostos nos teares.Com
o trabalho sincronizado dos teares osfios
dos rolos deurdume
são trançados pelo
fio
da
lançadeiraformando
o tecido, estes, são retirados dos tearesquando
formam
rolos deaproximadamente 250
Kg. Concluído o processo de fabricação dos tecidos, osmesmos
são revisados e posteriormente sãoencaminhados
ao almoxarifadoda
empresa,onde
ficam
à disposiçãodo
processo de bordagem.A
figura
a seguir, demonstra o processo deconsumo
e industrialização da matéria-prirnae as relações
com
empresas fomecedoras dos serviçosacima
identificados dentrodo
processoFigura
4:Fluxo de
consumo
dos fios utilizadosna produção
dos tecidosAlmoxarifado
.Hoepcke
Lote de fios enviados para urdimentoeTecelagem
zioczçâo nos *Faden
Hoepcke
Através de
requisições de consumo;
solicita fios para tramae
rolos de urdume para
produzir os tecidos
Ao
fmal doprocesso de produção,
os tecidos fabricados são
encaminhados para 0
rolos
'it :
¬.
Retorno dos fios
(agora
em
roloseurdidos) preparados
para serem inseridos
no processo de produção Repassa os fios e os envia para o almoxarifado da Hoepcke, onde serão aproveitados
na trama dos rolos
de urdume.
almoxarifado onde serão
inseridos no processo de
I
Buettner
'L
produção da bordagem. As Sobras :le
Recebe os fios e fios que “flo
goma da Hoepcke, juntamente
fmam
aproveltadascom
os rolos vazios. Processa nos rolos de urdumeo urdimento dos fios e enrola-os são enviadas para
nos rolos de urdume. `
serem repasãaqas
_
a suas rocas originais
3.2.3 Infra-estrutura
de
produção da
tecelagemA
capacidademáxima
de produçãoda
tecelagemda empresa
é deaproximadamente
135.000 metros de tecidos por mês,
ou
seja, 45.000 metros de tecidos por turno.A
fábricatrabalha
em
3tumos
distintos eum
turno geral,como
segue:0 1°
tumo
-
entrada: 06:00h.; intervalo: 45 minutos (almoço e café); saída: 14:00h.de segunda
à sábado.
0 2°
tumo
-
entrada: 14:00h.; intervalo: 45 minutos (jantar e café); saída: 22:00h. desegunda
àsábado.
p
0 3°
tumo
-
entrada: 22:00h.; intervalo: 45 minutos (jantar e café); saída: 06:00h. desegunda
à sábado.21
0
Turno
Geral - entrada: 07:00h.; intervalo: 1:15 minutos (almoço e café); saída: 17:18h. desegunda à sexta-feira.
A
tecelagem possui atualmente57
tearesque operam
com
sua capacidademáxima
deprodução durante o primeiro e o segundo turno, juntamente
com
otumo
geral, já o terceiro turnoopera
com
50%
de sua capacidade total de produção.As
espuladeiras são utilizadas para repassar osfios
enroladosem
rocas para as espulas, estasoperam no
primeiro esegundo
tumo, juntamentecom
0tumo
geral,não
sendo necessária sua atividadeno
terceiro turno, jáque
as 14máquinas
atualmenteem
atividadeatendem
ademanda
da
produção de tecidos.1
O
quadro a seguir, demonstra outrasmáquinas
acessórias utilizadasna
tecelagem,além
dos teares e espuladeiras,
mensurando
a valor de mercado, o total dos equipamentos de produção,bem
como
a instalação física (prédio) e o terreno.Quadro
2: Imobilizadoda
tecelagemQ
.QVALOR
UNIT.VALOR
TOTAL
Espuladeira,
HONNEGER
_
DESCRIÇÃO
Fabricação Vida Útil30 1954 -I> 300,00 1 .200,00 Espuladeira,
HONNEGER
' 1969 OJ 300,00 900,00 Espuladeira,HONNEGER
1 986 -h 300,00 1 .200,00 Espuladeira,HONNEGER
1989 OO '300,00 900,00 Tear,HOWA, NY
4B,70" 1 978 -h 600,00 2.400,00 Tear,.HOWA,
NY
4B,70" 1 982 -|> 600,00 2.400,00 Tear,HOWA,
NY
4B,70" 1 986 -b 600,00 2.400,00 Tear,HOWA,
NY
4B,70" 1 990 _;Í 600,00 10.800,00 Tear,HOWA,
NY
4B, 1,50m
1 992 í 600,00 600,00 Tear,HOWA,
NY
4B,70" 1 989 |\) O) 600,00 15.600,00Máquina de emendar fios, ICSI 1 987 il
24.960,00 24.960,00
Compressor de ar,
WAYNE,3
501
1 978 í 864,00 864,00Balança 500Kg 1 978 í 288,00 288,00
Esmeril 1 978 í 48,00 48,00
Máquina de dobrar tecido 1 992 -A 384,00 384,00
Carrinho carregador |\) 1 .000,00 2.000,00
Máquina de limpar espulas 1 995 í 500,00 500,00
Edificações 1 979 344.358,85 344.358,85
Terreno tecelagem. (m2) 3.538,68 114,99 406.947,64
TOTAL
IMOBILIZADO
UNIDADE DE
PRODUÇÃO
TECELAGEM
818.750,49A
produçãomédia
de tecidos, atualmente varia entre 105.000 a 115.000 metros detecidos por mês,
dependendo
basicamentedo
número
de pedidosde
tecidos bordados edo
número
de dias úteis trabalhados. Para atender a produção necessária, a tecelagem contacom
30
colaboradores distribuídos
em
diversas funções e tumos,como
segue:I Turno
GeralFunção
QuantidadeChefe de tecelagem 01
Controlador de produção 01
Contra Mestre de rementina '
01
Lubrificador O1
Ajudante de
mecânico
01Total
do
turno
geral05
1
PrimeiroTurno
.Função
QuantidadeOperador
de tecelagem02
Ajudante de tecelagem 03 - Contra Mestre 01Mecânico
de espuladeira 01Remetedoi
01 Espulador 01 Revisor de tecido 01Total
do
primeiroturno
10 *I Segundo Turno
Função
QuantidadeOperador
de tecelagem02
Ajudante de tecelagem02
Contra Mestre 01 Aprendiz de tecelão02
Remetedor
01 Espulador 01 Revisor de tecido 0123
I
TerceiroTumo
Função
Quantidade Contra Mestre O1Remetedor
01Operador de
tecelagem 01 Ajudante de tecelagem02
Total
do
turno geral05
3.3
PROPOSTA
DO
SISTEMA
DE
CUSTEIO
PARA
A
TECELAGEM
'
A
propostado
sistema de custeio a ser utilizado para mensurar O custo dos tecidos,consiste
na
utilização da metodologiado
custeio por absorção, pois, estemétodo
é derivado dosprincípios ftmdamentais
da
contabilidade e coincidecom
Ométodo
adotado pela legislaçãodo
Imposto de
Renda
para avaliação dos estoquesdeprodução.
Com
a utilizaçãodo
custeio porabsorção, os custo de produção; e
somente
os de produção, poderão ser ativadosnovamente no
estoque
da
empresa,onde
os tecidosformam
uma
das matérias-primasdo
processo deprodução
da
bordagem.A
operacionalizaçãodo
sistema de custeio, requer a divisão dos setores deprodução
eapoio,
em
centros de custos,onde
serãoacumulados
os gastos relativos a produçãodo
período, eatravés de bases de rateios se fará a apropriação dos custos de produção aos tecidos fabricados.
A
distinção dos centros de custos, possibilitaráuma
melhor
alocação dos gastos, sejam elesprodutivos
ou
de apoio à produção, o que diminuíra, a arbitrariedade das bases de rateio.3.4
IDENTIFICAÇÃO
Dos
CUSTOS
DE
PRODUÇÃO
Os
custos de produção dos tecidos sãofonnados
basicamente pela matéria-prima (fios),3.4.1
Matéria-prima
A
identificaçãodo
consumo
defios
utilizadosna
produção dos tecidos é verificada aofinal
do
período de produção, atravésdo
número
de requisições deconsumo
de matéria-primaenviadas ao almoxarifado,
da
seguinte maneira:>
Fios utilizadosna trama
- As
quantidades defios
de algodão e polyester necessários pararealizar a trama dos rolos de
urdume
são solicitadas diretamentedo
almoxarifado, através derequisições de
consumo.
A
unidade utilizada para quantificar osfios da
trama éo
quilograma.>
Fios industrializados (urdidos)-
Os
fios
dispostos nos rolos de urdume,também
são requeridosdo
almoxarifado, a diferença para osfios da
trama, consiste namensuração
eunidade de quantificação
do consumo,
pois, osfios
queformam
os rolos deurdume
foram
industrializados, agregando ao seu valor de aquisição, os gastos de terceirização
fomecidos
pela
empresa
Buettner,além
dos gastosda
goma
especial e o frete.Ao
retomarem da
industrialização, os rolos de
urdume
são registradosem
metros.Ao
finaldo
período deprodução, a tecelagem informa a quantidade de
fios
urdidosem
metros, utilizadosna
fabricação dos tecidos. `
.
3.4.2
Mão-de-obra
diretaOs
gastos referentes à mão-de-obrada
tecelagem, sãocompostos
pelos salários eordenados
do
período. Considera-setambém,
como
gastosdo
período as provisõesde
férias edécimo
terceiro,bem
como,
os respectivos encargos sociais a título deFGTS
eINSS
(parteda
empresa).
Os
valores são obtidos atravésdo
fechamentoda
folha de pagamento, efetuado pelodepartamento
de
recursoshumanos
da
fábrica,que
utiliza o softwareRubi
para apurarão dosvalores. _
As
fimções
de operador, ajudante, espulador, remetedor e aprendiz de tecelão serão classificadoscomo
mão-de-obra direta, pois,atuam
diretamentena
produção dos tecidos.Os
valores serão atribuídos aos tecidos
em
relação a proporção de tecidos de algodão e polyester fabricadosno
período.25
3.4.3
Custos
indiretosde
fabricação .Os
custos indiretos de fabricação dos tecidos são formados pelos gastosque
não
podem
ser identificados diretamente aos produtos fabricados, e necessitam de
uma
apropriaçãosecundária, a qual utiliza-se o critério
do
rateio.Os
gastos identificadoscomo
custos indiretos defabricação são os seguintes:
>
Mão-de-obra
indireta;>
Materiais deconsumo;
>
Energia elétrica;>
Depreciação; O>
IPTU;
>
Seguro;>
Serviços dos departamentos de apoio a produção.São
cinco os departamentos identificados,que
prestam serviços a tecelagem, estes,não
coincidem
com
os departamentos apresentadosno
organograma da
empresa, pois omesmo, tem
uma
funçãomeramente
fomral.A
figura
abaixo identifica e demonstra os departamentosrelevantes
que
auxiliamno
processo produtivoda
tecelagem: 'Figura
5: Identificação dosdepartamentos de
apoio aprodução
dos tecidos~
DEPARTAMENTOS
DE
APOIO
A
PRODUÇÃO
'
Manutenção Manutenção _
Restaurante Climatização - Almoxarifado ~
1 s - «A Mecânica . Elétrica
\
í
Í
1
1
í
lí!Í
Í
ZÉ
í
| ~ ADEPARTA1v1ENTo
TECÉLAGEM
(PRQDUÇÃO),
¡~ T
~
3.4.4 Critérios
de
rateioApós
a identificação dos custos indiretos de produção, osmesmo
devem
ser apropriadosao departamento
da
tecelagem, para posteriormenteserem
rateados aos produtos.Os
critérios dealocação dos custos identificados
no
processo de produção dos tecidos,foram
assimdeterminados: '
Mão-de-obra
indireta:A
mãoàde-obra
indireta éformada
pelos salários e encargos doscolaboradores que
não atuam
diretamentena
produção dos tecidos.O
gastocom
mão-de-obra
indireta será equivalente aos salários e encargos das
fimções
de
supervisor, mecânicos,lubrificadores, revisores de tecidos, controladores de produção e os contra-mestres
da
tecelagem; que sãomensurados
atravésda
folha de pagamento.Materiais de
consumo:
Através das solicitações feitas ao almoxarifado, se obterá oconsumo
físico e monetário dos materiais utilizados pela tecelagem e pelos departamentos de apoio durante
o período de apuração.
Os
materiais deconsumo
mais
utilizadosna
tecelagem são: lubrificantes,materiais de limpeza, peças de reposição, materiais de expediente, entre outros.
Energia Elétrica:
O
gastocom
energia elétrica será apropriado aos departamentos pela suapotência instalada
em
KW,
pois a fábrica não dispõe de medidores deconsumo
de energia porbloco industrial, tampouco, medidores individuais nos teares.
Depreciação:
O
gastocom
depreciaçãoda
tecelagem será calculado pelo valor demercado do
imobilizado, visto que, contabilmente algumas
máquinas
estão totalmente depreciadas.No
ano
de2001, foi realizado
um
laudo para valorar a preço demercado
os itensque
compõe
o imobilizadoda
tecelagem, portanto, será aplicado o percentual de10%
a.a., para se obter o valorcorrespondente ao gasto
com
depreciação dasmáquinas
e equipamentos, já para as edificações opercentual a ser aplicado será de
4%
a.a.Paraos
imobilizado dos departamentos de apoionão
houve
avaliação, sendo portanto, desconsiderada sua depreciação, observando a irrelevânciado
27
IPTU:
O
gastocom
IPTU
será apropriado para os departamentosem
relação a sua áreaconstruída.
Seguros:
O
gastocom
seguros será apropriado para os departamentos, pela área construída, poiso seguro
em
questão refere-se a estrutura predial.Departamento
(Restaurante):O
gastodo
período será apropriado pelonúmero
de colaboradoresde cada departamento.
V
Departamento
(Climatização):O
gastocom
climatização será apropriadoconforme
a área construída de cada departamento que utiliza os serviços de climatização.A
climatização é responsável pelo controleda
temperatura, visto que, osfios
utilizadosno
processo de fabricaçãodos tecidos e utilizados
na
bordagem
devem
permanecer
entreuma
temperatura de20°C
a25
°C.Departamento (Manutenção
Mecânica):O
gastocom
manutenção
será transferido aosdepartamentos por
meio
de basesfixas
de rateio, determinadas pelo histórico dos serviços demanutenção
efetuados nos departamentos de produçãoda
empresa.Departamento (Manutenção
Elétrica):O
gastocom
manutenção
elétricatambém,
será apropriado aos departamentos pormeio
de basesfixas
de rateio, determinadas pelo histórico dosserviços de
manutenção
elétrica efetuados nos departamentos de produçãoda
empresa.3.5
APROPRIAÇÃO DOS
CUSTOS
A
apropriação dos custos de produção, aos tecidos produzidostem
como
objetivoprincipal determinar o valor pelo qual os tecidos serão avaliados
no
estoque. Para evidenciar aapropriação dos custos, através
do
sistema proposto, se utilizarácomo
referência o período deprodução